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SOLUÇÃO DE CONTROVÉRCIAS - CONFLITOS

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO (DIP)
Os Meios Coercitivos de Solução de Controvérsias Internacionais
Introdução    
Findos os meios pacíficos de resolução de controvérsias e, entendendo o Estado soberano, ou a OI, que as demais soluções fracassaram, seja pelo desinteresse da parte adversa em resolver a obrigação, ou pela falta de exequibilidade da solução apresentada, estes podem adotar meios coercitivos para solucionar o conflito. 
Classificação
 A Carta da ONU determina que os Estados resolvam suas diferenças por meios pacíficos, ou seja, sem o uso da força (artigo 2-3). 
Dessa forma, as medidas coercitivas podem desdobrar-se em bélicas e não bélicas; embora o uso da força seja, em regra, vedado, algumas exceções o permitem.
1        Não bélicas
As medidas coercitivas não bélicas mais utilizadas são as seguintes: Retorsão, Represália, Bloqueio Pacífico, Boicote e Rompimento das Relações Diplomáticas.
1.1      Retorsão
Consiste numa espécie de aplicação da lei de Talião. É a aplicação de meios de mesma natureza e intensidade aos que lhe foram ou estão sendo empregados pelo Estado agressor, a fim de restabelecer o status quo ante.  Consiste, em geral, em simples medidas legislativas ou administrativas. A retorsão é a resposta a um ato lícito do agressor.
Accioly destaca que a retorsão “inspira-se no princípio da reciprocidade e no respeito mútuo, que toda nação deve ter para com as demais. Não é ato de injustiça, nem violação de Direito; mas, também, não pretende ser punição”. 
Alguns anos atrás, os brasileiros para entrarem nos Estados Unidos precisavam ser identificados, isso era uma medida de segurança para evitar entrada de terroristas. O Brasil, devido ao constrangimento causado aos brasileiros, retribuiu da mesma forma, fazendo com que os Americanos quando chegassem ao país fossem identificados também.
1.2      Represálias
As represálias são medidas coercitivas, derrogatórias das regras ordinárias do DIPu, tomadas por um Estado em consequência de atos ilícitos praticados, em seu prejuízo, por outro Estado e destinadas a impor a este, por meio de um dano, o respeito do Direito.
São formas de autotutela justificadas por representar uma resposta a uma violação anterior ao DIPu, situação similar a uma espécie de legítima defesa de interesses.
São requisitos da represália: (i) a existência de um ato ilícito anterior; (ii) a tentativa prévia do Estado de obter a satisfação desejada do Estado violador; (iii) a impossibilidade de empregar outros meios para que o Estado ofendido obtenha reparação; e (iv) a proporcionalidade entre a ação sofrida e as ações empregadas pelo Estado lesado.
Suas modalidades mais utilizadas são: o sequestro de bens e de valores pertencentes ao Estado, ou a seus nacionais; a interrupção das relações comerciais; a recusa de executar os tratados vigentes ou sua denúncia e a retirada dos privilégios e favores concedidos aos cidadãos de determinado Estado.
Ex.: Recentemente, os Estados Unidos estavam subsidiando o algodão americano que começou a concorrer com o algodão brasileiro no nosso mercado interno. Devido a essa situação, o Brasil sobretaxou produtos importados dos Estados Unidos. 

1.3      Bloqueio Pacífico
Consiste em impedir, por meio de força armada, a circulação de pessoas e de bens de um Estado com os demais membros da sociedade internacional, objetivando obrigar o Estado coagido a proceder de determinado modo.
Bloqueio do porto do Rio de Janeiro, de 31/12/1862 a 06/01/1865, pelos navios britânicos.  Foram confiscados navios mercantes brasileiros que tentavam entrar no Porto do Rio, como medida de reparação em consequência da questão Christie motivada pelo naufrágio do Prince of Wales e da prisão de oficiais ingleses à paisana envolvidos em briga com brasileiros.
1.4      Boicote
É uma forma de represália consubstanciada pela interferência nas relações comerciais, econômicas ou financeiras de um Estado considerado ofensor dos nacionais ou dos interesses do Estado que aplica a medida.
Consiste, especificamente, na proibição de que sejam mantidas relações comerciais com os nacionais de Estado que violou as regras de DIPu. Também pode compreender a interrupção de eventual assistência financeira e das relações comerciais. 
Ex.:Boicote dos EUA à Cuba desde 1962.
A ONU utilizou o boicote no combate ao Apartheid, na África do Sul em 1984, impondo sanções econômicas como forma de pressão para que cessasse a política de segregação racial constante naquele momento, na África do Sul.
1.5      Rompimento das Relações Diplomáticas
É o pedido de retirada de toda missão diplomática do Estado violador e a ordem de retorno dos representantes do Estado acreditados no território do outro Estado. É o corte das relações amigáveis, com consequências comerciais e políticas.
A inviolabilidade dos locais e a imunidade dos agentes diplomáticos são mantidas. Um terceiro, chamado de potência protetora, passa a representar os interesses do Estado com o qual foram rompidas as relações. Essa ruptura não implica, necessariamente, no rompimento de relações consulares e econômicas.
Pode resultar da violação, por um deles, dos direitos do outro. Mas pode também ser empregada como meio de pressão de um Estado sobre outro Estado, a fim de o forçar a modificar a sua atitude ou chegar a acordo sobre algum dissídio que os separe.
É utilizada quando o litígio chega a um ponto extremo em que não é mais possível diálogo entre as partes interessadas (previsto no art. 41 da Carta da ONU).

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