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BIOMASSA DE BANANA VERDE 2º03

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BIOMASSA DE BANANA VERDE
RESUMO: 
A banana é uma fruta bem aceita pela população, entretanto, no Brasil ainda se perde muito deste alimento após a sua colheita. Uma das formas de prevenir as perdas é utilizar a banana ainda verde. A banana além de ser um alimento barato também é altamente nutritiva. Representa fonte energética devido à presença de carboidratos além de ser fonte de vitaminas e minerais. Entretanto, ambos estão presentes em maior quantidade quando a fruta ainda está verde. Uma das formas de se utilizar a fruta verde é produzindo uma biomassa através da cocção das bananas junta- mente com as cascas. A polpa da fruta cozida é constituída por uma pasta que age como excelente espessante e não altera o sabor do alimento, mas enriquece-o com minerais, vitaminas e fibras, além disso, fonte de amido resistente. O amido resistente não é digerido pelo processo digestivo e desta forma apresenta algumas ações benéficas para o corpo, dentre elas podemos citar: efeitos sobre a resposta glicêmica; fonte de fibra; fermentação colônica pelas bífido- bactérias; produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC); aumento do bolo fecal; prevenção do câncer de cólon intestinal entre outras.
PALAVRAS-CHAVE: Microbiota. Biomassa. Simbiose. Amido Resistente.
INTRODUÇÃO 
Hoje o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de banana no mundo. Estima-se que seja superior a 37 milhões de toneladas produzidas anualmente, entretanto, o alto nível da produção é acompanhado por grande desperdício, resultado da falha no manejo da colheita e pós-colheita e da falta de alternativas de industrialização dessa fruta (EMBRAPA, 2010). Cultivada em várias regiões do planeta e em especial nas de clima predominantemente tropical, a banana tem sua origem remota atribuída a Ásia, onde adquiriu diversas nomenclaturas e espalhou-se para o mundo, sendo que desde a antiguidade já era conhecida na china, vindo a migrar para as ilhas do Pacífico e costa leste africana. No Brasil a banana já estava presente mesmo antes do descobrimento, como afirma Gabriel Soares de Sousa em sua obra Tratado Descritivo do Brasil de 1587 (VALLE; CAMARGOS, 2002). 
Apesar da banana ser um produto de fácil acesso, ter boa aceitação pelos consumidores, e possuir grande variedade de subprodutos que podem ser desenvolvidos ou enriquecidos a partir da utilização da banana verde, a sociedade brasileira desconhece o potencial funcional trazido pelo seu consumo na forma de biomassa e os benefícios para simbiose intestinal (BIANCHI, 2011).
 A banana verde é composta por amido resistente possuindo propriedade análoga a fibra alimentar. Os componentes biológicos presentes em sua composição são primordiais para promoção dos efeitos metabólicos e fisiológicos que auxiliam na prevenção de doenças, com isso, evidencia-se que esse alimento pode ser direcionado a benefícios específicos que vão desde o bem-estar físico e mental à prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. Outrossim, o amido resistente possui também como uma de suas características a sensação de maior saciedade, prevenindo substancialmente o acúmulo de gordura que provoca o sobrepeso e a obesidade (FREITAS, 2002). 
Distúrbios que ocorrem no intestino estão sendo cada vez mais associados, quando de seu diagnóstico, a disbiose intestinal, a qual pode ser caracterizada como um desequilíbrio de bactérias no intestino que faz com que as bactérias nocivas se prevaleçam em relação às benéficas, ocasionando risco ao indivíduo, pois diversos nutrientes deixam de ser digeridos de forma apropriada e toxinas se combinam com proteínas, formando peptídeos perigosos (SPEZIA et.al, 2009, apud POVOA, 2002). 
O equilíbrio intestinal pode ser obtido através do amido resistente, presente na banana verde, que tem o efeito benéfico de fibras insolúveis, por ser de difícil digestão e absorção, mantem a estabilidade dos nutrientes disponíveis no organismo, e por ser probióticos, afeta de maneira benéfica o organismo, selecionando e modificando a composição da microbiota colônia, de forma que as bactérias com potencial saudável se tornem predominantes (VALLE; CAMARGOS, 2002).
Desenvolvimento
Os benefícios da banana verde A banana é uma das frutas mais conhecidas e consumidas no Brasil e no mundo, sendo um alimento muito nutritivo, pois é fonte de minerais como potássio, magnésio, fósforo, ferro e cálcio, e, de vitaminas como a A, B6, B12 e C – além de possuir baixo teor de gorduras. Esta fruta geralmente possui um preço acessível, o que faz com que faça parte da dieta de todas as classes sociais, seja por sua importância nutritiva, pelo preço ou por seu sabor (JOBST, 2010; UNIFESP, 2001). 
Dentre as diversas maneiras de consumo, a biomassa de banana verde vem se destacando. A biomassa é considerada um alimento funcional, que segundo o Ministério da Saúde, “são alimentos que produzem efeitos benéficos à saúde, além do valor nutritivo, sendo necessário que haja consumo regular destes para que os benefícios sejam alcançados”. A banana verde é rica em amido resistente (um tipo de carboidrato que funciona como alimento prebiótico, que são ingredientes nutricionais não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro estimulando seletivamente o crescimento e atividade de uma ou mais bactérias benéficas do cólon, melhorando à saúde do seu hospedeiro) e fibra alimentar, ou seja, não é digerida e absorvida no intestino delgado. Como é fermentada apenas no intestino grosso, favorece a simbiose (proliferação de bactérias benéficas ao intestino), ajudando a manter a integridade da parede da mucosa intestinal, responsável pela absorção de nutrientes e barrar a entrada de organismos maléficos, contribuindo então para um trânsito intestinal adequado (FREITAS, 2002).
 O amido resistente afeta positivamente a microbiota do cólon e facilita a destruição de células geneticamente danificadas - que são associadas ao desenvolvimento de câncer colorretal, auxiliando, assim, na prevenção dessa doença (YOUNG et al., 2004). 
Além disso, a biomassa possui baixo índice glicêmico que é determinado pela velocidade com que o amido é digerido, ou seja, possui uma digestão lenta, que diminui a quantidade de glicose circulante no sangue e impede que haja liberação excessiva de insulina para que esta glicose entre na célula, ajudando assim a prevenir o surgimento de diabetes tipo 2. A glicose quando controlada também auxilia no controle da saciedade e no acumulo de gordura, sendo importante no combate e tratamento de dislipidemias, doenças coronárias e obesidade (CARDENETTE, 2006).
A biomassa também pode virar farinha e ambas as formas podem ser usadas no preparo de alimentos, possibilitando o aumento da quantidade de fibra alimentar, a diminuição do índice glicêmico e gerando diversos benefícios aos consumidores. Quando na forma de biomassa não possui sabor o que permite que seja utilizada em receitas salgadas ou doces. Porém quando transformada em farinha possui um sabor residual, mas que não impede sua utilização em preparações (JOBST, 2010).
A farinha de banana verde é uma boa alternativa para a substituição de farinhas contendo glúten, como a de trigo e a aveia, no preparo de massas, ampliando assim a oferta de produtos para portadores da doença celíaca. Um estudo buscou fórmulas alternativas de massas utilizando farinha de banana verde pura ou associada com outras farinhas livres de glúten, em substituição à farinha de trigo.
Todas as amostras de massas para macarrão tiveram excelente aceitabilidade entre portadores de doença celíaca e não portadores, em comparação com massas convencionais​. Além disso, houve uma redução de mais de 98 % no teor de lipídios e a massa preparada com banana verde mostrou - se rica em sais minerais quando comparada com as tradicionais. Portanto, a autora destaca que o desenvolvimento de massa sem glúten, à base de farinha de banana verde pura ou associada, pode ampliar a oferta de produtos para portadores de doença celíaca e auxiliar na promoção de qualidadede vida (ZANDONADI, 2009). 
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em análises físico-químicas, microbiológicas e sensoriais realizadas em bolos prontos elaborados com pré - misturas, a banana verde apresentou resultados favoráveis quanto ao rendimento: 74, 5 % de farinha de banana verde a partir da banana sem casca e 14 ,59 % a partir da banana com casca, mostrando -se rica em fonte de minerais (potássio, fósforo, cálcio, enxofre e zinco). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Dessa forma concluiu -se que é viável a utilização de farinha de banana verde para a substituição parcial da farinha de trigo, na elaboração de bolos ao longo dos anos, os consumidores buscam por produtos de simples e fácil preparo e que possam oferecer características funcionais visando uma melhor qualidade de vida. A biomassa de banana verde é um alimento que além de apresentar muitas vantagens nutricionais, possui elevada quantidade de fibras e amido resistente capaz de desempenhar importante função no organismo.
Uma das vantagens é não modificar as características organolépticas do alimento, atuar como um poderoso espessante conferindo consistência, além disso, é fonte de vitaminas, minerais carboidratos e fibras solúveis e insolúveis. Por possuir carboidratos complexos de lenta digestão, auxilia na prevenção de diversos tipos de enfermidade, dentre elas doenças cardiovasculares, diabetes principalmente a do tipo 2, além de promover maior saciedade e auxiliar na redução de peso. 
Outro fator positivo da biomassa da banana verde consiste no fato, de conter grande quantidade de amido resistente que pode ser fermentado pelas bifidobacterias colônicas. Estas bactérias secretam vitaminas, ácidos graxos de cadeia curta, essenciais para estimular seu próprio desenvolvimento e inibir a ação de outros microrganismos patogênicos, conferem imunidade ao intestino, e desta forma preveni infecções intestinais e o desenvolvimento de doenças inflamatória do cólon, como a diverticulite e até mesmo o câncer intestinal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIANCHI, M. Banana Verde Propriedades e Benefícios. 2011.
CARDENETTE, G. H. L. Produtos Derivados da Banana Verde (Musa spp.) e Sua Influência na Tolerância à Glicose e na Fermentação Colônica. Tese de doutorado. São Paulo: Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, 2006.
EMBRAPA. A cultura da bananeira na região Norte do Brasil. Brasília: Embrapa, 2010. FALLER, A. L. K.; FIALHO, E. Disponibilidade de polifenóis em frutas e hortaliças consumidas no Brasil. Rev Saúde Pública 2009;43(2):211-8.
VALLE, H. F.; CAMARGOS, M. Yes, nós temos banana: histórias e receitas com biomassa de banana verde – São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2002.
FREITAS, M. C. J. Amido Resistente: propriedades funcionais. Nutrição Brasil, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.40-48, maio/jun. 2002.
SPEZIA, G.; SILVA, L. T.; SANTOS, S. P.; LIBERALL, R.; NAVARRO, F. Microbiota intestinal e sua relação com a obesidade. Rev. Brasileira de obesidade, nutrição e emagrecimento, São Paulo v.3, n.15, p.260-267, Maio/Jun. 2009.ISSN 1981-9919.
FREITAS, M. C. J. Amido Resistente: propriedades funcionais. Nutrição Brasil, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.40-48, maio/jun. 2002.
ZANDONADI, R. Massa de banana verde: uma alternativa para exclusão do glúten. [Tese de Doutorado] – Faculdade de Ciências da Saúde. Brasília, 2009.
JOBST, Daniela. Os poderes da banana verde. 2007

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