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Direito Constitucional - Aula 18 - Poder Judiciário

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CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR 
PROFESSOR GUSTAVO BARCHET 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 18: PODER JUDICIÁRIO 
 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
O Capítulo III, do Título IV, da Constituição Federal trata do Poder Judiciário 
e começa com a estrutura orgânica do poder, cujos órgãos são apresentados 
no art. 92. Em seguida, são lançadas as pedras angulares da magistratura. 
De fato, o espírito do Judiciário são os seus juízes e sobre eles disporá o 
Estatuto da Magistratura, observados os princípios dos arts. 93 a 95. 
Em prosseguimento, temos os arts. 96 e 99, onde o constituinte, através da 
autogestão, tratada nos referidos dispositivos, quis demonstrar o quanto os 
tribunais são independentes. 
Mal localizados em termos topográficos, entre os arts. 96 e 99, que tratam 
da autonomia e independência, existem dois artigos sobre assuntos distintos: 
o art. 97, que trata da declaração de inconstitucionalidade, e o art. 98, que 
cuida dos juizados especiais e da justiça de paz. 
Antes de começar a discorrer sobre cada um dos órgãos do Judiciário, o que 
se inicia no art. 101, a Constituição ainda trata, no art. 100, da execução 
contra a fazenda pública, ou seja, de como o Estado efetuará o pagamento 
dos débitos a que foi condenado por decisão judicial transitada em julgado. 
Estamos, aqui, falando dos casos em que o pagamento é feito por precatório 
e dos casos em que a parte consegue livrar-se desse regime de quitação de 
débitos oriundos de decisão judicial. Adiante trataremos do tema. 
 
 
2) FUNÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO 
 
A função típica do Poder Judiciário é a prestação da tutela jurisdicional, que 
consiste em aplicar a norma (que é abstrata) a um caso concreto, a um 
litígio (lide) que lhe foi apresentado, dizendo quem tem razão de acordo com 
o Direito. O ato jurisdicional produz a coisa julgada, a decisão judicial contra 
a qual não cabe mais recurso, tornando-se imutável. Jurisdição significa 
“dizer o Direito”, e qualquer cidadão tem direito a esta prestação (art. 5º, 
XXXV). Além dessa atividade, atipicamente, o Judiciário administra e legisla. 
Administra quando gere sua economia interna (art. 96, I, b e e) e legisla 
quando cria normas gerais, em determinados casos (art. 96, I, a). 
Assim como aos demais Poderes, cabe ao Judiciário cumprir e defender a 
Constituição, sendo que neste mister cabe-lhe função especial, pois o seu 
órgão máximo, o Supremo Tribunal Federal, é quem tem a palavra final 
sobre a interpretação da constitucionalidade das leis. 
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3) ESTATUTO DA MAGISTRATURA 
 
O Estatuto da Magistratura, como indica a expressão, é a Lei Geral dos 
Magistrados, que conterá as normas e princípios aplicáveis à organização da 
categoria. É veiculado em lei complementar, de iniciativa exclusiva do 
Supremo Tribunal Federal, e ao dispor sobre a organização da magistratura, 
deverá observar, dentre outros, os seguintes princípios (CF, art. 93, na 
redação dada pela EC nº 45, de 2004): 
a) ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante 
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos 
Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, 
no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, 
à ordem de classificação; 
b) promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e 
merecimento; 
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios 
objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela 
freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de 
aperfeiçoamento; 
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz 
mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, 
conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a 
votação até fixar-se a indicação; 
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu 
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido 
despacho ou decisão; 
f) o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e 
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; 
g) previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de 
magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a 
participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação 
e aperfeiçoamento de magistrados; 
h) o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; 
i) o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por 
interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do 
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla 
defesa; 
j) todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei 
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus 
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito 
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à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; 
l) as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão 
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de 
seus membros; 
m) nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser 
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e 
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e 
jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se 
metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal 
pleno. 
 
 
4) JUIZADOS ESPECIAIS E JUSTIÇAS DE PAZ 
 
A Constituição previu instrumentos alternativos de solução dos litígios, 
apostando nos juizados especiais e na justiça de paz. 
Nos termos do inc. I, do art. 98, da Carta, caberá à União, no Distrito Federal 
e Territórios, e aos Estados instituir juizados especiais, providos por juízes 
togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e 
a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de 
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, 
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de 
recursos por turmas de juízes de primeiro grau. Caberá à lei federal dispor 
sobre os juizados especiais na esfera da Justiça Federal (CF, § 1º). 
Já o inc. II, do art. 98, da Carta trata da justiça de paz, a qual, remunerada, 
é composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com 
mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar 
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o 
processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter 
jurisdicional, além de outras previstas na legislação. 
 
 
5) INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA 
 
A independência e autonomia do Judiciário são consideradas exigências 
basilares para que exista um Estado Democrático de Direito. Estes valores 
exigem providências relativas à gestão do Poder e às garantias de seus 
membros. 
Para assegurar a independência e autonomia, duas são as principais 
providências: 
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1º) assegurar a gestão própria, que abrange a auto-administração e verba 
própria. Aqui, estarão em jogo as garantias institucionais da autonomia 
funcional, administrativa e financeira; 
2º)assegurar proteção aos magistrados, a fim de que tenham segurança e 
serenidade para julgar. Aqui, estarão em jogo as garantias que, direcionadas 
aos membros da magistratura, pretendem de modo mediato garantir a 
qualidade dos julgamentos, razão pela qual acabam sendo garantias aos 
jurisdicionados. Por essa razão são entendidas como prerrogativas, e não 
como privilégios. 
A autonomia financeira do Poder Judiciário é prevista no art. 99, e é 
assegurada pela capacidade de autogestão em lugar da dependência dos 
favores financeiros dos demais Poderes, em especial do Executivo. 
Em relação ao orçamento, os tribunais devem elaborar suas propostas, 
dentro dos limites acordados juntamente com os demais Poderes da lei de 
diretrizes orçamentárias, e encaminhá-las ao Poder Executivo respectivo, 
para que este elabore o projeto de lei orçamentária e o encaminhe ao 
Legislativo. 
Nessa hora será preciso que todos os Poderes cheguem a um razoável 
consenso. Permitir cortes na proposta de orçamento do Judiciário poderá 
resultar na limitação de sua independência. Por outro lado, o Judiciário 
também deve ser responsável por seus gastos, evitando desperdício do 
dinheiro público. Assim, será preciso um consenso, o qual é determinado 
pelo art. 99, § 1º. 
O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, 
compete: 
a) no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos 
Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; 
b) no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos 
Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos 
tribunais. 
A Emenda Constitucional nº 45/04 acrescentou mais três parágrafos ao art. 
99, buscando preencher lacunas relativas à autonomia orçamentária do 
Poder Judiciário. Assim, por exemplo, se os órgãos responsáveis não 
procederem ao encaminhamento da proposta orçamentária dentro do prazo 
estabelecido pela lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo estará 
autorizado constitucionalmente a manter os valores aprovados na lei 
orçamentária vigente, evitando-se, assim, atrasos na aprovação no 
orçamento. 
O Poder Executivo também está autorizado a proceder aos ajustes 
necessários, quando a proposta orçamentária anual encaminhada pelo 
Judiciário estiver em desacordo com os limites estabelecidos pela lei de 
diretrizes orçamentárias. 
E, finalmente, durante a execução orçamentária do exercício, não poderá 
haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem 
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os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se 
previamente autorizadas, mediante abertura de créditos suplementares ou 
especiais. 
Para assegurar independência é preciso auto-administração e esta não se 
esgota na autonomia orçamentária. É preciso que o próprio Poder Judiciário 
escolha os seus dirigentes, faça seus concursos de seleção, organize suas 
secretarias e serviços auxiliares, proponha e controle seus recursos, sua 
estrutura interna etc. 
Neste sentido, dispõe o art. 96, em seu inc. I, que compete privativamente 
aos Tribunais integrantes do Poder Judiciário: 
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com 
observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, 
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos 
jurisdicionais e administrativos; 
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes 
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; 
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira 
da respectiva jurisdição; 
d) propor a criação de novas varas judiciárias; 
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido 
o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à 
administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; 
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos 
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados; 
Por sua vez, o inc. II, do art. 96 declara ser de competência privativa do 
Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e dos Tribunais de 
Justiça apresentar ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no 
art. 169, projetos de lei sobre: 
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços 
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do 
subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, 
onde houver; 
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias. 
 
 
6) CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
 
6.1) Considerações Iniciais 
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É inegável que a Constituição de 1988 fortaleceu sobremaneira o Poder 
Judiciário. Para se ter uma idéia do que isso significa, basta pesquisar um 
pouco as decisões judiciais prolatadas desde a entrada em vigor da Carta e 
perceberemos que o Judiciário, por exemplo, tem adentrado em questões de 
mérito do ato administrativo, rompendo a tradicional barreira que limitava a 
sua ação à análise de forma e deixando o conteúdo discricionário do ato por 
conta do administrador público. 
Esse alargamento do controle judicial sobre os atos de gestão pública tem, 
eventualmente, causado atritos entre o Poder Judiciário e os demais Poderes 
do Estado, em especial o Poder Executivo. Nesse contexto, uma maior 
fiscalização do Poder Judiciário foi uma das diretrizes que norteou a 
elaboração da EC nº 45/04, denominada de Emenda da Reforma do 
Judiciário. 
Passamos à análise de alguns aspectos atinentes ao novo sistema de controle 
do Poder Judiciário, nos moldes traçados pela EC nº 45, que instituiu o 
Conselho Nacional de Justiça. 
 
6.2) Composição 
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) integra a estrutura do Poder Judiciário, 
conforme determina o art. 92, I-A, da Constituição. Sua natureza jurídica, 
portanto, é de órgão judicial com sede na Capital Federal (CF, art. 103-B). 
É composto por quinze membros, com mais de 35 e menos de 65 anos de 
idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução. Destes 
membros, nove integram o Judiciário e seis serão recrutados entre 
representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da 
sociedade civil, estes últimos indicados pelo Senado Federal e pela Câmara 
dos Deputados. O representante do Supremo Tribunal Federal exercerá a 
presidência do Conselho, que votará somente em caso de empate, ficando 
excluído da distribuição de processos. Todos os membros serão nomeados 
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria 
absoluta do Senado Federal. 
Para dar mais transparência às decisões do CNJ, o Procurador Geral da 
República e o Presidente do Conselho Federal da OAB vão oficiar junto ao 
órgão, funcionando como uma espécie de custos legis dentro das atribuições 
do Conselho. 
A seguir, apresentamos na íntegra da Composição do Conselho: 
a) um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo 
tribunal; 
b) um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo 
tribunal; 
c) um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo 
tribunal; 
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d) um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal 
Federal; 
e) um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;f) um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de 
Justiça; 
g) um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
h) um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior 
do Trabalho; 
i) um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
j) um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral 
da República; 
l) um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral 
da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada 
instituição estadual; 
m) dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil; 
n) dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um 
pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
Se as indicações previstas neste artigo não forem efetuadas no prazo legal, a 
escolha caberá ao Supremo Tribunal Federal (CF, art. 103, § 3º). 
As ações contra o Conselho Nacional de Justiça serão julgadas pelo Supremo 
Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, r, da Constituição. 
Já ao Senado Federal compete julgar os membros do Conselho Nacional de 
Justiça nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, II). 
 
6.3) Atribuições 
O CNJ tem como função primordial o controle da atuação administrativa e 
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos 
juízes. Sua atuação terá caráter dúplice, ora funcionando preventivamente 
como, por exemplo, quando zelar pela autonomia do Poder Judiciário; ora 
repressivamente quando, por exemplo, conhecer das reclamações contra 
membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços 
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro 
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da 
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar 
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade 
ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de 
serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa. 
O § 4º do art. 103-B arrola as competências do Conselho, podendo outras 
serem estabelecidas no Estatuto da Magistratura. 
Nos termos do referido dispositivo, compete ao Conselho: 
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a) zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto 
da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua 
competência, ou recomendar providências; 
b) zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante 
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros 
ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar 
prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento 
da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; 
c) receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder 
Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos 
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do 
poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e 
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e 
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios 
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, assegurada ampla defesa; 
d) representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração 
pública ou de abuso de autoridade; 
e) rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de 
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; 
f) elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças 
prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder 
Judiciário; 
g) elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, 
sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o 
qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a 
ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão 
legislativa. 
O § 5º confere ao Ministro do Superior Tribunal de Justiça a função de 
Ministro-Corregedor do Conselho, excluindo-o da distribuição de processos e 
outorgando-lhe as seguintes atribuições: 
a) receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas 
aos magistrados e aos serviços judiciários; 
b) exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; 
c) requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar 
servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e 
Territórios. 
O § 7º encerra o art. 103-B, determinando que a União, inclusive no Distrito 
Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para 
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros 
ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, 
representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. 
 
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7) CELERIDADE PROCESSUAL 
 
A EC nº 45 adotou diversas medidas, com a finalidade promover a celeridade 
no transcurso dos processos judiciais. 
Dentre elas, vale destacar o fim do recesso forense, tornando ininterrupta a 
tutela jurisdicional. Agora, apenas o Poder Legislativo não trabalha 
ininterruptamente. A interpretação do art. 93, XII, não deixa margens para 
dúvidas, ao estatuir que "a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo 
vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, 
nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão 
permanente". 
Outra alteração ocorreu com a inserção do inciso XV ao art. 93, o qual 
assevera que “a distribuição de processos será imediata, em todos os graus 
de jurisdição”. 
Também cabe enunciar a regra contida no inc. XIII do art. 93, pela qual o 
número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva 
demanda judicial e à respectiva população. Por fim, o inc. XIV do mesmo 
artigo, segundo o qual os servidores receberão delegação para a prática de 
atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório. 
 
 
8) SÚMULA VINCULANTE 
Nesse mesmo contexto – busca de maior eficiência na prestação jurisidicional 
– a EC nº 45 instituiu a súmula vinculante. 
Súmula é o resultado do julgamento tomado pelo voto da maioria absoluta 
dos membros de um tribunal, condensando em um enunciado o que se 
traduzirá em um precedente, buscando a uniformização da jurisprudência do 
tribunal. 
A súmula não se confunde com a lei. A lei é ato que obriga, dotado de alto 
coeficiente de generalidade e abstração. A súmula, por sua vez, é uma 
interpretação que o Poder Judiciário dá à lei quando da sua aplicação em 
casos concretos. A lei tem caráter coercitivo. A súmula apenas denota-lhe o 
alcance, dando um significado mais concreto à abstração legal. A lei é 
legislativa porque, em regra, emana do Poder Legislativo. A súmula é judicial 
porque sempre emana do Poder Judiciário. A lei comporta várias formas de 
interpretações. A súmula jamais comporta interpretação analógica. 
Esta diferenciação, corrente na doutrina, já não se mostra mais tão exata 
com a inserção da súmula vinculante em nosso ordenamento jurídico, pelo 
acréscimo do art. 103-A ao texto constitucional, asseverando: 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após 
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovarsúmula que, 
a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante 
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em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração 
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, 
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma 
estabelecida em lei. 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia 
de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual 
entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que 
acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de 
processos sobre questão idêntica. 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, 
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles 
que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. 
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula 
aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao 
Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato 
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará 
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme 
o caso. 
Sem dúvida, de todas as inovações trazidas pela EC nº 45/04, a súmula 
vinculante é a mais controversa e polêmica. Criticada por diversos de nossos 
doutrinadores, principalmente por ser considerada como ofensiva à 
independência funcional dos membros da magistratura, sua instituição tem 
por finalidade precípua ampliar a celeridade processual, bem como reduzir a 
insegurança jurídica decorrente de diversos posicionamentos existentes no 
âmbito do Poder Judiciário sobre a mesma matéria. 
Nos termos do caput do art. 103-A, observado o procedimento ali descrito, é 
conferido ao Ministros do STF um poder semelhante ao do legislador, pois, ao 
editar uma súmula vinculante, estará a Corte efetivamente cristalizando o 
entendimento em certa matéria, tornando de todo o Judiciário e de toda 
Administração a sua interpretação do assunto objeto da súmula. 
 
 
9) GARANTIAS DOS MAGISTRADOS 
 
As garantias dos magistrados são basicamente previstas no art. 95. São elas: 
a de vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de subsídio. O 
propósito é garantir a independência dos magistrados, dando-lhes segurança 
e serenidade para julgar, protegendo-o da pressão de forças externas, sejam 
de caráter político ou econômico. 
 
9.1) Vitaliciedade 
Significa que só haverá perda do cargo, em virtude de sentença judicial 
transitada em julgado. Para os juízes que ingressam por concurso público, ou 
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seja, os de primeira instância, a vitaliciedade só é alcançada após dois anos 
de exercício. Durante este período, a perda do cargo deve se dar por decisão 
do tribunal a que estiver vinculado. Nos tribunais, a vitaliciedade é 
concomitante com a posse. 
A sentença que decidir pela perda do cargo será proferida pelo tribunal 
competente, de acordo com a espécie de juiz que estiver sendo julgado. Um 
juiz federal será julgado pelo TRF, um estadual pelo TJ, e assim por diante. 
No caso dos ministros do STF, a decisão nos crimes de responsabilidade 
caberá ao Senado (art. 52, II). 
 
9.2) Inamovibilidade 
É a garantia de que o juiz não será removido do seu local de atuação 
compulsoriamente, como medida indispensável para que possa gozar da 
tranqüilidade necessária para o exercício independente de suas funções. 
A garantia não goza, todavia, de caráter absoluto, uma vez que o 
magistrado, independentemente de sua vontade, poderá ser removido por 
motivo de interesse público, pelo voto de dois terços dos membros do 
Tribunal a que estiver vinculado (CF, art. 93, VIII). 
O Conselho Nacional de Justiça, a teor do inc. III, do § 4º, do art. 103-B, da 
CF, também goza de competência para determinar a remoção de ofício de 
magistrados. 
 
9.3) Irredutibilidade de subsídios 
É a garantia pela qual os magistrados não terão o valor nominal de seu 
subsídio reduzido, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, 
II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
Na matéria, vale transcrever o inc. V, do art. 93, da Constituição segundo o 
qual: 
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a 
noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros 
do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados 
serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, 
conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, 
não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por 
cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por 
cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º. 
Deve-se relembrar, também, que os magistrados estão atualmente sujeitos 
ao mesmo regime previdenciário que os titulares de cargos efetivos, cujas 
normas básicas encontram-se prescritas no art. 40 da Constituição. 
 
9.4) Vedações 
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Além das garantias, a Constituição estabelece vedações aos magistrados (CF, 
art. 95, parágrafo único), buscando assegurar a imparcialidade em seus 
julgamentos. 
Assim, aos juízes é vedado: (a) exercer, ainda que em disponibilidade, outro 
cargo ou função, salvo uma no magistério; (b) receber, a qualquer título ou 
pretexto, custas ou participação em processo; (c) dedicar-se a atividade 
político-partidária; (d) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou 
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas 
as exceções previstas em lei; (e) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do 
qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por 
aposentadoria ou exoneração. 
A última vedação tem o evidente objetivo de impedir que o magistrado se 
valha de suas relações pessoais, ao menos durante este período, para obter 
decisões favoráveis aos interesses daqueles que representa na condição de 
advogado. 
 
 
10) ESTRUTURA ORGÂNICA 
 
Conforme já mencionado, o art. 92 elenca os órgãos do Poder Judiciário. 
Temos, em resumo, um Tribunal estabelecido no cume do sistema e que é 
seu órgão de cúpula, o STF (art. 101). Ao lado dele, assumindo parte das 
antigas funções do STF e servindo de unificador da interpretação da 
legislação no país, encontramos o STJ (art. 104). O STJ também tem o papel 
de pacificador de interpretação, no âmbito da Justiça Comum, tanto Federal 
quanto Estadual. 
Podemos estabelecer uma simples divisão entre Justiça Comum e Justiças 
Especiais. As Justiças Especiais são aquelas que disciplinam e cuidam de 
matérias jurídicas específicas, existindo a Justiça do Trabalho, a Justiça 
Eleitoral e a Justiça Militar. A Justiça Comum assume a decisão de todas as 
causas que não estiverem sujeitas às Justiças Especiais. 
Aqui haverá uma nova subdivisão: Justiça Comum Federal e Justiça Comum 
Estadual. A Justiça Federal cuida das causas referidas no art. 109, que define 
os feitos que por algum motivo são de interesse para a União. As causas que 
não forem atinentes às Justiças Especiais nem à Justiça Federal compõem o 
universo de competência da Justiça Estadual. 
A pirâmide estrutural judiciária tem, em regra, três níveis: a 1ª Instância, a 
2ª Instância e um Tribunal Superior incumbido de revisar as decisões e 
unificar a jurisprudência. O Tribunal Superior funciona como verdadeira 3ª 
Instância e o STF, às vezes, como uma 4ª Instância. De um modo geral, ascausas são apreciadas pela 1a instância, onde o juiz colhe as provas, tem 
contato pessoal com os litigantes e seus advogados e decide a causa. 
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Existe a possibilidade de que aquele que estiver insatisfeito com a decisão 
recorra da mesma para o Tribunal de 2ª Instância. A partir daí, será possível 
em alguns casos, se recorrer a um Tribunal Superior. O STF ficará sempre 
como Tribunal Constitucional, zelando pelo respeito à Lei das Leis e sendo 
acionável, direta ou indiretamente, quando violada a Carta Magna. A 
Constituição relaciona os casos em que as causas já se iniciam nos Tribunais. 
Dentro da Justiça Comum, teremos as Justiças Federal e Estadual. A Justiça 
Federal tem sua 1ª Instância composta pelos Juízes Federais e a 2ª pelos 
Tribunais Regionais Federais (art. 106). A Justiça Estadual (art. 125) possui 
as 1ª e 2ª Instâncias compostas, respectivamente, pelos Juízes de Direito e 
pelos Tribunais de Justiça. O Tribunal Superior que uniformizará as decisões 
é o STJ. Na Justiça Comum Estadual, funcionam os Juizados Especiais, 
regulamentados pela Lei nº 9.099/95, que têm, entre outras 
particularidades, o julgamento de seus recursos feito por turmas recursais 
compostas por juízes de primeira instância. Com a EC nº 22/99 foi aberto o 
caminho para os Juizados Especiais Federais, de que falaremos adiante. A 
estrutura das Justiças Especiais também é organizada em três graus. 
Após essa exposição, cabe apresentarmos o quadro geral da estrutura 
judiciária nacional: 
a) o Supremo Tribunal Federal; 
b) o Conselho Nacional de Justiça; 
c) na Justiça Comum: 
- o Superior Tribunal de Justiça; 
- os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, na Justiça Federal; 
- os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, na 
Justiça local. 
d) na Justiça do Trabalho: 
- o Tribunal Superior do Trabalho; 
- os Tribunais Regionais do Trabalho; 
- os Juízes do Trabalho. 
e) na Justiça Eleitoral: 
- o Tribunal Superior Eleitoral; 
- os Tribunais Regionais Eleitorais 
- os Juizes Eleitorais; 
- as Juntas Eleitorais. 
e) na Justiça Militar: 
- o Superior Tribunal Militar 
- os Tribunais e Juízes Militares criados por lei. 
 
 
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11) ESCOLHA DOS MAGISTRADOS 
 
Em termos teóricos, existem diversas formas de se escolherem os 
magistrados. Em princípio, o constituinte pode escolher entre a eleição, a 
nomeação direta pelo chefe do Executivo e o concurso público. Todos os 
sistemas têm suas vantagens e desvantagens. 
No Brasil, a opção principal foi pelo concurso público, que atinge em especial 
a primeira instância. Nos tribunais de segunda instância da Justiça Comum 
existe o acesso de 80% de juízes de carreira (concursados) e 20% de juízes 
oriundos da advocacia e do Ministério Público. Nos tribunais superiores (STJ, 
TST), o acesso tem muito maior influência política, prevalecendo a nomeação 
dentre juízes dos tribunais de 2ª instância, advogados e membros do 
Ministério Público através de listas formuladas pelas respectivas instituições. 
O STM tem nomeação bastante peculiar (art. 123). Por fim, no STF a 
nomeação é de livre escolha do Presidente da República, sequer exigindo-se 
que o agraciado seja bacharel em Direito, pois, em tese, é possível que 
alguém que não o seja possua notável saber jurídico (CF, art. 101). 
A EC nº 45/04, muito oportunamente, estabeleceu uma nova exigência para 
o ingresso na magistratura de carreira: exigindo do bacharel em Direito no 
mínimo três anos de atividade jurídica (art. 93, I). Requisito que também 
passou a ser exigido para ingresso na carreira do Ministério Público, 
conforme faz ver o artigo 129, § 3º, da Constituição. 
Chama-se quinto constitucional a regra contida no art. 94, pela qual um 
quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos 
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do 
Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de 
notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de 
efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de 
representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, caberá ao 
tribunal formar uma lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos 
vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. 
Vista a matéria em suas linhas mais gerais, resta apresentar como se dá a 
escolha dos membros dos diferentes órgãos do Poder Judiciário: 
a) Supremo Tribunal Federal (CF, art. 101): é formado de onze Ministros, 
escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e 
cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Os 
Ministros do STF são nomeados pelo Presidente da República, depois de 
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal; 
b) Superior Tribunal de Justiça (CF, art 104, parágrafo único): O STJ é 
formado por, no mínimo, trinta e três Ministros, nomeados pelo Presidente 
da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de 
sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois 
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
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- um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre 
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice 
elaborada pelo próprio Tribunal; 
- um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério 
Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, 
indicados na forma do art. 94. da Constituição; 
c) Tribunais Regionais Federais (CF, art. 107): serão compostos por, no 
mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e 
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta 
e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
- um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos 
de carreira; 
- os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos 
de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente. 
d) Tribunal Superior do Trabalho (CF, art. 111-A): é composto de vinte e 
sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e 
menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República 
após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
- um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
- os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da 
magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
e) Tribunais Regionais do Trabalho (CF, art. 115): Os TRTs são formados por, 
no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e 
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta 
e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
- um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
- os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e 
merecimento, alternadamente. 
f) Tribunal Superior Eleitoral (CF, art. 119): o TSE é composto por, no 
mínimo, sete membros, escolhidos: 
-mediante eleição, por voto secreto: (a) três juízes dentre os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal; (b) dois juízes dentre os Ministros do Superior 
Tribunal de Justiça e 
- por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis 
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo 
Supremo Tribunal Federal. 
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O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente 
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral 
dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. 
g) Tribunais Regionais Eleitorais (CF, art. 120, § 1º): os TREs são formados: 
(a) por eleição, pelo voto secreto, de (a.1) dois juízes dentre os 
desembargadores do Tribunal de Justiça, (a.2) dois juízes, dentre juízes de 
direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; (b) um juiz do Tribunal Regional 
Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não 
havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional 
Federal respectivo; (c) por nomeação, pelo Presidente da República, de dois 
juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, 
indicados pelo Tribunal de Justiça. 
O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente 
dentre os desembargadores. 
h) O Superior Tribunal Militar (CF, art. 123): será formado por quinze 
Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de 
aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-
generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre 
oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da 
carreira, e cinco dentre civis. 
Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre 
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo: 
- três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais 
de dez anos de efetiva atividade profissional; 
- dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério 
Público da Justiça Militar. 
 
 
12) COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
A competência do Supremo Tribunal Federal vem prescrita no art. 102 da 
Constituição, compreendendo funções próprias de uma Corte Constitucional e 
algumas funções (por exemplo, art. 102, I, g) que bem podiam ser 
delegadas a instâncias inferiores. Vislumbra-se claramente a primordial 
posição do STF no controle da constitucionalidade das leis e atos normativos, 
que é sua missão natural. Por ser a corte mais alta, terá que resolver alguns 
conflitos especiais, como aqueles entre Estados-membros, com entidades 
estrangeiras. Além disso, o próprio STF terá que decidir se ele mesmo errou 
(p. ex., art. 102, I, j), já que não tem outra corte que lhe seja superior. 
O rol do art. 102 é taxativo, não podendo o intérprete acrescer outras 
hipóteses. Pela análise do dispositivo, pode-se concluir que três são suas 
áreas básicas de atuação: 
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a) Inciso I – Ações que processa e julga originariamente, ou seja, aquelas 
em que o processo já começa no STF. Aqui teremos as ações diretas 
versando sobre inconstitucionalidade, o julgamento das mais altas 
autoridades, litígios envolvendo entes federativos ou Estados estrangeiros ou 
organismos internacionais etc; 
b) Inciso II – Recursos ordinários, ou seja, situações em que o STF 
funcionará como 2ª instância. Isto acontecerá em duas hipóteses: ações 
constitucionais decididas em única instância pelos Tribunais Superiores, se 
denegatória a decisão, e nos crimes politicos; 
c) Inciso III – Recursos extraordinários, ou seja, casos em que se justifica a 
apreciação de uma causa pelo STF em homenagem ao princípio da 
supremacia da Constituição. Assim, se ocorrer qualquer das hipóteses 
listadas neste inciso, a questão será levada até o STF para o fim de que este, 
como guardião supremo da Constituição, estabeleça qual a interpretação 
correta a respeito da constitucionalidade de alguma norma. 
É importante frisar que este recurso só será possível após esgotada a última 
instância ou se tiver sido decidido em instância única. Para existir o Recurso 
Extraordinário (RE) é necessário que haja o pré-questionamento, ou seja, 
que a decisão recorrida tenha se manifestado sobre alguma das alíneas do 
art. 102, III. 
A Emenda Constitucional nº 45/04 criou uma nova hipótese de recurso 
extraordinário pressupondo um conflito entre lei municipal em face de lei 
federal. Desta forma o recurso extraordinário passa a ser possível fora dos 
casos de controle difuso de constitucionalidade, conforme veremos em aula 
posterior. 
Ademais, veio instituir, no § 3º do art. 102, mais um requisito de 
admissibilidade para o recurso extraordinário: a demonstração da 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso. Ao 
Tribunal caberá examinar a existência de tais questões, para fins de 
admissão ou não do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação 
de dois terços de seus membros. 
Ainda sobre as competências do STF, são cabíveis as seguintes 
considerações: 
- julgamento de autoridades: diante das mais altas autoridades do país, o 
STF tem função relevante. Ele não só julga casos em que as mesmas são 
acusadas de infrações penais comuns ou de crimes de responsabilidade (art. 
102, I, b e c), como também julga as hipóteses em que estas autoridades 
são vítimas (pacientes) ou autoras (coatoras) de violações de direitos 
fundamentais (art. 102, I, d e i). Se estas autoridades forem omissas na 
regulamentação da Constituição, também caberá ao STF originariamente 
apreciar o caso (art. 102, I, q). 
 - ações não relacionadas no art. 102 em que figurem como partes altas 
autoridades. Repare que o art. 102, cujo rol é taxativo, não menciona o 
julgamento da ação popular, da ação civil pública, da ação por ato de 
improbidade administrativa e mesmo das ações ordinárias. Assim, diante 
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destes instrumentos processuais não se caracteriza o foro privilegiado, razão 
por que estas ações devem começar pela 1ª instância, podendo até chegar 
ao STF, mas apenas pelas vias recursais próprias; 
- atualidade do mandato ou cargo: no que respeita à competência penal 
originária, o STF já entendeu que a mesma não alcança pessoas que não 
estejam mais exercendo o mandato ou cargo. A idéia é de que prerrogativa 
do foro privilegiado acompanha o cargo ou mandato e não seus eventuais 
titulares. Assim, não prevalece a Súmula nº 394 do próprio Supremo. O 
lógico seria que se o crime foi cometido durante o exercício do cargo, deveria 
prevalecer a prerrogativa de foro. Mas não foi esta a posição vencedora na 
Corte Suprema. Prevaleceu a idéia de que a prerrogativa de foro é ligada ao 
exercício do mandato ou cargo. Se a pessoa deixou de exercer o mandato ou 
cargo, o processo vai para a 1a instância assim como, se passar a exercê-los 
ao tempo em que possuir algum processo contra si correndo em instância 
inferior, qualquer que seja ela, deve o mesmo ser remetido ao Supremo. 
- a Emenda nº 22/99 e a competência para o Julgamento de habeas corpus: 
a Emenda nº 22/99 veio contribuir para reduzir o volume de processos a 
cargo do STF. Pelo antigo art. 102, I, alínea i, ao STF cabia o julgamento de 
habeas corpus quando o coator fosse “tribunal”. A redação dada pela Emenda 
nº 22 acrescentou o termo “Superior”. Assim, o STF apenas julgará habeas 
corpus quando o coator for Tribunal Superior. Retirou-se de sua competência 
ações dessa natureza vindas de todos os Tribunais de Justiça dopaís e 
também dos cinco Tribunais Regionais Federais. 
Isto posto, só nos resta transcrever o art. 102 da Carta, que arrola, como 
competências do STF: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei 
ou ato normativo federal; 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios 
Ministros e o Procurador-Geral da República; 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos 
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de 
missão diplomática de caráter permanente; 
d) o habeas-corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas 
nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas-data 
contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do 
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a 
União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; 
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f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o 
Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas 
entidades da administração indireta; 
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; 
h) (Revogada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o 
coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam 
sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se 
trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; 
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; 
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da 
autoridade de suas decisões; 
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, 
facultada a delegação de atribuições para a prática de atos 
processuais; 
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou 
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos 
membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou 
indiretamente interessados; 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e 
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e 
qualquer outro tribunal; 
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de 
inconstitucionalidade; 
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do 
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da 
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo 
Tribunal Federal; 
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho 
Nacional do Ministério Público; 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas-corpus, o mandado de segurança, o habeas-data e o 
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais 
Superiores, se denegatória a decisão; 
b) o crime político; 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em 
única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
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c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta 
Constituição. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
 
 
13) COMPETÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
O Superior Tribunal de Justiça foi instituído pela Carta de 1988 para assumir 
algumas das competências até então do STF, e também para servir como 
tribunal da federação, unificando a interpretação da lei federal no país. De 
fato, até a Constituição de 1988 era comum haver decisões diametralmente 
opostas sobre um mesmo dispositivo legal, editadas por Tribunais de Justiça 
de Estados diversos. Como nem sempre as questões chegavam ao STF, o 
país convivia com esta situação desagradável. Com a extinção do Tribunal 
Federal de Recursos e a criação de cinco Tribunais Regionais Federais, o 
problema iria espraiar-se também pela Justiça Federal. 
No que diz respeito à competência, o art. 105 segue sistema similar ao art. 
102, que trata da competência do STF. Há um inciso cuidando da 
competência originária, ou seja, das causas que já começam no STJ, outro 
cuidando dos recursos ordinários e um terceiro inciso cuidando do recurso 
especial. 
No que toca ao recurso especial, é o mesmo instrumento análogo ao recurso 
extraordinário. O RE é julgado pelo STF e o REsp pelo STJ. O RE cabe nas 
hipóteses do art. 102, III, alíneas a, b, c e d, ao passo que o REsp tem lugar 
nas hipóteses do art. 105, III, alíneas a, b e c. Estas atribuições eram do STF 
e foram repassadas pela carta de 1988 ao STJ. 
O art. 105, I, c, da CF, também foi modificado pela EC nº 22/99, para incluir 
na competência do STJ o julgamento dos habeas corpus quando for coator 
tribunal sujeito à sua jurisdição. O mesmo dispositivo também foi alterado 
pela EC nº 23/99. Anote-se que é possível que um habeas corpus que seria 
julgado pelo STF e agora será julgado pelo STJ, ainda chegue ao Supremo. 
Bastará que o paciente, não obtendo a ordem no STJ, ingresse com novo 
habeas corpus, dirigido à Corte Maior, agora indicando como coator o próprio 
STJ, Tribunal Superior que lhe negou o primeiro pedido. 
No mais, compete ao Superior Tribunal de Justiça (art. 105): 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito 
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos 
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais 
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os 
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do 
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
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b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro 
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica 
ou do próprio Tribunal; 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das 
pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal 
sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da 
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral; 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o 
disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não 
vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; 
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; 
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da 
autoridade de suas decisões; 
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e 
judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e 
administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da 
União; 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade 
federal, da administração direta ou indireta, excetuadosos casos de 
competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça 
Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de 
exequatur às cartas rogatórias; 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas-corpus decididos em única ou última instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo 
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente 
ou domiciliada no País; 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou 
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais 
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão 
recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
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c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
O parágrafo único do art. 105, alterado pela EC nº 45/04, dispõe que atuarão 
junto ao STJ: 
- a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, 
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o 
ingresso e promoção na carreira; 
- o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a 
supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e 
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, 
cujas decisões terão caráter vinculante. 
 
 
14) COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL 
A Justiça Federal é composta pelos Tribunais Regionais Federais (TRFs), em 
segunda instância, e pelos Juízes Federais, em primeiro grau de jurisdição. 
O art. 108 arrola as competências dos TRFs, que podem ser desmembradas 
em originárias e recursais. 
Em grau de recurso, aos TRFs cabe apreciar as causas decididas pelos juízes 
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área 
de sua jurisdição. 
Em caráter originário, cabe aos TRFs processar e julgar: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar 
e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os 
membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral; 
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes 
federais da região; 
c) os mandados de segurança e os habeas-data contra ato do próprio 
Tribunal ou de juiz federal; 
d) os habeas-corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; 
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; 
A competência dos juízes federais, por sua vez, vem definida no art. 109 da 
Constituição. Como os juízes federais correspondem ao primeiro grau da 
Justiça Federal, não lhes cabe qualquer competência recursal, apenas 
originária. 
Nestes termos, o art. 109 confere aos juízes federais competência para 
processar e julgar: 
a) as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal 
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
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exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça 
Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
b) as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município 
ou pessoa domiciliada ou residente no País; 
c) as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado 
estrangeiro ou organismo internacional; 
d) os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de 
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência 
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
e) os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, 
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no 
estrangeiro, ou reciprocamente; 
f) as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º do artigo; 
g) os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por 
lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
h) os habeas-corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o 
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente 
sujeitos a outra jurisdição; 
i) os mandados de segurança e os habeas-data contra ato de autoridade 
federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
j) os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a 
competência da Justiça Militar; 
l) os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução 
de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a 
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva 
opção, e à naturalização; 
m) a disputa sobre direitos indígenas. 
Com relação à competência referida à letra f, adveio a mesma de mais uma 
alteração promovida ao texto constitucional pela EC nº 45, de 2004. 
Referida emenda alterou o art. 109 da Carta, acrescendo ao mesmo o inc. V-
A e o § 5º. Assevera esse último dispositivo que "nas hipóteses de grave 
violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a 
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de 
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, 
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do 
inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal". 
Trata-se, pois, da federalização dos crimes contra direitos humanos, a 
exemplos da tortura e do homicídio praticado por grupos de extermínio, os 
quais poderão ser julgados pela Justiça Federal, desde que o Procurador- 
Geral da República manifeste interesse perante o Superior Tribunal de 
Justiça. 
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Também fruto da EC nº 45, o § 2º do art. 107 traz uma determinação para 
que os Tribunais Regionais Federais instalem em suas respectivas 
circunscrições a justiça itinerante, a qual caberá a realização de audiências e 
demais funções da atividade jurisdicional servindo-se de equipamentos 
públicos e comunitários. 
Por sua vez, o § 3º, do mesmo artigo, oriundo da mesma emenda, prevê a 
possibilidade de que os Tribunais Regionais Federais venham a funcionar 
descentralizadamente, mediante a constituição de Câmaras regionais, com a 
finalidade de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas 
as fases do processo. 
Cabe frisar, por fim, o parágrafo único do art. 110, segundo o qual, nos 
Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes 
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei. 
 
 
15) JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
A Justiça do Trabalho é composta pelo Tribunal Superior do Trabalho, pelos 
Tribunais Regionais do Trabalho e pelos Juízes do Trabalho (CF, art. 111). 
Inicialmente, antes de destacarmos as competências da Justiça do Trabalho, 
vamos apresentar algumas inovações na organização da Justiça do Trabalho 
trazidas pela EC nº 45/04. 
O § 2°, do art. 111-A determina que funcionarão junto ao Tribunal Superior 
do Trabalho a Escola Nacional de Formaçãoe Aperfeiçoamento de 
Magistrados do Trabalho e o Conselho Superior de Justiça do Trabalho 
(CSJT), a quem compete exercer, na forma da lei, a supervisão 
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho 
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões 
terão efeito vinculante. O CSJT exercerá o controle da Justiça do Trabalho, 
nos moldes do Conselho Nacional de Justiça. 
O § 1º do art. 115 traz para os TRTs regra análoga à existente para os TRFs, 
ao dispor os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, 
com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, 
nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos 
públicos e comunitários. 
O § 2º do mesmo artigo segue a mesma sistemática, asseverando que os 
Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, 
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do 
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. 
Essas são apenas algumas novidades trazidas pela EC nº 45/04 ao 
regramento constitucional da Justiça do Trabalho. Mas a grande alteração 
promovida pela Emenda na matéria é, indiscutivelmente, a significativa 
ampliação da competência da Justiça do Trabalho. 
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O art. 114 da Constituição trata do assunto, e nos seus atuais termos cabe à 
Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de 
direito público externo e da administração pública direta e indireta da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre 
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando 
o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição 
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, 
decorrentes da relação de trabalho; 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 
195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças 
que proferir; 
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma 
da lei. 
Apesar de não se tratar propriamente de uma novidade, já que a modificação 
já data de 07 anos, não é demais lembrar que a EC nº 24/99 extinguiu a 
representação classista, com a eliminação dos ministros e juízes classistas 
temporários, na composição do TST, dos TRTs e dos órgãos judiciários de 
primeira instancia da Justiça Trabalhista. 
Já apresentamos anteriormente as regras de composição do TST e dos TRTs. 
No que toca à primeira instância da Justiça Trabalhista, a regra encontra-se 
no art. 116 da Carta, segundo o qual nas Varas de Trabalho (os órgãos 
jurisidicionais de primeira instância), a jurisdição será exercida por um juiz 
singular (cujo ingresso se dá mediante aprovação em concurso público de 
provas e títulos). 
 
 
16) COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
A Constituição não define a competência da Justiça Eleitoral, remetendo a 
matéria à lei complementar (art. 121). 
As únicas regras sobre competência inscritas na Constituição encontram-se 
no § 3º, do art. 121, que determina serem irrecorríveis as decisões do 
Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem a Constituição e as 
denegatórias de habeas-corpus ou mandado de segurança; e no § 4º do 
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mesmo artigo, o qual prescreve que somente cabe recurso contra as decisões 
dos TREs quando: 
- forem proferidas contra disposição expressa da Constituição ou de lei; 
- ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais 
eleitorais; 
- versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições 
federais ou estaduais; 
- anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou 
estaduais; 
- denegarem habeas-corpus, mandado de segurança, habeas-data ou 
mandado de injunção. 
 
 
17) COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR 
 
Aqui a Carta Política é ainda mais econômica, limitando-se a determinar que 
cabe à Justiça Militar processar e julgar os crimes militares definidos em lei. 
Caberá, portanto, à lei dispor sobre a competência da Justiça Militar, bem 
como sobre sua organização e funcionamento (art. 124). 
 
18) JUSTIÇA ESTADUAL 
 
Nos termos do art. 125 da Constituição Federal, cabe a cada Estado a 
estruturação de sua organização judiciária, respeitados os princípios 
estabelecidos na Constituição, sendo de iniciativa do Tribunal de Justiça a lei 
que trate de tal organização. Já a competência dos tribunais estaduais será 
definida na própria Constituição do Estado. 
Dentro do exercício dessa competência legislativa, caberá também o 
tratamento da representação de inconstitucionalidade de leis ou atos 
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, 
vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. 
A EC nº 45/04 acrescentou cinco parágrafos ao art. 125 da CF, os quais são 
a seguir transcritos: 
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de 
Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos 
juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo 
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos 
Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. 
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares 
dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais 
contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri 
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quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre 
a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. 
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, 
singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações 
judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de 
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os 
demais crimes militares. 
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, 
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do 
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. 
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a 
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, 
nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de 
equipamentos públicos e comunitários. 
O art. 126 da Carta Política, também alterado pela EC nº 45/04, traz regra 
específica para a solução de conflitos fundiários, determinando a cada 
Tribunal de Justiça que proponha à Assembléia Legislativa respectiva a 
criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões 
agrárias. Ademais, é obrigatória a presença do magistrado competente no 
local do conflito, quando essa medida for necessária para uma eficiente 
resolução jurisdicional. 
 
19) REGIME DE PRECATÓRIOS 
 
O art. 100 da Constituição da República discorre sobre a forma através da 
qual a fazenda pública (expressão que compreende as entidadespolíticas e 
autárquicas) irá pagar seus credores nos casos em que for vencida em ações 
judiciais. O dispositivo em questão sofreu alterações pelas Emendas nos 20, 
30 e 37, como será esclarecido adiante. 
O art. 100 cria o sistema do precatório, asseverando, em seu caput: 
Art. 100. À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os 
pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em 
virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem 
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos 
respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas 
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este 
fim. 
Anote-se desde logo que, apesar de alguns entenderem que o dispositivo 
autorizaria o pagamento de créditos alimentares independentemente de 
expedição de precatório, não foi este o entendimento do STF na matéria, 
afirmando a Corte que os débitos alimentares também se sujeitam a 
precatório, tendo apenas preferência sobre os débitos não alimentares. 
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§ 1º. É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito 
público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos oriundos 
de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios 
judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até 
o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados 
monetariamente. 
Esse dispositivo foi alterado pela EC nº 30, de 2000. Comparando sua 
redação atual com sua redação anterior, duas diferenças se impõem: 
1ª modificação: antes se falava em débitos constantes de precatórios 
judiciais e agora se fala em “débitos oriundos de sentenças transitadas em 
julgado, constantes de precatórios judiciários”. 
2a modificação: antes se falava em débitos apresentados até 1º de julho, 
data em que teriam seus valores atualizados, e agora se fala em 
“apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do 
exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente”. 
Ao fazer menção à atualização monetária no momento do pagamento, o 
legislador constitucional finalmente corrige grave defeito do texto, uma vez 
que por menor que seja a inflação, a falta de atualização monetária do valor 
do precatório entre 1º de julho de um ano e a data do pagamento (que podia 
ocorrer até 31 de dezembro do ano seguinte) resultava em uma diferença 
que prejudicava o credor e tornava necessário o processamento de um novo 
precatório (chamado de complementar ou suplementar). 
§ 1º-A. Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles 
decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas 
complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte 
ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de 
sentença transitada em julgado. 
O novo parágrafo, inserido pela EC nº 30/2000, e que recebeu a numeração 
de § 1º-A, inovou ao procurar discriminar o que se considera como débito de 
natureza alimentícia para efeito de aplicação do art. 100 da Carta. Desde o 
início, alguns consideraram o rol como taxativo (numerus clausus) e, assim, 
obrigatório, enquanto outros entendem que este rol é meramente 
exemplificativo, caso em que se permitiria ao magistrado considerar, em sua 
decisão, como de natureza alimentícia outros débitos não mencionados. 
Predomina, dentre as duas posições, a primeira, que considera o rol como 
taxativo, insuscetível de ampliação por força de interpretação jurisidicional. 
§ 2º. As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão 
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente 
do Tribunal que proferir a decisão exeqüenda determinar o pagamento 
segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do 
credor, e exclusivamente para o caso de preterimento de seu direito 
de precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do 
débito. 
A modificação aqui ocorrida é a seguinte: até a EC nº 30/2000, os créditos 
eram consignados ao Poder Judiciário, porém recolhendo-se as importâncias 
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respectivas à repartição competente; agora, serão consignados diretamente 
ao Poder Judiciário. 
Assim, não há mais a descentralização de antes, mas sim um pagamento 
direto. A vantagem é o maior controle e a desvantagem a maior sobrecarga 
de trabalho para o Judiciário. Seja como for, estão mantidos os princípios 
básicos relativos ao preterimento do direito de preferência. 
§3º. O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de 
precatórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em 
lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital 
ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em 
julgado. 
Este parágrafo foi inserido pela EC nº 20/98 e alterado pela EC nº 30/2000, 
que se limitou a acrescentar a Fazenda Distrital. De qualquer modo, o que de 
relevo contém o dispositivo é a exclusão dos débitos de pequeno valor do 
pagamento pelo regime de precatórios. 
§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou 
suplementar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou 
quebra de valor da execução, afim de que seu pagamento não se faça, 
em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, 
mediante expedição de precatório. 
Este parágrafo foi acrescentado pela EC nº 37/02. Sua finalidade é evitar que 
os créditos maiores sejam recebidos parte em precatório, parte sem 
precatório. Como não há possibilidade de fracionamento, repartição ou 
quebra do valor da execução, todo o crédito que não for de pequeno valor 
será pago integralmente mediante a expedição do precatório. 
§ 5º. A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º 
deste artigo, segundo as diferentes capacidades das entidades de 
direito público. 
Este parágrafo foi acrescentado pela EC n° 30/2000 como § 4º e remunerado 
para § 5º pela EC nº 37/02. Sua intenção é compatibilizar os valores com a 
multiplicidade de nossa Federação, onde alguns entes podem considerar 
como de pequeno valor quantias que para outros entes serão considerados 
elevados. 
§ 6º. O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou 
omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório 
incorrerá em crime de responsabilidade. 
Este § 6º foi também acrescido pela EC nº 30/2000 e renumerado pela EC nº 
37/02, tipificando como crime de responsabilidade qualquer ação ou omissão 
do Presidente do Tribunal que de qualquer modo impedir ou retardar a 
liquidação regular do precatório. 
 
 
 
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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES 
 
 
1) CESPEQUESTÃO 54 
 
 
1 (Técnico Judiciário - TJDFT – 2003) - Estênio ajuizou ação contra o Banco 
do Brasil S.A. (BB), com o objetivo de obter reparação por dano moral 
decorrente de indevida inclusão de seu nome no cadastro de devedores de 
cheques sem fundos. 
Acerca dessa situação hipotética, é correto afirmar que a ação deve ser 
proposta na 
A justiça federal, mas o dano moral só será indenizável se houver prova do 
prejuízo material. 
B justiça estadual, porque o BB não é ente da administração pública direta 
nem indireta da União. 
C justiça federal, sendo perfeitamente possível requerer reparação de dano 
moral pela ofensa à honra, sem prova do prejuízo material. 
D justiça estadual, porque, embora o BB pertença à administração pública 
indireta da União, as sociedades de economia mista não possuem foro na 
justiça federal. 
E justiça federal ou na justiça do DF,

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