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Doença das aves - Viroses

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Doença Agente etiológico Epidemiologia Sinais clínicos Diagnóstico Controle e prevenção Observações
Doença Infecciosa 
Bursal
Birnavirus. Não é envelopado. 
Viável por 100 dias no ambiente. 
Possui 2 sorotipos. Apenas o 1 
causa a doença, e fica viável na 
carcaça por até 40 dias, sendo 
menos sensível a desinfetantes.
Frangos de corte são os mais 
suscetíveis. Acomete a Bursa de 
Fabricius, que realiza a maturação dos 
lifócitos B entre a 3ª e 6ª semana de 
vida do animal (porém pintinhos 
também são suscetíveis). Existe uma 
cepa VV (very virulent) que chegou na 
Bahia em 1990 e destrói a bursa em 
48h. Porta de entrada: sistema 
digestivo e respiratório. Transmissão 
horizontal
Costuma ser subclínica e os 
os animais ficam suscetíveis a 
outras doenças, uma vez que 
se encontram 
imunossuprimidos. Além 
disso, apresentam atraso do 
desenvolvimento (aumento 
do númeo de refugos) e 
edema na Bursa de Fabricius.
Histopatologia: fragmento do 
órgão acometido. Edema na 
Bursa, podendo também estar 
hemorrágica ou atrofiada. 
Sorológico (ELISA ou 
Precipitação em gel de ágar): 
sangue do animal. Diretos 
(isolamento e identificação 
viral): fragmento do órgão 
acometido. Molecular (PCR)
Controle: - A cama não deve 
ser vendida como adubo, e sim 
incinerada. - O local e seu 
entorno devem passar por 
limpeza e desinfecção. 
Prevenção: - Vacinação de 
pintinhos e matrizes. - Criação 
de programa sanitário (cuidado 
com regiões que nunca tiveram 
contato com a doença!)
- A bursa regride a partir da 10ª 
semana de vida. - A reutilização 
da cama de frango por até 6 
lotes é um fator disseminador 
do vírus. - Não pode ser 
comparada com a AIDS 
(imunodeficiência)
Bouba Aviária / Varíola 
Aviária
Avipoxvirus. É envelopado. 
Possui 3 tipos (galinha, canário e 
pombo) que podem acometer 
mais de uma espécie. Material 
genético: DNA
Acomete aves de qualquer idade. 
Período de incubação: 4 a 10 
diasTransmissão: picada de insetos e 
contato com partículas de ar infectadas 
(pele irritada ou conjuntiva). 
Morbidade: variável. Mortalidade: pode 
chegar a até 90% (debilidade da ave e 
infecções secundárias)
Apresentação de lesões 
cutâneas na região da 
cabeça, pernas e pés. 
Cegueira, inanição, 
diminuição na postura de 
ovos.Também há a forma 
diftérica, que acomete língua, 
esôfago e traquéia, causando 
muito incômodo.
Clínico: observação das lesões. 
Histopatológico: hiperplasia de 
células produtoras de muco, 
com subsequente aumento de 
células epiteliais, presença de 
corpúsculos de inclusão 
citoplasmáticos eosinofílicos. 
congestão severa e infiltração 
de heterófilos e linfócitos.
Controle: separação e 
tratamento de aves doentes. 
Prevenção: vacinação pouco 
antes dos períodos quentes 
(maior número de vetores)
O tratamento é feito com uso 
de anti-sépticos, antibióticos (se 
houver infecções secundárias) e 
vitaminas. A ave deve ser 
separada. Em 2 a 3 semanas um 
animal bem tratado consegue 
se recuperar. Formas mais 
severas da doença, mesmo com 
esse apoio, têm período de 
recuperação de 6 a 8 semanas.
Doença de Newcastle
Paramyxovirus (Rubulavirus ou 
Avulavirus) É envelopado, 
esférico, e não é muito viável no 
ambiente (máximo 4 dias). Possui 
hemaglutinina e neuraminidase 
em sua superfície. Possui 8 
sorotipos. Material genético: 
RNA. 
É uma zoonose (conjutivite em 
humanos). Acomete aves de qualquer 
idade. Altamente transmissível, alta 
patogenicidade, rápida difusão. Vírus 
eliminado pelas vias aéreas e também 
nas fezes. Período de incubação: 2 a 15 
dias. Morbidade: 5 a 10% (maior no 
patótico lento e mesogênico) 
Mortalidade: 5 a 90%
Quando neurotrópica: 
torcicolo/epistótono, 
incoordenação motora, 
andando em círculos, 
pedalando. Quando 
viscerotrópica: órgão 
hemorrágicos (normalmente 
proventrículo moela e 
intestino) Sinais 
respiratórios: coriza
Órgãos coletados: isolamento e 
identificação viral (ovos 
embrionados), hemaglutinação e 
inibição da hemaglutinação, 
análise microscópica, teste de 
patogenicidade (PCR, IPIC, 
TMME, IPIV) Swabs (traqueia e 
cloaca): idem Sangue: soro é 
utilizado para titulação 
(hemaglutinação e inibição)
Controle: dificultado em 
função do caráter endêmico da 
doença e da falta de
programas sanitários 
específicos. Aves são 
eliminadas e enterradas. 
Prevenção: seguir programas 
sanitários e realizar vacinação 
de matrizes e pintinhos
Qualquer cidadão pode 
notificar a suspeita
Influenza Aviária
Orthomyxovirus Vírus tipo A É 
envelopado, sendo sensível a 
solventes orgânicos e 
detergentes. Não é estável, 
podendo ser desativado pelo 
calor e luz ultravioleta. Sua 
manutenção no ambiente 
depende diretamente da 
temperatura. Possui 
hemaglutinina e neuraminidase 
em sua superfície. Material 
genético: RNA. 
Acomete aves de qualquer idade. A 
doença pode se espalhar facilmente de 
uma granja para outra. Um grande 
número de vírus é eliminado nas fezes 
das aves, contaminando a terra e o 
esterco. Rotas de aves migratórias, 
sistema de produção, localização das 
granjas industriais e estações do ano 
são fatores que influenciam na 
disseminação da doença. infecção. Os 
equipamentos contaminados, veículos, 
forragem, roupas e sapatos, podem 
carrear o vírus de uma propriedade para 
outra.
Tosse, espirros, corrimento 
nasal, além de fraqueza e 
complicações como a 
pneumonia. A doença 
causada pelos subtipos H5 e 
H7 pode causar quadros 
graves da doença, com 
manifestações neurológicas, 
caracterizadas pela 
dificuldade de locomoção, 
edema da crista e barbela nas 
pernas, hemorragia nos 
músculos, resultando na alta 
mortalidade das aves.
Órgãos coletados: isolamento e 
identificação viral (ovos 
embrionados), hemaglutinação e 
inibição da hemaglutinação, 
análise microscópica, teste de 
patogenicidade (PCR, IPIC, 
TMME, IPIV) Swabs (traqueia e 
cloaca): idem Sangue: soro é 
utilizado para titulação (inibição 
da hemaglutinação)
Qualquer cidadão pode 
notificar a suspeita 
(propietário, terceiros, 
vigilância). Aves são 
sacrificadas e enterradas, ainda 
que não apresentem sinais 
clínicos. Vazio sanitário e 
utilizar animais sentinela para 
avaliar a eficiência do vazio.
Recomenda-se fazer o 
diagnóstico diferencial de 
enfermidades respiratórias 
como doença de Newcastle, 
clamidiose, micoplasmoses, 
coriza infecciosa, cólera aviária, 
pneumovirose, 
laringotraqueíte, enterite viral 
dos patos, entre outras. 
Inativação: 56°C por 3h ; 60°C 
por 30min ; 22º por 4 dias ; pH 
ácido ; desinfetantes à base de 
formol, compostos de iodo, etc.
Doença Agente etiológico Epidemiologia Sinais clínicos Diagnóstico Controle e prevenção Observações
Doença de Marek
Alfa-hespervírus. Vírus envolto 
por dois invólucros. Multiplica-se 
em células epiteliais do folículo da 
pena e espalha-se pelos tecidos 
viajando dentro dos glóbulos 
brancos infectados. A 
manutenção do vírus no 
ambiente depende da 
temperatura. Possui 3 sorotipos. 
Material genético: DNA
Acomete aves adultas. Transmissão 
horizontal. Período de incubação: 4 a 
16 dias. Morbidade e mortalidade 
variáveis.
Pode-se manifestar nas 
formas: nervosa, cutânea, 
visceral ou todas juntas. 
Paresia progressiva 
assimétrica, paralisia 
transitória, depressão, 
cegueira, pescoço caído, asa 
caída
Histórico, sintomas e lesões
Isolamento do vírus
Histopatologia – mais usado no 
campo
PCR
Abate das aves. Higiene do 
galpão com incineraçào das 
penas, renovação da cama, 
desinfecção. Vacinação no 
incubatório.
Tipos de infecção: produtiva ou 
citolítica- em não linfócitos 
(macrófagos e monócitos) ; 
infecção latente – em linfócitos 
T ; infecção transformante - em 
linfócitos T após a fase latente,
Bronquite Infecciosa
Coronavirus É envelopado. 
Pleomórfico, aproximadamente 
arredondado. A principal 
proteína estrutural de envelope é 
a proteína S, responsável pela 
aparência espiculada do vírion e 
pela atividade hemaglutinante. 
Mutagênico e possui muitos 
sorotipos. É considerado sensível 
à maioria dos desinfetantes. 
Material genético: RNA
Acomete aves de diversas idades. 
Transmissão horizontal por contato 
direto ou indireto. Período de 
incubação:18 a 36 horas. O local 
primário de replicação é o trato 
respiratório superior, porém não 
necessariamente todas as estirpes irão 
causar lesões necessariamente. Podem 
lesionar rins, instestino e trato 
reprodutivo. Morbidade varia de acordo 
com as condições de manejo e 
mortalidade varia com a idade dos 
animais.
Cria: traqueíte e hemorragia 
dos anéis traqueais. A 
descamação das células, 
junto com o muco, forma 
tampão obstrutivo. Asfixia. 
Final da cria: falha no 
desenvolvimento de ovário e 
oviduto. Adultas: atrofia de 
ovário, ovos sem 
uniformidade
ELISA indireto (soro), PCR ou 
Isolamento e Identificação 
(swab de traqueia, de cloaca, 
fragmento de ovario/oviduto)
Cria: tratar (pois o trato 
reprodutivo ainda não iniciou o 
desenvolvimento). O 
tratamento é sintomático. No 
finalnda recria, realizar 
vacinação. A cada aviário 
liberado, fazer uma boa 
limpeza e desinfecção. Recria: 
eliminar as aves. Em produção: 
aguardar se o lote estiver no 
início do ciclo de postura. Usar 
vitaminas.
Encefalomielite 
Tremor epidêmico
Tremovirus Família 
Picornaviridae. Não é envelopado. 
Material genético: RNA
Aves adultas não apresentam sinais 
neurológicos, porém é possível 
acontecer transmissão vertical e 
horizontal. O quadro neurológico pode 
ser observado em pintinho de até 4 
semanas de idade. A principal forma de 
transmissão se dá pela ingestão de 
partículas do vírus. O vírus é eliminado 
nas fezes durante 2 a 3 semanas. 
Período de incubação: 10 a 12 dias 
(horizontal) ou 1 a 7 dias (horizontal). 
Morbidade: 40 a 60% Mortalidade: 25 a 
60%
Em adultos: redução 
temporária da postura e 
eclodibilidade dos ovos. 
Em pintinhos: sinais 
neurológicos, cegueira, 
opacidade da córnea. Sinal 
patognomônico: hérnia de 
cerebelo pelo forame magno.
Isolamento e identificação 
(inoculação em ovo 
embrionado), sorologia (ELISA).
Separar animais doentes e 
enterrar, realizar limpeza do 
ambiente, não chocar ovos por 
no mínimo 2 semanas. Vacinar 
os animais após os títulos 
diminuirem. Deve ser usada a 
vacina do vírus morto, para não 
haver risco de infectar os ovos 
(até 4 semanas antes da 
postura, para reprodutoras). 
Não adicionar aves novas não 
imunizadas. Até 4 semanas 
após uso da vacina viva, não 
incubar os ovos.
Diagnóstico diferencial: doença 
de Newcastle, influenza aviária, 
intoxicações, deficiências 
nutricionais

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