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MICROECONOMIA E MACROECONOMIA AULA 01 – Conhecimentos Gerais de Economia Conjunto de conhecimentos que tratam da lógica do raciocínio econômico e são base para os aprendizados do campo de estudos da Microeconomia e da Macroeconomia Professora: Heloísa de Puppi e Silva CONTEÚDO 1. CONTEXTO E JUSTIFICATIVA 2. DEFINIÇÃO DE ECONOMIA 3. PROBLEMA DA ECONOMIA 4. CONDIÇÃO COETERIS PARIBUS 5. CAMPOS DE ESTUDO DA ECONOMIA 6. O PROBLEMA DA ECONOMIA E SUAS 3 QUESTÕES FUNDAMENTAIS 7. FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO (FPP) 8. SISTEMAS ECONÔMICOS 9. FATORES DE PRODUÇÃO 10. BENS E SERVIÇOS 11. AGENTES DA ECONOMIA 12. MERCADO DE FATORES E MERCADO DE BENS E SERVIÇOS 13. FLUXO CIRCULAR DA RENDA CONTEXTUALIZAÇÃO Por que Estudar Economia? Bem-estar social Sustentabilidade Necessidades Felicidade Sobrevivência Costumo dizer em sala de aula que aprender economia é como estudar uma língua estrangeira. Isto ocorre porque nós economistas utilizamos termos técnicos que dificultam a compreensão e a visualização prática dos conteúdos abordados por esta área do conhecimento. Na verdade, nós utilizamos termos técnicos para expressar os comportamentos diários das pessoas. Então, ao “traduzirmos” estes termos técnicos conseguimos enxergar o que é uma ação natural do ser humano, devido seu comportamento para a sobrevivência, em relação às pessoas e à sociedade que nos rodeia. Assim, esta disciplina lhe mostrará e sistematizará assuntos já conhecidos por você, mas que talvez ainda não tenha organizado em um caderno ou folhas de papel. Falo isto para os alunos porque muitos temem a aproximação destes conhecimentos porque normalmente são abordados com termos que dificultam a compreensão. Àqueles que já possuem afinidade com o conteúdo, espero que desfrutem de algumas outras abordagens. Sejam todos bem vindos à disciplina de Microeconomia e Macroeconomia. A Ciência Econômica utiliza uma nomenclatura e termos próprios para explicar o comportamento diário das pessoas. O estudo da Economia pode ser entendido como a “tradução” ou a “descrição” de comportamentos. 1 CONTEXTO E JUSTIFICATIVA A Ciência Econômica utiliza uma nomenclatura e termos próprios para explicar o comportamento diário das pessoas. A Economia é um comportamento humano porque ela que faz parte do nosso dia a dia e está relacionada: com as formas de vida em sociedade; com o processo decisório das organizações; e com a busca pela sustentabilidade. Nós acordamos economia e vamos dormir economia. Ela não se restringe àquilo que é divulgado em noticiários, revistas e jornais. Desta forma, torna-se impossível dizermos que não gostamos de economia, porque ela é inerente ao ser humano. Para entender, tome como base as nossas decisões diárias de sobrevivência na sociedade em que vivemos. Isto é economia. Simples assim. Além disso, as compreensões sobre o comportamento econômico são importantes para as diversas áreas do conhecimento: administração, contabilidade, engenharias, psicologia, pedagogia, direito, biologia, medicina, tecnologias, entre outras. Portanto, o uso desses conhecimentos depende da sua dedicação que implicará nas relações que pode traçar entre esta disciplina e sua formação individual, profissional, tanto na atividade privada quanto na pública, no terceiro setor ou na atuação liberal. Seja lá qual for a característica da instituição ou do setor em que trabalhe, as lógicas da economia estarão presentes. Contudo, também pode utilizá-la para sua própria gestão ou gestão familiar. No âmbito dos negócios a compreensão sobre esse comportamento facilita e amplia o entendimento e o aprofundamento das diversas formas de gestão, das estruturas organizacionais, além de dar mais consistência ao processo de tomada de decisão. Trata- se da garantia da competitividade organizacional que é a capacidade de um indivíduo ou O que as pessoas querem da vida? O que você quer da vida? ... e ... Por quê? Sonhos e Felicidade Sobrevivência • Bem estar social • Sustentabilidade • Necessidades... Vida em sociedade: regras, normas e leis. Planejamento de curto, médio e longo prazo... Sobrevivência, competitividade... Posicionamento, escolhas, tomada de decisão... organização sobreviver no mercado. Até mesmo as instituições públicas precisam ser competitivas para garantir os ganhos de eficiência ao setor público. Então, pensar economia está relacionado às seguintes reflexões: Eu me conheço, conheço o mundo em que vivo e busco formas de sobrevivência; Uma empresa privada se conhece, conhece o mundo em que está inserida e busca formas de sobrevivência; O setor público e demais entes da sociedade civil organizada, se conhece, conhece o mundo em que vive e busca formas de sobrevivência. Por autoconhecimento você pode entender aquilo que lhe faz feliz ou os objetivos e missão das organizações. Por conhecimento do mundo, você pode entender o seu entorno, o entorno da empresa, a sociedade em que as organizações atuam. Já por formas de sobrevivência, procure entender como as estratégias que você traçará em sua vida, nos setores em que trabalhará, na missão que desempenhará para a busca da sua felicidade ou da sustentabilidade. O processo de autoconhecimento, conhecimento do entorno e posicionamento pode ser equiparado com estratégias e tomadas de decisão. Todo processo de tomada de decisão pressupõe escolhas e tem como base o levantamento de variáveis e indicadores utilizados na análise da opção a ser seguida. Variáveis são elementos que você dispõe para o seu próprio conhecimento, conhecimento organizacional e conhecimento do mundo. Quem é você? Quais são seus comportamentos positivos? O que você pretende de sua vida? Ao refletir sobre estas questões você está pensando em variáveis do seu comportamento. Isto também ocorre na vida organizacional. Qual é a empresa, organização ou setor que eu trabalho? O que há de positivo? Como podemos utilizar os aspectos positivos para alcançar os objetivos organizacionais? Ao pensar desta forma, você pode estabelecer a relação desta disciplina de Microeconomia e Macroeconomia com as demais cadeiras estudadas na graduação do curso de administração. Isto é Gestão Estratégica, Análise de Custos, Gestão da Qualidade, entre outras. Simples assim. Quanto mais elaborada a informação sobre o comportamento das variáveis qualitativas e quantitativas relacionadas à situação com a qual você se depara, maior a certeza sobre a opção escolhida. Desta forma, quanto maior o domínio sobre as variáveis, menor a incerteza sobre os resultados provocados por tal escolha e melhores os ganhos sobre os posicionamentos estratégicos. Quanto maior o conhecimento menor o risco relacionado à decisão e maior a probabilidade de sucesso na vida e nos negócios, ou seja, maior a competitividade de indivíduos e organizações. Para o tratamento das variáveis qualitativas e quantitativas e suas análises, a Economia estabelece diálogo com as demais áreas do conhecimento incorporando diversos raciocínios, sociológicos, antropológicos, históricos, matemáticos, entre outros. Utiliza-se de observações econômicas históricas, de estudos estatísticos e de métodos quantitativos para compreender o comportamento econômico, avaliar situações e traçar estratégias. Ainda pouco explorado cotidianamente no campo das Ciências Econômicas estão os trabalhos aprofundados com métodos quantitativos e estatísticos nos processos decisórios. Esse tipo de trabalho enriquece a base de tomada de decisões, o estabelecimento de estratégias e amplia os ganhos competitivosesperados. Isto não retira a importância das observações históricas e das demais áreas do conhecimento que interferem no comportamento econômico. Mas, terão melhores posicionamentos estratégicos os profissionais que se utilizarem do maior número de ferramentas de análise das informações nos processos decisórios. Para facilitar o dia a dia, procure desmistificar os acontecimentos da seguinte forma: pergunte para as pessoas ao seu redor o que elas pensam sobre as situações, e como se sentem em relação aos ocorridos. Tanto nas questões individuais como das situações da vida em sociedade. Pergunte como elas vão agir ou o que irão fazer diante dos fatos. Isto reduz a sua insegurança e o seu posicionamento em relação à sua própria sobrevivência. Outra ação importante é colocar dados e informações no papel. Sabe aquela sensação de acordar e dizer “tenho muita coisa para fazer”? Coloque no papel e estabeleça prioridades. Você verá que não é tão complicado assim. Ao colocar dados e informações no papel você facilita suas escolhas e deixa o “feeling” para o que é pertinente ao “feeling”. Isto é economia? Sim! Isto é economia. Quando você “ouve os demais” e “coloca as coisas no papel” você desmistifica situações e reduz a sua ansiedade sobre o seu próprio posicionamento. Isto se parece com a disciplina de desenvolvimento pessoal e profissional. Afinal, por que estudar Economia? Porque ela descreve nosso comportamento diário, mas para isso é importante compreender que há sentidos, apropriados pela Economia, nos conhecimentos propostos pela filosofia, antropologia, psicologia, sociologia e nos estudos sobre a sustentabilidade. Agora, para formar sua base cognitiva sobre o conjunto de elementos que guiam o raciocínio econômico, precisamos pressupor a seguinte lógica: Todos nós queremos ser felizes!!! Caso tenha curiosidade para entender mais sobre felicidade, sustentabilidade e economia, busque por estes temas livremente na internet. Sugiro que veja: “Happy Planet Index” ou Índice de Felicidade; “Footprint Quiz” ou Pegada Ecológica; “World Watch Institute”; e outros sites relacionados ao assunto. No site do “World Watch Institute” há um documento “State of the Word” ou “Estado do Mundo” elaborado todos os anos que traz dados sobre o mundo com relação às questões da sustentabilidade. A “sustentabilidade” depende do uso de recursos escassos para atender as necessidades ilimitadas das pessoas (Economia). Além disso, a felicidade passa pelos nossos sentidos. Somos felizes quando ouvimos, comemos, cheiramos, vemos e sentimos “coisas boas”. Caso contrário, não temos experiências felizes. Assim, seremos todos felizes quando o entorno também estiver feliz e satisfeito. Aí surge a pergunta: como nos comportar da melhor forma para a sustentabilidade? Como fazer o melhor uso de recursos para atender necessidades? Acredito que você já tenha visto em outras disciplinas do seu curso a Pirâmide de Maslow. Nossas necessidades são ilimitadas. Então como ser eficiente produtivamente e alocar de modo eficaz os recursos de modo a nos tornarmos felizes? Caso não recorde a hierarquia de necessidades dos seres humanos, faça uma pesquisa livre na internet. A Pirâmide de Maslow ajuda a compreender que temos necessidades ilimitadas que estão relacionadas desde as necessidades fisiológicas, essenciais à nossa sobrevivência, até as necessidades de auto realização. A partir do momento que vamos suprindo as necessidades da base da pirâmide, subimos até o topo, satisfazendo-nos gradativamente com segurança, necessidades sociais, autoestima, entre outras. Será que uma pessoa que passa fome consegue pensar nas demais necessidades? Em que nível você está? Em que nível seus colegas estão? Em que nível a sociedade está? Todas estas são questões econômicas e você faz parte deste mundo. Contudo, tendemos a ser insaciados e a nossa satisfação está relacionada ao consumo de bens. Por isso, precisamos decidir sobre como fazer uso dos recursos escassos para atender a necessidade do mundo: ou seja, como alcançar a Sustentabilidade? Como alcançar a felicidade? Mais uma reflexão. Nos sentimos felizes quando temos o que comer. Como nós comemos? Trabalhando. Então, na sociedade atual, a felicidade também passa pelo ter dinheiro para comer, sobreviver, ter abrigo, sair com os amigos, entre outras atividades. Aí queremos ter de tudo e certas vezes esquecemos de quem nós somos e daquilo que realmente nos torna felizes. Então, precisamos de uma revisão de valores e de comportamentos para sermos uma sociedade sustentável. Podemos nos basear nos valores, independentemente da religião que escolhemos, para pensar sobre as motivações que regem a vida do ser humano. Os valores são importantes para a vida em sociedade. Como nos comportamos hoje? Como deveríamos nos comportar para a felicidade e para a sustentabilidade? A sustentabilidade é o coletivo de felicidade. Definição de Economia Etimologia da palavra Uso de recursos escassos para atender às necessidades ilimitadas das pessoas Cotidiano e economia Campos de Estudo da Economia Microeconomia e Macroeconomia 2 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA Aqui chegamos ao momento em que compreendemos o porquê de se estudar economia. Então, podemos seguir estudando a origem da palavra, também chamada de etimologia da palavra. Economia vem do grego ECO>oikos: casa; e NOMIA>nomos: normas. Assim, normas da casa. O que precisa para uma casa funcionar e atender as necessidades das pessoas? Esta casa usa recursos para atender necessidades e pode ser compreendida como: • um indivíduo (que acorda todos os dias e utiliza pasta e escova de dentes para ter a necessidade “dente higienizado” atendida); • uma família (que compra alimentos no supermercado para fazer suas refeições e alimentar-se); • uma empresa (que utiliza materiais de construção para construir sua estrutura); • o governo (que por meio de seus funcionários realiza a prestação do serviço de saúde); • uma comunidade ; • uma sociedade que constitui regra , normas e leis para se organizar; • um Estado, territorialmente organizado; • um País; • o Mundo (como usar um mundo para atender as necessidades de todo o mundo?). Todo estudo começa compreendendo o significado das palavras. O que precisa para uma casa estar em atividade? Alcançar seus objetivos... O que resulta das atividades de uma casa? Por que queremos que uma casa funcione? Que casa é essa? 3 PROBLEMA DA ECONOMIA Temos inúmeras necessidades e precisamos de recursos para satisfazê-las! Os recursos econômicos ou fatores de produção são restritos e podem ser agrupados em terra, capital, trabalho, capacidade empresarial e tecnologia. Não precisaríamos estudar economia se as pessoas estivessem plenamente satisfeitas ou se houvesse abundância de recursos para atender todas as necessidades. Mas, veja que os recursos utilizados e as necessidades das pessoas têm características que fundamentam o estudo da Economia. O primeiro é caracterizado pela escassez enquanto que o segundo caracteriza-se pela falta de limites. OS RECURSOS SÃO ESCASSOS X AS NECESSIDADES SÃO ILIMITADAS OS RECURSOS SÃO ESCASSOS ? AS NECESSIDADES SÃO ILIMITADAS ESCASSEZ Este é o problema (?), ou a pergunta, da Ciência Econômica: a escassez dos recursos para atender as necessidades ilimitadas. Por isso, estamos o tempo todo diante de situações decisórias e precisamos escolher entre as possibilidades que temos diante de cada caso cotidiano de decisão. Qualquer definição que você encontre nos livros levam à mesma sintetização:A economia é um estudo da humanidade nas atividades correntes da vida; examina a ação individual e social em seus aspectos mais estreitamente ligados à obtenção e ao uso das condições materiais do bem-estar. (ROSSETTI, 2011, p. 45). Pode ser definida como a ciência social que estuda a maneira pela qual os homens decidem empregar recursos escassos a fim de produzir diferentes bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. (VASCONCELLOS, 2008, p. 270). Economia é o uso de recursos escassos para atender a necessidade ilimitada das pessoas Escolhas, tomada de decisão, trade off, posicionamento estratégico, custo de oportunidade, ... Quem sabe tudo sobre a necessidade e a felicidade das pessoas? Quem tem a resposta certa para a Sustentabilidade? Atente para o aspecto Multidisciplinar da Economia! Para encontrar soluções conjuntas, a Economia precisa dialogar com as demais áreas do conhecimento! Dado o problema de pesquisa da Ciência Econômica, precisamos compreender como ela se organiza. Trata-se de uma Ciência Social Aplicada baseada na Teoria Econômica que possui raciocínios e leis do comportamento econômico. Podemos conhecer o mundo de diversas formas. Uma delas ocorre por meio do conhecimento científico. Trata-se da Ciência. Então, Ciência Econômica é a forma pela qual conhecemos o uso de recursos escassos para atender as necessidades ilimitadas das pessoas. A Ciência conhece o mundo por meio do método científico. Este método pressupõe um conjunto de aprendizados teóricos e práticos, de exploração dedutiva ou indutiva. Você também pode conhecer o mundo por meio do conhecimento filosófico, religioso ou do senso comum. Este último é o chamado conhecimento popular. Um conjunto de códigos transmitidos de geração em geração ou por sua própria experiência. Por que você sabe que vai chover? Você fez um trabalho de conclusão de curso com normas da ABNT para descobrir? Se o tivesse feito, teria conhecido a chuva por meio do conhecimento científico. Assim, quando você opta por realizar um curso de graduação, você se aproxima do conhecimento pelo método científico, que tem regras e normas de transmissão. Por isso, avançamos na sociedade e vivemos desta forma e não em cavernas. Por causa da interação e do compartilhamento de técnicas e conhecimento entre as diversas formas de aproximação do homem à sua realidade. Caso tenha interesse, procure por estes temas livremente na internet. Você também pode se interessar por “ciência social aplicada”, visto que sua opção profissional está relacionada à ela. Administração é prática, é técnica e é conhecimento que parte do estudo de uma ciência social, ou seja, da vida em sociedade. Por quê? Porque nós seres humanos nos organizamos assim nesta sociedade, ou nesta aldeia global. Por um lado, a Ciência Econômica se utiliza de conhecimentos de outras áreas para explicar e estudar o comportamento econômico. Por outro lado, também contribui de modo multidisciplinar, “lado a lado”, com as demais áreas de conhecimento, para solucionar problemas sociais e buscar a sustentabilidade. A felicidade e a sustentabilidade são problemas de todas as áreas do conhecimento. Precisamos encontrar uma solução conjunta com a biologia, química, física, psicologia, sociologia, administração, contabilidade, medicina, fisioterapia, engenharia, geografia, matemática, estatística para resolver este problema comum a todos os seres humanos. Então, como tomaremos decisões individuais e coletivas para melhorar o uso de recursos escassos para atender as necessidades ilimitadas? Tomando decisões da melhor forma. Otimizando o tempo, processos e nos tornando mais produtivos sem esquecer da nossa felicidade. Quantas variáveis influenciam as nossas decisões diárias? Também imagine que as variáveis estão constantemente oscilando. Como tomar decisão com inúmeras variáveis que oscilam constante e concomitantemente? 4 CONDIÇÃO COETERIS PARIBUS Para estudar o comportamento econômico e os processos de tomada de decisão, precisamos compreender que há diversas variáveis que o influenciam e que precisamos isolá-las e manter as demais constantes para entender como cada uma pode afetar tal comportamento humano ou decisão. Para isso, adotamos uma expressão latina “coeteris paribus” ou “ceteris paribus”. Ela quer dizer “mantidas as demais variáveis constantes”. Suponha que está com fome e irá pedir uma comida em casa. O que você escolherá? Imagine neste “meio tempo” começou a chover, chegaram uns amigos e um grande amigo seu pediu uma ajuda urgente. Você ainda fará um pedido por telefone para entrega de comida em domicílio? Pedirá a mesma refeição? Como agirá? Perceba que há inúmeras variáveis que afetam o comportamento humano em sociedade. Por isso, precisamos isolar os fatos para compreender qual seria o seu comportamento a cada situação. A pergunta deveria ser feita da seguinte forma: O que você escolherá para comer, mantidas as demais variáveis constantes (coeteris paribus)? A Ciência Econômica se utilizou e ainda se utiliza desta condição para fazer cálculos e análises. Caso contrário, precisaria de muito mais tempo para compreender o conjunto de comportamentos que regem a economia em sociedade. Por outro lado, quando você isola as situações, você estabelece decisões a cada caso e otimiza sua escolha. Sua resposta seria, por exemplo: vou pedir comida japonesa. Se chegarem amigos peço pizza e se me pedirem ajuda, cancelo tudo e saio de casa. Como depois (custo de oportunidade). Este é o processo conhecido como elaboração e análise de cenários diante do processo de decisão empresarial. Você supõe estratégias para alcançar seus objetivos a cada cenário. Se a situação for uma você realiza o investimento com recurso próprio. Se a situação for outra você financia seu investimento. Ou, ainda, se houver outra situação você pode “abrir mão” de um investimento para realizar uma aplicação financeira (custo de oportunidade). Como tomar decisões em meio a tantas variáveis? Veja o uso da condição “coeteris paribus” Escolhas têm Custo de Oportunidade. 5 CAMPOS DE ESTUDO DA ECONOMIA Conforme visto anteriormente, a economia estuda o comportamento de indivíduos, famílias, empresas, governos, estados, países, nações e mundo. Assim, para relacionar os efeitos das ações de cada um desses agentes de modo integrado ou isoladamente, organiza-se o estudo na divisão entre a Macroeconomia e a Microeconomia. A Microeconomia é o campo de estudo da economia que estuda comportamentos individuais, setoriais, ou grupos de atividade econômicas e organizações. Trata da parte. O conjunto de partes integra o todo. Este conjunto de atividades econômicas e organizações é o campo de estudo da Macroeconomia. Evite relacionar estes conceitos a regiões territoriais porque o Produto Interno Bruto (PIB) de um Município ou Estado é Macroeconomia. O desemprego total, a inflação, os gastos do governo são elementos macroeconômicos. Já a produção de apenas um bem ou conjunto de bens como a agricultura, por exemplo, é microeconomia, assim como o desemprego de apenas um setor, como o automobilístico. A Microeconomia observa mercados específicos ou o equilíbrio e a formação de preços em cada mercado. Já a Macroeconomia ocupa-se do equilíbrio geral e das variações do nível geral de preços. 6 O PROBLEMA DA ECONOMIA E SUAS 3 QUESTÕES FUNDAMENTAIS O que produzir? Para quem produzir? Como produzir? Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP) Se há escassez de recursos contraposta à necessidadeilimitada das pessoas, precisamos decidir sobre: o que produzir? como produzir? e para quem produzir? As pessoas ou organizações tomam estas decisões baseadas no raciocínio proposto pela “Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP)” ou “Curva de Possibilidade de Produção (CPP)”. Você toma suas decisões diárias baseando-se nos recursos que dispõe e naquilo que deseja fazer. Dado um conjunto de fatores, ou recursos, qual seria a melhor forma de aloca-los de modo a compor uma combinação ótima de produtos que lhe torne mais satisfeito? Você, organizações e o governo precisam pensar assim para atender as necessidades ilimitadas que nos regem. Se lembrarmos da eficiência produtiva e da eficácia alocativa dos fatores, tomaremos decisões ótimas e encontraremos a felicidade e alcançaremos a sustentabilidade. 7 FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO (FPP) A partir da FPP é possível compreender outros raciocínios que fundamentam a Teoria Econômica: o Custo de Oportunidade, a Capacidade Ociosa, a Impossibilidade de Produção, o Pleno Emprego dos Fatores, bem como a necessidade de compartilhar técnicas e conhecimentos, ou a tecnologia, avançarmos na satisfação dos nossos desejos. Os Avanços Tecnológicos podem provocar alterações nos níveis da Atividade Econômica. A FPP representa o máximo que se consegue produzir, limitando-se a dois bens, utilizando todos os recursos econômicos, também chamados de fatores de produção. A figura abaixo mostra esta curva (CPP) em Pleno Emprego (1). O que há na expressão gráfica? A opção de produzir 2 bens ou serviços, em pleno emprego. No entanto, esta suposição é para compreensão conceitual, visto que na prática um indivíduo, uma organização ou uma sociedade produz uma gama incontável de bens e serviços por meio de suas ações e atividades cotidianas. Há também a possibilidade de operamos em Capacidade Ociosa (2). Desta forma, não utilizamos todos os fatores de produção e podemos ampliar o número de produtos até atingir o Pleno Emprego. O espaço interno à Fronteira mostra que há recursos ociosos. O espaço externo à Curva representa a Impossibilidade de Produção porque não há recursos disponíveis àquele nível de produção de bens ou serviços. Mas, se estivermos utilizando todos os recursos do mundo para a produção de bens e serviços que atendam a aldeia global, podemos ser mais produtivos utilizando novas técnicas e conhecimentos. Isto ocorre pela possibilidade de ocorrer um avanço tecnológico (4). Na prática, para que sejamos mais produtivos no mundo precisamos compartilhar estas técnicas e conhecimentos disponíveis para que todos tenham acesso e possam fazer parte do sistema econômico. Para que saiam da linha de miséria e da pobreza e passem a trabalhar de modo produtivo, reduzindo a desigualdade social e a criminalidade. Por fim, quando operamos em Pleno Emprego, precisamos decidir quanto iremos produzir de um ou de outro produto. Caso desejemos produzir mais de um, teremos que abrir mão da produção do outro bem. A este comportamento de sacrifício de uma escolha em relação a outra damos o nome de Custo de Oportunidade (5). 8 SISTEMAS ECONÔMICOS Economia de Mercado Economia Centralizada Economia Mista Os Sistemas Econômicos conformam uma interação entre os agentes da economia por meio dos mercados e de diretrizes políticas, determinando de que forma será atividade econômica. Ao se relacionarem de acordo com os determinados fins e objetivos próprios, os agentes da economia produzem e transacionam bens e serviços, gerando um processo produtivo que deve ser remunerado. Esta organização dos agentes para pensar o que produzir, como produzir e para quem produzir permite classificar os sistemas econômicos em três: Economia de Mercado, Economia Mista ou Economia Centralizada. Em uma Economia de Mercado, famílias e empresas decidem o que produzir, para quem produzir e como produzir por meio das forças de oferta e de demanda. Em sua origem e forma mais pura podemos observar o aspecto liberal da revolução francesa, burguesa, inglesa e industrial. À época buscava-se o bem estar econômico pelo livre comércio. Será que hoje em dia esta forma funcionaria para garantir a felicidade de todos e, consequentemente a sustentabilidade? Será que somos capazes de julgar o que é a felicidade do outro? No entanto, as crises do sistema capitalista, a concentração de mercado e a exclusão social mostraram que o bem estar comum não seria possível por meio de uma competição dos mercados de trabalho e de bens e serviços. Mais adiante, principalmente com a Crise de 29, a sociedade se conscientizou de que um agente intermediário, o Avanço Tecnológico (expansão da curva) Capacidade Ociosa (qualquer ponto dentro da curva) Bem A Bem B X Y custo de oportunidade “reduzir a produção do bem A para iniciar a produção do bem B, quando no em pleno emprego.” impossibilidade de produção “não há fatores disponíveis para a produção do bem A e do bem B” Pleno Emprego (qualquer ponto sobre a curva) 1 2 3 4 5 O QUE PRODUZIR? PARA QUEM PRODUZIR? COMO PRODUZIR? O Governo e as pessoas decidem? Só o Governo decide? O Mercado decide! Então, agentes da oferta e da demanda decidem. governo, poderia equilibrar o sistema econômico reduzindo a desigualdade social, de renda, problemas ambientais, entre outros. Desta forma, constitui-se a Economia Mista, em que famílias, empresas e governo decidem o que produzir, para quem produzir e como produzir. Politicamente esta organização da sociedade denomina-se neoliberalismo, ora tendendo a um governo mais centralizado e interventor, ora tendendo a um governo mais liberal. Será que funciona para atingirmos a felicidade e a sustentabilidade? Como cada um de nós se comporta desempenhando papéis que nos permita alcançar a felicidade? Será que este conjunto de agentes é capaz de pensar a sustentabilidade ou será que isto depende de cada um de nós? Na Economia Centralizada, apenas um agente da economia decide o que será produzido, para quem será produzido e como será produzido. Este agente é o Governo. Aí surge a seguinte questão: será que apenas um agente tem a capacidade de decidir o que é necessário à felicidade de toda a população de um Município, Estado ou País? Será que todos estariam satisfeitos se alguém lhe dissesse o que deve produzir e como deve produzir? Será que apenas um agente consegue ser eficiente para atender todos os anseios das pessoas de forma a conduzir os indivíduos à felicidade e à sustentabilidade? Politicamente, as formas mais conhecidas deste sistema econômico são o socialismo e o comunismo. Contudo, há também doações e solidariedade. Nesse caso, o esforço e a dedicação do tempo podem ser considerados como fatores de produção e contabilizados pelo custo de oportunidade. O produto seria os benefícios à sociedade. O simples fato de exercer a cidadania e a democracia é uma atividade que traz benefícios coletivos e contribui para a felicidade e para a sustentabilidade! No conjunto, podemos citar as ações de responsabilidade social, programas de instituições de caridade, religiões, pessoas que se doam sem esperar nada em troca, ONGs, organismos internacionais como ONU, FAO, CEPAL e demais exemplos de doações e ações que permitem equilibrar o bem estar. O Sistema Econômico é o meio pelo qual ocorrem os fluxos, as relações e as interações entre os agentes da economia: as Famílias, as Empresas e o Governo. Tal conjunto de comportamentos o constituem para a produção,transação e remuneração dos bens e serviços. Disso resultam processos desde a origem, a extração dos recursos, até a comercialização e prestação de serviços dos bens. O conjunto de ações orientados para a produção e remuneração de produtos finais determina a atividade que cada indivíduo exerce seu papel na sociedade. A atividade econômica pode ser classificada em três grandes grupos: o Setor Primário, Secundário e Terciário da Economia. Caso tenha curiosidade, busque informações sobre a atividade econômica no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Realize pesquisas livres para conhecer indicadores no site do IBGE. Você pode precisar destas informações para seus estudos ou para a sua atividade nas organizações. Conheça o IBGE Cidades, Estados e Países. Os sites do Banco Central do Brasil (Bacen) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEAdata) também contém informações e indicadores que podem melhorar o seu desempenho acadêmico e profissional. A Atividade Econômica pressupõe o processo de produção, Setor Real da Economia, e a remuneração de todos os bens e serviços transacionados. Tratam-se de dois fluxos contrários, um de produção e a contrapartida da remuneração pelo esforço produtivo. Nesse momento iniciamos a construção do conhecimento sobre o Fluxo Circular da Renda que será visto mais adiante. Lembre-se que o conjunto de conhecimentos que estamos trabalhando está completamente relacionado e entrelaçado. Por exemplo, o nível da atividade econômica pode estar em pleno emprego ou operando em capacidade ociosa e é influenciado pelos avanços tecnológicos. Vimos isto na FPP. Faça o exercício de retornar, “de trás para a frente”, aos conhecimentos já expostos até o momento. Será uma boa forma de revisar e assimilar. Procure fazer rascunhos ou organizar a construção do seu conhecimento em caderno ou outros arquivos eletrônicos. Além disso, também vale recordar que as escolhas na economia, diante da decisão sobre o que produzir, para quem produzir e como produzir, envolvem o Custo de Oportunidade. Ele pode ser financeiro e mensurado fisicamente ou ser abstrato como a destinação do tempo, por exemplo. O custo de oportunidade de realizar a leitura deste material, implica em abrir mão de estar com os amigos, com a família, trabalhando, estudando outras disciplinas, entre outras atividades. Nada é de graça, quando se apresenta o uso e destinação do tempo a nossas atividades. Toda atividade deve ser remunerada ou contabilizada pelo custo de oportunidade. Se você escolher ser gerente de vendas, terá que abrir mão de desempenhar outros papéis em uma sociedade. 9 FATORES DE PRODUÇÃO a. Terra b. Capital c. Trabalho d. Capacidade empresarial e. Tecnologia Pessoas ofertam e demandam fatores de produção! Pessoas detêm os meios (fatores) de produção! REMUNERAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO a. Aluguel b. Juro c. Salário d. Lucro e. Royalties 10 BENS E SERVIÇOS Bens intermediários Bens de capital Bens finais Bens de capital são máquinas e equipamentos utilizados para a transformação de insumos e de bens intermediários em bens finais ou serviços. Esta é a lógica de uma cadeia produtiva. Uma cadeia produtiva é o resultado da atividade econômica. Ela é composta por Agentes e pelas relações estabelecidas entre eles no processo de organização da produção e da geração de bens e serviços. Em contrapartida do esforço produtivo está a remuneração dos fatores de produção e dos bens e serviços. 11 AGENTES DA ECONOMIA Famílias Empresas Governo 12 MERCADO DE FATORES E MERCADO DE BENS E SERVIÇOS Em seguida, precisamos raciocinar que os fatores terra, capital, trabalho, capacidade empresarial e tecnologia são ofertados e que se isso ocorre é porque o agente que os oferta às famílias deseja uma remuneração. São elas: aluguel, juros, salários, lucro e royalties, respectivamente. HÁ DIVERSOS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÕES DE BENS. • Econômico e Livre (escassez) • Bem de Consumo Saciado, Bem de Luxo, Bem Inferior e Bem Normal (relação entre nível de renda e consumo) • Bem Público • Bem Substituto, Bem Concorrente e Bem Complementar • Bem de Consumo Final e Bem de Consumo Intermediário • Bem Intermediário e Bem de Capital • Bem Material (Produtos) e Bem Imaterial (Serviços) • Bem de Consumo Final Durável e Bem de Consumo Final Não Durável Pessoas não são Bens! Pessoas trabalham e são classificadas como um fator humano de produção. Pessoas agem! Pessoas detêm os bens! Pessoas são Agentes! Pessoas se Organizam em: Pessoas ofertam e demandam bens e serviços! Da mesma forma, as empresas quando ofertam bens e serviços, desejam receber uma remuneração. Nesse caso, importa saber que há diversos tipos e classificações de bens, que variam de acordo com sua utilidade ou etapa do processo produtivo, entre outras classificações. No conjunto, ou pela soma de todos os entrelaçamentos de cadeias produtivas de todas as atividades econômicas forma-se O Fluxo Circular da Renda. Ele é a complementaridade entre o processo de produção de bens e serviços, desde a origem dos fatores de produção e suas respectivas remunerações. Mas por que há “remunerações”? Porque na sociedade em que vivemos há um meio de troca, a moeda, que nos garante a sobrevivência. Então, normalmente toda atividade toda a oferta de fatores ou a oferta da produção, bens e serviços, deve ser remunerada. Mercados De fatores de produção De bens e serviços Nesse sentido, formam-se dois mercados: o mercado de fatores de produção e o mercado de bens e serviços. No mercado de fatores de produção há a oferta e a demanda por terra, capital, trabalho, capacidade empresarial e tecnologia. No outro, se oferta e demanda bens e serviços. 13 FLUXO CIRCULAR DA RENDA Há mais de uma forma de esboçar o Fluxo Circular da Renda e, inclusive, ele aparece ora com a presença do Governo e ora sem. Isso mostra que esse agente interfere nas relações econômicas e no funcionamento dos mercados quando as nações optam pelo Sistema de Economia Mista. No Fluxo Real, Empresas demandam no mercado de fatores e ofertam no mercado de bens e serviços. Famílias ofertam terra, capital, trabalho, capacidade empresarial e tecnologia, no Mercado de Fatores e demandam bens e serviços. Contrariamente, pelo Fluxo Monetário, as empresas, ao demandarem fatores de produção estão ofertando moeda e ao ofertarem produtos, bens e serviços estão demandando moeda. Já as famílias esperam receber lucro, royalties, juros, aluguéis e salários, ou seja, demandam moeda no Mercado de Fatores e ofertam moeda no mercado de bens e serviços como forma de remuneração às empresas. E-commerce! Mercado! Feiras! Shoppings! Supermercado! Centros Comerciais!... Com a moeda recebida, famílias e empresas podem continuar ofertando fatores de produção e bens e serviços, formando a atividade econômica e o nível em que ocorre em cada localidade ou região. Note na figura abaixo que há o esboço de um Fluxo Circular da Renda de uma Economia de Mercado e o outro de uma Economia Mista com a presença do Governo. Como uma Economia Centralizada pressupõe a decisão de apenas um órgão central, Não existiria a formação dos mercados, caso quiséssemos fazer um esboço. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1. Leia o Capítulo 1 – “Fundamentos da Ciência Econômica”, do livro “Princípios de Economia: micro e macro”, de Flávio Ribas Tebchirani, da Editora IBPEX. Fluxo RealFluxo Monetário $ Fluxo Circular da Renda Empresas Mercado de Bens e Serviços Mercado de Fatores Famílias Oferta Oferta Demanda Oferta $ Demanda Oferta $ Demanda $ Demanda $ Empresas Mercado de Bens e Serviços Mercado de Fatores Famílias Oferta Oferta Demanda Oferta $ Demanda Oferta $ Demanda $ Demanda $ Governo A Produção é o setor Real da economia! Nada é de graça! Sempre há uma remuneração! E se o Governo participar? É uma Economia Mista. 2. Leia a Primeira Parte – “Princípios de Economia Aplicada”, do livro “Economia, Dinheiro e Poder Político” Princípios de Economia: micro e macro, de Gerson Lima, da Editora IBPEX. 3. Defina Economia e caracterize seus campos de estudo: a Macroeconomia e a Microeconomia. Economia é o uso de recursos escassos para atender as necessidades ilimitadas das pessoas. A microeconomia se ocupa do equilíbrio parcial dos mercados específicos e a macroeconomia ocupa-se do equilíbrio geral ao observar os agregados econômicos. 4. Descreva um fluxo circular da renda. O Fluxo Circular da Renda expressa o sistema econômico e sua forma de organização para a interação das forças de oferta e de demanda nos mercados. Nesse sentido, o Fluxo Real é o ato de produzir: utilizar e transformar fatores de produção (terra, capital, trabalho, capacidade empresarial e tecnologia) para a produção de bens e serviços. As famílias detêm os meios (fatores) de produção e os ofertam para as empresas no mercado de fatores, que demandam estes fatores, transformam e geram bens e serviços para ofertá-los no mercado de bens e serviços. As famílias demandam bens e serviços neste mercado. Mas, tudo deve ser remunerado para que o sistema continue em equilíbrio. Então, no fluxo monetário, que é o fluxo da remuneração da produção, as famílias demandam moeda ao ofertarem fatores de produção. Elas esperam receber aluguel, royalties, salários, juros e lucros. Ao receberem suas remunerações, as famílias ofertam moeda no momento da aquisição de bens e serviços. As empresas demandam moeda ao ofertarem bens e serviços e ofertam moeda para adquirir os fatores de produção. 5. Circule a figura que sintetiza uma economia de mercado e assinale com um X a figura que poderia representar uma economia mista. Depois, reflita sobre como seria um esboço de uma economia centralizada. A legenda abaixo faz referência a todas as ilustrações. Fluxo Real Fluxo Monetário $ Fluxo Circular da Renda Empresas Mercado de Bens e Serviços Mercado de Fatores Famílias Oferta Oferta Demanda Oferta $ Demanda Oferta $ Demanda $ Demanda $ Empresas Mercado de Bens e Serviços Mercado de Fatores Famílias Oferta Oferta Demanda Oferta $ Demanda Oferta $ Demanda $ Demanda $ Governo Empresas Mercado de Bens e Serviços Mercado de Fatores Famílias Oferta Oferta Demanda Oferta $ Demanda Oferta $ Demanda $ Demanda $ Governo 1 2 3 6. A partir da atividade econômica de suco de laranja, dê exemplos de: a. Bem intermediário: qualquer insumo utilizado na produção de um serviço ou bem produzido (Laranja). b. Bem de capital: qualquer máquina ou equipamento (estrutura física) utilizada para transformar bens intermediários em bens finais (Espremedor). c. Bem de consumo final não durável: qualquer produto consumível no curto prazo (Suco de Laranja). 7. A partir da atividade econômica da produção de geladeiras, dê exemplos de: a. Bem intermediário: peças que compõem a geladeira. b. Bem de capital: máquinas e equipamentos utilizados para a produção da geladeira. c. Bem de consumo final durável: geladeira. 8. Qual é o seu custo de oportunidade de adquirir um celular? Deixar de estar utilizar o dinheiro para viajar, comprar roupas, ou fazer outros usos. (Custo de oportunidade é o sacrifício ocorrido a partir de uma escolha). 9. Preencha a figura abaixo com: (1) pleno emprego, (2) capacidade ociosa, (3) custo de oportunidade, (4) um avanço tecnológico e (5) impossibilidade de produção. 10. Leia o texto do IPEA de 25/02/2015 16:41 – Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=24554&catid=2&Itemid=5> PLANO PREVÊ REDUÇÃO DE ATÉ 10% NO CONSUMO DE ÁGUA, ENERGIA E PAPEL Plano de Logística Sustentável também apresenta iniciativas de promoção da qualidade de vida no trabalho e de contratações sustentáveis. Uma portaria publicada em 23 de fevereiro de 2015 estabeleceu o Plano de Logística Sustentável (PLS) do Ipea. O objetivo principal do PLS é “criar regras de racionalização de gastos e processos, buscando consolidar, organizar aprimorar e sistematizar as boas práticas de sustentabilidade ambiental, social e econômica já em andamento no Instituto”. Entre as medidas previstas no documento, estão iniciativas que pretendem reduzir em até 10% o consumo de água, energia elétrica e papel nas unidades do Ipea em Brasília e no Rio de Janeiro. O projeto prevê, ainda, a consolidação da prática de coleta seletiva no Instituto, além da redução do uso de copos descartáveis e a adoção de políticas e práticas de qualidade de vida no trabalho, promoção de contratações sustentáveis e adoção de ambientes que assegurem a mobilidade de usuários com necessidades especiais. Os resultados do PLS serão acompanhados mensalmente por meio de metas e ações estabelecidas pelo Grupo Técnico de Trabalho, composto por servidores e colaboradores de diversas diretorias e Empresas Mercado de Bens e Serviços Mercado de Fatores Famílias Oferta Oferta Demanda Oferta $ Demanda Oferta $ Demanda $ Demanda $ 4 X Y Bem A Bem B assessorias do Ipea. As metas propostas foram definidas a partir de diagnósticos que tiveram como base, por exemplo, os dados obtidos durante a execução do Projeto Esplanada Sustentável. Diretrizes A elaboração do PLS no Ipea foi norteada pela Instrução Normativa nº 10, de dezembro de 2012, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que regulamenta o art. 16 do Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012. Por meio das Portarias do Ipea nº 188 e nº 189, de 30 de dezembro de 2014, foi constituído o Grupo Técnico para atuar na implementação e no monitoramento do Plano de Gestão de Logística Sustentável do Instituto (Brasília e Rio de Janeiro). O grupo é responsável por “sensibilizar os servidores sobre a importância do PLS, executar o diagnóstico do Instituto, realizar o planejamento das ações, apoiar sua implementação e fazer o seu monitoramento, além de criar mecanismos de comunicação entre os gestores, para facilitar a troca de informações”. Entre as diretrizes utilizadas pelo grupo na elaboração do PLS, está, além da promoção de práticas de sustentabilidade estabelecidas em normas legais, a adoção dos princípios dos 5Rs: reduzir, repensar, reutilizar, reciclar e recusar (consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos). Conheça mais detalhes do Plano de Logística Sustentável do Ipea 11. Classifique a notícia em: ( X ) Microeconomia ( ) Macroeconomia. 12. Qual é o custo de oportunidade de você investir em um Plano de Logística Sustentável (PLS) no seu ambiente de trabalho? Deixar de... Há um benefício social? REFERÊNCIAS PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLLOS, Marco Antonio Sandoval(Org.). Manual de economia. (Equipe dos Professores da USP). 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução a Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011. VASCONCELLOS, Marco A S.; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
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