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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA ANDRÉ LUIS MACAGNAN ABEL MACHADO COUTINHO FILHO LETICIA NEVES DOS SANTOS MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA DOS ENROLAMENTOS E DA RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO ATIVIDADE PRÁTICA 1 CURITIBA 2016 1 OBJETIVO GERAL Avaliar a resistência elétrica dos enrolamentos de um transformador através do método indireto de determinação de resistência, bem como a resistência de isolamento entre os seus enrolamentos, e entre estes e a carcaça deste transformador. 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO De acordo com BOYLESTAD (2004, p. 25), quando uma corrente elétrica percorre qualquer material condutor, inevitavelmente ocorrem colisões entre os elétrons que compõe essa corrente elétrica e o núcleo dos átomos do condutor. Quando ocorre esta colisão, parte da energia cinética do elétron é transferida para o átomo do material condutor, que irá absorver parte desta energia na forma de energia térmica. Portanto, as colisões fazem com que os átomos do material condutor vibrem mais, e consequentemente aumentem sua temperatura. A este fenômeno dá-se o nome de Efeito Joule. Portanto, ao ser percorrido por uma corrente elétrica, todo material condutor, irá oferecer uma resistência elétrica a passagem desta corrente. Para HALLIDAY (2003), ao ser percorrida por uma corrente elétrica de intensidade “i”, e ser submetido a uma diferença de potencial entre seus terminais de intensidade “V”, um material condutor oferecerá uma resistência elétrica, cuja magnitude pode ser calculada pela equação abaixo: 𝑅 = 𝑈 𝑖 (1) R = resistência do material (𝜴); U = diferença de potencial (V); I = corrente elétrica (A); As perdas associadas ao efeito joule tem relação direta com a eficiência dos transformadores e seus rendimentos. Elas se apresentam principalmente no núcleo e nos enrolamentos e são expressas em watts. As perdas provocam o aquecimento das diversas partes do equipamento: núcleo, enrolamentos e óleo, quando a parte ativa (núcleo e enrolamentos) está imersa em óleo, além de causarem uma queda da tensão interna destes. Portanto, torna-se extremamente importante avaliar como se dão estas perdas e qual a intensidade com que ocorrem. Para tal, é recomendado que se façam ensaios elétricos nos equipamentos. Para se determinar a resistência elétrica dos enrolamentos dos transformadores, podem ser utilizados três métodos de medição: Ponte de Wheatstone, Ponte de Kelvin e Método Indireto. Os métodos da Ponte de Whwtstone e de Kelvin consistem em associar um conjunto de resistores a um galvanômetro, e com esta associação, determinar a resistência do enrolamento medido, quando este galvanômetro encontrar-se em equilíbrio. De uma maneira mais simples, podemos determinar a resistência dos enrolamentos aplicando uma tensão contínua aos seus terminais, e medir a corrente elétrica circulante (método indireto). Através da Equação 1, determina-se a resistência associada. Outra resistência a se determinar nos ensaios é a resistência de isolamento. Quando um material isolante separa dois condutores sob influência de uma diferença de potencial, aparecem correntes de fuga. A resistência de isolamento corresponde à resistência que o isolante oferece à passagem dessa corrente de fuga, a qual pode circular através da massa isolante ou pela sua superfície. Para a determinação da resistência de isolamento é utilizado um equipamento chamado de Megômetro. Seu princípio de funcionamento consiste em geração e aplicação de uma tensão que pode variar de 500 até 15 mil V em um equipamento, fazendo então a leitura do fluxo de corrente entre duas partes do equipamento. 3. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL Para a determinação da resistência dos enrolamentos do transformador a ser ensaiado, iremos nos utilizar do método indireto, em que uma tensão contínua será aplicada aos terminais deste enrolamento, e, medindo a corrente elétrica determinaremos a sua resistência, conforme ilustra a figura 1. Figura 1: Método indireto - determinação da resistência do enrolamento. Para a determinação da resistência de isolamento, utilizaremos o megômetro, cujas ligações irão variar conforme a medição, mas, ilustramos através da Figura 2, como são feitas as ligações de seus terminais, quando se deseja medir a resistência de isolamento existente entre a carcaça do transformador e um de seus enrolamentos. Figura 2 - Medição da resistência de isolamento entre enrolamento e carcaça de um transformador. 3.1 PROCEDIMENTOS 3.1.1 Medição da resistência dos enrolamentos de um transformador monofásico: 3.1.1.1 Através do método indireto, medir a resistência dos enrolamentos do transformador monofásico marca “Trafo”. Aplicando corrente contínua nos terminais do transformador desenergizado a serem medidos obtivemos os seguintes resultados conforme a tabela abaixo: Enrolamentos Vdc (Volts) Idc (Ampere) Resistencia (ohms) H1-H3 0,8 1,85 0,432432432 H2-H4 0,8 1,84 0,434782609 X1-X3 0,8 1,85 0,432432432 X2-X4 0,7 1,85 0,378378378 Tabela1: Medição de corrente e tensão pelo método indireto. 3.1.1.2 Correção do valor medido para a temperatura de trabalho: a) Correção através da fórmula: Rcorr = Rméd. x (234,5 + Tt) / (234,5 + Ta) Ta = Temperatura ambiente Tt = Temperatura de trabalho = 75° para classe A e B (130°) ou 115° para classe F e H(155°) Enrolamentos Resistencia corrigida(Ohms) H1-H3 0,517747922 H2-H4 0,520561769 X1-X3 0,517747922 X2-X4 0,453029432 Tabela2: Valor corrigido para a temperatura de trabalho. 3.1.1.3 Determinação do erro % Enrolamentos Erro(%) H1-H3 19,72920696 H2-H4 19,72920696 X1-X3 19,72920696 X2-X4 19,72920696 Tabela 3: Erro sobre os valores medidos. 3.1.2 Medição da resistência do Isolamento: 3.1.2.1 Com o auxilio do megohmetro de 500 V avaliarmos a resistência dos isolamentos, quanto à resistência mínima (ABNT); pelo fabricante; Índice de absorção e índice de polarização: a) Entre enrolamento e carcaça: Para isso conectamos o E(earth ou terra) do megohmetro à carcaça e o L(line) do mesmo aos enrolamentos do transformador. Neste procedimento como todos os componentes estão conectados o G do megohmetro ficará em aberto. Dados obtidos: Tabela 4: Resistencia do Isolamento b) Entre enrolamento primário e secundário: Neste procedimento conectamos o terminal E do megohmetro aos enrolamentos do primário o L ao secundário e o G anteriormente não usada a carcaça. Dados obtidos: Tempo Resistencia medida 30 s 383 MΩ 60 s 393 MΩ 10 min 726 MΩ Tabela 5: Resistência entre o primário e secundário do transformador Tempo Resistencia de Isolamento 30 s 66 MΩ 60 s 60 MΩ 10 min 46 MΩ 3.1.2.2 Correção do valor para a temperatura de trabalho Utilizando o gráfico nos dado coletamos um fator de correção igual a 0,4, portanto os valores corrigidos ficam conforme tabela abaixo: a) Entre enrolamento e carcaça: Tempo Resistencia Corrigida 30 s 26,4 MΩ 60 s 24 MΩ 10 min 18,4 MΩ Tabela 6: Valores corrigido com fator de correção. b) Entre enrolamento do primário e secundário: Tempo Resistencia corrigida 30 s 153,2 MΩ 60 s 157,2 MΩ 10 min 290,4 MΩ Tabela 7: Valores corrigido com fator de correção3.1. 3 Calculo de Índice de Absorção (Ia) e Índice de Polarização (Ip). Para o calculo do Ia pega-se a leitura a 60 s e divide-se pela leitura a 30s. Já para o calculo do Ip se pega a leitura a 10 min e divide-se pela leitura 60s. Com isso obtivemos os seguintes valores: a) Entre enrolamentos e carcaça: Ia = 0,9 Ip = 0,766 b) Entre enrolamento primário e secundário: Ia = 1,026 Ip = 1,844 3.2 EQUIPAMENTOS Cabos de conexões com engate fácil (diversos) Transformador monofásico Multímetro Digital Cat. II 600V (usado como Voltímetro) Multímetro Digital Cat. II 600V (usado como Amperimetro) Megohmetro 4. RESULTADOS E DISCUSÕES Na primeira etapa do procedimento foram realizadas as medições entre os enrolamentos do transformador. Os valores obtidos foram muito próximos entre eles, para Vdc em torno de 0,8 V, os valores de Idc em torno de 1,85 A e também para a resistência dos enrolados obteve-se um valor em torno de 0,43 ohms. Os valores foram todos próximos entre eles como pode ser observado na tabela 01 e dentro do esperado. Na segunda etapa do procedimento foi realizado o cálculo para determinar qual deveria ser o valor corrigido para as resistências de enrolamento devida a temperatura de trabalho e temperatura ambiente. De acordo com os cálculos obtidos a resistência dos enrolamentos deveria ser em torno de 0,09 ohm maior do que os valores que foram aferidos. No entanto quando a etapa de cálculo do erro foi realizada observou-se um erro de 19,7%, um valor muito acima dos 5% toleráveis, o que deixa evidente que os valores obtidos não são confiáveis. Para esta outra etapa do procedimento foi avaliada a resistência do enrolamento com o auxílio do megohmetro de 500 V, quanto a resistência mínima. Na medição realizada entre o enrolamento e a carcaça nos primeiros 30 s valor obtido foi de 66 Mega ohm, já em 60 segundos o valor obtido foi de 60 Mega ohms, agora só para o tempo de 10 minutos que obteve-se estabilidade do sistema e encontrou-se o valor de 46 Mega ohms. E para a medição realizada entre os enrolamentos primário e secundário nos primeiros 30 s valor obtido foi de 383 Mega ohm, já em 60 segundos o valor obtido foi de 393 Mega ohms, agora só para o tempo de 10 minutos que obteve-se estabilidade do sistema e encontrou-se o valor de 726 Mega ohms. Então depois de realizar essas medições foi feita a correção dos valores para a temperatura de trabalho. O fator de correção obtido graficamente, considerando uma temperatura de 24°C, foi de 04. Todos os valores obtidos nas tabelas 4 e 5 foram multiplicados pelo fator de correção, então obteve-se os novos valores, que estão nas tabelas 6 e 7. Com isso obtivemos valores inferiores. 5. CONCLUSÕES Para se avaliar a resistência elétrica dos enrolamentos de um transformador através do método indireto de determinação de resistência, bem como a resistência de isolamento entre os seus enrolamentos, e entre estes e a carcaça deste transformador não basta apenas realizar a medição dos valores, é também necessário apurar os valores de erro obtidos para avaliar a confiança das aferições realizadas, assim como também realizar cálculos com fator de correção, obtendo-se assim melhores valores e avaliação do equipamento. 6. REFERÊNCIAS BOYLESTAD, Robert L. Introdução a Análise de Circuitos Elétricos. 10. ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 2004. HALLIDAY, D., RESNICK, R., KRANE, K.S., Física. v. 3, Rio de Janeiro: LTC Ltda, 2003. Megômetro, disponível em http://docslide.com.br/documents/artigo-energia- solar-termica.html acesso: Abril, 2016.
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