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Teoria Geral do Processo Civil08

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08
Teoria Geral do Processo Civil 
Ação
Direito de ação é direito fundamental composto por um conjunto de situações jurídicas que garantem ao seu titular o poder de acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e efetiva.
Ação é um ato jurídico. Trata se do exercício do direito de ação – ação exercida.
Ação também é conhecida como DEMANDA
Na teoria de Liebman
O novo CPC adota, o direito de ação como sendo o direito a obter o pronunciamento do juiz sobre uma pretensão, ou sobre o mérito, ainda quando o autor não tenha razão no plano material . Estando presentes as duas condições o juiz pronuncia uma sentença de mérito mas julga a causa contrariamente aos interesses do autor (improcedente) 
Na teoria de Liebman
Quando uma das condições faltar o juiz nega-se a julgar a pretensão do autor, porque nesse caso ele não terá o direito de ação.
O interesse de agir e a legitimidade incluem-se entre os pressupostos da admissibilidade do julgamento do mérito. Artigo 485, inc. VI do CPC.
Demanda
É o ato de ir a juízo provocar a atividade jurisdicional
É também o conteúdo dessa postulação
Afirmação da relação substancial é o conteúdo da demanda
Interesse de Agir
Interesse de Agir é o núcleo da ação. Esta presente quando o provimento jurisdicional postulado for capaz de efetivamente ser útil ao demandante, operando uma melhora em sua situação na vida comum. 
Necessidade da realização do processo
Adequação do provimento jurisdicional postulado
Legitimidade ad causam
È a qualidade de estar em juízo como demandante ou demandado em relação a determinado conflito trazido ao exame do juiz 
Relação entre o SUJEITO e a CAUSA para obter um resultado
Em falta de uma das condições da ação ou de ambas diz se que o autor é carecedor da ação, ou seja, ele não tem o direito de ação em dado caso concreto. Carecer=Não ter
Qual a teoria da ação adotada pelo STJ e pelo Novo CPC?
Primeiramente, para responder tal questionamento, é imprescindível transcrever o informativo 535 do STJ. Vejamos:
Não tendo o autor da ação de reintegração se desincumbido do ônus de provar a posse alegada, o pedido deve ser julgado improcedente e o processo extinto COM resolução de mérito. STJ. REsp 930.336-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/2/2014.
Imagine a seguinte situação:
João ajuizou ação de reintegração de posse contra Pedro, alegando que morou no imóvel de 2011 a 2013, quando, então, sofreu esbulho. Durante a instrução, o autor não conseguiu provar sua posse anterior e o esbulho alegados. Diante disso, o juiz extinguiu o processo sem resolução do mérito, por falta de interesse processual.
Pergunta-se: Agiu corretamente o magistrado?
Se o autor da ação de reintegração de posse não conseguiu comprovar que tinha a posse da área em litígio, o processo deve ser extinto COM resolução de mérito.
A condição da ação denominada interesse processual, ou interesse de agir, surge da necessidade de se obter, por meio de um provimento jurisdicional, a proteção a determinado interesse substancial. Situa-se, portanto, na necessidade do processo e na adequação do remédio processual eleito para o fim pretendido.
Pela TEORIA DA ASSERÇÃO, que é aplicada pelo STJ, se o juiz realizar cognição profunda sobre as alegações do autor, após esgotados os meios probatórios, terá, na verdade, proferido juízo sobre o mérito da questão.
Portanto, o Superior Tribunal de Justiça (diferentemente do CPC/73 e CPC/2015, que adotam expressamente a TEORIA ECLÉTICA, em que as condições da ação não confundem com o mérito), adotou a teoria da asserção (também chamada de teoria della prospettazione).
TEORIA ECLÉTICA: defende que a existência do direito de ação independe da existência do direito material, mas do preenchimento de certos requisitos formais, chamados "condições da ação" (possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse de agir - lembrando que o NCPC não considera a possibilidade jurídica do pedido como condição da ação, mas sim como causa de mérito, acarretando a improcedência do pedido). Para essa teoria, ADOTADA PELO CPC, as condições da ação NÃO se confundem com o mérito e, quando ausentes, geram uma sentença terminativa de carência de ação (art. 485, VI, Novo CPC) sem a formação de coisa julgada material.
Sistematizando a TEORIA DA ASSERÇÃO, adotada pelo STJ:
A) Sendo possível o juiz mediante uma cognição sumária perceber a ausência de uma ou mais condições da ação: extinção do processo SEM resolução do mérito, por carência de ação (art. 485, VI, Novo CPC).
B) Caso o juiz precise, no caso concreto, de uma cognição mais aprofundada para então decidir sobre a presença ou não das condições da ação, não mais haverá tais condições da ação (que perdem essa natureza a partir do momento em que o réu é citado), passando a ser entendidas como matéria de mérito: extinção do processo COM resolução do mérito - gera uma sentença de rejeição do pedido do autor (art. 487, I, do NCPC).
Elementos da relação jurídica
Livrosda parte geral do CC
Elementos da Ação
Critérios objetivos da distribuição da competência (que eleva em consideração a demanda)
Sujeitos
Das pessoas (livroI)
Partes
Em razão da pessoa
Objeto
Dos Bens (livro II)
Pedido
Em razão do valor da causa
Fato
Dos Fatos jurídicos (livro III)
Causa de Pedir
Em razão da matéria
Elementos da Ação
Causa de pedir e pedido
Partes:
Processual – demandado e demandante 
Material – pode ou não ser a parte processual, é o sujeito da situação jurídica
Legítima – parte que tem autorização para estar em juízo discutindo determinada situação jurídica
Classificação das ações
Segundo a natureza jurídica discutida: real ou pessoal
Segundo o objeto do pedido: mobiliária ou imobiliária
Segundo o tipo de tutela jurisdicional:
Conhecimento – certificação de direito
Execução – efetivação do direito
Cautelar – proteger a efetivação de um direito
Ações de conhecimento
Ações condenatórias: as ações de prestação. É aquela em que se afirma a titularidade de um direito a uma prestação e pela qual se busca uma certificação e a efetivação desse mesmo direito, com a condenação do réu ao cumprimento da prestação devida. Ex  ações de cobrança
Ações constitutivas: são a demandas que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de um direito potestativo. É o poder jurídico conferido a alguém de submeter outrem a alteração, criação ou extinção de situações jurídicas. A eficácia da sentença constitutiva é via de regra, ex nunc, ou seja, irretroativa. Ex. Ação de Investigação de Paternidade
Ações (meramente) declaratórias são aquelas que tem o objetivo de certificar a existência, a inexistência ou modo de ser de uma situação jurídica. Negativa ou positiva. Ex. ação de usucapião, ação de consignação em pagamento, ação de desapropriação
Ações mandamentais são aquelas pela qual se afirma um direito a uma prestação e se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, por meio de medidas de coerção indireta. Se afirma um direito a uma prestação. 
Pontes de Miranda a conceitua como "aquela que tem por fito preponderante que alguma pessoa atenda, imediatamente, ao que o juízo manda".ex Habeas corpus, ação de mandado de segurança, ação de manutenção de posse
Ações dúplices são aquelas pretensões de direito material em que a condição de litigantes é a mesma, não podendo falar em autor e réu, pois ambos assumem concomitantemente as duas posições ex. ação de oferta de alimentos
Concurso de ações
Concurso próprio: há pluralidade de causa de pedir que autorizam a formulação do mesmo pedido
Concurso impróprio: há mais de uma pretensão concorrente, nascida a partir do mesmo fato gerador
Concurso objetivo próprio
Concurso objetivo impróprio
C. De pedir 1
Pedido
C. De pedir 2
Pedido 1
C. De pedir
Pedido 2
As condições da ação e o novo CPC
O CPC de 1973 consagrou expressamente essa categoria no art. 267, VI, o qual autoriza a extinção do processo, sem resoluçãodo mérito, quando não concorre qualquer das seguintes condições da ação: possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse processual.
Magistrado ao receber a ação ele realiza dois juízos:
Inadmissibilidade - Artigo 485
Mérito – Artigo 487
Nos informa o artigo 17 do CPC 2015: “Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade”. Portanto, que o interesse de agir e a legitimidade ad causam passaram a ser tratados como pressupostos processuais. 
Defesa
Conjunto de faculdades oferecidas ao réu para opor resistência à pretensão do autor.
É mediante o exercício da ação que o processo tem inicio, sendo desde logo delimitado ao seu objeto, o objeto do processo.
O réu não veicula um pedido próprio, senão a rejeição do pedido do autor, portanto sua manifestação não implica a ampliação do objeto do processo.
PROCESSO
O processo civil começa por iniciativa da parte, uma vez que a jurisdição é inerte.
Processo é o método de trabalho responsável pela coordenação do exercício das atividades jurisdicionais pelo juiz, da ação pelo autor e da defesa pelo réu.
Processo é todo procedimento realizado em contraditório.
Situações jurídicas ativas: faculdades ou poderes
+
Situações jurídicas passivas: deveres ou ônus 
=
RELAÇÃO JURIDICA PROCESSUAL
Novo CPC
Procedimento comum: No novo CPC há apenas um procedimento único comum, acabando com o sumário. As causar de menor complexidade devem tramitar no rito sumaríssimo dos Juizados Especiais Cíveis ou se submeter ao rito comum.
No novo CPC, de 2015, o rito sumário foi abolido; portanto, não mais teremos “dois procedimentos comuns”, o ordinário e o sumário; há elementos de um e de outro na composição de um novo procedimento comum.
Procedimentos Especiais: são aqueles referentes a processos especiais de conhecimento (previstos no CPC e em leis esparsas), a pedidos de tutelas de urgência em caráter antecedente (v. arts. 303 a 310 do CPC de 2015) e a processos de ações de competência originária dos tribunais. 
NOVO PROCEDIMENTO COMUM – CPC DE 2015 
Também podemos identificar quatro fases lógicas: 1 - Fase Postulatória: Temos a exposição da causa pelo autor, que deduz uma pretensão na petição inicial, e a contestação do réu;
2 - Fase intermediária de ordenamento e saneamento do feito: Apresentada a contestação pelo réu, ou decorrido o prazo sem comparecimento deste, os autos são conclusos ao juiz, que poderá, conforme o caso, determinar algumas providências preliminares
3 - Fase instrutória ou probatória: Proferida a decisão de saneamento, abre-se a fase instrutória. Nesta podemos ter a produção de prova pericial, prova oral e até a complementação da prova documental. 
4 - Fase decisória: A sentença pode ser proferida em audiência, após o encerramento da instrução, ou no prazo de 30 (trinta) dias (v. art. 366 do CPC de 2015). Esse prazo é impróprio, pois é conferido ao juiz e não se submete à preclusão. 
TRABALHO 
Prezado aluno(a): Utilize caneta. Não rasure. Serão avaliadas a legibilidade da prova e a correção escrita. A dissertação deve conter um texto claro e coerente expressando os pontos estudados. (valor 2,0)
Desde março de 2016 o Código de Processo Civil de 1973, que foi promulgado durante o Estado Social encontra se revogado. O Novo Código de Processo Civil trouxe uma série de mudanças para dar uma nova dinâmica ao Processo Civil Brasileiro. Perante esse cenário legislativo disserte sobre as principais alterações uma vez que o novo processo atualmente está à luz do Estado Democrático de Direito.

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