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FACULDADE COMUNITÁRIA DE JOÃO MONLEVADE 
INSTITUTO ENSINAR BRASIL - REDE DOCTUM DE ENSINO 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
FRANCISMAR DE ASSIS BARCELOS 
KAROLAYNE THAÍNE REZENDE CARLOS 
MARKUS VINICIUS ARAUJO DIAS 
MATEUS DE ASSIS ALVES 
SAMARA OLIVEIRA LISBOA MENEZES 
 
 
 
 
SISTEMA INTELIGENTE DE DRENAGEM DE ÁGUA 
 
 
 
 
 
 
João Monlevade 
2019
1 
 
FRANCISMAR DE ASSIS BARCELOS 
KAROLAYNE THAÍNE REZENDE CARLOS 
MARKUS VINICIUS ARAUJO DIAS 
MATEUS DE ASSIS ALVES 
SAMARA OLIVEIRA LISBOA MENEZES 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA INTELIGENTE DE DRENAGEM DE ÁGUA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão do artigo apresentado para 
a disciplina Integradora, ministrada no 6° e 7° 
período do curso de Engenharia Civil como 
requisito parcial para composição do GRULES na 
Rede Doctum de Ensino. 
 
Orientador (a): Paulo Henrique Silva 
Magalhães 
 
 
 
 
 
 
João Monlevade 
2019 
2 
 
RESUMO 
 
O crescente interesse e conscientização da questão da sustentabilidade incorporada 
ao setor com grande relevância para a transformação do meio ambiente: a 
Construção Civil. Trata-se da abordagem da sustentabilidade na construção civil 
visando os diretos humanos e fundamentais, tendo por objetivo apresentar a 
importância da automação nos sistemas de drenagem pluvial e controle de 
enchentes dentro dos grandes centros urbanos, objetivando mitigar os problemas 
que ocorre por causa das inundações em áreas com escoamento natural limitado, 
devido ao aumento da taxa de impermeabilização do solo. Tal como salientar a 
importância da utilização da tecnologia disponível atualmente na otimização destes 
sistemas. Para fim de realizar o estudo foi usada uma metodologia de abordagem 
qualitativa baseada em material bibliográfico desenvolvido a partir de estudos 
publicados em artigos científicos. O estudo descreve os sistemas de drenagem 
pluvial relatando as inovações dos componentes e métodos construtivos, retratando 
o funcionamento dos bueiros inteligentes e tecnologias utilizadas com grande 
eficácia em outros países como o Sistema G-Cans, em Saitama, próximo à Tóquio. 
Palavras-chave: Sistema de Drenagem. Bueiro Inteligente. Água de Chuva. 
Controle de enchentes. Sistema G-Cans. 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 04 
1. DESENVOLVIMENTO .................................................................................... 06 
1.1 Fundamentação teórica ..................................................................... 06 
1.2 Sistemas de drenagem pluvial ........................................................... 07 
1.3 Classificação ...................................................................................... 07 
1.4 Métodos construtivos ......................................................................... 08 
2. INOVAÇÕES DOS COMPONENTES E MÉTODOS CONSTRUTIVOS ........ 09 
2.1 Bueiros inteligentes ............................................................................ 09 
2.2 Tecnologias em drenagem (Japão) ................................................... 10 
2.2.1 Sistemas e tecnologias implantadas ............................................... 10 
2.2.2 G-CANS PROJECT ........................................................................ 11 
2.3 Tecnologias em Drenagem (Rio de Janeiro) ..................................... 12 
3. PROBLEMAS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS .......................... 13 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 14 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 15 
ANEXO A – FIGURAS ....................................................................................... 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Pode-se afirmar que, de um modo geral as cidades se desenvolveram em 
torno de cursos d’águas, sendo a principio, preservadas as calhas e as margens dos 
rios e lagos. Ao longo dos tempos com o crescimento urbano, muitas vezes de 
maneiras desordenada, são necessárias obras de retificação de canais, 
pavimentações de grandes áreas e ocupação parcial ou total de locais sujeitos a 
alagamentos naturais. Consequentemente surgiram inúmeros problemas frisando a 
dificuldade para uma drenagem adequada devido à ocorrência de eventos 
hidrológicos de alta intensidade. 
Soluções tecnológicas estão intimamente agregadas aos modernos sistemas 
de drenagem desenvolvidos atualmente no mundo, permitindo uma considerável 
automação destes sistemas. Dentre estas tecnologias destaca-se a utilização de 
softwares dedicados à questão hidrológica auxiliando no projeto e acompanhamento 
dos sistemas de drenagem, obtenção de dados meteorológicos cada vez mais 
precisos, medição em tempo real dos níveis dos cursos d´água, verificação dos 
parâmetros de qualidade da água e emprego da telemetria para comando remoto de 
controladores lógicos programáveis dedicados. 
Esta tecnologia estará presente nos reservatórios que estão sendo 
construídos na bacia hidrográfica do Canal do Mangue, onde o controle e operação 
de todo sistema será centralizado no Centro de Operações da Prefeitura, no bairro 
Cidade Nova. O maior sistema de drenagem já desenvolvido no mundo é o sistema 
G-Cans, em Saitama, próximo à Tóquio, onde também há previsão de controle 
centralizado apoiado pela automação dos sistemas remotos. 
 O presente artigo trata-se da abordagem da sustentabilidade na construção 
civil visando os diretos humanos e fundamentais, tendo por objetivo apresentar a 
importância da automação nos sistemas de drenagem pluvial e controle de 
enchentes dentro dos grandes centros urbanos, objetivando mitigar os problemas 
que ocorre por causadas inundações em áreas com escoamento natural limitado, 
devido ao aumento da taxa de impermeabilização do solo. 
 De acordo Silva; Adolfo e Carvalho (2015, p. 16): 
O fundamento do direito humano ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado é a dignidade humana. Consiste na necessidade de se 
5 
 
manter o ambiente em condições de assegurar a sobrevivência da 
espécie humana e de outros seres vivos com qualidade e proveito. O 
gozo da pauta dos direitos humanos reconhecidos 
internacionalmente depende, intrinsecamente, da ligação com o meio 
ambiente, observando-se que, do ponto de vista biológico, a 
dependência do ser humano em relação ao ambiente é integral. 
 Bem como serão apresentados neste artigo os sistemas de drenagem e as 
suas inovações será mostrado juntamente com o pressuposto dos direitos humanos 
e a educação ambiental, o papel da sociedade para com o meio ambiente. Visando 
o comprometimento em manter as ruas limpas, resultando assim em um bom 
funcionamento dos sistemas implantados para o controle de enchentes e drenagem 
pluvial. De acordo com Carvalho (2015, p. 16) “a relação entre direitos humanos e 
proteção ambiental é evidente, pois sem um meio ambiente saudável ou 
ecologicamente equilibrado não se pode gozar dos básicos direitos reconhecidos 
pela Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Os direitos humanos podem ser 
utilizados para combater indiretamente o dano, a degradação e a poluição 
ambiental, também podendo ser usados para garantir diretamente a proteção do 
ambiente e assegurar o direito humano ao ambiente saudável. 
Para fim de realizar o estudo foi usada uma metodologia de abordagem 
qualitativa baseada em material bibliográfico desenvolvido a partir de estudos 
publicados em artigos científicos. 
 
6 
 
1. DESENVOLVIMENTO1.1 Fundamentações Teóricas 
Como visto anteriormente as cidades se desenvolveram em torno dos cursos 
d’águas, mas devido o crescimento populacional tornou-se necessário obras de 
sistemas de drenagens nos locais sujeitos a alagamentos. Neste contexto, um dos 
maiores problemas relacionados à urbanização é a impermeabilização do solo. A 
substituição do solo exposto e da vegetação por edifícios e ruas pavimentadas fez 
com que o ambiente urbano perdesse sua capacidade de armazenamento natural de 
água nos episódios de chuva. Dessa forma, para controlar as ocorrências de 
inundações, foi criada a drenagem urbana, que é constituída por um conjunto de 
obras e medidas cujos principais objetivos são a minimização dos prejuízos 
causados por inundações em áreas urbanas e a diminuição dos riscos aos quais a 
população e as propriedades estão sujeitas, possibilitando o desenvolvimento 
urbano satisfatório. 
Os sistemas de drenagem urbana não é um assunto recente e como todos os 
métodos construtivos da construção Civil o mesmo passou e ainda passa por 
aperfeiçoamentos teológicos. Abraçar o uso das variadas inovações tecnológicas e 
sustentáveis tem uma grande importância principalmente dentro da construção civil, 
sendo ela uma das maiores causadoras de impactos ambientais como caracteriza 
Spadotto et al. (2011): 
Toda a intervenção feita pelo homem pode causar impactos ao meio 
ambiente assim como no meio social e econômico, sendo 
influenciada pelo porte, uso e funcionalidade da obra em questão, 
podendo variar de uma pequena a grande significância de impacto, 
como barragens, aterros, grandes terraplenagens, entre outros. 
 Em virtude do que foi mencionado é fato consumado que é extremamente 
essencial adotar métodos inovadores e sustentáveis para sanar não só 
necessidades de custo, processos e tempo, mas sanar problemas como impactos ao 
meio ambiente, e fazendo uso desses métodos para obter um resultado satisfatório 
em obras de sistemas de drenagem. 
 Como descrito por Ferreira (2016) “A Engenharia Civil exerce, portanto, papel 
fundamental na promoção dos direitos humanos, pois tem a capacidade de 
7 
 
transformar o meio físico mais democrático, de garantir a cada indivíduo através da 
aplicação da ciência na execução de melhorias e modificações.” No contexto do 
presente estudo, garantindo aos cidadãos o direto ao ambiente de moradia 
adequado com condições de conforto e segurança em seus dia a dia, enfatizando os 
períodos chuvosos propicio a alagamentos. Tendo em vista o sistema inteligente de 
drenagem de água com foco nos bueiros inteligentes e no sistema G-Cans em 
Saitama, próximo à Tóquio. 
 
1.2 Sistemas de Drenagem Pluvial 
Sistema que passa despercebido pelos olhos da população, a rede de 
drenagem pluvial urbana desempenha papel fundamental para o bom funcionamento 
da cidade, principalmente em períodos com grandes quantidades de chuvas. Um 
sistema de drenagem de águas pluviais é formado por estruturas e instalações de 
engenharia destinadas ao transporte, retenção, tratamento e disposição final das 
águas das chuvas. 
 
1.3 Classificação 
Os sistemas de drenagem pluvial são classificados da seguinte forma: 
Microdrenagem: este sistema inclui a coleta das águas superficiais ou subterrâneas 
através de pequenas e médias galerias. 
Macrodrenagem: já este sistema engloba, além da rede de microdrenagem, 
galerias de grande porte e os corpos receptores destas águas (rios ou canais). 
Estrutura de um sistema de drenagem pluvial 
Conheça os componentes de um sistema de drenagem e manejo de águas 
pluviais urbanas: 
 Guia ou meio-fio: é a faixa longitudinal de separação do passeio com a rua; 
 Sarjeta: é o canal situado entre a guia e a pista, destinada a coletar e 
conduzir as águas de escoamento superficial até os pontos de coleta; 
 Bocas-de-lobo ou bueiros: são estruturas destinadas à captação das águas 
superficiais transportadas pelas sarjetas; em geral situam-se sob o passeio ou 
sob a sarjeta; 
8 
 
 Galerias: são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas 
bocas coletoras até os pontos de lançamento. Possuem diâmetro mínimo de 
400 milímetros; 
 Poços de visita: são câmaras situadas em pontos previamente 
determinados, destinados a permitir a inspeção limpeza dos condutos 
subterrâneos; 
 Trecho de galeria: é a parte da galeria situada entre dois poços de visita 
consecutivos; 
 Bacias de amortecimento: são grandes reservatórios construídos para o 
armazenamento temporário das chuvas, que liberam esta água acumulada de 
forma gradual. 
1.4 Métodos Construtivos 
Minimizar os problemas, como enchentes e deslizamentos de encostas, 
causados pelo excesso no nível de circulação da água, é a principal função do 
sistema. Mas, para atingir o resultado esperado, a rede de drenagem pluvial deve 
ser constituída pelos materiais adequados. Existem algumas opções para esse 
sistema, como as tubulações de aço corrugado ou de polietileno corrugado, entre 
diversos outros materiais alternativos. Entretanto, a solução mais tradicional é o tubo 
de concreto. 
Tubo de concreto ou tipos de manilhas é uma alternativa usual para esse tipo 
de obra, por apresentar como vantagem a possibilidade de ser utilizado para 
qualquer nível de carga. Mesmo que a drenagem seja feita sob via com trânsito 
intenso de veículos, abaixo de linha férrea ou em uma pista de aeroporto, os tubos 
de concreto ainda atendem a todos os casos. O material é versátil por ser 
dimensionado estruturalmente para diversas situações de aplicação. Se for 
fabricadas seguindo todas as especificações da ABNT NBR 8890 – Tubo de 
concreto de seção circular para águas pluviais e esgotos sanitários, requisitos e 
métodos de ensaio –, terão todas as condições técnicas para ter 100 anos de vida 
útil. 
Os tubos de concreto são fabricados em dois formatos: os de seção circular e 
os retangulares. O modelo circular normalmente tem diâmetro interno que varia de 
9 
 
20 cm até 2 metros. Existem tubos com diâmetro maior que chegam a até 3 m, 
porém não são usuais, sendo especificados somente em casos em que há grandes 
volumes de chuvas. Outra característica dos tubos de seção circular é seu modo de 
conexão: existem peças com ligação tipo macho e fêmea e outras com sistema 
ponta e bolsa, sendo esta última a mais comum. Por sua vez, os elementos 
retangulares, também chamados de aduelas, têm tamanho inicial de 1 x 1 metro e 
podem chegar até 4,5 x 4,5 metros. Já o encaixe deste tipo de tubo acontece 
através do sistema macho e fêmea. Utilizadas em alguns países da Europa, as 
peças no formato de cotovelo não existem no Brasil. Entretanto quando há a 
necessidade da rede mudar de direção, é recomendável a construção de um poço 
de visita ou de uma caixa morta. 
Além da ABNT NBR 8890, que regulamenta a fabricação dos tubos de 
concreto de seção circular, há ainda a ABNT NBR 15396 – Aduelas (galerias 
celulares) de concreto armado pré-fabricadas, requisitos e métodos de ensaio, que 
estabelece os requisitos e métodos de ensaio a serem atendidos na fabricação de 
aduelas. Nas questões estruturais, as redes de drenagem pluvial urbana não 
necessitam de manutenção, é preciso somente trabalho de limpeza interna dos 
tubos, pois o lixo jogado na rua acaba acumulando no interior das galerias quando 
chove, provocando entupimentos e a paralisação do sistema. Se as peças forem de 
qualidade e a obra for bem executada, a rede só precisará de limpeza, salientando a 
importância dos bueiros inteligentes na alimentação do sistema de drenagem. 
 
2. INOVAÇÕES DOS COMPONENTES E MÉTODOS CONSTRUTIVOS 
 Drenagem urbana já não é um assunto que possa ser tratado exclusivamenteao âmbito técnico da engenharia porque a falência das soluções técnicas está hoje 
evidenciada pela problemática ambiental. Um olhar que possa focar o problema das 
cheias urbanas incorporando a dinâmica social e o planejamento multissetorial se 
faz necessário. 
 
2.1 Bueiros Inteligentes 
O BUEIRO INTELIGENTE consiste em um cesto coletor com alças laterais de 
metal produzida em diversas medidas de acordo com cada BUEIRO, 
10 
 
especificamente para cada modelo já existente na rede, a fim de facilitar o trabalho 
de limpeza, remoção e manutenção. 
Foco principal de tal aparato é retenção de lixos que, ou são levados pelas 
redes pluviais, poluindo rios e córregos, ou obstruem a passagem da água por causa 
dos detritos, gerando uma série de problemas de ordem ambiental e social. 
O entupimento das galerias pluviais gera um alto custo de manutenção, ora 
com recursos investidos para liberar fluxo de água, assim como tempo investido e 
depreciações incalculáveis a respeito de inundações em pontos críticos das cidades 
e em grandes metrópoles, vale ressaltar também sobre alagamentos em áreas 
populosas, onde pode gerar risco iminente a saúde, como proliferações de doenças 
e/ou morte imediata. 
2.2 Tecnologias em Drenagem (Japão) 
Japão é um país de primeiro mundo e compõe a terceira maior economia do 
mundo, com grande parte do seu poder concentrado em sua região metropolitana 
que inclui Tóquio. Sendo um dos maiores consumidores de água há a necessidade 
da criação de diversas formas de capitação de água, desde a captação da água de 
mananciais e reservatórios naturais até a importação da água de outros países. 
Outra importância que é dada é para a proteção do território e da população contra 
eventos de grandes alagamentos e inundações. 
 
2.2.1 Sistemas e Tecnologias Implantadas 
Apesar de o território japonês estar em uma péssima localização, estar em 
uma zona de conflito entre duas massas de ar, o que aumenta a incidência de 
furacões e tufões e ter eventos naturais atípicos, como o tsunami de agosto de 2011. 
A precipitação anual chega a 1.380 milímetros anuais. Anualmente, cerca de 25 
tufões assolam o território japonês. Desses, dois ou três atingem Tóquio em cheio, 
com chuvas fortíssimas durante várias horas ou até um dia inteiro. Historicamente, é 
o país mais preparado para lidar contra catástrofes. 
O sistema concebido para conter as cheias na cidade de Tóquio (Japão) é um 
modelo a ser seguido. É notável que uma cidade que passou por uma intensa 
impermeabilização do solo ocorrida durante seu processo de desenvolvimento, não 
sofra com enchentes frequentes. 
11 
 
Os japoneses investiram em diversas soluções de diferentes níveis 
tecnológicos e de complexidade. Foram implantados desde calçadas permeáveis até 
um sistema subterrâneo de reservatórios interligado por quilômetros de túneis para 
dar vazão às águas das chuvas. 
 
2.2.2 G-CANS PROJECT 
Para conter o problema de enchentes de uma vez por todas, os japoneses 
criaram um gigantesco sistema de drenagem de águas pluviais. Este sistema 
impede o transbordamento dos sistemas de drenagem urbano, evitando as possíveis 
enchentes. Este sistema tem a capacidade de suportar o transbordamento dos cinco 
rios da periferia de Tóquio. 
O G-CANS Project é o maior sistema de drenagem do mundo. Ele é 
composto por cinco reservatórios subterrâneos interligados por um túnel de 10,4 
quilômetros de comprimento e 10 metros de diâmetro, enterrada a 50 metros de 
profundidade. O tanque principal possui uma capacidade de 340 mil de metros 
cúbicos e dimensões de 177 metros de comprimento, 24 metros de altura e 77 
metros de largura, 59 pilares de concreto armado, cada um pesando 500 toneladas. 
Devido as suas dimensões extraordinárias, este tanque é conhecido como 
“Phaternom”. (Figura 1) 
O funcionamento do sistema ocorre através do enchimento de um dos quatros 
primeiros reservatórios excedentes dos rios que beiram Tóquio. Depois a água vai 
para o reservatório principal onde é transferida para um tanque de decantação. O 
tanque está conectado a uma casa de operações onde dez turbinas bombeiam a 
água para o rio Edogawa a uma velocidade de 200 mil litros de água por segundo. 
(Figura 2) 
Até o funcionamento do G-Cans Project, as obras de construção demoraram 
cerca 15 anos, tendo início em 1992. Esta obra teve um custo aproximado de 1,5 
milhões de euros. Durante o período de estiagem, o G-Cans fica aberto para a visita, 
pois este é tratado como um monumento histórico para o Japão, sendo utilizado em 
alguns casos, como cenários de filmes e comerciais. (Figura 3) 
 Além do sistema G-Cans Tóquio conta com outros sistemas e medidas para o 
controle de enchentes onde são utilizadas áreas de fins múltiplos, que consiste em 
áreas escavadas que durante o período seco utiliza-se o fundo do reservatório como 
12 
 
quadras esportivas e pátios de colégio, e durante as cheias o mesmo é ocupado 
pelas águas. (Figura 4 e 5). 
Com isso, consegue-se potencializar a função social de uma construção cara 
e mal vista pela vizinhança, além de reduzir os custos com desapropriações numa 
das cidades com o metro quadrado mais caro do mundo, conforme ranking 
publicado periodicamente pelo Global Property Guide. 
Outra medida adota para que se consiga o máximo aproveitamento de 
reserva de água, procura-se todo o espaço possível para conter os alagamentos 
locais. Para estas inundações, também se utiliza o pavimento drenante. (Figura 6). 
E como o que é apresentado no Brasil, principalmente da região de São Paulo 
nos rios Tietê e Pinheiros, uma das medidas de prevenção das enchentes é o 
alargamento da seção de escoamento para que aumente a capacidade de vazão do 
rio. (Figura 7). 
 
2.3 Tecnologias em Drenagem (Rio de Janeiro) 
Como causa principal da maioria das enchentes em centros urbanos, as 
frequentes inundações na região da Praça da Bandeira no Rio de Janeiro se da pelo 
processo de urbanização, com o aterramento de áreas propícias a alagamentos, 
como manguezais, várzeas e pântanos. O Canal do Mangue, corpo receptor das 
águas da Bacia Hidrográfica da Praça da Bandeira, surgiu com o aterramento na 
Baía de Guanabara para a construção do porto, o que ocasionou o desaparecimento 
de ilhas e o estreitamento da foz dos rios desta bacia. As enchentes ainda eram 
agravadas com a combinação de marés cheias e chuvas intensas, ocasionando o 
transbordamento dos rios da região. 
Além do desvio de vazão dos rios adjacentes foi realizado a implementação 
de um reservatório parecido com o G-Cans, porém com um tamanho muito menor. 
Ele possui capacidade de armazenamento de 18 milhões de litros - o G-Cans possui 
capacidade de 340 milhões de litros – e tem 20 metros de altura (Figuras 8 e 9). O 
projeto original de combate a enchentes na Grande Tijuca e no maracanã ainda 
prevê outros 03 reservatórios com capacidade para 58 milhões de águas pluviais, 
sob uma área de 4568 metros quadrados, e está em andamento desde a 
inauguração do primeiro, em 2013, pois apenas o primeiro não conseguiu dar conta 
de grandes volumes de água sozinho. 
13 
 
Convém lembrar que tal sistema combate apenas as consequências das 
enchentes, e não suas causas. 
 
3. PROBLEMAS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
 Embora os sistemas de drenagens apresentados sejam eficazes, necessita-
se de um controle de resíduos sólidos, que consiste em manter sempre limpo os 
locais onde existem estes sistemas implantados para que haja um bom 
funcionamento. 
 Existem fatores que influenciam no carregamento de resíduos sólidos urbanos 
para os sistemas de drenagem, sendo eles o uso e ocupação do solo, a população 
urbana, as práticasde gerenciamento da limpeza urbana, o acondicionamento dos 
resíduos gerados na área urbana, a regularidade da coleta dos resíduos, educação 
ambiental e a coleta seletiva, a localização e geometria das bocas de lobo e outras 
estruturas de microdrenagem e as características dos eventos pluviométricos. Como 
resultado, há acúmulo de resíduos nas seções canalizadas da rede de drenagem, 
reduzindo a capacidade de escoamento destas estruturas, podendo agravar ainda 
mais problemas de enchentes nas grandes cidades. 
 Busca-se evitar que os resíduos entrem nas estruturas de drenagem, pois 
eles podem obstruir as estruturas hidráulicas impossibilitando a captação das aguas 
pluviais. É comum a instalação de grades ou outras estruturas que possam reter 
parte dos resíduos, como visto no bueiro inteligente. 
 Além de instalar as grades para retenção destes resíduos, evitar que estes 
cheguem às estruturas de drenagem se faz necessário a colaboração dos cidadãos, 
um exemplo está no Japão. Tóquio, a capital japonesa é a cidade mais limpa do 
mundo e você não consegue encontrar uma lixeira nas ruas a não ser na porta de 
lojas de conveniência. Lá é lei cada pessoa se desafazer do seu próprio lixo “o lixo é 
um problema de cada cidadão”, a meia hora da capital está à cidade de Yokohoma 
onde os moradores recebem uma lista com 30 paginas com instruções de como 
descartar corretamente o lixo. Com essa eficácia de descarte de lixo não a 
problemas nos dias de chuvas com entupimentos de bueiros e sistemas de 
drenagem. Já nas cidades brasileiras devido à falta de conscientização e 
fiscalização com o meio ambiente, requer frequentemente uma limpeza da entrada 
dos bueiros, dos sistemas de drenagens e das ruas em si. 
14 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Embora enchentes sejam desastres naturais, boa parte das causas pode se 
dizer que ocorre devido à interferência do homem, como visto anteriormente em 
cidades que se desenvolveram em torno dos cursos d’água, na falta de sistemas de 
drenagem adequados, dentre vários outros aspectos. Entende-se que tendências 
atuais de crescimento e concentração da população em áreas urbanas, sem a 
adequada infraestrutura e com a degradação ambiental e desigualdades sociais, 
acarreta na exposição dessa população a grandes problemas com as inundações. 
 Logo os sistemas de drenagem pluvial desempenha papel fundamental para o 
bom funcionamento da cidade principalmente nos períodos chuvosos, cada sistema 
de drenagem apresentado desempenha funções e objetivos parecidos, mas cada 
um com suas peculiaridades. Dessa forma, os bueiros inteligentes se preocupam em 
reter os resíduos sólidos, evitando o entupimento dos canais de drenagens. O G-
Cans é um projeto grandioso, não só pelo seu imenso tamanho em si, mas pelos 
detalhamentos em seu processo, sua engenharia de ultima geração foi utilizada não 
apenas para armazenar a água, como também para drená-la até chegar aos rios 
principais das regiões, solucionando totalmente os problemas de inundações em 
Tóquio. 
 Fazendo a analise dos fatos apresentados chegou-se a conclusão que para o 
bom funcionamento dos sistemas de drenagem requer a colaboração de todos 
desde a construção até a conservação do meio ambiente. 
 
 
 
 
 
15 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Adolfo, L. G. S.; Carvalho, S. A.; Silva, D. F. Direitos humanos, desenvolvimento 
sustentável e sustentabilidade. 2015. Revista eletrônica do curso de direito da 
UFSM, [S.1], v. 10, n. 1, p. 1-17, 2015. 
 
Brito, L. T. et al. O uso de alternativas para controle de enchentes e suas 
aplicabilidades nas soluções sustentáveis de coleta de água em grandes centros 
urbanos. 2017. Projectus, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 8-16, abr./jun. 2017. 
 
Cesar, R. T.; Rodrigues, R. M.; Viani, G. S. Experiências internacionais de gestão da 
água para drenagem: Japão. 2011. Escola Politécnica da Universidade de São 
Paulo, Seminário. 2011. 
 
Cucio, M. S. et al. Coleção Águas Urbanas Fascículo 5: Medidas de Armazenamento 
Artificial e Facilitadores de Infiltração para Controle de Inundações Urbanas. 2012. 
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo/2012. 
 
Mamede, B. B.; Santos, L. B. Automação em drenagem pluvial e controle de 
enchentes: Aproveitamento de águas nos grandes centros urbanos. 2013. IX Fórum 
Ambiental da Alta Paulista, v. 9, n. 2, p. 457-475, 2013. 
 
 
 
16 
 
ANEXO A – FIGURAS 
 
Figura 1 - Modelo de funcionamento do G-CANS Project 
 
Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 
Figura 2 - Vista da entrada do reservatório principal 
 
Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 
Figura 3 – Visitantes em passeio ao tanque subterrâneo principal 
 
Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 
17 
 
Figura 4 - Áreas múltiplas em período de estiagem 
 
Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 
Figura 5 - Áreas múltiplas em operação com enchente 
 
Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 
Figura 6 - Uso de pavimento drenante como forma de armazenamento de água 
 
Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 
18 
 
Figura 7 - Aumento da calha do rio, antes (esquerda) e depois (direita) 
 
Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 
Figura 8 - Reservatório da Praça Niterói 
 
Fonte: Cucio, N. S. et al (2012) 
Figura 9 - Reservatório da Praça da Bandeira 
 
Fonte: Cucio, N. S. et al (2012) 
 
 
19

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