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AULA 7- Obrigações solidárias

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DIREITO CIVIL – Obrigações solidárias Síntese 07
André Mendes
	
SINTESE DA MATÉRIA
Obrigações solidárias – Artigos 264 a 285 do Código Civil – “LER OS ARTIGOS”
- Se possível, além de ler os artigos do Código Civil, acima indicados, ler também o assunto em uma doutrina de sua preferência, que trate do tema direito das obrigações – obrigações solidárias.
Referências Bibliográficas: Caio Mário da Silva Pereira / Carlos Roberto Gonçalves / Silvio de Salvo Venosa / Maria Helena Diniz / Flávio Tartuce – Direito das Obrigações 
Obs. – Pode-se ler também qualquer outro autor de sua preferência, ou que você tiver disponível, que trate do tema.
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OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIA (art. 264 a 285, CC) – ler os artigos.
A solidariedade é um fenômeno que une credores, ou devedores, em um único vínculo obrigacional em que a prestação é devida por inteiro a cada um dos credores – no caso de solidariedade ativa - ou devida por inteiro por cada um dos devedores – no caso de solidariedade passiva (art. 264).
 Na solidariedade existe uma pluralidade de sujeitos e unidade do crédito ou do débito, ou seja, pluralidade subjetiva e unidade objetiva (ou da prestação).
 Por sua natureza, a solidariedade enseja a incindibilidade da obrigação com relação aos sujeitos.
 Cada um dos credores é ao mesmo tempo credor da dívida toda; cada um dos devedores é ao mesmo tempo devedor do débito inteiro. É como se em cada polo da obrigação houvesse apenas um sujeito.
 Observe, assim, que a solidariedade é um fenômeno anormal. É, também, um fenômeno jurídico excepcional.
Questão: Por que a solidariedade é um fenômeno juridicamente excepcional?
Art. 265 Exemplos: 
Paulo e José causam dano a Roberto, e se tornam obrigados a indenizar os prejuízos que causaram. Por disposição legal, sua obrigação de indenizar é solidária (art. 942).
Jorge empresta dinheiro a Luiz. Joaquim se obriga a garantir o pagamento, assumindo voluntariamente (convenção/vontade das partes) a posição de devedor solidário.
Diferenças entre obrigação solidária e obrigação indivisível
 É muito importante não confundir a obrigação solidária com a obrigação indivisível.
 Na obrigação solidária o que ocorre é a incindibilidade (indivisibilidade) do crédito ou do débito.
Na obrigação indivisível é a prestação que é indivisível, que não pode ser dividida.
	Obrigação solidária
	Obrigação indivisível
	1. a causa da solidariedade se refere aos sujeitos Os sujeitos é que são vinculados á totalidade da obrigação.
	1. a causa da indivisibilidade se refere ao objeto é a coisa a ser entregue que é indivisível.
	2. o devedor solidário paga por inteiro porque deve por inteiro.
	2. o devedor da prestação indivisível somente paga por inteiro por ser impossível o pagamento repartido de acordo com as quotas de cada devedor.
	3. a solidariedade é sempre uma criação jurídica (legal ou convencional).
	3. já a indivisibilidade pode ser real, quando a prestação é naturalmente indivisível (ex.: entregar a vaca mimosa).
	4. a solidariedade permanece mesmo quando a obrigação se converte em perdas e danos.
	4. a indivisibilidade desaparece quando a obrigação se converte em perdas e danos.
TEORIAS
 Existem duas teorias para explicar essa relação obrigacional (solidária) em que, apesar de haver pluralidade de sujeitos, estes são tratados como se fosse um só. São a teoria pluralista e a teoria unitarista. Os pluralistas visualizam diversos vínculos obrigacionais a ligar os sujeitos dos polos opostos em uma obrigação solidária. Os unitaristas (nos parece a melhor teoria) visualizam, na obrigação solidária, a existência de um único vínculo apenas que liga os sujeitos dos polos opostos, e o que une os diversos sujeitos que ocupam o mesmo polo neste único vínculo, que é a unidade de fim, ou seja, a solução da obrigação solidária é única.
Isso explica porque o pagamento feito a qualquer um dos credores, na solidariedade ativa, ou feito por qualquer um dos devedores, na solidariedade passiva, extingue a obrigação, satisfaz todos os credores e libera todos os devedores.
COMO FUNCIONA O VINCULO
A solidariedade, na verdade, só se manifesta nas relações externas, ou seja, nas relações travadas entre os credores solidários e o devedor ou entre os coobrigados e o credor.
Nas relações internas, ou seja, nas relações dos coobrigados entre si, ou dos cocredores entre si, o crédito ou o débito sempre será divisível. Isso significa que o devedor que pagar a totalidade tem o direito de receber dos demais coobrigados o equivalente (em dinheiro) apenas à fração que lhes corresponde respectivamente.
ELEMENTOS NÃO ESSENCIAIS 
Na obrigação solidária os elementos não essenciais da obrigação podem varia de sujeito para sujeito. É o que se encontra no artigo 266. (ler artigo)
SOLIDARIEDADE ATIVA
Quando há pluralidade de credores, cada um com direito à dívida toda. (art. 267)
 Cada credor tem direito de exigis do devedor o cumprimento integral da prestação.
 Se nenhum dos credores demandar o devedor, este poderá pagar a qualquer um deles, liberando-se da obrigação com esse pagamento (art. 268).
 Pagamento fracionado = Deve-se lembrar que a solidariedade não se refere à indivisibilidade da prestação, mas à incindibilidade do crédito ou do débito de cada credor ou devedor. Pode ocorrer de o objeto da prestação ser naturalmente divisível. Nesse caso, pode acontecer de um dos credores solidários concordar em receber apenas uma fração do montante devido. Se o credor, mesmo tendo direito à dívida toda, consentir em receber apenas uma fração do pagamento, a obrigação não se extinguirá, mas dela se descontará o montante pago. Importante observar que, que o credor que recebeu apenas parte (ainda que essa parte se referisse ao que lhe caberia na relação interna com os outros credores) ele continua tendo o poder de acionar o devedor para receber o restante da dívida, já que na relação externa a solidariedade não se extingue. (art. 269).
Questão: Você acha possível existir obrigação solidária divisível?
 CAUSA MORTIS – A solidariedade não se transmite causa mortis (em razão da morte). (art. 270).
Assim, se um dos credores solidários falece, cada um de seus herdeiros terá o direito de receber apenas a quota correspondente ao seu quinhão hereditário, a não ser que a prestação seja indivisível.
PERDAS E DANOS
Art. 271 mesmo que a obrigação se converta em perdas e danos, a solidariedade subsiste, para todos os efeitos.
REMISSÃO DA DÍVIDA POR UM DOS CREDORES
Qualquer um dos credores solidários pode perdoar a dívida na sua inteireza, já que é credor da dívida toda e não apenas de sua quota se isso ocorre, o devedor fica completamente liberado do vínculo. 
Em razão do vínculo interno que os liga, o credor que perdoou a dívida responde perante os demais pela fração da dívida que lhes caiba (art. 272).
 EXCEÇÕES PESSOAIS
ART. 273 – A exceção que o devedor tem contra apenas um dos credores em nada afeta os demais.
Exemplos: 
João e Pedro são credores de R$ 200,00 devidos por Júlia. A devedora, por sua vez, é credora de R$ 200,00 de João. Demandada para pagamento por Pedro, nada pode a ele opor, pois a compensação somente poderá ser oposta a João.
Se, por outro lado, João demanda de Júlia o pagamento e o juiz declara a compensação, nada impedirá que Pedro ajuíze ação contra Júlia com a finalidade de receber a dívida, pois o julgamento contrário a Pedro não lhe atinge. (art. 274).
Jorge causa um dano a Paula e Flávia. Quatro anos depois do fato, Paula aciona Jorge, que se defende arguindo prescrição, tendo em vista que a pretensão de reparação civil se extingue em três anos (art. 206, § 3º, V). Paula contra-ataca o argumento, alegando que à época do fato tinha quinze anos, pelo que era absolutamente incapaz e, por conseguinte, contra ela o prazo prescricional só começou a correr um ano depois, quando tornou-se relativamente capaz (art. 198, I). Nessecaso o julgamento favorável a Paula não aproveita a Flávia, pois se funda em exceção pessoal de Paula, qual seja: a causa impeditiva da prescrição. Contra Flávia, que era capaz à época em que o dano foi causado, o prazo prescricional correu e a prescrição se consumou. (art. 274, parte final).
SOLIDARIEDADE PASSIVA
Ocorre com maior frequência do que a solidariedade ativa. Na solidariedade passiva há pluralidade de devedores, cada um é obrigado pela dívida toda.
O credor pode exigir de qualquer um dos codevedores a dívida toda ou parte dela, se divisível a prestação (art. 275, primeira parte).
 O pagamento parcial aproveita a todos os devedores quanto à fração paga (art. 277), permanecendo todos, inclusive o solvente (o que pagou), obrigados pelo restante da dívida, que poderá ser exigido integralmente de qualquer um (art. 275, segunda parte).
 O mesmo efeito acima ocorre com relação à remissão parcial (art. 277).
 O agravamento da posição de um devedor não atinge os demais, de modo que qualquer cláusula, condição ou encargo que se estipule posteriormente entre um ou alguns dos devedores solidários e o credor não surte efeito com relação aos demais, salvo se houver consentimento destes (art. 278).
 CHAMAMENTO AO PROCESSO
No caso de solidariedade passiva, a consequência do ajuizamento da ação contra apenas um ou alguns dos devedores solidários é o dever processual de o réu, ou réus, requererem a citação dos demais devedores solidários, por meio do chamamento ao processo (art. 130, III, NCPC), para que eventual sentença condenatória atinja todos eles.
A propositura de ação contra apenas um dos devedores solidários não significa a renúncia do direito de crédito contra os demais (art. 275, parágrafo único).
 EXCEÇÕES PESSOAIS
Podem opor as exceções pessoais próprias e as comuns. Não aproveita aos demais a exceção pessoal de de algum dos devedores solidários (art. 281).
 CAUSA MORTIS
A solidariedade não se transmite causa mortis.
 IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO
Se a prestação se tornar impossível por culpa de um dos devedores solidários, todos serão obrigados a indenizar o credor pelo equivalente (valor em dinheiro da prestação), mas somente o devedor culpado arcará com eventuais perdas e danos (art. 279).
 JUROS MORATÓRIOS E MULTA
Em caso de mora, todos respondem pelos juros moratórios e pela multa. Mas aqui também o culpado será responsabilizado para ressarcir tais juros e multa aos demais devedores solidários que vierem a pagá-los ao credor (art. 280).
 RENÚNCIA DA SOLIDARIEDADE
A solidariedade passiva é um benefício para o credor, de modo que poderá a ela renunciar, em relação a todos os devedores, a um, ou a alguns (art. 282). Se o credor exonerar um ou alguns, subsistirá a solidariedade dos demais (art. 282, parágrafo único).
 VÍNCULO INTERNO – presunção de igualdade de quotas – interesse imediato de um dos devedores na prestação (devedor principal)
Exemplos:
Joaquim e Paulo eram devedores solidários de R$ 2.000,00. Joaquim pagou. Quanto ao vínculo interno, presume-se que a quota de cada um no débito era de metade, ou seja, R$ 1.000,00. Logo, Joaquim poderá exigir de Paulo R$ 1.000,00. (art. 283, primeira e terceira parte).
Se houver devedor insolvente, sua quota será repartida entre os demais (art. Art. 283, segunda parte e art. 284).
João, Pedro, Caio e Jorge eram devedores solidários de R$ 400,00. João pagou. Caio se encontra insolvente. O credor renunciara à solidariedade com relação a Pedro. João, em razão do vínculo interno, poderia demandar de cada um dos coobrigados os R$ 100,00 que lhes tocam. Em razão da insolvência de Caio, cada devedor, inclusive o solvente e o que não mais se considerava solidário – suportará um acréscimo em sua quota, correspondente a um terço de R$100,00. Assim, João não receberá nada de Caio, e receberá de Jorge e Pedro as respectivas quotas (R$ 100,00) mais os acréscimos (um terço de R$ 100,00 para cada um).
Em uma locação com fiança solidária, o locatário é o devedor solidário que tem interesse imediato na prestação (devedor principal); o fiador, embora figure como codevedor solidário, é mero garante. Se vier a pagar, poderá exigir do locatário o montante integral que desembolsou. (art. 285)

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