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NUTRIÇÃO ESTÉTICA E DIETÉTICA PROF.A MA. MARIA CECILIA MEREGE Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Gestão Educacional: Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Gabriela de Castro Pereira Letícia Toniete Izeppe Bisconcim Luana Ramos Rocha Produção Audiovisual: Heber Acuña Berger Leonardo Mateus Gusmão Lopes Márcio Alexandre Júnior Lara Gestão de Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5 1 - NUTRIÇÃO X QUALIDADE DE VIDA ..................................................................................................................... 6 2 - ALIMENTOS E NUTRIENTES ............................................................................................................................... 7 3 - ESTUDO DOS CARBOIDRATOS .......................................................................................................................... 11 3.1. CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS ........................................................................................................... 12 3.2. FUNÇÕES DOS CARBOIDRATOS ..................................................................................................................... 14 3.3. FONTES ALIMENTARES ................................................................................................................................... 14 3.4. FIBRAS ALIMENTARES ................................................................................................................................... 14 3.5. DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS ..................................................................................................................... 15 4 - ESTUDO DAS PROTEÍNAS ................................................................................................................................ 16 4.1. FUNÇÕES ........................................................................................................................................................... 16 CONCEITOS BÁSICOS DE NUTRIÇÃO PROF.A MA. MARIA CECILIA MEREGE ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: NUTRIÇÃO ESTÉTICA E DIETÉTICA 4WWW.UNINGA.BR 4.2. FONTES ALIMENTARES ................................................................................................................................... 17 4.3. DIGESTÃO DAS PROTEÍNAS ............................................................................................................................. 17 5 - ESTUDO DOS LIPÍDIOS ...................................................................................................................................... 19 5.1. CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS ....................................................................................................................... 19 5.2. FUNÇÕES DOS LIPÍDIOS ................................................................................................................................. 20 5.3. FONTES ALIMENTARES DE LIPÍDIOS ............................................................................................................. 21 5.4. DIGESTÃO DOS LIPÍDIOS ................................................................................................................................. 21 6 - ESTUDO DAS VITAMINAS ................................................................................................................................. 22 7 - ESTUDO DOS MINERAIS ................................................................................................................................... 24 5WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO No intuito de compreender o papel da nutrição na saúde humana, o presente material está dividido em quatro unidades de fácil compreensão com alguns objetivos no início para orientar seu estudo. Na primeira parte do material (Unidade I), serão abordados conceitos importantes na área de nutrição e alimentação, assim como a composição dos alimentos, suas funções no organismo e papel destes do ponto de vista biológico e social. Para ser possível ter uma alimentação saudável será trabalhado na segunda parte do material (Unidade II) os guias alimentares, leis da nutrição e rotulagem de alimentos. Já a terceira parte do material (Unidade III) terá uma explanação sobre alimentos funcionais e nutracêuticos e seus efeitos na saúde humana. A quarta parte do material (Unidade IV) trabalhará a conduta nutricional em determinadas situações em que a alimentação é primordial para o tratamento. 6WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - NUTRIÇÃO X QUALIDADE DE VIDA Ao mesmo tempo em que se considera a qualidade de vida, tudo aquilo que é bom, desejável e compensador nas áreas profissionais e pessoais, sabe-se, também, que o ser humano vive em um ambiente cercado de uma série de fatores que o mantém vivo. Além disso, é importante conhecer as atitudes que interferem no estilo de vida humano, que o faz ter boa qualidade de vida. Sendo assim, a alimentação se torna uma condição essencial, principalmente em relação à saúde, visando o crescimento e o desenvolvimento humano, assim como à capacidade de trabalhar e de aprender, à aparência física e à longevidade. É consenso geral que quando inadequada à alimentação, tem-se o comprometimento da saúde, visto que uma pessoa mal nutrida, com alimentação pouco variada e/ou insuficiente é fraca, desanimada, sem vontade de trabalhar, de pensar e até de brincar; ao mesmo tempo que pessoas com peso em excesso não podem ser consideradas nutridas, uma vez que o excesso de calorias consumidas leva à obesidade, que resulta em desânimo e cansaço fácil, podendo desencadear outros problemas relacionados à saúde, como hipertensão e diabetes. Para ter qualidade de vida, é essencial que o ser humano faça uma alimentação saudável, sendo esta colorida, harmoniosa e segura, respeitando e valorizando os hábitos alimentares. A nutrição, como ciência, tem um foco centrado no ser humano, no alimento e na saúde coletiva e objetiva, visando o estudo dos princípios ativos dos alimentos que são essenciais à manutenção da vida humana. De maneira mais ampla, a nutrição contempla o estudo das condições de produção dos alimentos e também a preservação das condições higiênico-sanitáriasde manipulação, armazenamento e distribuição para consumo, não obstante, há grande preocupação com as alterações físico-químicas que ocorrem durante os processamentos variados de acondicionamento e preparo como a cocção. Inserida no contexto preventivo, a elaboração de estratégias para constituição de bons hábitos nutricionais e as medidas interventivas, como auxiliares a diversos tratamentos, tornam a nutrição importante instrumental terapêutico das ciências médicas. Figura 1 - Evolução da medicina e da Alimentação. Fonte: Alcock & Rocha (1996). 7WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA De que maneira a nutrição pode atuar na qualidade de vida do indivíduo? 2 - ALIMENTOS E NUTRIENTES A alimentação é um ato voluntário e consciente do indivíduo, em que este escolhe e seleciona os alimentos preferidos para sua dieta, levando em consideração as características organolépticas que mais o atraem, como: cor, odor, consistência e principalmente o sabor. Já alimentos são produtos de origem animal, vegetal ou sintético (industrializado) que compõem as refeições, constituídos por nutrientes que fornecem às pessoas energia de que precisam para crescer, andar, correr, brincar, respirar e até dormir. Sendo assim, pode-se afirmar que são agrupamentos complexos de compostos naturais criados pela natureza sob controle biológico- evolucionário. Figura 2 - Alimento natural e Artificial. Fonte: Autor. Já a refeição é uma mistura de substancias alimentares não-aleatória, desenvolvida sob controle biológico-cultural-evolucionário para subsistir, divididos em desjejum, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Figura 3 - Tipos de refeições. Fonte: Autor. X X 8WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Ao mesmo tempo, a nutrição é uma ciência que estuda os alimentos quanto a sua composição química e os mecanismos pelos quais o organismo ingere, assimila e utiliza os nutrientes que ingere, para a obtenção de energia, no intuito de manter as suas funções físicas, biológicas e mentais; e para a formação, o desenvolvimento e a regeneração dos tecidos, que fornecem a energia necessária para o ser humano se manter vivo, bem como a excreção (eliminação) de produtos. Isto é um processo involuntário e inconsciente. A nutrição compreende três fases: a alimentação – já citado anteriormente e exposto como a primeira fase –, o metabolismo e a excreção. O metabolismo é o conjunto de reações químicas responsáveis pelos processos de síntese e degradação dos nutrientes na célula. Essa fase inicia-se a partir da absorção dos nutrientes e segue até o momento em que o organismo os utiliza como fonte de energia para materiais constituintes das células, ou para depositá-los como reserva. A digestão é um processo intermediário, sendo um exemplo de catabolismo, pois os nutrientes presentes nos alimentos são quebrados em moléculas mais simples que, posteriormente, serão usadas pelo metabolismo construtivo. Divide-se em duas partes: anabolismo, que é a síntese (obtenção) de compostos grandes a partir de unidades pequenas, com a finalidade de utilizar de forma integral para formar, reparar ou repor tecidos, assim como para manutenção de funções ou para armazenamento das substâncias nutritivas no organismo; e catabolismo, que é a degradação de compostos grandes em unidades pequenas, ou seja, mais simples no intuito de produzir energia ou para ser eliminado do organismo. Figura 4 - Anabolismo e Catabolismo. Fonte: Ribeiro (2000). a nutrição está relacionada com questões sociais, econômicas, culturais e psico- lógicas ligadas ao alimento e com o modo de se alimentar, e todos esses fatores proporcionam uma adequada conduta alimentar. 9WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA E a excreção é a última fase, que compreende a eliminação dos produtos do metabolismo utilizados e dos não utilizados. Essa eliminação se efetua através do tubo digestivo, dos rins, da pele e dos pulmões. O Nutriente é toda substância química presente nos alimentos, indispensáveis para o funcionamento do organismo, no qual possui funções específicas no intuito de contribuir para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde e da vida. Os nutrientes são classificados em macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são necessários ao organismo em grandes quantidades e precisam ser quebrados para serem absorvidos pelo organismo, sendo que esta quebra fornece energia (caloria). São macronutrientes: Carboidratos (glicídios, glicídeos, hidrato de carbono e glicídes); Proteínas (prótides, protídeos, protídios) e Lipídeos (gorduras, lípides e lipídios). Enquanto a digestão é a simplificação do alimento até sua menor unidade (nu- triente), possibilitando seu aproveitamento pelo organismo. Absorção é o ingres- so do nutriente na circulação, através das vilosidades intestinais, a fim de que seja levado até a célula. Enzimas: são substâncias naturais proteicas envolvidas em todos os processos bioquímicos que ocorrem nas células vivas. São capazes de decompor moléculas complexas em unidades menores, assim como podem ajudar a construir molécu- las específicas, sendo que algumas das enzimas mais conhecidas encontram-se no trato digestório, onde auxiliam a digestão e a assimilação de alimentos. Como os macronutrientes são quebrados para serem absorvidos tem-se que: 1grama de carboidrato Fornece 04 calorias 1grama de proteína Fornece 04 calorias 1grama de lipídio Fornece 09 calorias Alimentação, Metabolismo e Excreção. https://www.youtube.com/watch?v=oPcMobEU-nY 10WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA o álcool não é considerado nutriente, mas ao ser metabolizado gera (7 kcal/g) Caloria é a quantidade de energia necessária para elevar, em 1ºC, a temperatura de 01mL de água, ou seja, é a unidade de energia para se referir ao calor que foi trocado (liberado ou absorvido). Para exemplificar, se um determinado alimento contém 400 Kcal, a liberação desta energia potencial contida na estrutura química elevaria em 01ºC a temperatura de 400 litros de água. Assim, a nutrição empre- gada à chamada caloria ou quilocaloria, cuja notação pode ser cal ou kcal. Assim, quilocaloria representa 1.000 cal. Os micronutrientes são necessários em menor quantidade ao organismo, são absorvidos no intestino sem sofre alterações, não fornecem energia, porém, são essenciais para o bom funcionamento do corpo. São eles: vitaminas (A, D, E, C, tiamina, riboflavina, por exemplo) e os minerais (cálcio, ferro, potássio, sódio, magnésio, por exemplo). Todos os alimentos possuem a maioria dos nutrientes, porém em quantidades variáveis e sabendo que cada nutriente exerce função especifica no organismo, dependendo dessas funções. Pode-se classificar os alimentos e nutrientes em energéticos, construtores e reguladores. • Alimento/nutrientes energéticos: responsáveis pelo fornecimento de energia ao organismo para que exerça as atividades do dia a dia como andar, respirar, correr, pensar. ▶ Carboidratos: fontes de energia mais eficaz e rápida. ▶ Lipídios: fonte de energia mais concentrada. ▶ Proteínas: fornecem energia, mas sua principal função é construtora. ▶ Exemplo de alimentos: Cereais e subprodutos, tubérculos, açúcares, leguminosas, carnes, ovos, leite e gorduras (manteiga, óleo). • Alimentos/nutrientes construtores: essências para repararem ou construírem os tecidos humanos ▶ Proteínas: essenciais para a formação de todos os tecidos do organismo. ▶ Minerais: principais constituintes de ossos e dentes, principalmente cálcio e fósforo, sendo encontrados em todas as células do organismo. ▶ Exemplo de alimentos: Carne, leite e derivados, ovos, leguminosas. • Alimento/nutrientes reguladores: regulam os processos orgânicos e as condições internasdo organismo. São essenciais para o bom funcionamento do corpo, auxiliando na prevenção de doenças carenciais e no crescimento. ▶ Minerais, vitaminas. ▶ Exemplo de alimentos: Frutas e hortaliças 11WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Quando estamos com saúde, temos disposição para comer, nadar, brincar, estu- dar e realizar muitas atividades. A energia de que precisamos para essas tarefas conseguimos adquirir através do que? Figura 5 - Alimentação x Nutrição. Fonte: Oliveira (1997). Para que os nutrientes cumpram o seu papel em equilíbrio harmônico, é essencial uma ingestão de quantidade e qualidade adequadas, de modo que as funções específicas, como a construtora, a reguladora e a energética, sejam atendidas, mantendo assim a integridade estrutural e funcional do organismo, logo, como seria esse equilíbrio harmônico necessário ao organismo? 3 - ESTUDO DOS CARBOIDRATOS Carboidratos são substâncias compostas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Eles fornecem a maior parte de energia necessária para se movimentar, executar trabalhos e viver: são os amidos e os açucares. Representa ao redor de 55% do valor calórico total diário. Representando, assim, a mais importante fonte de energia rápida proveniente da dieta. 12WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Os carboidratos variam desde açucares simples, até polímeros (macromoléculas formadas pela união de moléculas pequenas, chamado monômero). Cada grama de carboidrato, quando ingerido fornece 4 Kcal. 3.1 Classificação dos carboidratos: Monossacarídeos são moléculas simples, compostas por apenas um monômero, também chamadas açúcares, não podendo ser hidrolisados para uma forma mais simples. Glicose, Frutose e Galactose são os monossacarídeos mais importantes em nutrição. A glicose ou dextrose é o monossacarídeo mais importante para o ser humano, sendo encontrado na corrente sanguínea e nos vegetais. No metabolismo humano, todos os tipos de carboidratos digeríveis se transformam em glicose. É encontrado de forma livre na natureza no mel, no milho, uva e em outras frutas e vegetais. A frutose é o mais doce e é encontrado em frutas e mel. E a galactose não é encontrada livre na natureza, e sim combinada com a glicose para formar a lactose, estando presenta assim no leite e outros produtos lácteos. Dissacarídeos são carboidratos compostos por dois monômeros ligados, ao ser hidrolisado fornecem duas moléculas de monossacarídeos. Os três principais dissacarídeos de importância fisiológica são: sacarose, lactose e maltose. A maltose é composta por duas moléculas de glicose, sendo o açúcar do malte (semente em germinação), podendo também pode ser obtido durante o processo digestivo do amido. Já a sacarose é composta pela união de uma molécula de glicose e uma molécula de frutose, sendo o mais familiar dos dissacarídeos, o açúcar de mesa, sua principal fonte é a cana-de-açúcar, mas também pode ser encontrada na beterraba e em algumas frutas, como a uva. A Lactose é a associação de uma molécula de glicose e uma molécula de galactose, sendo encontrado no leite e seus derivados. Oligossacarídeos contêm de 3 a 10 monossacarídeos. Os mais importantes nutricionalmente são a Rafinose (presente nas leguminosas) e Estaquiose (presente na casca de cereais) e os fruto-oligossacarídeos (FOS). Sendo que os fruto-oligossacarídeos são polímeros naturais de frutose que usualmente são encontrados ligados a uma molécula inicial de glicose. São totalmente resistentes à digestão no trato gastrintestinal superior e utilizados quase que inteiramente pelas bifidobactérias (estão entre os microrganismos amigáveis) do cólon, dessa forma promovem a integridade da mucosa gastrintestinal. Extremamente importante uma vez que são considerados prebióticos devido promover seletivamente o crescimento de probióticos como Acidophillus e Bifidus, promovendo, estabilizando e aumentando a proliferação dessas bactérias benéficas no trato gastrointestinal do hospedeiro. A lactose é o menos doce dos dissacarídeos, com aproximadamente 1/6 da do- çura da sacarose e a intolerância a lactose é a incapacidade do organismo de degradar o dissacarídeo lactose, devido a deficiência da enzima chamada lactase. 13WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Prebióticos e Probióticos: http://www.revista-fi.com/materias/47.pdf Polissacarídeos, também chamados de carboidratos complexos, são formados por uma grande quantidade de monossacarídeos, podendo chegar a mais de 3.000 unidades. Tem uma importante função como reserva energética em plantas e animais. Estes carboidratos podem ser digeríveis ou indigeríveis (fibra alimentar) pelo organismo humano, não possuindo sabor adocicado como os demais. Os polissacarídeos mais importantes são: amido, glicogênio, dextrina e a celulose. O amido é uma importante reserva energética para vegetais, sendo que por serem facilmente digeríveis pelo ser humano, também representa importante fonte energética na alimentação. As maiores fontes de amido incluem cereais em grãos, legumes, tubérculos e outros vegetais. Por exemplo: arroz, batata, mandioca, farinhas. A dextrina é o produto resultante da degradação parcial do amido, composta por moléculas grandes, porem menores que o amido, sendo encontrada em pequena quantidade na farinha de trigo, no arroz, no amendoim, no milho e no feijão. O glicogênio é a importante forma de armazenamento de energia nos animais, sendo armazenado no fígado e no tecido muscular, ajudando a manter os níveis de açúcar normais durante períodos de jejum, como o período de sono, proporcionando combustível imediato para ações musculares. A celulose é o principal constituinte da estrutura das membranas celulares de vegetais, por conseguinte é um composto incluído em um grupo chamado de fibra dietética. O cozimento do amido não somente aumenta o sabor como também rompe as células e facilita o processo digestivo. As enzimas humanas não conseguem atuar sobre a celulose, não sendo digerida e nem absorvida, passando para o intestino grosso e aumentando assim o volume do bolo fecal, sem contribuir, contudo, para a nutrição das células do corpo. 14WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 3.2. Funções dos carboidratos • Fonte Energética para o organismo humano; • Reserva de glicogênio; • Substrato energético para o Sistema Nervoso Central, visto que é a única fonte de energia para o cérebro; • Ação poupadora de proteína, uma vez que o carboidrato regula o metabolismo de proteína, ou seja, quantidades adequadas de carboidrato impedem que a proteína seja desviada de sua função de construção e renovação de tecidos; • Processo de cicatrização, visto que é o substrato preferencial; • Excreção de toxinas bacterianas e químicas, devido ao ácido glicurônico, que é um metabólito da glicose combinar-se com as toxinas no fígado para convertê-las em uma forma que possa ser excretada; • Presença necessária para o metabolismo normal de gorduras, evitando a formação de corpos cetônicos: se a quantidade de carboidratos é insuficiente devido a uma dieta inadequada ou pelo excesso de exercícios, o corpo mobiliza mais gorduras, que também atuam na produção de energia, para o consumo (do mesmo modo como faz com as proteínas). Isso pode resultar no acúmulo de substâncias ácidas (corpos cetônicos), prejudiciais ao organismo. 3.3. Fontes alimentares Os Carboidratos simples que apresentam estrutura química reduzida (monossacarídeos, dissacarídeos e oligossacarídeos), sendo digeridas e absorvidas rapidamente, produzindo assim um aumento súbito da taxa de glicose no sangue (glicemia): Por exemplo: Açúcar de mesa, mel de abelha, melado de cana, frutas; Os Carboidratos complexos correspondem àqueles com estrutura química maior, maiscomplexa, como os polissacarídeos (amido, celulose), sendo que devido ao tamanho de sua molécula, são digeridos e absorvidos lentamente, ocasionando aumento pequeno e gradual da glicemia. Cereais. Por exemplo: (arroz, trigo, milho, cevada, centeio, aveia) e derivados (farinhas), produtos de cereais (biscoito, bolos, massas, pães); tubérculos (batatas, inhame, macaxeira), vegetais. 3.4. Fibras Alimentares É qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato digestivo humano, deste modo são todos os polissacarídeos vegetais da dieta (celulose, hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens). Ao mesmo tempo, de acordo com a solubilidade em água, são classificadas em fibras solúveis e fibras insolúveis. As fibras solúveis correspondem a aproximadamente 1/3 das fibras alimentares e formam géis em contato com a água, o que permite exercer determinadas funções como: retardam o esvaziamento gástrico e o tempo de transito intestinal; diminuem a absorção de glicose e colesterol; reduzem a glicemia pós-prandial; alteram a composição da flora intestinal e o metabolismo através da composição da flora intestinal e o metabolismo através da produção de ácido graxo de cadeia curta. São elas: pectina; gomas e mucilagens; algumas hemiceluloses. Exemplos de alimentos fontes de fibras solúveis: frutas cítricas, maçã, abacate; cevada, aveia e centeio, leguminosas, goma guar, Arábica; Legumes; Psyllium. 15WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA As fibras insolúveis, como o nome diz, é insolúvel em água, logo formam com a água misturas de baixa viscosidade. A maioria destas fibras participa da estrutura das paredes celulares das plantas. Dentre as funções: aumentam o peso e volume do bolo fecal (devido absorver água); aceleram o trânsito intestinal (devido absorver água) e favorecem ao peristaltismo intestinal. São elas: celulose e algumas hemiceluloses (presente em legumes, vegetais folhosos, farelos e cereais integrais), lignina (presente na linhaça). 3.5. Digestão dos Carboidratos Inicia-se na boca, sob ação da enzima ptialina (amilase salivar), a qual quebra o amido em dextrinas, dextrina limitante e maltose. No intestino delgado (no duodeno), a amilase pancreática continua a digestão do amido em maltose, dextrina e dextrina limitante. Ainda no duodeno, são liberadas enzimas da borda escova, são elas: dissacaridases (lactase, sacarase, maltase), α1-6 glicosidase e isomaltase intestinal. A α1-6 glicosidase quebra a dextrina limitante em isomaltose e maltose; a isomaltase intestinal hidrolisa a isomaltose em maltose para que assim as dissacaridases possam atuar. Por conseguinte, a lactose, proveniente dos alimentos, é hidrolisada pela lactase em uma molécula de glicose e uma de galactose. A maltase quebra a maltose em duas moléculas de glicose, e a sacarase quebra a sacarose em uma molécula de glicose e em uma molécula de frutose. Inicia-se, então, o processo de absorção, que nada mais é do que transporte de substratos do lúmen intestinal, através da barreira das células epiteliais mucosa, para o sangue e sistema linfático. As moléculas podem penetrar na membrana lipídica através de diversos mecanismos: difusão passiva simples, difusão facilitada através de carreador, transporte ativo e pinocitose. O transporte de monossacarídeos pela membrana intestinal requer gasto de energia. Tanto a galactose como a glicose são absorvidas pelo chamado transporte ativo sódio-dependente (SGLT 1) e também por difusão facilitada (GLUT 2); já a frutose é absorvida por difusão facilitada (GLUT 5) (FRANCO, 2007). Fibra alimentar – Ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo, de Bernaud & Rodrigues, Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 57, n. 6, p. 397-405, 2013. http://www.scielo.br/pdf/abem/v57n6/01.pdf Alguns indivíduos apresentam sintomas de desconforto abdominal após a inges- tão de determinados dissacarídeos, sendo encontrada com certa frequência “in- tolerância” à lactose (do leite). Nestes indivíduos a má absorção ou má digestão de lactose é resultante da hipolactasia, que significa diminuição da atividade de enzima lactase na mucosa do intestino delgado. 16WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 4 - ESTUDO DAS PROTEÍNAS A palavra proteína é derivada de uma palavra grega que significa “de primeira importância”, ela foi à primeira substância reconhecida como parte vital dos tecidos vivos. A proteína tem em sua composição oxigênio, carbono, hidrogênio e nitrogênio e liberam aminoácidos na hidrólise. As proteínas são os componentes estruturais fundamentais das células, sendo os compostos orgânicos mais abundantes no corpo. A maior parte das proteínas é encontrada no tecido muscular, o restante se distribui nos tecidos moles, ossos, dentes, sangue, hormônios, enzimas. Cada grama de proteína, quando ingerido fornece 4 Kcal. Representa ao redor de 15% do valor calórico total diário As unidades estruturais das proteínas são os aminoácidos (AA). Eles se unem em longas cadeias e em várias combinações químicas para formar as proteínas específicas, ou seja, os aminoácidos dão identidade e caráter às proteínas. Os organismos vivos são formados por 20 tipos de aminoácidos, classificados em dois grupos: Aminoácidos Essenciais e Aminoácidos não essenciais. Enquanto os aminoácidos essenciais são aqueles que o organismo não pode sintetizar, portanto, devem ser fornecidos pela alimentação em proporções adequadas aos requisitos da manutenção e do crescimento dos tecidos. São eles: isoleucina, leucina, valina, triptofano, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, histidina. Os aminoácidos não-essenciais podem ser sintetizados pelo corpo em quantidade adequada. São eles: glicina, alanina, serina, citrulina, cistina, tirosina, ácido aspártico, arginina, ácido hidroxiglutâmico, ácido glutâmico, hidroxiprolina, asparagina, glutamina, prolina. 4.1. Funções As proteínas da alimentação fornecem os aminoácidos para a síntese proteica e tem outras funções metabólicas importantes como: • Promover o crescimento e a renovação dos tecidos; • Reparar proteínas teciduais corporais (anabolismo) resultantes do contínuo desgaste natural (catabolismo). Ex.: Cutículas, cabelo; • Fornecer calor e energia; • Contribuir para a formação de numerosos fluidos e secreções corpóreas essenciais. Por exemplo: Muco, leite, esperma; • Transporte de outras substâncias, como a transferrina que transporta ferro, a albumina que transporta ácidos graxos livres; • Agir como enzimas e hormônios; • Participar da resistência do organismo a doenças, como os anticorpos e as imunoglubulinas; • Ajudar na manutenção do equilíbrio ácido-básico do organismo; • Ajudar a manter a pressão oncótica. 17WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 4.2. Fontes Alimentares As proteínas estão amplamente distribuídas na natureza. No entanto, poucos alimentos contêm proteínas com todos os aminoácidos essenciais, como as de origem animal. Já os alimentos de origem vegetal também são fontes significativas de proteínas, porém é importante assinalar que são deficientes em alguns aminoácidos essenciais. Sendo assim divide-se em: • Proteínas de Alto Valor Biológico, que apresentam todos os aminoácidos essenciais, compreendendo carnes (de qualquer animal), leite e derivados (queijo, requeijão, iogurte, coalhada), além de ovos. • Proteínas de Baixo Valor Biológico não apresentando todos os aminoácidos essenciais, compreendendo as frutas e os produtos vegetais em geral. 4.3. Digestão das proteínas As proteínas ingeridas não sofrem na boca, alterações químicas (ou seja, não são digeridas), sendo apenas reduzidas a partículas menores. No estômago, as proteínas são desnaturadas por ação do ácido clorídrico (HCL) e hidrolisado pela pepsina em polipeptídios menores. A digestão no estômagorepresenta apenas 10-20% da digestão total proteica. A maior parte desta digestão ocorre no lúmen do duodeno e jejuno, sob a influência das proteases pancreáticas (tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidases) resultando em peptídeos de tamanhos variados, os quais sofrem ação das peptidases produzidas pela borda em escova resultando em aminoácidos, di e tripeptídeos, os quais são absorvidos por transporte ativo. Valor biológico determina a quantidade de proteínas encontradas nos alimentos que realmente são absorvidas pelo corpo. As proteínas que contém mais amino- ácidos essenciais possuem melhor digestibilidade, tendo uma absorção no trato gastrointestinal mais eficiente. É possível melhorar a qualidade de proteínas vegetais a partir de misturas de gru- pos alimentares complementares, ou seja, para melhorar a qualidade da dieta de cereais (que não possui o aminoácido lisina), recomenda-se a ingestão com legu- minosas (que não possui o aminoácido metionina), logo a mistura do arroz com feijão é um excelente exemplo desse benefício, que oferece proteínas de alta qua- lidade contendo todos os aminoácidos essenciais. 18WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A desnaturação é a perda total ou parcial da estrutura tridimensional de uma pro- teína e resulta em perda da atividade biológica. Este é um processo quando um ovo é frito ou cozido. No caso da temperatura, a desnaturação é provocada pelo rompimento de interações fracas devido ao aumento da vibração dos átomos com o aquecimento. A desnaturação pode ocorrer não só pelo aquecimento, mas também pela ação de outros fatores como o pH do suco gástrico, e outros fatores. Após a absorção intestinal, os aminoácidos são transportados diretamente ao fígado pelo sistema porta. Esse órgão exerce um papel importante como modulador da concentração de aminoácidos plasmáticos. Cerca de 20% dos aminoácidos que entram no fígado são liberados para circulação sistêmica, cerca de 50% são transformados em ureia e 6%, em proteínas plasmáticas. Os aminoácidos liberados na circulação sistêmica, especialmente os de cadeia ramificada (isoleucina, leucina e valina), são depois metabolizados pelos músculos esqueléticos, pelos rins e por outros tecidos. Já, a degradação ou catabolismo de aminoácidos é iniciado apenas quando a ingestão de proteína excede os requisitos do corpo para a biossíntese de proteínas, o que é indicativo da eliminação de quantidades excessivas, porque os aminoácidos não são armazenados no corpo. Mantendo-se, assim, um equilíbrio entre o processo anabólico e catabólico. Figura 6 - Digestão dos carboidratos e das proteínas. Fonte: Palermo (2008). 19WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 5 - ESTUDO DOS LIPÍDIOS Esse termo “lipídios” foi criado para incluir um grupo heterogêneo de compostos verdadeiros ou potencialmente relacionado aos ácidos graxos (AG). Apresentam propriedades comuns de serem: insolúveis em água; solúveis em solventes orgânicos (Por exemplo: metanol, clorofórmio, éter) e utilizáveis pelos organismos vivos. Representa ao redor de 30% do valor calórico total diário A maior parte das gorduras naturais é composta de triglicérides/ triglicerídeos (3 moléculas de ácido graxo ligado ao glicerol cada), que por sua vez são compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Cada grama de gordura fornece 9 Kcal. 5.1. Classificação dos lipídios Conforme a quantidade de duplas ligações, estas podem ser classificados em saturados e insaturados. Os lipídios saturados não apresentam dupla ligação entre os carbonos, como exemplo tem-se o ácido capróico. São encontrados principalmente em gorduras animais (contém colesterol) e os alimentos derivados desta gordura são prejudiciais à saúde humana, uma vez que aumenta o colesterol ruim (LDL), que se deposita nas artérias, elevando o risco de problemas no coração. O depósito de gordura nas paredes das artérias, com o tempo, leva à formação de uma placa que dificulta a passagem do sangue, podendo ocasionar a obstrução no local, que diminui o fluxo de sangue para os órgãos com graves consequências para o cérebro e coração. Figura 7 - Causas da obstrução da artéria. Fonte: Autor. 20WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Os lipídios insaturados apresentam uma ou mais dupla ligações, são gorduras de origem vegetal, não apresentando colesterol em sua composição. São divididos em: monoinsaturados, os quais possuem apenas uma dupla ligação (ácido oleico, exemplo de alimento azeite de oliva) e poli-insaturados, que apresentam duas ou mais duplas ligações (ácido linoleico, exemplo de alimentos: óleos vegetais e peixes). De acordo com a quantidade de carbono, podem ser classificados em: cadeia curta (TCC), que apresenta até seis carbonos, sendo produzidos pela fermentação parcial das fibras solúveis por bactérias presentes no intestino grosso; cadeia média (TCM), possuindo de seis a doze carbono, são de interesse nutricional por serem mais facilmente absorvidas pelo intestino do que as ricas em ácidos graxos em cadeia longa (AGCL); cadeia longa (TCL), apresentando mais de 12 carbono, os quais são componentes essenciais não só para o desenvolvimento neurológico quanto para a função visual da criança, além de ajudar no controle das taxas de colesterol do sangue, estando relacionados com efeitos anti-inflamatório, prevenindo o aparecimento de doenças cardiovasculares e do câncer. Já conforme a importância orgânica, são classificados em essencial os quais não são produzidos pelo organismo. Por exemplo: Ácido Linoleico (óleos vegetais e oleaginosas) e Ácido Linolênico (peixes, óleos de peixe e linhaça) e não-essencial, que são produzidos pelo organismo. Por exemplo: Ácido Mirístico (gordura do leite e óleo de coco), ácido esteárico (óleos e gorduras de origem animal e vegetal), ácido palmítico (óleo de palma). Os Triacilgliceróis/ Triglicérides fazem parte da dieta e são ingeridos na forma de óleo ou gorduras cuja definição se baseia na consistência a temperatura ambiente e depende do tipo de ácido graxo predominante. Os óleos são líquidos a temperatura ambiente, compostos por triacilgliceróis contendo uma grande proporção de ácido graxo mono e/ou poliinsaturado, exemplo de alimentos: óleo de soja, milho, girassol, canola, oliva e de origem animal (peixe de água fria). As gorduras são sólidas ou pastosas na temperatura ambiente, compostas por triacilgliceróis contendo uma grande proporção de ácido graxo saturado ou insaturado (trans), por exemplo, gordura de origem animal, vegetal como manteiga de cacau e gorduras vegetais hidrogenadas. 5.2. Funções dos lipídios • Principal forma de armazenamento de energia em animais; • Fornece energia concentrada visto que apresenta maior quantidade de calorias (1g = 09 Kcal); • Isolamento térmico, visto que reduz a perda de calor do organismo; • Carreador de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K); • Precursor de hormônios, principalmente os sexuais e de ácidos biliares e assim de colesterol; • Componentes da membrana das membranas celulares • Melhora a palatabilidade aos alimentos; • Aumenta o tempo de digestão. 21WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 5.3. Fontes alimentares de lipídios As gorduras saturadas são encontradas nos alimentos de origem animal como: manteiga, creme de leite, toucinho, bacon, azeite de dendê, gordura visível de carnes, pele de aves, gema de ovo. As gorduras insaturadas estão presentes nos alimentos de origem vegetal como: óleos vegetais, azeite de oliva, margarinas cremosas, abacate, nozes, castanha de caju, amêndoas. 5.4. Digestão dos lipídios Digestão dos lipídios inicia-se no duodeno, sendo que os triglicerídeos de cadeia longa são emulsificados pelos sais biliares e degradados por ação da lipasepancreática em 03 ácidos graxos livres e 01 monoacilglicerol. Ao mesmo tempo no jejuno para serem absorvidos ocorre à formação das micelas que são agregados esféricos compostos por ácido graxos livres, monoacilglicerídeos, sais biliares, lisofosfolipídios, vitaminas lipossolúveis e colesterol, possibilitando assim o transporte dos lipídios do lúmen para a superfície da mucosa dos enterócitos. As gorduras trans são um tipo de gordura resultante do processo de hidrogenação o qual apresenta como finalidade a conversão de óleos (gorduras liquidas em tem- peratura ambiente) em gorduras sólidas em temperatura ambiente. Este processo é utilizado por vários fatores industriais, sendo os dois principais: melhorar a consistência e aumentar a vida útil (validade) dos alimentos. No entanto, esta alteração da molécula acaba tornado esta gordura prejudicial à saúde, podendo contribuir para o desenvolvimento de algumas doenças crônicas não transmissíveis como as dislipidemias, uma vez que aumentam o LDL coles- terol (colesterol ruim). Exemplo de alimentos que contem gordura trans: salgadi- nhos industrializados, alimentos prontos congelados, bolachas recheadas. O que é uma Gordura Trans? Link: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arqui- vos/File/2010/artigos_teses/2010/Quimica/artigos/o_que_e_gordura_trans.pdf; Importância da gordura alimentar na prevenção e no controle de distúrbios meta- bólicos e da doença cardiovascular. Link: http://www.producao.usp.br/bitstream/ handle/BDPI/11809/art_LOTTENBERG_Importancia_da_gordura_alimentar_na_ prevencao_e_2009.pdf?sequence=1 22WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Ao mesmo tempo os fosfolipídios provenientes da dieta e presente na bile são digeridos a nível intestinal por ação da fosfolipase A2 pancreática e o colesterol estereficado é digerido por ação do colesterol esterase em ácido graxo e colesterol livre para ser absorvido. Já no interior da célula da mucosa intestinal ocorre a formação dos quilomícrons (reesterificação dos monoglicerídeos e ácidos graxos em triglicerídeos, envolvidos por fosfolipídio, apoproteínas e colesterol), o qual é responsável pelo transporte na circulação linfática. 6 - ESTUDO DAS VITAMINAS As vitaminas são compostos orgânicos presentes naturalmente em reduzidas quantidades nos alimentos, essenciais para a manutenção do metabolismo normal, desempenhando funções fisiológicas específicas. Elas são constantemente denominadas “fatores acessórios dos alimentos” pelo fato de não fornecerem calorias nem contribuírem de forma apreciável para a massa corpórea. As vitaminas não fornecem energia. São classificadas em dois grupos de acordo com a solubilidade: • Vitaminas Lipossolúveis as quais são encontradas nos alimentos associadas aos lipídios, sendo solúveis em solventes orgânicos (acetona, álcool, éter) e absorvidas no trato intestinal junto com as gorduras. De maneira geral podem ser armazenadas na gordura corporal sendo que o armazenamento se dá de forma diferente a vitamina A é armazenada no fígado, a vitamina D e E no tecido adiposo e muscular, enquanto a K não é armazenada por não ter essa capacidade. São elas: Vitaminas A, D, E e K. • Vitaminas Hidrossolúveis que são solúveis em água, absorvidas no intestino prontamente e não são armazenadas em quantidade significativa no nosso organismo de maneira geral, sendo necessário o suprimento diário na maioria das vezes, sendo que quando em excesso, são facilmente excretadas na urina. São elas Vitaminas do Complexo B – Tiamina (B1); Riboflavina (B2), Niacina (B3), Ácido Pantotênico (B5), Piridoxina (B6), Biotina (B7), Ácido Fólico (B9), Cianocobalamina (B12) e Vitamina C (Ácido Ascórbico). A absorção das vitaminas abrange quatro itens: • Ingestão de alimentos que contenham vitaminas em quantidades adequadas para suprir as necessidades diárias, sendo que fatores econômicos, ingestão de alimentos em quantidade insuficiente, desconhecimento das boas fontes alimentares entre outros podem levar a deficiência de vitaminas. • Absorção no trato gastrintestinal, fatores como a própria fisiologia do indivíduo, alterações no trato gastrointestinal (ex.: diarreia) ou doenças especificas (ex.: doença celíaca), assim como o estado nutricional prévio do indivíduo influenciam na biodisponibilidade das vitaminas; • Sua presença no sangue e nos tecidos, certas situações como crescimento, gravidez, lactação, exercícios musculares levam a maior necessidade de vitaminas; • Excreções, à diurese aumentada ou à ação de certos medicamentos, levam a maior perda de vitaminas. •Alterações nos alimentos, o processamento, o preparo do alimento, a luz, cocção levam perda de vitaminas nos alimentos e podem interferir na absorção destas. 23WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Atualmente a nossa nutrição é desequilibrada? Função Essencial para os olhos se adap- tarem às variações da luz (visão noturna); promove crescimento adequado e aumento da resistên- cia às infecções. Contribui para a formação de ossos e dentes, facilita a absorção intestinal e utilização do cálcio e fósforo. É antioxidante, protege a mem- brana celular, ajuda a retardar o envelhecimento, reduzindo assim os danos causados pelos radicais livres, sobretudo no coração, mús- culos e glândulas. Age como fator fundamental na coagulação do sangue. Contribui para a cicatrização de feridas; aumento da imunidade; melhora a absorção do ferro. Regula todo o metabolismo energético Vitaminas Vitamina A Vitamina D Vitamina E Vitamina K Vitamina C Tiamina(B1) Fontes alimentares Vegetais na cor verdes e amarela- dos, como os brócolis, couve, ce- noura e abóbora, em frutas como melão, tomate, pêssego, no leite integral, manteiga, na gema de ovo, no fígado. Manteiga, queijo, creme de leite, gema de ovo, fígado, óleo de fígado de bacalhau, sardinha, atum. Óleos vegetais, germe de trigo, sementes oleaginosas (amêndoas, avelãs), gema de ovo, leite integral, manteiga e fígado. Fígado, vegetais de folhas verdes como espinafre, couve-flor, repolho, alface, brócolis, repolho, soja, ovos, leite, tomate, arroz integral, ervilha e óleos vegetais. Lembre-se que parte da vitamina K é produzida pelo nosso organismo Vegetais folhosos, como agrião, sal- sa, bertalha, couve, rúcula. Frutas como abacaxi, acerola, caju, limão, laranja, tangerina, goiaba, morango, kiwi, papaia. Legumes como pimen- tão, tomate. Arroz integral, cereais em geral, gérmen de trigo, levedura de cerveja, carnes, fígado, ovos, queijo, leguminosas fresca ou secas. 24WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Riboflavina (B2) Ácido fólico ou folacina (B9) Cianocobalamina (B12) Niacina (B3) Piridoxina (B6) Fígado, ovo, leite, carne magra, trigo integral, gérmen, aveia, carne de porco. Vegetais folhosos verde escuro (es- pinafre, brócolis, couve manteiga, etc.), frutas cítricas, feijões, fígado, cereais integrais, carne magra e grãos secos Alimentos preteicos animais Levedura de Cerveja, fígado, aves, carnes magras, batata inglesa, hortaliças, trigo, aveia, amendoim. Carnes em geral, pescados, legu- minosas, soja, mel, repolho, trigo integral. Importante no metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídios. Participa na formação de proteínas estruturais, Eritropoiese (forma- ção das hemácias e leucócitos na medula óssea) e ainda na inter- conversão de aminoácidos (serina – glicina) Síntese proteica; Maturação das hemácias; Síntese de ácidos nuclei- cos. Participa nas reações de produção de energia (ciclo do ácido cítrico); Reparo do DNA; tratamento de lesões aterosclérótica Participa na formação do material genético e das células vermelhas do sangue Tabela 1 - Importância das vitaminas ao organismo e fontes alimentares. Fonte: Silva (2016). 7 - ESTUDO DOS MINERAIS São substanciasnaturais, inorgânicas, consistindo em simples elementos ou compostos tendo uma composição química e uma estrutura química definida indispensável ao organismo que atuam regulando o metabolismo enzimático, mantém o equilíbrio acido-básico, a irritabilidade nervosa e muscular e a pressão osmótica. Os minerais não fornecem calorias e Não são produzidos pelo organismo. São classificados em macrominerais e microminerais. Os macrominerais estão presentes em concentrações no organismo de no mínimo 0,005% do peso corporal, ou seja, presentes em maiores concentrações no organismo são eles: o sódio, o potássio, o cálcio, o fósforo, o cloro, o enxofre e o magnésio. Os microminerais estão presentes no organismo em concentrações menores que 0,005% do peso corporal, sendo o ferro, o cobre, o zinco, o selênio, o iodo, o cromo, o flúor. 25WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 8 - Combinação dos alimentos. Fonte: Clara (2014). Suplementos nutricionais de vitaminas e minerais são eficazes? Minerais Cálcio (Ca) Potássio (K) Sódio (Na) Fontes alimentares Leite e derivados (iogurte, queijos), Tofu, salmão, sardinha com ossos, ostras, moluscos, folha de nabo e de mostarda, brócolis, espinafre, couve, leguminosas. Frutas (banana, laranja, maracujá), verduras de folha, batatas. Alimentos proteicos animais, aspargo, espinafre, cenoura, sal de cozinha, enlatados, bicarbonato de sódio, glutamato monossódico. Função Contração muscular e mineraliza- ção de ossos e dentes; Processos de coagulação sanguínea, trans- missão de impulsos nervosos. É o principal cátion intracelular. Manutenção do balanço eletrolítico e osmótico Irritabilidade muscular (musculo cardíaco) É o principal cátion do fluido ex- tracelular. Manutenção do balanço eletrolítico e osmótico Irritabilidade muscular (musculo cardíaco) 26WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Magnésio (Mg) Ferro (Fe) Zinco (Zn) Cobre (Cu) Iodo (I) Selênio (Se) Flúor(F) Leites e derivados, castanhas, vegetais verde-escuros, frutas cítricas, chocolate amargo. Ferro Heme: carnes vermelhas, Vísceras (fígado, rim e coração), carnes de aves, porco e de peixe, marisco, ostra Ferro Não-Heme: Vegetais verde escuro, Leguminosas (feijão) Carnes, leite, fígado, cereais integrais, lentilha, germe de trigo, frutos do mar e ovos. Fígado, miúdos, feijão e lentilhas. Frutos do mar, Peixes de água salgada, Folhosos***, Lentilhas, Sal iodado. Vísceras, frutos do mar, carne ver- melhas, aves, gema de ovo, salmão, brócolis, castanha do Pará, Nos alimentos inferior a 0,05mg/100mL com exceção da água fluoretada, bebidas e formu- las infantis feitas ou reconstituídas com água fluoretada, chás e alguns peixes marinhos Fundamental na contração e relaxamento muscular; redução da pressão arterial; regulação do batimento cardíaco e relaxamento das artérias. Envolvimento com o transporte de oxigênio e CO2; Envolvimento na função imunológica e no desem- penho cognitivo; Formação dos glóbulos vermelhos. Essencial na mobilização hepática de Vit. A, crescimento e replicação celular, maturação sexual, fertilida- de, reprodução, imunidade (síntese de linfócitos T e B), apetite, síntese de insulina. Determinante na aqui- sição do sabor Indispensável junto com o Ferro para a eritropoiese normal, visto que Participa do metabolismo do ferro e da síntese da hemoglobina; Componente dos hormônios da tiroide: tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), sendo importante para regula- ção da taxa metabólica basal. Efeito antioxidante devido ser com- ponente da glutationa peroxidase que protege as membranas celula- res contra o estresse oxidativo. Essencial para o crescimento, re- produção e componente dos ossos e dentes; Reduz a susceptibilidade a cáries dentárias Tabela 2 - Importância minerais ao organismo e fontes alimentares. Fonte: Silva (2016). 27WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A partir do exposto sobre macronutrientes e micronutrientes, ao realizar uma die- ta em que se elimina o consumo de um determinado nutriente pode-se garantir o emagrecimento de maneira saudável e sem deficiências nutricionais? Por quê? Vitaminas e minerais: sua dieta contém todos os nutrientes para você se manter saudável? https://www.youtube.com/watch?v=5CjVz4z7y9E Fome oculta: Quando o excesso encobre a escassez. Link:https://www.dsm.com/campaigns/conozcadsm/pt_BR/articles/nutricao- -em-geral/hidden-hunger-when-excess-hides-scarcity.html 2828WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 29 1 - NUTRIÇÃO SOB O PONTO DE VISTA BIOLÓGICO E SOCIAL .......................................................................... 30 2 - CARACTERÍSTICAS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL .............................................................................. 33 2.1. O QUE É UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL? .................................................................................................... 33 2.2. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ....................................................... 33 3 - LEIS DA NUTRIÇÃO OU ALIMENTAÇÃO ........................................................................................................... 35 4 - CONHECENDO O QUE SÃO OS GUIAS ALIMENTARES ................................................................................... 37 5 - COMPOSIÇÃO DA PIRÂMIDE ALIMENTAR BRASILEIRA ............................................................................... 43 6 - GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA, O QUE É? ................................................................ 45 7 - ROTULAGEM NUTRICIONAL DE ALIMENTOS ................................................................................................. 49 RECOMENDAÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO SAUDÁVEL PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA PROF.A MA. MARIA CECILIA MEREGE ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: NUTRIÇÃO ESTÉTICA E DIETÉTICA 29WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Atualmente, no Brasil, assim como na maior parte do mundo, as tendências, quanto à alimentação, não são nada satisfatórias, visto que alimentos e preparações culinárias estão sendo gradativamente substituídos por produtos prontos para consumo, na sua maioria ultraprocessados, ocasionando grandes prejuízos à saúde e o bem-estar das populações, assim como impacto negativo sobre o ambiente, a economia local, a vida em sociedade e a cultura. Sendo assim, os guias alimentares são ferramentas extremamente importante para fornecer a população informações sobre uma alimentação saudável. Diante disso, a unidade em questão pretende trabalhar orientações sobre as premissas da Alimentação saudável e a escolha dos alimentos, as leis da nutrição, o surgimento dos guias alimentares, a evolução destes perante as tendências mundiais, sua importância para a população, assim como a composição dos guias. 30WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - NUTRIÇÃO SOB O PONTO DE VISTA BIOLÓGICO E SOCIAL A nutrição é uma necessidade biológica para a sobrevivência dos seres vivos. No entanto com tempo, o mesmo adquiriu valores e necessidades, sofreu mudança e, atualmente apresenta novas tendências quanto a praticas alimentares, no que tange aos campos social, econômico, cultural, psicológico e nutricional. Logo, do ponto de vista nutricional, uma alimentação equilibrada deve suprir as necessidades biológicas, energéticas, de macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos), além de vitaminas e minerais, os micronutrientes. Entretanto, aalimentação não é um ato solitário, mas uma atividade social que envolve outras pessoas na produção de alimentos, no seu preparo e, sobretudo na própria comensalidade, ocasião para se criar e manter formas ricas de sociabilidade. Ressalta-se também a importância dos aspectos estéticos da alimentação, presente na exposição da comida à mesa, na riqueza de formas, cores, odores. Sob o ponto de vista antropológico, a nutrição se define em duas esferas: campo do conhecimento, que informa como a alimentação se apresenta entre caráter simbólico dos costumes e o campo do natural e cultural. Ao mesmo tempo em que está associada a costumes e simbologias construídas por valores culturais e familiares, e transmissão desta herança e identidade de gerações por gerações, remetendo assim a naturalidade, ou seja, ao alimento fornecido pela natureza, às condições fisiológicas humanas, como a fome. Em outras palavras, pode-se dizer que “comer constitui em um ato impregnado de significados que são incorporados aos alimentos desde o preparo até o consumo”. O fator nutricional ou o conhecimento cientifico sobre nutrição, alimentos e alimentação constituem o determinante de menor peso para a formação, ou mudanças no comportamento alimentar, uma vez que o mesmo não é suficiente para promover tais construções. O comportamento alimentar é um conjunto de ações praticadas pelos indivíduos em torno da alimentação, com o objetivo de modifica-lo ou se transformar, sendo adaptativa e flexível, que se molda com o passar do tempo, tendo em vista as peculiaridades do ambiente, não se restringindo a pratica diretamente envolvida com o alimento (qual, quanto, como, onde e com quem comemos), mas envolvendo aspectos subjetivos em torno da alimentação tais como condições de vida do indivíduo, poder aquisitivo, acesso a informações e a alimentos, pessoais, como família, amigos e valores adquiridos ou psicológicos (escolhas, desejos, apreciações, preferencias, adequação de alimentos e preparações para diferentes ocasiões. Apresenta os pais como o primeiro e principal preditor do futuro comportamento alimentar do indivíduo, já que além dos ensinamentos, que exigem informações dos pais, serão possivelmente apesar de controvérsias, repetidas também aversões e preferencias alimentares. 31WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 1 - Modo de comer. Fonte: Jones (2014). Dentre os fatores que interferem no comportamento alimentar tem-se: • Fatores culturais: a cultura é transmitida de geração para geração por meio da família, escola, igreja, etc. • Fatores econômicos: o custo e a disponibilidade de alimentos representam um impacto para muitas famílias. • Fatores sociais: a organização da sociedade desempenha um papel na aceitação e rejeição de padrões alimentares. • Fatores psicológicos indivíduo motivado tem capacidade de mudar o comportamento. Ao mesmo tempo, a mídia e o marketing interferem acentuadamente no consumo de alimentos industrializados fato que se deve ao processo de globalização, associado à escassez de tempo, o ingresso da mulher no mercado de trabalho, o custo e estilo de vida assim como a praticidade e durabilidade dos alimentos. Logo, no Brasil, hoje, observa-se uma situação de transição epidemiológica onde ainda existem doenças relacionadas a carências nutricionais (desnutrição, anemias e hipovitaminoses), coexistem com índices cada vez maiores de doenças crônicas não transmissíveis, tais como obesidade, hipertensão arterial, diabetes e câncer. comportamento alimentar se difere de hábitos alimentares pelo fato que o hábito alimentar se trata de uma ação repetida de fora automática aprendida e incor- porada no primeiro ano de vida, envolvendo sentimentos e recordações afetivas relacionadas à família e meio social. 32WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Transição epidemiológica” refere-se às modificações, em longo prazo, dos pa- drões de morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma população específi- ca e que, em geral, ocorrem em conjunto com outras transformações demográfi- cas, sociais e econômicas. Figura 2 - Evolução da Humanidade. Fonte: Daily Life Food (2014). Alimentação e globalização: algumas reflexões: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- d=S0009-67252010000400014 Sobre o campo da Alimentação e Nutrição na perspectiva das teorias compre- ensivas: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- d=S1413-81232011000100008 33WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2 - CARACTERÍSTICAS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 2.1. O que é uma alimentação saudável? Uma alimentação saudável é aquela baseada em práticas alimentares que assumam a significação social e cultural dos alimentos como fundamento básico conceitual, sendo assim é fundamental o resgate destas práticas bem como estimular a produção e o consumo de alimentos saudáveis regionais (como legumes, verduras e frutas), sempre levando em consideração os aspectos comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares. Esta alimentação não se restringe apenas à alimentação nutritiva, devendo ser harmônica, adequada à cultura, variada, saborosa, colorida, segura sanitariamente e de custo acessível. A correta combinação dos alimentos, em quantidade adequada fornecerá os nutrientes necessários ao desenvolvimento e manutenção da saúde em todos os ciclos da vida, desde a infância até o envelhecimento. E esta combinação não muda. O que modifica, conforme os ciclos de vida são as recomendações quantitativas, tanto de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) quanto de micronutrientes (vitaminas e minerais) e, obviamente, orientações específicas na vigência de patologias e outros distúrbios nutricionais. Se as frutas, verduras, cereais integrais, óleos vegetais, leguminosas, leite e derivados, ovos e carnes magras são saudáveis na infância, também são na adolescência, para o adulto e na velhice. 2.2. Principais características de uma alimentação saudável a. Respeito e valorização as práticas alimentares culturalmente identificadas: o alimento apresenta diversos significados culturais que precisam ser estimulados. b. A garantia de acesso, sabor e custo acessível. Uma alimentação saudável não é cara, pois se baseia em alimentos in natura e produzidos regionalmente. c. Variada: fomentar o consumo de vários tipos de alimentos que forneçam os diferentes nutrientes necessários para o organismo, evitando a monotonia alimentar que limita o acesso de todos os nutrientes necessários a uma alimentação adequada. “A alimentação pode ser a causa de uma série de distúrbios nutricionais e a solu- ção para outras tantas doenças do mundo moderno!”. 34WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA d. Colorida: como forma de garantir a variedade principalmente em termos de vitaminas e minerais, e também a apresentação atrativa das refeições, destacando o fomento ao aumento do consumo de alimentos saudáveis como legumes, verduras e frutas e tubérculos em geral. e. Harmoniosa: em termos de quantidade e qualidade dos alimentos consumidos para o alcance de uma nutrição adequada considerando os aspectos culturais, afetivos e comportamentais; f. Segura: do ponto de vista de contaminação físico-química e biológica e dos possíveis riscos à saúde, destaca-se a necessidade de garantia do alimento seguro para consumo populacional. A responsabilidade compartilhada entre sociedade, setor produtivo e setor públi- co é o caminho para a construção de modos de vida que tenham como objetivo central a promoção da saúde e a prevenção das doenças. Quanto nós profissionais da saúde estamos contribuindo para uma alimentação saudável? Estamos próximos ou distantes desta realidade? Por quê? Como o se- tor públicoe o setor produtivo podem contribuir para garantir a alimentação sau- dável? Alimentação do brasileiro não é saudável. https://www.youtube.com/watch?v=QZgEreTlQOw. 35WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 3 - Prato Saudável. Fonte: Harvard University (2000). 3 - LEIS DA NUTRIÇÃO OU ALIMENTAÇÃO As leis da nutrição são normas fixas estabelecidas em 1937 por Pedro Escudero, um médico argentino que divulgou aos profissionais que coordenavam as equipes de saúde, e rompeu com o empirismo que até então cercava o tema da alimentação. Estas leis expressam, de forma simples, as orientações para uma dieta que garante crescimento, manutenção e desenvolvimento saudáveis. • 1a Lei: da quantidade - A quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas do organismo e manter em equilíbrio seu balanço, de forma a permitir o cumprimento das atividades de uma pessoa, bem como a temperatura constante do corpo. • 2ª Lei: da qualidade - O regime alimentar deve ser completo em sua composição, para oferecer ao organismo, todas as substâncias que o integram. O regime alimentar completo inclui todos os nutrientes, que devem ser ingeridos diariamente. • 3ª Lei: da harmonia - As quantidades dos diversos nutrientes que integram a alimentação devem guardar uma relação de proporção entre si. Ou seja, é a distribuição e proporcionalidade entre os nutrientes, resultando no equilíbrio. 36WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Para que o nosso organismo consiga aproveitar os nutrientes, estes devem se encontrar em proporções adequadas nas refeições, uma vez que as substâncias não agem sozinhas, e sim em conjunto. • 4ª Lei: da adequação - A finalidade da alimentação está subordinada à sua adequação ao organismo. E a adequação, por sua vez, está relacionada ao momento biológico da vida, devendo adequar-se aos hábitos individuais, a situação econômico-social do indivíduo e, em relação ao enfermo, ao sistema digestivo e ao órgão ou sistemas alterados pelas enfermidades. Somente esta lei é UNIVERSAL, pois é aplicável sem exceção, a indivíduo enfermo ou sadio. As demais leis, devido ao regime dietoterápico poderão ser alteradas ou eliminadas. Em resumo Pedro Escudero salienta que: “Alimentação normal (equilibrada) deve ser quantitativamente suficiente, qualitativamente completa, além de harmoniosa em seus componentes, e adequada à sua finalidade e ao organismo a que se des- tina”. Sabendo que a manutenção do peso é resultando do consumo de calorias serem igual a calorias dispendidas em atividades diárias e exercício físico, quando o con- sumo de alimentos de um indivíduo for maior que o gasto de calorias dispendidas o que ocorre com o indivíduo? Já quando o consumo de alimentos de um indiví- duo for menor que o gasto de calorias dispendidas o que ocorre com o indivíduo? 37WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA O consumo de alimentos em quantidade e qualidade resulta no estado nutricional do individuo o qual é uma condição física e química do corpo, sendo este influen- ciado pela necessidade nutricional que é a quantidade de nutrientes necessárias diariamente de acordo com o sexo, idade, condições fisiológicas e patológicas a fim de manter, recuperar o estado nutricional, proporcionando assim o adequado funcionamento do organismo. Quando as calorias consumidas são iguais a calo- rias dispendidas tem-se o equilíbrio energético e assim a manutenção do peso. Figura 4 - Balanço Energético: consumo de alimentos = gasto energético. Fonte: Autor. 4 - CONHECENDO O QUE SÃO OS GUIAS ALIMENTARES Antes de entender o significado dos guias alimentares, convém lembrar que alimentação saudável também chamada de alimentação equilibrada e balanceada é aquela prazerosa, variada e individual, a qual requer o conhecimento das características e propriedades dos diversos alimentos, assim como a proporção e indicação de consumo. Logo conceitos sobre alimentação, nutrição, alimento, nutriente devem estar em mente. 38WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Dieta equilibrada é ingestão adequada de nutrientes, atendendo as recomenda- ções nutricionais vigentes. Dieta balanceada é a ingestão alterada dos valores descritos nas recomendações nutricionais de um ou mais nutrientes, atendendo às necessidades específicas de cada paciente de acordo com sua condição pato- lógica. Figura 5 - Alimentação em seu conceito ampliado. Fonte: Jacobs (2013). Os guias alimentares são instrumentos utilizados para fornecer à população de cada país informações corretas sobre como se alimentar adequadamente, visando a promoção geral da saúde, do estado nutricional apropriado e de hábitos alimentares saudáveis. Devem ser representados por grupos de alimentos e são baseados principalmente na relação existente entre os alimentos e a saúde dos indivíduos. É um instrumento nacional, próprio de cada país e voltado aos cidadãos, logo devem refletir a realidade e a cultura alimentar de local, preservando os valores, costumes e alimentos locais e conter mensagens claras e orientações que sejam factíveis com fatores que vão além do ato de comer, como cultura alimentar local, disponibilidade de alimentos, renda, modos de vida, entre outros fatores. 39WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Pode-se afirmar que 1983, Atwater já falava da importância do desenvolvimento de guias alimentares práticos e didáticos para a orientar a população acerca de uma alimentação adequada e assim os mesmos selecionassem seus próprios alimentos para consumo. Os guias devem: • Ser constantemente revisados em sua eficácia quanto ao educar a alimentação da população. • Devem ser baseados na dieta habitual da população que pretende orientar. • Devem constituir parte de uma política de educação nutricional sendo utilizado como ferramenta de apoio e ícone visual de fixação. • É necessária a orientação profissional para o entendimento adequado de todas as orientações que visão à segurança alimentar e a saúde da população. A forma de apresentação destes instrumentos educativos pode ser variada, devendo conter ícones ou representações gráficas de forma didática e de fácil entendimento contribuindo assim para a melhor divulgação das orientações, transformando-se assim em um facilitador na transmissão do conteúdo cientifico e possibilitando melhor assimilação e adesão por parte da população. Diversos ícones ilustram os guias alimentares dos países: o Canadá utiliza o arco íris como forma de apresentação de seu guia alimentar; a China, um pagode (torre oriental- construção típica desse país); o Japão, usa uma forma de pião; Honduras, faz uso de um caldeirão; Chile, Alemanha, Brasil, Tailândia, Estado Unidos, a pirâmide; México e Argentina, adotam a roda de alimentos, todas ilustrativas envolvendo os grupos alimentares e alguns deles apresentam informações sobre atividade física, ingestão de líquidos e hábitos de higiene. Estes guias não são destinados como prescrição de tratamento para grupos espe- ciais de risco e sim para população saudável. Os guias permitem identificar quais riscos nutricionais o paciente está exposto, assim como selecionar as orientações para reverter esse quadro. 40WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 6 - Exemplos de Guias Alimentares. Fonte: Autor. Nos Estados Unidos, até 1980, o guia alimentar, utilizado como ícone oficial, era a “Roda de Alimentos”, a qual apresentava os alimentos divididos de acordo com sua “função” em construtores, energéticos e reguladores, sendo que consumo de um alimento de cada grupo em cada refeição era suficiente para manutenção da saúde,porém devido não apresentar uma escala hierárquica dos alimentos, possibilitava diferentes interpretações. Com o passar do tempo, este ícone não surtia mais efeito na população e foi considerado ultrapassado, sendo testado outras apresentações como bloco, tigelas, pratos, pirâmide contendo os grupos alimentares, até que em 1992 o ícone pirâmide foi selecionado e mantém-se até hoje, mesmo tendo sido modificado em 2005. Este modelo (pirâmide) apresenta 04 níveis e 06 grupos de alimentos, com o número de porções de cada grupo alimentar, sendo planejado com intuito de incentivar a escolha nutricional em três conceitos básicos: Variedade, a qual visa estimular o consumo dos diferentes alimentos que estão contidos dentro dos diferentes grupos de alimentos que compõem a pirâmide. Nenhum grupo é mais importante do que outro. Proporcionalidade, visa indicar o número de porções recomendadas de cada grupo alimentar. A ingestão de alimentos de grupos de tamanho maior deve ser feita em maior quantidade. Moderação, vista alertar sobre o consumo de gorduras e açúcares na dieta. É representado pelo tamanho do grupo de gorduras e açúcares que está localizado no topo da pirâmide, acompanhado pelo texto “usar moderadamente”. Em 2005, ao ser revisado o ícone da pirâmide alimentar os conceitos para garantir escolhas alimentares saudáveis foram ampliados envolvendo a atividade física regular, a personalização e o progresso gradual. 41WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 7 - Evolução dos Guias Alimentares no EUA. Fonte: Autor. Ao mesmo tempo, foi criada uma nova proposta de guia alimentar, em 2011, chamado “My Plate”, que envolve um prato dividido em grupos alimentares, apresentando uma definição mais clara do tamanho da porção e usado para ajudar na criação de refeições saudáveis, equilibradas. Figura 8 - My Plate. Fonte: ChooseMyPlate (2018). 42WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA No Brasil, a roda de alimentos foi utilizada por muitos anos nos programas de educação e atendimento nutricional. Esta trazia a classificação dos alimentos divididos considerando a função no organismo em construtores (alimentos fontes de proteínas), energéticos (alimentos fontes de carboidrato e gorduras) e reguladores (alimentos fontes de vitaminas e minerais), sendo que, em 1974, esta roda de alimentos foi adaptada para seis grupos alimentares: dos leites, queijos, coalhadas, iogurtes; das carnes, ovos, leguminosas; das hortaliças, dos cereais; das frutas; e dos açúcares e gorduras proporcionando maior flexibilidade para dinâmica da orientação dietética individual e em grupo. Considerando a repercussão favorável da pirâmide de alimentos nos EUA, em 1999 foi desenvolvida por Philippi e outros pesquisadores uma adaptação da proposta norte-americana para a realidade brasileira. Figura 9 - Roda de alimentos e Pirâmide Alimentar Brasileira. Fonte: Ministério da Saúde (2006). A pirâmide Alimentar, incialmente, foi desenvolvida com base em dietas com diferentes valores energéticos (1600kcal, 1800kcal e 2200kcal), e apresenta oito grupos alimentares e quatro níveis, contendo o número de porções que devem ser consumidas por dia. Ao mesmo tempo, devido a mudanças na legislação, para rotulagem dos alimentos, a pirâmide passou a ser baseada em uma dieta com 2000kcal, as porções de cada grupo alimentar se tornaram exatas e foi melhor trabalhado os hábitos culturais do país, assim como o fracionamento da dieta em seis refeições ao dia e o estímulo à prática de atividades físicas. 1999 2000 43WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 5 - COMPOSIÇÃO DA PIRÂMIDE ALIMENTAR BRASILEIRA Os alimentos estão agrupados de acordo com os nutrientes e o número de porções recomendado baseia-se nas necessidades energéticas individuais, sendo dividida em quatro níveis e oito grupos de alimentos como mencionado anteriormente. No primeiro nível, tem o Grupo do Arroz, do Pão, da Massa, da Batata e da Mandioca, e é a base mais larga da pirâmide alimentar, reforçando a ideia que o consumo desses alimentos deve ser maior que qualquer outro, sendo formado por alimentos fontes de carboidratos, que possuem como principal função fornecer energia e devem ser consumidos em seis porções diárias. O segundo nível apresenta dois grupos: o Grupo das Verduras e dos Legumes (grupo 2) e Grupo das Frutas (grupo 3), que estão localizados acima da base mais larga da pirâmide, o que indica um consumo um pouco menor que a base. Esses alimentos, porém, complementam a recomendação diária de carboidratos, fibras, vitaminas e sais minerais. É composto por alimentos fontes de vitaminas, minerais e fibras e apresenta como principal função a reguladora. Deve-se consumir diariamente três porções diárias de verduras e legumes e três porções diárias de frutas. O terceiro nível é composto por três grupos: Grupo do Leite, do Queijo, do Iogurte (grupo 4); Grupo das Carnes e dos Ovos, e Grupo dos Feijões (leguminosas) (grupo 5); e Grupo das Oleaginosas (grupo 6), estando localizado acima do grupo das verduras, legumes e frutas, o que indica um consumo ainda menor desses alimentos, com o propósito de não exceder a recomendação diária de proteínas, a qual representa o menor percentual de consumo dos macronutrientes, apesar de sua grande importância, assim como controlar a ingestão de gorduras saturadas e colesterol, provenientes de alimentos de origem animal. Engloba alimentos fontes de proteínas, cálcio, fósforo e ferro, que desempenham uma função construtora. É indicado o consumo de três porções diárias do grupo de leite, queijo, iogurte; uma porção do grupo de carnes e ovos; e uma porção do grupo dos feijões. No quarto nível tem-se dois grupos: o grupo dos Óleos e das Gorduras (grupo 7) e o Grupo dos Açúcares e Doces (grupo 8), este nível está no topo da pirâmide, e recomenda-se o consumo moderado de seus alimentos, por ser formado por alimentos com alto valor energético e de baixo valor nutricional e por estar presente nos demais grupos. Necessidade Energética total: é a quantidade de calorias que um indivíduo deve consumir diariamente para manter seu estado nutricional, relaciona-se com a quantidade de energia basal (quantidade mínima de calorias necessárias para manter o metabolismo basal, relacionado aos processos vitais como respiração, circulação, metabolismo celular, secreção hormonal, manutenção da temperatura corporal) somada à quantidade de energia necessária para a realização da ativi- dade física diária, de acordo com a intensidade. 44WWW.UNINGA.BR NU TR IÇ ÃO E ST ÉT IC A E DI ET ÉT IC A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA São fontes excelentes de carboidratos simples e gorduras saturadas e/ou trans e péssimas fontes de fibras, vitaminas e sais minerais. Recomenda-se o consumo de uma porção diária do grupo dos óleos e das gorduras e uma porção do grupo dos açúcares e doces. Porção é a quantidade de alimento ou preparação pronta para consumo e foram estipuladas em função do valor energético total (VET) da dieta e da energia de cada grupo, respeitando a forma de consumo usual de cada alimento. Porções de arroz, pão, massa, batata e mandioca Arroz branco cozido Pão francês Bolacha água e sal Macarrão cozido 4 colheres de sopa 1 unidade 6 unidades 4 colheres de sopa Porção de legumes e verduras Acelga crua Tomate comum Repolho cozido Alface 9 colheres de sopa 4 fatias 5 colheres de sopa 11 folhas Porção de frutas Abacate Maçã Uva Niágara Suco de abacaxi 2 colheres de sopa 1 unidade 25 bagos 1/2 copo de 200ml Porção de feijão e oleaginosas Ervilha seca cozida Feijão cozido Nozes Castanha do caju 2 1/2 colheres de sopa 1 concha 4 unidades 4 unidades Porção de carnes e ovos Atum em lata Ovo frito Ovo cozido Carne moída refogada 2 1/2 colheres de
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