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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP – CHÁCARA SANTO ANTÔNIO II CAMILA SOUSA DA SILVA – N32166-0 GABRIELA ARAÚJO FERREIRA – N264EG-3 LARISSA SANTANA SOUZA – D632DD-8 ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO INFANTIL São Paulo 2019 CAMILA SOUSA DA SILVA – N32166-0 GABRIELA ARAÚJO FERREIRA – N264EG-3 LARISSA SANTANA SOUZA – D632DD-8 ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO INFANTIL Trabalho apresentado como nota parcial APS referentes à disciplina “Psicologia Construtivista”, relativo ao 3º semestre de 2019 do Curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP – Chácara Santo Antônio II. Professorª: Dra. Tatiana Nakabayashi São Paulo 2019 SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................. 4 2. Apresentação do Procedimento ............................................................................ 7 3. Análise I ................................................................................................................ 7 4. Análise II ............................................................................................................... 8 5. Conclusão ............................................................................................................. 8 6. Referências Bibliográficas .................................................................................... 9 4 1. INTRODUÇÃO Neste trabalho serão realizadas análises de desenhos de crianças, com base nas Teorias do Desenvolvimento gráfico de Georges Henri Luquet (1969) e Viktor Lowenfeld (1977), além de relacionar aos estádios do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget. Desenhar é uma capacidade simbólica que a criança desenvolve sua competência de criar, envolvendo o mundo real e o mundo imaginário. A princípio, a criança não possui intenção de transmitir nenhuma mensagem, ela desenha pelo ato de conhecer o objeto (giz, lápis, caneta, etc...) e conhecer também o movimento que ela transmite, com o desenvolvimento cognitivo é possível verificar as experiências e angústias da criança. A primeira infância (0 a 2 anos) tem o maior grau de desenvolvimento dos aspectos físicos da criança, é a fase que ela começa a interagir com o mundo. É adquirido habilidades motoras gerais e finas, sendo que as habilidades motoras gerais possibilitam que a criança se desloque no ambiente, em contrapartida as habilidades motoras finas envolvem o manuseio das mãos. Nos aspectos cognitivos a criança percebe a presença imediata do objeto e também a representação simbólica do mesmo. Na Segunda infância (3 a 6 anos) acontece o aprimoramento e uso dos aspectos físicos adquiridos na infância anterior, adquire a linguagem, pensamento egocêntrico (não se colocar no lugar do outro), obtém novas habilidades motoras gerais e finas e apresenta o desenvolvimento artístico que é dotado de simbolismo. Durante a terceira infância (6 a 12 anos) ocorre o refinamento de todos os aspectos físicos, é esperado que nesta fase a criança já tenha desenvolvido uma certa responsabilidade perante seu próprio comportamento, já que já adquiriu o pensamento lógico, porém concreto. George Henri Luquet constituiu quatro estágios do desenvolvimento do grafismo, sendo eles: Realismo fortuito, Realismo falhado, Realismo intelectual e Realismo visual. O primeiro estágio, denominado realismo fortuito, tem seu ponto inicial geralmente aos dois anos de idade e finaliza por volta dos três anos, este estágio é subdivido em dois momentos, o primeiro momento a criança desenvolve desenhos involuntários, com linhas sem significado algum, fazendo tudo isso por prazer da 5 descarga motora. Já no segundo momento o desenho é voluntário, inicialmente a criança reproduz desenhos involuntários, porém detecta semelhanças entre seu desenho e objetos reais, é no final desse momento que a criança começa a desenvolver a intenção de desenhar. O segundo estágio chamado realismo falhado geralmente começa aos três anos e finaliza aos seis anos, a criança tem a preocupação de desenhar objetos diferentes e independentes neste estágio. Ocorrem também frequentes exageros ou omissões em seus desenhos. Realismo intelectual, terceiro estágio, comumente surge aos seis aos e encerra aos dez anos. Neste estágio a criança passa a ser mais detalhista, pois pretende apresentar todo conhecimento intelectual que ela possui perante o objeto, possui diferentes perspectivas, visto que mistura diversos pontos de vista e também costuma colocar legendas em seus desenhos. Podem aparecer transparências no objeto desenhado pela criança. O quarto estágio, conhecido como realismo visual, se instaura por volta dos dez anos. Neste estágio o desenho possui aspectos visuais mais próximos da realidade, em razão de a criança já possuir desenvolvimento intelectual ela adquire capacidade de desenhar o objeto com suas devidas particularidades, é previsto que os desenhos não apresentem mais transparências. Viktor Lowenfeld juntamente com Brittain fomentou seis estágios do desenvolvimento do grafismo infantil, sendo eles: garatujas, figuração pré- esquemática, figuração esquemática, figuração realista, fase pseudo-naturalista e período de decisão. O primeiro estágio instaura-se aproximadamente com um ano e meio de idade e se encerra em torno dos quatro anos de idade. Nessa fase a criança tem o desenho como uma ação sobre um espaço, sente prazer em perceber os efeitos visuais que essa façanha concebeu. Segundo Lowenfeld os primeiros rabiscos sobre o papel instituem um passo muito importante do desenvolvimento infantil conduzindo a criança para uma expressão ampliada para os desenhos e encaminhando para a palavra escrita. Esse estágio destrincha em três etapas: garatujas desordenadas, garatujas controladas e garatujas com atribuições de nome. As garatujas desordenadas são caracterizadas por traçados que a criança realiza sem nenhum planejamento prévio ou direção de suas ações, muitas vezes 6 ultrapassando o limite do papel e riscando mesa, parede e até a si mesmo. A segunda etapa experimentada pela criança é a garatuja controlada, ela reconhece a ligação entre os seus movimentos e os rabiscos que faz na superfície, começa a criar formas circulares, trocar de cores propositadamente e introduz a observação dos seus próprios traços. E nesta última fase, ela começa a dar nomes aos seus desenhos e a fazer comentários sobre os mesmos. Os rabiscos passam a ter conexão com o ambiente em que a criança a vive e desenhando o que é mais significativo para ela como os pais e pessoas próximas. O segundo estágio, denominado figuração pré-esquemática inicia-se por volta dos quatro anos e se estende até os sete, aproximadamente. Segundo Lowenfeld nessa fase aparecem os primeiros modelos representativos da realidade que a criança produz intencionalmente, e ele considera muito importante no desenvolvimento gráfico visto que a criança indica um vínculo entre o ambiente em que vive e seu desenho. No estágio pré-esquemático os movimentos circulares e indefinidos do estágio anterior evoluem para formas reconhecíveis isso ocorre em torno dos cinco anos de idade, contudo ainda que ela consiga correlacionar com a realidade as formar carecem na proporção ou perspectiva realistas, além acontecer omissões e exageros no desenho. Aos seis anos de idade a ilustraçãoexpõem temas identificáveis e respectivamente aos sete anos (idade escolar), a criança mostra um esquema para desenhar. Vale ressaltar que nesse estágio a representação da figura humana é bem frequente e está diretamente relacionado ao seu pensamento egocêntrico. O terceiro estágio conhecido como figuração esquemática tem seu ponto inicial aproximadamente entre os sete e nove anos de idade, onde os esquemas são inicialmente puros, porém estes esquemas correm o risco de sofrer modificações ao decorrer do desenvolvimento da criança. Figuração realista, quarto estágio, começa em torno dos nove anos de idade e segue até os doze anos de idade, uma das principais evoluções visíveis são os desenhos ficarem mais ricos em detalhes, com proporções mais realistas. Nesta fase Lowenfeld conclui que é determinada como a “idade da turma”, onde a criança desenvolve o conceito de forma e compreende que pertence a um grupo explorando a convivência social de cooperação. Neste momento de vida, ela também começa a 7 demonstrar insatisfação quando não consegue representar da forma que imaginou, manifestando a autocrítica. O quinto estágio nomeado como pseudo-naturalista condiz como o período da puberdade e adolescência, entre os doze e quatorze anos de idade, no qual o adolescente fica mais rigoroso com os seus desenhos. O ultimo estágio chamado “Período de decisão” que se inicia por volta dos quatorze anos de idade e se estende até os dezessete anos de idade, preservam-se as gravuras mais realistas, contudo começa a fase da arte deliberada e intencional. 2. APRESENTAÇÃO DO PROCEDIMENTO Foi solicitado a crianças de diferentes idades (de dois a quinze anos), que realizassem desenhos livres e depois anotassem seus nomes, idades e o que cada um havia desenhado. Foram disponibilizados os seguintes materiais para a execução do desenho: folhas, lápis, giz e tinta guache. Foi apresentado aos responsáveis das crianças o objetivo do desenho e também o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 3. ANÁLISE I Observamos o desenho realizado por uma criança de 14 anos, a criança diz ter tentado representar os dois lados da vida, o lado mais colorido representa uma pessoa como as outras pessoas conseguem ver e o lado mais escuro representa o psicológico dessa pessoa, onde ninguém consegue ver. Segundo Piaget, está criança se encontra no Estágio operatório concreto, nesta fase a criança começa a raciocinar logicamente e sistemicamente, não mais precisando de objetos concretos para auxiliar na interpretação. Seu desenvolvimento cognitivo já alcançou o nível mais alto, tornando-se capaz de solucionar problemas utilizando pensamento lógico, o pensamento hipotético-dedutivo é uma caraterística significativa exposta nesta fase, visto que a criança começa a desenvolver hipóteses para tentar explicar e solucionar os problemas. De acordo com a avaliação do desenvolvimento do grafismo pela perspectiva de Lowenfeld, está criança pertence ao quinto estágio: pseudo-naturalista, está fase concilia geralmente com o período da puberdade e adolescência, se tornam mais críticos e rigorosos com suas próprias produções artísticas. 8 Segundo Luquet, o desenho observado foi criado por uma criança que se encontra no quarto estágio, realismo visual, onde a ilustração é mais próxima da realidade e não são mais transparentes/ vazados. 4. ANÁLISE II Analisamos o desenho feito por uma criança de 8 anos. A criança relata que o desenho é um celular com quase todos os aplicativos que todo mundo está usando, e na foto de perfil, ela desenhou a entrevistadora. A criança diz que desenhou o celular porque é uma tecnologia que possibilita a comunicação e informação, e que pode-se saber tudo através do celular. De acordo com Piaget, esta criança está na terceira infância, operatório concreto. E, é na terceira infância onde ocorre o refinamento de todos os aspectos físicos, espera-se que nesta fase a criança já tenha desenvolvido a empatia e uma certa responsabilidade perante seu próprio comportamento, já que já adquiriu o pensamento lógico, porém concreto. Segundo Luquet, esta criança está no 3º Estágio – Realismo intelectual. Estágio onde a criança passa a ser mais detalhista, e tem a intenção de apresentar todo conhecimento intelectual que ela possui perante o objeto e costuma colocar legendas em seus desenhos, também podem aparecer transparências no objeto desenhado pela criança. Para Lowenfeld, esta criança está no terceiro estágio que é conhecido como figuração esquemática. Nesse estágio os esquemas são puros, porém, podem sofrer modificações ao decorrer do desenvolvimento da criança. 5. CONCLUSÃO De acordo com o conteúdo apresentado pode-se concluir que ambas crianças estão no estágio esperado para suas idades. A primeira criança que se encontra no estágio operatório concreto, foi capaz de raciocinar logicamente, e frente aos detalhes do desenho, pode-se perceber que o indivíduo foi bem crítico quanto à sua produção, e baseado na teoria de Lowenfeld, ele está no estágio esperado. A segunda criança está no estágio operatório concreto e foi capaz de pensar logicamente apresentando um tema da atualidade. De acordo a teoria de Luquet, 9 esta criança encontra-se no Terceiro Estágio, nomeado Realismo Intelectual. Ao desenhar detalhadamente o celular, apresentar todo o conhecimento sobre o objeto e colocar legenda no desenho, pode-se pressupor que ela está na fase esperada. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PILLOTTO, S. S. D.; SILVA, M. K.; MOGNOL, L. T. Grafismo infantil: linguagem do desenho. In: Revista Linhas - Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Florianópolis/SC, v. 5, n. 2, 2004. PIAGET, J.; INHELDER, B. O desenho. In: A Psicologia da Criança. 3ª ed. Trad. Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Difel, 2003. (Cap. III pág. 46-59). MEREDIEU, F. de O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 2000.
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