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Taxonomia, bacilos e cocos gram positivos e negativos.

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MICROBIOLOGIA
1. Taxonomia Bacteriana e Grupos Bacterianos de Interesse Médico
A taxonomia bacteriana é responsável pela caracterização e designação dos micro-organismos, bem como pela organização destes em grupos com base na similaridade entre os organismos. A taxonomia está separada em três partes, porém estão inter-relacionadas: classificação, nomenclatura e identificação.
Taxonomia classifica os organismos em grupos com características similares. Esta classificação segue diferentes níveis hierárquicos: grupos pequenos que compartilham propriedades comuns que, por sua vez, fazem parte de grupos maiores.
Características fenotípicas:
Morfologia macroscópica; Morfologia microscópica; Características coloração; Exigências nutricionais; Exigências de atmosferas especiais; Perfil bioquímico; Perfil de resistência; Propriedades antigênicas;
As características fenotípicas principais utilizadas em taxonomia são morfológicas, fisiológicas e metabólicas, pois estão relacionadas diretamente com a expressão de muitos genes que codificam proteínas estruturais, transportadoras e enzimas.
Critérios Genotípicos 
Tem o objetivo de determinar o grau de parentesco entre as moléculas de DNA das amostras em classificação. . É o arranjo das bases de DNA que determina genes específicos e proteínas e, portanto, determina as características de um organismo. Nos procedimentos de hibridização o DNA de duas amostras distintas é desnaturado pelo aquecimento, são misturados e a temperatura é diminuída para permitir a reassociação das fitas. Essa reassociação ocorrerá entre as fitas de DNA da mesma espécie e entre as fitas da espécie em comparação. O grau de reassociação é dependente do grau de similaridade das moléculas de DNA.
Proteômica Composição do DNA – G/C
 Sequência do DNA ou RNA
 Métodos de tipagem:
Ribotipagem (RNAr)
 PFGE (Polimorfismo em gel de campo pulsado) 
PCR (variações da técnica para tipagem) 
Multi Locus Sequence Typing (MLST) 
Hibridização DNA/DNA
A nomenclatura de bactérias é regulamentada pelo “Código internacional para a nomenclatura de procariontes”. Conforme essas regras, o nome de uma espécie bacteriana baseia-se no sistema binomial onde o nome de uma espécie bacteriana é sempre dado como uma combinação em latim constituída de duas partes, o nome do gênero e no nome específico que denota a espécie. Por exemplo, uma das bactérias que habitam o intestino de mamíferos é designada de Escherichia coli (nome de gênero e seguido do nome da espécie).
 A maioria das categorias é simplesmente designada de grupos ou filos, sendo comum a utilização de nomes vernaculares, como estreptococos, pneumococos, bacilo da lepra e assim por diante. Além destas, é muito frequente o uso de unidades taxonômicas não formais para a designação de uma bactéria. Por exemplo, cada cultura representa uma “amostra” ou um “clone”, no qual todas as células são descendentes de um só ancestral. Cepa, estripe.
Definição da Espécie
Tradicionalmente uma espécie bacteriana compreende um grupo de bactérias que compartilham um conjunto de características fenotípicas e uma história evolutiva comum e, portanto, muito mais relacionadas entre si do que com outras espécies. Embora não haja uma definição universal de espécie em bacteriologia, foi proposta uma definição menos arbitrária baseada nos valores de homologia de DNA. De acordo com essa proposta, duas amostras da mesma espécie devem apresentar um percentual em moles de guanina mais citosina (mol% C + C) similar e devem exibir 70% ou mais de homologia DNA. 
A aplicação da técnica de hibridização DNA/DNA para determinar se uma espécie bacteriana pertence a um gênero é limitada e, em alguns casos, espécies do mesmo gênero apresentam pouca ou nenhuma reassociação. No momento, não existe uma definição uniforme do que constitui um gênero bacteriano e na maioria deles a definição baseia-se em uma ou mais características fenotípicas.
BACTÉRIAS DE INTERESSE MÉDICO
1. Bactérias normalmente coradas pelo Gram.
 2. Micobactérias e Nocardias.
 3. Espiroquetídeos.
 4. Micoplasmas.
 5. Riquétsias e Clamídias.
BACTÉRIAS NORMALMENTE CORADAS PELO MÉTODO DE GRAM.
- Diferem pelo tipo de parede celular. 
- Podem ser aeróbios, anaeróbios ou facultativos. 
- Forma: cocos ou bacilos. 
- Patogênicas ou da microbiota.
 - São as mais frequentes na rotina laboratorial.
COCOS Gram POSITIVOS Aeróbios ou Facultativos
•Staphylococcus − S. aureus (furúnculo), S. epidermidis (oportunista, ITU). •Streptococcus − S. pyogenes (amigdalites), S. pneumoniae, (pneumonia), S. mutans (cárie). 
•Enterococcus − E. Faecalis: oportunista/IH (ITU, bacteremias, ferida cirúrgica).
COCOS Gram POSITIVOS Anaeróbios
•Peptostreptococcus.
COCOS Gram NEGATIVOS Aeróbios ou Facultativos
•Neisseria − N. gonorroheae (gonorreia), N. meningitidis (meningite).
COCOS Gram NEGATIVOS Anaeróbios
•Veilonella − raramente causa infecção.
BACILOS Gram POSITIVOS Aeróbios ou Facultativos
• Corynebacterium − C. diphtheriae (difteria). 
• Listeria − L. monocytogenes (infecção neonato). 
• Bacillus − B. anthracis (carbúnculo).
 • Lactobacillus (cárie, flora intestinal e vaginal).
BACILOS Gram POSITIVOS Anaeróbios
• Clostridium − C. tetani (tétano), C. botulinum (botulismo) C. perfringens (gangrena gasosa). 
• C. difficile (colite pseudomembranosa). 
• Actinomyces − Propionobacterium – Arachnia.
BACILOS Gram NEGATIVOS Aeróbios ou Facultativos
• Enterobacteriaceae − Salmonella, Shigella, Escherichia coli, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Proteus, Morganella, Providencia, Yersinia enterocolitica (infecções intestinais e extraintestinais). 
• 70% das bactérias isoladas em amostras clínicas.
 • Principais agentes de infecção hospitalar.
 • Infecções da comunidade.
• Pseudomonas − Stenotrophomonas − Burkholderia 
• Legionella
 • Acinetobacter 
• Haemophilus
 • Campylobacter* − Helicobacter* 
• Bordetella
 • Vibrio 
• Aeromonas
BACILOS Gram NEGATIVOS Anaeróbios
• Infecções endógenas diversas. 
• Bacteroides 
• Prevotella 
• Porphyromonas 
• Fusobacterium
MICOBACTÉRIAS E NOCARDIAS
• Diferem-se pela quantidade e natureza dos lipídeos. 
• São BAAR (Bacilo Álcool Ácido Resistentes). 
• Método Clássico de coloração: Ziehl-Neelsen. 
• Mycobacterium: M. tuberculosis, M. leprae. 
• Nocardia.
ESPIROQUETÍDEOS
• Forma espiral. 
• Não coram bem pelo método de Gram. 
• Treponema: T. pallidum (sífilis). 
• Leptospira: L. interrogans 
• Borrelia.
MICOPLASMAS
Mycoplasma: M. pneumoniae. 
Ureaplasma: U. urealyticum.
RIQUÉTSIAS E CLAMÍDIAS
Rickettsia, Coxiella, Ehrlichia.
 Chlamydia: C. trachomatis.
2. Microbiota Normal Do Corpo Humano
Microbiota ou flora microbiana: população microbiana associada que reveste as superfícies internas e externas do corpo humano. Constituída por bactérias, fungos e protozoários (vírus?).
O termo “microbiota anfibiôntica” é mais adequado que “microbiota normal” porque um micro-organismo que não é patogênico em certas condições pode vir a ser.
A microbiota pode ser dividida em transitória ou alóctone, compreendendo os micro-organismos que permanecem por pouco tempo no organismo, sem estabelecer uma colonização significativa; ou residente ou autóctone, compreendendo os micro-organismos que colonizam o organismo em condições de simbiose com o hospedeiro, por período de tempoindeterminado, em situações normais.
RELAÇÃO ENTRE A MICROBIOTA E O HOSPEDEIRO ->
ORIGEM DA MICROBIOTA
A colonização do recém-nascido começa imediatamente após o nascimento (microbiota da mãe, contatos humanos, objetos, alimentação).
Com poucos dias de vida, o recém-nascido já se encontra totalmente colonizado, porém, o tempo que a microbiota residente leva para se estabelecer pode variar, levando até dois anos para se estabilizar, como é o caso da microbiota intestinal.
IMPORTÂNCIA DA MICROBIOTA
1. Contribuição Nutricional e no Metabolismo 
2. Proteção Contra Micro-oganismos Patogênicos
2.1. Efeitos diretos: bacteriocinas, produtos tóxicos, baixo Eh, depleção de nutrientes, supressão de aderência, inibição de translocação e degradação de toxinas.
2.2. Efeitos indiretos: favorecimento a produção de anticorpos, estímulo a fagocitose e a mecanismos de “clearence”, aumento da produção de interferon. 
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
1. Prevenção de provável infecção após traumatismo. 
2. Paciente clinicamente séptico (E. coli, sugere perfuração intestinal ou ITU).
 3. Cefalosporinas para infecção BGN (superinfecção com Candida albicans, diarréia). 
4. Interpretação de culturas positivas (contaminação com bactérias da flora normal).
 5. Aumento de doenças endógenas (oportunistas).
Avaliar a diversidade microbiana de 250 indivíduos saudáveis ​​em 5 locais: intestino, nasal, oral, vaginal e pele.
DISTRIBUIÇÃO ANATÔMICA DA MICROBIOTA
MICROBIOTA DA PELE
 A pele apresenta uma microbiota residente bem definida e mais concentrada na região das axilas e períneos, apresentando cerca de 106 bact./cm2. Nas outras regiões, a concentração bacteriana é de cerca de 104 bact./cm2. A pele está regular e frequentemente em contato com as bactérias no meio ambiente, porém, as condições para colonizar uma pele saudável estão limitadas aos sítios anatômicos onde a umidade, a temperatura e a presença de nutrientes (como suor e sebo) permitem a sobrevivência das bactérias.
A população bacteriana da pele inclui principalmente bactérias Gram-positivas aeróbias obrigatórias, como Micrococcus, anaeróbias facultativas, como Staphylococcus e Corynebacterium, e anaeróbias estritas como Propionibacterium.
Couro cabeludo: 106 UFC/cm2; 
axila: 105 UFC/cm2; 
abdome ou antebraço: 104 UFC/cm2;
 mãos dos profissionais de saúde: 104 a 106 UFC/ cm2.
MICROBIOTA DA NASOFARINGE
• Microbiota reduzida devido à passagem de ar, que provoca ressecamento.
 • Podem abrigar temporariamente bactérias patogênicas 
PORTADOR SADIO.
MICROBIOTA DA OROFARINGE
• Predomínio de bactérias Gram positivas: Estreptococos hemolíticos e Difteróides.
• Presença também de cocos Gram negativos e bactérias anaeróbias. Mudança da flora bacteriana da orofaringe em doentes graves (GP x GN, pneumonias).
BRONQUIOS, BRONQUÍOLOS E ALVÉOLOS
• Locais isentos de microbiota residente.
Os bronquíolos e alvéolos são normalmente estéreis.
MICROBIOTA DO TRATO GASTRINTESTINAL HUMANO
MICROBIOTA DA BOCA
A cavidade bucal possui uma microbiota muito diversificada, estendendo-se à superfície dos dentes, mucosas e gengiva. Estima-se que mais de 700 espécies bacterianas habitam a cavidade bucal, e mais da metade deste número são bactérias que não podem ser cultivadas, evidenciando a complexidade desta comunidade. Rica, variável, depende dos dentes.
A saliva contém 108 bactérias/ml e as placas dentais contém 1011 bactérias/cm.
Predomínio de bactérias anaeróbias e facultativas Gram positivas: Estreptococos-hemolíticos e Difteróides.
Doenças causadas por membros da microbiota da cavidade oral: Cárie dentária, doença periodontal, actinomicose e endocardites subagudas. 
O estômago é caracterizado pelo pH baixo em adultos saudáveis, limitando o nível de colonização da microbiota a 103 UFC/ml de suco gástrico. Neste ponto do TGI, os micro-organismos usualmente presentes são Lactobacillus
INTESTINO DELGADO 
• Microbiota influenciada pela presença de ácidos do estômago, suco pancreático e bile.
• Predominam bactérias Gram positivas aeróbias e facultativas.
INTESTINO GROSSO
• Microbiota abundante: 1011 a 1013 bactérias por grama de conteúdo. 
• Predomínio de bactérias anaeróbias (300:1 facultativa). 
• Bactérias facultativas: bastonetes Gram negativos e cocos Gram positivos.
Composição ainda bastante desconhecida, pois se calcula que 40% de suas espécies ainda não foram cultivadas. Flora intestinal 500 espécies (200 gêneros), mas 20 são representados de maneira significativa.
A microbiota bacteriana intestinal normal tem papel fundamental na proteção ecológica do hospedeiro impedindo o estabelecimento de bactéria patogênica no TGI. Este fenômeno é conhecido como “resistência à colonização”, “interferência microbiana” ou “efeito barreira”. Entre os mecanismos usados pelas bactérias fala-se na produção de substratos que inibiriam o crescimento das bactérias patogênicas.
FLORA MICROBIANA DOS INTESTINOS ─ HABITATS HORIZONTAIS
Luz intestinal.
 Camada de muco (anaeróbias).
 Superfície epitelial.
CONTROLE E REGULAÇÃO (microbiota intestinal)
Acidez gástrica no intestino delgado proximal (sobrevivem cocos e bacilos Gram-positivos). 
Ácidos biliares não conjugados. Escherichia coli x Shigella (fontes C).
Lactobacilos competem por sítios de adesão.
Consumo de oxigênio. 
Fenômeno de quorum-sensing.
MICROBIOTA INTESTINAL − TRÊS GRUPOS:
EFEITOS BENÉFICOS: lactobacilos, estreptococos lácticos, bifidobactérias.
Resistência a colonização. Implementação defesas imunológicas. Produção de vitaminas. Inativação substâncias cancerígenas. Transformação do colesterol. Acidificação do intestino (proteção).
GRUPO BENÉFICO OU NÃO: Enterobactérias. Enterococos.
GRUPO NOCIVO: Clostrídeos (produzem toxinas). Bactérias sulforredutoras (produzem gás sulfídrico tóxico).
 
INFECÇÕES CAUSADAS PELA MICROBIOTA INTESTINAL:
Enterocolite pseudomembranosa. 
Síndrome da alça estagnante (esteatorréia).
 Infecções urinárias (E.coli 80-90% ITU-comunitárias).
 Infecções peritoniais (perfuração). 
Infecções intravasculares (translocação). 
Doença inflamatória intestinal (RCU e Crohn).
MICROBIOTA DA VAGINA
A composição da microbiota do Trato Genital feminino varia com a idade, pH, secreção hormonal, ciclo menstrual, uso de anticoncepcional e atividade sexual.
A presença de Lactobacillus em mulheres saudáveis é importante na manutenção do equilíbrio da microbiota, uma vez que as bactérias deste gênero fermentam o glicogênio presente na vagina, diminuindo o valor do pH local, criando, assim, um ambiente desfavorável às bactérias com crescimento em pH neutro.
Predomínio de Lactobacillus spp. (bacilo de Döderlein) no 1º mês de vida e no período entre a puberdade e a menopausa (glicogênio ph~5.0)
Flora mista após o 30º dia até a puberdade e durante a menopausa.
MICROBIOTA DA URETRAANTERIOR
A microbiota da uretra é composta basicamente por Staphylococcus epidermidis, Corynebacterium, Streptococcus e E.coli 
Contém quantidade variável de bactérias.
Considerar a existência desta flora normal quando da interpretação de culturas de secreções uretrais e de urina.
MICROBIOTA DE OUTROS SÍTIOS
Conjuntiva: pode ser estéril ou colonizada por Corynebacterium xerosis, S. epidermidis e, eventualmente, por outras bactérias.
Ouvido: A microbiota do ouvido externo é semelhante à da pele.
PROBIÓTICOS
São suplementos alimentares microbianos vivos que apresentam efeitos benéficos para o hospedeiro, promovendo o equilíbrio da flora intestinal. Exemplo: leite fermentado. 
Os probióticos devem possuir pré-requisitos básicos para serem utilizados no ser humano, incluindo: ausência de propriedade virulenta, capacidade de sobreviver no ambiente gastrointestinal, Capacidade de aderir às superfíciesmucosas e células epiteliais e ação inibidora de patógenos.
PRÉBIÓTICOS
Define-se prébiótico como um ingrediente alimentar não digerível (pelas enzimas digestivas) que pode promover a seleção de espécies bacterianas benéficas para o homem.
Simbióticos são misturas de probióticos e prébióticos.
MECANISMOS DE PATOGENICIDADE MICROBIANA E RESISTÊNCIA DO HOSPEDEIRO ÀS INFECÇÕES.
O que faz uma bactéria ser patogênica?
As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças
Definições de uso comum no estudo da patogenicidade microbiana
• Patogenicidade – capacidade da bactéria em causar dano no hospedeiro. Patógeno primário e oportunista.
• Fator de virulência - característica fenotípica.
• Virulência – relação entre patogenicidade e fatores de virulência.
ESTÁGIOS DE EVOLUÇÃO DE UMA DOENÇA INFECCIOSA
• Período de incubação - intervalo entre a infecção inicial e o surgimento dos primeiros sintomas.
• Período prodrômico - fase que se caracteriza pelos sintomas iniciais da doença.
• Período da doença - fase em que a doença se manifesta por completo.
• Período de convalescência - fase de retorno da normalidade do corpo.
Portas de entrada dos micro-organismos
Membranas mucosas: 
Trato respiratório 
Trato gastrintestinal 
Trato geniturinário Conjuntiva 
Pele 
Via parenteral
Mecanismos pouco conhecido → Invasinas
Trato geniturinário: Porta de entrada de patógenos sexualmente transmitidos Membranas mucosas íntegras ou presença de cortes.
Trato respiratório: Inaladas para dentro da cavidade nasal ou boca – aerossóis ou perdigotos.
Trato gastrintestinal: Alimentos e água
Pele ou via parenteral: Pele íntegra – impenetrável para maioria das bactérias Cortes, ferimentos,injeções - favorecem a entrada
Estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para o aumento da capacidade da bactéria de causar doença
Principais estratégias de virulência em bactérias
Produção de toxinas
Evasão das defesas do hospedeiro
Aderência
Captação de nutrientes
• FATORES DE COLONIZAÇÃO: adesinas, invasinas, sideróforos e evasinas.
• FATORES DE LESÃO: endotoxinas, exotoxinas e superantígenos.
Estratégias de patogenicidade voltadas para colonização e/ou invasão
✓ Aderência mediada por fimbrias. 
✓ Aderência mediada por adesinas afimbriais (ou não fimbriais). 
✓ Formação de biofilmes.
Barreiras → Secreções, Muco, Enzimas Hidrolíticas, Acidez no Estômago, pH Ácido de Vagina, Lisozima, Microbiota Natural.
(Aderência da bactéria é fundamental)
Fatores relacionados a adesão
Quase todos os patógenos apresentam algum mecanismo para se aderir aos tecidos do hospedeiro em sua porta de entrada. Para a maioria dos patógenos esse fenômeno, chamado de aderência (ou adesão), é uma etapa necessária para a patogenicidade. (É claro que os micro-organismos não patogênicos também possuem estruturas de fixação). A aderência entre o patógeno e o hospedeiro é obtida por moléculas na superfície do patógeno, denominadas adesinas ou ligantes, que se ligam especificamente a receptores complementares de superfície nas células de certos tipos de tecidos do hospedeiro. As adesinas podem estar localizadas no glicocálice ou em outras estruturas da superfície microbiana, como pili, fímbrias e flagelos
Geralmente é específica, dependente do reconhecimento bactéria-hospedeiro
• Adesinas - localizadas em estruturas de superfície da célula e interagem com receptores das células do hospedeiro.
Mais comumente encontrada é via lectinas bacterianas e carboidratos do hospedeiro.
 Lectinas + LPS. 
Proteínas + proteínas.
 Gram+ MSCRAMMS (Componentes da superfície microbiana de reconhecimento de moléculas adesivas da matrix)
E. coli entero-hemorrágica O157:H7 aderida às microvilosidades intestinais.
E. coli aderida nas células da bexiga humana.
Biofilmes – Comunidades estruturadas de células microbianas envolvidas por exopolissacarídeos e aderidas a superfícies
▪ Algumas bactérias não permanecem na superfície, mas invadem a célula epitelial. As substâncias que promovem a invasão são denominadas INVASINAS estas ativam sinais que levam a célula a internalizar a bactéria através de modulação do seu citoesqueleto ou por interação de alta afinidade entre receptores.
▪ Bactérias intracelulares obrigatórias e facultativas.
Captação de nutrientes – Sideróforos
O ferro é necessário para o crescimento da maioria das bactérias. Entretanto, a concentração de ferro livre no corpo humano é muito pequena, uma vez que a maior parte do ferro está firmemente ligada às proteínas transportadoras de ferro, como a lactoferrina, a transferrina e a ferritina, assim como à hemoglobina.
- FerroLivre
Ferro normalmente na forma Conjugado (Transferrina, Ferritina, Lactoferrina e Hemina)
A bactéria produz Sideróforos (Quelantes de ferro: Fatores deVirulência)
As vezes existe especificidade por tecidos
(Proteus mirabilis e vias urinárias (Uréia); Brucella e útero gravídico - Eritritol)
Produção de toxinas e/ou enzimas
As toxinas são substâncias venenosas produzidas por certos micro-organismos. Elas frequentemente são o fator primário que contribui para as propriedades patogênicas desses micróbios. A capacidade dos micro-organismos de produzir toxinas é chamada de toxigenicidade.
Exotoxinas– produzidas e liberadas no meio
As exotoxinas são proteínas, e muitas são enzimas que catalisam apenas certas reações bioquímicas. Em razão da natureza enzimática da maioria das exotoxinas, mesmo pequenas quantidades são bastante perigosas, pois podem agir várias vezes seguidas. As bactérias que produzem exotoxinas podem ser gram-positivas ou gram-negativas.
• Tipo I: Superantígenos e ST (toxinas termoestáveis). 
• Tipo II: Formadoras de poro (citolisinas) Fosfolipases, hemolisinas (estreptolisinas), leucocidinas. 
• Tipo III: Diméricas AB. • Enzimas: hialuronidases, proteases, coagulases, DNAse...
Endotoxina- As endotoxinas diferem das exotoxinas de diversas formas. As endotoxinas são parte da porção externa da parede celular de bactérias gram-negativas.
Assim, as endotoxinas são lipopolissacarídeos, enquanto as exotoxinas são proteínas.
As endotoxinas são liberadas quando as bactérias gram-negativas morrem e suas células sofrem lise, liberando a toxina (endotoxinas também podem ser liberadas durante a multiplicação bacteriana).
• Lipídeo A do LPS (G-) 
• Ácidos lipoteicóicos (G+) (resposta mais fraca)
Produção de toxinas – Superantígenos
Staphylococcus aureus: Superantígenos também são conhecidos por causar sintomas tóxicos, como na síndrome do choque tóxico.
Ligam-se simultaneamente a células T e ao complexo de histocompatibilidade de classe II (MHC II) presente na superfície de macrófagos. Leva a produção IL-2, que estimula TNF-alfa e outras citocinas e quimiocinas. Febre, choque, erupção cutânea e resposta autoimune.
Produção de enzimas
Acredita-se que a virulência de algumas bactérias seja auxiliada pela produção de enzimas extracelulares (exoenzimas) e substâncias relacionadas. Essas substâncias químicas podem digerir o material entre as células e induzir a formação ou a degradação de coágulos sanguíneos, entre outras funções.
As coagulases são enzimas bacterianas que coagulam o fibrinogênio no sangue. O fibrinogênio, uma proteína plasmática produzida no fígado, é convertido em fibrina pela ação das coagulases, gerando a malha que forma o coágulo sanguíneo. Os coágulos de fibrina podem proteger a bactéria da fagocitose e isolá-la de outras defesas do hospedeiro. As coagulases são produzidas por alguns membros do gênero Staphylococcus, podendo estar envolvidas na formação de abscessos produzidos pelos estafilococos.
Uma outra enzima, a colagenase, produzida por várias espécies de Clostridium, facilita a disseminação da gangrena gasosa. A colagenase quebra a proteína colágeno, faz hidrólise do colágeno que forma os tecidos conectivos de músculos e outros tecidos e órgãos. Células do hospedeiro tornam-se fracamente aderidas => disseminação da bactéria.
Produçãode toxinas – Toxinas AB
A parte A é o componente ativo (enzima) e a parte B o componente de ligação.
Toxina diftérica de Corynebacterium diphteriae - inibe a síntese de proteínas celulares. Subunidade A remove ADP-ribose da NAD e transfere para outras proteínas que perdem suas funções. Ou via ativação AMPc.
Impede a libertação de neurotransmissores inibitórios, como o GABA (ácido gama-aminobutírico) e a glicina, provocando a inibição de reflexos motores.
Neurotoxina (AB) Toxina botulínica – age nas junções neuromusculares e impede a transmissão de impulsos para músculo (não se contrai).
Endotoxinas e a resposta pirogênica
Acredita-se que a febre (resposta pirogênica) causada pelas endotoxinas ocorra conforme ilustrado:
Bactérias gram-negativas são ingeridas por fagócitos. 
À medida que as bactérias vão sendo degradadas nos vacúolos, o LPS das paredes celulares é liberado. Essas endotoxinas induzem os macrófagos a produzir uma citocinas denominada interleucina 1 (IL-1), antigamente conhecida como pirógeno endógeno, e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α, de tumor necrosis fator alpha). 
As citocinas são carreadas através do sangue até o hipotálamo, um centro de controle da temperatura no cérebro. 
As citocinas induzem o hipotálamo a liberar lipídeos denominados prostaglandinas, que, por sua vez, alteram o termostato existente no hipotálamo para temperaturas mais altas. O resultado é a febre.
Exemplo de bactérias Gram negativas liberando endotoxina (fração A do LPS). A endotoxina liga-se a receptores específicos (CD14 e TRL4) em macrófagos, e estimula a liberação de citocinas (IL-1, TNF-alfa, IL-6 e prostaglandinas). Altas concentrações produção de anafilotoxinas: vasodilatação sistêmica e extravasamento capilar, que em combinação com TNF-alfa e IL-1, pode levar a hipotensão e choque.
Em baixas concentrações é benéfica, resposta protetora: febre, vasodilação e ativação da resposta imune e inflamatória.
Evasão das defesas do hospedeiro – Evasinas
Fatores de virulência que promovem a subversão bacteriana às defesas inatas e adquiridas do organismo.
✓ Inibir recrutamento do fagócito e suas funções (cascata do complemento e opsoninas). (ex. Cápsula).
✓ Destruição microbiana de fagócitos (ex. Leucocidinas).
✓ Algumas sobrevivem no interior do fagócito (impede fusão e liberação dos conteúdos dos lisossomos).
Padrões moleculares associados ao patógeno – PAMPs
Muitos patógenos desenvolveram estratégias para evitar a sua internalização por células fagocíticas . A evasão bacteriana à fagocitose pode ocorrer por diferentes mecanismos. A alteração dos padrões moleculares associados aos patógenos (PAMPS) impede que os fagócitos reconheçam as bactérias pelos receptores padrão de reconhecimento de patógenos (PRRs). Esse mecanismo acontece quando as bactérias produzem uma cápsula de polissacarídeo que a circunda, escondendo fisicamente os PAMPs.
PORTAS DE SAÍDA
• Secreções, excreções ou tecidos que descamam
• Várias portas de saída – podem disseminar entre hospedeiros susceptíveis
Os micróbios também deixam o organismo por vias específicas denominadas portas de saída, em secreções, excreções, descargas ou tecidos que descamam. Em geral, as portas de saída estão relacionadas com a parte do corpo que foi infectada. Assim, geralmente o micro-organismo utiliza a mesma porta para entrada e saída.
As portas de saída mais comuns são os tratos gastrintestinal e respiratório. Por exemplo, muitos patógenos que vivem no trato respiratório saem do organismo por descargas nasais e bucais. Essas descargas são expelidas durante a tosse ou o espirro, e os micro-organismos são encontrados em gotículas formadas por muco.
O resultado da relação bactéria-hospedeirodepende da:
-Patogenicidadedo microrganismo: Fatores de virulência
-Resistência do hospedeiro: Mecanismo de defesa
Barreiras físicas e químicas do hospedeiro
Fatores relacionados ao hospedeiro
Fatores de risco do hospedeiro: 
• Idade: - Crianças são mais susceptíveis às infecções (intestinais e respiratórias).
• Estresse e dieta: Fontes de estresse fisiológico (fadiga, dieta pobre, desidratação, mudanças climáticas bruscas).
• Hospedeiro comprometido - Um ou mais mecanismos de defesa estão inativados –maior vulnerabilidade.
Fatores de proteção do hospedeiro:
 • Respostas imunes inatas: Proporcionam respostas locais rápidas ao desafio de uma bactéria Sistema complemento, neutrófilos, macrófagos e células natural killer.
• Respostas imunes adaptativas: Identificam, atacam e eliminam as bactérias de forma específica Anticorpos e células T.
“JOGO DA PATOGÊNESE”
AGENTES ANTIMICROBIANOS
ORIGEM, CONCEITO E NATUREZA DOS PRINCIPAIS AGENTES ANTIBACTERIANOS
ANTIBIÓTICOS – substâncias produzidas por alguns micro-organismos (fungos filamentosos, bactéria e leveduras), que matam outros micro-organismos (bactericidas) ou inibem seu crescimento (bacteriostáticos). Podem ser fabricados sinteticamente.
➢ Penicilina foi descoberta em 1929 por Alexander Fleming.
Em 1928, Alexander Fleming observou que o crescimento da bactéria Staphylococcus aureus foi inibido em uma área que circundava a colônia de um bolor que havia contaminado a placa de Petri. O bolor foi identificado como Penicillium notatum, e seu composto ativo, isolado logo em seguida, foi chamado de penicilina.
Bacteriostático: impedem/interferem o crescimento da bactéria e no metabolismo da célula. Um bacteriostático impede a multiplicação das bactérias, mas não as matam; Ex: Álcool etílico.
Bactericida: Tem capacidade de matar a célula mas não provoca a lise. 
Bacteriolítico: provocam dano e morte imediata da bactéria impedindo sua proliferação e crescimento, destroem sua parede celular provocando a perda de material interno.
Um ponto fundamental para estabelecer o perfil de sensibilidade de uma bactéria é determinar o valor da Concentração Inibitória Mínima da bactéria (CIM), que é a menor concentração da droga que é capaz de inibir a multiplicação da bactéria e estabelecer os pontos de corte (breakpoints) para interpretação dos testes de sensibilidade.
Concentração bactericida mínima (CBM/MBC): menor concentração da droga que mata pelo menos 99,9% do inóculo bacteriano.
Tetraciclina: As tetraciclinas formam um grupo de antibióticos de amplo espectro proximamente relacionados e produzidos por espécies de Streptomyces. As tetraciclinas são utilizadas no tratamento de muitas infecções urinárias, pneumonia por micoplasma e infecções por clamídias e riquétsias. Elas também são frequentemente usadas como drogas alternativas no tratamento de doenças como a gonorreia e a sífilis.
Grupo dos β-lactâmicos
Penicilinas (N/SS − p.e., Penicillium).
Cefalosporinas (SS − Acremonium, 1ª a 5ª gerações).
Monobactâmicos (Q−Chromobacterium, aztreonam). 
Carbapenemas (SS−Streptomyces, p.e., imipenem).
N = natural; SS = semi-sintéticos; Q = quimioterápico.
Inibidores de β-lactamases − contém anel β-lactâmico, baixa atividade antibacteriana e alta afinidade pelas lactamases. Exemplos: ácido clavulânico + amoxacilina ou ticarcilina; tazobactam + piperacilina; sulbactam sódico + amoxacilina.
Grupo dos aminoglicosídeos:
 Estreptomicina (1940 Streptomyces griseus). 
Canamicina, Neomicina, gentamicina. 
Tobramicina, amicacina, netilmicina.
Grupo das tetraciclinas: 
Tetraciclina (Streptomyces).
 Oxitetraciclina, clortetraciclina. 
Minociclina, doxiciclina.
Quinolônicos e derivados:
 Ácido nalidíxico
 Ácido oxolínico.
 Flúor derivados (norfloxacino, ciprofloxacino, ofloxacina).
Outros grupos de antibióticos
▪ Rifamicinas (S. mediterranei), p.e., rifampicina.
 ▪ Macrolídeos (S. erythreus), p.e., eritromicina.
 ▪ Polipeptídeos (bacitracina − Bacillus subtilis; polimixina – Bacillus polymyxa)
 ▪ Cloranfenicol (Streptomyces venezuele; p.e., cloranfenicol, tianfenicol).
▪ Sulfonamidas (sulfanilamida) 
▪ Trimetoprim (diaminopirimidínico)
 ▪ Metronidazol. 
▪ Lincomicina. 
▪ Glicopeptídeos (vancomicina).Principais agentes microbianos 
MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIBACTERIANOS
Inibição da Síntese da Parede Celular: Vancomicina e teicoplanina, bacitracina, β-lactâmicos (penicilina, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenens).
Alteração da Membrana Citoplasmática: Polimixinas B e E (colistina). Essas mudanças resultam na perda de metabólitos importantes pela célula microbiana.
Inibição da Síntese Proteica: A diferença na estrutura ribossômica é a razão da toxicidade seletiva dos antibióticos que afetam a síntese de proteínas. Entretanto, as mitocôndrias (importantes organelas eucarióticas) também contêm ribossomos 70S semelhantes aos bacterianos. Dessa forma, antibióticos que afetam os ribossomos 70S podem causar efeitos adversos nas células do hospedeiro. Entre os antibióticos que interferem com a síntese de proteínas estão o cloranfenicol, a eritromicina, a estreptomicina e as tetraciclinas. As células procarióticas têm ribossomos 70S (o ribossomo 70S é constituído pelas unidades 50S e 30S. 
30S: tetraciclina, e aminoglicosídeos (estreptomicina gentamicina, canamicina, amicacina). 
50S: macrolídeos (eritromicina, azitromicina, claritormicina), cloranfenicol, clindamicina.
Inibição da Síntese de DNA: Quinolonas (ciprofloxacina, norfloxacina, levofloxacina, etc.), rifampicina.
Inibição do Metabolismo do Ácido Fólico (PABA): sulfonamidas, trimetropim.
Mecanismo de ação: Parede celular β-lactâmicos
As PBP são proteínas existentes na parte externa da membrana citoplasmática, que participam da terceira etapa da síntese da camada de peptideoglicano e possuem a capacidade de se fixar tanto às penicilinas quanto às cefalosporinas. A função de cada uma destas proteínas é conhecida e sabemos que podem funcionar como transglicosidases, transpeptidases e carboxipeptidases.
PBPs – transpeptidases, transglicosidases carboxipeptidases; autolisinas.
PBPs = “Penicillin-binding proteins”. Mecanismo de ação bactericida.
Mecanismo de ação: Parede celular Glicopeptídeos
A Vancomicina inibe a síntese da parede celular das bactérias sensíveis, pela ligação com elevada afinidade, ao terminal D-alanil-D-alanina das unidades precursoras da parede celular. Impedem a adição do monômero de mureína mediada pela transglicosidase.
Glicopeptídeos: vancomicina e teicoplanina são dois exemplos e cujo mecanismo de ação é impedir a transferência da subunidade usada na adição de nova molécula ligando-se ao acil-D-alanil-D-alanina terminal do pentapeptídeo assim como a dalbavancina, oritavancina e telavancina, os mais recentes lipoglicopeptídeos apresentados.
Mecanismo de ação: membrana
Polimixinas: B e E (colistina).
Mecanismo de ação bactericida. As polimixinas assemelham-se a detergentes catiônicos, graças a presença em sua molécula de grupamentos básicos (NH3+) e de 
MECANISMO DE AÇÃO: INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE DNA
A rifampicina combina-se de maneira irreversível com as RNA-polimerases, bloqueando a transcrição do DNA. Como esta combinação é irreversível, este antibiótico é bactericida e sua ação seletiva é explicada pelas diferenças existentes entre as RNA-polimerases encontradas nas bactérias e no organismo. 
 Os derivados quinolônicos (quinolonas e fluoroquinolonas) também interferem com a síntese de DNA, inibindo a ação das DNAgirases e a topoisomerase IV. A DNAgirase é uma enzima tetramérica composta de duas subunidades A e duas subunidades B, codificadas pelos genes gyrA e gyrB.
Metronidazol: Este quimioterápico tem alta atividade contra bactérias anaeróbias estritas, sendo uma das drogas de escolha para o tratamento das infecções causadas por estes agentes. A droga é também efetiva contra Gardnerella vaginalis, Campylobacter fetus e Helicobacter pylori.
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA DOS ANTIBACTERIANOS
Resistência bacteriana
Resistência natural ou intrínseca: é quando todas as amostras da sp. são resistentes.
Resistência adquirida: parte das amostras da sp. São resistentes. Mutações ou pela aquisição de genes de outras bactérias.
Bactérias sensíveis e resistentes aos agentes antimicrobianos
Em geral, classificam-se como resistentes às bactérias que crescem in vitro nas concentrações que os antimicrobianos atingem no sangue quando administrados nas recomendações de uso clínico. Bactérias sensíveis não crescem.
Mecanismos químicos de resistência bacteriana
Produção de enzimas que degradam ou modificam antibióticos.
Diminuição da permeabilidade. 
Sistemas de efluxo hiper-expressos.
Alteração do alvo.
Bloqueio ou proteção do sítio alvo (síntese de novas enzimas).
Resistência bacteriana aos β-lactâmicos
As bactérias geralmente se tornam resistentes a estes antibióticos através da produção das β-lactamases. Estas são enzimas dotadas da capacidade de hidrolisar o anel β-lactâmico, transformando os antibióticos correspondentes em produtos inativos.
As β-lactamases produzidas por Staphylococcus aureus são codificadas por plasmídios.
Em bactérias Gram-negativas, já foi possível detectar mais de 30 tipos diferentes de β-lactamases codificadas e transferidas através de plasmídios.
Carbapenemases – genes cromossômicos os plasmídeos – KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
β-lactamases de amplo espectro ou espectro estendido (ESBL – Extended Spectrum βlactamases) - hidrolizar penicilinas, cefalosporina de amplo espectro e monobactâmicos.
Alterações nas PBPs – mutações ou aquisição de elemento genético SCCmec (Staphylococcal Cassete Chromosome mec) – gene mecA – PBP 2A
ORSA = oxacillin-resistant Staphylococcus aureus; 
MRSA= methicillin-resistant S. aureus.
Resistência bacteriana aos aminoglicosídeos
São três os mecanismos químicos da resistência a estes antibióticos: alterações de permeabilidade, modificações ribossômicas e produção de enzimas inativantes. Os dois primeiros são mediados por mutação e o último, por plasmídio.
Enzimas modificadoras de aminoglicosídeos – AME (plasmídeo) fosfo-transferases, adeniltransferases e acetil-transferases.
As mutações podem afetar tanto o sítio de ação (alvo) — o ribossomo — como o transporte para o interior da célula. 
As mutações que afetam o sítio de ação são mais importantes com relação à estreptomicina, pois, além de frequentes, determinam elevados níveis de resistência. A estreptomicina combina-se com a proteína S12 da subunidade 30S.
Resistência bacteriana ao cloranfenicol
A resistência bacteriana ao cloranfenicol é mediada pela enzima cloranfenicol-acetil-transferase (CACT) que, ao acetilar a droga, faz com que ela perca a afinidade pelo seu alvo. Outro possível mecanismo de resistência apresentado por alguns Gram-negativos é a perda de permeabilidade. Diminuição da expressão de Omps. Gram negativos. OmpF – proteína de transporte passivo localizado na membrana externa Transporte de pequenas moléculas
Resistência bacteriana as tetraciclinas
De modo geral, as bactérias tornam-se resistentes às tetraciclinas por aquisição de plasmídios de resistência. A resistência é devido a proteínas denominadas Tet (Tet A, B, C e D) que, uma vez formadas, localizam-se na membrana citoplasmática, provocando a saída quase imediata da tetraciclina da célula.
Resistência bacteriana a rifamicinas e quinolônicos
A resistência a estas drogas ocorre devido a mutações que alteram as enzimas RNA polimerases e DNAgirases, que são inibidas, respectivamente, pelas rifamicinas e quinolônicos.
Plasmídios albergando genes de resistência às quinolonas também já foram descritos.
Genes gyrA e/ou parC – topoisomerase e girases.
Produção de PMQR (Plasmid Mediated Quinolone Resistance) – topoisomerase.
Resistência bacteriana aos glicopeptídeos
Os enterococos resistentes a estes antibióticos (vancomicina e teicoplanina) produzem uma enzima que permite que o estágio final da ligação, bloqueado anteriormente pela açãodas drogas, seja agora concluído.
Alterações no terminal D-alanina-D-alanina.
Transposon Tn1546 – D-alanina-D-lactato.
Enterococos resistente à vancomicina (VRE).
VRSA (Staphylococcus aureus vancomicina resistente).
3.ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE ANTIBACTERIANOS
 
Pequeno espectro: atuam em um tipo ou um grupo limitado de micro-organismos. Ex.: isoniazida é ativa somente contra micobactérias;
Espectro ampliado: eficazes contra Gram+ e contra um significativo número de bactérias Gram- Ex.: ampicilina;
Amplo espectro: afetam ampla variedade de espécies microbianas. Podem alterar a flora bacteriana normal e causar super-infecção por outro micro-organismo. Ex.: Candida.
Princípios da Terapia Antimicrobiana
Conhecer os micro-organismos mais frequentes em determinados tipos de infecções.
Realizar exame para a pesquisa direta (coloração de Gram) quando há urgência da decisão.
Aguardar o resultado da cultura e do teste de sensibilidade.
De preferência, administrar drogas bactericidas, principalmente se o paciente tiver alteração de imunidade.
A essência da quimioterapia antimicrobiana é a toxicidade seletiva − matar ou inibir o microorganismo sem afetar o hospedeiro.
Clinicamente tanto os bacteriostáticos como os bactericidas são eficientes.
Na falta de resposta terapêutica:
Resistência a droga (verificar antibiograma). 
Dosagem inadequada. 
Processos fechados (abscessos vs drenagem).
Processos obstrutivos (e.g., cálculos renais). 
Presença de cateteres (vascular ou urinário) ou outros corpos estranhos.
Testes de sensibilidade aos antimicrobianos (fenotípicos)
Método de diluição (CIM) em caldo ou ágar. 
Método do disco-difusão
 Método do E-test.
 Métodos automatizados.
Lembrem-se
- Uso indiscriminado seleciona cepas resistentes a antibióticos.
- Uso prolongado causa desequilíbrio na microbiota residente.
- Conhecimento dos mecanismos de ação das drogas.
- Não ocasionar gasto desnecessário ao paciente.
COCOS GRAM POSITIVOS: ESTAFILOCOCOS
Gênero Staphylococcus
Cocos Gram positivos presente na pele e mucosa nasal;
Infecções em humanos e animais;
Ausência de esporos;
São imóveis;
 Anaeróbios facultativos; 
Temperatura de crescimento de 18 a 40ºC; 
Crescem em NaCl – 6,5%. 
Material clínico: CGP 
Isolados, aos pares, tétrades, cadeias curtas
Cultura: em “cachos-de-uva” 
(“staphylé”: grego) 
ESTAFILOCOCOS COAGULASE POSITIVA
-S. aureus
-S. aureus subsp. anaerobius 
-S. intermedius 
-S. hyicus 
-S. delphini 
-S. chromogenes 
-S. schleiferi subsp. coagulans 
Estafilococos coagulase negativa novobiocina resistentes (ECNR)
-S. saprophyticus 
-S. cohnii 
-S. xylosus 
-S. simulans 
Estafilococos coagulase negativa novobiocina sensível (ECNS)
-S. epidermidis 
-S. capitis
-S. warneri 
-S. haemolyticus 
-S. hominis 
-S. lugdunensis 
-S. auricularis 
-S. sciuri 
Staphylococcus: 49 espécies e 27 subespécies.
Fatores de Virulência
É importante perceber que devido à plasticidade genômica de S. aureus, nem toda linhagem da espécie possui a mesma constituição genética e, portanto, a prevalência desses genes que levam à patogênese varia bastante em subpopulações.
ESTRUTURAIS
Cápsula 
Proteção (inibe quimiotaxia e fagocitose por PMN). 
Facilita a aderência a cateter ou outro material sintético.
Essa cápsula inibe a fagocitose da célula pelo sistema imune do hospedeiro.
Peptideoglicano (camada espessa) 
Torna a parede celular mais rígida. 
Estimula a produção de pirógenos endógenos. 
Ativa a produção de interleucina – 1. 
Atrai PMN (formação de abscessos). 
Ativa complemento. 
Proteína A 
• Presente na superfície da maioria dos S. aureus (não nos ECN). 
• Covalentemente ligada ao peptideoglicano.
• Tem afinidade para se ligar a porção Fc da IgG prevenindo a eliminação do micro-organismo pelo sistema imune. 
Ácidos teicóicos 
Espécie-específico (cada espécie possui um tipo). 
Medeia a ligação bacteriana à superfície das mucosas. 
Pobremente imunogênicos. 
Fator de aglutinação (Fator “Clumping”) - (proteína ligadora de fibrinogênio) 
Presente na maioria dos S. aureus. 
Aderência ao fibrinogênio e a fibrina. 
Pode causar a agregação dos estafilococos. 
Enzimas estafilocócicas 
Coagulase 
Catalase 
Hialuronidase 
Fibrinolisina 
Lipases 
Nucleases 
Penicilinases 
Toxinas estafilocócicas 
Citotoxinas estafilocócicas 
Alfa, Beta, Delta, Gama 
Leucocidina 
Toxina esfoliativa (esfoliatina ou toxina epidermolítica) 
Toxina da Síndrome do choque tóxico 
Enterotoxinas (A-E, G-J, K-R, U-V) 
TOXINAS ESTAFILOCÓCICAS
1-Toxina Alfa (dermonecrótica; mediador de lesão tecidual; desequilíbrio osmótico). 
2-Toxina Beta (destruição tecidual, abscesso e proliferação do micro-organismo). 
3-Toxina Delta (efeito similar à da toxina colérica; rompimento de Mp –Ex: intoxicação alimentar). 
4-Toxina Gama (presente em quase todas as cepas; capacidade de lisar hemácias). 
5-Leucocidina (forma poros na membrana de leucócitos, causando degranulação do citoplasma). 
No corpo humano, S. aureus pode ser isolado de vários sítios, mas o isolamento a partir de amostras obtidas da cavidade nasal anterior é mais constante do que o isolamento a partir de outros sítios.
A colonização de indivíduos humanos por S. aureus difere em três grupos populacionais. Cerca de 20% da população humana quase nunca apresenta colonização por S. aureus. Outros 20% da população apresenta colonização persistente por uma única linhagem de S. aureus. Os 60% restantes da população apresenta uma colonização intermitente por diferentes linhagens de S. aureus, perdendo e adquirindo essas linhagens ao longo do tempo.
PRINCIPAIS DOENÇAS
- Infecções Superficiais: Nesse tipo de infecção, o inóculo vem do meio externo e leva ao crescimento bacteriano localizado em sítios como feridas cirúrgicas, lesões decorrentes de queimaduras e outras infecções da derme e tecido subcutâneo. Infecções piogênicas localizadas do folículo piloso são denominadas furunculose, e quando há uma extensão dessa infecção com o acometimento e comunicação de vários folículos pilosos numa região da derme, a síndrome é denominada de carbúnculo.
Invasão direta (Infecções piogênicas na pele). 
-Foliculite: infecção e inflamação do folículo piloso decorrente de obstrução.
-Furúnculo: extensão da foliculite; nódulos elevados, grandes e doloridos(Principalmente em áreas de atrito – axilas, nádegas e virilha)
- Carbúnculo: furúnculos coalescem e se estendem para tecido subcutâneo mais profundo; múltiplos pontos de drenagem; localizado na nuca ou nas costas.
- Celulite: derme e tecido subcutâneo, sem pus. 
INFECÇÕES SISTÊMICAS
Bacteremia e endocardite
-A partir de uma infecção de pele aparentemente sem	grande importância.
-Adquirida após procedimento cirúrgico	ou utilização contínua de catéter contaminado.
Bacteremia – disseminação para outros sítios, como o coração. 
Endocardite – grave, taxa mortalidade em torno de 50%.
- Pneumonia. 
- Osteomielite e artrite séptica 
SÍNDROMES TOXIGÊNICAS
Síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS). 
- Aparecimento abrupto de um eritema (vermelhidão e inflamação) que se espalha pelo corpo em 2 dias. 
- Descamação da epiderme devido à ação da toxina esfoliativa.
- Serinoproteases: clivam a junção célula-célula (desmogleína), resultando no despregamento do estrato granuloso da epiderme.
- Neonatos (<6 meses). Crianças e adultos imunocomprometidos (raro). 
IMPETIGO BOLHOSO
Forma localizada da síndrome da pele escaldada.
Formação de bolhas	superficiais na pele. 
Contagiosa e dolorosa.
SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO (TSS)
Ação sistêmica provocada por linhagens produtoras de toxina (TSST-1: superantígeno – ativa grande população de células T: ↑ liberação de citocinas).
Sintomas: febre alta, eritema difuso com descamação da pele. 
- Destrói células endoteliais - hipotensão e morte por falência múltipla deórgãos (5 % dos casos). 
Staphylococcus coagulase negativos
Staphylococcus epidermidis:
Espécie mais frequente como microbiota do corpo humano. 
Importante causa de infecção hospitalar.
Fatores de virulência: 
EXOPOLÍMERO (PNAG). 
Biofilme. 
PRINCIPAIS DOENÇAS
A maioria das infecções é de causa nosocomial;
Endocardite;
Bacteremias;
Septicemia;
Meningites;
Infecções urinárias...
Staphylococcus saprophyticus
Depois da E. coli, é a espécie mais prevalente em infecções urinárias em mulheres na faixa de 20 a 40 anos; 
Capacidade de aderir ao epitélio urinário; 
Microbiota normal da pele e da região periuretral de homens e mulheres.
DIAGNÓSTICO
Exame bacterioscópico pela coloração de Gram;
Isolamento e identificação do microrganismo.
TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE 
 -Desenvolveu resistência rapidamente a penicilina. 
-Hoje < 10% são sensíveis a penicilina. 
-Produção da beta lactamase. 
-Meticilina, oxacilina. 
-30 –50% dos S. aureus e os coagulase negativos são resistentes. 
-MRSA. 
-Tratamento com Vancomicina. 
-Eliminar estado de portador de MRSA. 
-Drenagem do foco de infecção (e.g., abscesso).
-Limpeza apropriada das feridas e uso de antissé-pticos ajudam a evitar infecções.
-Higienização das mãos e a proteção da pele exposta previnem a transmissão (hospitais).
-A profilaxia das infecções hospitalares tem por base a aplicação de métodos de controle de infecção.
-MupirocinA erradicar a colonização das fossas nasais por S. aureus (portador). 
TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE Staphylococcus aureus
Amostras “methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA)”
Conferida pelo gene MecA, que codifica uma proteína que se liga a penicilina (PBP-2).
MRSA geralmente são resistentes a vários outros antibióticos, incluindo os beta-lactâmicos.
Amostras “vancomycin-intermediate Staphylococcus aureus (VISA)”
Vancomicina droga de escolha para tratamento de infecções por MRSA.
Amostras com susceptibilidade diminuída a vancomicina (VISA -> VRSA).

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