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Direito Internacional

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Direito Internacional 
Público e Privado 
Prof.ª Paola de Andrade Porto 
 
paolaporto.blogspot.com.br 
 
paolaporto@id.uff.br 
1 
1.1 Direito Internacional 
Público – Noções 
preliminares 
¡  “...o Direito vai deixando de somente regular questões internas para 
também disciplinar atividades que transcendem os limites físicos dos 
Estados, criando um conjunto de normas capazes de realizar esse mister. 
¡  Esse sistema de normas jurídicas (dinâmica por excelência) que visa 
disciplinar e regulamentar as atividades exteriores da sociedade e dos 
Estados (e também, modernamente, das Organizações Internacionais e 
dos próprios indivíduos) é o que se chama de Direito Internacional Público 
ou Direito das Gentes”. (Hildebrando Accioly, 1956. p. 1-2) 
¡  “... conjunto de princípios e regras jurídicas (costumeiras e convencionais) 
que disciplinam e regem a atuação e a conduta da sociedade 
internacional (formada pelos Estados, pelas organizações internacionais 
intergovernamentais e também pelos indivíduos), visando alcançar as 
metas comuns da humanidade e, em última análise, a paz, a segurança e 
a estabilidade das relações internacionais.” (Mazzuoli, 2007. p. 43) 
2 
Mazzuoli criou essa definição de Direito Internacional 
a partir da análise de três critérios: 
  
a) Critério dos sujeitos intervenientes: O DIP disciplina e 
rege a atuação e a conduta da sociedade 
internacional. 
 
b) Critério das matérias reguladas: O DIP visa 
alcançar metas comuns da humanidade (segurança, 
paz, estabilidade das relações internacionais); 
 
c ) C r i t é r i o d a s f o n t e s n o r m a t i v a s : O D I P 
consubstancia-se num conjunto de princípios e regras 
jurídicas, costumeiras e convencionadas. 
3 
Exemplos de Tratados e Convenções que nomeiam Sociedade 
como Comunidade 
  
1.  Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969 – art. 
53; 
2.  Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982 
– art. 59; 
3.  Declaração e Programa de Ação de Viena, de 1993 – art. 1º. 
 
4 Sociedade Internacional Comunidade Internacional 
Estados e Organizações Internacionais 
intergovernamentais, com reflexos voltados 
também para atuação dos indivíduos no 
plano internacional. Conceito em mutação, 
que poderá ser modificado no futuro com a 
presença de novos atores das relações 
internacionais 
Mazzuoli entende que não existe uma 
comunidade internacional, pois a mesma 
pressupõe a existência de um laço 
espontâneo e subjetivo de identidade 
(familiar, social, cultural, religioso etc.) 
entre seus partícipes, que não exista 
dominação de uns em detrimento de outros 
sociedade vínculos que unem os indivíduos 
que participam 
 
Comunidade vínculos que unem os 
indivíduos que pertençam 
vínculos construídos pela normatização – 
tratados legislação 
 
Vínculos por valores éticos comuns 
ideia de divergência Ideia de convergência 
CONVENÇAO DE VIENA 
¡  Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de Maio de 1969 
¡  Artigo 53 
Tratados incompatíveis com uma norma imperativa de direito internacional geral (jus 
cogens) É nulo todo o tratado que, no momento da sua conclusão, seja incompatível 
com uma norma imperativa de direito internacional geral. Para os efeitos da presente 
Convenção, uma norma imperativa de direito internacional geral é uma norma aceite e 
reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu todo como norma cuja 
derrogação não é permitida e que só� pode ser modificada por uma nova norma de 
direito internacional geral com a mesma natureza. (grifo nosso) 
¡  Artigo 64 
Superveniência de uma norma imperativa de direito internacional geral (jus cogens). Se 
sobrevier uma nova norma imperativa de direito internacional, geral, qualquer tratado 
existente que seja incompatível com essa norma torna-se nulo e cessa a sua vigência. 
5 
DIREITO COGENTE 
¡  Jus cogens (direito cogente) são as normas 
peremptórias (peremptórias ou perentórias) 
imperativas do direito internacional, inderrogáveis 
pela vontade das partes. 
¡ Os art.nº 53º e 64º da 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados 
referem de que forma o jus cogens vigora na 
sociedade internacional. 
6 
Sujeitos de Direito Internacional Atores Internacionais 
-  Estados; 
-  Organizações Internacionais 
Intergovernamentais 
-  Indivíduos 
 
 (Mazzuoli) 
-  Indivíduo 
-  Santa Sé 
-  Insurretos e beligerantes 
reconhecidos; 
-  Organização não 
governamental (ONGs) 
-  Empresas Multi ou 
Transnacionais 
 
(Luiz Carlos Lopes Moreira) 
7 
Ordem Jurídica da 
Sociedade Internacional 
¡ Descentralizada 
¡  Horizontal 
¡  Embrionária 
¡ Coordenação (ou invés de subordinação) 
¡ Vontade e Consentimento 
¡  Sem território determinado 
8 
1.2 Historicidade do Direito 
Internacional Público 
Períodos Acontecimentos 
Primeiros 
rudimentos de jus 
inter gentes 
Tribos e clãs de povos distinos 
Isolamento, hostilidade e guerras entre os povos 
-  Inviolabilidade de arautos e mensageiros 
-  Obrigatoriedade dos tratados (pacta sunt 
servanda boa fé 
-  Estatuto jurídico do estrangeiro e respeito as 
regras do comercio, asilo, relações familiares 
-  Sanções de direito internacional (guerra e 
conflitos armados) 
-  Ius gentium 
9 
Períodos Acontecimento 
Tratado de Westfália 
(1648) 
 
Estado Moderno 
Muitos autores entendem que esse diploma 
inaugurou o moderno Sistema do Direito 
Internacional, acatando consensualmente 
noções e princípios como o de soberania estatal 
e o de Estado Nação. 
 
Congresso de Viena, 
1815 (fim das guerras 
Napoleônica). 
 
Sistema multilateral de cooperação política e 
econômica 
Proibição do tráfego negreiro 
Liberdade irrestrita de navegação nos rios 
internacionais 
Primeiras regras de protocolo diplomático 
Bidimensional (limitado a terra e ao mar) 
 
Tratado de Versalhes 
(1919) Alemanha e os 
países vencedores da 
primeira guerra; 
Tridimensional (terra, mar, aeronáutico e fundo 
do oceano) e todo direito ambiental 
Humanização do direito internacional (Cansado 
Trindade) sistema internacional de proteção dos 
direitos fundamentais; 
Pacto Sociedade das Nações 
10 
Segunda metade do 
século XIX 
¡  1856 – Congresso de Paris 
¡  1864 – 1ª Convenção da Cruz Vermelha 
¡  1868 – Declaração contra projéteis explosivos ou 
inflamáveis 
¡  1878 – Congresso de Berlim 
¡  1884-86 – Conferência Africana de Berlim 
¡  1889-90 – Conferência de Bruxelas 
¡  1889-90 – 1ª Conferência Internacional dos Países 
Americanos 
¡  1899 – Conferência da Paz, de Haia 
 
11 
¡  Direito internacional a técnica de regulação pacífica da convivência 
entre estados e seus respectivos interesses e áreas de atuação. (Accioly) 
¡  Consenso / coexistência 
¡  Ordem de natureza hierárquica, limitada às grandes potencias, onde a 
proteção de pequenos Estados resultava apenas, como registra Stanley 
HOFFMANN, do equilíbrio do sistema, que impedia a voracidade das 
grandes potencias. Esta ordem teve natureza mais politica e diplomática 
do que jurídica, mas deu margem ao aparecimento e à consolidação de 
um direito internacional público, que hoje chamaríamos, segundo 
FRIEDMANN, um direito internacional de coexistência. Este passou a 
regular, dentro desta ordem, as regras de mútuo respeito pelas 
respectivas soberanias nacionais, a partir da abstração da igualdade 
jurídica dos Estados, numa sociedade internacional de membros pouco 
numerosos, de relacionamento pouco diferenciado, que se colocaram 
uns em relação aos outros de forma mais ou mesmos justaposta 
12 
As tendências evolutivas DI 
¡  Universalização; Autodeterminação dos povos. Decorrência da 
desagregação dos impérios marítimos europeus, império continental 
soviético e movimentos de independência. Direito Internacional 
universal e não euro-americano (eurocentrismo). 
¡  Regionalização; Em razão da economia, politica estratégicas ou 
culturais, criação de espaços regionais de solidariedade, cooperaçãopoliticas. Ex., União Europeia. 
¡  Institucionalização; Ultrapassa a natureza das relações bilaterais e 
multilaterais entres os Estados, estão também fundado nos organismos 
internacionais (ONU), agências especializadas e criação de órgãos 
supranacionais com poder decisório (UE). 
¡  Funcionalização; Extravasa as relações externas entre Estados e 
penetra no plano do direito interno de cada país (solução dos 
problemas como saúde, trabalho, ambiente etc.). 
13 
¡  Humanização; A partir da Carta das Nações 
Unidas (1945) e Declaração Universal dos Direito 
Humanos (1948), Convenção Europeia dos Direitos 
do Homem (1950), Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos (1969). Criação da Justiça Penal 
Internacional – tribunal de Nuremberg e Tóquio e 
recentemente Tribunal Penal Internacional aos 
crimes cometidos pela ex-Iugoslávia e Ruanda. 
¡  Objetivação; Formação de regras internacionais 
livres e independentes da vontade dos Estados – 
superação do dogma voluntarista, isto é, a 
vontade dos atores era o fundamento único do DI. 
 
¡  Codificação Art. 13, §1º alíena a, da Carta das 
N a ç ã o U n i d a s d e 1 9 4 5 , “ i n c e n t i v a o 
desenvo lv imento p rogres s i vo do d i re i to 
internacional e sua codificação”. 
14 
Jurisdicionalização 
¡ A evolução passou por 3 fases: 
¡  criação de tribunais internacionais de vencedores contra 
vencidos (classificado hoje como arcaico e primitivo – 
tribunais militares pós-guerras; 
¡  criação de tribunais ad hoc pelo Conselho de Segurança 
da ONU (por Resolução e não tratado), Ex-Iusgulávia e 
Ruanda; 
¡  Institucionalização de tribunais internacionais de caráter 
permanente e universal por meio de Tratado – Tribunal 
Penal Internacional. 
 
15 
2. Fontes do Direito 
Internacional Público 
¡  “Por fontes do Direito Internacional entendemos os 
documentos ou pronunciamentos dos quais emanam 
direitos e deveres das pessoas internacionais, 
configurando os modos formais de constatações do 
direito internacional.” (Hildebrando Acciolly) 
¡  Direito Internacional positivo: direitos e deveres 
internacionais como resultado da vontade expressa ou 
tácita dos Estados à fontes positivas. 
16 
Fontes 
Fundamental, 
racional ou objetivo 
Fonte real 
(verdadeira) 
Princípios gerais do 
direito 
Formal e positivo Fonte formal ou 
positiva (dão forma 
positiva ao direito 
objetivo) 
Regras aceitas e 
sancionadas pelo 
poder público 
Costumes e tratados 
17 
Toda relação jurídica deve ser concebida sob os seguintes 
aspectos 
Âmbito internacional (de acordo com art. 38 do CIJ) 
  
Fontes Primárias à Tratados, costumes e princípios gerais de 
direito 
Meios auxiliares à decisões judiciarias, doutrina dos publicistas 
 
Corte Internacional de 
Justiça 
¡  Artigo 38 
¡  1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as controvérsias que sejam 
submetidas, deverá aplicar; 
¡  2. As convenções internacionais, sejam gerais ou particulares, que estabeleçam regras 
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
¡  3. o costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito; 
¡  4. os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas; 
¡  5. as decisões judiciais e as doutrinas dos publicitários de maior competência das diversas 
nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito, sem prejuízo do disposto 
no Artigo 59. 
¡  6. Apresente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir um litígio ex aequo et 
bono, se convier às partes. 
¡  * ex aequo et bono à equidade ( meio supletivo que visa ao preenchimento de lacunas do 
direito positivo) – deve ser aceito pelas partes. 
18 
Classificação das fontes 
Mazzuoli 
Fontes Materiais Formais 
Política do Direito Ciência do Direito 
Exame do conjunto de fatores 
sociológicos, econômicos, ecológicos, 
psicológicos e culturais que condiciona a 
decisão do poder no ato de edição e 
formalização das diversas fontes do Direito 
Leis devidamente elaboradas por processo 
legislativo, o costume, analogia, equidade, os 
princípios gerais do direito, jurisprudência 
Métodos de criação das normas jurídicas, 
com efeito vinculante aos atores que se 
destinam 
Formas- que o direito positivo vai atuar e impor, 
disciplinando as relações jurídicas. 
Determinam o conteúdo (matéria) Emanam de autoridade 
 
 Primárias Secundárias 
Constituição Lei, costumes, 
princípios gerais do 
direito, doutrina 
19 
20 
Quadros do livro de Paulo Henrique Gonçalves Portela – Direito Internacional Público. Ed. Jus Podium. p. 73) 
2.1 Tratados 
¡ A principal e mais concreta fonte do Direito 
Internacional Público; 
¡ Consubstanciam na vontade livre e conjugada 
dos Estados e Organizações Internacionais; 
¡  Elaborados democraticamente pelos próprios 
sujeitos participantes; 
 
21 
¡ Os tratados internacionais são superiores às leis 
internas: eles revogam as normas domésticas 
anteriores que lhes sejam contrárias e devem ser 
observados pelas que lhes sobrevenham. Todas 
as leis posteriores – diz claramente Accioly – não 
devem estar em contradição com as regras ou 
princípios estabelecidos pelos tratados; e 
finalmente, qualquer lei interna que com eles se 
relacionem deve ser interpretada, tanto quanto 
possível, de acordo com o direito convencional 
anterior. (MAZZUOLI, 2007, p. 87) 
22 
¡  Conceitos de atos internacionais de acordo com o 
Ministério das Relações Exteriores 
¡  DENOMINAÇÕES DOS ATOS INTERNACIONAIS 
¡  É variada a denominação dada aos atos 
internacionais, tema que sofreu considerável 
evolução através dos tempos. Embora a 
denominação escolhida não influencie o caráter 
do instrumento, ditada pelo arbítrio das partes, 
pode-se estabelecer certa diferenciação na 
prática diplomática, decorrente do conteúdo do 
ato e não de sua forma. As denominações mais 
comuns são tratado, acordo, convenção, 
protocolo e memorando de entendimento. Nesse 
sentido, pode-se dizer que, qualquer que seja a sua 
denominação, o ato internacional deve ser formal, 
com teor definido, por escrito, regido pelo Direito 
Internacional e que as partes contratantes são 
necessariamente pessoas jurídicas de Direito 
Internacional Público. 
23 
¡  TRATADO 
¡  A expressão Tratado foi escolhida pela Convenção de Viena sobre o 
Direito dos Tratados de 1969, como termo para designar, 
genericamente, um acordo internacional. Denomina-se tratado o ato 
bilateral ou multilateral ao qual se deseja atribuir especial relevância 
política. Nessa categoria se destacam, por exemplo, os tratados de 
paz e amizade, o Tratado da Bacia do Prata, o Tratado de 
Cooperação Amazônica, o Tratado de Assunção, que criou o 
Mercosul, o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares. 
 
¡  CONVENÇÃO 
¡  Num nível similar de formalidade, costuma ser empregado o termo 
Convenção para designar atos multilaterais, oriundos de conferências 
internacionais e que versem assunto de interesse geral, como por 
exemplo, as convenções de Viena sobre relações diplomáticas, 
relações consulares e direito dos tratados; as convenções sobre 
aviação civil, sobre segurança no mar, sobre questões trabalhistas. É 
um tipo de instrumento internacional destinado em geral a estabelecer 
normas para o comportamento dos Estados em uma gama cada vez 
mais ampla de setores. No entanto, existem algumas, poucas é 
verdade, Convenções bilaterais, como a Convenção destinada a 
evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal celebrada com a 
Argentina (1980) e a Convenção sobre Assistência Judiciária Gratuita 
celebrada com a Bélgica (1955). 
24 
¡  ACORDO 
¡  O Brasil tem feito amplo uso desse termo em suas 
negociações bilaterais de natureza política, econômica, 
comercial, cultural, científica e técnica. Acordo é 
expressão de uso livre e de alta incidência na prática 
internacional, embora alguns juristas entendam por 
acordo os atos internacionais com reduzido número de 
participantese importância relativa. No entanto, um dos 
mais notórios e importantes tratados multilaterais foi assim 
denominado: Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). 
¡  O acordo toma o nome de Ajuste ou Acordo 
Complementar quando o ato dá execução a outro, 
anterior, devidamente concluído. Em geral, são 
colocados ao abrigo de um acordo-quadro ou acordo-
básico, dedicados a grandes áreas de cooperação 
(comércio e finanças, cooperação técnica, científica e 
tecnológica, cooperação cultural e educacional). Esses 
acordos criam o arcabouço institucional que orientará a 
execução da cooperação. 
¡  Acordos podem ser firmados, ainda, entre um país e uma 
organização internacional, a exemplo dos acordos 
operacionais para a execução de programas de 
cooperação e os acordos de sede. 
25 
¡  AJUSTE OU ACORDO COMPLEMENTAR 
É o ato que dá execução a outro, anterior, devidamente concluído e 
em vigor, ou que detalha áreas de entendimento específicas, 
abrangidas por aquele ato. Por este motivo, são usualmente colocados 
ao abrigo de um acordo-quadro ou acordo-básico.  
¡  PROTOCOLO 
Protocolo é um termo que tem sido usado nas mais diversas acepções, 
tanto para acordos bilaterais quanto para multilaterais. Aparece 
designando acordos menos formais que os tratados, ou acordos 
complementares ou interpretativos de tratados ou convenções 
anteriores. É utilizado ainda para designar a ata final de uma 
conferência internacional. Tem sido usado, na prática diplomática 
brasileira, muitas vezes sob a forma de "protocolo de intenções", para 
sinalizar um início de compromisso. 
¡  MEMORANDO DE ENTENDIMENTO 
Designação comum para atos redigidos de forma simplificada, 
destinados a registrar princípios gerais que orientarão as relações entre 
as Partes, seja nos planos político, econômico, cultural ou em outros. O 
memorando de entendimento é semelhante ao acordo, com exceção 
do articulado, que deve ser substituído por parágrafos numerados com 
algarismos arábicos. Seu fecho é simplificado. Na medida em que não 
crie compromissos gravosos para a União, pode normalmente entrar em 
vigor na data da assinatura. 
26 
¡  CONVÊNIO 
O termo convênio, embora de uso freqüente e tradicional, padece do 
inconveniente do uso que dele faz o direito interno. Seu uso está 
relacionado a matérias sobre cooperação multilateral de natureza 
econômica, comercial, cultural, jurídica, científica e técnica, como o 
Convênio Internacional do Café; o Convênio de Integração 
Cinematográfica Ibero-Americana; o Convênio Interamericano sobre 
Permissão Internacional de Radioamador. Também se denominam 
"convênios" acertos bilaterais, como o Convênio de Cooperação 
Educativa, celebrado com a Argentina (1997); o Convênio para a 
Preservação, Conservação e Fiscalização de Recursos Naturais nas 
Áreas de Fronteira, celebrado com a Bolívia (1980); o Convênio 
Complementar de Cooperação Econômica no Campo do Carvão, 
celebrado com a França (1981). 
¡  ACORDO POR TROCA DE NOTAS 
Emprega-se a troca de notas diplomáticas, em princípio, para assuntos 
de natureza administrativa, bem como para alterar ou interpretar 
cláusulas de atos já concluídos. Não obstante, o escopo desse acordos 
vem sendo ampliado. Seu conteúdo estará sujeito à aprovação do 
Congresso Nacional sempre que incorrer nos casos previstos pelo Artigo 
49, inciso I, da Constituição. Quanto à forma, as notas podem ser: a) 
idênticas (com pequenos ajustes de redação), com o mesmo teor e 
data; b) uma primeira nota, de proposta, e outra, de resposta e 
aceitação, que pode ter a mesma data ou data posterior. 
27 
¡  Segundo Mazzuoli, o Direito dos Tratados é o 
estudo que regula: 
¡  a forma como negociam as partes; 
¡  quais os órgãos encarregados de tal 
negociação; 
¡  qual o gênero dos textos internacionais 
produzidos; 
¡  a forma de assegurar a autenticidade do texto; 
¡  como as partes manifestam o seu consentimos 
em obrigar-se pelo acordo; 
¡  quais os efeitos que tal compromisso produz 
sobre os pactuantes e sobre terceiros; 
¡  a forma de duração, alteração e extinção dos 
atos internacionais; 
28 
2.2 Costumes 
¡  Normas internacionais de origem consuetudinárias. 
¡  estabelecer um corpo de regras universalmente aplicáveis 
em vários domínios do direito das gentes; 
¡  permite a criação de regras gerais que são as regras-
fundamento de constituição da sociedade internacional; 
¡  Consuetudo est servanda – primeira fonte do direito 
internacional a partir do Tratado de Westfália; 
¡  A positivação dos costumes em norma convencional não 
o extingue; 
¡  Prova de uma prática geral ou a própria prática colocada 
em movimento; 
29 
Elemento Material ou 
Objetivo do Costume 
¡  Elementos necessários à formação do costume internacional 
(Mazzuoli, p. 89-90) 
¡  Repetição generalizada, reiterada e uniforme de certos atos 
praticados pelos sujeitos de direito internacional (exceto os 
particulares) ante a um quadro fático. Prova de uma prática geral. 
Multiplicação de “precedentes” costumeiros seguidos pelos atores da 
sociedade internacional. Norma geralmente aceita tácita ou 
expressamente pelos Estado ou Organizações Internacionais. 
Repetição de atos que dá origem ao habito que não necessita ser 
imemorial ou comissivo, pode ser uma simples abstenção ou um não-
fazer perante um quadro de fato. 
Não se exige a repetição de fatos totalmente idênticos, devendo estar 
apenas relacionados com uma mesma matéria ou a mesma questão 
de fato. 
30 
Elemento Psicológico ou 
subjetivo do Costume 
¡  Para que esses atos sejam praticados reiteradamente e 
tenham o condão jurídico (não mero hábito) com forma 
obrigacional, tem que ser dotado de opinio juris. 
¡ A opinio juris “consiste na crença prematura dos atores 
da sociedade internacional de que aquilo que se pratica 
reiteradamente se estima obrigatório pelo fato de ser 
justo e pertencente ao universo do direito”. 
¡ Conota uma convicção positiva comum aos atores do 
contexto internacional. 
31 
¡  Mazzuoli traz a concepção de Clóvis Beviláqua 
para o processo de formação dos costumes em 
quatro momentos distintos: 
¡  Primeiro, surge uma relação nova ou ainda não 
disciplinada entre os Estados; 
¡  Esta relação passa a ser regulada segundo os 
princípios gerais de direito ou de acordo com o 
sentimento de justiça vigente; 
¡  Aplicação de princípios gerais do direito àquela 
nova situação não disciplinada, que após 
repercutir satisfatoriamente no ordenamento 
jurídico internacional e na consciência dos 
indivíduos, adquire a tendência evolutiva à 
repetição; 
¡  Com o passar do tempo, casos semelhantes se 
apresentam e o mesmo disciplinamento lhes é 
aplicado, passando tal prática a ser aceita pela 
sociedade internacional ou na consciência dos 
indivíduos, adquirindo a tendência evolutiva à 
repetição. 
32 
33 
Extensão geográfica do costume 
 
Costume Internacional 
Universal 
Costume Internacional Particular 
 
Atinge todos os Estado dentro 
da sociedade internacional, 
independente de terem 
participado de sua formação 
ou não. 
Atinge apenas certos números de Estados. 
1 Regional 
Grupo determinado de 
Estado numa região. 
 
 
2 Local 
Apenas a dois únicos 
Estados. 
 
 
 
¡ Não há diferença hierárquica entre os costumes 
e os tratados internacionais. (Mazzuoli) 
¡ Métodos de solução de conflitos: 
¡  critério cronológico – lex posterior derogat priori 
¡  critério de especialidade – lex specialis derogat 
legi generali 
34 
2.3 Princípios Gerais do 
Direito 
¡  “ São princípios consagrados nos sistemas jurídicos dos Estados 
nos sistemas jurídicos dos Estados, ainda que não sejam aceitos 
por todos os sistemas jurídicos estatais, bastando que um numero 
suficiente de Estados os consagrem.” (Mazzuoli, 2007. 99) 
¡  “É uma norma, mas norma geral e importante, que comanda 
outras. (...) ... Os princípios de direito são as normas essenciais 
sobre as quais se fundam as normas secundárias de aplicação e 
de técnica.” (Accioly, 2012, p.179)35 
¡  “É de lamentar que o Estatuto do CIJ não se 
tenha expurgado a referencia aos princípios 
“reconhecidos pelas nações civilizadas”, por se 
t ratar de anacronismo, “pol i t icamente 
incorreto”, que lembra o período anterior à 
primeira guerra mundial, quando o direito 
internacional, de inspiração eurocêntrica, ainda 
padecia da pretensão da projeção civilizadora, 
em relação ao resto do mundo. Em outras 
palavras, não se pode admitir que as leis de 
qualquer Membros das Nações Unidas sejam 
inaceitáveis; o ideal teria sido a eliminação pura 
e simples da frase. De outro modo, poder-se-ia 
compreender o dispositivo como a expressão de 
conteúdo mínimo compartilhado, por parte de 
todos os sistema nacionais, que aceite os 
imperativos básicos da convivência organizada, 
como norteadores da conduta dos sujeitos 
in te r nac iona i s . I s so to r na ace i táve l a 
formulação.” (Accioly, 2012, p.179) 
36 
BRICS – Brasil, Rússia, Índia, 
China e África do Sul 
¡ O que faz o BRICS? 
¡ Desde a sua criação, o BRICS tem expandido 
suas atividades em duas principais vertentes: (i) a 
coordenação em reuniões e organismos 
internacionais; e (ii) a construção de uma 
agenda de cooperação multissetorial entre seus 
membros. 
37 
Integração Regional 
¡ Mercosul 
¡  União das Nações Sul-Americanas 
¡ Comunidade de Estados Latino-Americanos e 
Caribenhos 
38 
2.4 Atos Unilaterais 
¡ O artigo 38 do CIJ não faz menção aos 
atos unilaterais dos Estados como fonte de 
direito internacional público. Entretanto, 
ta i s atos são cons iderados como 
pertencentes as fontes de direito das 
gentes. 
 
39 
¡  “Se entende por ato unilateral do Estado uma 
manifestação de vontade inequívoca deste, 
formulada com a intenção de produzir efeitos 
jurídicos nas suas relações com outros Estados ou 
organizações internacionais, com o conhecimento 
expresso destes ou destas. Portanto, tais atos 
unilaterais são aqueles emanados de um único 
sujeito de Direito Internacional, sem a participação 
(mas com o conhecimento) de outra contraparte, 
com a finalidade de produção de efeitos jurídicos 
(às vezes erga omnes, às vezes inter partes), 
criando direitos e assumindo obrigações no plano 
internacional. Em outras palavras, são tais atos 
“uma clara intenção em aceitar obrigações vis-a-
vis de outros Estados por meio de uma declaração 
pública a qual não se traduz numa proposta 
contratual nem depende, de outro modo, de 
compromissos recíprocos assumidos pelos Estados 
em causa”. (Mazzuoli, 2007. 109) 
 
40 
Atos unilaterais 
¡ Protesto: 
 
¡ Notificação: 
¡ Renúncia:; 
¡ Denúncia:; 
 
¡ Reconhecimento: 
¡ Promessa: 
¡ ruptura das relações 
diplomáticas 
41 
Meios Auxiliares e Novas 
Fontes 
¡ De acordo com o §1º do artigo 38 da CIJ 
termina o elenco de suas alíneas dizendo tratar-
se de meios auxiliares para a determinação das 
regras de direito as decisões judiciárias e a 
doutrina dos juristas de maior competência das 
distintas nações. (Mazzuoli, 2007, p.102) 
¡ Na verdade, será considerado meios auxiliares, 
todos que não se classificarem como fontes de 
direito internacional, tal como a Jurisprudência e 
e a doutrina. 
42 
Jurisprudência 
¡ A jurisprudência internacional é o conjunto de 
decisões judiciais reiteradas no mesmo sentido, 
em questões semelhantes, proferidas por órgãos 
internacionais jurisdicionais de solução de 
controvérsias relativas a matéria de Direito 
Internacional. 
¡  A jurisprudência internacional origina-se 
especialmente de cortes internacionais, que 
começam a se difundir no cenário internacional, 
como a Corte Internacional de Justiça (CIJ), o 
Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). 
43 
Doutrina dos Publicistas 
¡  Livros, teses e pareceres emitidos por especialistas em 
Direito Internacional Público. 
¡ Auxiliam na interpretação das normas internacionais. 
¡  “Mas apesar de não ser tecnicamente fonte do Direito 
Internacional, é inegável que a doutrina tem o mérito “de 
ser o repos i tór io dos costumes em sua for ma 
contemporânea” (Mazzuoli, 2007, p.105) 
44 
2.4.1.3 Analogia e Equidade 
 
¡ Analogia 
¡  “Analogia consiste na aplicação, a determinada 
situação de fato, de uma norma jurídica feita 
para ser servir a um caso parecido ou 
semelhante. (Mazzuoli, 2007, p.107) 
45 
Equidade 
 ¡  do latim aequitate, a equidade é um 
m é t o d o d e r a c i o c í n i o j u r í d i c o , 
mecanismo de análise amparado pela 
combinação da noção de igualdade 
com a ideia de moderação (a equidade 
não é norma jurídica). 
¡  Equidade não é norma, não é fonte! 
E q u i d a d e = i g u a l d a d e + 
proporcionalidade (Prof. Mario Drumond) 
¡ A equidade, por sua vez, ocorre nos 
casos em que a norma jurídica não existe 
ou nos casos em que ela existe, mas é 
ineficaz para solucionar coerentemente 
(com justiça e razoabilidade) o caso 
concreto sub judice. (Mazzuoli, 2007, p.
107) 
46 
2.4.1.5 A questão da jus 
cogens e soft law 
¡  O jus cogens internacional. Normas imperativas e 
inderrogáveis. Se sobrepõem à autonomia da 
vontade dos Estados e não podem ser derrogadas 
por tratados, costumes ou princípios gerais do 
direito internacional. 
¡  Autodeterminação dos povos 
¡  Proibição da agressão 
¡  Proibição ao genocídio 
¡  Proibição a escravidão 
¡  Proibição a discriminação racial – agressão racial 
(apartheid) 
47 
¡  B) O fenômeno da soft law na atualidade. 
 
¡  soft law sãos normas exaradas pelas entidades 
internacionais, seja no âmbito de organizações 
multilaterais, enquanto pessoas jurídicas de 
direito Internacional Público, tal qual a ONU, seja 
no de organ izações regu latór ias , não 
necessariamente ligadas às organizações 
internacionais de direito público, tal qual a 
Câmara Internacional do Comércio (CCI), e 
também as declarações de intenção que o 
conjunto das nações faz, como resultado dos 
grandes encontros internacionais. 
48 
Sujeitos do Direito 
Internacional 
¡ Noção de Sujeito 
¡ Pessoas de Direito Internacional à 
seres ou organismos cuja conduta é 
regulada pelo Direito Internacional 
Público e em relação aos quais 
quaisquer concessões de direitos e 
imposições de obrigações são por ele 
determinados. (Accioly, 1998. p. 99) 
49 
Noção de Personalidade 
Jurídica 
¡ Capacidade para agir internacionalmente. 
¡  P.S. Não precisa ter participado de elaboração 
de normas jurídicas internacionais para poder ter 
capacidade de agir. 
¡ Até a II Guerra Mundial –os Estado 
(especialmente os europeus) eram sujeitos do 
Direito Internacional 
¡ Após a II Guerra Mundial – Estados, mais outros 
atores da sociedade internacional 
50 
Classificação dos Sujeitos 
 
¡  I) Estados 
¡  Sujeitos clássicos (originários ou tradicionais) do 
Direito Internacional Público, possuem direitos e 
obrigações, podendo ser responsabilizados em 
casos de violação aos comandos do Direito 
Internacional. 
¡  “ O Estado é a organização jurídica-politica da 
Nação, e que lhe dá validade e legitimação 
para atuar, no plano externo, como sujeito de 
Direito Internacional Público.” (Mazzuoli, 2007. p.
333) 
51 
¡  II) Coletividades Interestaduais 
¡  São formadas pelas chamadas Organizações 
Internacionais. São produto da associação 
de dois ou mais Estados estabelecidas num 
Tratado Internacional para gerir as finalidades 
para as quais foram criadas. 
 
52 
¡  III) Coletividades não-estatais 
¡ Os mais importantes dentre as 
coletividades não-estatais são: 
¡  i) Beligerantes; 
¡ Ocorre quando, num Estado, há um 
grupo/ movimento armado politicamente 
organizado, para fins de 
desmembramento ou de mudança de 
governo ou regime vigente, constituindo-
se em guerra civil. 
¡ Característica principal: luta armada em 
violação a ordem jurídica vigente no 
Estado com a finalidade de mudança do 
sistema politico. 
53 
¡  ii) Insurgentes; 
¡  Confl i tos internos com a f inal idade de 
modificação do sistemapolitico vigente e 
restruturação da ordem constitucional em vigor. 
Muito semelhante a situação da beligerância, 
entretanto, não assume tão grandes proporções, 
não chegando a constituir uma guerra civil. 
¡ A insurgência pode ter motivos sociais – como o 
racismo. 
¡ O reconhecimento de insurgentes não lhe atribui 
direitos e deveres internacionais, depende da 
m a n i f e s t a ç ã o f o r m a l d o E s t a d o . N a 
beligerância, basta o reconhecimento para ser 
atr ibuído direitos e deveres no âmbito 
internacional. 
54 
¡  iii) Os movimentos de libertação nacional; 
¡  Começaram aparecer a partir da metade 
do século XX com a descolonização de 
vários países da África, Ásia, Oceania e da 
região do Caribe. 
¡  A diferença dos demais sujeitos 
internacionais coletivos não-estatais é que 
a população que o integra não faz parte 
do governo contra a qual estão lutando. 
¡  Exemplo, Organização para a Libertação 
da Palestina (OLP) que celebra tratados 
de diversas índoles e diversos países, 
mantendo escritório e representações 
perante a ONU, UNESCO/ e a FAO. 
55 
iv) A Soberana Ordem Militar de Malta 
¡  A Ordem de Malta cujo nome completo é Ordem 
Soberana Militar Hospitalar de São João de 
Jerusalém, de Rodes e de Malta - foi estabelecida 
na metade do século XI como uma comunidade 
monástica dedicada a São João Batista, com a 
finalidade de administrar um hospital para 
assistência aos peregrinos na Jerusalém ainda sob o 
domínio dos califas do Egito. 
¡  Controvertido a respeito do reconhecimento ou não 
des sa en t idade como su je i to de d i re i to 
internacional, os que não reconhecem alegam que 
há somente “pseudos-relações diplomáticas 
fundadas na pura courtoisie, inclusive por funcionar 
sob dependência da Santa Sé. 
56 
IV) A Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano; 
¡  A Santa Sé e o Estado do Vaticano é o menor de todos Estados 
em extensão territorial. Te origem histórica a chamada questão 
romana, surgida em 1870 com a anexação de Roma ao reino da 
Itália sob a dinastia da Casa de Savoia. O Papa é a um só 
tempo, chefe de Estado (do Vaticano) e chefe da Igreja 
Católica (Santa Sé) foi regulado por dois documentos 
internacionais: Tratado de Latrão. 
57 
V) Comitê Internacional da Cruz Vermelha; 
¡ O Comitê Internacional da Cruz Vermelha 
(CICV) com sede em Genebra, é uma 
organização independente e neutra (dotada de 
estatuto próprio) que tem por finalidade 
proporcionar proteção e assistência à vitimas da 
guerra e da violência armada. Instituição 
responsável pela implementação da ação 
internacional humanitaristas. 
58 
VI) Indivíduos ou particulares 
¡  O s i n d i v í d u o s c o m p õ e m o c o n c e i t o 
contemporâneo de Direito Internacional Público, 
ao lado dos Estados e das organizações 
internacionais intergovernamentais. Tal inclusão 
se deu em razão do desenvolvimento e 
solidificação do Direito Internacional dos Direitos 
Humanos. 
59 
¡  Indivíduos tem direitos e obrigações 
internacionais. Podem ser punidos no 
plano internacional, como é o caso 
de crimes de guerra e genocídios. 
Tribunal de Nuremberg foi um 
exemplo, através do Acordo de 
Londres, que estabeleceu no art. 6º 
do E s ta tu to do Tr ibuna l t rê s 
categorias de crimes, ensejadores 
de responsabilidade individual: 
¡ Crimes contra a paz: 
¡ Crimes contra a guerra; 
¡ Crimes contra a humanidade; 
60 
¡  Estatuto de Roma internalizado no Brasil através do Decreto nº. 4. 
388 de 2002 que instituiu o Tribunal Penal Internacional que no 
seu artigo 7º estabelece os crimes de sua competência para 
julgamento: 
¡  O crime de genocídio; 
¡  Crimes contra a humanidade; 
¡  Crimes de guerra; 
¡  O crime de agressão. 
¡  Art. 25 do Decreto define a responsabilidade criminal individual 
61 
¡  VII) Sujeitos não formais do Direito Internacional 
¡  A maioria dos autores entende que esses sujeitos 
a i n d a s e e n c o n t r a m e m e s t a g i o d e 
desenvolvimento quanto ao reconhecimento de ser 
sujeito de direito internacional ou não, são eles: 
¡  Empresas Transnacionais: empresas que tem 
representações ou filiais em vários países, ainda que 
seu capital provenha de um único Estado ou de 
uma única pessoa. 
¡  Multinacionais: empresas cujo capital provém de 
mais de um Estado, podendo ser bilaterais ou 
multilaterais; 
¡  Mídia Global: 
62

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