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Resumo Constitucional Estrutura da Constituição: Preâmbulo -> Texto Constitucional -> ADCT • Preâmbulo: Não é normal jurídica, é um elemento de entendimento político. • ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias): Encarregado de fazer transição entre os ordenamentos (antigo/novo) Elementos da Constituição – José Afonso da Silva: • Orgânicos: São normas constitucionais que estabelecem a estrutura dos órgãos do estado e instituições. • Limitativos: São normas constitucionais que estabelecem os direitos fundamentais assim limitando o poder do estado. • Sociodeológicos: São normas constitucionais que refletem um abandono ao estado individualista e um compromisso com o estado social. • Estabilização constitucional: São normas constitucionais que estabelecem formas para a solução de conflitos e crises constitucionais e nas instituições e no estado democrático. • Formais de aplicabilidade: São normas constitucionais que disciplina o modo de aplicação de outras normas constitucionais. Procedimento de emendas – Art. 60 Poder Constituinte Constituição Federal Emenda Constitucional Assembleia Nacional Constituinte Congresso Nacional (Senador/Deputado) Legislador Constituinte Originário Legislador Constituinte Reformador Emenda constitucional 3/5 (membros) 2 Turnos Rigidez constitucional: a rigidez constitucional é responsável pela supremacia da constituição constitucional. Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais: Eficácia é potencialidade e capacidade de produzir efeitos a eficácia pode ser: 1. Social ou afetividade: É a incidência da norma a fato da vida concreta. 2. Jurídica ou normativa: É a possibilidade da norma de produzir efeitos e independentemente da norma ter sido acolhida pela sociedade. Aplicabilidade e a executoriedade: Todas as normas constitucionais têm eficácia? para José Antônio da Silva a resposta é sim, só que em graus diferentes de eficácia. • Eficácia plena e aplicabilidade direta imediata e não integral: São as normas constitucionais que desde a entrada em vigor da constituição federal produzem ou podem produzir todos os seus efeitos essenciais porque o legislador constituinte colocou nelas normatividade suficiente. • Eficácia contida e aplicabilidade direta imediata e possivelmente não integral: São aquelas que possuem normatividade suficiente para produzir todos os seus efeitos essenciais, mas o legislador constituinte estabelece uma margem para que o legislador ordinário restrinja os efeitos da norma constitucional. • Eficácia limitada e indireta mediata não integral: São as normas constitucionais que dependem de um complemento normativo posterior para que produzam todos os seus efeitos. a) De princípio institutivo: São normas que estabelecem as estruturas dos órgãos, das instituições e das entidades. b) De princípio programático: São normas que estabelece uma meta, um programa de ação política se observados pelo estado. Observação: Para que as normas programáticas produção todos os seus efeitos, além do complemento normativo elas precisam de políticas públicas constantes, certas evoluções do estado e da sociedade. (Obrigatoriedade do estado realizar o mínimo existencial das normas programáticas). Observação 02: “Efeito contida” Para o STF, complemento normativo não pode ser tão abrangente a ponto de violar o núcleo da norma constitucional. (Ex: Diploma para exercer a profissão de jornalista) Para José Antônio da Silva, aplicação é diferente de aplicabilidade, pois aquela refere-se ao fato da norma de direito fundamental ter em si os elementos necessários à sua pronta incidência aos casos que ela regulamenta. Já para Vadi Lammêgo Bulos, aplicação e aplicabilidade são sinônimos e nem todas as normas de direitos fundamentais poderão ser aplicadas imediatamente, mas apenas a de eficácia plena e contida. Direitos individuais possuem todas aplicações imediatas, mas não direitos sociais. 1) Eficácia absoluta e aplicabilidade imediata (Lammêgo Bulos): São as normas que além de produzirem todos os seus efeitos essenciais, não podem ser alterados - cláusulas pétreas. 2) Eficácia esvaída e aplicabilidade esgotada: São normas que já esgotaram seus efeitos jurídicos, mas ainda possui eficácia social, conferindo-se a elas certa aplicabilidade para alguns casos específicos. 3) Eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada: São normas que esgotaram por completo a eficácia e aplicabilidade e agora representam história. Observação: Todas as normas esvaídas e exauridas estão a ADCT, mas nem todas as normas do ADCT são esvaídas ou exauridas podendo ter eficácia plena, contida ou limitada. Fundamentos da república federativa do Brasil (Robert Alexy): Normas Regras Principios - Devem ser cumpridos integralmente - São cumpridos com a maior intensidade possível - São restritas - São mais amplos - Ex: Art.77 - Ex: Direito a vida Normas Regras Principios (Mandamentos de otimização) ≠ Inconstitucional Fundamento da república federativa do Brasil: Princípios que formam a base da constituição federal. 1) Soberania: (Presidente da República/Chefe do Estado) - É o poder de autodeterminação e de autolimitação do estado. 2) Cidadania: Cidadão é o brasileiro nato/naturalizado que está no gozo de seus direitos políticos. para José Antônio da Silva ser cidadão é pertencer a sociedade estatal e a submissão do estado a vontade do povo A D C T 3) Dignidade da pessoa humana: Para Marcelo Novelino é valor constitucional supremo em torno do qual gravitam todos os demais direitos fundamentais. Para José Antônio da Silva o homem não é uma mera função do estado e o seu valor está relacionada à sua condição humana. Observação: A dignidade da pessoa humana é um ideal cristão que só passou a ser consagrado a partir da 2ª guerra mundial, a 1ª previsão exemplar desse princípio está na carta de direitos humanos da ONU na CF/88, os direitos só aparecem nos seguintes artigos: Art. 1º - Fundamentos da República Federativa do Brasil Art. 5º - Princípio dos direitos fundamentais Art. 170 – Fundamento da ordem econômica Art. 226, §7º Princípio do planejamento familiar Art. 227 – Princípio da criança/adolescente Art. 230 – Princípio do idoso. Atualmente uma tendência a considerar a dignidade da pessoa humana como um princípio universal que deve inclusive se sobrepor a cultura/tradição dos povos. 4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: Embora tenha optado pelo capitalismo, no brasil deve-se compatibilizar a livre iniciativa com trabalho e outros princípios como a defesa do consumidor. Nesse sentido o STF entende que o código de defesa do consumidor não viola a livre iniciativa, que deve harmonizar-se com os demais princípios constitucionais. 5) Pluralismo político: Trata-se do diálogo entre ideias divergentes, a tolerância e as opiniões contrárias. Princípios fundamentais: 1) Princípio republicano: Os representantes dos poderes executivos e legislativos devem atuar sobre a égide de 3 princípios: responsabilidade, temporariedade, eletividade. 2) Princípio federativo: Está previsto nos artigos 1º e 18, estabelece o vínculo indissolúvel entre a união, os estados, o distrito federal e os municípios, vedando-se a secessão (separação). Este princípio é cláusula pétrea expressa no Art. 60, §4º. 3) Princípio do estado democrático de direito: Refere-se a uma ordem estatal justa, em que o estado mantém e garante as liberdades públicas e se submete ao direito posto . 4) Princípio representativo: Os termos do parágrafo único do Art. 1º do Art. 14, o poder é exercidopelo povo diretamente através do referido plesbicito e iniciativa popular e indiretamente através dos representantes eleitos do povo. Teoria geral dos direitos fundamentais: Natureza dos direitos fundamentais: 1) Teoria jusnaturalista: Os direitos fundamentais originam-se no direito natural e por isso são universais. 2) Teoria juspositivista: Os direitos fundamentais originam-se da sua inserção nas constituições, portanto os direitos fundamentais nascem quando são positivados nas constituições. 3) Teoria idealista: Os direitos fundamentais nascem de idéias acolhidas no decorrer do tempo pela humanidade. 4) Teoria realistas: Os direitos fundamentais originam-se em lutas sociais que foram travadas pelos povos. Características: 1) Historicidade: Os direitos fundamentais nasceram a partir de uma lenta evolução histórica 2) Concorrência: Os direitos fundamentais podem ser exercidos simultaneamente. 3) Universalidade: Os direitos fundamentais pertencem a todos. 4) Irrenunciabilidade: Os direitos fundamentais não podem ser renunciados, mas podem não ser exercidos temporariamente. 5) Relatividade: Os direitos fundamentais não são absolutos, podendo ser relativizados. Ex: A vida e possibilidade de pena de morte em caso de guerra declarada. Observação: Para Lammêgo Bulos, existe apenas 1 direito fundamental absoluto, que é a proibição à tortura (Art. 5º, III) 6) Proibição de retrocesso: Os direitos fundamentais anteriormente conquistados, não podem ser desconsiderados ou extintos. José Afonso da Silva traz mais 2 características: 1) Inalienabilidade: Os direitos fundamentais não possuem conteúdo patrimonial, portanto não podem ser negociados. 2) imprescritibilidade: Os direitos fundamentais não se submetem a prazos prescricionais ou decadenciais, podendo ser exercidos a qualquer tempo. Lammêgo Bulos traz mais 3 características: 1) Indivisíveis: Todas as classes de direitos fundamentais devem receber a mesma proteção e observância por parte do estado. 2) Interdependentes: Os direitos fundamentais se relacionam e devem ser considerados numa relação de interdependência. 3) Vinculantes: Os direitos fundamentais e vinculam a atuação do estado, porque são a ele dirigidos. Dimensões /Gerações dos DF’s: 1) Individuais: Todas as liberdades, propriedades, vida etc. Se o estado não interferir, serão exercidos. São os direitos que nasceram por primeiro. Esses direitos exigem um “não fazer do estado”, estão presentes desde a primeira constituição do Brasil em 1824. Ex: vida, propriedade e liberdade. 2) Sociais: Necessária a intervenção estatal para proteger determinados grupos menos favorecidos. Legislação, políticas públicas. São os direitos que nasceram por segundo. Exigem uma atuação positiva do estado e só se realizam com essa atuação. São chamados de direitos sociais devido às lutas que foram travadas ao longo do tempo. No brasil surge pela primeira vez na constituição de 1934 e na CF/88. 3) Transindividuais: Proteção ao meio ambiente. São os direitos transindividuais ou metaindividuais. Esses direitos transcendem ao indivíduo, pertencem à humanidade e as futuras gerações, como a proteção ao meio ambiente. Para a maioria da doutrina existem apenas estas 3 dimensões, sendo que as demais dimensões seriam meros desdobramentos dessas 3. 4) Direitos ligados a genética, clonagem, informática e globalização. 5) Direito e paz. 6) Direitos ligados a democracia e a informação. Teoria geral dos direitos fundamentais. Titulares dos direitos fundamentais: • Brasileiros: Natos/Naturalizados. • Estrangeiros residentes no Brasil: o STF interpretando essa norma, afastou as a restrição para entender que toda pessoa humana que se encontra em território nacional é titular de direitos fundamentais. Aqueles que não são nacionais e não possuem direitos políticos até sua naturalização seja formalizada embora seja titular de direitos fundamentais não são cidadãos. • Pessoas jurídicas: As pessoas jurídicas são titulares de direitos fundamentais que não sejam compatíveis com a sua natureza. Ex: Direito à imagem, honra, propriedade etc. • Embrião humano: Nos temos do julgamento da lei da biossegurança apenas o embrião que está no ventre humano é titular de direitos fundamentais. Ex: Direito a vida. • Pessoa morta: A doutrina mais moderna entende que mesmo depois de morte física a pessoa natural poderia continuar como titular de pouquíssimos direitos fundamentais. Ex: Direito à imagem e honra. • Animais: Os animais não são titulares de direitos fundamentais conforme Art.225, §1º, VII. Os animais recebem proteção especial contra extinção e a crueldade. • Destinatário: O estado é o destinatário dos direitos fundamentais porque tem dever de garantidor, mantenedor e não violador dos direitos fundamentais, a porém algumas decisões do STF, permitindo que o município assuma a função de titular de direito fundamentais, permitindo que entre-te mandato de injunção. Limites dos direitos fundamentais: 1) Limites internos ou imanentes: Os direitos fundamentais são limitados por outros direitos fundamentais, justamente porque nenhum deles é absoluto. Ex: A liberdade de Manifestação de pensamento X Honra. 2) Limites externos: Os direitos fundamentais também podem ser limitados por normas infraconstitucionais. Ex: Direito a intimidade X Lei complementar 105/01 (Quebra do sigilo bancário/fiscal). Essa se limitação não pode ser tão ampla a ponto de violar o núcleo essencial da norma constitucional. Eficácia dos direitos fundamentais: 1. Eficácia vertical dos direitos fundamentais: Titular (Direito) Particular Poder Público/Estado Destinatário (Dever) Refere-se a produção de efeitos na reação que se estabelece entre o estado e o particular quando são aplicados direitos fundamentais. 2. Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: Titular (Direito) Particular Particular Titular destinatário (Dever) Refere-se à aplicação dos direitos fundamentais numa relação entre particulares em que ambos são titulares de direitos fundamentais mais um deles é colocado na posição de destinatário. A eficácia horizontal pode ser de 2 tipos: A. Eficácia horizontal mediata ou indireta: Aplicação dos direitos fundamentais a reação privada é intermediada por uma lei infraconstitucional. Ex: Direito fundamental = Trabalho. Empregado Empregador (Titular) (Destinatário) B. Eficácia horizontal mediata e direta: Os direitos fundamentais são aplicados a relação privada imediata e diretamente. Associação (Exclusão Membro) Direito Contraditório (Ampla Defesa) CLT Argumento de confusão (Disputa de lugar): É o nome dado a teoria que critica a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que afirma que colocar os particulares na mesma posição, enfraquece a proteção constitucional desses direitos, pois gera confusão na medida em que aquele que é acusado de violar um direito fundamental se defende, afirmando que não está violando o direito fundamental alheio mas exercendo o seu. Colisão dos direitos fundamentais: Trata-se do fenômeno em que a aplicação do direito fundamental é feita como afastamento de outro direito fundamental. Ex: Liberdade de manifestação de pensamento X Vida privada. Na colisão deve haver uma escolha a respeito de qual direito fundamental irá prevalecer, essa escolha só pode ser feita no caso concreto e nunca em tese, porque não à direito absoluto essa escolha chamada de sopensamentos de valores e é realizada pelo magistrado. Direito ao esquecimento: O direito ao esquecimento não está previsto expressamente na constituição federal.O reconhecimento desse direito está em julgamento no STF com repercussão geral. O direito ao esquecimento afirmaria que as pessoas têm o direito a que os fatos de seu passado não sejam noticiados no presente pois isso traria de volta todas as repercussões que houveram no passado comprometendo o prosseguimento da vida. Poder constituinte – ilimitado? 3 Situações que a doutrina aponta como limites a atuação do poder constituinte originário: (limites extralegais) a) O direito natural: Assim, para os defensores de tal tese não poderia nova constituição ferir direitos naturais como vida e liberdade. b) Limites de fato : os limites de fato estão em que, quem estabelece uma constituição não pode chocar-se frontalmente com as concepções que se fixaram na memória, nos costumes ou na cultura - a cosmovisão- da comunidade, porque do contrário não obterá a adesão dessa comunidade para as novas instituições que permanecerão letra morta serão ineficazes. c) Princípio da proibição do retrocesso social: para parte da doutrina, não pode a nova constituição retroceder na tutela dos direitos fundamentais. Cláusulas pétreas: Cláusulas pétreas são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um estado. Desta maneira, são dispositivos que não podem ser alterados, nem por meio de emenda constitucional. Encontram-se dispostas no Art.60, §4. São elas: • A forma federativa de estado. • O voto direto, secreto, universal e periódico. • A separação dos poderes: legislativo, executivo e judiciário. • Os direitos e garantias individuais. Existem outras cláusulas implícitas que não podem ser emendadas, em sua maioria porque são dependentes dos assuntos acima.
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