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FACULDADE COMUNITÁRIA DE JOÃO MONLEVADE INSTITUTO ENSINAR BRASIL - REDE DOCTUM DE ENSINO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FRANCISMAR DE ASSIS BARCELOS KAROLAYNE THAÍNE REZENDE CARLOS MARKUS VINICIUS ARAUJO DIAS MATEUS DE ASSIS ALVES SAMARA OLIVEIRA LISBOA MENEZES SISTEMA INTELIGENTE DE DRENAGEM DE ÁGUA João Monlevade 2019 1 FRANCISMAR DE ASSIS BARCELOS KAROLAYNE THAÍNE REZENDE CARLOS MARKUS VINICIUS ARAUJO DIAS MATEUS DE ASSIS ALVES SAMARA OLIVEIRA LISBOA MENEZES SISTEMA INTELIGENTE DE DRENAGEM DE ÁGUA Trabalho de conclusão do artigo apresentado para a disciplina Integradora, ministrada no 6° e 7° período do curso de Engenharia Civil como requisito parcial para composição do GRULES na Rede Doctum de Ensino. Orientador (a): Paulo Henrique Silva Magalhães João Monlevade 2019 2 RESUMO O crescente interesse e conscientização da questão da sustentabilidade incorporada ao setor com grande relevância para a transformação do meio ambiente: a Construção Civil. Trata-se da abordagem da sustentabilidade na construção civil visando os diretos humanos e fundamentais, tendo por objetivo apresentar a importância da automação nos sistemas de drenagem pluvial e controle de enchentes dentro dos grandes centros urbanos, objetivando mitigar os problemas que ocorre por causa das inundações em áreas com escoamento natural limitado, devido ao aumento da taxa de impermeabilização do solo. Tal como salientar a importância da utilização da tecnologia disponível atualmente na otimização destes sistemas. Para fim de realizar o estudo foi usada uma metodologia de abordagem qualitativa baseada em material bibliográfico desenvolvido a partir de estudos publicados em artigos científicos. O estudo descreve os sistemas de drenagem pluvial relatando as inovações dos componentes e métodos construtivos, retratando o funcionamento dos bueiros inteligentes e tecnologias utilizadas com grande eficácia em outros países como o Sistema G-Cans, em Saitama, próximo à Tóquio. Palavras-chave: Sistema de Drenagem. Bueiro Inteligente. Água de Chuva. Controle de enchentes. Sistema G-Cans. 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 04 1. DESENVOLVIMENTO .................................................................................... 06 1.1 Fundamentação teórica ..................................................................... 06 1.2 Sistemas de drenagem pluvial ........................................................... 07 1.3 Classificação ...................................................................................... 07 1.4 Métodos construtivos ......................................................................... 08 2. INOVAÇÕES DOS COMPONENTES E MÉTODOS CONSTRUTIVOS ........ 09 2.1 Bueiros inteligentes ............................................................................ 09 2.2 Tecnologias em drenagem (Japão) ................................................... 10 2.2.1 Sistemas e tecnologias implantadas ............................................... 10 2.2.2 G-CANS PROJECT ........................................................................ 11 2.3 Tecnologias em Drenagem (Rio de Janeiro) ..................................... 12 3. PROBLEMAS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS .......................... 13 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 14 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 15 ANEXO A – FIGURAS ....................................................................................... 16 4 INTRODUÇÃO Pode-se afirmar que, de um modo geral as cidades se desenvolveram em torno de cursos d’águas, sendo a principio, preservadas as calhas e as margens dos rios e lagos. Ao longo dos tempos com o crescimento urbano, muitas vezes de maneiras desordenada, são necessárias obras de retificação de canais, pavimentações de grandes áreas e ocupação parcial ou total de locais sujeitos a alagamentos naturais. Consequentemente surgiram inúmeros problemas frisando a dificuldade para uma drenagem adequada devido à ocorrência de eventos hidrológicos de alta intensidade. Soluções tecnológicas estão intimamente agregadas aos modernos sistemas de drenagem desenvolvidos atualmente no mundo, permitindo uma considerável automação destes sistemas. Dentre estas tecnologias destaca-se a utilização de softwares dedicados à questão hidrológica auxiliando no projeto e acompanhamento dos sistemas de drenagem, obtenção de dados meteorológicos cada vez mais precisos, medição em tempo real dos níveis dos cursos d´água, verificação dos parâmetros de qualidade da água e emprego da telemetria para comando remoto de controladores lógicos programáveis dedicados. Esta tecnologia estará presente nos reservatórios que estão sendo construídos na bacia hidrográfica do Canal do Mangue, onde o controle e operação de todo sistema será centralizado no Centro de Operações da Prefeitura, no bairro Cidade Nova. O maior sistema de drenagem já desenvolvido no mundo é o sistema G-Cans, em Saitama, próximo à Tóquio, onde também há previsão de controle centralizado apoiado pela automação dos sistemas remotos. O presente artigo trata-se da abordagem da sustentabilidade na construção civil visando os diretos humanos e fundamentais, tendo por objetivo apresentar a importância da automação nos sistemas de drenagem pluvial e controle de enchentes dentro dos grandes centros urbanos, objetivando mitigar os problemas que ocorre por causadas inundações em áreas com escoamento natural limitado, devido ao aumento da taxa de impermeabilização do solo. De acordo Silva; Adolfo e Carvalho (2015, p. 16): O fundamento do direito humano ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é a dignidade humana. Consiste na necessidade de se 5 manter o ambiente em condições de assegurar a sobrevivência da espécie humana e de outros seres vivos com qualidade e proveito. O gozo da pauta dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente depende, intrinsecamente, da ligação com o meio ambiente, observando-se que, do ponto de vista biológico, a dependência do ser humano em relação ao ambiente é integral. Bem como serão apresentados neste artigo os sistemas de drenagem e as suas inovações será mostrado juntamente com o pressuposto dos direitos humanos e a educação ambiental, o papel da sociedade para com o meio ambiente. Visando o comprometimento em manter as ruas limpas, resultando assim em um bom funcionamento dos sistemas implantados para o controle de enchentes e drenagem pluvial. De acordo com Carvalho (2015, p. 16) “a relação entre direitos humanos e proteção ambiental é evidente, pois sem um meio ambiente saudável ou ecologicamente equilibrado não se pode gozar dos básicos direitos reconhecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Os direitos humanos podem ser utilizados para combater indiretamente o dano, a degradação e a poluição ambiental, também podendo ser usados para garantir diretamente a proteção do ambiente e assegurar o direito humano ao ambiente saudável. Para fim de realizar o estudo foi usada uma metodologia de abordagem qualitativa baseada em material bibliográfico desenvolvido a partir de estudos publicados em artigos científicos. 6 1. DESENVOLVIMENTO1.1 Fundamentações Teóricas Como visto anteriormente as cidades se desenvolveram em torno dos cursos d’águas, mas devido o crescimento populacional tornou-se necessário obras de sistemas de drenagens nos locais sujeitos a alagamentos. Neste contexto, um dos maiores problemas relacionados à urbanização é a impermeabilização do solo. A substituição do solo exposto e da vegetação por edifícios e ruas pavimentadas fez com que o ambiente urbano perdesse sua capacidade de armazenamento natural de água nos episódios de chuva. Dessa forma, para controlar as ocorrências de inundações, foi criada a drenagem urbana, que é constituída por um conjunto de obras e medidas cujos principais objetivos são a minimização dos prejuízos causados por inundações em áreas urbanas e a diminuição dos riscos aos quais a população e as propriedades estão sujeitas, possibilitando o desenvolvimento urbano satisfatório. Os sistemas de drenagem urbana não é um assunto recente e como todos os métodos construtivos da construção Civil o mesmo passou e ainda passa por aperfeiçoamentos teológicos. Abraçar o uso das variadas inovações tecnológicas e sustentáveis tem uma grande importância principalmente dentro da construção civil, sendo ela uma das maiores causadoras de impactos ambientais como caracteriza Spadotto et al. (2011): Toda a intervenção feita pelo homem pode causar impactos ao meio ambiente assim como no meio social e econômico, sendo influenciada pelo porte, uso e funcionalidade da obra em questão, podendo variar de uma pequena a grande significância de impacto, como barragens, aterros, grandes terraplenagens, entre outros. Em virtude do que foi mencionado é fato consumado que é extremamente essencial adotar métodos inovadores e sustentáveis para sanar não só necessidades de custo, processos e tempo, mas sanar problemas como impactos ao meio ambiente, e fazendo uso desses métodos para obter um resultado satisfatório em obras de sistemas de drenagem. Como descrito por Ferreira (2016) “A Engenharia Civil exerce, portanto, papel fundamental na promoção dos direitos humanos, pois tem a capacidade de 7 transformar o meio físico mais democrático, de garantir a cada indivíduo através da aplicação da ciência na execução de melhorias e modificações.” No contexto do presente estudo, garantindo aos cidadãos o direto ao ambiente de moradia adequado com condições de conforto e segurança em seus dia a dia, enfatizando os períodos chuvosos propicio a alagamentos. Tendo em vista o sistema inteligente de drenagem de água com foco nos bueiros inteligentes e no sistema G-Cans em Saitama, próximo à Tóquio. 1.2 Sistemas de Drenagem Pluvial Sistema que passa despercebido pelos olhos da população, a rede de drenagem pluvial urbana desempenha papel fundamental para o bom funcionamento da cidade, principalmente em períodos com grandes quantidades de chuvas. Um sistema de drenagem de águas pluviais é formado por estruturas e instalações de engenharia destinadas ao transporte, retenção, tratamento e disposição final das águas das chuvas. 1.3 Classificação Os sistemas de drenagem pluvial são classificados da seguinte forma: Microdrenagem: este sistema inclui a coleta das águas superficiais ou subterrâneas através de pequenas e médias galerias. Macrodrenagem: já este sistema engloba, além da rede de microdrenagem, galerias de grande porte e os corpos receptores destas águas (rios ou canais). Estrutura de um sistema de drenagem pluvial Conheça os componentes de um sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas: Guia ou meio-fio: é a faixa longitudinal de separação do passeio com a rua; Sarjeta: é o canal situado entre a guia e a pista, destinada a coletar e conduzir as águas de escoamento superficial até os pontos de coleta; Bocas-de-lobo ou bueiros: são estruturas destinadas à captação das águas superficiais transportadas pelas sarjetas; em geral situam-se sob o passeio ou sob a sarjeta; 8 Galerias: são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas bocas coletoras até os pontos de lançamento. Possuem diâmetro mínimo de 400 milímetros; Poços de visita: são câmaras situadas em pontos previamente determinados, destinados a permitir a inspeção limpeza dos condutos subterrâneos; Trecho de galeria: é a parte da galeria situada entre dois poços de visita consecutivos; Bacias de amortecimento: são grandes reservatórios construídos para o armazenamento temporário das chuvas, que liberam esta água acumulada de forma gradual. 1.4 Métodos Construtivos Minimizar os problemas, como enchentes e deslizamentos de encostas, causados pelo excesso no nível de circulação da água, é a principal função do sistema. Mas, para atingir o resultado esperado, a rede de drenagem pluvial deve ser constituída pelos materiais adequados. Existem algumas opções para esse sistema, como as tubulações de aço corrugado ou de polietileno corrugado, entre diversos outros materiais alternativos. Entretanto, a solução mais tradicional é o tubo de concreto. Tubo de concreto ou tipos de manilhas é uma alternativa usual para esse tipo de obra, por apresentar como vantagem a possibilidade de ser utilizado para qualquer nível de carga. Mesmo que a drenagem seja feita sob via com trânsito intenso de veículos, abaixo de linha férrea ou em uma pista de aeroporto, os tubos de concreto ainda atendem a todos os casos. O material é versátil por ser dimensionado estruturalmente para diversas situações de aplicação. Se for fabricadas seguindo todas as especificações da ABNT NBR 8890 – Tubo de concreto de seção circular para águas pluviais e esgotos sanitários, requisitos e métodos de ensaio –, terão todas as condições técnicas para ter 100 anos de vida útil. Os tubos de concreto são fabricados em dois formatos: os de seção circular e os retangulares. O modelo circular normalmente tem diâmetro interno que varia de 9 20 cm até 2 metros. Existem tubos com diâmetro maior que chegam a até 3 m, porém não são usuais, sendo especificados somente em casos em que há grandes volumes de chuvas. Outra característica dos tubos de seção circular é seu modo de conexão: existem peças com ligação tipo macho e fêmea e outras com sistema ponta e bolsa, sendo esta última a mais comum. Por sua vez, os elementos retangulares, também chamados de aduelas, têm tamanho inicial de 1 x 1 metro e podem chegar até 4,5 x 4,5 metros. Já o encaixe deste tipo de tubo acontece através do sistema macho e fêmea. Utilizadas em alguns países da Europa, as peças no formato de cotovelo não existem no Brasil. Entretanto quando há a necessidade da rede mudar de direção, é recomendável a construção de um poço de visita ou de uma caixa morta. Além da ABNT NBR 8890, que regulamenta a fabricação dos tubos de concreto de seção circular, há ainda a ABNT NBR 15396 – Aduelas (galerias celulares) de concreto armado pré-fabricadas, requisitos e métodos de ensaio, que estabelece os requisitos e métodos de ensaio a serem atendidos na fabricação de aduelas. Nas questões estruturais, as redes de drenagem pluvial urbana não necessitam de manutenção, é preciso somente trabalho de limpeza interna dos tubos, pois o lixo jogado na rua acaba acumulando no interior das galerias quando chove, provocando entupimentos e a paralisação do sistema. Se as peças forem de qualidade e a obra for bem executada, a rede só precisará de limpeza, salientando a importância dos bueiros inteligentes na alimentação do sistema de drenagem. 2. INOVAÇÕES DOS COMPONENTES E MÉTODOS CONSTRUTIVOS Drenagem urbana já não é um assunto que possa ser tratado exclusivamenteao âmbito técnico da engenharia porque a falência das soluções técnicas está hoje evidenciada pela problemática ambiental. Um olhar que possa focar o problema das cheias urbanas incorporando a dinâmica social e o planejamento multissetorial se faz necessário. 2.1 Bueiros Inteligentes O BUEIRO INTELIGENTE consiste em um cesto coletor com alças laterais de metal produzida em diversas medidas de acordo com cada BUEIRO, 10 especificamente para cada modelo já existente na rede, a fim de facilitar o trabalho de limpeza, remoção e manutenção. Foco principal de tal aparato é retenção de lixos que, ou são levados pelas redes pluviais, poluindo rios e córregos, ou obstruem a passagem da água por causa dos detritos, gerando uma série de problemas de ordem ambiental e social. O entupimento das galerias pluviais gera um alto custo de manutenção, ora com recursos investidos para liberar fluxo de água, assim como tempo investido e depreciações incalculáveis a respeito de inundações em pontos críticos das cidades e em grandes metrópoles, vale ressaltar também sobre alagamentos em áreas populosas, onde pode gerar risco iminente a saúde, como proliferações de doenças e/ou morte imediata. 2.2 Tecnologias em Drenagem (Japão) Japão é um país de primeiro mundo e compõe a terceira maior economia do mundo, com grande parte do seu poder concentrado em sua região metropolitana que inclui Tóquio. Sendo um dos maiores consumidores de água há a necessidade da criação de diversas formas de capitação de água, desde a captação da água de mananciais e reservatórios naturais até a importação da água de outros países. Outra importância que é dada é para a proteção do território e da população contra eventos de grandes alagamentos e inundações. 2.2.1 Sistemas e Tecnologias Implantadas Apesar de o território japonês estar em uma péssima localização, estar em uma zona de conflito entre duas massas de ar, o que aumenta a incidência de furacões e tufões e ter eventos naturais atípicos, como o tsunami de agosto de 2011. A precipitação anual chega a 1.380 milímetros anuais. Anualmente, cerca de 25 tufões assolam o território japonês. Desses, dois ou três atingem Tóquio em cheio, com chuvas fortíssimas durante várias horas ou até um dia inteiro. Historicamente, é o país mais preparado para lidar contra catástrofes. O sistema concebido para conter as cheias na cidade de Tóquio (Japão) é um modelo a ser seguido. É notável que uma cidade que passou por uma intensa impermeabilização do solo ocorrida durante seu processo de desenvolvimento, não sofra com enchentes frequentes. 11 Os japoneses investiram em diversas soluções de diferentes níveis tecnológicos e de complexidade. Foram implantados desde calçadas permeáveis até um sistema subterrâneo de reservatórios interligado por quilômetros de túneis para dar vazão às águas das chuvas. 2.2.2 G-CANS PROJECT Para conter o problema de enchentes de uma vez por todas, os japoneses criaram um gigantesco sistema de drenagem de águas pluviais. Este sistema impede o transbordamento dos sistemas de drenagem urbano, evitando as possíveis enchentes. Este sistema tem a capacidade de suportar o transbordamento dos cinco rios da periferia de Tóquio. O G-CANS Project é o maior sistema de drenagem do mundo. Ele é composto por cinco reservatórios subterrâneos interligados por um túnel de 10,4 quilômetros de comprimento e 10 metros de diâmetro, enterrada a 50 metros de profundidade. O tanque principal possui uma capacidade de 340 mil de metros cúbicos e dimensões de 177 metros de comprimento, 24 metros de altura e 77 metros de largura, 59 pilares de concreto armado, cada um pesando 500 toneladas. Devido as suas dimensões extraordinárias, este tanque é conhecido como “Phaternom”. (Figura 1) O funcionamento do sistema ocorre através do enchimento de um dos quatros primeiros reservatórios excedentes dos rios que beiram Tóquio. Depois a água vai para o reservatório principal onde é transferida para um tanque de decantação. O tanque está conectado a uma casa de operações onde dez turbinas bombeiam a água para o rio Edogawa a uma velocidade de 200 mil litros de água por segundo. (Figura 2) Até o funcionamento do G-Cans Project, as obras de construção demoraram cerca 15 anos, tendo início em 1992. Esta obra teve um custo aproximado de 1,5 milhões de euros. Durante o período de estiagem, o G-Cans fica aberto para a visita, pois este é tratado como um monumento histórico para o Japão, sendo utilizado em alguns casos, como cenários de filmes e comerciais. (Figura 3) Além do sistema G-Cans Tóquio conta com outros sistemas e medidas para o controle de enchentes onde são utilizadas áreas de fins múltiplos, que consiste em áreas escavadas que durante o período seco utiliza-se o fundo do reservatório como 12 quadras esportivas e pátios de colégio, e durante as cheias o mesmo é ocupado pelas águas. (Figura 4 e 5). Com isso, consegue-se potencializar a função social de uma construção cara e mal vista pela vizinhança, além de reduzir os custos com desapropriações numa das cidades com o metro quadrado mais caro do mundo, conforme ranking publicado periodicamente pelo Global Property Guide. Outra medida adota para que se consiga o máximo aproveitamento de reserva de água, procura-se todo o espaço possível para conter os alagamentos locais. Para estas inundações, também se utiliza o pavimento drenante. (Figura 6). E como o que é apresentado no Brasil, principalmente da região de São Paulo nos rios Tietê e Pinheiros, uma das medidas de prevenção das enchentes é o alargamento da seção de escoamento para que aumente a capacidade de vazão do rio. (Figura 7). 2.3 Tecnologias em Drenagem (Rio de Janeiro) Como causa principal da maioria das enchentes em centros urbanos, as frequentes inundações na região da Praça da Bandeira no Rio de Janeiro se da pelo processo de urbanização, com o aterramento de áreas propícias a alagamentos, como manguezais, várzeas e pântanos. O Canal do Mangue, corpo receptor das águas da Bacia Hidrográfica da Praça da Bandeira, surgiu com o aterramento na Baía de Guanabara para a construção do porto, o que ocasionou o desaparecimento de ilhas e o estreitamento da foz dos rios desta bacia. As enchentes ainda eram agravadas com a combinação de marés cheias e chuvas intensas, ocasionando o transbordamento dos rios da região. Além do desvio de vazão dos rios adjacentes foi realizado a implementação de um reservatório parecido com o G-Cans, porém com um tamanho muito menor. Ele possui capacidade de armazenamento de 18 milhões de litros - o G-Cans possui capacidade de 340 milhões de litros – e tem 20 metros de altura (Figuras 8 e 9). O projeto original de combate a enchentes na Grande Tijuca e no maracanã ainda prevê outros 03 reservatórios com capacidade para 58 milhões de águas pluviais, sob uma área de 4568 metros quadrados, e está em andamento desde a inauguração do primeiro, em 2013, pois apenas o primeiro não conseguiu dar conta de grandes volumes de água sozinho. 13 Convém lembrar que tal sistema combate apenas as consequências das enchentes, e não suas causas. 3. PROBLEMAS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS Embora os sistemas de drenagens apresentados sejam eficazes, necessita- se de um controle de resíduos sólidos, que consiste em manter sempre limpo os locais onde existem estes sistemas implantados para que haja um bom funcionamento. Existem fatores que influenciam no carregamento de resíduos sólidos urbanos para os sistemas de drenagem, sendo eles o uso e ocupação do solo, a população urbana, as práticasde gerenciamento da limpeza urbana, o acondicionamento dos resíduos gerados na área urbana, a regularidade da coleta dos resíduos, educação ambiental e a coleta seletiva, a localização e geometria das bocas de lobo e outras estruturas de microdrenagem e as características dos eventos pluviométricos. Como resultado, há acúmulo de resíduos nas seções canalizadas da rede de drenagem, reduzindo a capacidade de escoamento destas estruturas, podendo agravar ainda mais problemas de enchentes nas grandes cidades. Busca-se evitar que os resíduos entrem nas estruturas de drenagem, pois eles podem obstruir as estruturas hidráulicas impossibilitando a captação das aguas pluviais. É comum a instalação de grades ou outras estruturas que possam reter parte dos resíduos, como visto no bueiro inteligente. Além de instalar as grades para retenção destes resíduos, evitar que estes cheguem às estruturas de drenagem se faz necessário a colaboração dos cidadãos, um exemplo está no Japão. Tóquio, a capital japonesa é a cidade mais limpa do mundo e você não consegue encontrar uma lixeira nas ruas a não ser na porta de lojas de conveniência. Lá é lei cada pessoa se desafazer do seu próprio lixo “o lixo é um problema de cada cidadão”, a meia hora da capital está à cidade de Yokohoma onde os moradores recebem uma lista com 30 paginas com instruções de como descartar corretamente o lixo. Com essa eficácia de descarte de lixo não a problemas nos dias de chuvas com entupimentos de bueiros e sistemas de drenagem. Já nas cidades brasileiras devido à falta de conscientização e fiscalização com o meio ambiente, requer frequentemente uma limpeza da entrada dos bueiros, dos sistemas de drenagens e das ruas em si. 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora enchentes sejam desastres naturais, boa parte das causas pode se dizer que ocorre devido à interferência do homem, como visto anteriormente em cidades que se desenvolveram em torno dos cursos d’água, na falta de sistemas de drenagem adequados, dentre vários outros aspectos. Entende-se que tendências atuais de crescimento e concentração da população em áreas urbanas, sem a adequada infraestrutura e com a degradação ambiental e desigualdades sociais, acarreta na exposição dessa população a grandes problemas com as inundações. Logo os sistemas de drenagem pluvial desempenha papel fundamental para o bom funcionamento da cidade principalmente nos períodos chuvosos, cada sistema de drenagem apresentado desempenha funções e objetivos parecidos, mas cada um com suas peculiaridades. Dessa forma, os bueiros inteligentes se preocupam em reter os resíduos sólidos, evitando o entupimento dos canais de drenagens. O G- Cans é um projeto grandioso, não só pelo seu imenso tamanho em si, mas pelos detalhamentos em seu processo, sua engenharia de ultima geração foi utilizada não apenas para armazenar a água, como também para drená-la até chegar aos rios principais das regiões, solucionando totalmente os problemas de inundações em Tóquio. Fazendo a analise dos fatos apresentados chegou-se a conclusão que para o bom funcionamento dos sistemas de drenagem requer a colaboração de todos desde a construção até a conservação do meio ambiente. 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adolfo, L. G. S.; Carvalho, S. A.; Silva, D. F. Direitos humanos, desenvolvimento sustentável e sustentabilidade. 2015. Revista eletrônica do curso de direito da UFSM, [S.1], v. 10, n. 1, p. 1-17, 2015. Brito, L. T. et al. O uso de alternativas para controle de enchentes e suas aplicabilidades nas soluções sustentáveis de coleta de água em grandes centros urbanos. 2017. Projectus, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 8-16, abr./jun. 2017. Cesar, R. T.; Rodrigues, R. M.; Viani, G. S. Experiências internacionais de gestão da água para drenagem: Japão. 2011. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Seminário. 2011. Cucio, M. S. et al. Coleção Águas Urbanas Fascículo 5: Medidas de Armazenamento Artificial e Facilitadores de Infiltração para Controle de Inundações Urbanas. 2012. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo/2012. Mamede, B. B.; Santos, L. B. Automação em drenagem pluvial e controle de enchentes: Aproveitamento de águas nos grandes centros urbanos. 2013. IX Fórum Ambiental da Alta Paulista, v. 9, n. 2, p. 457-475, 2013. 16 ANEXO A – FIGURAS Figura 1 - Modelo de funcionamento do G-CANS Project Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) Figura 2 - Vista da entrada do reservatório principal Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) Figura 3 – Visitantes em passeio ao tanque subterrâneo principal Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 17 Figura 4 - Áreas múltiplas em período de estiagem Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) Figura 5 - Áreas múltiplas em operação com enchente Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) Figura 6 - Uso de pavimento drenante como forma de armazenamento de água Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) 18 Figura 7 - Aumento da calha do rio, antes (esquerda) e depois (direita) Fonte: Cesar, Rodrigues e Viani (2011) Figura 8 - Reservatório da Praça Niterói Fonte: Cucio, N. S. et al (2012) Figura 9 - Reservatório da Praça da Bandeira Fonte: Cucio, N. S. et al (2012) 19
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