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aula 7 - Pseudocelomados - nematoda e rotifera

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OS PSEUDOCELOMADOS
Nemathelminthes e Rotifera
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Cavidade interna que circunda o trato digestório, chamada de pseudoceloma ou pseudocele, pois não é totalmente revestida por tecido mesodérmico. 
A pseudocele é em geral preenchida por um fluido ou uma matriz gelatinosa com poucas células mesenquimais, e portanto, é um tecido frouxo e flexível que auxilia o armazenamento de excretas, possibilitando transporte interno e maior liberdade de movimentos, pois é possível deslocar o conteúdo internamente. 
Desse modo, indiretamente, o pseudoceloma funciona como um esqueleto interno ou hidrostático, o que confere força e rigidez ao corpo.
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 Avanço em relação aos acelomados: a cavidade trouxe a possibilidade de uma forma corporal com um maior número de células e capacidade de realizar movimentos que exijam força corporal, como o enterramento.
Em geral, os pseudocelomados apresentam tamanho corporal pequeno, e isto provavelmente esteja relacionado à dependência do pseudoceloma como um sistema de transporte. 
A ausência de um sistema circulatório impede o aumento do número de células, pois estas dependeriam dos nutrientes e de outros componentes até que estes cheguem nas células.
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OS ROTÍFEROS
São animais bilaterais, pseudocelomados, triblásticos e protostomados. 
 Rotifera (do grego rota, “roda”; fera, “aqueles que possuem”), deriva da presença de um aglomerado de células ciliadas próximas à boca, em forma de coroa. 
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O corpo é formado por uma cabeça com uma boca terminal cercada por uma coroa ciliada, tronco e cauda posterior terminada em um pé que cumpre o papel de um órgão de adesão. Seu sistema digestório é completo, com boca e ânus. Alguns rotíferos são carnívoros, se alimentando de protistas e microcrustáceos. A maioria se alimenta capturando partículas em suspensão na água que são trazidas à boca por intermédio dos movimentos ciliares. 
Os rotíferos apresentam glândulas salivares que já liberam enzimas as quais contribuem para a digestão extracelular.
 O sistema excretor é formado por protonefrídios tubulares e ramificados ligados às células-flama muito semelhantes aos dos platelmintos
São dioicos, com machos normalmente menores que as fêmeas.
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FILO NEMATHELMINTHES (ASCHELMINTHES)
 Invertebrados 
 Corpo vermiforme, cilíndricos, não segmentados e de simetria bilateral 
 Tubo digestivo completo, geralmente reto 
 Sistemas circulatório e respiratório ausentes 
 Sexos separados (dióicos)
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São considerados o grupo de metazoários mais abundante na biosfera, com estimativa de constituírem até 80% de todos os metazoários. Encontram-se em todos os habitats, terrestres, marinhos e de água doce.
São animais triblásticos (possuem os 3 folhetos germinativos: ectoderme, mesoderme e endoderme), pseudocelomados (cavidade do corpo é delimitada pelos tecidos da mesoderme e tecidos da endoderme), protostômios (quando o blastóporo dá origem à boca) e possuem simetria bilateral.
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Alongados, variando de poucos mm a vários cm de comprimento. 
Fêmeas maiores que machos (podem apresentar expansões caudais formando bolsa copuladora);
Ovíparas ou vivíparas.
Ciclo pode ser direto ou indireto. Pode haver hospedeiro paratênico (ou intermediário) 
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 Pratylenchus brachyurus
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MORFOLOGIA EXTERNA
Parede corpórea externa, constituída por uma cutícula complexa e, internamente, por uma camada de músculos longitudinais. 
O tubo interno é o trato digestivo, que é terminal na extremidade anterior mas subterminal posteriormente. Entre a parede e o tubo digestivo há a cavidade corpórea ou pseudoceloma, preenchida por líquido, que funciona como um "esqueleto hidrostático", além de favorecer a distribuição de nutrientes e recolher excretas, e na qual se encontram os órgãos reprodutores.
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O tubo digestivo propriamente dito é composto por cavidade bucal, faringe sugadora, esofago e intestino. Os parasitas alimentam-se de produtos pré-digeridos (ausência de estômago) pelo hospedeiro, mas há também espécies fitófagas e carnívoras.
 
A boca é geralmente rodeada por três peças, designadas lábios e pode conter placas cortantes ou estiletes perfurantes, especialmente em espécies predadoras. 
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SISTEMA MUSCULAR
Os músculos são ativados pelas cadeias nervosas, que se encontram ao longo de todo o corpo do animal, uma na região ventral e outra na dorsal. Ao contrário de outros animais, em que os nervos se ramificam para os músculos, nos nemátodos são os músculos que se ramificam para atingirem os cordões nervosos. 
Estes cordões ligam-se a um anel à volta da faringe e possuem vários gânglios adicionais perto da extremidade anterior, mas sem formar um verdadeiro cérebro. Nessa região encontram-se órgãos sensoriais reduzidos.
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A musculatura dos nemátodos é composta por uma única camada de células que se distribui longitudinalmente pelo corpo. Essa musculatura lisa é responsável pelos movimentos desses animais. Provocam flexões dorsoventrais. A movimentação também vai depender da elasticidade da cutícula e do esqueleto hidrostático, líquido presente no pseudoceloma.
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RESPIRAÇÃO E CIRCULAÇÃO
 Os nematódeos não possuem sistema respiratório e nem circulatório.
 A respiração é cutânea ou tegumentar, feita por difusão.
 A circulação de gases, nutrientes e substâncias tóxicas é feita pelo pseudoceloma.
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EXCREÇÃO
Possuem uma célula especializada (renete), com um formato que lembra a letra H. Possuem dois canais longitudinais, que percorrem a lateral do corpo do verme, unidas por um canal transversal, que emite um ducto que elimina excretas pelo poro excretor. O principal excreta desses animais é a amônia.
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SISTEMA NERVOSO
Possuem dois cordões nervosos que percorrem o corpo do animal, ventral ou longitudinalmente. Da faringe partem os cordões nervosos. O cordão nervoso dorsal é responsável pela função motora, enquanto a ventral é sensorial e motora, sendo considerada a mais importante.
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ÓRGÃOS SENSORIAIS
As papilas são encontradas ao redor da cabeça e da cauda (quimio e mecanorrecepção).
 As cerdas estão dispersas ao longo do corpo e reagem a estímulos de toque em superfícies ou outros animais, estimulando o verme a se distanciar (mecanorreceptoras). 
Os anfídios (cefálicos) são invaginações cutilares ligadas, em sua base, às células nervosas. São pareados um de cada lado da cabeça, com funções quimiossensorial e mecanossensorial. Esses órgãos sensoriais são mais bem-desenvolvidos em nematoides de vida livre. 
Os fasmídios (caudais) são um par de glândulas unicelulares com função secretora e excretora, mas também constituem um órgão sensorial de percepção química.
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REPRODUÇÃO
São animais dióicos, em sua grande maioria, possuem sexos separados. Apresentam dimorfismo sexual. Ou seja, a fêmea é diferente do macho. Normalmente os machos são menores e sua porção posterior é afilada e curva, para facilitar a cópula. A fecundação é interna e o desenvolvimento é indireto. 
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CICLO DE VIDA (Ascaris lumbricoides)
O indivíduo infectado libera, junto às fezes, ovos do parasito. A larva se desenvolve em ambientes quentes e úmidos no qual permanece dentro do ovo. 
A infecção ocorre por meio da ingestão dos ovos infectantes em água ou alimentos, principalmente verduras. 
As larvas são liberadas no intestino delgado e alcançam a corrente sanguínea através da parede do intestino. Infectam o fígado, onde crescem menos de uma semana e entram nos vasos sanguíneos novamente, passando pelo coração e seguem para os pulmões. 
Nos pulmões invadem os alvéolos, e crescem mais, com os nutrientes e oxigênio abundantes nesse órgão bem irrigado. 
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Quando crescem demasiados para os alvéolos, as larvas saem dos pulmões e sobem pelos brônquios chegando à faringe onde são novamente deglutidas (apesar de haverem alguns casos em que são expectoradas saindo pela boca).
No tubo digestivo, passampelo estômago, atingem o intestino delgado onde completam o desenvolvimento, tornando-se adultos. A forma adulta vive aproximadamente dois anos. Durante esse período, ocorre a cópula e a liberação de ovos que são excretados com as fezes.
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Wuchereria bacrofti
Trichinella spiralis
Enterobius vermicularis
Ancylostoma brasiliensis ou caninum
Necator americanus ou Ancylostoma duodenale
Parasitoses humanas
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Wuchereria bacrofti
Machos e fêmeas se localizam no grandes troncos e vasos linfáticos, tais como os axilares, inguinais, pélvicos e abdominais, formando novelos que geram embaraço na circulação de drenagem linfática
A doença causada por esse parasita é conhecida como elefantíase, devido ao aspecto do(s) membro(s) afetado(s) tornar-se parecido com o do elefante.
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CICLO DE VIDA
As larvas são transmitidas pela picada dos mosquitos Culex, Mansonia ou Aedes, Anopheles .
 Da corrente sanguínea, elas dirigem-se para os vasos linfáticos, onde se maturam nas formas adultas sexuais. 
Após cerca de oito meses da infecção inicial (período pré-patente), começam a produzir microfilárias que surgem no sangue, assim como em muitos órgãos. 
O mosquito é infectado quando pica um ser humano doente. Dentro do mosquito as microfilárias modificam-se ao fim de alguns dias em formas infectantes, que migram principalmente para os lábios do mosquito. 
Assim quando o hospedeiro definitivo for picado, a larva escapa do lábio e cai na corrente sanguínea do homem (seu único hospedeiro definitivo).
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Trichinella spiralis
Após ingestão de carne crua de porco ou mal-cozinhada ou frita infectada, as larvas da triquina são ativadas após passagem pelo estômago e libertam-se no intestino. 
Aí penetram na mucosa, no interior da qual maturam-se sexualmente e acasalam-se, morrendo os machos pouco depois.
 As fêmeas grávidas produzem então durante cerca de um mês ovos de onde saem as larvas que se disseminam pelo sangue e linfa, chegando às suas células alvo, as células musculares estriadas (músculo esquelético). 
As minúsculas larvas penetram nas células musculares sem as destruir e formam uma cápsula no interior, onde se aninham adotando uma forma de espiral. Assim permanecem quiescentes durante décadas até outro animal as ingerir.
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Trichinella spiralis
Não há um tratamento específico para a triquinose se as larvas tiverem penetrado nos músculos. Os analgésicos podem aliviar a dor muscular.
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Enterobius vermiculares
Após deglutição dos ovos, as formas adultas 
formam-se no intestino. Aí macho e fêmea acasalam, 
guardando a fêmea os ovos fecundados. 
O macho morre após a cópula e é expulso junto com as fezes. A fêmea então migra para o cólon distal e para o reto. 
De noite a fêmea sai do reto passando pelo esfíncter e deposita os ovos na mucosa anal e pele perianal, do lado externo do corpo, voltando depois para dentro. 
Este processo é extremamente irritante porque ao contrário da mucosa do intestino, mucosa anal e a pele são muito sensíveis e os movimentos da fêmea são percebidos pelo hospede como prurido. As fêmeas põem mais de 10.000 ovos (40 micrômetros) que são lavados ou ficam agarrados à roupa interior, caem e misturam-se no pó, ou podem ainda ser levados pelas fezes. 
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Ancylostoma spp
 O gênero Ancylostoma é formado de vermes com várias espécies parasitas de animais mamíferos, inclusive o homem; entre elas destacam-se: 
Ancylostoma duodenale, parasitas do intestino delgado do homem; 
Ancylostoma caninum, parasita do cão e raramente do homem; 
Ancylostoma brasiliensis, parasita do cão, do gato e raramente do homem; suas larvas quando infetam o homem penetram pela pele e ficam vagando entre a epiderme e a derme, produzindo a chamada dermatose serpiginosa (bicho geográfico).
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Ancylostoma brasiliensis
A larva migrans cutânea, conhecida 
popularmente como bicho-geográfico, é 
causada pela penetração de larvas de 
parasitas intestinais de cães e gatos na 
pele humana.
Larva migrans na pele
Maior incidência em países de clima subtropical e tropical, principalmente em regiões litorâneas, tais larvas costumam ser encontradas em areias de praias, tanques e parquinhos: locais onde os animais domésticos costumam defecar. Estando parasitados por estes helmintos, os ovos liberados juntamente com as fezes, em condições favoráveis de umidade e calor, se transformam em larvas em aproximadamente 24 horas, tornando-se infectantes alguns dias depois.  
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Penetrando na pele humana, migram para o tecido subcutâneo. Ao se locomoverem, deixam rastros semelhantes ao desenho de um mapa, estes localizados predominantemente nos pés, nádegas, costas e mãos – regiões do corpo que mais entram em contato com o solo. 
Provocam inchaço, reações inflamatórias e bastante coceira, principalmente à noite. Tais manifestações podem atrapalhar o sono do indivíduo, propiciando um quadro de grande irritabilidade; e também causar infecções secundárias, devido ao ato de coçar. Como tais larvas eliminam substâncias tóxicas, podem causar alergias, tosse e falta de ar. 
 O tratamento é feito com o uso de pomadas específicas e/ou vermífugos; por aproximadamente duas semanas. Para alívio da coceira, pode ser interessante se fazer compressas de gelo nos locais afetados. 
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 Existem 2 tipos de larvas migrans:
A larva migrans cutânea invade só a pele, causando erupções geralmente nos pés, pernas e nádegas; os primeiros sinais são irritação ou bolhas a partir das quais vão surgindo túneis subcutâneos bem visíveis, de diferentes desenhos e comprimentos, que aumentam um centímetro por dia e motivam o apelido de bicho geográfico.
A larva migrans visceral se aprofunda e afeta os pulmões, provocando sintomas tipo bronquite, asma, tosse, coriza e febre; o fígado aumenta de tamanho; as larvas podem invadir olhos, coração e sistema nervoso central. 
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Toxocara spp
Larva migrans visceral é uma doença infecciosa, adquirida por ingestão de ovos provenientes dos vermes Toxocara canis e/ou Toxocara cati que infestam cães e gatos; as larvas penetram a parede intestinal e migram através dos tecidos levando a alterações diversas, conseqüentes a uma resposta inflamatória imune.
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Ancylostoma duodenale  e o Necator americanus
Essas duas espécies aparentadas de vermes parasitas nematelmintos, possuem corpos filiformes e fêmeas (com até um centímetro) maiores que machos. As suas extremidades anteriores têm a forma de um gancho, especialmente nos Necator, e possuem boca armada com placas ou espinhos duros e bastante resistentes.
Ancylostoma duodenale  e  Necator americanus
R.P. (bursa) de Necator americanus
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Ciclo de vida
Os ovos são eliminados nas fezes humanas. Na terra quente e úmida, os ovos eclodem, liberando larvas rabditóides que levam por volta de uma semana para tornarem-se larvas filarióides ou infectante.
A forma infectante é capaz de viver por mais de um mês, procurando encontrar um hospedeiro humano. 
Penetram na pele intacta e invade os vasos linfáticos e sangüíneos, migrando pelas veias para os pulmões, via coração. 
Permanece nos alvéolos e depois migram (ou é tossida) pelos brônquios até à faringe, onde é deglutida incoscientemente para o esôfago. 
Após passar pelo estômago passa ao duodeno (intestino).
 É aí que se desenvolvem e acasalam as formas adultas, produzindo mais de 10.000 ovos por dia. 
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ovo
Larva infectante (filaria)
Larva rabditóide
Doença causada: “amarelão” – Jeca tatu
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Também ocorre infecção passiva por via oral. Nesse caso, a larva infectante é ingerida em água ou alimentos contaminados e percorre todo o trato gastrointestinal, até atingir o duodeno, habitat do parasito. Durante esse percurso, sofre as mudas necessárias à formação do verme adulto.
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