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Relação entre os Estados e o Direito Tributário e o princípio pecunia non olet

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Faculdade Presidente Antônio Carlos de Aimorés
Mantida pela Fundação Presidente Antônio Carlos
	
ALUNO: BIANCA NORONHA CANDIDA. 
CURSO: DIREITO 	PERÍODO: 7º
DOCENTE: LUCAS KAISER
DISCIPLINA: DIREITO TRIBUTÁRIO
ATIVIDADE DO PORTAL
	
	
	VALOR
	NOTA
	
	5,0
	
	
	
Data: 
	
	 
1) A partir do “contrato social”, o Estado assumiu diferentes características ao longo do tempo. No que atine a sua relação com o Direito Tributário, diz-se que o Estado foi “patrimonialista”, num primeiro momento, “policial”, num segundo, e, finalmente, Fiscal, minimalista e social, num terceiro momento. Neste sentido, estabeleça a relação entre os três Estados supramencionados e o próprio Direito Tributário.
Estado Patrimonial: há confusão entre o público e privado, o imperium e o dominium, a fazenda do príncipe e a fazenda pública. Sua dimensão principal , que lhe marca o próprio nome. Consiste em se basear no patrimonialismo financeiro, ou seja, em viver fundamentalmente das rendas patrimoniais ou dominiais do príncipe, só secundariamente se apoiando na receita extrapatrimonial dos tributos. 
Estado de Polícia: é modernizador, intervencionista, centralizador e paternalista. Baseia-se na atividade de "polícia", que corresponde ao conceito alemão de Polizei, e não ao de polícia no sentido grego ou latino, eis que visa sobretudo à garantia da ordem e da segurança e à administração do bem-estar e da felicidade dos súditos e do Estado. 
Estado de Fiscal: é específica figuração do Estado de Direito; é o novo perfil da receita pública, que passou a se fundar nos empréstimos, autorizados e garantidos pelo legislativo, e principalmente nos tributos, ingressos derivados do trabalho e do patrimônio do contribuinte, ao revés de se apoiar nos ingressos originários do patrimônio do príncipe. 
2) Um dos primados do Direito Tributário é o pecunia non olet. A partir do que foi estudado sobre o tema, apresente sua opinião acerca da aplicação do princípio mencionado, abordando em sua resposta o seu sentido doutrinário.
É princípio consagrado em Direito Tributário que o tributo deve incidir sobre as atividades lícitas e, da mesma forma, sobre aquelas consideradas ilícitas ou imorais. Isso ocorre de acordo com o princípio pecunia non olet, segundo o qual, para o Estado, o dinheiro não tem cheiro que se traduz na conhecida expressão pecunia non olet. Aliomar Baleeiro lembra que a cláusula surgiu a partir do diálogo ocorrido entre o Imperador Vespasiano e seu filho Tito, quando este se pôs a indagar o pai sobre a razão pela qual se decidiu tributar os usuários de banheiros públicos na Roma Antiga. Assim, o Imperador justificou a incidência do tributo respondendo que o dinheiro não tem cheiro, não importando para o Estado a fonte de que provenha (Direito tributário brasileiro. Atualizado por Misabel Abreu Machado Derzi, 11ª. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 714). Em outras palavras, pouco importa para o Fisco, desde tempos antigos, se a atividade praticada pelo contribuinte é "limpa" ou "suja".
Assim, diante do fato típico previsto na legislação tributária, o que importa é tão somente a sua análise objetiva sendo irrelevante se o fato gerador do tributo decorre de uma fonte lícita ou ilícita, de ato imoral ou não, de ato nulo ou anulável, criminoso ou não. Em outras palavras, o Direito Tributário preocupa-se em saber tão somente sobre a relação econômica relativa a um determinado negócio jurídico.
De fato, há uma universal incidência do tributo não importando sua origem ou fonte. O Código Tributário Nacional, de certo modo, prevê uma versão atenuada da teoria da interpretação econômica do fato gerador que se desenvolveu na Alemanha, com a doutrina de Ennio Becker. Dispõe o art. 118 do CTN que:
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I – da validade jurídica os atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II – dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
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