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CONCEITOS No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. De acordo com Leonardo Boff: “Ethos, ética, na língua grega designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si. Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda. A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, uma certa tradição cultural etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido político... Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto significa dizer que uma moral é um fenômeno social particular, que não tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais? Existe, e essa forma é o que chamamos de ética”. Ambas são responsáveis por construir as bases que guiam a conduta do homem, determinando seu caráter e ensinando a melhor forma de agir e se comportar em sociedade. A Ética tem como missão explicar a moral levando o indivíduo à reflexão dos princípios que norteiam seu comportamento e tomada de decisões. CONTEXTO HISTÓRICO FILOSÓFICO A ética como é vista e aplicada hoje teve origem em Platão e Aristóteles. Em toda a história da humanidade as preocupações com as relações humanas e o modo de agir do homem aparecem nas diferentes sociedades. A ética nasce e desenvolve-se como respostas aos problemas resultantes das relações sociais. Sócrates (469-399 a.C.) Foi o mestre de Platão; Defendeu o bem, a justiça e o saber. O homem sábio deveria sempre fazer o bem; Agir de acordo com a razão. Platão (428-348 a.C.) Discípulo de Sócrates; Para ele a ética se dá necessariamente na coletividade. O homem se forma somente mediante sua subordinação a comunidade; O homem justo é o homem no lugar certo, dando o melhor de si, cooperando e respeitando a ordem. Aristóteles (384-322 a.C.) Apresenta a necessidade de se reorganizar a sociedade de modo a proporcionar com que cada um de seus membros possa ser feliz na sua condição. É importante que cada um siga a sua própria natureza. ÉTICA PROFISSIONAL Podemos afirmar que um profissional não basta ser exímio tecnicamente, é imprescindível que esteja em constante atualização sobre aspectos éticos norteando suas condutas, posicionando-se de forma crítica e reflexiva diante dos dilemas morais que permeiam seu cotidiano. Os profissionais de saúde devem dominar conhecimentos, técnicas e habilidades, entretanto, também devem ter compaixão para compreender como a pessoa sente a experiência do processo saúde-doença e quais são os seus valores e crenças. Cada profissão possui um conjunto de normas e regras que regem os atos dos indivíduos, quando em exercício profissional. São elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, mas há muitos aspectos que não estão previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente correto. RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Responsabilidade significa responder pelos seus atos. Se esse ato implicar em dano físico, moral ou patrimonial para alguém, haverá responsabilidade legal. Responsabilidade civil: é a obrigação de responder pelo dano causado a alguém, o que implica em reparar, indenizar ou ressarcir. Responsabilidade penal: o profissional pode responder penalmente por danos, lesões físicas ou maus-tratos causados a outras pessoas. Responsabilidade ética: é decorrente do descumprimento de normas, valores ou princípios contidos no Código de Ética Profissional. BOA PRÁTICA E ERRO No dicionário, erro é definido como engano, falta, juízo falso, desvio do bom caminho. Mas nenhuma destas definições aborda o erro humano no setor da saúde: Atos ou omissões de profissionais que acarretam algum tipo de prejuízo ou dano ao paciente com intencionalidade ou não. NEGLIGÊNCIA: Também conhecida como falta de cuidado ou desatenção. A negligência implica em omissão ou falta de observação do dever, ou seja, o profissional não age com o cuidado exigido pela situação. IMPRUDÊNCIA: Tem a ver com algo a mais do que a mera falta de atenção ou cuidado, o ato pode até se revelar de má fé, ou seja, com conhecimento do mal e intenção de praticá-lo. Consiste na violação de regras e conduta. A imprudência tem como característica sempre se revelar através de ação (uma ação imprudente). O profissional sabe realizar o procedimento, tem competência, é permitido por lei, mas age com irresponsabilidade e faz de forma errada. IMPERÍCIA: Imperícia é quando alguém que deveria ter domínio sobre uma determinada técnica não a domina. Refere-se à ausência de conhecimentos básicos, habilidades e ignorância sobre determinados assuntos relacionados a profissão. HISTÓRICO BIOÉTICA e PRINCÍPIOS ÉTICOS • Texto de Daniel Romero Muñoz – Bioética: o novo caminho da ética em saúde. SIGILO PROFISSIONAL As relações na área de saúde não são tão simples. Há casos em que a complexidade das situações diárias em saúde faz com que não haja uma resposta ético- legal pronta a ser seguida, apesar de seguirmos as recomendações legais. A garantia da preservação do segredo das informações, além de uma obrigação legal contida no Código Penal e na maioria dos Códigos de Ética profissional, é um dever de todos os profissionais e também das instituições. O acolhimento deve fazer parte do atendimento dos usuários dos serviços de saúde para que se sintam seguros em abrir sua privacidade ao profissional, o que pode auxiliar no planejamento das ações pertinentes a suas questões de saúde Para desenvolver atividades em benefício do cuidado do paciente, a troca de informações entre a equipe de saúde não caracteriza uma quebra de sigilo desde que seja limitada às informações que cada profissional precisa para prestar atendimento. A regra geral é não revelar o segredo. Há disposições previstas na legislação brasileira, como, por exemplo, o Código Penal Brasileiro, define no art. 154 o crime de violação do segredo profissional quando “revelar a alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão e cuja revelação possa produzir dano a outrem”. O Código Civil Brasileiro, por sua vez, informa, no art. 229, que “ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo”. No entanto, a regra geral de não revelar segredo possui exceções, desde que por justa causa, como: notificar, à autoridade competente, a ocorrência de doença de informação compulsória, de maus-tratos em crianças ou adolescentes, de abuso ao idoso ou de ferimento por arma de fogo quando houver a suspeita de que esta lesão seja resultante de um ato criminoso. E ainda a decisão mais inovadora, inserida no Código de Ética da enfermagem, que trata do segredo relativo ao menor de idade: “O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido, mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou riscos ao mesmo. Situações especiais:HIV-AIDS Pacientes Psiquiátricos Demonstrações médicas Pesquisa *No Brasil, os códigos de ética de alguns profissionais impedem a estes prestar informações mesmo a um juiz. HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE Artigo: A humanização hospitalar como expressão da Ética
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