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maquiavel e o príncipe

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Maquiavel e O Príncipe:
Renascimento, Absolutismo e Mercantilismo.
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Uso comum do nome ou dos termos que tem origem em seu nome. Maquiavélico e Maquiavelismo são adjetivos e substantivos que extrapolam a filosofia e a política e estão presentes no dia a dia. Associado à idéia de perfídia.
Esse conceito persiste na história sem se transformar epistemologicamente. Possui o mesmo sentido que Shakespeare imprimiu a Maquiavel, chamando-o de “The Murderous” (“O assassino”). Já os jesuítas chamavam os protestantes de “discípulos de Maquiavel”.
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Segundo Claude Lefort, o maquiavelismo serve a todos os ódios. Uma forma de desqualificar o inimigo, apresentando-o sempre como encarnação do mal, o jogo sujo sem escrúpulos. Existe, portanto, um anti-maquiavelismo.
Já Rousseau dizia que “Maquiavel, fingindo dar lições aos Príncipes, deu grandes lições ao povo”.
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Maquiavel nasceu em Florença em 
 03 de maio de 1469.
A península era composta por uma
 série de pequenos estados com os
 regimes políticos mais variados.
Até 1494 a Península gozou de certa tranquilidade dividia por 5 estados. Ao Sul Reino de Nápoles de Aragão. Ao Centro os Estados Papais e a República de Florença do Médicis; ao Norte o Ducado de Milão e a República de Veneza.
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No final do século XV e início do século XVI instaura-se uma desordem na península. Os Médicis são expulsos de Florença; Milão entra em discórdia com Nápoles; Alexandre VI, papa espanhol domina as terras papais. O rei Carlos VIII, Francês, domina as terras italianas de norte a sul, menos Veneza. Une-se à Júlio II, que se substitui Alexandre VI após sua morte em 1503, contra Veneza. Após isso, funda a Santa Liga em 1512 contra os franceses e em 1513 morre.
Nicolau Maquiavel era filho de um advogado humanista. Apenas em 1498, aos 29 anos, com a deposição de Savonarola, que substituiu os Médicis, Maquiavel assumiu um cargo importante. Passou a ocupar a Segunda Chancelaria, posição de responsabilidade na República.
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Em 1512, os Médicis retomam ao poder, afastando Maquiavel de exercer suas funções e participar de qualquer prédio público.
Em 1513, Maquiavel é preso acusado de participar de uma conspiração republicana contra os Médicis. Nesse mesmo ano o Cardeal Giovanni de Médici se consagra papa (Leão X). Os Médicis passaram a gozar de um amplo apoio popular por causa desse acontecimento.
Maquiavel é posto em exílio dentro de sua própria terra. Assim, em suas terras passa a escrever suas principais obras e tentar uma aproximação com os Médicis para reaver o seu cargo.
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Dedica a esses a sua obra O Príncipe de 1512/13 e, em 1520 é finalmente chamado pela Universidade de Florença para escrever sobre a História de Florença. O livro é confeccionado entre 1520 e 1525. 
No entanto, em 1527 os Médicis são novamente depostos do poder e Maquiavel acusado de vínculo com os tiranos pelos Republicanos.
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O objeto maior das obras de Maquiavel é o Estado. Assim, Maquiavel procura compreender não o Estado Ideal, tantas vezes imaginado, mas sim o Estado real, capaz de impor a ordem.
Dessa forma, Maquiavel refuta a tradição filosófica de imaginar verdades imutáveis e idealizadas e parte para a compreensão da verdade efetiva das coisas.
Substitui o reino do dever ser pelo reino do ser, da realidade.
A pergunta posta pelo autor é: Como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável?
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Para Maquiavel, a ordem não era natural, nem fruto de desígnios divinos. Ao contrário, a ordem deve ser construída pelos homens para evitar o caos e a barbárie. Uma vez alcançada ela não era definitiva. Pois sempre existe o trabalho negativo a fim de dissolvê-la.
Para alcançar a ordem deve-se compreender que a política é o resultado de feixes de forças, nem sempre racionais, distintos daqueles que regem a vida privada.
A política não leva ao céu, mas a sua ausência é o pior dos infernos.
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Guiado pela busca da verdade efetiva, Maquiavel encontra na história uma fonte rica de compreender a natureza humana. Para ele em todos os tempos pode-se perceber traços humanos imutáveis.
Assim, afirma: os homens “são ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante o perigo, ávidos por lucro” (atributos que compõe a natureza humana).
Assim, a história passa a ser uma privilegiada fonte de ensinamentos.
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Para o autor florentino a história é cíclica, já que não existem meios absolutos para domesticar a natureza humana. Como não pode dominar as paixões humanas, o que muda de um ciclo para o outro é o seu tempo de duração.
O poder político nasce da própria malignidade, uma vez que se apresenta como única forma de enfrentar o conflito, ainda que temporariamente. 
Se os homens fossem bons não precisaria existir o poder. Tema que se reapresenta no Iluminismo: o homem é bom ou mal por natureza?
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A desordem provem da natureza imutável do homem. Estabelecer a ordem é o desafio do Estado, do poder político.
Toda sociedade é composta por duas forças opostas, a força que quer dominar e a força que não quer ser dominada. Em Maquiavel, não existe um embate entre dois grupos que querem o poder.
O problema político é então encontrar mecanismos que imponham a estabilidade das relações, que sustentem uma determinada correlação de forças.
Para atingir a Ordem contra a Anarquia, decorrente do confronto entre esses dois grupos, Maquiavel propõe duas saídas: O Principado e a República.
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A escolha entre um e outro não depende de uma concepção idealizada dos modelos, mas sim da necessidade efetiva, da situação concreta.
Assim, quando a nação se encontra ameaçada é preciso que o Estado imponha os seus instrumentos de poder, para desinibir as forças desagregadoras.
Nessa ótica o Príncipe não é um ditador, mas um fundador do Estado.
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Isso fica claro quando percebemos que Maquiavel propõe que quando a sociedade tiver encontrado o seu equilíbrio, o poder tiver cumprido a sua função regeneradora e “educadora”, ela estará preparada para se tornar uma República.
Ou seja, o Principado é o eterno estágio entre a Anarquia e a República.
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Sendo assim, Maquiavel entende que o difícil não era conseguir o poder, mas sim, se manter no poder. O príncipe poderia chegar ao poder pela força, mas não se manteria apenas pela força, era necessária sabedoria. Era necessária virtude para dominar a fortuna.
Dessa forma, Maquiavel teve que lutar contra os preceitos da época que acreditavam na predestinação. Para esses a fortuna era um poder cego que distribui seus bens de forma indiscriminada.
A fortuna não era composta por bens materiais, mas sim por bens extra vida a serem atingidas no pós-túmulo. Ser virtuoso era aquele temente a Deus. O homem era uma vítima impotente do destino.
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Para se contrapor a essa idéia, Maquiavel retoma a figura da Fortuna idealizada na época clássica, como uma Deusa, detentora dos bens que todos homens desejavam: a honra, a riqueza, a glória e o poder.
Por ser uma deusa mulher, ela precisava ser atraída. A sua simpatia era conquistada pelo homem mais forte e mais sábio, o melhor. Aparece aí a areté (virtude) grega que simboliza o melhor.
O homem que possui a virtude em mais alto grau conquista a fortuna.
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Não cabe nesta imagem a idéia da virtude cristã que prega uma bondade angelical alcançada pela libertação terrenas, sempre a espera da recompensa dos céus. Ao contrário, o poder, a honra e a glória, típicas tentações mundanas, são bens perseguidos e valorizados. O homem de virtude pode consegui-los e por eles luta.
 
 No entanto, o príncipe deve parecer ser bom, deve parecer ser honesto, deve parecer ser liberal e cumpridor de suas promessas. Mas não deve ser assim.
Para o príncipe mais vale ser temido do que amado.
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Por isso, o príncipe tem que saber manter o poder acima de saber conquistá-lo. Ser como o leão (para amedrontar os lobos)e a raposa (para conhecer os lobos). 
O que conta é “o triunfo das dificuldades e a manutenção do Estado. Os meios para isso nunca deixarão de ser julgados honrosos, e todos aplaudirão”.
Reparem no Primeiro parágrafo quão inconstante eram as relações políticas na península itálica. Vocês podem falar aqui da crise do sistema feudal, do início da tentativa de unificações estatais, ou, até mesmo, da influência dos mercadores no fortalecimento do poder nas cidades estado italianas.
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Reparem neste slide uma característica renascentista, o realismo. Além disso, sua elaboração de uma idéia de Estado que prevê a necessidade de centralização do poder na mão do rei, pré-absolutismo.
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Reparem: Em Maquiavel vemos, a retomada da Política como centro da organização da vida social. Recusa aos valores Teocêntricos, valorização do homem como protagonista da história, antropocentrismo/humanismo (características do renascimento) 
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Montesquieu, séculos depois teria uma frase que diz: “Se os homens fossem anjos não precisaríamos de Leis”. Não se esqueçam de que Montesquieu, diferente de Maquiavel era um contratualista. 
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Os conceitos de Virtude e Fortuna de Maquiavel são resgatados da antiguidade em oposição àqueles que se utilizavam na Idade Média. Temos aqui mais um elemento do Renascimento.
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Penso que essa virtude se aproxima mais da virtude homérica.
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