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ANAIS XIX Encontro Nacional da ABRAPSO Democracia participativa, Estado e laicidade: Psicologia Social e enfrentamentos em tempos de exceção Caderno de Resumos ISSN: 1981-4321 1 2017 REALIZAÇÃO ORGANIZAÇÃO APOIO Comissão Responsável Comissão Organizadora Nacional Dolores Cristina Gomes Galindo, UFMT Emerson Fernando Rasera, UFU Flavia Cristina Silveira Lemos, UFPA Marco Antonio Torres, UFOP Marcos Ribeiro Mesquita, UFAL Marília dos Santos Amaral, CESUSC Maristela De Souza Pereira, UFU Comissão Organizadora Local Ana Flávia Nascimento Manfrim, UFU Anabela Almeida Costa e Santos Peretta, UFU Cirlei Evangelista Silva Souza, UFU Ederglenn Nobre Vieira, UFU Eliane Regina Pereira, UFU Emerson Fernando Rasera, UFU Juçara Clemens, UFU Luciana Guimarães Pedro, UFU Marineia Crosara de Resende, UFU Maristela de Souza Pereira, UFU Paula Cristina Medeiros Rezende, UFU Pedro Pablo S. Martins, USP Renata Fabiana Pegoraro, UFU Ruben de Oliveira Nascimento, UFU Silvia Maria Cintra da Silva, UFU Tayná Portilho, UFU Viviane Prado Buiatti, UFU Comissão Científica Allan Henrique Gomes, ACE Apoliana Regina Groff, Núcleo Fpolis ABRAPSO Cleci Maraschin, UFRGS Deivis Peres Bispo dos Santos, UNESP Dolores Cristina Gomes Galindo, UFMT Edio Raniere da Silva, UFPel Eduardo Augusto Tomanik, UEM Eduardo Pinto e Silva, UFSCar Emerson Fernando Rasera, UFU Fellipe Coelho Lima, UFRN Flavia Cristina Silveira Lemos, UFPA Francisco Teixeira Portugal, UFRJ Joao Batista Martins, UEL Leandro Passarinho Reis Junior, UFPA Leandro Roberto Neves, UFRR Luciana Kind do Nascimento, PUC MINAS Marcelo Dalla Vecchia, UFSJ Marco Antonio Torres, UFOP Marcos Ribeiro Mesquita, UFPAL Marcos Vieira Silva, UFSJ Marília dos Santos Amaral, CESUSC Maristela de Souza Pereira, UFU Neuza Maria de Fatima Guareschi, UFRGS Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, UFRJ Raquel Farias Diniz, UFRN Rodrigo Lages e Silva, UFRGS Diretoria Nacional da ABRAPSO Gestão 2016-2017 Presidente: Emerson Fernando Rasera - UFU Primeira Secretária: Maristela de Souza Pereira - UFU Segunda Secretária: Dolores Cristina Gomes Galindo - UFMT Primeiro Tesoureiro: Marco Antônio Torres - UFOP Segundo Tesoureiro: Marcos Mesquita - UFAL Primeira Suplente: Marília dos Santos Amaral – CESUSC Segunda Suplente: Flávia Cristina Silveira Lemos - UFPA ABRAPSO Editora Cleci Maraschin Neuza Maria de Fatima Guareschi Ana Lídia Campos Brizola Conselho Editorial ABRAPSO Ana Maria Jacó-Vilela – UERJ Andrea Vieira Zanella - UFSC Benedito Medrado-Dantas - UFPE Conceição Nogueira – Universidade do Minho - Portugal Francisco Portugal – UFRJ Lupicinio Íñiguez-Rueda – UAB - Espanha Maria Lívia do Nascimento - UFF Pedrinho Guareschi – UFRGS Peter Spink – FGV Sobre a ABRAPSO A ABRAPSO é uma associação sem fins lucrativos, fundada durante a 32a Reunião da SBPC, no Rio de Janeiro, em julho de 1980. Fruto de um posicionamento crítico na Psicologia Social, desde a sua criação, a ABRAPSO tem sido importante espaço para o intercâmbio entre estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais, docentes e pesquisadores. Os Encontros Nacionais e Regionais da entidade têm atraído um número cada vez maior de profissionais da Psicologia e possibilitam visualizar os problemas sociais que a realidade brasileira tem apresentado à Psicologia Social. A revista Psicologia & Sociedade é o veículo de divulgação científica da entidade. www.abrapso.org.br Apresentação O XIX Encontro Nacional da ABRAPSO - Democracia Participativa, Estado e Laicidade: Psicologia Social e enfrentamentos em tempos de exceção tem lugar em um momento de crucial importância, tendo em vista a necessidade de se criar redes de enfrentamento e formas estratégicas de resistência em face às perdas de direitos e ao levante neoliberal que o Brasil atravessa. A temática do encontro busca discutir as relações entre o Estado e a Democracia, tendo em consideração o golpe político de 2016, que repercute de maneira direta em todas as instâncias sociais, objetivas e subjetivas, e que atravessa e delimita as formas de viver das brasileiras e brasileiros no contexto atual. Propõe ainda resgatar a laicidade enquanto marco central para viabilização do diálogo plural e de reflexões calcadas no respeito às diferenças e às várias formas de pensamento, aspectos esses fundamentais em tempos de ondas reacionárias e conservadoras como temos presenciado. Esperamos que esse encontro possa potencializar mobilizações e fomentar propostas e ações coletivas que se posicionem contra as ameaças e façam frente ao autoritarismo vigente, promovendo a consolidação de esforços de vários segmentos e atores sociais em prol de uma sociedade mais justa, equânime e democrática. Sumário Categoria Comunicação Oral - GTs ...................................................................................................... 1 GT 01 | A afetividade ético-política na construção de processos democráticos e participativos ...................... 2 A Psicologia entre o afeto e a emoção: considerações críticas à uma práxis transformadora do espaço educacional ........................................................................................................................................................... 3 Adaptação em Piaget, Cotidiano em Heller e Maffesoli: para compreender um sujeito crítico, afetivo e transformador ...................................................................................................................................................... 4 Adolescentes Acolhidas e seus Afetos: o que temos com isso? ........................................................................... 6 As estratégias da educação popular na atuação da ITCP-USP em uma cooperativa de catadoras de materiais recicláveis ............................................................................................................................................................. 8 Fomentação de grêmios escolares: por um Teatro Social dos Afetos................................................................ 10 Instituições Participativas como mecanismo de despolitização da democracia brasileira ................................ 12 Juventude e Cidade: Relação Entre Territorialidades e Subjetividade ............................................................... 14 O CORPO SOLTINHO: Considerando lacres instituídos pela sociedade de controle sobre o movimento dos corpos ................................................................................................................................................................. 14 Os afetos a partir de uma perspectiva da Psicologia Social ............................................................................... 17 Participação grupal em uma comunidade afetiva: possibilidades para a construção e/ou ressignificação de projetos de vida de idosos .................................................................................................................................. 19 Práticas Participativas e Afetividade Ético-Política: Construindo uma Agenda de Pesquisa ............................. 20 Relações Dialógicas e suas implicações na vida de crianças acolhidas: um relato de experiência .................... 22 GT 02 | A práxis que apreendem as determinações históricas na dialética da relação entre psiquismo e sociedade: contribuições para a psicologia social ........................................................................................ 23A constituição das emoções para Vigotski e Rubinstein baseado no materialismo histórico-dialético ............ 24 A Impotência da Subjetividade: sobre o papel da desigualdade social na dialética consciência-inconsciente . 24 Abuso psicológico contra a mulher: dialética consciente-inconsciente na condição social .............................. 27 Apontamentos sobre saúde mental no Brasil a partir das contribuições de Martín-Baró................................. 28 Arte sob uma perspectiva classista como ampliação da consciência ou reprodução ideológica ...................... 29 O Inconsciente é social e histórico - Porque é cultural ...................................................................................... 35 O problema do inconsciente na psicologia soviética: uma análise a partir do marxismo ................................. 37 Psicologia e o Trabalhador em situação de Desemprego: em busca de ações possíveis ................................... 39 GT 03 | A Psicologia Social além das fronteiras disciplinares ....................................................................... 49 A Interdisciplinaridade no Atendimento à Violência Contra a Mulher - Um olhar da Psicologia ...................... 50 A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e os pequenos municípios: O caso de Corumbataí ............................................................................................................................................................................ 51 As CEBs e o reconhecimento das potencialidades comunitárias: uma leitura a partir da perspectiva da psicologia social .................................................................................................................................................. 53 Gênero, sexualidade e relações étnico-raciais: diálogos feministas na extensão universitária......................... 55 Identidades Sociais, Diversidade e Inclusão Social em famílias contemporâneas na cidade de São Paulo ....... 57 Laço a organização estudantil como prática política: afeto, resistência e transformação social ...................... 58 O domicilio como local de parto e as lutas por políticas/programas de saúde inclusivos ................................. 59 Os argumentos acerca da inconstitucionalidade da criminalização do aborto no STF: uma leitura crítica ....... 60 Políticas de resistência: experiências sociais no âmbito da política pública de saúde mental .......................... 62 Práticas discursivas midiáticas e musicais sobre e das mulheres na música sertaneja ..................................... 64 Psicologia no SUS - Trabalho em equipe e em rede: potencialidades, anseios e limitações ............................. 64 Relações de gênero e processos pedagógicos: vivências no cotidiano universitário ......................................... 66 Ruralidade, violência e gênero: a diversidade dos sujeitos políticos do campo, cerrados e águas e os desafios para a pesquisa social ......................................................................................................................................... 67 Violência contra meninas em situação de rua: exclusão e invisibilidade ........................................................... 69 Visita domiciliar: construindo narrativas a partir do encontro com as famílias em suas residências................ 71 GT 04 | A Psicologia Social na Saúde: práxis, interfaces e perspectivas para a democracia ............................ 72 A experiência de interdisciplinaridade a partir da imersão no programa Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) .................................................................................................................... 73 A práxis (trans)formativa dos profissionais de psicologia na Residência em Saúde da Família do Ceará ......... 75 Aspectos contextuais e relacionais que influenciam a construção da gestão compartilhada ........................... 77 Clínica Ampliada e Psicologia: os caminhos controversos da intervenção psicossocial .................................... 78 Direitos humanos e saúde mental: desejos de manicômios e práticas de liberdade na Rede de Atenção Psicossocial ......................................................................................................................................................... 79 Familiares responsáveis pelo cuidado de pessoa com transtorno mental em um município de pequeno porte ............................................................................................................................................................................ 80 Familismo, proteção social e saúde mental: contradições da política nacional sobre drogas .......................... 81 Formação em humanização da saúde e humanização da formação em saúde ................................................. 81 Formação em serviço: psicologia social e interprofissionalidade ...................................................................... 83 Gênero e saúde: práticas educativas para o enfrentamento da violência doméstica ....................................... 85 Implantação da Rede de Humanização do Parto e Nascimento em Uberlândia (MG) ...................................... 86 Os olhares sobre o território: a experiência de um diagnóstico comunitário participativo em uma UBSF de Rio Grande-RS ........................................................................................................................................................... 88 Os papéis e fazeres profissionais no atendimento dos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial ......... 90 Saúde mental e atuação em rede (s): desafios e potencialidades no olhar de trabalhadores .......................... 91 Uma análise crítica sobre a culpabilidade familiar nos Centros de Atenção Psicossocial .................................. 92 GT 05 | Adesões e resistências à mercantilização da educação: aspectos psicossociais e sócio-institucionais 93 A dialética como método e sua aplicação na mediação da transformação do trabalho de professores .......... 94 A política de precarização do Ensino Superior e a formação do Psicólogo ........................................................ 95 Além do observável: coanálise da atividade docente ........................................................................................ 97 Como me percebi um professor medíocre: reflexões e análises sobre a prática docente em ensino superior 99 Cursos preparatórios para vestibulares/Enem/concursos e a desigualdade no ensino .................................. 100 Emancipação, Saúde e Resistência: processos grupais com professores na escola ......................................... 102 Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) de Santa Maria/RS: outro modelo de universidade é possível ....... 103 Mercantilização do Ensino Superior sob a perspectiva de professores de cursos de Graduação em Psicologia .......................................................................................................................................................................... 105 O conhecimento da unidade afetivo-cognitiva como componente da mediação pedagógica: uma análise Histórico-Cultural .............................................................................................................................................. 106 O processo de gerencialismo nas universidades públicas portuguesas e as formas de resistências dos docentes ........................................................................................................................................................... 108 Reflexões acerca das propostas de formação de competências socioemocionais nas políticas educacionais brasileiras ..........................................................................................................................................................110 Resistências na formação acadêmica: relato sobre um grupo de apoio psicossocial à estudantes de Medicina .......................................................................................................................................................................... 111 Responsabilidade Social Universitária: mera exigência legal ou possibilidade de contraposição à lógica privatista? ......................................................................................................................................................... 113 Sentidos e significados atribuídos ao trabalho docente de professores de uma escola técnica estadual de nível médio (ETEC) ............................................................................................................................................ 115 Território em Disputa: Uma Escola como Ponto de Resistência e Articulação da Rede de Garantia de Direitos .......................................................................................................................................................................... 117 GT 06 | Ciência, ativismo e outras artes sobre gênero e sexualidade em tempos de golpe .......................... 118 Casamento juvenil: a constituição da feminilidade e as implicações de uma Psicologia Feminista ................ 119 Componentes Ideológicos do Preconceito Contra Homossexuais ................................................................... 121 Concepções e práticas da Psicologia com pessoas LGBT: uma revisão de literatura ....................................... 123 Feminismo digital em tempos fascistas: problematizando o termo "feminazi" .............................................. 125 O Aborto Legal em um serviço de saúde na cidade de Belém/Pará: os discursos da maternidade compulsória e a medicalização do corpo feminino ............................................................................................................... 127 Eu, mulher periférica, existo ............................................................................................................................. 129 Notas sobre o dispositivo patriarcal e as técnicas do corpo: o vôo de fuga da mariposa ............................... 131 GT 07 | Círculo de Bakhtin e a Psicologia Social: Ética, Pesquisa e Política ................................................. 132 A resistência nasce no interior: o papel da Associação Morcegos em Ação na construção da independência para cegos em Ubajara, Ceará .......................................................................................................................... 133 A {Des[In(Formação)]} Acadêmica: relato de experiência de uma ação-crítica de acolhimento no ensino superior ............................................................................................................................................................. 135 Análise Institucional e Qualidade da Democracia:possibilidade políticas da psicologia na Assembleia Legislativa do RN ............................................................................................................................................... 137 Biopolítica das amizades: subjetividade, corpo e capitalismo ......................................................................... 139 Carnavalização e Estigmatização da Homossexualidade no discurso de memes veiculados no Instagram .... 141 Contribuições de Bakhtin para uma visão de processo grupal: Caminhos de uma dissertação de mestrado . 143 PROFESSORA primária: SEUS problemas, SEUS DEVIRES... .............................................................................. 144 Reflexões acerca do caráter emancipatório da Psicologia brasileira e o seu compromisso social .................. 145 GT 08 | Crítica Social, Direitos Humanos e Psicologia Social ....................................................................... 147 Abordagem psicossocial da criança e do adolescente: um relato no contexto de formação em Psicologia ... 148 Adolescer no território: da vulnerabilidade social à efetividade do acesso aos direitos constitucionais ........ 150 Análise de políticas públicas para além do Estado: um estudo sobre a ação pública de assistência social no município de São Paulo .................................................................................................................................... 152 Intervenção em Comunidade Terapêutica: desafios, enfrentamentos, transformação e possibilidades....... 154 Justiça Participativa-Reconhecitiva e Movimentos Feministas: Uma Abordagem sob a Ótica Fraseriana ...... 156 Medicalização e Governamentalidade nos Relatórios do UNICEF sobre Crianças e Adolescentes Usuários de Drogas ............................................................................................................................................................... 157 O adolescente em conflito com a lei e a reinserção escolar: a visão dos professores ..................................... 159 O relato de uma vivência de sensibilização em prol da luta pela visibilidade e pelo protagonismo das pessoas com deficiência ................................................................................................................................................. 159 Pessoas em Situação de Rua e a Busca por Reconhecimento .......................................................................... 161 Projeto Diálogos: Psicologia Social na formação de graduandos, presos e profissionais de estabelecimento prisional ............................................................................................................................................................ 163 Psicologia política e os caminhos reflexivos para o diálogo com os povos originários .................................... 165 Sobre a simbolização da injustiça: contribuições de Sennett e Bourdieu para a teoria do reconhecimento .. 166 Subjetividades radicalizadas numa era de espetáculo: Heterogeneidade e justiça social no éthos da democracia ....................................................................................................................................................... 167 Terreiros de candomblé, políticas de subjetivação e psicologia: encontros possíveis .................................... 168 Futuro roubado: banalização da injustiça e do sofrimento social e ambiental na construção de hidrelétricas .......................................................................................................................................................................... 170 GT 09 | Relações étnico/raciais: Violação de direitos na democracia, enfrentamentos, memórias, trajetórias sociais e legado negro .............................................................................................................................. 171 A mobilidade das mulheres negras com deficiência física, cadeirantes e moradoras da periferia ................. 172 A Violência do Inexistir e a construção de uma Clínica Política Decolonial em Psicologia .............................. 174 A vivência das estudantes negras estrangeiras da UFMG ................................................................................ 175 As políticas de inclusão no Ensino Superior e o processo de democratização da universidade ...................... 175 Construção da identidade da mulher negra: Uma revisão de literatura .......................................................... 177 Educação das relações étnico- raciais: um estudo sobre as políticas educacionais no município de Nova Iguaçu e Mesquita ............................................................................................................................................ 178 Emoções na formação acadêmica de estudantes de psicologia ingressos na graduação mediante políticas de inclusão............................................................................................................................................................. 179 INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E PRECONCEITO RACIAL: a demonização das religiões afro-brasileiras. Um estudo de caso .............................................................................................................................................................. 181 Memórias de uma outra História: Resistência e relações étnico-raciais na cidade de Araras ......................... 182 Mulheres negras em Goiás: trajetória politica a dilemas contemporâneos .................................................... 184 Políticas de segurança pública brasileira: uma análise interseccional ............................................................. 186 Psicologia e genocídio da juventude negra no Brasil ....................................................................................... 187 Tribunal Popular pelo fim dos genocídios das juventudes negras, indígenas, pobres e periféricas ................ 188 As balas também nos levaram junto: sofrimento psíquico das mães das vítimas do genocídio negro ........... 189 O mundo começa na cabeça: (re)construção da identidade negra de mulheres quilombolas de Santarém .. 189 GT 10 | Psicologia critica e Políticas Públicas: desafios teórico práticos em tempos de golpe ..................... 192 A importância da criação de vínculo para o acompanhamento de famílias em situação de vulnerabilidade . 193 A polícia como produtora de subjetividades nas políticas sociais.................................................................... 195 A Psicologia crítica no Poder Legislativo Municipal: educação política e cidadania ........................................ 197 Acolhimento às Famílias na Socioeducação e processos contemporâneos de reconstrução dos Direitos Sociais .......................................................................................................................................................................... 199 Análise Institucional da Assistência Social como Política Pública: dever do Estado e direito dos cidadãos .... 201 Assistência estudantil na UFRJ: um olhar para a relação entre atravessamentos sociais e produção subjetiva .......................................................................................................................................................................... 203 Atuando na interface da Psicologia com a política pública de Assistência Social: formando psicólogos psicossociais ...................................................................................................................................................... 205 Contribuição psicossocial à resistência ao golpe .............................................................................................. 207 Controle Social é lugar para a Psicologia: relato de experiência sobre a participação do CRP 20 no CMAS/Manaus .................................................................................................................................................. 209 Criança Feliz? Experiência de mobilização contra retrocessos na política de assistência social ..................... 209 EJA e PIBID: Um olhar crítico sobre o contexto educacional e seus processos formativos ............................. 211 No centro da periferia ou na periferia do centro? Direito à cidade e as políticas de atendimento à população em situação de rua na América Latina ............................................................................................................. 213 O que você veio fazer na minha casa? Narrativas de famílias sobre o acompanhamento familiar ................. 215 Os sentidos da ocupação: processos de consolidação da comunidade Esperança na região do Izidora (MG)217 Saúde Mental e Economia Solidária: perspectivas emancipatórias no campo do trabalho coletivo e autogestionário................................................................................................................................................. 219 GT 11 | Diálogos entre a Psicologia,àaà͞ƋuestĆoàƌaĐial͟àeàaàsaúde:àƌeflexƁesàsoďƌeàpƌĄtiĐasàdeàĐuidadoàeàoà lugar da psicologia ................................................................................................................................... 221 A aldeia e a cidade: identidade e devir entre jovens terena da Terra Indígena de Araribá ............................. 222 A Psicologia na Formação e na prática do Profissional da Nutrição ................................................................ 223 As Diversidades Sócio-Culturais no Cuidado em Saúde Mental ....................................................................... 224 As iniquidades em Saúde da População Idosa Negra no Brasil: como enfrenta-las? ....................................... 225 As Publicações das Revistas de Psicologia: Uma Análise da Abordagem na Temática Negra e no Pensamento Social Brasileiro ................................................................................................................................................. 227 Awre: uma cartografia dos encontros entre o cuidado dos terreiros e a Psicologia ....................................... 229 Estratégias de ensino-aprendizagem de professores de disciplinas de psicologia social na abordagem do tema das relações étnico-raciais em sala de aula ...................................................................................................... 231 Grupo de Trabalho Relações Raciais na Psicologia/CRP-MG como prática de cuidado ................................... 233 Mulher, Negra e psicóloga: de Candaces a Maria Bonita ................................................................................. 235 O silenciamento também mata ........................................................................................................................ 237 Os impactos do racismo na saúde mental ........................................................................................................ 238 Raça e degeneração na imprensa carioca dos anos 1920: o caso Febrônio Índio do Brasil ............................ 238 Racismo na Saúde Pública: Os Mecanismos da Exclusão ................................................................................. 240 Reflexões no campo da saúde sobre racismo e branquitude........................................................................... 242 Resistência! ....................................................................................................................................................... 243 GT 12 | Ecologias e Políticas Cognitivas .................................................................................................... 245 O dispositivo-formação em psicologia e as práticas medicalizantes ................................................................ 246 Pesquisando com(o) o GIP - Em favor de novas políticas cognitivas................................................................ 248 Políticas cognitivas, produtivismo acadêmico e fotografia .............................................................................. 250 Privacidade e Visibilidade: algumas questões articuladas com os dispositivos tecnológicos no mundo do trabalho ............................................................................................................................................................ 252 Problematizando o ato de ensinar a partir de oficinas com um jogo digital.................................................... 254 Psicologia Social, Ecologia, Transformação e Espiritualidade: Em busca de um novo paradigma ético socioambiental no pensamento de Leonardo Boff .......................................................................................... 255 Seguindo a Teoria Ator-rede em ação:primeiros apontamentos para uma cartografia de controvérsias ..... 256 Uma densa história de transição: a implementação dos caps no rio de janeiro na perspectiva de suas práticas e dispositivos cotidianos ................................................................................................................................... 258 PsiĐſlogosàŶĆoàgostaŵàdeàŵediĐaŵeŶtos͟:àPesƋuisaŶdoàoàĐoŶsuŵoàdeàŵediĐaŵeŶtosàpsiĐotƌſpiĐos ........ 258 GT 13 | Ecologias Outras: traçados poéticos, estéticos e políticos .............................................................. 260 Bicicletas, cidade, imagens, escritas: desLOUcamentos de pesquisa tecida em trânsito ................................ 261 CruzameŶtosàeŶtƌeàaàiŶĐoƌpoƌaçĆoàdaàopƌessĆoàĐoloŶialàdeàgġŶeƌoàŶasàáŵĠƌiĐasàeàaàoďƌaà͞“ilhuetas͟àdeàáŶaà Mendieta .......................................................................................................................................................... 263 Devir-mulher do tambor: arte e política na criação estética do coletivo La Clínica ......................................... 265 ECOLOGIAS DO MONSTRO:Narrativas de luta e autonomia no movimento de universitários em uma Universidade pública no ano de 2016: políticas do desejo e linhas de fuga frente ao Golpe.......................... 267 Escola de Pais: um desafio para a formação de professores............................................................................ 268 O psicólogo no cotidiano escolar: limites e possibilidades de enfrentamento aos desafios da inclusão ....... 270 O que pode o corpo em cena na cidade? ......................................................................................................... 272 Poética da resistência: desdobramentos de um diálogo artístico-político ...................................................... 273 Psicologia Social Multiespécie: narrativas de dança/pesquisa com cavalos .................................................... 275 RITMOS DE PENSAMENTO: movimentos ecologistas de pensar educação e vida ........................................... 277 ECO Concerto para Ensemble, Galho de Árvore, Vozes e Pios ......................................................................... 279 Entre poderes. O que se pode? ........................................................................................................................ 280 Hiroshima e Nagasaki: reverberações de uma viagem .................................................................................... 282 Instrumentos Musicais Alternativos: Provocando Outras Ecologias ................................................................ 283 Resistir para Existir ........................................................................................................................................... 284 GT 14 | Educação do campo e Psicologia Social: vivências, resistências e modos de subjetivação no contexto escolar campesino.................................................................................................................................... 286 A Atuação da Psicóloga Social no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Voltado para a Juventude do MTST no Extremo Sul da Bahia .................................................................................................. 287 A questão agrária e o messianismo no Brasil: os impactos do populismo na formação de populações rurais .......................................................................................................................................................................... 288 Criança pantaneira: representações sociais de uma escola em regime de alternância ................................... 289 Educação do Campo e Violência: o que dizem os sujeitos campesinos sobre a violência no campo brasileiro? .......................................................................................................................................................................... 290 Educação do Campo: identidade em Construção ............................................................................................. 291 Formação em Psicologia para assentados da Reforma Agrária ....................................................................... 293 MULHERES DO CAMPO: entre Existências, Resistências e Provações.............................................................. 295 O efeito da Educação do Campo no processo de subjetivação da criança: um ensaio metapsicológico ........ 297 projeto de intervenção na formação de professores no AJA ........................................................................... 299 GT 15 | Espaço, Tempo e Trabalho: a Mútua Interpenetração Subjetividade-Objetividade na Fragmentação Entre Indivíduo e Gênero em Condições Históricas de Exceção .................................................................. 301 A (In)visibilidade no Trabalho: um estudo de caso em uma Santa Casa de Misericórdia no Interior do Estado do Rio de Janeiro .............................................................................................................................................. 302 A emancipação feminina: uma consideração teórica acerca das políticas públicas de redistribuição e reconhecimento................................................................................................................................................ 303 Apontamentos sobre Psicanálise e Teoria Crítica: mimese e pulsão de morte em Adorno, Horkheimer e Freud .......................................................................................................................................................................... 305 Capitalismo global e cultura virtual: produção de subjetividades em tempos de sociedade em rede ............ 307 Compreendendo a relação entre patrão e empregada: uma perspectiva social ............................................. 308 Moedas inexistentes: Notas sobre criptomoedas no capitalismo imaterial .................................................... 310 SAÚDE DO TRABALHADOR E DOCÊNCIA: estudo de caso com professoras da Rede Municipal de Educação 311 Trabalho Imaterial e Qualificação Profissional: a realidade como fetiche ....................................................... 311 GT 16 | Ética na pesquisa e intervenção em Psicologia Social: impasses teóricos, metodológicos e políticos313 A metodologia clínico-política do Acompanhamento Juvenil: um exercício ético no encontro com jovens e socioeducação .................................................................................................................................................. 314 Desafios e potencialidades da intersetorialidade nas políticas públicas: interfaces entre assistência social, saúde e educação ............................................................................................................................................. 316 Ética e Psicologia Social Comunitária: formação e práxis profissional ............................................................. 318 Impasses da pesquisa-intervenção: a cidade como espaço de tensão a partir de oficinas com jovens .......... 319 Mapa de Rede Social como caminho inexplorado de acesso e apoio às usuárias do CRAS ............................. 321 Memórias da favela: reflexões metodológicas sobre uma pesquisa-intervenção ........................................... 323 PAEFI: espaço social para coprodução de autonomia dos usuários em situação de violação de direitos? ..... 325 Percalços e potencias na atuação profissional da psicologia na universidade: narrativa de um processo ..... 327 Pesquisar o trabalho trabalhando: desafios éticos e metodológicos ............................................................... 328 Pobreza, Psicologia e Assistência: um debate ético-político ............................................................................330 ͞DeŵaŶdaàDepƌiŵida͟:àestƌatĠgiasàdeàaĐolhiŵeŶtoàeŵàĐasosàdeàĐoŶflitosàfaŵiliaƌesàŶoàĐoŶtedžtoàdeàuŵà CREAS/SUAS ...................................................................................................................................................... 331 NſsàƋueƌeŵosàƌeitoƌesàŶegƌos,àsaĐa?͟:àtƌajetſƌiasàdeàuŶiǀeƌsitĄƌiosàŶegƌosàdaàĐlasseàŵĠdiaàŶaàUFMG ........ 333 Práticas Teatrais e Estética do Oprimido .......................................................................................................... 335 GT 17 | Gênero, Feminismos e Interseccionalidades: entre saberes e fazeres em tempos de retrocesso, perdas de direitos e exceção .................................................................................................................... 336 A violência conjugal em contextos de ruralidades: a mulher rural em pauta .................................................. 337 Depressão pós-parto e o contexto familiar: medidas preventivas e o papel da rede de saúde ...................... 339 Enquadramentos transfóbicos: sobre o deixar morrer e fazer morrer nas vidas de pessoas transexuais e travestis ............................................................................................................................................................ 340 Estado de exceção para quem? Questionamentos de jovens mulheres MCs sobre o contexto do golpe ...... 342 Estudos interseccionais e a formação em psicologia: há uma nova face da Psicologia? ................................. 344 Gênero e invisibilidade: um olhar sobre as meninas em cumprimento de medida socioeducativa de privação de liberdade ...................................................................................................................................................... 345 Mulheres em situação de violência e a caracterização do masculino no discurso: uma perspectiva relacional .......................................................................................................................................................................... 347 O papel de moderadoras feministas frente o Ciberfeminismo e a Violência Contra Mulheres ...................... 349 O saber psicológico e a adolescência: a necessidade em considerar interseccionalidades ............................. 350 Os desafios dos saberes e fazeres em saúde no enfrentamento da violência contra as mulheres ................. 351 Problematizações da Violência: A Casa da Mulher Brasileira........................................................................... 353 Psicologia e Políticas Públicas: a violência contra as mulheres no cenário do sudoeste goiano ..................... 354 Representações sociais do aborto: diante da angústia do desconhecido quem decide? ................................ 355 Um projeto feminista frente à sociedade das opressões: crítica às noções de democracia, autonomia e igualdade .......................................................................................................................................................... 357 O muro que em nós habita: Retratando a violência contra as mulheres na contemporaneidade .................. 359 GT 18 | Gênero, sexualidades e interseccionalidades ................................................................................ 360 A produção acadêmica em psicologia sobre o tema maternidade: uma revisão bibliográfica sistemática de trabalhos publicados entre 2012 e 2016 .......................................................................................................... 361 Além dos limites da pele: performance drag e identidade .............................................................................. 363 Discursos sobre a saúde da população LGBT entre médicos(as) da Estratégia Saúde da Família ................... 364 Elas dão muito trabalho! Analisando o encarceramento feminino no sistema socioeducativo ...................... 366 Experiências linguísticas e sexuais não hegemônicas: um estudo das narrativas de surdos homossexuais ... 368 Gênero e produção de sentidos na literatura infantil ...................................................................................... 369 Gênero, sexualidade e processo de rualização na trajetória de vida de travestis e transexuais em situação de rua e na Política Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte ............................................................... 370 Investigando o Fenômeno do Assédio Sexual no Contexto Universitário ........................................................ 372 Militância trans: a luta pelo acesso e permanência no Ensino Superior brasileiro .......................................... 373 O trabalho do care nas instituições de acolhimento : Implicações ao trabalho Feminino .............................. 375 O sexo nervoso: doenças mentais de mulheres em Fortaleza durante a Belle Époque .................................. 377 O(s) feminismo(s) enquanto campo teórico-político: Reflexões sobre a intersecção entre Gênero, Geração e Raça .................................................................................................................................................................. 378 Privilégios, vantagens e direitos: mulheres brancas assumindo sua racialidade no contexto feminista ......... 380 Reflexões sobre a história dos estudos psicológicos da homossexualidade (1890-1970) ............................... 381 Relatos de idosos sobre sexualidade no envelhecimento: intersecções entre gênero e geração ................... 383 GT 19 | História Social da Psicologia ......................................................................................................... 385 (De)Formações: da constituição histórica de um curso de psicologia à formação profissional do psicólogo . 386 A Histórias das diferentes concepções de história em Psicologia Social .......................................................... 387 A louca e o santo de Jacarepaguá: uma análise das narrativas sobre a vida e a obra de Stela do Patrocínio e Arthur Bispo do Rosario .................................................................................................................................... 389 A presença da Psicologia na formação de pastores batistas (Rio de Janeiro, décadas de 1950-1990): uma análise histórica ................................................................................................................................................ 391 A Psicologia Sócio-Histórica e o ciclo democrático-popular ............................................................................. 393 Análise sobre ações coletivas: contribuições e limites teóricos na produção científica da psicologia social brasileira ........................................................................................................................................................... 395 Caminhos da Psicologia Clínica no Rio de Janeiro ........................................................................................... 397 Intervenções construcionistas sociais na América Latina: caminhos de difusão e reflexões........................... 398 Notas sobre a história da psicologia comunitária na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) na década de 1970 .................................................................................................................................................................. 399 O conceito de Círculo de Vigotski e seus desdobramentos para uma nova historiagrafia da Psicologia Histórico-Cultural Ana Carolina de Lima Bovo Gisele Toassa Universidade Federal de Goiás ........................ 399 O posicionamento político-ideológico de Eliezer Schneider e as articulações em Psicologia Social ............... 401 O projeto construcionista social na obra de Keneth Gergen: Da crítica à construção de alternativas para o fazercientífico .................................................................................................................................................. 403 Práticas comunitárias em uma comunidade quilombola ................................................................................. 405 GT 20 | Identidade ................................................................................................................................... 406 (Bio)políticas de reconhecimento: problemáticas às lutas identitárias ........................................................... 407 A identidade e o gênero no campo da psicologia: diálogos e abstenções ....................................................... 408 Das (im)possibilidades da juventude no Brasil contemporâneo ...................................................................... 410 Desenraizamento e Construção de Identidades de Adolescentes Migrantes .................................................. 412 Do discurso da proteção à autonomia: Políticas de identidade da personagem social "criança sujeito de direitos" ............................................................................................................................................................ 414 Grupos de reflexão com funcionários de um abrigo: a subjetividade e vulnerabilidade social ....................... 416 Identidade Metamorfose: A História de Vida de Adolescentes Abrigados ...................................................... 418 O desvendar identitário em psicologia social: o que pulsa no cotidiano dos estudantes de psicologia? ........ 420 O Processo de Identidade de jovens que viveram em abrigo .......................................................................... 421 O processo de Metamorfose na Identidade de indivíduos Bariátricos: A morte simbólica, o deixar de ser um para ser outro ................................................................................................................................................... 423 Persona, identidade e metamorfose Um diálogo entre a Psicologia social crítica e a Psicologia Analítica .... 424 Práticas Narrativas Coletivas como Possibilidade de Ampliação das Identidades ........................................... 424 Segredos de Alice: relatos de uma mulher presa em um corpo masculino ..................................................... 426 Sentidos do Grafite: um estudo sobre a identidade do jovem do Vale do Paraíba ......................................... 428 Vicissitudes do diagnóstico psiquiátrico para a identidade: uma pesquisa sobre Coisas Frágeis .................... 429 GT 21 | Intervenções no campo do trabalho formal e informal, a partir da Psicologia Social ....................... 430 A Formação no Trabalho em Atenção Psicossocial: relato de uma experiência colaborativa entre instituições públicas ............................................................................................................................................................. 431 A fotografia como formação profissional e pessoal entre os recuperandos da APAC, Santa Luzia ................. 433 A pesquisa como intervenção: O método de história de vida na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado........................................................................................................................................................ 435 A Roda de Conversa como um processo de reflexão do trabalhador na compreensão do cotidiano ............. 437 Acompanhamento e Intervenção: uma experiência no atendimento a adolescentes nas medidas socioeducativas de meio aberto ....................................................................................................................... 438 Análise do trabalho no tráfico de drogas: o Método de História de Vida como dispositivo de intervenção psicossocial ....................................................................................................................................................... 440 Do trabalho no tráfico de drogas ao ofício de florista: um estudo de psicologia do trabalho em situações marginais .......................................................................................................................................................... 442 Educação de presos para a Economia Solidária: possibilidade de resistência social ....................................... 444 Intervenção em Saúde do Trabalhador no Serviço Público: uma experiência psicossocial ............................. 446 Intervenção em um Grupo de Trabalhadores: Reflexões sobre o Processo de Saúde-Doença Relacionado ao Trabalho ............................................................................................................................................................ 448 O trabalho do educador musicista ................................................................................................................... 449 Promoção de Direitos Humanos no Cárcere: uma Inviabilidade ...................................................................... 450 TRABALHO, GÊNERO E ECONOMIA SOLIDÁRIA: subjetividades, (sobre)vivências e desigualdades de gênero e raça/cor............................................................................................................................................................. 452 GT 22 | Movimentos Sociais e luta de classes: em busca de uma práxis transformadora ............................ 454 A dimensão psicossocial da saúde dos atingidos pela Barragem da Samarco (Vale/BHP Billiton) .................. 455 A práxis da psicologia no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos ................................. 456 Arte das Periferias, territorialidades e transformação social: análise psicossocial dos afetos no Teatro Mutirão, do Coletivo Dolores Boca Aberta ....................................................................................................... 458 Comunicação sindical e condição de classe expressão da consciência e diálogo nas redes sociais do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro ................................................................................................................. 459 Conhecimento e união: a política espinosana como norte .............................................................................. 461 Consciência de classe entre o passado, presente e o futuro: O que pensam jovens sobre o socialismo diante da conjuntura atual? ......................................................................................................................................... 462 Educação Popular e Economia Solidária: a experiência na UNIVENCE- Rancharia, interior de São Paulo ...... 463 Fortalecimento Da Identidade Militante Entre Jovens Do Movimento Sem Terra Do Agreste De Alagoas .... 465 Memória política e memória militante: Estudo da participação política a partir do relato de uma mulher zapatista ............................................................................................................................................................ 468 Relações entre o Movimento Feminista e o processo da Reforma Sanitária no Brasil – 1975 a 1988 ............ 470 Representações Sociais de Gênero e o Movimento Feminista ........................................................................ 470 Ocupação CDC Vento Leste .............................................................................................................................. 472 GT 23 | Mulheridades não hegemônicas: epistemologias negras, trans e gordas sobre o corpo da mulher .. 473 A construção social do peso a partir de repertórios de saúde de mulheres adolescentes: implicações de gênero, controle dos corpos e estigmas ........................................................................................................... 474Descolonizar os afetos da branquitude no feminismo hoje ............................................................................. 476 Mulher negra e subjetividades: produzindo sentidos a partir da dança afro .................................................. 478 Sobre a enunciação de mulheres não brancas na ciência: uma análise da produção intelectual de Gloria Anzaldúa e Bell Hooks....................................................................................................................................... 480 Análise do Discurso da patologização da transsexualidade ............................................................................. 481 Comissão de Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual do CRP-04: construindo ações, expandindo fronteiras .......................................................................................................................................................................... 481 Compromisso social da Psicologia e a evasão escolar da adolescente-mãe na educação básica no município de Ladário-MS ................................................................................................................................................... 484 O limite da norma - mulheres transexuais e travestis; estudos sobre exclusão social .................................... 486 Violência Obstétrica: Precisamos avançar nas práticas de assistência humanizada ao parto para enfrentá-la .......................................................................................................................................................................... 486 GT 24 | Narrativa, experiência e verdade: encontros intempestivos entre experimentações poéticas e psicologia social ....................................................................................................................................... 488 A arte como passagem e encontro na formação em psicologia ...................................................................... 489 A ética da memória nos trilhos da ferrovia: Narrativas poéticas de um processo de pesquisa ...................... 490 Abrindo caixas-pretas de nós: locuções do Eu na contemporaneidade........................................................... 490 Autodestruição e ficções de si como práticas formativas em atuação ............................................................ 493 Como escrever uma vida? Sobre produções escritas e de subjetividades ....................................................... 494 Corpoterritorializações: cidade e subjetividade narradas a um só tempo ....................................................... 496 Entre confissões e narrativas: exercícios de escrita em tempos de perigo ...................................................... 498 Escrita de testemunho ou sobre as narrativas em carne-viva ......................................................................... 500 Forjando gênero no sertão Norte-Mineiro sob os arquétipos do Circo e da Igreja ......................................... 501 Fotografia e pesquisa-intervenção: possibilidades metodológicas e estético-políticas .................................. 503 Geladoteca: a experiência de uma biblioteca comunitária como fortalecedora de laços ............................... 505 Memórias Inventadas: A Ficção e o Delírio Como Métodos na Pesquisa em Psicologia Social ....................... 507 Silêncios que cortam ......................................................................................................................................... 509 Vidas Infames e Narrativas Fantásticas ............................................................................................................ 510 Arquivo em Movimento: O Acervo da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro ................ 511 GTàϮ5à|à͞OĐupaƌàeàƌesistiƌ͟:àŵodos e sentidos das mobilizações políticas juvenis contemporâneas ............ 513 OCUPSI: Psicologia e transformação social ...................................................................................................... 514 2016, o ano que não terminou: resistências e ocupações na Unifei ................................................................ 516 ATIVISMO JUVENIL E POLÍTICAS PÚBLICAS: o caso do Centro de Referência da Juventude de Belo Horizonte/MG ................................................................................................................................................... 517 Cartografia de um movimento estudantil: experiência, militância e produção de sentido ............................. 518 Desocupa já! Eu quero aula: aspectos psicossociais do movimento Desocupa ............................................... 519 Entre o protagonismo juvenil e a tutela da juventude: possibilidades da participação e subjetivação política .......................................................................................................................................................................... 521 Juventude e participação política: interseções no enfrentamento à violência ................................................ 523 O facebook e o espelho: atualizações do movimento de ocupação das escolas públicas ............................... 525 Ocupação estudantil no interior de Goiás: Resistência em busca de Democracia Participativa ..................... 527 Ocupar e reexistir: da insurgência das ocupações secundaristas à micropolítica da prática de psicólogos .... 529 Psicologia Social Comunitária: a criação de um Grêmio Estudantil na construção de sentidos de pertencimento no contexto escolar ................................................................................................................. 531 Que formas de resistências produzem os jovens estudantes universitários frente ao contexto brasileiro educacional atual? ............................................................................................................................................ 533 Viu como deu errado? O desejo revolucionário e o futuro das mobilizações políticas na contemporaneidade .......................................................................................................................................................................... 535 GT 26 | O potencial político das microconvers(ações) cotidianas ............................................................... 537 Construindo a clínica ampliada em conversas com famílias em saúde mental ............................................... 538 Empeiro e Ousadia - costuras dialógicas para uma nova política de drogas.................................................... 539 Espaço de conversas na Maré: dando voz ao cotidiano em contextos diversos da favela .............................. 540 Momentos críticos num processo de Educação Permanente junto a profissionais de saúde mental ............. 542 Narrativas de resistências cotidianas dos que vivem às margens e nas margens dos manguezais capixabas 544 O brilho do fuzil refletiu o lado ruim do Brasil ................................................................................................. 546 O trabalho social por vir: insurgências em meio às capturas do capital .......................................................... 547 Pesquisando comentários online a partir da psicologia social discursiva ........................................................ 549 Reverberações em meio a tormenta ................................................................................................................ 551 GT 27 | O que é trabalho no esporte? ....................................................................................................... 552 A psicologia do esporte e o Futebol: Uma realidade social a ser discutida ..................................................... 553 Condições de trabalho de Equipes de Saúde da Família do Pará..................................................................... 554 Entre a vigilância e o cuidado: a atividade de agentes de segurança penitenciários em um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico de Minas Gerais ....................................................................................... 555 Formação dos atletas de futebol: o que a psicologia tem a ver com isso? ...................................................... 557 Projeto de Extensão ͚JoǀeŵàŶoàFutuƌo:àCoŵàIŶseƌçĆoàaoàMuŶdoàPƌofissioŶal͛àeàsuasàĐolaďoƌaçƁes ............. 558 Transição de carreira no cenário esportivo: A vivência do encerramento da carreira de atletas profissionais brasileiros ......................................................................................................................................................... 559 GT 28 | Poéticas Insurgentes: Hospitalidades entre Arte e Psicologia Social diante de uma Democracia por Vir ................................................................................................................................................................ 561 A arte como dispositivo de (re)existência no fazer político ............................................................................. 562 A Experiência-Limite da Escrita de Max Martins e Maurice Blanchot: Uma vida de imanência ...................... 562 A política do Texto e seus combates no universo da pesquisa acadêmica ...................................................... 564 Ainda era confuso o estado das coisas percursos entre palavra e imagem ................................................... 565 BRTRANS: Análises sobre gênero, performatividade e abjeção ....................................................................... 567 Cinema documentário, ética e o campo psi: a produção da diferença entre imagens e representações ....... 568 Escuta e subjetividade na contemporaneidade: qual o som do silêncio? ........................................................ 570 Esgotar o Possível, Criar um possível: experiência ética em meio ao colapso de uma democracia ................ 572 Gesto-espaço-imagem: resistências dos corpos na cidade .............................................................................. 574 Hotel dos Viajantes: A Cidade Escrita e a Escrita em Imagens ......................................................................... 576 Intervenções estético-políticas em psicologia e a resistência da vida na universidade ................................... 578 O estado da arte da Arte e as formas de luta na psicologia social ................................................................... 579 Para além de um manual: notas nietzscheanas sobre os fluxos de um setor público ..................................... 581 Performance, Corpo e Silêncio em La casa de la fuerza , de Angélica Liddell .................................................. 583 Sentidos e aspectos terapêuticos na intervenção de palhaços visitadores ..................................................... 584 GT 29 | Políticas de Desobediência: Juventude, Direitos e Violências ......................................................... 585 Das grades da cisheteronorma e suas articulações na privação de liberdade de adolescentes infratoras ..... 586 Desobedientes: a subversão como instrumento de luta contra a dissolução da identidade periférica nas escolas .............................................................................................................................................................. 588 Fronteiras da Laicidade: políticas de normalização entre o político e o religioso ........................................... 590 Indisciplina e violência ou resistência? – Um estudo sobre processos de marginalização e criminalização da juventude .......................................................................................................................................................... 592 Interface entre saúde mental e justiça: percursos do cuidado para o adolescente autor de ato infracional . 594 Jovens na pegada do Besouro: movimentos de esquivas e enfrentamentos à criminalização e ao extermínio .......................................................................................................................................................................... 596 Juventude e violência: regimes de verdade e a produção do jovem perigoso ................................................ 598 Juventudes e Tráfico de Drogas: Modos de Subjetivação de Jovens que Vivem nas Margens Urbanas ......... 600 Oficina de Ideias: elaborando desobediências à vontade de imputar ............................................................. 602 Redes de significados sobre o jovem nem nem brasileiro em pesquisas de juventude e nas experiências de jovens pobres.................................................................................................................................................... 604 Redução da maior idade Penal: o que dizem os adolescentes ......................................................................... 605 Rolezinho como aposta metodológica para pensar o governo da juventude e a produção de conhecimento .......................................................................................................................................................................... 607 Um paralelo entre os liquidáveis de Agamben e o gozo público doutrinado pela mídia ................................. 609 ElesàŶĆoàƋueƌeŵàŶadaàĐoŵàoà“isteŵaàdeàGaƌaŶtiaàdeàDiƌeitos͟:àsoĐioeduĐaçĆoàeàsaúdeàŵeŶtal .................. 611 MiŶhaàŵaioƌàǀiŶgaŶçaàĠàĐoŶtiŶuaƌ͟:àƌesistġŶĐiaàeàiŶsuƌgġŶĐiaàdeàjoǀeŶsàdoà‘ioàdeàJaŶeiƌoàeŵàsuasà experiências nas subculturas ............................................................................................................................ 613 GT 30 | Políticas públicas de saúde para LGBT: experiências democráticas de participação, provocações e desafios ................................................................................................................................................... 615 A construção da cultura escolar de prevenção e autocuidado: efeitos de intervenções curriculares............. 616 Andarilhos de estrada e as políticas públicas de assistência: exclusão social ou estratégias de gestão dos riscos ................................................................................................................................................................. 617 Contribuições da Psicologia sócio histórica para a Saúde no brasil: uma revisão narrativa ............................ 618 Investigando possibilidades de intervenções clínicas com grupos marginalizados a partirdo plantão psicológico ........................................................................................................................................................ 620 O que os usuários/as nos falam sobre o cuidado ofertado pelo Espaço de Acolhimento e Cuidado para Pessoas Trans e Travestis ................................................................................................................................. 622 Política de Atenção à Saúde da Mulher e Processo Transexualizador: Questões de Gênero Possíveis .......... 624 Protagonismos e embaraços de redes nas articulações de práticas emancipatórias na saúde das mulheres 625 Representações sociais de masculinidades na campanha do Ministério da Saúde sobre Prevenção Combinada (2016) ................................................................................................................................................................ 626 Violência Sexual, questões de gênero e possíveis lacunas nas políticas públicas ............................................ 627 GT 31 | Práticas Cotidianas e Saberes Locais na Construção de Espaços Democráticos ...............................629 Construção de eventos: instaurando percursos intersetoriais no âmbito da Assistência Social ..................... 630 Educação tutorial por uma práxis alternativa de formação de psicólogas ...................................................... 632 Entre a laicidade e a democracia: contrapondo a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF N. 54/DF .................................................................................................................................................. 634 Entre telas e cenas da rua: a mediação audiovisual no encontro com vidas outras nas cidades .................... 636 Experiências de Resistências no Carnaval em Belo Horizonte ......................................................................... 637 Os sentidos da água como bem público para jovens da região de M'Boi Mirim e da Zona Oeste da cidade de São Paulo .......................................................................................................................................................... 639 Psicologia e cotidiano escolar: saberes e intervenções na construção de um espaço político e democrático .......................................................................................................................................................................... 642 Psicologia social e escolar: o conhecer no cotidiano e práxis resistênciais de desterritorialização ................ 644 Psicologia Social e Políticas Públicas de Juventude: entre a atuação profissional e a militância social .......... 645 GT 32 | Práticas e saberes da psicologia: olhares sobre gênero, interseccionalidade e resistência .............. 646 "Nós resistiremos": mulheres muçulmanas, sexualidade e islamofobia.......................................................... 647 A mulher e sua tripla jornada de trabalho: uma discussão de gênero ............................................................. 648 As Epistemes feministas e a política de escrita nas produções discursivas da Psicologia Social ..................... 650 Gênero e câncer de próstata ............................................................................................................................ 652 Hipermasculinidade, juventude e violência na cidade de Fortaleza: uma leitura a partir das discussões de gênero ............................................................................................................................................................... 654 Menina e menino, há diferença? Representações sociais de pais residentes do Rio de Janeiro..................... 656 Mulheres aprisionadas: a potência de histórias de vida para a subversão da colonialidade .......................... 658 O Cutting e a mulher: Análise de uma captura subjetiva ................................................................................. 659 Políticas públicas de enfrentamento às violências contra as mulheres: problematizações na atuação em rede .......................................................................................................................................................................... 661 Profissionais do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS e Relações de Gênero ............................ 662 Rede de Atenção no Combate à Violência de Gênero: Reflexões a respeito da Participação da Psicologia Social na Construção da Política de Atendimento a Agressor, no Estado de Sergipe ...................................... 664 Resistir em grupos: as Oficinas em Dinâmica de Grupo no enfrentamento à violência de gênero ................. 666 Universo feminino e Universo masculino: uma Análise do Discurso de pais de meninos e meninas .............. 668 GT 33 | Psicologia, desigualdade social e dominação ................................................................................. 669 A dimensão subjetiva da desigualdade social – um estudo na cidade de São Paulo ....................................... 670 A Psicologia frente à violência contra mulheres: um compromisso ético-político? ........................................ 672 Aceleração social, experiência e depressão: repercussões subjetivas na sociedade de consumo .................. 673 ATO INFRACIONAL, FRACASSO ESCOLAR, CONTEXTO SOCIO-FAMILIAR: analisando o histórico de alunos em processos judiciais ............................................................................................................................................ 674 Crítica, Descolonização e Africanização da Vida na prática da Capoeira Angola ............................................. 675 Desigualdade social: Organização Popular e Políticas Sociais .......................................................................... 676 Dimensão Subjetiva da Desigualdade Social: Vivências, Afetos e Significações da Formação em Psicologia da PROUNISTA da PUCSP ....................................................................................................................................... 678 Educação das elites, desigualdade social e práticas curriculares ..................................................................... 678 Intervenções junto à crianças abrigadas: a clínica ampliada e o processo de (des)institucionalização .......... 680 O compromisso social da psicologia: um projeto crítico em movimento ........................................................ 682 Participação Vazia: Formação, Traços e Resultados - Um Estudo sobre o Programa Minha Casa Minha Vida .......................................................................................................................................................................... 684 Psicólogas brancas e relações étnico-raciais: em busca de uma formação crítica sobre a branquitude ......... 686 Psicologia Crítica e estágio em políticas públicas - um fazerresistente ........................................................... 688 Três cenas de Helena: memória, identidade e militância feminista no enfrentamentos da humilhação social .......................................................................................................................................................................... 690 Uma nova ciência para velhos condenados?Psicólogos e autores de crimes sexuais na República (1889-1984) .......................................................................................................................................................................... 691 GT 34 | Psicologia Comunitária: interlocuções entre Assistência Social, Sistema Prisional, Relações Etnico- Raciais e Assessoria a Sindicatos ............................................................................................................... 692 A prática da psicologia nas políticas públicas de ressocialização em Pernambuco ......................................... 693 Além do paradoxo socioeducativo: a construção de sentidps coletivos .......................................................... 694 Análise da Política Nacional de Assistência Social pelos critérios da Psicologia Comunitária Latino-americana .......................................................................................................................................................................... 696 Da Invisibilidade ao Fortalecimento de Si e de Nós: Experiência em um CRAS de Itajaí/SC ............................ 697 Inserção social em Sindicatos e Sistema Prisional: Desafios metodológicos para a Psicologia Social Comunitária ...................................................................................................................................................... 698 Mulheres Encarceradas: A Construção de um Projeto para a Vida de Futuras Egressas do Sistema Prisional em Curitiba .............................................................................................................................................................699 O sujeito encarcerado e a reincidência penitenciária: uma relação entre condições institucionais e subjetividade .................................................................................................................................................... 700 O Trabalho como Pena Alternativa: Relato de uma pesquisa/intervenção ..................................................... 702 Os desafios do profissional da psicologia na unidade prisional de Catalão-Goiás .......................................... 704 Programa de Distensionamento no Local de Trabalho .................................................................................... 706 Psicologia Social e formação de presos para o exame crítico do trabalho sob o capitalismo ......................... 707 Psicologia social e sistema prisional: entre grades e possibilidades ................................................................ 709 Uma passagem pelas teorias criminológicas, suas relações com o estado e a criminalização da miséria ...... 711 GT 35 | Psicologia Social Comunitária: Práticas e Formação ....................................................................... 713 As metodologias de rede como estratégias de ação coletiva no trabalho comunitário .................................. 714 As práticas em Psicologia Comunitária: Os desafios da supervisão de estágio em comunidades carentes .... 716 Atuação do psicólogo no terceiro setor: intervenções em uma ong que atende pessoas com deficiência .... 718 Desafios para um país que envelhece: reflexões sobre o atendimento ao idoso asilado provido pelo Estatuto do Idoso ............................................................................................................................................................ 719 Direitos dos idosos e concepção de envelhecimento: cotidiano e administração de Instituições de Longa Permanência para idosos ................................................................................................................................. 720 Estágio básico de psicologia em contextos comunitários: o CRAS como via de acesso à comunidade ........... 721 Formação de policiais militares: reflexões a partir da Psicologia Social Comunitária ...................................... 723 In(ter)venções: Práticas clínico-institucionais tecendo novas conexões no território ..................................... 725 O processo de constituição de um grupo de pesquisa e extensão em psicologia social-comunitária: teoria, consolidação de redes, desafios e estratégias de intervenção ........................................................................ 726 Observação Participante em Instituição Assistencial para Pessoas que Vivem com HIV................................. 727 Oficinas Psicossociais como práticas Educativas na Prevenção do Abuso Sexual com Crianças e Adolescentes .......................................................................................................................................................................... 729 Projeto InterAções: Intervenção comunitária por meio de metodologia participativa ................................... 731 Refugiados e Migrantes: a práxis da Psicologia em um projeto de extensão universitária ............................. 733 Serviço de proteção e atendimento integral á família (PAIF) e pesquisa participativa: um relato de acompanhamento familiar ............................................................................................................................... 734 Transformando percursos na Psicologia através da inserção acadêmica em um Núcleo de Apoio à Saúde da Família ............................................................................................................................................................... 735 GT 36 | Psicologia Social do Trabalho: olhares críticos sobre o trabalho e os processos organizativos ......... 736 A política de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora na Sociedade dos Adoecimentos no Trabalho: um relato de experiência de estágio num CEREST ................................................................................................. 737 Avaliações Psicossociais no Trabalho: a Psicologia comprometida com quem e com o que afinal? ............... 739 Cadernos de Psicologia Social do Trabalho: metassíntese da produção publicada em suas duas décadas de existência .......................................................................................................................................................... 741 Clínica da Atividade: investigação das apropriações e usos da autoconfrontação no Brasil ........................... 743 Desejo, resistência e produção em empreendimentos de economia solidária ............................................... 744 El Trabajo Autogestionario Complejo en un Movimiento Urbano Popular ..................................................... 746 Família-empresa e acidente de trabalho na indústria automobilística: a história de João .............................. 748 Ideologia e significado do trabalho: o caso dos trabalhadores por conta própria ........................................... 750 Narrativas de estudantes do IFBA sobre experiências de trabalho e formação .............................................. 752 Narrativas de resistência no mundo do trabalho: um estudo em andamento sobre a Economia Solidária brasileira ........................................................................................................................................................... 754 Os sentidos atribuídos ao trabalho: relatos de pesquisas produzidas em um curso de Administração .......... 756 Os sentidos do trabalho e da educação na percepção de jovens universitários: Desafios profissionais ......... 757 Por novos Paradigmas de Gestão das Relações de Trabalho para Empresas Autogestionárias: Formação Integral e Continuada ....................................................................................................................................... 759 Saúde Mental em Moçambique: Percepção dos Professores do Ensino Fundamental da Rede Pública de Angoche sobre os Fatores Psicossociais de Risco no Trabalho Docente .......................................................... 761 Trabalho Intensificado: um estudo sobre as representações sociais de gerentes de logística ........................ 762 GT 37 | Psicologia Social e Ruralidades ..................................................................................................... 764 A Transversalidade do Currículo das Escolas da Zona Rural de Seropédica ................................................... 765 Contribuições da Psicologia Para a Pela Emancipação do Campo ................................................................... 766 Entre sonhos desejos e incertezas: cartografia de subjetividades de jovens rurais ........................................ 766 Gênero e ruralidade: cartografando resistências ............................................................................................. 768 História de vida e violência vividas por jovens rurais: enfrentamentos e táticas de resiliência ...................... 770 Infâncias do Campo-Educação e cuidado compartilhados em acampamentos e assentamentos rurais ........ 772 Juventude rural do Brasil e da Espanha: projetos e possibilidades de realização na formação profissional .. 773 Juventude rural e rural quilombola: uma pesquisa bibliográfica sobre a produção discente na pós-graduação .......................................................................................................................................................................... 774 Memória Social em um contexto Rurbano: Análise da religião protestante em Paracambi ........................... 776 Mulheres e ruralidade(s): nomeações e sentidos em Movimento ..................................................................778 O Comportamento antissocial na escola:representações das violências entre o rural e o urbano ................. 779 O que significa articular o passado e o presente na comida caipira? .............................................................. 781 Os desafios de manter o uso comum da terra: perspectivas dos/as jovens faxinalenses sobre as comunidades .......................................................................................................................................................................... 783 Vivências do trabalho camponês: o cultivo do tabaco na região Sul ............................................................... 785 GT 38 | Psicologia Social e Saúde: os desafios das práticas profissionais na atenção à saúde de populações em situação de vulnerabilidade social e na execução de políticas de saúde em contextos neoliberais .............. 787 A Atuação do Psicólogo nos Programas de Redução de Danos - Internveções para a Cidadania.................... 788 As redes de atenção às crianças vítimas de violência intrafamiliar no município de Uberlândia .................... 789 Construindo sentidos: profissionais da saúde da família e o trabalho em equipe........................................... 791 Consultório na rua e efetivação de direitos: avanços e desafios na perspectiva de trabalhadores ................ 792 Crianças e adolescentes em situação de violência sexual - identificação e notificação dos casos na ESF ....... 793 Desafios da atuação de psicólogos/as na atenção a pessoas com ideações e tentativa de suicídio ............... 795 Educação Popular em Saúde no contexto das comunidades Quilombola e Indígena de Piripiri/PI ................ 796 Excelencia en la acogida: las fronteras de las emociones en el cuidado de quien cuida ................................. 798 Formar-se psicólogo em uma Residência Multiprofissional em Saúde da Família no Rio de Janeiro: um relato de experiência .................................................................................................................................................. 800 O desenvolvimento do poder de agir em profissionais do programa Consultório na rua: considerações preliminares ...................................................................................................................................................... 802 O que a atenção à saúde da população em situação de rua tem a ensinar à psicologia? ............................... 804 O trabalho no Dispositivo de Cuidado no atendimento a População em situação de Rua .............................. 806 Práticas de cuidado para mulheres parturientes: desafios da humanização em um hospital no Pará ........... 807 Uma leitura sobre as mulheres ribeirinhas no portal do ministério da saúde ................................................. 809 VISIBILIDADE E CONTROLE: efeitos da noção de vulnerabilidade na atenção básica à saúde ......................... 811 GT 39 | Psicologia Social Jurídica: experiências, desafios, especificidades éticas e políticas em interface com a Justiça ..................................................................................................................................................... 813 A atuação das/os psicólogas/os no serviço PAEFI na região da grande Florianópolis (SC) .............................. 814 A inobservância dos direitos dos reclusos no Sistema Penitenciário brasileiro: um projeto político? ............ 816 A invasividade jurídico-penal sobre as relações humanas na contemporaneidade ........................................ 818 A reintegração social de egressos do Método Penal APAC: diálogo entre psicologia social e justiça ............. 820 Afinal, o que é "proteção" no método do Depoimento Especial? ................................................................... 822 Caleidoscópio da violência intrafamiliar: relato de intervenção grupal com pais e cuidador@s autor@s de violência ............................................................................................................................................................ 823 CREAS/PAEFI e Sistema de Justiça: interfaces na rede de proteção à criança e ao adolescente..................... 825 Espaço de vivências em Socioeducação ........................................................................................................... 827 Família acolhedora e Reintegração familiar: impasses e reflexões sobre a medida protetiva para crianças/adolescentes ...................................................................................................................................... 829 Honoris Causa: Gênero e sexualidade na jurisprudência dos Tribunais de Justiça do sudeste brasileiro ....... 831 Para além das grades e prisões: Por uma psicologia crítica frente ao encarceramento em massa ................. 832 PƌĄtiĐasàĐotidiaŶasàdosàĐoŶselhosàtutelaƌes:àpƌoďleŵatizaŶdoàoàŵuŶdoàdasà͞faltas͟ .................................... 834 PƌoteçĆoàIŶtegƌalàăàadolesĐġŶĐiaàŶoàestadoàdoà‘ioàdeàJaŶeiƌo:àeŵàaŶĄliseàasà͞pƌioƌidadesàaďsolutas no âmbito do Poder Judiciário ........................................................................................................................................... 835 Protege-RS: relações entre justiça, segurança e direitos humanos ................................................................. 836 Relatos de experiência sobre a formação e a atuação do(a) psicólogo(a) social no Sistema Único de Assistência Social em interface com a Justiça .................................................................................................. 837 GT 40 | Psicologia Social, História e Poder: entre a reprodução e a ruptura ................................................ 838 A análise de Dante Moreira Leite acerca do caráter nacional brasileiro .......................................................... 839 A psicologia e o percurso brasileiro para as políticas de saúde mental infantil ............................................... 840 Articulações entre psicologia e educação no início do século XX: Manoel Bomfim e Isaías Alves .................. 842 Infância e Consumismo na Contemporaneidade: Um diálogo entre teoria crítica e psicanálise ..................... 844 Por aventuras mais estranhas: abolicionismo penal e desinstitucionalização dos manicômios judiciários .... 845 Reflexões sobre o trabalho dos psicólogos com famílias na política de assistência social .............................. 847 Relato de experiência de trabalho articulado entre o Serviço de Acolhimento e CREAS em Manaus ............ 849 Subjetividade e subjetivação em Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault: contribuições à Psicologia .......................................................................................................................................................................... 850 GT 41 | Psicologia social: história, subjetivação, insurgências .................................................................... 852 A produção de subjetividades de adolescentes em Medida de Liberdade Assistida ....................................... 853 Foucault, Marxismo e Psicanálise: uma análise histórica sobre os usos de Foucault na Psicologia Social no Brasil ................................................................................................................................................................. 855 Gênero e saúde em 1990: uma análise da mídia impressa gaúcha ................................................................. 857 Lourenço Filho: o diálogo entre psicologia e educação para um novo projeto nacional de sociedade........... 859 Missão Lapassade-1972: coincidências analisadoras ....................................................................................... 861 O argumento da historicidade na Psicologia & Sociedade: da crise dapsicologia social à crise do tempo ..... 863 Os atravessamentos nas construções de grupos nos CRAS ............................................................................. 865 Por uma Psicologia Social morena: contribuições do pensamento de Darcy Ribeiro ...................................... 866 Psicologia Social nas tramas: Possibilidade de subversão social ou conformação com a ordem estabelecida? .......................................................................................................................................................................... 868 Violência, juventude e medo: apontamentos sobre a política carioca de extermínio dos jovens pobres ...... 870 GT 42 | Psicologia, desigualdade social e lutas para além do capital: análises desde o Marxismo ............... 872 A ética neoliberal do poliamor e o mito da desconstrução do amor romântico ............................................. 873 Apropriações do Marxismo pela História da Psicologia ................................................................................... 875 As teses marxistas sobre a relação indivíduo e sociedade na revista Psicologia & Sociedade ........................ 876 Conscientização e Transformação Social: Impasses e exigências para a Psicologia Social Comunitária ......... 878 Experiências: termos e sujeitos ausentados na apreensão dos conflitos da sociedade brasileira .................. 880 Homofobia e desigualdade social: de que maneira o marxismo pode contribuir para ações psi? .................. 882 Ideologia, individualismo e Psicologia: modernização capitalista e experiência subjetiva .............................. 882 Psicologia Social Comunitária e questão social: algumas reflexões na ótica da emancipação humana .......... 885 Questão social, pobreza e o papel do psicólogo: reflexões a partir do estudo com a população em situação de rua ..................................................................................................................................................................... 887 GT 43 | Psicologia, Promoção de Saúde e Cuidado Integral ........................................................................ 889 As oficinas de intervenção psicossocial como estratégia de educação permanente e produção de conhecimento ................................................................................................................................................... 890 Benzedeiras no Triângulo Mineiro: a concretização da integralidade do cuidado nos territórios da saúde ... 892 Construindo intervenções de promoção à saúde com adolescentes: relato de experiência de uma UBS ...... 894 Cuidado de si e promoção da saúde: a leitura literária no cotidiano de jovens na Cidade de São Paulo ........ 896 Cultura de avaliação na atenção básica e processos de subjetivação ............................................................. 897 De que Prevenção Estamos Falando? Sexualidade, marcadores sociais da diferença e 'políticas do medo' em um Programa Municipal de combate ao HIV em uma cidade do interior de Minas Gerais ............................. 898 Estudo sobre as implicações subjetivas e socioculturais para sujeitos com sequelas de queimaduras .......... 899 IRDI (Indicadores de Risco ao Desenvolvimento Infantil) e o mercado da doença .......................................... 900 O cuidado em saúde mental: limites e possibilidades da rede de atenção psicossocial ................................. 902 O dominó como mediação semiótica no resgate da vida: relato de experiência de estagiários de psicologia no NASF .................................................................................................................................................................. 903 O Luto e a Função da Escuta Junto às Famílias que Perderam seus Filhos ...................................................... 904 Produções artísticas no processo terapêutico em saúde mental: produtos e efeitos da subjetividade em movimento ....................................................................................................................................................... 905 Promoção e Manutenção da Saúde em Idosos na Comunidade ...................................................................... 907 Rodas de conversa com idosos: prática de um estágio básico em contexto comunitário ............................... 909 Saúde mental de estudantes universitários: do atendimento individual à proposta de ajuda colaborativa de pares ................................................................................................................................................................. 911 GT 44 | Psicologia, Travestilidades, Transexualidades e Intersexualidades ................................................. 913 A subjetivação da beleza a partir do concurso Miss T Brasil ............................................................................ 914 A testosterona pensada a partir das leituras neomaterialistas em relação às transmasculinidades .............. 915 Análise de Discurso de gênero em Silicone Blues ............................................................................................ 917 Cisnormatividade e passabilidade: (re)posicionamentos epistêmicos frente as regulações de gênero nas experiências trans ............................................................................................................................................. 919 Corpos Trans e Acesso às Redes de Saúde Pública em Divinópolis, MG .......................................................... 921 Da patologização ao direito à saúde de travestis e transexuais em documentos nacionais e internacionais . 923 Desafios éticos na pesquisa com travestis: reflexões de um filme documentário........................................... 924 História de vida de uma estudante intersexual ................................................................................................ 925 Inserção na política como estratégia de poder para travestis e transexuais: candidaturas nas eleições municipais de 2016 ........................................................................................................................................... 926 Intersecções entre Psicologia, Direitos Humanos e a despatologização das identidades travestis e trans: um diálogo possível?............................................................................................................................................... 928 Movimentos trans e os homens trans: questões sobre (in)visibilidade e participação política ...................... 929 Processo Transexualizador: Reinvenção e Regulação dos Corpos Trans ......................................................... 931 Psicologia e despatologização das transexualidades e travestilidades: a experiência das oficinas de orientação realizadas pelo CRP-12 no estado de Santa Catarina ....................................................................................... 933 Psicologia, poder e sexualidade: a figura contemporânea do intersex e novas práticas de subjetivação ...... 935 Sexualidade e poder: algumas considerações sobre o filme Dzi Croquettes e a Psicologia ............................ 936 GT 45 | Reflexões sobre ações em saúde para pessoas que fazem uso problemático de substâncias psicoativas ............................................................................................................................................... 937 A gestão "das drogas" dos indesejáveis: fragmentos acerca da saúde mental no contexto do Estado do Pará .......................................................................................................................................................................... 938 A Laicidade como direito no tratamento para usuários de álcool e outras drogas .........................................939 A toxicomania como efeito paradoxal do Discurso Capitalista ........................................................................ 940 Acompanhamento Terapêutico: prática interventiva em centro de atenção psicossocial para álcool e outras drogas ............................................................................................................................................................... 942 Dependência química e violência na percepção do usuário de substâncias psicoativas ................................. 943 Gestação e Crack: Percepções de Profissionais do Consultório de Rua de Jundiaí .......................................... 944 Intervenções psicossociais na drogadição ........................................................................................................ 946 O dispositivo das drogas nas políticas públicas: um relato de experiência de estágio em CAPS-AD ............... 947 Percepção dos familiares sobre sua participação no desenvolvimento, tratamento e recuperação de dependentes químicos ..................................................................................................................................... 949 Perfil dos moradores de rua e sua dinâmica familiar ....................................................................................... 950 Perfil e Conjugalidade de Mulheres Dependentes Químicas em Tratmento no CAPS AD. Cibele Alves Chapadeiro -Universidade Federal do Triângulo Mineiro ................................................................................ 950 Prevalência de práticas manicomiais no funcionamento institucional do CAPSad .......................................... 952 Prevenção e promoção de saúde dos filhos de pessoas que fazem uso problemático de álcool .................... 953 PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR: a importância da escuta ativa na construção dos cuidados em saúde ... 954 Substâncias psicoativas, vulnerabilidade social e laços familiares: um estudo de caso .................................. 955 GT 46 | Reflexões sobre atuação da psicologia com populações indígenas, quilombolas e povos tradicionais – descolonização e encontro de saberes. ..................................................................................................... 956 Aldeia urbana no sagrado afro-brasileiro: memória social e transformações identitárias de remanescentes indígenas, ribeirinhos e quilombolas ................................................................................................................ 957 Colonialidade e subjetivação política: problematizações quanto aos movimentos decoloniais ..................... 959 Dimensões da inserção de mulheres ribeirinhas na geração de renda comunitária ....................................... 961 Encontros e agenciamentos na construção de estratégia de luta para retomada de área ancestral Mbya Guarani ............................................................................................................................................................. 961 Grupo de identidade indígena com Crianças Xucuru-Kariri em Palmeira dos Índios Alagoas ......................... 964 Identidade Coletiva e Indígenas em Contexto Urbano: Uma revisão de literatura ......................................... 965 Integralizando saberes populares e especializados em saúde: Promoção da saúde na atenção primária em uma Comunidade Quilombola .......................................................................................................................... 967 Memória, participação e o diálogo intergeracional numa comunidade quilombola ....................................... 969 Memórias de um Povo Trajado de Rei: Arte e Recriação do Cotidiano ........................................................... 970 Prisioneiras invisiveis: mulheres indígenas nos estabelecimentos prisionais de Mato Grosso do Sul ............ 971 Saberes Populares no Cuidado à Saúde no Quilombo: Descolonização de Saberes ........................................ 973 Sobre modos de beber entre os kaiowá e guarani no Mato Grosso do Sul ..................................................... 975 GT 47 | Relações de Gênero e Educação: desafios na promoção da equidade ............................................ 976 A escola como espaço para construção e desconstrução de gêneros: reflexões para a psicologia escolar .... 977 Assimetrias na aprendizagem verificadas na avaliação do Pisa sob a ótica do gênero ................................... 978 Coletivos feministas, minorias ativas: estudantes em foco ............................................................................. 980 Educação e gênero: representações sociais de professores de uma escola particular do Rio de Janeiro ....... 981 Educação sexual e ensino superior: realidade contemporânea e avanços necessários .................................. 982 Educação, Diversidade e Cultura: Estratégias de Intervenção ......................................................................... 982 Enfrentando a heterossexualidade compulsória: reconhecer as diferenças para reduzir desigualdades ....... 984 Espaços de fala sobre gênero e sexualidade: O impacto na prevenção e revelação da Violência Sexual ....... 985 ValeŶteàNĆoàĠàǀioleŶto͟:àiŶteƌǀeŶçƁesàsoďƌeàasàlſgiĐasàdaàǀiolġŶĐiaàdeàgġŶeƌoàŶaàesĐola ............................. 987 GT 48 | Relações pessoa-ambiente: territorialidades e produção de espaços de resistência ....................... 988 (In) visíveis e loucos pela cidade: encontros entre saúde mental e população em situação de rua ............... 989 A Comunidade local na pratica do licenciamento ambiental da mineração: Estudo de caso em Mariana .... 990 Arte e cultura como possibilidades de resistência e apropriação do território: a comunidade do Jardim Pedramar .......................................................................................................................................................... 992 As cidades dos (in)visíveis: uma etnografia sobre pessoas em situação de rua e sem abrigo ......................... 994 Enfrentamentos, resistências e sobrevivências nos raps do Grupo Realidade Negra do Quilombo do Campinho da Independência ............................................................................................................................ 996 Identidade psicossocial e práticas de resistência em um território quilombola no sul do Estado de São Paulo .......................................................................................................................................................................... 998 O resgate das ruralidades em contextos urbanos e o compromisso pró-ecológico ........................................ 999 O uso da cidade por adolescentes em situação de rua no centro de São Paulo ............................................1001 Relação Idoso-Ambiente e Qualidade de Vida em Ambientes Residenciais ..................................................1003 Sociabilidades e subjetividades juvenis periféricas em contexto de violência urbana: significados e enfrentamentos ..............................................................................................................................................1005 Uma Índia em Território Espírita ....................................................................................................................1006 GT 49 | Saberes e fazeres da Psicologia no campo da Justiça e dos Direitos ............................................. 1008 A bissexualidade na jurisprudência: as engrenagens do discurso monossexual ...........................................1009 A experiência do estágio supervisionado em Psicologia Social e Jurídica: poderes, potências e provocações ........................................................................................................................................................................1011A socioeducação nas medidas socioeducativas: (re) produção da (des)igualdade social? ............................1013 Construções Discursivas de Transgeneridade e Travestilidade na Jurisprudência ........................................1015 Encontros psi-jurídicos na Defensoria Pública paulista: o entreprofissional e seus efeitos na formação .....1015 Judicialização de Maternidades Vulneráveis: caso Mães Órfãs em Belo Horizonte ......................................1016 Justiça Restaurativa: reflexões sobre intervenções alternativas com adolescentes envolvidos em conflitos ........................................................................................................................................................................1019 Juventudes e Violência Urbana: Histórias de Vida de jovens em cumprimento de medida socioeducativa na cidade de Fortaleza (CE) .................................................................................................................................1021 MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E ATO INFRACIONAL: lançando luzes sobre a relação entre conflitos familiares e atos infracionais por filhos adolescentes .......................................................................................................1022 Notas sobre o proibicionismo de drogas e o racismo institucional: Efeitos para a Juventude Negra ...........1024 O duplo estigma: louco e infrator, reflexões sobre a Medida de Segurança no Brasil ..................................1026 Problematizando as práticas da Psicologia na Vara da Infância e da Juventude em Belém-PA ....................1028 Psicologia e direito: relações entre alienação parental, família e poder no ordenamento jurídico brasileiro ........................................................................................................................................................................1030 Uma experiência em instituição socioeducativa: reflexões sobre os direitos da criança e do adolescente ..1031 Quem decide é o juiz: o (des)empoderamento familiar frente as demandas do judiciário...........................1033 GT 50 | Saúde e processos participativos ................................................................................................ 1034 Agente comunitário de saúde: a potência transformadora no território ......................................................1035 Análise psicológica da escolha pelo parto domiciliar .....................................................................................1037 Atividades interdisciplinares junto às adolescentes gestantes usuárias da UBS Dr. João Fernandes e suas mães, no município de Ladário - MS, com foco na gravidez sucessiva ..........................................................1039 Clínica das formas-de-vida no trabalho: tessituras do entre .........................................................................1040 Família e paciente oncológico: considerações sobre o lugar do psicólogo na produção de cuidado ............1041 Mitos e Barreiras à psicoterapia: a percepção da prática do psicólogo e seus efeitos ..................................1042 Na Escola, o mundo se movimenta. Trocas Interculturais entre Crianças do Brasil e da França através de seus Desenhos ........................................................................................................................................................1044 O Dispositivo Equipe e o Fazer Entre Profissões em um Centro de Saúde Mental ........................................1046 Produção de Saúde e Participação com usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil ....1047 Psicologia, processo terapêutico e produção de subjetividades ....................................................................1049 Relato de Experiência com Adolescentes do CAPS IA, Ênfase em Clínica Ampliada em Gestalt-Terapia ......1051 Saúde mental e inclusão social do estudante de graduação ..........................................................................1052 Saúde Mental, Discurso Midiático e Representações Sociais: aproximações entre a Psicologia Social e a Fenomenologia ...............................................................................................................................................1054 Tenda Paula Freire ..........................................................................................................................................1056 Um estudo de campo sobre a exposição exacerbada de adolescentes nas redes sociais .............................1057 GT 51 | Sexualidades minoritárias, gêneros locais: questões aos processos de generalização, universalização e homogeneização sobre as maneiras de desejar .................................................................................... 1058 A produção de subjetividade de mulheres vítimas de violência intrafamiliar em Rondonópolis- MT ..........1059 Comendo mulher e dando pra homem: os desejos subvertendo a lógica identitária ...................................1060 Gênero bicha? uma a[na(l)]rqueologia da diversidade sexual no Brasil ........................................................1062 Igrejas inclusivas: territórios de resistência e luta pelo direito à fé e à diversidade sexual ...........................1063 O armário entreaberto: experiência de ocultamento homossexual, uma revisão da literatura ...................1065 O Estado da Arte sobre juventude rural homossexual em pesquisas Psi no nordeste brasileiro ..................1066 Pegação Masculina na Cidade: Politicas de extermínio de sexualidade minoritárias e práticas de resistência através de territórios homoeróticos infames .................................................................................................1068 ͞MaŶifestoàpoƌàuŵàĐoƌpoàƋualƋueƌ͟:àaàaŶĄliseàdeàĐoƌpoƌalidadesàeŵàesƋuiǀaàdeàŶoƌŵatiǀasàeàpƌoduçĆoàdeà singularidades a partir do método cartográfico .............................................................................................1070 GT 52 | Subjetividade e Processos formativos: crítica da política, cultura e educação na América Latina .. 1071 A ideologia da qualificação como ente subjetivador dos jovens pobres contemporâneos: apontamentos iniciais de pesquisa .........................................................................................................................................1072 A Psicologia na Educação Inclusiva na Rede Pública de Belo Horizonte/MG: a percepção dos professores .1073 Análise da construção da ITES-FIBE: um relato de experiência da Psicologia do UNIFAFIBE .........................1075 Estudo sobre a vivência prática e idealizações do papel da professora na educação infantil .......................1077 Funk, identidade e cultura: os diferentes modos de produção de si no cotidiano escolar ...........................1078 GƌadesàĐuƌƌiĐulaƌesàeàaŵaƌƌas:àáà;iŶͿadeƋuaçĆoàĐuƌƌiĐulaƌàdosàĐuƌsosàdeàPsiĐologiaàfƌeŶteàăà͞ƋuestĆoàsoĐial͟ ........................................................................................................................................................................1079 O Horror sobrenatural na literatura: Reflexões sobre arte, educação, subjetividade e violência .................1081 O trote universitário na Universidade Federal de Roraima: reflexões sobre indivíduo, grupo e sociedade .1083 Políticas de Acesso a Mães Universitárias na Universidade Federal de Roraima ..........................................1085 Políticas Públicas de Acesso na Universidade Federal de Roraima: Permanência e Qualidade de formação ........................................................................................................................................................................1087 Políticas públicas e intervenção no contexto escolar: desafios e práticas .....................................................1089Reflexões sobre as noções de formação humana e desenvolvimento em Jean Piaget com base na teoria crítica ..............................................................................................................................................................1091 Reflexões sobre diversidade sexual e políticas públicas em educação ..........................................................1093 Roda de conversa sobre evasão: a psicologia escolar no ensino superior .....................................................1095 Uma experiência de implantação de oficinas na EJA em uma escola municipal ...........................................1097 GT 53 | Subjetividades, ciborgues, híbridos e redes sociotécnicas :pulsações intermitentes entre o mecânico e o maquínico ........................................................................................................................................... 1099 A imersão em realidades simuladas como dispositivo de experimentação estética .....................................1100 A Indústria Cultural na Era da Internet – Teoria Crítica, Consumo e Tecnocultura: Felicidade/Sofrimento .1102 O coletivo Uerj nas suas múltiplas redes de (res)existência ..........................................................................1103 O uso do Facebook como plataforma colaborativa no desastre ambiental da Região Serrana em 2011 .....1105 Participação Política na Era Informacional .....................................................................................................1107 Pedro e a Responsabilidade: notas para uma cartografia socioeducativa .....................................................1109 Performances e redes sociotécnicas e ecosofia : a cartografia do social e a posição da ciência em um laboratório de resíduos contaminantes .........................................................................................................1111 Processo de Extitucionalização: Outras Formas de Organizaçao Social .........................................................1113 GT 54 | Territorialidades, subjetividades e Psicologia Social .................................................................... 1115 A MÍDIA E AS MORTES DE JOVENS DA PERIFERIA: uma análise a partir do jornalismo impresso .................1116 Biopolíticas da vida urbana: subjetivações, exclusões e violências ...............................................................1118 Cartografias político-afetivas em situação de rua no Norte do Brasil ............................................................1120 Circulação, Cidade e Poder .............................................................................................................................1121 Corpos arruínados pela história: memórias vulneráveis ................................................................................1123 Da Cultura de Paz ao Tecnobrega: reflexões sobre juventudes urbanas e práticas culturais ........................1125 Discursos de medo e insegurança como produtores de exclusão e segregação no espaço urbano .............1127 ONG Pós- Cris: reflexões sobre as forças normativas .....................................................................................1128 Programa Minha Casa Minha Vida – Do sonho da casa própria ao governo das vidas..................................1130 Prostituição e territórios: Efeitos e transformações em Belo Horizonte .......................................................1131 Psicologia e Cidade: intervenções interdisciplinares para desnaturalização da cidade enquanto espaço de privilégios ........................................................................................................................................................1132 Saúde Mental e Atenção Básica: o fio da navalha entre autonomia e tutela ................................................1134 Táticas do cotidiano: Acompanhamento terapêutico, narrativas e construção de territórios ......................1135 Territorialidade e Subjetividade: desafios para a população em situação de rua .........................................1137 Malucos de Estrada͟:àpƌoduçĆoàdeàteƌƌitſƌiosàdeàedžistġŶĐiaàeŵàteŶsĆoàĐoŵàosàŵodelosàiŶstituĐioŶaisà hegemônicos ...................................................................................................................................................1139 GT 55 | Territorialidades, modos de vida e subjetividades: aproximações da Psicologia Social ................. 1141 Adolescência em situação de precariedade social: das fronteiras no processo de constituição subjetiva e identitária .......................................................................................................................................................1142 Desafios, tensões e enfrentamentos vivenciados por profissionais nos Centros de Referência em Assistência Social ...............................................................................................................................................................1144 Devir-cidade e o poder comum de agir: subjetividades – histórias de comunidade .....................................1146 Diálogos audiovisuais da Psicologia na relação pessoa-ambiente: sala de aula como espaço de criação.....1148 Espaços de fazer viver e do deixar morrer da população masculina no município do Rio de Janeiro: uma análise da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde dos Homens .........................................................1150 Famílias à margem: vivências em um processo judicial de remoção e reassentamento ...............................1152 Modos de viver e habitar de uma comunidade em situação de vulnerabilidade social no município de Santo Ângelo - RS ......................................................................................................................................................1154 O efeito do trabalho agente comunitário de saúde na pólis e o efeito da pólis nos modos como são produzidos o cuidado em saúde .....................................................................................................................1156 Quem caça jeitos cata ventos: uma cartografia da Casa dos Cata-Ventos ....................................................1157 Relato de experiência em psicologia no território de medidas socioeducativas ...........................................1159 Serviços públicos de atendimento psicológico para pessoas com deficiência e produção de subjetividade 1161 “oďƌeàapostaàŶaàdispoŶiďilizaçĆoàdeàesĐutaàpsiĐaŶalítiĐaàeŵàuŵaà͞Ƌueďƌada͟àĐoŵ͞Đotidiano difícil" ........1163 Subjetivação Política e Máquina de Guerra: impedimentos e potencialidades dos CRAS em ações coletivas ........................................................................................................................................................................1165 Territórios e juventudes: sobre a construção de subjetividades ...................................................................1167 Lá e cá histórias e projetos de vida de sorveteiros ítalo-brasileiros na Alemanha ........................................1169 GT 56 | Territórios que forjam sujeitos: poder, identidade, processos de subjetivação e políticas de ocupação .............................................................................................................................................................. 1170 FotografAndando: uma experiência de apropriação da cidade com usuários da Saúde Mental ..................1171 Meio ambiente, atuação política e constituição de identidade no movimento ambientalista do Norte e Nordeste do Brasil ..........................................................................................................................................1173 Meu corpo não te pertence: território de risco para mulheres adultas jovens .............................................1175Pelo olhar dos adolescentes: contribuições do 'photovoice' para a apreensão dos desafios e dos potenciais dos territórios no empoderamento dos sujeitos ............................................................................................1176 Surdez com Recorte Racial: Estado da Arte no Brasil de 2002-2017..............................................................1178 Trajetórias no Risco: reflexões sobre questões de gênero no contexto das emergências e desastres .........1180 UMA RUA, UM PRÉDIO, UMA PRAÇA: Decolonizando durações em Pelotas ................................................1181 Exposição fotográfica FotografAndando: uma experiência de apropriação da cidade com usuários da Saúde Mental ............................................................................................................................................................1183 GT 57 | Trabalho e Precarização: Adoecimento e Resistências ................................................................. 1185 A terceirização na UFF: enfrentamentos em tempos de precarização do trabalho.......................................1186 A vida do/a professor/a universitário/a: o produtivismo acadêmico como processo de precarização do trabalho ..........................................................................................................................................................1188 Considerações acerca da organização de trabalho em um hospital público .................................................1189 Doà͞tƌaďalhoàsujo͟àăàďelaàoďƌa:àOàƋueàĠàtƌiaƌàŵateƌiaisàƌeĐiĐlĄǀeis? .............................................................1191 Intervenções em saúde do trabalhador: reverberações nos sujeitos, instituições e na formação em Psicologia ........................................................................................................................................................................1193 O desgaste docente na educação pública superior brasileira: questões emergentes ...................................1195 Reflexões acerca da organização de trabalho do setor bancário através do Organidrama ...........................1197 Saúde do trabalhador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais: compreensões de assistentes sociais .........1199 Saúde e Saúde do Trabalhador: compreensões de trabalhadores de Unidade de Referência do SIASS .......1200 Sofrimento No Trabalho: O Cuidado Com A Saúde Do Agente Penitenciário Do Sistema Prisional Do Estado De Minas Gerais ...................................................................................................................................................1202 Trabalho docente flexível: riscos à vulnerabilidade de professores ..............................................................1204 Trabalho e saúde de docentes universitários: um estudo de caso ................................................................1206 UM MAL SILENCIOSO OU SILENCIADO?: representações sociais para graduandos em Administração sobre o assédio moral no trabalho ..............................................................................................................................1208 Violência relacionada ao trabalho e adoecimento psíquico ..........................................................................1210 Faço mais do que devo e menos do ƋueàpƌeĐiso͟:àtƌaďalhoàdoĐeŶteàeàsaúde ...............................................1212 GT 58 | Trocas interdisciplinares em percursos metodológicos inventivos: pesquisa narrativa e escrita acadêmica ............................................................................................................................................. 1213 As narrativas autobiográficas de Vanete Almeida: as marcas de gênero, raça e classe ..............................1214 Cartagrafar: possibilidades entre escrever e cuidar, acolher e pesquisar .....................................................1216 Ciência do Rastreio: Territorialização no campo da Assistência Social ..........................................................1218 Elucidando processos investigativos em formatos de pesquisa-ação colaborativa .......................................1220 Fotografia e Pesquisa: a produção de narrativas e dados visuais em Psicologia Social .................................1222 Mapeamento sobre saudade: um objeto de pesquisa que exige novas estratégias metodológicas .............1223 Não morri assim como você, mas minha vida desde este dia ficou congelada: um estudo de narrativa sobre os efeitos da violência obstétrica na vida de uma mulher violada no parto ..................................................1224 Narrativas audiovisuais para uma abordagem história da luta contra a aids em Belo Horizonte .................1226 Narrativas da rede intersetorial de saúde sobre atendimento psicossocial e mortes em vida no caso do desastre tecnológico de Mariana/MG ............................................................................................................1228 Narrativas de estudantes universitários, habitus familiar e competência discursiva ....................................1230 Narrativas ficcionais coconstruídas com jovens vivendo com HIV/aids .........................................................1232 Processos de subjetivação em vivencias do pós-operatório tardio da cirurgia bariátrica .............................1233 Teoria Ator-Rede e o Trabalho de Campo: condições de fazer e ser o movimento #UERJRESISTE ...............1234 Transferência textual: A produção teórica na psicologia ...............................................................................1236 Uma pesquisadora narrativa vivendo possibilidades criativas na escrita acadêmica ....................................1237 GT 59 | Violação de direitos na área de gênero e raça: analisando e diagnosticando o presente ............... 1238 "QUERO LANÇAR UM GRITO DESUMANO": Vivências de travestis e transexuais encarceradas em Caruaru-PE ........................................................................................................................................................................1239 A Terceira Margem do Rio: os Direitos Humanos das Pessoas Trans ............................................................1240 AGRESSORES: relato de experiência sobre o acompanhamento de um grupo de homens envolvidos em situações de violência doméstica ...................................................................................................................1241 Atendimento Psicológico no CREAS aos Meninos Vítimas de Violência Sexual .............................................1243 Desconstruindo relacionamentos abusivos: um olhar crítico acerca da sociedade patriarcal ......................1245 Entre saúde e segurança pública: homens marcados pela violência nos serviços de emergências de saúde ........................................................................................................................................................................1247 Homicídios de adolescentes em Fortaleza: uma discussão a partir das variáveis raça e pobreza .................1249 Inclusão perversa e violação de direitos de LGBT's negros sob a perspectiva da Psicologia Social ...............1250 Incursões no universo da violência de gênero: experiência com oficinas temáticas .....................................1252 Promoção de igualdades no âmbito da Universidade: mapeando os perfis étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual ..........................................................................................................................................1254 Relatos de vivências: estudo de caso de travestis negras em situação de rua na cidade de Uberaba/MG...1255 Categoria Pôster ...........................................................................................................................1256 Eixo 01. Políticas públicas, direitos sociais e práticas de emancipação em contextos neoliberais .............. 1257 A atuação dos profissionais em procedimentos de apuração de ato infracional de jovens estudantes .......1258 A prática da psicologia social em um trailer itinerante Projeto Circolando (Instituto Padre Haroldo, Campinas/SP) ..................................................................................................................................................1260 A representação social da reforma do ensino médio para os estudantes .....................................................1262 Acolhimento institucional para adolescentes com trajetória de vida nas ruas: Vivências de um estágio curricular .........................................................................................................................................................1263 Adoção de crianças maiores, adolescentes e construção de vínculos familiares: uma revisão da literatura científica .........................................................................................................................................................1265 Análise das práticas de cuidado com usuários de álcool e outras drogas na Atenção Básica .......................1267 Análise sobre a implantação da Rede de Atenção Psicossocial na em Fortaleza ...........................................1268 As "manicomializações" em ILPI's e a urgente discussão das internações sob novas roupagens .................1269 As medidas socioeducativas em adolescentes e sua efetividade: uma revisão integrativa da literatura científica .........................................................................................................................................................1270 Atendimento a indivíduos em cumprimento de medida socioeducativa por uso indevido de drogas: uma postura de atuação .........................................................................................................................................1272 Bolsa-família e a possibilidade de uma vida mais vivível ...............................................................................1273 Contextualizando a personalização do menor infrator no Brasil: uma revisão narrativa ..............................1274 Da marginalidade à inclusão: Perspectivas do egresso do sistema prisional que participa do Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp) ...............................................................................1275 Democracia, Garantia De Direitos e Juventude: Demandas E Embaraços .....................................................1276 Desafios e possibilidades para o trabalho das (os) psicólogas (os) do CRAS em tempo de crise...................1277 Desafios na atenção psicossocial de crianças e adolescentes usuários de álcool e drogas. ..........................1278 Dia Mundial de luta contra a aids: importância da prevenção e do combate ao preconceito ......................1279 Discurso e ideologia: a violação do direito à vida em três momentos políticos do Brasil .............................1280 Expectativa dos profissionais da ESF em relação a atuação do psicólogo na RAPS .......................................1281 Família e adoção: perspectivas para o trabalho em rede ..............................................................................1282 Família, gênero e políticas de assistência: uma perspectiva da teoria crítica. ...............................................1283 Formação acadêmica tecnicista e discursos especialistas: Engrenagens (re)produtoras de exclusão social? ........................................................................................................................................................................1285 Internação involuntária, família e o abuso de substâncias psicoativa: revisão sistemática da produção científica nacional. ..........................................................................................................................................1286 Levantamento e análise dos programas sociais governamentais para juventude no Brasil ..........................1287 Mapeamento da produção científica latino-americana de Psicologia sobre política social ..........................1288 Matriciamento em saúde mental: articulação entre atenção primária e Centros de Atenção Psicossocial .1290 O imaginário social relativo à adoção de crianças maiores e a construção dos vínculos familiares ..............1291 O PAIF como estratégia para politização de crianças de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família .1292 O Programa Saúde na Escola: possibilidades e limites na perspectiva da Residência Multiprofissional em Saúde ..............................................................................................................................................................1294 O psicólogo na Assistência Social interlocuções entre teoria e prática .........................................................1296 Os sujeitos egressos prisionais: o retorno à liberdade e a (re) inserção social ..............................................1298 Política Pública de Segurança, Juventude, Prevenção à Criminalidade e atuação da Psicologia ...................1299 Práticas discursivas de educadores sociais junto a adolescentes em situação de vulnerabilidade social .....1300 Processos de empoderamento de pessoas portadoras de doenças estigmatizadas negligenciadas: análise crítica da literatura nacional ...........................................................................................................................1301 Projeto Dignidade: Garantindo Direitos no Centro de Ressocialização de Cuiabá ........................................1303 Psicologia e EJA: Uma Construção De Saber Escolar, Social e Político. ..........................................................1304 Relato de experiência de estágio em um Centro de Recepção ao Adolescente Infrator ...............................1306 ‘elatoàdeàEdžpeƌiġŶĐiaàŶoàC‘á“:àOàGƌupoà͞ásàVioletas͟. ................................................................................1307 Sentidos construídos com equipes de saúde mental sobre o cotidiano da internação psiquiátrica compulsória ........................................................................................................................................................................1308 Sujeito adolescente e ato infracional: leituras sobre o desamparo e a posição do campo jurídico ..............1309 Trabalho e Justiça Social no Brasil da Constituição Cidadã: discurso jurídico sobre política urbana e assistência social ...............................................................................................................................................................1310 Um relato de experiência em instituição de acolhimento para crianças e adolescentes ..............................1312 Violência doméstica: Experiência com grupo reflexivo ..................................................................................1313 Vivência prática: atuação da Psicologia na atenção terciária.........................................................................1315 Eixo 02. Gênero e sexualidades: modos de subjetivação e políticas de resistência .................................... 1316 "O que os adolescentes querem saber sobre sexualidade" ...........................................................................1317 A família homoafetiva e a contemporaneidade: desafios e conquistas.........................................................1318 A Influência da Visão Social, Histórica e Psicanalítica sob a Mulher e a Subjetivação do Corpo Feminino ...1319 A maternidade enquanto escolha da mulher .................................................................................................1321As repercussões da revelação da homossexualidade na família: revisão integrativa da literatura científica ........................................................................................................................................................................1323 Construção do objeto a partir das categorias gênero e raça: Notas introdutórias de uma pesquisa ............1324 Corpos dissidentes: experiências de pessoas transexuais da infância à vida adulta .....................................1325 Criação do conhecimiento em contexto de luta: O caso do Nucleo juvenil de pesquisas comunitaria. ........1326 Despatologização da Transexualidade, uma revisão integrativa da literatura nacional ................................1328 Diversidade sexual: Preconceito e discriminação na universidade. ...............................................................1330 Experiências do "sair do armário" e relações de poder: processos de constituição da subjetividade e identidade de jovens lésbicas e gays ..............................................................................................................1332 Gênero e prisão: os impactos do sistema prisional sobre a desigualdade social e invisibilidade da mulher encarcerada no estado de Alagoas. ................................................................................................................1334 Gênero, subjetividade e psicologia: a importância do debate emergente na contemporaneidade .............1335 Homossexualidade e família de origem: a perspectiva de homossexuais masculinos ..................................1336 Impactos causados pelo grupo de atendimento a homens autores de violência de gênero contra mulher .1337 Investigações sobre o envelhecimento LGBT .................................................................................................1339 Junt@s: Elaboração de estratégias acerca das experiências de conjugalidade de homens autores de violência ........................................................................................................................................................................1340 Labirintos da violência de gênero: Conhecendo a agressão Psicológica e moral contra as mulheres. ..........1342 Mulheres e o enfrentamento da violência: perspectivas históricas e a afirmação de políticas públicas ......1343 O MERCADO DE TRABALHO: A percepção de um grupo de homossexuais de Uberlândia-MG ....................1345 O Ninho Vazio: Análise da vivência de um grupo de pais de Uberlândia no momento da saída do último filho de casa. ...........................................................................................................................................................1346 O que a mulher fez de errado para apanhar? Uma análise crítica dos trabalhos brasileiros ........................1347 Os Sentidos do Ser/Estar Trans ......................................................................................................................1349 Quando a batalha acabar: uma análise do direito ao nome social dos não-humanos ..................................1351 Repetição da ͞gƌaǀidez na adolesĐġŶĐia͟ e o contexto familiar ....................................................................1352 Representações Sociais sobre a velhice em lideranças LGBT .........................................................................1354 Sexualidade e preconceito na universidade: a vivência de estudantes LGBTs ..............................................1356 Travestis e Mulheres Trans no Sistema Prisional Brasileiro: uma análise do discurso acadêmico no Brasil .1357 ͞Poƌ detrás das ĐoƌtiŶas͟: relato de experiência com mulheres profissionais do sexo .................................1359 Eixo 03. Psicologia Social, Comunicação e Mídias: hegemonias e resistências táticas ................................ 1361 A vulnerabilidade das crianças e adolescentes no uso das redes sociais e a mediação parental ..................1362 Gênero e espaço midiático. Como desenhos infantis são analisados na identificação e discussão de gênero. ........................................................................................................................................................................1363 Representações Sociais do Nordeste e do nordestino ...................................................................................1364 Sexualidade, Violência e Etnia na mídia: o que pensam os adolescentes de Coletivos ProJovens? ..............1365 Uma nova mulher (?): gênero feminino na filmografia contemporânea da Disney ......................................1367 Eixo 04. Insurgências ético-estético-políticas: artes, tecnologias e subjetivação ....................................... 1369 Andanças do pensamento, delírios e outros modos de pesquisar .................................................................1370 As Representações Subjetivas através das Tatuagens no Contexto Prisional ................................................1371 BRECHÓ-BRECHA: produção de subjetividade pela roupa e pela moda em grupo de escambo ...................1372 Entre sentir e transformar: a potência da experiência estética na academia................................................1373 O significado de fé para adolescentes em conflito com a lei .........................................................................1374 Os Velhos e a poesia: Cartografia de um asilo. ..............................................................................................1376 Poder e tecnologia nos modos de subjetividade: uma perspectiva histórico-cultural. .................................1378 Poeticagens no cotidiano de uma sala de aula: experiência Estético-Político-Ético. .....................................1380 Poéticas em conflito com a lei: a arte como dispositivo de resistência e criação no contexto das medidas socioeducativas ..............................................................................................................................................1382 Potências transformadoras para além do óbvio: A arte como intervenção psicossocial no contexto da saúde mental .............................................................................................................................................................1384 Eixo 05. Psicologia Social, processos de trabalho em contextos neoliberais e possibilidades de enfrentamento .............................................................................................................................................................. 1385 A Individualidade Humana na Sociabilidade Capitalista: uma analise centrada em O Capital de Karl Marx .1386 A velhice em meio à sociedade de produção: de qual modo ser? .................................................................1387 A vulnerabilidade do estresse no trabalho em um grupo de bombeiros na cidade de Uberlândia-MG .......1388 Adoeci no trabalho: identidade do trabalhador contemporâneo ..................................................................1390 Aspectos do processo de trabalho em saúde mental com trabalhadores de CAPS .......................................1391 Assédio moral acidentário: a dupla perversidade do mal como causa e consequência de adoecimento no trabalho ..........................................................................................................................................................1393 Da ideia da empresa capitalista à regulação de uma norma geral de vida por meio do trabalho: do que fala o trabalhador informal?.....................................................................................................................................1394 Fatores Facilitadores e Limitantes da Inserção no Mercado de Trabalho com um Grupo de Universitários de Uberlândia/MG ...............................................................................................................................................1395Fatores relacionados á exclusão social: uma revisão sistemática ..................................................................1397 História de vida de pacientes psiquiátricos em período de internação .........................................................1398 Impacto de curso de capacitação na ressignificação de compreensões e experiências relacionadas à Economia Solidária .........................................................................................................................................1399 Impacto do trabalho em três turnos na saúde mental em professores do ensino médio. ............................1400 IMPáT‘IáÇÃOàEà͞MáI“àMÉDICO“͟:àtƌajetſƌiasàeàiŵpliĐaçƁesàŶosàpƌoĐessosàdeàsuďjetiǀaçĆoàdeàŵĠdiĐosà cubanos ...........................................................................................................................................................1401 Jovem trabalhadora em situação de trabalho informal e uma experiência traumática ................................1403 Jovens Universitários em Situação de Desemprego: As implicações de voltar a depender financeiramente dos pais ..................................................................................................................................................................1405 O controle do tempo do trabalho docente e o uso do ponto eletrônico: lutas e resistência no IFBA – Campus Vitória da Conquista .......................................................................................................................................1406 O trabalho contemporâneo e suas consequências na subjetividade do trabalhador ....................................1408 O trabalho da mulher agente de segurança penitenciária e seus impactos psicossociais. ............................1410 O trabalho na prisão: o campo da precarização .............................................................................................1411 Organização do trabalho de psicólogos da atenção básica ............................................................................1412 Popularização da ciência entre professores: elaboração de cartilha sobre saúde/adoecimento mental dos docentes do RS ...............................................................................................................................................1414 Psicologia no Sistema Único de Assistência Social: Reflexões sobre o lugar do estagiário no Serviço de Proteção e Atendimento Especializada as Famílias e Indivíduos (PAEFI) .......................................................1416 Sofrimento Físico e Mental das Professoras da Educação Infantil .................................................................1417 Subjetividade, representações sociais e o trabalho na economia solidária: uma revisão teórica .................1418 Trabalho (do) menor: o Sentido do Trabalho Protegido para jovens aprendizes ..........................................1420 Trajetória e Atuação do Psicólogo Organizacional: Impasses e Dificuldades .................................................1422 Transtorno de Ansiedade: um estudo sobre a identificação de sinais de ansiedade nos estudantes da Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora de Macaé na busca por uma colocação no mercado de trabalho ...1423 Uma visão sobre a organização do processo de trabalho da equipe da CIHDOTT .........................................1425 Vivências do Desemprego entre Mulheres: Adoecimento Psíquico e Social .................................................1427 Eixo 06. Estado, Democracia e Movimentos Sociais face à mundialização e neoliberalismo ...................... 1428 Mídia burguesa e comunicação mediada: a invenção da verdade, identidade e subjetivação .....................1429 Ocupação estudantil: As representações sociais de estudantes de uma universidade federal.....................1431 Eixo 07. Psicologia Social: questões teóricas e metodológicas na pesquisa, produção de conhecimento e/ou intervenções .......................................................................................................................................... 1432 A Construção do Conceito de Self na Obra de Kenneth Gergen ....................................................................1433 A dinâmica familiar na prostituição e as interfaces com o contexto social ...................................................1434 A experiência de um grupo reflexivo - PAEFI - de mulheres no município de Brejinho/RN ..........................1436 A identidade PROVAR: o discurso do não-lugar dentro de uma universidade pública. .................................1437 A Produção Científica Sobre Políticas Sociais: Uma Análise Da Autoria Latino-Americana ...........................1439 A produção de A. N. Leontiev em relação à ciência soviética entre 1940 e 1959 ..........................................1440 A psicologia no campo da Atenção Básica: uma revisão sistemática .............................................................1441 Atuação do/a Psicólogo/a na Proteção Especial nos Órgãos da Assistência Social .......................................1443 Compreendendo o papel da educação escolar em práticas psicológicas na saúde: por uma formação crítica ........................................................................................................................................................................1445 Concepções de mães de usuários de drogas sobre a própria maternidade ..................................................1447 Educação inclusiva: transformação (in)clusiva ou (ex)clusiva? ......................................................................1448 Epidemiologia da Violência Auto Infligida/Suicídio e Políticas Públicas do SUS ............................................1449 Experiência de atuação em CREAS de um município de pequeno porte no RN ............................................1450 Infância(s) e Psicologia(s) Socia(is): multiplicidade, performatividade e efeitos. ..........................................1452 Medicalização do fracasso escolar .................................................................................................................1453 Modulações da verdade e processos de subjetivação com Foucault. ...........................................................1454 O projeto epistemológico moderno em face das histórias das mulheres: problematizando práticas jurídicas e psicológicas. ....................................................................................................................................................1456 Os efeitos da convivência em famílias acolhedoras no desenvolvimento de bebês .....................................1458 Prática de estágio em Psicologia social: Desafios na mediação indivíduo trabalho .......................................1460 Promoção de saúde e integração em um grupo de dança comunitário. .......................................................1461 Significado e Sentido de Maternidade Analisados Numa Perspectiva Histórico-Cultural..............................1463 Sobre construir-se militante na formação em Psicologia: intervenções contra situações de violência de gênero .............................................................................................................................................................1464 Super Trunfo Cidadania: Combinações entre o lúdico e o político na criação de uma tecnologia socioassitencial ...............................................................................................................................................1465 Tornar-se Psicólogo: Compreender as transformações de sentidos no decorrer da graduação de estudantes de Psicologia. ..................................................................................................................................................1466 Uma Psicologia contra a ordem:faces da Psicologia Política na América Latina ...........................................1468 Eixo 08. Políticas de igualdade racial e étnica no Brasil: histórico e desafios contemporâneos .................. 1470 As interfaces da inclusão no âmbito educacional ..........................................................................................1471 Centro de Referência de Assistência Social e as Comunidades Tradicionais de Matriz Africana: reflexões sobre possíveis intervenções psicossociais junto aos povos de terreiros. ...............................................................1473 Empoderamento e protagonismo negro a partir da análise de músicas brasileiras ......................................1474 Nos Batuques dos Quintais: Cruzadas contra os ͞IŶiŵigosàdeàCƌisto͟ ...........................................................1475 Parentalidade quilombola: etnografia centrada na pessoa ...........................................................................1476 ͞VidasàNegƌasàiŵpoƌtaŵ!͟àUŵàEstudoàĐƌítiĐo sobre as matrizes do pensamento psicológico ......................1477 Eixo 09. Ética, violências e justiça em tempos de retrocessos mundial e nacional dos direitos humanos ... 1478 A Contribuição da Mídia para a Legitimação da Violência de Estado e Criminalização da Pobreza ..............1479 A Multiparentalidade nos tribunais: reflexões sobre o reconhecimento da socioafetividade no recasamento ........................................................................................................................................................................1481 Acompanhando pais, assistindo filhos: a prática do psicólogo no acompanhamento de visitas nos tribunais ........................................................................................................................................................................1482 Alienação parental e guarda compartilhada nas varas de família: judicialização em debate ........................1484 Aprisionado na mais complexa liberdade: pequena cartografia sobre adolescentes em situação de rua na cidade de Pelotas/RS ......................................................................................................................................1485 As relações homoafetivas à luz dos direitos humanos na jurisprudência brasileira ......................................1487 Atuação da Psicologia diante da Violência Obstétrica: Uma discussão a partir da produção de documentários. ........................................................................................................................................................................1489 Construção de Vínculos e Acompanhamento a Egressos das Medidas Socioeducativas na FUNDAC Bahia .1491 Construção dos afetos, vínculos e rupturas no acolhimento familiar de crianças e adolescentes em situação de violência. ....................................................................................................................................................1492 Controle Social e a Violência Praticada Contra Jovens no Brasil ....................................................................1494 Denúncias de abuso sexual infantil no contexto do litígio conjugal: atuação dos psicólogos nos tribunais .1496 Diálogos entre Psicologia e Direito: contribuições de uma prática interdisciplinar .......................................1497 Direitos Humanos em diálogo com a Psicologia: historicidade e ascensão no Brasil ....................................1498 Família e prisão: desafios para a produção novos saberes ............................................................................1500 Infância, migração e processos de subjetivação: experiências de um projeto de extensão universitária.....1501 Jovens em conflito com a lei: uma revisão sistemática de literatura .............................................................1502 Justiça Restaurativa e construcionismo social ................................................................................................1504 Justiça Restaurativa pela mediação dialogada dos conflitos e repactuação social ........................................1505 Liga Acadêmica de Psicologia Jurídica: Uma experiência formativa em Psicologia Jurídica ..........................1507 Mulheres em situação de Violência Doméstica, a Psicologia e estratégias de enfrentamento. ....................1509 O uso estratégico do escopo de justiça na legitimação do conflito intergrupal ............................................1511 Perícia Psicológica Judicial em Saúde do Trabalhador ...................................................................................1512 Prestação de Serviços à Comunidade no Brasil: reabilitação como modelo conceitual faz sentido? ............1513 Processo de construção de diálogo na diferença de opinião sobre o Programa Bolsa Família .....................1514 Psicologia escolar:Estudos sobre relações entre psicologia, didática e direitos humanos ............................1515 Refletindo sobre o preconceito: vivenciando a deficiência física ..................................................................1516 Reflexões sobre o Sistema Socioeducativo e suas práticas. ...........................................................................1518 Relato de experiência: os desafios políticos frente à institucionalização de adolescentes ...........................1520 Representação Social da Violência da Polícia Militar: Relato de Experiência em Pesquisa ...........................1521 Retroceder jamais! A Psicologia como luta politica contra violências no SUAS .............................................1523 Usando a Abordagem de Capacidade para Examinar Experiências Masculinas Brasileiras de Violência ......1525 Violência doméstica e Psicologia: Um olhar sobre os agentes policiais de uma DEAM .................................1526 Violência Doméstica ou Violência Intrafamiliar: análise dos termos .............................................................1528 Eixo 10. Práxis da Psicologia Social na Saúde em contextos neoliberais .................................................... 1529 (Sub) Notificação da violência contra a mulher nos serviços de saúde: alguns desafios ...............................1530 A discussão atual sobre psicologia e práticas de gestão, presente na literatura latino-americana e do Caribe em ciências da saúde ......................................................................................................................................1532 A Experiência no Campo de Estágio em Saúde Mental como Importante Contribuição na Formação do Profissional Psicólogo .....................................................................................................................................1533 A formação de psicólogos para o trabalho com grupos em uma universidade pública ................................1534 A formação multiprofissional em Saúde Coletiva na construção coletiva do Planejamento Estratégico ......1535 A Hemodiálise como Campo de Formação do (a) Psicólogo (a) .....................................................................1537 A implantação da Saúde do Trabalhador em Uberlândia: elementos históricos e atuais .............................1539 Acompanhante terapêutico e sua função social no contexto dos CAPS Infantis. ..........................................1541 Aprendizados (com) partilhados: extensão universitária em saúde mental ..................................................1542 As dificuldades encontradas no atendimento psicoterápico para surdos .....................................................1543 Atendimento em domicílio: reflexão sobre a prática do psicólogo ...............................................................1544 Atuação do Psicólogo no aconselhamento multiprofissional à mulher que deseja realizar Laqueadura Tubária.........................................................................................................................................................................1546 Atuação do psicólogo no Núcleo de Apoio à Saúde da Família: revisão da literatura ...................................1548 Caracterização dos atendimentos em CAPS AD III Infantojuvenil ..................................................................1549 Desafios e Possibilidades dos Profissionais Envolvidos na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante ..1551 Desafios e Potencialidades: vivencias da Residência Multiprofissional em Saúde da Família .......................1552 Desafios psicossociais em Unidade de Acolhimento Infanto Juvenil .............................................................1553 Doce Vida: trabalhando o cuidado com o diabetes por meio da atenção psicossocial .................................1554 Identificação da sintomatologia depressiva em um grupo de mulheres do presídio de Uberlândia - MG....1555 Inclusão de Pessoas com Síndrome de Down no Mercado de Trabalho Brasileiro .......................................1557 Itinerário terapêutico de pessoas em sofrimento psíquico segundo as famílias ...........................................1558 Memórias de Luta: Reforma psiquiátrica em Uberaba-MG. ..........................................................................1560 Núcleo de Apoio à Saúde da Família: desafios na atenção em saúde mental ...............................................1561 O processo de tutoria e as possibilidades na Atenção Primária em Saúde ....................................................1562 O psicólogo na atenção básica: percepção dos usuários sobre a atuação deste profissional .......................1564 Olhares e saberes dos residentes de psicologia em Rondonópolis- MT. .......................................................1565 Panorama das atividades grupais desenvolvidas em Centros de Atenção Psicossocial (2006-2016) ............1566 Perspectivas de Profissionais do Saúde da Família Sobre a Prática de Psicólogos no Contexto Comunitário ........................................................................................................................................................................1567 Porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS): Protocolo de Manchester e subjetividade ..................1568 Psicologia e Promoção da Saúde: Intervenções com Gestantes em Barreiras, Bahia....................................1570 Psicologia Sócio-Histórica, Emergências e Desastres .....................................................................................1571 Representações sociais do Zika vírus por mães afetadas durante a gestação no Rio de Janeiro ..................1573 Residência Multiprofissional em saúde na atenção à população refugiada na cidade de São Paulo ............1574 Sentidos de Saúde, Doença e Autocuidado para pacientes com diabetes ....................................................1576 Significados da Rede de Atenção Psicossocial Para Pessoas em Situação de Rua .........................................1578 Território e Estratégia de Saúde da Família: Experiência de Estágio Básico em Psicologia ...........................1579 Um relato de experiência: visitas à psiquiatria de um hospital-escola ..........................................................1581 Uso de tecnologias digitais no suporte social e enfrentamento a pessoas vivendo com HIV/aids. ..............1582 Violência Intrafamiliar: considerações psicossociais sobre a rede de proteção à infância e à adolescência 1583 Eixo 11. Políticas educacionais e lógica privatista: reflexões e enfrentamentos ........................................ 1584 A adolescência: Fase critica do desenvolvimento humano para constituição da identidade ........................1585 A relação da afetividade no processo de aprendizagem ................................................................................1587 Contar e Recriar: A engenhosidade infantil ....................................................................................................1588 Estagio em Psicologia Educacional e as Dificuldades diante do Modelo Escolar Tradicional ........................1589 Possibilidades de atuação em Psicologia Escolar: Relato de Experiência ......................................................1590 Rodas de conversa: vamos falar sobre o nosso cotidiano? ............................................................................1592 Um olhar sobre as diferentes formas de educar na educação do campo ......................................................1593 Eixo 12. Territorialidades e modos de vida: atuação e pesquisa em Psicologia Social na cidade e no campo .............................................................................................................................................................. 1594 A produção da identidade de um estudante do ensino médio de uma escola do campo .............................1595 A transversalidade da Redução de Danos (RD) como dispositivo agenciador de processos de subjetivação no contemporâneo ..............................................................................................................................................1596 Adolescer no território e efetivação de direitos: experiências instituintes no campo da extensão ..............1598 Contribuição das Representações Sociais para a pesquisa geográfica: Uma revisão conceitual ...................1599 Narrativas de Imigrantes Latino-Americanos: suas vivências na Região Metropolitana de Campinas ..........1601 Promoção da apropriação do espaço pelas novas gerações no distrito de Bonfim Paulista (SP) ..................1602 Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosa-experiência em comunidade rural ........................................................................................................................................................................1603 Psicologia e Políticas Públicas na Assistência Social: Desafios e Implicações da Prática ...............................1604 Reflexões de gênero para a sustentabilidade: avanços e desafios ................................................................1605 TERRITÓRIOs: DO CONCEITO, DA INVENÇÃO, DO PEDAÇO DE TERRA Experimentações da Psicologia na Atenção Primária ............................................................................................................................................1606 Eixo 13. Laicidade, Estado e fundamentalismos: enfrentamentos contra a restrição dos direitos .............. 1608 O que há de errado com a psicologia cristã? ..................................................................................................1609 OsàƌetƌoĐessosàdaàeduĐaçĆoàdiaŶteàdaà͞ŶĆo͟àlaiĐidadeàdoàestado ................................................................1610 Categoria Minicurso ..................................................................................................................... 1612 A desigualdade de gêneros no esporte ..........................................................................................................1613 A Violência contra as Mulheres Desde a Psicologia Histórico-Crítica ............................................................1615 As contribuições de Nise da Silveira para a clínica das psicoses em caráter antecipatório à desinstitucionalização: uma leitura psicanalítica. ..........................................................................................1619 Autocrítica e crítica social na adolescência: estudo à luz das ideias de L.S. Vigotski .....................................1621 Contribuições do feminismo descolonial para uma escuta psicológica na atenção humanizada ao abortamento ...................................................................................................................................................1624Diálogos entre a Psicologia e a Criminologia: Reflexões Sobre a História da Psicologia do Testemunho no Brasil ...............................................................................................................................................................1629 ECONOMIA SOLIDÁRIA: enfrentamento e crítica do capital em direção a uma laboralidade criativa e livre 1632 Enredar para cuidar e transformar: articulações em direitos humanos, e psicologia para crianças e adolescentes. ..................................................................................................................................................1635 Entre o espetáculo e simulacros: impactos psicossociais da espetacularização no mundo contemporâneo ........................................................................................................................................................................1637 Exploração sexual e pedofilização: tensionando os limites entre violação e proteção a crianças e adolescentes ........................................................................................................................................................................1641 Grupo como dispositivo e tecnologia na atenção psicossocial: pratica de cuidado em saúde mental. ........1645 Justiça Restaurativa: práticas insurgentes e democracia no campo da Justiça .............................................1648 Mídia Hegemônica e Poder Simbólico: notas para a compreensão da adesão ao autoritarismo no Brasil contemporâneo ..............................................................................................................................................1650 O Feminsmo Classista como Estratégia de luta contra o machismo: partindo do Coletivo Feminista Classista Heleiet Saffioti ................................................................................................................................................1652 Os atos da fala: uma proposta de análise de dados em pesquisas em Representações Sociais ....................1654 Prácticas intelectuales indígenas, afrodiaspóricas y campesinas: decolonialidad del ser, del saber y del poder ........................................................................................................................................................................1656 Práticas comunitárias: subsídios para a garantia da pluralidade, diversidade e dos direitos humanos ........1658 Psicologia e questões trans: implicações ético-políticas diante de interpelações (cis)normativas ...............1660 Psicologia Social e Criminologia Radical: contribuições críticas .....................................................................1663 Reflexões sobre a humanização do parto ......................................................................................................1665 Resistir e re-existir: a práxis de psicólogas na mediação de presos para o exame crítico da realidade ........1671 Sobre os internamentos contínuos e estratégias ético-políticas de enfrentamento em tempos de exceção ........................................................................................................................................................................1673 Territorialidades e Vínculos: Articulações entre os estudos pessoa-ambiente e a psicologia social comunitária ........................................................................................................................................................................1675 ͞ádoeĐiŵeŶtoàĠtiĐoàeàĐotidiaŶoàdeàedžĐeçĆo:àƌuptuƌasàŶeĐessĄƌiasàpaƌaàeŶfƌeŶtaŵeŶtosàdeŶtƌoàeàfoƌaàdeàŶſs͟ ........................................................................................................................................................................1677 1 Categoria Comunicação Oral - GTs 2 GT 01 | A afetividade ético-política na construção de processos democráticos e participativos 3 A Psicologia entre o afeto e a emoção: considerações críticas à uma práxis transformadora do espaço educacional Autores: André Gustavo Imianowsky, FURB; Carla de Almeida Vitória, FURB-Blumenau E-mails dos autores: agiwsky@gmail.com,psicarlavitoria@gmail.com Resumo: Dos encontros semanalmente realizados na disciplina de Psicologia Educacional II do 7º semestre de Psicologia da Universidade Regional de Blumenau, iniciou-se a discussão quanto à formação do profissional da Psicologia e os desafios da atuação no âmbito escolar. Na ocasião, construiu-se a proposta de um trabalho que contribua à reflexão do contexto escolar no processo de aprendizagem e desenvolvimento. Como um ambiente de constante interação e construção de vínculos, insere o infante e o adolescente numa rede de singularidades que permite o contato com a adversidade humana, aportando, ainda, o constructo psicológico no encontro com a transformação intelectual, social e cultural. Acredita-se desta forma, que o Grupo de Trabalho A afetividade ético- política na construção de processos democráticos e participativos, seja o espaço que permite a discussão e compreensão dos estudos da afetividade e a contribuição quanto às manifestações vivenciais afetivas no contexto escolar. Objetivo: Desse modo, o trabalho proposto busca problematizar as experiências vividas, influenciadas pela afetividade e pelas emoções e o modelo de educação conservadora, voltada apenas à realidade exterior como habilidades e técnicas , perdendo de vista os efeitos nocivos de uma prática ausente de afetos no espaço escolar. Considera-se, ainda, a urgência de se pensar a potência de vida, conforme referencial exposto abaixo, atrelada aos processos de desenvolvimento cognitivo, social e cultural. Compreendemos a necessidade de demarcar com rigor metodologias e teorias que subsidiam o fazer de uma Psicologia que possa efetivar-se como prática transformadora. Método: Partindo do levantamento de artigos publicados na plataforma SciELO e relatos das experiências de educadores, notamos que existe uma lacuna quanto a importância da percepção acerca das emoções e da afetividade enquanto aspectos de transformação das atividades de imaginação e criação e como fator de mediação na apreensão da dinâmica e desenvolvimento humano na educação. Para tanto, o estudo se deu através do método histórico- dialético e recuperou-se o referencial teórico de dois autores: a) Lev Vigotsky num cenário de mudanças propôs a construção de uma Psicologia para atender um mundo em transformações. Na obra Imaginação e criação na infância, o autor recupera a urgência de se pensar que, imaginação e criação, fundamentais para a existência humana, se alicerçam sobre as experiências vividas pela criança e que são influenciadas pelas emoções; b) Num outro momento e outra época, Espinosa lança sua obra intitulada Ética, na qual supera o dualismo cartesianoda divisão corpo-mente, com a reflexão de um Ser de afetações, no qual este afeta e é afetado pelas relações no mundo. Discute-se nessa intersecção, o espaço escolar como um lugar de possibilidades interdisciplinar entre o fazer e o saber psicológico e pedagógico, atrelado ao desenvolvimento humano, relações sociais, visão de mundo e sociedade, sob o prisma histórico-dialético entre o sentido e o vivido, trilhando novas significações da construção da subjetividade. Conclusão: O diálogo entre Vigotsky e Espinosa, permitiu a reflexão sobre as experiências e os encontros como a criação da condição humana e reconhecer que tais fatores desdobram o modo de ser no mundo por meio da alteridade, da dialética, das emoções e afetações. Assim, este trabalho visa contribuir para o debate ético-político da formação de profissionais psicólogos compromissados com a constituição dopsiquismo entre o sentido e o vivido. Também observa a contribuição para a formação de pedagogos acerca da apropriação desta importante parcela do conhecimento, desde uma práxis que esteja voltada à superação das práticas normativas de uma educação como mercadoria até o exercício diário em criar condições e possibilidades de integração e formação de constructos junto às crianças. 4 Adaptação em Piaget, Cotidiano em Heller e Maffesoli: para compreender um sujeito crítico, afetivo e transformador Autores: Elizabeth Lima, UEM E-mail dos autores: elima@uem.br Resumo: O presente trabalho socializa as reflexões iniciais de uma pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual de Maringá PR, na área da educação e psicologia, e nos estudos do desenvolvimento humano e seus processos cognitivos. De fundamentação metodológica hermenêutica psicológica, busca apreender os conceitos de adaptação de Jean Piaget, e de cotidiano de Agnes Heller e de Michel Maffesoli e, se/e como - podem ser articulados entre si e com as possibilidades de se pensar um sujeito crítico, afetivo e transformador. Um estudo de fundamentação metodológica hermenêutica de acordo com Jose Antônio Damásio Abib é aquele que visa esclarecer, interpretar o sentido do texto e busca revelar possíveis outros significados. A partir de um corpus teórico delimitado, realizamos aproximações entre os autores, evidenciando os diferentes referenciais epistêmicos e sóciohistóricos. O conceito de adaptação representa o núcleo da teoria construtivista de Jean Piaget sobre o conhecimento humano, e o processo de equilibração; é um aspecto da epigênese; de base biológica, que depende do meio, do social para sua própria realização. O conceito de início significa inter-ação sujeito-meio e, como em uma espiral é reelaborado, a ação material é espacializada em mental reversível e móvel (operações) e o real espacializado em virtual, torna-se um dentre os possíveis. A adaptação alcança níveis de equilibração mais complexos e rigorosos, é a lógicaformal, mas compreende estados mais gerais da consciência, de menos controle e rigor com relações de implicações significantes. O conceito de organização é a adaptação em curso, é a função reguladora do intelecto: em termos estruturais faz a relação entre totalidade/ partes; em termos dinâmicos, é energia e afeto regula a relação ideal/valores. O conhecimento não se constrói independente da rede de significações e valores do meio. O conceito de cotidiano de Agnes Heller corresponde às atividades do dia-a-dia, o rotineiro, o pensamento e conhecimento mais espontâneos, realizados sem grandes reflexões por parte do sujeito. Tem a característica da heterogeneidade, generalização, praticidade, opera por analogia às experiências anteriores e por probabilidade, tem como princípio estar correto e ser verdadeiro. Presta-se à adaptação do sujeito a sociedade: na assimilação do manuseio dos instrumentos produzidos pela cultura; na assimilação das próprias relações sociais, da linguagem, da comunicação, dos valores. É a esfera que mais se presta à alienação, mas não é só alienação. O sujeito nasce na cotidianidade, numa muda unidade vital de particular e genérico humano. Os grupos, as integrações e não o indivíduo sozinho representa o humano genérico; entretanto, as necessidades humanas são sempre sentidas e conscientes como necessidades do eu, que é único e irrepetível. Na sociedade moderna o indivíduo é relativamente livre para a escolha, o saber ligado à ação, ou seja, a práxis, vai possibilitar ao indivíduo a condução da vida, apropriar-se a seu modo da realidade e impor a ela a marca de sua personalidade. Michel Maffesoli considera a aura de cada época remetendo à coletiva que ultrapassa a atomização individual: a teológica na Idade Média, a política no século XVIII, a progressista no século XIX, a estética na contemporaneidade, possibilitando ou sugerindo encontros diversos de elementos que remetem à pulsão comunitária, à perspectiva mística e à ecológica. A centralidade subterrânea informal, que existe aquém e além das formas instituídas na sociedade, constitui o cotidiano, pode ser dominante, e assegurar a perdurância da vida em sociedade. A despeito do narcisismo e individualismo dos tempos pós-modernos, destaca a necessidade de prestar atenção na potência subterrânea, na rede de relações, nos agrupamentos, nas tribos, que caracterizam as massas, seu modo de ser e viver, que revela o que lhe é próprio: a socialidade, a perdurância, a resistência. Existe uma união e uma indiferenciação entre o sujeito e o grupo e destes com a natureza e a forma dessa relação em pontilhado, não necessariamente individualizante, própria da modernidade; expressa a forma relacional da massa; a lógica da fusão. 5 Esse apelo aos pequenos grupos, essa forma de relacionarse pela fusão, é a forma intuitiva que a massa, o povo encontrou para se proteger, se preservar? É a necessidade de proteção, afeto, que o homem pós-moderno, no seu cotidiano, intuitivamente está buscando? Qual o valor do afeto na sociedade hoje? Qual o valor dado ao afeto nas práticas educativas, nas práticas escolares para a construção do conhecimento? A despeito das diferenças que devem ser aprofundadas, os estudos pregam: a não cisão de cotidiano e não cotidiano, de adaptação para a conservação e para a resistência e a transformação social; a integração das diferentes formas de conhecimentos e seus diferentes aspectos, social e afetivo teórico e prático; a necessidade de se considerar as diferentes linguagens que constituem e dão expressão ao conhecimento, contextualizar o saber as vivências do contexto do aluno, recreativas, artísticas, ampliando o universo das significações. 6 Adolescentes Acolhidas e seus Afetos: o que temos com isso? Autores: Laura Ferreira Lago, UEM; Ana Céli Pavão, UEM; Eduardo Augusto Tomanik, UEM; Regiane Cristina de Souza, UEM E-mail dos autores: lalago@hotmail.com, anacelipsicologa@hotmail.com, rcsouza.psicologia@gmail.com, eatomanik@gmail.com Resumo: As práticas em instituições que trabalham pela proteção integral de crianças e adolescentes levaram-nos a conhecer e questionar as vivências dos adolescentes em situação de acolhimento institucional que, ao completarem a maioridade, são desligados da instituição e devem estar preparados para uma vida independente. Observamos que os adolescentes quando desligados não tinham lugar para morar, apresentavam dificuldades de relacionamento e socialização e não estavam preparados financeira, profissional e emocionalmente para a vida autônoma. Em busca de conhecer melhor estes adolescentes utilizamos como base teórica as noções de desenvolvimento e afeto elaboradas por Vigotski (1934/2001, 2000), Heller (1993) e Maturana (1998/2001) que convergem na ideia de que o desenvolvimento humano é possibilitado pelas interações sociais e influenciado pelos afetos vividos. Heller (1993) ressalta como são importantes as informações contidas na construção dos afetos. O objetivo de nossa pesquisa foi investigar os afetos vividos por adolescentes em vias de serem desligadas do acolhimento institucional no município de Londrina/ PR, tendo como principal fonte suas histórias de vida. Considerando que os conhecimentos sobre as manifestações e vivências afetivas são fundamentais para a compreensão dos demais processos psicossociais, relacionamos este relato ao Grupo de Trabalho (GT) A afetividade ético-política na construção de processos democráticos e participativos. O mesmo motivo direciona nossa comunicação ao Eixo Temático Psicologia Social: questões teóricas e metodológicas na pesquisa, produção de conhecimento e/ou intervenções. Na fase de campo da pesquisa realizamos a análise qualitativa de informações coletadas por meio de entrevistas semidiretivas. Os encontros com as adolescentes e o contato com suas históriasde vida possibilitaram o estabelecimento de conexões entre suas vivências individuais e eixos analíticos como: afetos e situações, afetos e relações, afetos e convenções sociais; vivências afetivas e experiências de vida. Por meio dessas conexões constatamos a complexidade do campo dos afetos e sua multidimensionalidade, o que nos leva a considerar que a compreensão daqueles processos só se torne possível se considerarmos não apenas a individualidade mas também a realidade cotidiana e sociocultural de cada sujeito, além das representações individuais e sociais que ele desenvolve, adota e compartilha sobre sua realidade. Os afetos são situacionais, isto é, produzidos e vivenciados a partir do que o mundo oferece, das circunstâncias e das condições efetivas podendo, por isto, ser alterados e transformados. São, ao mesmo tempo, relacionais, constituídos a partir dos contatos e vivências que estabelecemos com os outros. Além disso, são convencionalizados, uma vez que sua construção passa pelas normas sociais que regem cada cultura, que são aprendidas e compartilhadas. Muitas vezes, os afetos tal como convencionalizados nos parecem ou são considerados como mais reais ou aceitáveis que aqueles que vivenciamos. Com isso, nossos repertórios afetivos vão sendo marcados pelas condições concretas que vivemos e pelos vínculos que tecemos, podendo ser transformados por intermédio daquilo que aprendemos e vivenciamos. Além das precárias condições econômicas e sociais em que vivem, as jovens que participaram de nossa pesquisa são afetadas também por limitações afetivas e relacionais. Acolhidas, as instituições conseguem suprir suas necessidades materiais e sociais, porém não vêm conseguindo alterar o quadro de suas limitações afetivas e relacionais, já que encontram dificuldades em proporcionar relações que lhes permitam vivenciar e assim aprender a compartilhar afetos positivos e mais variados. Precisamos admitir, antes de mais nada, que pessoas como nossas entrevistadas e seus familiares foram e continuam sendo socializados de acordo com os saberes, os modos de agir, sentir e relacionar-se próprios de uma parcela numericamente muito ampla de nossa sociedade, que nós insistimos em não reconhecer como produto de uma construção coletiva da qual fazemos parte. Além disso, insistimos em imaginar que eles são muito diferentes de nós. Relutamos em aceitá-los como nossos iguais, contra todas as evidências, por várias razões. Entre outras, porque isto nos permite lançar sobre eles as 7 responsabilidades sobre suas condições e sobre tudo o que parece, para nós, como inadequado; por que isto nos livra do desprazer de ter que admitir que, como membros da mesma sociedade, somos coprodutores e mantenedores daquelas condições e daqueles hábitos e, talvez acima de tudo, por que tratando-os como diferentes, criamos uma divisão imaginária que nos permite não encarar o fato de que muitas das condições que atribuímos a eles, como o imediatismo, o individualismo e as relações puramente instrumentais são, talvez, a marca maior de toda a cultura atual, a nossa marca. Foram afetos negativos os que mais apareceram nas entrevistas e os que se repetem e se ampliam em suas histórias de vida. Rejeição, abandono, desamparo, vivências que se reiteraram a cada nova relação que experienciavam. Para transformar essas vivências em afetos positivos, potência de vida, precisamos falar sobre eles, visando proporcionar relações que permitam ao sujeito aprendê-los, vivenciá-los e compartilhá-los. 8 As estratégias da educação popular na atuação da ITCP-USP em uma cooperativa de catadoras de materiais recicláveis Autor: Danilo de Carvalho Silva E-mail: contateodanilo@gmail.com Resumo: Desde sua criação, a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP (ITCP-USP) propõe a educação popular como base metodológica de suas práticas. Por isso, este trabalho tem como objetivo apresentar estratégias da educação popular presentes na atuação da ITCP-USP a partir da sistematização de experiências vividas durante as formações e vivências realizadas em uma cooperativa de catadoras de materiais recicláveis da zona leste do município de São Paulo no período de 2014 a 2015. A metodologia da sistematização em educação popular foi proposta por Oscar Jara, pela qual a teoria deve servir para organizar as experiências de intervenção em um campo. Para a realização da sistematização foram escolhidas três estratégias dos trabalhos em educação popular: o fortalecimento da organização coletiva dos trabalhadores; o reconhecimento dos saberes oriundo da experiência de trabalho; e a compreensão das necessidades e interesses dos trabalhadores. A partir da contextualização histórica dessas três estratégias foram escolhidas cenas vividas durante a atuação da ITCP-USP em uma Cooperativa de Reciclagem que expressam a presença dessas estratégias da educação popular na atuação da ITCP-USP. Como efeito do fortalecimento da organização coletiva quando propusemos a formação de um regimento interno as cooperadas tocaram na questão das faltas. Naquele momento uma das cooperadas começou a desabafar em tom de revolta. Por ser uma cooperada que encontrava dificuldades de estar presente na cooperativa em função das tarefas domésticas e da necessidade de cuidar dos filhos, suas constantes faltas levaram outra das cooperadas, incomodada com as dificuldades pelas quais a cooperativa passava, a afirmar que se ela continuasse faltando teria que deixar a cooperativa. No entanto, por ter uma longa história dentro da cooperativa, aquilo a deixou ofendida, ainda que reconhecesse que seu compromisso estava aquém do esperado. Percebíamos que durante a formação que, em função da nossa presença, se sentiu confortável para se abrir e falar sobre seu incômodo. No que diz respeito ao reconhecimento dos saberes oriundos da experiência de trabalho a nossa convivência com as cooperadas nos proporcionou o aprendizado sobre o processo de separação de resíduos. Dessa forma, aprendemos, por exemplo, que o plástico canela remete a origem do material, cuja liga do material é produzida pela canela. Outro exemplo é a variedade de materiais plásticos, tais como PET, PEAD, plástico duro, dentre outros, cujas classificações estavam para além dos produtos com os quais estamos familiarizados, tais como sacolas e garrafas, configurando um saber técnico que, em muitos momentos, passa despercebido, inclusive, para as catadoras. A compreensão das necessidades e interesses das catadoras se fez presente, por exemplo, na formação sobre remuneração em cooperativas, propondo uma formação a partir dos conhecimentos que traziam sobre valores dos sacos de resíduos e as quantidades que precisavam vender para alcançar as metas que almejavam. Concluindo, a conquista da adesão a participação, seja no exercício da cidadania e no governo da cidade, seja na administração de uma cooperativa, envolve uma das principais necessidades subjetivas do ser humano que é o sentimento de reconhecimento. Esse reconhecimento está no sentimento de visibilidade enquanto garantia de participação no grupo, como vimos com a cooperada que frente a possibilidade de expulsão reivindica o reconhecimento da história que construiu na cooperativa. Por isso, a educação popular traz a compreensão de que ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, os homens se libertam em comunhão. Se o sindicalismo apareceu até meados da década de 1980 como principal meio de organização coletiva, a partir do final da década de 1980 o cooperativismo aparece como forma de organização de trabalhadores cuja marginalização do desemprego não lhes permitia nem a adesão aos sindicatos. Nesse sentido, educação popular traz estratégias para promover essa visibilidade, apresentando vias de reconhecimento dos saberes decorrentes da própria experiência de trabalho, em vez de um reconhecimento que sevolta para o saber formal. Observamos ao longo dos trabalhos na cooperativa que as formações e a convivência, como em momentos na separação de resíduos ou em momentos em que ajudávamos na arrumação da cooperativa, elas nos ensinavam sobre o processo de separação. Desta forma, o processo formativo se deu tanto durante as formações quanto em momentos que deixávamos o lugar de educadores para estar e aprender com o cotidiano de trabalho das catadoras. A contribuição 9 da atuação da ITCP-USP no processo de emancipação da cooperativa pode ser visto pelo diálogo com as cooperadas menos participativas. Quando levávamos nossas dúvidas sobre os processos de gestão da cooperativa elas passaram a assumir uma postura mais ativa ao trazerem respostas e se mostrarem mais conscientes sobre os processos. Quando se compreende o empreendimento econômico solidário como aquele que considera outros aspectos para além dos meramente econômicos, o cooperativismo social aparece como ferramenta para a criação de espaços de socialização das questões referentes ao cotidiano de trabalho. Esse movimento de discussão pública dessas questões fortalece a busca e a concretização de objetivos comuns. 10 Fomentação de grêmios escolares: por um Teatro Social dos Afetos Autora: Kelly Cristina Fernandes, PUC-SP E-mail: kellydibertolli@gmail.com Resumo: A proposta é debater sobre a utilização do teatro como instrumento de mobilização e emancipação através da experiência de estimular a criação de grêmios nas escolas públicas da periferia de São Paulo. Atividade solicitada pelo governo do município, com o objetivo de enfrentar o alto índice de violência nas escolas, entre os alunos e entre seus professores, por meio do estimulo a participação social e política. O grêmio escolar é um espaço dentro das escolas de construção de uma gestão democrática, sendo conduzido de maneira que estes exerçam sua cidadania e protagonismo de forma crítico-reflexiva. No projeto, durante quatro anos, participaram 23 escolas públicas e 45 professores, cada escola desenvolveu alguma atividade utilizando o teatro como fomentador de discussões. Em cada escola havia um grupo composto de 6 a 30 jovens. Os jogos e exercícios praticados tinham como objetivo desmecanizar ações, emoções e pensamentos, inclusive aqueles proporcionados por traumas. Os temas das cenas surgiam coletivamente no trabalho. Os temas recorrentes eram: bullying, violência, abuso sexual, assédio, homofobia, abandono e rejeição por parte dos pais e violência doméstica envolvendo drogas. Ficou perceptivel o ciclo das opressões dentro do ambiente escolar, onde os opressores e os oprimidos não ocupam lugares fixos, mas se misturam e se transmutam. Muitas vezes uma pessoa que era opressora em uma situação, era oprimida em outra. O mesmo garoto que é acusado de bullying na escola, sofre violência de diferentes formas fora dela. Os traumas, rejeições e abandonos de origens diversas afetam emocionalmente os jovens que descobrem a linguagem da violência como uma maneira de se proteger e de extravasar a raiva que explode dentro de seus corpos. As escolas para esses sujeitos surgem não como um espaço para a elaboração desses conflitos, mas muitas vezes como um espaço também de exclusão. Nesse contexto, esta prática teatral configurou-se como um espaço transgressor, uma outra linguagem afetiva para discutir questões silenciadas no cotidiano escolar e potencializar a criação de novos espaços dentro da escola, onde outras formas de vínculos foram possíveis, tirando os jovens do lugar de aluno problema. Foi possível constatar que os jovens que praticavam atos opressores nas escolas sentiram-se acolhidos nos grupos, instituindo-o como um espaço onde podiam criar vínculo, sentir-se importante, pertencer a um coletivo, ao mesmo tempo que podiam refletir sobre suas vidas e emoções. Isso nos levou a refletir sobre os erros que as formas clássicas de controlar conflitos cometem. Não se trata de punir ou normatizar o agressor ou de proteger o agredido, mas de oferecer acolhimento e escuta afetiva a todos e tira-los desses lugares para possibilitar a busca de ideias adequadas e estratégias de superação de conflitos. Ficou claro, também que é fundamental não cultivar a raiva que a comunidade escolar sente dos agressores e nem a raiva que toma conta dos jovens agressores, uma vez que esses afetos motivam atitudes violentas. E o que é também importante , o teatro favoreceu o diálogo entre diversos atores da escola. O teatro aparece como instrumento que coloca em foco os conflitos, em lugar de encobri-los, e permite compreende- los como questões subjetivas e objetiva, paralelamente. Também coloca os participantes como singularidades que independente de serem protagonistas ou antagonistas estão envolvidas em um questão que tem contexto histórico, que tem uma gama de personagens que representam atores sociais envolvidos. As discussões advindas dessa prática teatral buscam os aliados e as potencias envolvidas na questão de maneira que sejam imaginadas alternativas para transformar o conflito. A palavra afeto presente no título do nossos trabalho tem muitos significados, porém para nós afeto é uma palavra da ordem do encontro, da interação, da experiência e da relação entre seres com o mundo e no mundo. Nosso referencial para o conceito de afeto é Espinosa, o qual compreende por afeto (...) as afecções do corpo, pelas quais sua potencia de agir é aumentada ou diminuída, estimulada ou refreada, e ao mesmo tempo, as ideias dessas afecções. (2009, p.98) As afecções do corpo e da mente não são representações cognitivas desinteressadas, pois se 11 fossem seriam experiências dispersas e sem sentido. Nesta prática as questões sócio históricas se relacionam com a teia de afetividades que tecem o cotidiano da comunidade escolar. Em suma, o teatro social dos afetos se trata de um manejo do teatro do oprimido que busca superar as dicotomias das relações expressas entre oprimido e opressor. A atuação em grupos com esta metodologia busca superar as dicotomias entre razão/emoção, mente e corpo, social e subjetivo. Se trata de dialogar sobre uma prática teatral que se destina ao trabalho com comunidades e grupos, que pretendam através da estética criar espaços de diálogo que objetivem o protagonismo dos participantes em um ambiente democrático. 12 Instituições Participativas como mecanismo de despolitização da democracia brasileira Autora: Telma Regina de Paula Souza, UNIMEP E-mails: trpsouza@uol.com.br Resumo: Em um percurso de estudos de mais de três década, por meio de pesquisas acerca dos sentidos da participação social no Brasil, temos problematizado a experiência democrática no contexto da instituição do Estado brasileiro como uma república democrática de direitos, em tese, uma democracia plural que deveria conjugar a representatividade parlamentar com a participação social semi-direta, nomeada como democracia participativa, estreitamente articulada com o Poder Executivo. Entendíamos que os espaços públicos que foram se constituindo para o exercício dessa democracia participativa representavam uma grande conquista dos movimentos sociais e institucionais ativos na década de 80 do século XX, que conseguiram levar suas demandas para a Constituição Brasileira. Naquele momento, sem dúvida, a abertura democrática estava posta e o Estado se ajustou aos princípios internacionais que orientavam as normativas para a garantia dos direitos humanos por meio de declarações, tratados, cartas, convenções e pactos, formulados por instituições criadas para esse fim. Espaços públicos para o diálogo da sociedade civil organizada e o Estado foram criados e, gradativamente, foram se formatando na lógica gerencial que legalizou esses espaços como Instituições Participativas (IP) e contribuiu para querepresentantes da esquerda política assumissem lugares nas esferas do poder executivo e legislativo, primeiro em âmbito mais local, nos municípios, e depois no governo federal, com a eleição de Lula para presidência do país. Apesar dos limites na efetivação das normativas para a garantia dos direitos humanos, parecia que tudo estava caminhando como deveria ser: os representantes das partes atuando nos parlamentos e nas IP para a garantia dos interesses das partes; até que parte das partes não aceitaram mais compartilhar. O que ocorreu para chegarmos onde estamos? Esse é o desafio analítico que temos que enfrentar e trazemos para o debate algumas questões nessa direção. Primeiro é necessário entender o desenho democrático brasileiro pós Constituição de 1988, para podermos entender os significados da participação social nesse contexto. Na dimensão da democracia representativa, efetivada pelo direito político de poder eleger e ser eleito, que não é o foco de nossa discussão nesse momento, destacamos que tivemos sim a experiência da inclusão de outros personagens nos cenários legislativo e executivo, além dos tradicionais representantes da elite brasileira, mas, numericamente, nunca foram a maioria e podemos entender que sofreram o fenômeno conhecido como aculturação, assimilaram as práticas históricas da elite governante, representando interesses das partes, mais propriamente, interesses privados e não públicos, por meio de processos de identificação com o inimigo ou pela sedução de se manterem em lugares de poder. Nesse contexto também destacamos a presença de elites de outra natureza, não só a colonial e patrimonial, as elites intelectuais, muito necessária para a produção de uma linguagem refinada, sociologicamente crítica e ajustada a linguagem normativa internacional dos direitos humanos, também ocupando lugares de assessoria para diversas finalidades, inclusive para capacitar a participação social e para criar mecanismos para a institucionalização dos espaços públicos, transformando-os em IP. Isso implicou na seleção velada dos que deveriam ocupar tais espaços e é essa questão que nos interessa e que temos discutido em diversos contextos, o que entendemos como um fenômeno de despolitização da democracia brasileira, por meio da própria democracia. Dos espaços participativos, legitimados na ordem democrática brasileira, não fazem parte os desqualificados, que inclui múltiplas características (de anomia a criminal), e esses nem reivindicam a parti(cip)ação, pois não se reconhecem como parte. Os que querem parti(ci)par devem se ajustar ao desenho institucional das IP ou se contentarem em significarem uma metáfora da democracia liberal, sem terem consciência disso. As IP, em que pese articuladas ao Executivo, caminham ao largo dos espaços de efetiva tomada de decisão, o que implica em, além de não produzirem impacto significativo na democratização do Estado e da própria sociedade, também não produzem impacto significativo nas políticas públicas que, no capitalismo, são estratégicas para a manutenção dos interesses econômicos da elite sem a produção de antagonismos. Até pouco tempo atrás, relativizávamos essas questões, entendidas como paradoxos superáveis em um processo de fortalecimento da sociedade civil organizadas, tratado como empoderamento social; mas hoje parece cada vez mais forte a ideia de que as conquistas pós 1988 foram 13 frágeis, pois não estão resistindo aos golpes que a tradicional elite vem promovendo no país. Entendemos que esse momento exige o aprofundamento de duas dimensões da política: a das instituições políticas, sejam as tradicionais (dos partidos aos poderes públicos) ou as IP; e das organizações sociais (dos movimentos sociais antagonistas às manifestações de massa que eclodiram a partir de 2013, comportando múltiplos sentidos) Parece que os modelos que estruturaram a participação social em todas essas dimensões se esgotaram e nos desafiam a ressignificá-los, enquanto isso, os que foram contados apenas como estatísticas (das vítimas aos criminosos) denunciam o fracasso dos modelos e a luta de todos contra todos. 14 Juventude e Cidade: Relação Entre Territorialidades e Subjetividade Autores: Rafael do Nascimento Monteiro, UFF-Volta Redonda; Adriana Eiko Matsumoto, UFF; Israel Oliveira Fialho, UFF-Volta Redonda E-mails: raflmiar@gmail.com,drieiko@hotmail.com,israelo.fialho@gmail.com Resumo: O artigo tem como objetivo discutir sobre as subjetividades que se constituem a partir de territorialidades, tentando entender a dinâmica que perpassa a vida dos jovens moradores de locais periféricos e sua relação com a cidade. A pesquisa foi feita em uma escola de Ensino Fundamental II de Volta Redonda na qual se realiza estágio com de psicologia com alunos da UFF/VR, sendo proposta como uma das atividades de estágio para os estudantes (de 11 a 14 anos) que participam do grupo estabelecido pelos estagiários. O bairro tem uma população majoritariamente negra que é sujeita a negligência estatal, sendo que apenas na criação do mesmo e por meio da luta dos trabalhadores por moradia houve efetiva participação do estado. Compreendendo cidade como movimento constante de reinvenção que engendra distintas formas de vida, não consideramos a separação que ela tem com a subjetividade pois há uma afetação constante que sempre será política. Nesse sentido, a subjetividade é sempre um movimento, sempre um vir-a-ser, uma constante relação que se constrói no território. Ter processos de subjetivação colocados em sua relação com o espaço e instituições nos demonstra uma construção de limites e mobilidades que se constituem sócio-historicamente, o que não significa sua estagnação, mas sim que dentro desses limites podem ser criadas relações de pertencimento ao grupo que não colocam em questão tais limitações. Para investigação nos utilizamos de metodologias intercruzadas que nos ajudam a compreender a relação dos jovens com a cidade em sua dimensão afetiva, significativa e circulatória. A primeira delas é a do mapeamento afetivo que tem como objetivo tornar os afetos, categoria que ultrapassa a compreensão cognitiva, tangíveis a partir do instrumento gerador de mapas afetivos, tendo a elaboração de desenhos como uma forma discursiva potencializadora da elaboração verbal da relação que se dá com o espaço. O segundo procedimento utilizado foi Minhas Bases de Apoio, que nos deu uma noção da circulação geográfica que os jovens têm no território, além dos vínculos que eles estabelecem no espaço em questão. No centro tem sua casa e em volta se tem quatro quadrantes (família, instituições, amigos e lazer) e esses se dividem em três, localizando o nível de proximidade. Modificamos as metodologias a fim de complementa-las e como a pesquisa aconteceu num grupo já iniciado que debatia questões levantadas pelos estudantes o processo necessitou de adaptações. Já se tinham algumas respostas para a pesquisa, porém, essa demonstrou sua importância por aprofundar o olhar para o campo, além de ser um analisador das possíveis intervenções planejadas no estágio. Ao se pensar em cidade para aqueles jovens, temos uma cidade que não é categoria abstrata colocada em comparação com o campo, mas sim, a cidade vivida ou desejada. O território se traduz nos locais onde moram ou gostariam de morar, pois neles se localizam as redes de afeto. Todos tem amigos que moram próximos e a maioria dos familiares também se encontra por perto. Quando não é esse o caso, tem-se o desejo de mudança a fim de ficar mais próximo dessa rede. É importante ressaltar, também, que mesmo em atividades realizadas em bairros mais distantes eles vão em grupo, por mais que seja tranquilo sair de noite sozinha para ir na rua ao lado sempre andam em grupo, só alguns rapazes não o fazem. A imagem de um ambiente tranquilo entra em contraste com a violência retratada imageticamentecomo uma arma e com o incômodo trazido pelo comércio tornado ilegal de substâncias consideradas ilícitas em espaço público. Concluímos, então, que apesar do confinamento produzido pelas pressões externas eles se mantém no bairro também pela conexão afetiva, existindo um senso de comunidade marcante na subjetividade dos mesmos, que se movimentam e encaram a cidade coletivamente. Isso tem efeitos geracionais, pois aqueles que saem de casa ao chegar à vida adulta ou por outros motivos acabam morando ao lado ou no bairro vizinho, mantendo um vínculo que constrói a dinâmica daquele local. O CORPO SOLTINHO: Considerando lacres instituídos pela sociedade de controle sobre o movimento dos corpos Autora: Jéssica Schuster Pereira, UFPel 15 E-mail: jessischus@gmail.com Resumo: Fala-se muito sobre um período entre o nascimento e a morte: a vida. O que faz existir essa delimitação de tempo é a existência de um corpo vivo: batimentos cardíacos, respiração, sangue circulando. O queridinho desta pesquisa é o corpo. O que é possível a um corpo sentir? Como é um sentimento? Como é a experiência de voltar a habitar o território do corpo pelo exercício de levá-lo para brincar? A partir de uma sensação de travamento que se reafirmava em meu corpo, de obstrução do movimento corporal, de vergonha, apareceu em mim o interesse de me sentir soltinha. Por que existem obstruções? O que é que pede passagem, mas é reprimido? O objetivo deste registro cartográfico é discutir sentimentos, sensações e percepções contatados a partir do meu próprio corpo, experimentando os limiares do movimento e os limiares das possíveis nuances sensoriais, o fluir do sangue e as suas possíveis obstruções. A exposição de ideias no meio acadêmico pela escrita cartográfica parece ampliar o espectro do potencial poético. O que esse escrito quer é ser um canal condutor de afetos. Segundo Barros e Kastrup o objetivo da cartografia é justamente desenhar a rede de forças à qual objeto ou fenômeno em questão se encontra conectado, para elas, cartografar é acompanhar processos e não um simples representar de objetos. Quero conhecer e explorar o mundo vivido de Heidegger, o registro do inconsciente expresso no corpo. Esse trabalho pode ser dado por terminado, visto que já transcrevi e registrei corporal e fotograficamente algumas experiências que já são gigantescas em conteúdo. Trago um estudo que não se finaliza, mas cuja função é a de trazer questionamentos infinitesimais. Aquela história de rizoma. Um local de muita força instituinte para me alimentar e criar novos caminhos corporais/neurais é a OCA Ocupação Coletiva de Arteirxs. Para se ir ao desconhecido é necessária muita coragem, muita energia vital. Falar sobre energia vital parece misticismo, mas energia vital é simplesmente o nível de saúde do corpo, a quantidade de tempo que ele ainda pode funcionar plenamente. A potência de vida para Nietzsche. Talvez libido ou pulsão de vida para a psicanálise. Sentir-se vivo para o senso comum. Sentir o coração batendo, sentir-se corajoso, sentir-se energizado. Rebolar, relaxar, alongar. Já para o trabalho e a organização do tempo de vida (tempo de corpo): corpo dócil, de Foucault. E os modos de vida que permeiam a OCA são bem curiosos para o que eu entendo por senso comum. Quem anda por lá parece ser um pouco mais soltinho. Wilhelm Reich fala sobre processos bioenergéticos e sobre o encouraçamento do corpo. Interessante notar que as pesquisas e o próprio corpo de Reich foram perseguidos. Reich morreu numa prisão. E a OCA tem livros sobre esses assuntos, sobre anarquismo, sobre sexualidade, sobre tabus, sobre espiritualidade. E eu questiono: o que é tabu? Vários territórios estão sendo percorridos nestes experimentos: praças, faixas de segurança e sinaleiras, salas de aula, qualquer local em que meu corpo se encontra, aeroportos, aviões, a OCA - meu quartel general, enquanto meu quarto e a mesa do computador são o berço do meu sacro ofício filosófico. Os instrumentos dispositivos variam: bolinhas de malabares, clave, argolas, tecido acrobático, trapézio, bambolê, tintas para o rosto, muita coragem, pessoas soltinhas e companheiras. Os registros partem de um diário de campo, de algumas fotos, até de entrevistas com algumas pessoas que frequentam a OCA falando sobre o local, sobre o tema do corpo e sobre o que mais pedir passagem. Comecei a frequentar a OCA em maio de 2017 através do projeto Multiversidade de Aprendizagens Livres da OCA, em que faço estágio pela UFPel. O projeto oferece atividades como oficinas de performance, dança Butôh, oficinas de cerâmica, rodas de conversa, grupos de estudo, oficina de circo, apresentações musicais e culturais, BiblietOca (biblioteca da OCA), herbário e o que quiser ser proposto por pessoas que queiram compartilhar conhecimento sem pagar por isso, sem transações burocráticas, sem certificações. 16 Esse trabalho faz parte do grupo de pesquisa TELURICA (Territórios de Experimentação em Limiares Urbanos e Rurais: In(ter)venções em Coexistências Autorais). O TELURICA é um grupo de pesquisa que produziu um projeto guarda- chuva intitulado Problematizações Limiares Psicossociais no Ensino, Pesquisa e Extensão da Psicologia e áreas afins na UFPel. Este projeto prioriza por convergir as inquietudes de graduandos em suas práticas de ensino e extensão, propondo investigações e in(ter)venções em limiares urbanos e rurais. 17 Os afetos a partir de uma perspectiva da Psicologia Social Autores: Eduardo Augusto Tomanik, UEM Elizabeth Lima, UEM E-mails: eatomanik@gmail.com, elima@uem.br Resumo: Este relato não envolve o desenvolvimento de um projeto específico de pesquisa, mas um esforço mais amplo que visa a produção de avanços teóricos sobre o campo dos afetos, visando instrumentar a atuação de profissionais da Psicologia ou não em busca de modos de estabelecimento de melhores relações inter e intrapessoais. Por esta busca de aprimoramento teóricos, o relato pode ser enquadrado no Eixo Temático: 7. Psicologia Social: questões teóricas e metodológicas na pesquisa, produção de conhecimento e/ou intervenções. Já pelo tema central dos estudos, o relato pretende ter espaço no Grupo de Trabalho sobre a Afetividade ético-política na construção de processos democráticos e participativos. Um projeto de longo prazo, denominado Psicologia Social dos Afetos vem sendo desenvolvido essencialmente mas não apenas por profissionais e estudantes ligados à Universidade Estadual de Maringá, reunidos no coletivo denominado Hera Grupo de Estudos em Psicologia Social dos Afetos. Este projeto amplo tem a intenção de abrigar e de dar origem a vários outros projetos específicos que, em seu conjunto, possibilitem a construção de novos conhecimentos e sugestões de ação dentro do campo amplo dos afetos. Diante da profusão de concepções teóricas sobre os processos afetivos, o Grupo vem efetivando a promoção de comparações, aproximações e confrontações entre diferentes abordagens teóricas já elaboradas sobre aqueles temas na Psicologia, em Ciências afins e na Filosofia, partindo da suposição de que estas aproximações devem possibilitar a elaboração de sínteses ou de críticas que resultem em aprimoramentos ou refinamentos teóricos. Além desta abordagem de cunho mais especificamente teórico e visando uma aproximação entre aspectos teóricos e empíricos, o Grupo vem incentivando e desenvolvendo também trabalhos que visam a obtenção de informações e a elaboração de análises sobre as formas como as emoções e sentimentos vêm sendo conhecidos, reconhecidos e vivenciados por grupos diferentes ou mesmo em épocas diferentes, partindo da suposição de que estes conhecimentos podem nos auxiliar a compreender o papel que os afetos vêm desempenhando e poderiam desempenhar em diferentes contextos sociais. Eventualmente, podem nos auxiliar também a perceber e a compreenderse e como os processos afetivos estão sendo direcionados e os possíveis resultados atuais ou futuros destes direcionamentos. Partindo deste delineamento básico, o Grupo vem elaborando e efetivando pesquisas enquadradas em duas vertentes complementares. A primeira delas, denominada Espeleologia dos Afetos, envolve projetos de cunho mais teórico, que visam o aprofundamento dos conhecimentos sobre os processos afetivos, a partir da análise, comparação, combinação e/ou confrontação de diferentes abordagens teóricas, tanto na Psicologia quanto em outras áreas do saber. Estes projetos vêm envolvendo e/ou envolverão a realização de leituras, análises e sínteses de obras de diferentes autores sobre o campo das emoções; a produção de textos, por autores convidados de diferentes áreas, sobre a temática geral ou sobre aspectos específicos dos afetos e a realização de análises comparativas entre as diferentes abordagens, visando o aprimoramento e o aprofundamento de aspectos conceituais e teóricos. A segunda vertente, voltada para a promoção de interações dos aspectos teóricos e empíricos, vem abrigando projetos que visam basicamente conhecer e compreender as Representações Sociais sobre os afetos elaboradas e compartilhadas por diferentes grupos sociais. Estes estudos envolvem a realização de levantamentos sobre os conjuntos de afetos conhecidos, as concepções sobre estes afetos e as práticas a ele associadas, em grupos sociais diferentes, na atualidade e mesmo em outros momentos históricos; a busca de mapeamentos e de compreensões sobre os nexos existentes entre os conhecimentos, concepções e perspectivas de ação contidos naquelas Representações Sociais e o contexto de vida do grupo, além da busca de compreensão das correlações entre os conhecimentos e concepções afetivos dos participantes do grupo e as relações que estes estabelecem entre si e com os demais componentes de seu ambiente social e físico. 18 De modo breve, os estudos efetivados até o momento vêm mostrando que, longe de processos simples e individuais, os afetos são complexos e multidimensionais. Envolvem tanto componentes individuais (experiências, caraterísticas, expectativas pessoais), circunstanciais (relacionados aos momentos e condições de suas ocorrências), grupais (os afetos conhecidos, admitidos e as representações sociais que o grupo compartilha sobre os mesmos) e culturais (que se expressam e são compartilhados através da linguagem e que ao mesmo tempo, delimitam os conjuntos e características dos afetos reconhecidos, possibilitam e direcionam o reconhecimento, as vivências, os momentos e os modos de expressão dos mesmos). Além disso, os afetos são sempre relacionais e resultantes de processos de aprendizagem e aprimoramento, tal como as denominadas capacidades e atividades cognitivas. Assim, necessitam e podem ser desenvolvidos a partir de interações sociais, o que abre perspectivas para sua transformação. 19 Participação grupal em uma comunidade afetiva: possibilidades para a construção e/ou ressignificação de projetos de vida de idosos Autores: Fernanda do Nascimento Pereira, UFSJ; Marcos Vieira Silva, UFSJ E-mails: fernandanp@outlook.com,mvsilva@ufsj.edu.br Resumo: Considerando importante estudos sobre o envelhecimento, investiga-se as possibilidades de construção e/ou ressiginificação de projetos de vida em idosos, tendo a afetividade como norteadora desse processo. Levando em conta os aspectos que afligem o idoso em seu processo de envelhecimento, bem como o preconceito e dificuldades diante suas limitações, Goldfarb, Barbieri, Gotter e Peixeiro (2009), afirmam que muitos idosos se defrontam com um grande vazio quando envelhecem, diante a sua impotência perante às perdas obtidas no decorrer da vida. Nesse contexto, uma posição de inércia, dificulta a mudança e uma possível perspectiva de futuro, levando o idoso a um vazio existencial, que reflete um vazio de significações e de novos sentidos para a vida. Muitas vezes, esse vazio também ocorre com a perda de um lugar social, pois não há a aceitação do lugar que a sociedade atribuiu ao idoso, ocasionando assim um sentimento de desamparo e vazio. Conforme Celich, Creutzberg, Goldim e Gomes (2010), há uma grande importância dos idosos desenvolverem relações sociais com os outros, sendo isso importante para o seu desenvolvimento pessoal, e sua existência. Para eles, é por meio do afeto e do carinho, que se sustenta uma amizade e se amplia uma relação, contribuindo para o seu sentimento de pertença a um grupo, podendo dar e receber apoio emocional, significativos para o processo de envelhecimento. Observando alguns idosos participantes de grupos em um programa da Universidade, percebeu-se que o seu perfil destoava de demais idosos da mesma geração, sendo que o vínculo que se formava nos grupos, desencadeava uma relação de cumplicidade, afeto e amizade. Será que participar de grupos que constitui uma comunidade afetiva, influenciaria na construção e/ou ressignificação de projetos de vida dos idosos? Para Halbwachs (2006), as lembranças compartilhadas com outros participantes do grupo, é que levam a uma pertença grupal, nomeada como comunidade afetiva. Sendo que, conforme Brandão (2008), é por meio do relato e partilha de experiências, que se observa uma nova comunidade afetiva, com possibilidades de uma reavaliação de projetos de vida. Assim, conforme Brandão (2012), a afetividade só é possível de ocorrer nos sentimentos ativos produzidos no bom encontro entre sujeitos, se tratando de uma afetividade ética e política, inconcebível sem a presença do outro. Para ele, há uma importância de se construir espaços sociais, que possibilitem uma construção subjetiva e de fortalecimento da individualidade e da sociabilidade. Objetivos: Compreender se e como a participação grupal em uma comunidade afetiva determina modos de construção e/ou ressignificação de projetos de vida de idosos. Método: Pesquisa qualitativa, que serão convidados sujeitos de uma cidade do interior de Minas Gerais, que tenham disponibilidade e vontade de participar da pesquisa. Critérios de inclusão: ambos os sexos; idade acima de 60 anos; idosos sem maiores perdas cognitivas identificadas; participantes frequentes aos grupos. Os grupos convidados a participar serão: um que realiza atividades físicas e psicológicas em uma universidade desse município; um grupo de universidade para a terceira idade, da mesma universidade. Após o envio e aceite da pesquisa pelo Comitê de Ética, a pesquisadora informará aos grupos sobre sua pesquisa e seus objetivos, e os idosos serão convidados para realizar uma entrevista individual semi-estruturada, na própria universidade, ou em locais de seus interesses. Em seguida, será realizada a transcrição das entrevistas, para uma análise de conteúdo. Resultados: Até o presente momento de submissão do resumo, a pesquisa encontra-se em andamento, sendo as entrevistas e suas análises realizadas em breve. Conclusão: Busca-se com esse estudo, auxiliar a população idosa na reflexão sobre possibilidades para essa etapa da vida, além fornecer subsídios para políticas públicas na consideração da ampliação de espaços, nos quais possam ser implantados projetos e perspectivas de vida, e serem discutidas novas possibilidades de inserção social por meio de projetos que envolvam os grupos de idosos, em que a afetividade possa aparecer de forma a agregar sentido para as possibilidades da vida. 20 Práticas Participativas e Afetividade Ético-Política: Construindo uma Agenda de Pesquisa Autores: Ana Paula Paes de Paula, UFMG; Marcia Prezotti Palassi, UFES; Rogério Zanon da Silveira, UFES E-mails: appp.ufmg@gmail.com, mprezotti@hotmail.com, rogerio.silveira@ufes.br Resumo: Nessa comunicação de pesquisa, pretendemos apresentar o escopo do Observatório de Práticas Participativas (OPP), descrevendo sua construçãoe intenções científicas e políticas, bem como assinalando uma significativa lacuna nas pesquisas abordadas: a ausência da afetividade ético-política como dimensão privilegiada nas investigações sobre a participação social. O OPP é um projeto em andamento, que buscar sistematizar do ponto de vista teórico e empírico, iniciativas que envolvem participação no âmbito da gestão pública, da sociedade civil e dos movimentos sociais, enfatizando sua importância no contexto da construção da esfera pública. Além disso, o projeto tem um caráter de acumulação e disseminação de conhecimento teórico e prático para o público acadêmico e leigo, pois tem um banco de dados de experiências participativas residente no site no Núcleo de Estudos em Participação e Subjetividade (NEPS) (www.nespufmg.com.br), que está aberto à consulta, além de ter entre seus propósitos a exposição de conteúdos sobre participação social em seu blog, abrangendo textos, artigos, entrevistas, documentários e vídeos curta- metragem. Do ponto de vista epistêmico e metodológico, o objetivo do OPP é sistematizar e analisar os elementos teóricos e empíricos relacionados às práticas participativas engendradas no âmbito da gestão pública, da sociedade civil e dos movimentos sociais, avaliando suas implicações para a construção das identidades grupais e para a subjetividade dos envolvidos. A primeira etapa do OPP, que abrangeu o período de julho de 2015 a julho de 2017, foi dedicada à construção de um banco de experiências participativas, elaborado a partir das pesquisas realizadas em âmbito nacional. Para selecionar qualitativamente os artigos consultados, utilizamos como critério, a partir do que foi constatado na literatura, as seguintes temáticas: participação social, orçamento participativo, conselhos, fóruns, conferências, audiências públicas e políticas públicas participativas setoriais (saúde, educação, habitação, meio ambiente, desenvolvimento local, entre outras). Partindo desse critério, durante este período realizamos um levantamento dos artigos em periódicos revisados por pares no Portal Capes, utilizando as seguintes palavras-chave: Participação Cidadã, Participação Comunitária, Participação Política, Cidadania, Democracia, Participação Social e Participação. Esse levantamento foi encerrado em 20/05/2016 e resultou em 603 artigos que foram lidos e categorizados para alimentação do banco de experiências, e estará disponível para consultas no link https://www.nepsufmg.com.br/banco-de-experiencias, contando com 233 experiências catalogadas. Além disso, também levantamos 75 artigos de cunho teórico, obtidos com as mesmas palavras-chave. Com a leitura preliminar desses artigos, constatamos também que o marco teórico da participação é interdisciplinar e tem um caráter de constructo em constante elaboração. Na segunda etapa do OPP, que abrangerá o período de agosto de 2017 a julho de 2019, pretendemos atualizar o banco de experiência e também nos dedicar aos aportes teóricos-analíticos que nos chamam atenção, em especial àqueles que têm efeitos nas perspectivas de mudança social no âmbito da Psicologia Social, como as identidades coletivas e a questão da subjetividade, recorrendo principalmente à abordagem histórico-cultural de Gonzalez Rey (2003). Nesse contexto, a afetividade ético-política como elemento que interfere na construção de processos democráticos e participativos, emerge de forma privilegiada, pois como aponta Brandão (2012), o homem modifica o mundo na medida em que confere significado a tudo que constrói coletivamente, com a mediação da comunicação intersubjetiva. Nesse sentido, a subjetividade é fruto de uma relação entre história, cultura e psique, que resultam em ações que se situam em um horizonte de sentido, permeadas pela afetividade e pela ética. Assim, ...revolucionário é o agir consciente e afetivo de sujeitos que transformam as suas realidades, não apenas em um momento político de ruptura, mas cotidianamente, através do encontro com outro (BRANDÃO, 2012, p. 178). O banco de experiências construído, que abrange as pesquisas empíricas, bem como os artigos teóricos obtidos com as mesmas palavras-chave, evidenciam que a afetividade ético-política é uma dimensão pouco explorada nas atuais investigações. Dessa forma, pretendemos nessa nova etapa do OPP, voltar nossas atenções para tal dimensão, buscando compreender porque a mesma vem sendo negligenciada nos trabalhos e construindo uma agenda de pesquisa para essa questão. À primeira vista, a afetividade se revela ainda como um tabu: na década de 1960, Adorno (2006) já admitia que a formação cultural requer amor, mas colocava isso com ressalvas, temendo ser interpretado equivocadamente como um sentimental. 21 Uma vez que estamos em um momento de delineamento da pesquisa e o OPP ainda se encontra na fase de desenvolvimento e implementação, não temos ainda conclusões, pois o nosso propósito é debater, expondo nossas principais ideias, subsídios teóricos e metodologias aplicadas, permanecendo receptivas para acolher sugestões e realizar parcerias que possam enriquecer e expandir nossas iniciativas. Referências: Adorno, T. A filosofia e os professores (1965). In ADORNO, T. Educação e Emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. Brandão, I. R. Afetividade e transformação social: sentido e potência dos afetos na construção do processo emancipatório. Sobral: Edições Universitárias, 2012. González Rey, F. Sujeito e Subjetividade: uma aproximação histórico-cultural. São Paulo: Pioneira Thompsom Learning, 2003. 22 Relações Dialógicas e suas implicações na vida de crianças acolhidas: um relato de experiência Autores: Mariana Silva Gomes, UNIFRAN; Thais Silva Cintra, UNIFRAN E-mails: m.hopian@gmail.com, thais_cintra@hotmail.com Resumo: A institucionalização de crianças e adolescentes tem estado presente durante toda a história da humanidade. No Brasil, a princípio, uma das formas em que se delineou foi através das rodas dos expostos ou enjeitados, onde os recém-nascidos eram abandonados na porta de santas casas e conventos, estendendo-se como orfanatos, caracterizando assim o cuidado delegado a instituições filantrópicas. Atualmente, com as políticas de proteção e cuidado orientados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, passou a ser dever do Estado e o mesmo executa esses serviços através das instituições de acolhimento no modelo de casas lares, ou aldeias. No entanto, pouco se fala sobre as consequências dessas práticas e a forma como se promove saúde e qualidade de vida, de forma a contribuir de maneira integral para o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes. Este trabalho foi desenvolvido à partir da experiência de alunos do quinto ano de psicologia, que realizam o estágio de Psicologia da Saúde na Comunidade. O objetivo é discutir a importância das relações afetivas constituídas no convívio entre educadoras sociais, equipe técnica, estagiários de psicologia e crianças na casa lar e, como estas relações podem contribuir para a promoção de saúde e desenvolvimento psicossocial das crianças acolhidas. Como recurso teórico- prático foi utilizado o construcionismo social, propondo que as relações são o lócus de construção do mundo. Segundo esse paradigma pós-moderno o ser humano é um constructo de suas relações, sendo à partir destas que sentidos e significados são produzidos, assim, as formas de compreender o mundo são estabelecidos na ação conjunta. Desta forma, entendemos que cada relação tem sua dinâmica, favorecendo o acolhimento e os afetos inerentes a relação, de forma colaborativa e democrática, onde ambos os sujeitos contribuem para estabelecer a negociação de seus sentidos e significados. Como metodologia, foram feitos encontros semanais com as crianças entre oito e onze anos de idade na própria casa lar onde residem, realizando intervenções grupais, visando construir,a princípio, o vínculo entre os estagiários e as crianças. À partir da construção do vínculo, trabalhamos com temáticas disparadoras aliados às habilidades de vida, as atividades foram coordenadas consensualmente pelas próprias crianças, a partir das verdades, valores e sentidos atribuídos por elas. O resultado demonstrou a importância da construção colaborativa e o quanto a postura de curiosidade e não-saber dos estagiários possibilitaram um processo de diálogo entre todos. Foi fundamental alicerçar as vozes e sentidos atribuídos pelas crianças e o significado que essa prática em grupo tinha para elas. A forma dos estagiários se relacionar com as crianças possibilitou a ampliação de novas formas de relacionamentos, sendo estes embasados na negociação e importância de todas as verdades, assim, naquele contexto específico, as crianças se respeitavam, ouviam umas às outras e acordavam o tipo de atividade a ser feita. Destacamos que no início do grupo havia ausência de uma postura colaborativa, o que contribuía para a perpetuação de antigas narrativas, já legitimadas, uma vez que as crianças se relacionavam com hostilidade e violência e, posteriormente, ao trazer essas ações ao contexto relacional do grupo de maneira dialógica, houve a negociação de sentidos e novos significados foram atribuídos a essas práticas. Concluímos então, que relacionar-se também passa pelo crivo do autoconhecimento, assim como a promoção de saúde passa pelo crivo da autopercepção, que possibilita a busca pela própria qualidade de vida, uma vez que é apenas reconhecendo comportamentos, padrões e significados, que já foram constituídos em outros momentos e relações, que se pode questionar e, à partir daí descristalizar esses posicionamentos e ampliar sentidos para novas possibilidades. Compreendemos assim que o vínculo afetivo é essencial para a construção de recursos de enfrentamento e conquista de autonomia das crianças e adolescentes em contexto de acolhimento institucional. 23 GT 02 | A práxis que apreendem as determinações históricas na dialética da relação entre psiquismo e sociedade: contribuições para a psicologia social 24 A constituição das emoções para Vigotski e Rubinstein baseado no materialismo histórico-dialético Autores: Vitória Regina de Almeida Correia, UFMS; Alexandre Pito Giannoni, UFMS; Jéssica Apacite Bonifácio, UFMSS E-mail do(a) autor(a): carlotapsi@gmail.com Resumo: O objetivo deste trabalho é discutir, sob a perspectiva de classe, alguns aspectos da pesquisa sobre arte para a psicologia, como técnica social da emoção que possibilita a ampliação da consciência. Compreendendo que a divisão de classes se constitui pela contradição entre grupos que se opõem pela posição que ocupam dentro do sistema de produção econômica. Essa diferenciação medeia a constituição psíquica dos indivíduos, por meio dos limites e possibilidades de apreensão da cultura pelos sujeitos de classes distintas. Para a teoria sócio-histórica, o desenvolvimento do psiquismo está relacionado às apropriações feitas pelo sujeito por meio de sua atividade no mundo. A condição inerentemente social dos indivíduos da espécie humana permite que tenhamos a possibilidade de nos apropriar das realizações históricas do gênero humano, tudo que a humanidade produziu durante sua história e que foi acumulado como cultura por ter sido favorável aos homens, apreensão esta que depende das condições sócio- históricas de produção da vida material. Assim podemos afirmar que o psiquismo dos seres humanos contemporâneos encontra sua gênese, processos e conteúdos oriundos do modo de produção capitalista, que tem como base a contradição entre a produção capaz de suprir necessidades mais complexas da sociedade e a impossibilidade de uma grande maioria ter acesso a essa produção. A arte é uma atividade humana que perpassa todos os estágios da hominização durante a filogênese da espécie, assumindo características dos períodos nos quais foi produzida. Para o presente trabalho, consideramos a arte sob a perspectiva da psicologia sócio-histórica, como produto da atividade humana pela transformação da natureza, possui técnica e linguagem específicas e objetiva aspectos da realidade social, capaz de reorganizar o campo das emoções permitindo o desenvolvimento da consciência. De acordo com Vigotski, a arte é capaz de proporcionar novas organizações psíquicas, possibilitando ao homem a elevação da condição individual ao gênero humano universal. Isso se dá porque a arte é uma técnica social das emoções, permitindo sínteses psicológicas através da catarse. A arte carrega as características da classe na qual ela é produzida, é composta pelos significados e visão de mundo de determinada classe de onde o artista se origina. Essa qualidade possibilita que sentimentos sociais sejam encarnados nas obras de arte. Nas produções artísticas, os homens objetivam aspectos psicológicos complexos produzidos na sociedade. Assim possibilita uma duplicação do real no psiquismo, permitindo aos indivíduos entrarem em contato com emoções de uma forma que não estão habituados em seus cotidianos. De acordo com Vigotski, a catarse provocada pela arte é capaz de oportunizar nos indivíduos a elaboração de novos sentidos para suas vivências, sentimentos e emoções cotidianas, assim o efeito da arte não é apenas momentâneo, mas passa a fazer parte do psiquismo dos sujeitos, se objetivando na atividade. Como uma linguagem específica, a arte deve passar por um processo de apropriação mediado, através principalmente, da possibilidade do contato de todos os indivíduos de determinada cultura com essa ferramenta social. Em uma sociedade dividida em classes, onde as condições materiais diferem sobremaneira entre indivíduos de classes distintas, os significados presentes nas obras de arte produzidas pela classe que detém o poder econômico e político carregam elementos de sua própria realidade, em forma de ideologia. Esses conteúdos ao serem apropriados pela classe popular não encontram referência na realidade cotidiana que essas pessoas vivem, não produzem sentidos adequados para uma ampliação de consciência, atuando como ideologia. Assim, para compreender a consciência dos indivíduos em relação à arte por uma perspectiva classista, devemos nos orientar pela arte produzida por essas pessoas, arte essa que encarna as características sócio-históricas inerentes às vivências desses indivíduos, na maioria das vezes permeadas por injustiças e falta de possibilidades. Dessa forma a arte se apresenta como potência criativa, possibilitando a ampliação da consciência dos sujeitos para uma atividade transformadora. Um exemplo de arte popular, ou arte de rua, é o grafitte e o pixo que se caracterizam principalmente pela execução das obras em muros e espaços coletivos, presentes praticamente no mundo todo. Poderíamos citar outras formas de expressão artística como o rap e o funk, este último atualmente com proposta de ser criminalizado por lei. Assim, o objetivo do presente tƌaďalho,à eŵà ĐoŶfoƌŵidadeà Đoŵà oà Gƌupoà deà Tƌaďalhoà ͞ásà pƌĄdžisà Ƌueà apƌeeŶdeŵà asà deteƌŵiŶaçƁesà histſƌiĐasà Ŷaà dialĠtiĐaàdaàƌelaçĆoàeŶtƌeàpsiƋuisŵoàeàsoĐiedade:àĐoŶtƌiďuiçƁesàpaƌaàaàpsiĐologiaàsoĐial͟àĠàdisĐutiƌàasàĐoŶseƋüġŶĐiasàeà implicações da mediação de classe, em relação à arte, nos processos da emoção para a constituição da consciência dos indivíduos. Nosso aporte teórico se encontra nos trabalhos de Vigotski, que trouxe em suas pesquisas a importância da arte para a humanização dos indivíduos e sua relação com a emoção, permitindo uma ampliação de consciência, e Silvia Lane, que discute a presença da ideologia como condição a ser observada na análise do psiquismo humano. A Impotência da Subjetividade: sobre o papel da desigualdade social na dialética consciência-inconsciente Autores: Matheus Rodriguesde Oliveira, Faculdade UNIGRAN Capital; Ana Paula Benites Gama, Faculdade UNIGRAN 25 Capital; Edenir Padilha Dias, Faculdade UNIGRAN Capital; Felipe Correa Verardo, Faculdade UNIGRAN Capital; Jânio Rodrigues Miranda Junior, Faculdade UNIGRAN Capital; Jeferson Renato Montreozol, Faculdade UNIGRAN Capital; João Pedro Vilar Nowak de Lima, Faculdade UNIGRAN Capital; Luana de Moura Vareiro, Faculdade UNIGRAN Capital; Riverson Junior Gomes Tavares, Faculdade UNIGRAN Capital; Rodrigo Batista Torraca, Faculdade UNIGRAN Capital E-mail do(a) autor(a): : matheus_rodrigues_deoliveira@hotmail.com Resumo: A proposta aqui apresentada versa sobre a impotência da subjetividade na relação com a desigualdade social, considerando para tanto o movimento dialético entre consciência-inconsciente. Para tanto, nos pautamos na seguinte questão central: será que a desigualdade social despotencializa a subjetividade em relação ao movimento consciente e inconsciente do sujeito na compreensão e organização da realidade? Isso porque no que tange a realidade da sociedade brasileira, sabemos que está havendo grandes mudanças no contexto político e ideológico. Diante dessas transformações, fica evidente o que Marx (2015) diz a respeito da divisão de classes, entre os trabalhadores e donos de meios de produção. O referido pensador diz que o estado é o principal órgão a regularizar e sustentar estas diferenciações de classes, com leis, decretos e propostas de emendas constitucionais, favorecendo assim apenas uma parte dela. Através disto, notamos a desigualdade entre classes e a dominação de uma classe minoritária sob outra. Outro ponto fundamental que o autor destaca é o trabalho, pois o compreende como condição de existência dos homens, mediação esta entre o ser e a natureza, e, por conseguinte, suposição para a existência humana. É a partir desta mediação que os homens desenvolvem historicamente as condições de produção e reprodução social. Seguindo essa premissa, pode-se dizer que a sociedade está baseada na produção material, que é resultante de uma integração entre atividade dos sujeitos. A partir daí, podemos entender a subjetividade do sujeito, através do materialismo histórico e dialético que se fundamenta no marxismo. Nesse sentido, o homem torna-se ativo em seu processo de transformação, uma vez que a visão histórica do fenômeno psicológico não segue o tradicionalismo de outras linhas teóricas, na qual define a subjetividade como uma instância que toma conta do individuo em certos momentos sem chance de ter a possibilidade de controlar, e que o mesmo possui segredos que nem mesmo a pessoa tem consciência, ou seja, torna o sujeito passivo em suas emoções e ao que pensa. Assim, tomar como base a psicologia sócio-histórica permite compreendermos que Vigostki, em suas publicações sobre a reflexologia, apresenta criticas ao reducionismo e incentiva a produção de uma psicologia dialética. Feito isso, começa a ter uma nova concepção de sujeito, onde a sociedade é vista como produção histórica, através da atividade do homem, e as ideias como representações da objetividade material. Compreender estes aspectos que envolvem tanto o sujeito como o modo de organização social permite integrarmos, pela dialeticidade, os processos psicológicos à suas estruturas determinantes, isto é, compreendendo o psiquismo e a subjetividade não como meras abstrações, mas como processos organizados e desenvolvidos de acordo com a realidade em que se encontram. Entretanto, consideramos ainda que tais elementos resguardam tanto os conteúdos consciências quanto conteúdos inconsciente, aspectos já elencados por Vigotski em seus trabalhos, e que a organização desta relação depende, em grande medida, do domínio que o sujeito tem da cultural na realidade social. Assim, se partimos do princípio de que nossa sociedade, capitalista, se mantém somente pela divisão social, pela desigualdade entre os dois polos da relação, pensamos também que determinados aspectos só se manterão (ou se tornarão) consciente se a estrutura social demandar. Assim, a desigualdade social originária do próprio modelo capitalista de produção e existência finda por resignificar processos sociais, mantendo uma ruptura nos elementos da consciência dos sujeitos, pois se estes tivesse consciência de suas potencialidades poderiam desorganizar o sistema e, consequentemente, ocasionar a virada qualitativa na relação social. Então, pensamos que a desigualdade funciona como um mecanismo não apenas social, mas também psicológico: mantém inconsciente determinados elementos para que, assim, possa despotencializar a subjetividade humana. Como método, a natureza da pesquisa foi qualitativa, bibliográfica, pois foram feitas análises de artigos publicados e disponibilizados referentes ao tema. E nosso interesse por manter esta discussão no GT 2 do ENABRAPSO (A práxis que apreendem as determinações históricas na dialética da relação entre psiquismo e sociedade: contribuições para a psicologia social) se pauta justamente pelo fato de que este espaço permitirá 26 aprofundarmos algumas questões ainda em aberto, principalmente na dinâmica entre consciência-inconsciente a partir da realidade objetiva. 27 Abuso psicológico contra a mulher: dialética consciente-inconsciente na condição social Autores: Luana de Moura Vareiro, Faculdade UNIGRAN Capital; Ana Paula Benites Gama, Faculdade UNIGRAN Capital; Edenir Padilha Dias, Faculdade UNIGRAN Capital; Felipe Correa Verardo, Faculdade UNIGRAN Capital; Jânio Rodrigues Miranda Junior, Faculdade UNIGRAN Capital; Jeferson Renato Montreozol, Faculdade UNIGRAN Capital; João Pedro Vilar Nowak de Lima, Faculdade UNIGRAN Capital; Riverson Junior Gomes Tavares, Faculdade UNIGRAN Capital; Rodrigo Batista Torraca, Faculdade UNIGRAN Capital E-mail do(a) autor(a): : luanavareiro@outlook.com.br Resumo: A violência contra a mulher é um fenômeno muito antigo, produzido a partir de toda uma construção histórica em que tem prevalecido o poder do homem. Desde a Grécia antiga, as mulheres eram tratadas como um ser inferior, que serviam apenas como procriadoras, e eram colocadas no mesmo lugar que crianças e escravos. Na religião não foi diferente, pois aqui ainda hoje se mantém a ideia de que a mulher tem que ser submissa ao homem. A medicina também não deixou de ter sua participação, acreditando primariamente apenas na existência do corpo masculino e que, pelo corpo da mulher ser uma espécie de corpo não desenvolvido, era inferior. Assim, podemos perceber que realmente existe historicamente toda uma cultura machista, e que apenas com a revolução francesa a mulher passou, pela primeira vez, a participar junto com os homens da vida social, acreditando que ali estaria o início de uma igualdade entre homens e mulheres. Entretanto, quando percebeu-se que isso não iria acontecer, as mulheres que já tinha certo conhecimento passaram a protestar reivindicando seus direitos como ser humano, indagando o porquê de não ter o mesmo direito que os homens. Com a chegada do sistema capitalista, algumas mulheres passaram a trabalhar nas fábricas saindo assim da esfera privada que sempre foram submetidas pelos homens, e passando a fazer parte da esfera pública, o que acabou dando mais força para suas indagações sobre os direitos iguais. Neste cenário, o presente trabalho tem como objetivo principal buscar respostas através da psicologia social para a questão do abuso psicológico sofrido historicamente por pessoas do gênero feminino, onde estas não têm sido capazes de compreenderem suas reais condições de existência, fazendo com que esse abuso seja mantido na organização de elementos e processos inconscientes. Por isso, esta pesquisa resguarda os pressupostos da dialética, particularmente na relação consciente-inconsciente, visando compreender a questão da vivência em um relacionamento onde ocorre abuso psicológicodo homem sobre a mulher. Isso porque temos percebido que nestas relações, é muito difícil que a pessoa abusada perceba o que está acontecendo, pois não temos a agressão física enquanto elemento materializando da violência. Este estudo utiliza os pressupostos da teoria psicológica sócio- histórica para pensar sobre o desenvolvimento da consciência da mulher abusada, e como alguns conteúdos não chegam à esfera da consciência, isto é, mantém-se inconscientes. E pensamos que tal fator ocorre devido à conduções dadas na cultural machista, na forma como determinados elementos da realidade social são apropriados pelas mulheres, mas também na intensidade que o tônus emocional toma na organização da dialética psíquica da vítima do abuso. Portanto, pensamos que nossas discussões se enquadram no que o GT 2 (A práxis que apreendem as determinações históricas na dialética da relação entre psiquismo e sociedade: contribuições para a psicologia social) tem proposto, pois temos nos dedicado a ampliar a capacidade explicativa das proposições de algumas teorias psicológicas que consideram a dialética materialista e histórica, e a importância de alguns processos psicológicos como pensamento e emoção. Esta pesquisa assume a organização de uma pesquisa bibliográfica, utilizando produções pautadas na Psicologia Sócio-Histórica no que concerne aos conceitos sobre violência de gênero e violência contra a mulher para obter um entendimento de como se procedeu o abuso dentro dos relacionamentos ao longo da história, e também acerca da história da violência contra a mulher dentro de relação consciente e, ainda, inconsciente. 28 Apontamentos sobre saúde mental no Brasil a partir das contribuições de Martín-Baró Autores: Marçal Pereira Machado, UFMS; Carlota Aparecida Coelho Philippsen, UFMS E-mail do(a) autor(a): : marcalpm85@hotmail.com Resumo: Pensar em saúde mental a partir da teoria Psicológia Sócio-Histórica, principalmente da contribuição teórica e metodológica de Ignacio Martín-Baró, nos remete imediatamente a analisar para a dimensão da relação entre pessoas e grupos, considerando sua classe social, atividade e história; e não para um estado individual interno, cujo funcionamento está calcado nos seus próprios traços de personalidade ou caraterísticas psicológicas. Ou seja, este movimento deve ser entendido de fora para dentro, e não o contrário. Nesta perspectiva, a saúde mental e os transtornos mentais são a materialização, na pessoa ou no grupo, do caráter humanizador ou alienante das relações sociais e históricas. A partir análise psicossocial de Martín-Baró das consequências da guerra civil salvadorenha na década de 80 do século passado, este autor apresenta apontamentos epistemológicos e categorias de análise que permitem avançar no entendimento da saúde e doença mental e sua relação com o caráter das relações humanas. Ao voltarmos nosso olhar científico orientado pela teoria psicológica Sócio-Histórica, cujos pressupostos estão fundamentados no materialismo histórico-dialético e, portanto, são capazes de compreender a concreticidade destas relações, para o nosso contexto político e econômico atual do Brasil, podemos verificar que as três qualidades da guerra apontadas pelo autor - a violência, a polarização e a mentira – estão presentes, e algumas inclusive se explicitando cada vez mais acentuadamente. A violência sob a forma de criminalização e repressão de movimentos sociais, a polarização que causa a produção de fissuras nos marcos de convivência e uma separação radical entre ͞eles͟àeà͞Ŷſs͟,àeàaàŵeŶtiƌaàiŶteŶĐioŶalàpƌeseŶteàŶoàdisĐuƌsoàƌepƌoduzidoàpelosàŵeiosàde comunicação de massa, que servem de verdadeiros instrumentos ideológicos para se ocultar as verdadeiras raízes dos problemas econômicos, políticos e, também, de saúde mental. Se analisarmos, poderemos identificar todas estas qualidades presentes e em plena ascensão na nossa sociedade. Mas além destas qualidades da guerra que Baró nos apresenta, também temos nas principais coordenadas apontadas pelo autor para analisar as consequências da guerra sobre a saúde mental relações semelhanças trágicas. A mais importante categoria de análise destas consequências é a classe social, pois são os mais afetados nãos somente pelos mecanismos de repressão e impacto direto do conflito bélico, mas também pelo aumento do custo de vida e crescente desemprego. Com isso, fica evidente que a discussão feita por ele há cerca de trinta anos encontra-se, infelizmente, atualizada ao nosso período histórico e político. Assim, neste trabalho buscamos contribuir para a reflexão de nosso atual contexto social e histórico, marcado por um aprofundamento de uma crise política decorrente de um golpe que colocou um governo que está empenhado em reprimir movimentos sociais, retirar direitos da classe trabalhadora e assegurar privilégios da classe burguesa por meio da efetivação de uma agenda conservadora e elitista. Também buscamos a elaboração de uma Psicologia Social crítica, que, segundo Baró, deve ser um campo que busca ampliar a liberdade humana oferecendo explicações sobre a dimensão ideológica da ação humana, ou seja, sobre a relação entre interesses sociais gerados em uma sociedade divida em classes. Com isso, a psicologia não pode estar alheia às lutas sociais, deve rever seus conceitos que servem de instrumentos à reprodução do status quo, e o seu compromisso deve estar calcado na transformação da realidade. 29 Arte sob uma perspectiva classista como ampliação da consciência ou reprodução ideológica Autores: Carlota Aparecida Coelho Philippsen, UFMS; Marçal Pereira Machado, UFMS E-mail do(a) autor(a): : carlotapsi@gmail.com Resumo: O objetivo deste trabalho é discutir, sob a perspectiva de classe, alguns aspectos da pesquisa sobre arte para a psicologia, como técnica social da emoção que possibilita a ampliação da consciência. Compreendendo que a divisão de classes se constitui pela contradição entre grupos que se opõem pela posição que ocupam dentro do sistema de produção econômica. Essa diferenciação medeia a constituição psíquica dos indivíduos, por meio dos limites e possibilidades de apreensão da cultura pelos sujeitos de classes distintas. Para a teoria sócio-histórica, o desenvolvimento do psiquismo está relacionado às apropriações feitas pelo sujeito por meio de sua atividade no mundo. A condição inerentemente social dos indivíduos da espécie humana permite que tenhamos a possibilidade de nos apropriar das realizações históricas do gênero humano, tudo que a humanidade produziu durante sua história e que foi acumulado como cultura por ter sido favorável aos homens, apreensão esta que depende das condições sócio- históricas de produção da vida material. Assim podemos afirmar que o psiquismo dos seres humanos contemporâneos encontra sua gênese, processos e conteúdos oriundos do modo de produção capitalista, que tem como base a contradição entre a produção capaz de suprir necessidades mais complexas da sociedade e a impossibilidade de uma grande maioria ter acesso a essa produção. A arte é uma atividade humana que perpassa todos os estágios da hominização durante a filogênese da espécie, assumindo características dos períodos nos quais foi produzida. Para o presente trabalho, consideramos a arte sob a perspectiva da psicologia sócio-histórica, como produto da atividade humana pela transformação da natureza, possui técnica e linguagem específicas e objetiva aspectos da realidade social, capaz de reorganizar o campo das emoções permitindo o desenvolvimento da consciência. De acordo com Vigotski, a arte é capaz de proporcionar novas organizações psíquicas, possibilitando ao homem a elevação da condição individual ao gênero humano universal. Isso se dá porque a arte é uma técnica social das emoções, permitindo sínteses psicológicas através da catarse. A arte carrega as características daclasse na qual ela é produzida, é composta pelos significados e visão de mundo de determinada classe de onde o artista se origina. Essa qualidade possibilita que sentimentos sociais sejam encarnados nas obras de arte. Nas produções artísticas, os homens objetivam aspectos psicológicos complexos produzidos na sociedade. Assim possibilita uma duplicação do real no psiquismo, permitindo aos indivíduos entrarem em contato com emoções de uma forma que não estão habituados em seus cotidianos. De acordo com Vigotski, a catarse provocada pela arte é capaz de oportunizar nos indivíduos a elaboração de novos sentidos para suas vivências, sentimentos e emoções cotidianas, assim o efeito da arte não é apenas momentâneo, mas passa a fazer parte do psiquismo dos sujeitos, se objetivando na atividade. Como uma linguagem específica, a arte deve passar por um processo de apropriação mediado, através principalmente, da possibilidade do contato de todos os indivíduos de determinada cultura com essa ferramenta social. Em uma sociedade dividida em classes, onde as condições materiais diferem sobremaneira entre indivíduos de classes distintas, os significados presentes nas obras de arte produzidas pela classe que detém o poder econômico e político carregam elementos de sua própria realidade, em forma de ideologia. Esses conteúdos ao serem apropriados pela classe popular não encontram referência na realidade cotidiana que essas pessoas vivem, não produzem sentidos adequados para uma ampliação de consciência, atuando como ideologia. Assim, para compreender a consciência dos indivíduos em relação à arte por uma perspectiva classista, devemos nos orientar pela arte produzida por essas pessoas, arte essa que encarna as características sócio-históricas inerentes às vivências desses indivíduos, na maioria das vezes permeadas por injustiças e falta de possibilidades. Dessa forma a arte se apresenta como potência criativa, possibilitando a ampliação da consciência dos sujeitos para uma atividade transformadora. Um exemplo de arte popular, ou arte de rua, é o grafitte e o pixo que se caracterizam principalmente pela execução das obras em muros e espaços coletivos, presentes praticamente no mundo todo. Poderíamos citar outras formas de expressão artística como o rap e o funk, este último atualmente com proposta de ser criminalizado por lei. Assim, o objetivo do presente trabalho, em conformidade com o Gƌupoà deà Tƌaďalhoà ͞ásà pƌĄdžisà Ƌueà apƌeeŶdeŵà asà deteƌŵiŶaçƁesà histſƌiĐasà Ŷaà 30 dialĠtiĐaàdaàƌelaçĆoàeŶtƌeàpsiƋuisŵoàeàsoĐiedade:àĐoŶtƌiďuiçƁesàpaƌaàaàpsiĐologiaàsoĐial͟àĠàdisĐutiƌàasàĐoŶseƋüġŶĐiasàeà implicações da mediação de classe, em relação à arte, nos processos da emoção para a constituição da consciência dos indivíduos. Nosso aporte teórico se encontra nos trabalhos de Vigotski, que trouxe em suas pesquisas a importância da arte para a humanização dos indivíduos e sua relação com a emoção, permitindo uma ampliação de consciência, e Silvia Lane, que discute a presença da ideologia como condição a ser observada na análise do psiquismo humano. 31 Titulo: Educação e mediação: apontamentos teóricos e metodológicos para o debate sobre constituição de consciência Autores: Sandy Lira Ximenes Lima, PUC-SP; Cecília Pescatore Alves, PUC-SP E-mail do(a) autor(a) : sandyx3030@gmail.com Resumo: Esta reflexão propõe-se, a partir da atual reorganização do Capitalismo, do papel mediador da escola pública contemporânea e da concepção hegemônica de cultura que permeia as relações vividas cotidianamente nas instituições escolares, discutir a constituição identitária individual. As recentes transformações sociais decorrentes da globalização e das políticas neoliberais atingiram o cenário político brasileiro educacional, seus projetos de educação e o modo como a instituição escolar lida com suas ações educacionais. Assim, entende-se que, hoje, todo estudo que investigue o escopo das mudanças que afetam a escola deve reconhecer os nexos reais e conceituais que imbricam a realidade escolar com a concretude da vida social, na forma de novos condicionamentos sociais. Sustentado pelo conceito de identidade, desenvolvido por Ciampa e pelo de mediação sistematizado por Raymond Williams, o presente estudo tem como objetivo caracterizar um quadro teórico sobre a constituição de consciências. Especialmente sob a base epistemológica do materialismo histórico e dialético, pretende-se contribuir com o debate pƌopostoà peloàGTà ͟áàpƌĄdžisà Ƌueà apƌeendem as determinações históricas na dialética da relação entre psiquismo e sociedade: ĐoŶtƌiďuiçƁesà paƌaà aà psiĐologiaà soĐial͟.à Nestaà peƌspeĐtiǀaà pƌeteŶde-se adensar a reflexão sobre a importância da mediação dos processos de pensamento e da emoção na constituição das instâncias conscientes e inconscientes, a partir do complexo tema das políticas educacionais em sociedades em desenvolvimento. Paradoxos produzidos nas relações efetivadas no interior da escola: fracasso versus sucesso, cultura comum versus cultura de massa e a questão da hegemonia ganham sentido, como argumento teórico, para a compreensão da constituição da identidade com a qual o presente estudo está preocupado. Neste contexto, discutem-se alguns resultados de pesquisa realizada com alunos do ensino fundamental de uma escola pública estadual da cidade de São Paulo. A investigação fundamentou-se em narrativas de quatro alunos sobre suas histórias de vida e projeto de futuro. A análise das narrativas obedeceu ao critério dialético, tendo como partida as manifestações de desejos, emoções, experiências e identificações contidas na representação do eu. Além das interligações entre as diferentes manifestações buscou-se identificar as condições sociais e historicamente engendradas que são reunidas em torno do indivíduo que revelam aspectos da realidade vivida no interior das escolas públicas. Ao analisar as narrativas expostas pelos alunos foi possível apreender a função de mediação que a escola faz na constituição de identidade, uma vez que por meio das narrativas se deu a apreensão da escola como local que marcou de distintas maneiras as histórias de vida aqui apresentadas, de forma que ora se fez colonizadora e ora se fez emancipatória. O caráter meritocrático está presente nos depoimentos de suas conquistas atuais e futuras reproduzindo, assim, a lógica capitalista vigente em nossa sociedade. De modo que, a escola muitas vezes ao desenvolver projetos pedagógicos que, seguem às demandas do mercado de trabalho acaba por passar tarefas que se tornam sem significado para os alunos, e não possibilitam a transformação da realidade sócio-histórica, não os fazendo se sentir sujeitos ativos capazes de transformar sua realidade e história. O papel da escola como mediadora da sociedade e como espaço que propicia relacionamentos interpessoais, entre os alunos, pode contribuir no processo de aquisição de uma identidade que não consegue pensar sobre os diferentes papéis impostos na sociedade e abstrair tal pensamento para além das normas e regras sociais. Contudo, as narrativas também identificam que, os questionamentos levantados pelo grupo de amigos, no convívio na escola, possibilitam o jovem começar a pensar criticamente sobre a escola e outras relações de sua vida. Desta maneira, entende-se que o relacionamento com outros alunos da escola pode contribuir para o processo de emancipação do aluno, ou seja, a capacidade de pensar criticamente sobre o nosso tempo sócio-histórico, a fim de ter consciência das desigualdades e contradições presentes em nossa sociedade, assim como sua urgência de superação. Ao se pensar o modo como o poder público tem tratado a educação brasileira ao longo da história, é possível afirmar por meio de pesquisas relativas às políticas 32 de identidade, que se manifestam no contexto escolar, que o projeto educação tem sustentadoa instituição escolar como mediadora de uma política de identidade que prioriza a colonização em detrimento da emancipação. As políticas educacionais criam projetos de ensino que não incentivam ações transformadoras, mas sim, são pautadas na lógica do consumo e não no questionamento da realidade sócio-histórica brasileira. 33 Titulo: Identidade masculina na contemporaneidade: novas sínteses dialéticas Autores: João Pedro Vilar Nowak de Lima, Faculdade UNIGRAN Capital; Ana Paula Benites Gama, Faculdade UNIGRAN Capital; Edenir Padilha Dias, Faculdade UNIGRAN Capital; Felipe Correa Verardo, Faculdade UNIGRAN Capital; Jânio Rodrigues Miranda Junior, Faculdade UNIGRAN Capital; Jeferson Renato Montreozol, Faculdade UNIGRAN Capital; Luana de Moura Vareiro, Faculdade UNIGRAN Capital; Riverson Junior Gomes Tavares, Faculdade UNIGRAN Capital; Rodrigo Batista Torraca, Faculdade UNIGRAN Capital E-mail do(a) autor(a): : pedro_nowak@hotmail.com Resumo: O presente trabalho discorrerá sobre a identidade sexual masculina na contemporaneidade e seus movimentos dialéticos. Para tanto, utilizamos a perspectiva sócio histórica, onde o indivíduo é produto e produtor de sua história, uma vez que o conhecimento produzido ao longo da história lhe fornece recursos que funcionam como mediadores das ações humanas. Logo, embasamo-nos em teorias que expressam a dialética materialista e histórica como critério de verdade da ciência psicológica. Nosso método de trabalho constituiu-se em pesquisas de artigos e livros que tinham como tema a sexualidade, assim como a masculinidade, para, deste modo, chegarmos ao objetivo de compreender os movimentos que o personagem masculino desempenha. Ao utilizarmos a psicologia sócio- histórica como base desta interpretação, carregamos a criticidade em nossa base epistemológica, ou seja: entendemos o ser masculino dotado da criticidade e das ferramentas que alteram sua realidade social e, portanto, não nos incumbimos de enquadrá-lo. Assim, discussões semióticas são feitas no decorrer do trabalho, uma vez que utilizamos o conceito de consciência em Vigotsky, entendendo-a como um sistema flexível, que funciona como processo e produto: não é estanque, e se relaciona ao desenvolvimento da conduta voluntária. Por consequência, entendemos o indivíduo inserido em um alicerce social que o constrói, enquanto ainda detém criticidade sobre sua base: a objetividade e subjetividade são consideradas em um dialeticismo. Portanto, a linguagem e o discurso masculino, que estão imbricados na questão da identidade sexual, implicam em comportamentos e traços que configuram o indivíduo a nível psicológico, o que torna necessária a análise das bases que regem a cultura masculina, a fim de compreender o sujeito em sua totalidade. Então, focamo-nos no arranjo masculino pareado com as dinâmicas apresentadas na objetividade enquanto constituintes da sexualidade humana, assim como dentro do próprio gênero masculino e nas formas que este será apropriado pelo sujeito. Trata-se de uma análise em que polos aparentemente opostos são apresentados e relacionados a fim de obter-se uma síntese dialética, considerando assim o constante devir humano. Isto é, a masculinidade, enquanto representação subjetiva, resguarda também a esfera social objetiva enquanto polo dialético de contradição. Também versarmos sobre as relações sociais que o personagem está inserido, discorrendo sobre sexo, gênero e sexualidade, pois estes funcionam como base para o funcionamento psíquico do sujeito. Entretanto, tais assuntos implicam em outra trama dialética que engloba a produção subjetiva: o masculino e o feminino. Dentro deste trabalho, consideramos o feminino e o masculino de maneira correlacionada, sendo que os instrumentos e mecanismos utilizados na constituição humana são inerentes aos dois conceitos. Uma vez que conceituamos o masculino e o feminino sendo inerente aos humanos, portanto, correlacionados, pautamos os movimentos feministas e sua relação com a identidade sexual masculina. A organização feminista, de maneira geral, prega a igualdade política entre os gêneros e isto afeta a constituição do sujeito masculino. Também nos atentamos ao processo de tomada de consciência contemporânea do sujeito masculino, observando perspectivas que podem se seguir a partir da relação dialética para com os movimentos feministas, assim como o (novo) posicionamento que lhe é colocado pela estrutura social. A partir deste dinamismo surgem novas formas de manifestar a masculinidade e, por vezes, apresentam-se contradições dentro dos papéis que devem ser desempenhados, o que infere em uma não coincidência do sujeito consigo mesmo. Entretanto, discorremos também sobre (novos) ajustamentos que surgem sucintamente nos discursos masculinos. O presente trabalho se relaciona ao GT inscrito, pois abarca os discursos ideológicos da identidade masculina que, por vezes, tem o objetivo de findá-lo em um polo da dialética, produzindo um sujeito cindido em sua base social. Logo, abordamos as consequências dessa condição ao personagem masculino, assim como os discursos que tentam retirá-lo deste posicionamento. Ainda nos 34 relacionamos, pois englobamos em nossa discussão a relação que o homem contemporâneo faz com os meios de produção. Observamos também um novo nicho de mercado ao analisarmos o sujeito masculino inserido na objetividade, onde este deve ser mais vaidoso e, portanto, consumir mais produtos relacionados à estética e seus derivados. Portanto, o personagem está sujeito às leis do mercado, das quais ditam comportamentos e pensamentos e, logo, criam condições de produção para suprir necessidades do indivíduo masculino. Então, nosso escrito não tem a finalidade de limitar ou patologizar condições do personagem masculino, pelo contrário: entendemos as mudanças, que são cunhadas no contexto geográfico, histórico, político e educacional, como fonte de análise e compreensão de (novos) processos de identificação. 35 O Inconsciente é social e histórico - Porque é cultural Autores: Inara Barbosa Leao, UFMS; Jeferson Renato Montreozol, Faculdade UNIGRAN Capital; Lívia Gomes dos Santos, UFG E-mail do(a) autor(a): inarableao@hotmail.com Resumo: Neste XIX Encontro da ABRAPOS nos propomos a dar continuidade aos diálogos iniciados na edição anterior deste evento, quando o GT discutiu sobre as implicações da configuração das bases infra e superestrutural da sociedade promovida pela atual reorganização do Capitalismo para as consciências individuais. Orientados pelo pensamento de Vigotsky e outros psicólogos soviéticos, queremos enfatizar as causas sociais e históricas da formação do inconsciente individual e a sua minimização pela apreensão da cultura de seu grupo social. Sabemos que estes movimentos inerentes ao psiquismo decorrem das exigências de construções e alterações no psiquismo, suas funções, processos, sistemas e na relação dialética entre os conjuntos das funções psicológicas e de seus motivos tanto conscientes como inconscientes. Para tanto, vimos nos dedicando a ampliar a capacidade explicativa das proposições de algumas Teorias Psicológicas que consideram a dialética materialista e histórica como um critério de verdade para a ciência psicológica, tal como se expressam nas teorias de Vigotsky, Leontiev, Luria, Lane, Martín-Baró e outros. Especificamente sob esta base epistemológica, aprofundaremos sobre a importância da mediação dos processos de pensamento e da emoção na constituição das instâncias conscientes e inconscientes. Na perspectiva de utilizarmos os desenvolvimentos das teorias psicológicas materialista históricas e dialéticas para a ações psicossociais que visam a superação de consciências pouco desenvolvidas, a manutenção e ampliação de conteúdos inconscientes a partir da realidade histórica e cultural. Em nossas pesquisas vimos entendendo opensamento e a emoção, nas suas manifestações conscientes e inconscientes, como processos ligado essencialmente à atividade e à situação dos homens, e como modo de estruturação pelo qual se oculta ou se falsifica a ligação entre o modo como aparece ao homem na sua consciência os processos e seus produtos, representados como indiferentes, independentes ou superiores aos homens, seus criadores. Destacamos este aspecto porque, imediatamente, faz sobressair o fato de todos os homens demonstrarem não entender algum ou vários aspectos dos seus contextos social e particular, findando em um processo que para orientarem as suas atividades acatam um discurso ideológico articulado para remeterem aos individuos, às suas características pessoais as causas de tais dificuldades. Serão as consequências destas condições que os integrantes deste GT devem abordar e que gostaríamos de aprofundar com outros que se dedicam as teorias psicológicas não tradicionais. Entretanto, queremos ressaltar o fato desta base epistemológica sustentar uma práxis que faz com que as análises e suas conclusões sofram alterações constantes devidas às tentativas de irmos aprofundando os achados psicológicos e darmos continuidade ao desenvolvimento da metodologia que temos utilizados. Portanto, queremos destacar, brevemente que nossos trabalhos estão sustentados por alguns pressupostos dentre os quais sobressaem: (a) O entendimento que a história do psiquismo humano e dos conjuntos de funções e processos como atividade, identidade e emoção que constituem as instancias conscientes e inconscientes, está relacionada ao modelo de desenvolvimento do modo de produção capitalista, que surge na Europa em meados do século XVIII. Desde então a psicologia dos sujeitos surge como resultado da contradição do modo de produção capitalista, que ao mesmo tempo em que cria condições de produção para suprir as necessidades mais complexas dos seres humanos, inventa os modos que impossibilitam que todos sejam atendidos e que entendam tal dialeticidade, gerando assim o movimento dialético entre consciência e inconsciente; (b) a concordância com a explicação que a separação dos meios de produção da força de trabalho humana, resultante das relações sociais no capitalismo, fez com que esta força se transformasse em mais uma mercadoria e, portanto, sujeita às leis do mercado. Deste modo, as determinações impostas pelos meios de produção aumentam seu poder, o que possibilita que estes exerçam maior controle tanto sobre os processos psicológicos e suas formas de constituição pela intervenção das instituições sociais; (c) as análises que a atividade é o processo eficiente na superação dos 36 antagonismos da vida social e do desenvolvimento do psiquismo humano. Portanto, reconhecemos que as mudanças constantes de ações que medeiam as relações entre a sociedade e o homem têm sua origem no trabalho, mas concretizadas em instrumentos como as mídias sociais, sendo este a condição fundamental de toda vida humana e (d) que a vida em sociedade está baseada em sua produção material, que é resultante do trabalho dos homens que a integram. Através do trabalho o homem pode alterar a estrutura dos grupos que por sua vez podem alterar a superestrutura do mesmo. Assim, pretendemos manter a lógica de tomarmos a Psicologia Social como um aspecto da história social dos homens, que sempre é a história dos seus desenvolvimentos individuais, mesmo quando não tem consciência disso. Daí que interessará a este GT todos os trabalhos que, necessariamente, tomarem as relações materiais como a base de todas as relações humanas, mas também como as formas necessárias nas quais se realizam as vontades materiais e individuais. As mudanças no plano das ideias acompanham as de ordem material. Por tais determinações, tomamos como o ponto principal que inclui a proposta do nosso GT no eixo: Psicologia Social: questões teóricas e metodológicas na pesquisa, produção de conhecimento e/ou intervenções, a ser explorado nesse Encontro o reconhecimento da política como inerente ao pensamento que busca analisar as relações entre os seus integrantes como mutuas determinações destes e a sociedade. Na especificidade da sociedade capitalista, pensamos que a Psicologia Social deve contemplá-la tal como apresentada por Marx e Engels na sua teoria do Estado. Nesta, indicam que por ser a sociedade dividida em classes antagônicas as instituições políticas têm como função primeira garantir à classe dominante a manutenção do seu domínio. Mas, dada estrutura social de classes antagônicas, esse domínio só será mantido pelo controle eficaz por coerção da força e das consciências. O estudo de desafios éticos e políticos devem ser compreendidos a luz de como o movimento contrário das classes as posiciona em seu conflito, o que tem uma dimensão histórica própria na psicologia social da América latina e dos pressupostos que fundamentaram a fundação da ABRAPSO. Na qual a validade epistêmica do conhecimento passa a ser a partir da não neutralidade do conhecimento, e da clareza dos pressupostos da concepção de homem e de indivíduo que possibilite a busca para a emancipação. Assim, objetivou-se construir um conhecimento que possa ser crítico de todos os modelos teóricos reducionistas e desvinculado das questões sociais em que estão imersos. Só assim, tomando lado nesta confrontação, é que a psicologia consegue colocar a questão de como a sua atuação pode construir possibilidades de superação desta condição. Outro ponto que podemos ressaltar é que, embora seja uma discussão antiga, muitos não consideram que o papel da psicologia, enquanto ciência, não é a exclusiva produção de conhecimento teórico. Não há coerência na separação entre ciência e realidade, uma vez que não entendemos o homem fora de seu contexto histórico e cultural. Portanto, discutiremos o compromisso da psicologia e seus conhecimentos na transformação da realidade do país. E, como o eixo Psicologia Social: questões teóricas e metodológicas na pesquisa, produção de conhecimento e/ou intervenções, se concretizará nas reuniões de trabalhos que discutam as diferentes perspectivas históricas e teóricas da Psicologia Social, pressupostos epistemológicos e metodológicos, pretendemos contribuir com as pesquisas que analisam epistêmica e metodologicamente as teorias psicologia social que se baseiam no materialismo histórico dialético. Isso porque sabemos que a história se mostra como fundamento epistêmico e condição essencial para o conhecimento da realidade, assim como mostra os limites e as possibilidades para a sua transformação. Também nos orientou para este Eixo temático o fato de a psicologia social que se constituiu, a partir da ABRAPSO visa o diálogo com outras áreas do saber que contribuem para a crítica social e a desnaturalização das desigualdades sociais. Propõe-se discutir aqui o tema proposto a partir do caráter epistêmico- ético e ético político - que sustentou a fundação da ABRAPSO – ao propor um compromisso com a realidade social, na busca do saber que orienta ações psicológicas. Destaca-se essa questão porque o compromisso social da psicologia tem sido assunto recorrente na maioria das instâncias que a produzem e a representam – inclusive nos encontros da ABRAPSO. Por mantermos uma rede de estudo e pesquisa integrada por outros psicólogos além dos que se apresentam como autores da presente proposta, apresentamos outros coautores como proponentes que se responsabilizam pela produção e discussão do apresentado para este Encontro Nacional e se mantém, efetivamente, vinculados à ABRAPSO. 37 O problema do inconsciente na psicologia soviética: uma análise a partir do marxismo Autores: Alexandre Pito Giannoni, UFMS; Inara Barbosa Leao, UFMS E-mail do(a) autor(a) : apgiannoni@hotmail.com Resumo: O inconsciente na psicologia encontra-se explicado – aparentemente – na teoria freudiana e,também em outras doutrinas que seguem a teoria psicanalítica. Contudo, não apenas Freud e os psicanalistas estudaram e descreveram o inconsciente como manifestação do psiquismo humano. A psicologia soviética, que se desenvolveu após a Revolução de Outubro de 1917, também se dedicou a explicar esse fenômeno. Portanto, esse trabalho surge a partir de uma pesquisa bibliográfica, com o objetivo de apresentar o entendimento e as explicações do inconsciente que a teoria soviética da psicologia desenvolveu ao longo do século XX. Para cumprir nosso objetivo trabalharemos com seis autores distintos dessa teoria: A. V. Petrovski, F. V. Bassin, S. L. Rubinstein, I. M. Rozet, Y. A. Ponomarev e L. I. Bozhóvich. A escolha por estes autores se deu pela facilidade dos materiais encontrados e, também para que no decorrer desse trabalho demonstremos por meio de uma comparação com o psicólogo soviético L. S. Vigotski, como as explicações acerca desse fenômeno encontram-se mais próximas, objetivas e explicativas do que na psicanálise. É de conhecimento de historiadores ou profissionais da psicologia a importância teórica e prática da teoria psicológica de Vigotski, destacando sempre a importância da práxis para o desenvolvimento da psicologia e para as explicações elaboradas por essa ciência. Neste sentido, consideramos importante a inserção desta pesquisa no grupo de trabalho: A práxis que apreendem as determinações históricas na dialética da relação entre psiquismo e sociedade: contribuições para a psicologia social. Todavia, partimos aqui da lógica de que a psicologia soviética não se limitou apenas a Vigotski. Existiram uma gama imensa de homens e mulheres que desenvolveram a ciência psicológica no regime soviético, tendo como principal objetivo: desenvolver o novo homem e a nova mulher socialista. Vigotski, portanto, é mantido nesse trabalho como modelo de análise e comparação com os demais teóricos que desenvolveram explicações sobre a relação entre consciência e inconsciente. No decorrer de nosso estudo teórico, descobrimos que o inconsciente se caracteriza nesta teoria psicológica como oposição a consciência, diga-se de passagem, apenas em Petrovski, que o inconsciente não apareceu como oposição, mas, como uma particularidade do psiquismo humano que possui seu desenvolvimento também no meio social, assim como, os fenômenos que se encontram conscientes. Descobrimos também grandes semelhanças entre as explicações de Rubinstein e Vigotski, não apenas nas descrições do problema do inconsciente, mas também, da consciência. Tanto para Rubinstein, como para Vigotski, o inconsciente não se caracteriza por aquilo que não foi vivenciado pelo sujeito, mas, justamente o contrário. É aquilo que foi vivenciado, entretanto, não foi ainda correlacionado com um objeto ou acontecimento do mundo objetivo, neste sentido, a atividade do sujeito encontra-se ainda com ações que também são inconscientes. Todavia, as semelhanças não estão apenas nas explicações acerca do inconsciente, mas também da consciência. Tanto Vigotski como Rubinstein, elegem a vivência/experiência – perijivanie – como unidade de análise da consciência. Neste sentido, a vivência/experiência, são unidade de análise da consciência, mas também atuam em seu desenvolvimento. Devemos lembrar de que nessa teoria não é a consciência que determina a vida, mas sim, o contrário. Também encontramos neste resgate teórico das explicações sobre o inconsciente na psicologia soviética, que muitos foram os pesquisadores que dirigiram críticas as concepções psicanalíticas e freudianas do entendimento desse fenômeno. Desde Bozhóvich, Rozet, Bassin e, o que avaliamos como mais importante em suas críticas, Uznadze. Sobre sua teoria, podemos destacar que foi o primeiro teórico soviético na psicologia a dirigir suas críticas as explicações acerca do inconsciente freudiano. Para isso Uznadze, realiza várias séries experimentais demonstrando objetivamente o desenvolvimento do inconsciente e a relação com a atividade do sujeito, criando assim o que chamou de psicologia da atitude. Contudo, o que apenas possuímos sobre Uznadze, são trabalhos de comentadores, continuadores ou críticos de suas pesquisas na União Soviética. Portanto, encerramos esse trabalho, demonstrando e levantando a necessidade, ainda, de se estudar o inconsciente em outros teóricos da psicologia soviética. Por fim, vale ainda escrever que devemos nos atentar ao acumulo de materiais ao longo da história em diversas áreas como a 38 filosofia, a economia política e a literatura, concluindo que este último campo do saber humano nos fornece dados e fatos de grande riqueza nas exemplificações da oposição entre consciência e inconsciente. 39 Psicologia e o Trabalhador em situação de Desemprego: em busca de ações possíveis Autores: Veridianna Oliveira de Queiroz, UFMS; Lívia Gomes dos Santos, UFG E-mail do(a) autor(a): : veridianna.queiroz@gmail.com Resumo: O presente trabalho buscou identificar as possibilidades de atuação com trabalhadores desempregados, com base na Psicologia Sócio Histórica. Objetivamos participação no GT A práxis que apreendem as determinações históricas na dialética da relação entre o psiquismo e a sociedade: contribuições para a psicologia social, haja vista que, este trabalho é fundamentado a partir dos pressupostos do materialismo histórico e dialético, assim compreende o sujeito em sua totalidade a partir da materialidade histórica em constante transformação. Compreendemos que através do trabalho o homem transforma a natureza e neste processo modifica a si mesmo; nessa direção, ele está ontologicamente ligado ao processo de constituição humana. Já o emprego é uma forma específica de trabalho, que sustenta a organização da produção no sistema capitalista e que se caracteriza fundamentalmente pela venda da força de trabalho, ou seja, é resultante da transformação da força de trabalho em mercadoria como outra qualquer, que passa a ser vendida em troca de um salário. O desemprego é parte da estrutura mantenedora do sistema capitalista, inerente ao processo de acumulação de capital, uma vez que mantém o trabalhador vinculado a empregos precários, constantemente ameaçado de perder seu posto caso haja contravenções; mantém um exército de reserva de força de trabalho (de desempregados), que nesta condição de dificuldades materiais e psíquicas extremas se colocam a disposição a assumir qualquer tipo de emprego e passa a regular salários para baixo, diante da acirrada competição por emprego. Considerando que a realização do trabalho está engendrada na construção da subjetividade do ser humano e na orientação de sua existência, diante da ausência de trabalho fica declarado o estado de sofrimento para o trabalhador na condição de desemprego. O sujeito na ausência de realização do trabalho através do emprego perde seu papel social, e reconhecimento dos sujeitos que compõe suas relações sociais como a família e amigos, e também passa a não reconhecer a si próprio como integrante da sociedade que compõe. Portanto, para o sujeito desempregado, seus processos de significações do mundo passam a se organizar de outra forma. Partindo do pressuposto de que a consciência é objetivada na atividade social, a impossibilidade da realização desta altera a sua subjetividade. São modificados os vínculos interpessoais, a organização de suas emoções bem como sua percepção da realidade. Baseados nisto, nos propusemos a compreender as possibilidades de atuação do psicólogo frente a esse trabalhador. Em um levantamento bibliográfico constatamos que, nas raras vezes que a Psicologia olha para o trabalhador desempregado é predominante a tendência evidenciar um sofrimento que seria inerente a essa situação e, sob essa perspectiva, a única atuação possível seria de forma individual, para lidar com algumas das consequências subjetivas da situação de desemprego.Nesta direção, lembramos que a Psicologia se constitui enquanto ciência e profissão por vezes corroborando com a manutenção do sistema capitalista, passando a obter reconhecimento social utilizando de suas técnicas para justificar a responsabilização do indivíduo por estar fora do mercado de trabalho, e assim se mantém em diversos espaços; nesta perspectiva, ela sequer olha para o desemprego – salvo via sofrimento, responsabilização ou, no máximo, nos processos de seleção para empregos. Para compreender como essa situação se evidencia na realidade, buscamos compreender a atuação realizada pelos profissionais da área da Psicologia na Fundação de Trabalho (FUNTRAB) em Campo Grande/MS, e as implicações dos mesmos frente a trabalhadores (as) em situação de desemprego e constatamos que mesmo nesse espaço o desemprego não é tomado como uma questão central – na verdade é a busca pelo emprego que os caracteriza – e, mais importante que isso, não existe uma clareza das possibilidades de atuação do psicólogo com esses trabalhadores. Concluímos o trabalho, reiterando que se faz necessário contrapor a naturalização dos fatos históricos, e entender a materialidade concreta em que estamos inseridos para uma atuação comprometida com os trabalhadores que promovam a reorganização de significados e sentidos, e o fortalecimento da estrutura psíquica para a ação dos sujeitos na realidade. Atuar por meio de técnicas não tradicionais, que estejam vinculadas a realidade social dos sujeitos, e permitam mediações grupais como nos aponta Ignácio Martin-Baró para construção de possibilidades de superação de sua condição. Através de discussões vivenciados no Grupo de Estudos e Pesquisas Sobre Aspectos Psicossociais da Educação e do Trabalho – 40 UFMS, relacionamos os resultando também ao Inconsciente Sócio Histórico, em condição dialética a consciência se apresenta na ausência de significado e sentido, impossibilitando o sujeito a ação consciente, entretanto este aspecto deverá ser explorado em futuros trabalhos. 41 Titulo: Psicopata: o lócus da cultura e sociedade Autores: Riverson Junior Gomes Tavares, Faculdade UNIGRAN Capital; Ana Paula Benites Gama, Faculdade UNIGRAN Capital; Jeferson Renato Montreozol, Faculdade UNIGRAN Capital; Luana de Moura Vareiro, Faculdade UNIGRAN Capital E-mail do(a) autor(a): : gibiverson@hotmail.com Resumo: Este estudo apresenta uma análise sobre a psicopatia a partir da psicologia social, em específico da teoria psicológica sócio-histórica. Buscamos compreender como determinadas características permeiam o desenvolvimento da personalidade psicopata e como tais características sofrem os determinantes da realidade social a qual o sujeito está em interação e desenvolvimento. Para tanto, compreendemos que por mais que durante anos a palavra psicopatia tenha sido utilizada para designar qualquer doença mental, a psicopatia em si não é exclusivamente uma patologia, mas sim uma organização psíquica dada na relação entre a realidade material (corpo) e o desencadeamento provindo do ambiente social e cultural. Isto é, compreendemos que não se adquire psicopatia; o individuo nasce com uma predisposição biológica que, a partir das relações que estabelece com o meio, podem (ou não) levar ao desenvolvimento de determinadas características em sua personalidade. Isto porque por mais a palavra psicopatia, etimologicamente, signifique doença da mente, esta não se encaixa na visão tradicional de doenças mentais uma vez que se diferencia de outros transtornos. Portanto, nosso trabalho objetiva realizar uma análise sobre a psicopatia mantendo os pressupostos da dialeticidade entre sujeito e sociedade, isto é, visamos compreender como, a partir da realidade material – cultura e sociedade, o sujeito pode desenvolver em sua personalidade traços e características típicas da configuração psicopata. Para tanto, buscamos aprofundar os conhecimentos em relação a uma temática que muito se fala, mas que também se deixa muitas dúvidas e mitos, tornando este assunto quase sempre fantasioso e cinematográfico. Buscamos então trazer esse tema para a realidade, mostrar suas facetas e esclarecer que nem sempre a psicopatia está em níveis tão elevados como são mostrados em filmes ou anunciados em jornais, e que eles podem e estão mais próximos que imaginamos, mesmo que muitas vezes não pareçam reais. Assim, acreditamos que nosso trabalho mantenha relação com a GT 02 (A práxis que apreendem as determinações históricas na dialética de relação entre psiquismo e sociedade: contribuições para a psicologia social), pois investigamos quais os meios que possibilitam o surgimento e/ou desencadeamento da psicopatia como características de personalidade, mantendo para tanto os pressupostos da dialética entre sujeito e realidade, entre materialidade e desenvolvimento da subjetividade. Em nossa pesquisa utilizamos a abordagem teórica da Psicologia Sócio-Histórica como elementos norteadores para o pensamento, pois acreditamos que a relação psiquismo e meio social está intrinsecamente organizada, sem que tomemos apenas as discussões ora subjetivistas, ora objetivistas, como algumas teorias tradicionais da ciência psicológica tem mantido. Para o desenvolvimento do trabalho, utilizamos o método exploratório, buscando informações em livros e artigos científicos, e o método descritivo, pois tem como intenção informar o leitor sobre a temática, para que o mesmo possa adquirir conhecimento sobre a área trabalhada e também esclarecê-la. Temos que o desenvolvimento da subjetividade ocorre em íntima relação com as condições sociais e históricas nas quais os sujeitos estão circunscritos, e que tais condições determinam quais elementos comporão o processo dinâmico do psiquismo destes. Assim, determinadas características que a literatura tem elencado como típicas do sujeito psicopata já aparecem na organização social enquanto elementos primários da cultura humana, os quais, pela mediação das instituições sociais, podem ser incorporadas pelo indivíduo e passarem a compor características suas, próprias. E quando tal apropriação resguarda a relação com uma base corporal já predisposta a determinadas questões, a síntese dada no sujeito enquanto personalidade apresenta cristalizadas estas condições que afetam sua interação social (manipuladores, calculistas, egocentrismo, falta de empatia, hostilidade, impulsividade), transformando a psicopatia em uma forma mais severa da sociopatia. Ao fim deste, temos conhecimento que é um tema vasto e complexo, sendo assim com muitas variáveis ainda a desbravar. Isso porque sabendo das constantes mudanças culturas e sociais que todo e qualquer povo estão sujeitos, é inevitável ao passar dos anos que as fontes e causas ditas como verdadeiras possam vir a ser alteradas conforme tais condicionantes. Por 42 esta razão, acreditamos que sempre haverá a necessidade de novos estudos para se confirmar ou refutar estes e outros ditos científicos, em busca de novas verdades sintéticas. 43 Titulo: Transgêneros: a vida para além da identidade Autores: Rodrigo Batista Torraca, Faculdade UNIGRAN Capital; Ana Paula Benites Gama, Faculdade UNIGRAN Capital; Edenir Padilha Dias, Faculdade UNIGRAN Capital; Felipe Correa Verardo, Faculdade UNIGRAN Capital; Jânio Rodrigues Miranda Junior, Faculdade UNIGRAN Capital; Jeferson Renato Montreozol, Faculdade UNIGRAN Capital; João Pedro Vilar Nowak de Lima, Faculdade UNIGRAN Capital; Luana de Moura Vareiro, Faculdade UNIGRAN Capital; Riverson Junior Gomes Tavares, Faculdade UNIGRAN Capital E-mail do(a) autor(a): : rodrigo.torraca@hotmail.com Resumo: Todo mundo nasce com o sexo determinado. Os brinquedos, as escolhas dos temas das festas infantis embalam a nova rotina dos pais em orientar as escolhas das crianças de acordo com o que a sociedade determina. Logo se dá o momento em que a criançacomeça a andar com as próprias pernas, mostrar os primeiros sinais de sua personalidade e desenvolvimento. Quando o menino diz então que não gosta de bola e prefere brincar com bonecas, começa o drama familiar. Isso porque a nossa sociedade incentiva algumas orientações e identidades sexuais enquanto discrimina outras, e assim os pais de uma criança costumam incentivar ou reprimir as manifestações de sexualidade a partir das normas culturais das quais eles concordam. Portanto, o que entendemos por identidade de gênero está na maneira que você se enxerga entre homem, mulher, e nada tem a ver com o sexo biológico, orientação sexual, saias ou calças; somente com quem você é quanto a sua construção social como pessoa, e sobre como tudo isso tem impacto sobre você e o papel que você ocupa na sociedade. Porém, a identidade de gênero está pautada primariamente sobre o sexo biológico, enquanto que gênero é social, é construído pelas diferentes culturas. Assim, podemos compreender que o que importa na definição do que é ser homem ou mulher não são apenas os cromossomos ou a conformação genital, mas a auto-percepção e a forma como a pessoa se expressa socialmente pois o gênero vai para além do sexo. Na nossa sociedade, pessoas com identidade destoante do gênero associado ao seu sexo sofrem discriminação e violência, e quem não é heterossexual ou com uma identidade coerente com o gênero relacionado ao seu sexo vivem em um mundo muito hostil. E isso ocorre porque tanto orientação sexual quanto identidade de gênero não são meras escolhas; uma pessoa pode disfarçar seus sentimentos ou tentar obedecer a certo padrão de sexualidade para ser mais aceito ou até mesmo evitar punições, o problema é que isso muitas vezes leva a anos de sofrimento, frustração e até mesmo suicídio. Entendemos então que expressar a sexualidade é uma parte fundamental do desenvolvimento psicológico saudável de qualquer pessoa pois a sexualidade humana há muito vem demonstrando as suas inúmeras formas de manifestação, embora estas sejam, muitas vezes, vetadas pelas normas e determinantes morais da sociedade. Sendo assim, o primeiro ponto a ser ressaltado é o de que o sexo é um nome dado às coisas diversas que aprendemos a reconhecer como sexuais de diversas maneiras. Certas coisas sexuais podem ser mostradas, como, por exemplo, as descrições médico-fisiológicas do aparelho genital. Outras, como descrições de sensações corporais, são reconhecidas pela experiência e pelas interpretações, como o orgasmo, que aprendemos que é algo sexual. O gênero é uma categoria historicamente determinada que não apenas se constrói sobre a diferença de sexos, mas, acima de tudo, uma categoria que serve para dar sentido a esta diferença. Levando em conta essas definições, em termos gerais, gênero é uma categoria usada para pensar as relações sociais que envolvem homens e mulheres, relações historicamente determinadas e expressas pelos diferentes discursos sociais sobre a diferença sexual. Porém, quando pensamos a identidade de gênero especificamente de sujeitos que transcendem seu gênero sócia, isto é, transgêneros, nos indagamos sobre como estes sujeitos constroem e percebem essa identidade? Como a sociedade lida com esses novos conceitos? Portanto, este trabalho tem como objetivo principal demonstrar como é a construção do ser social quando transgênero, os desafios, as frustrações, expectativas e superação destes. Para tanto, utilizamos os pressupostos materialista histórico-dialéticos, especificamente na forma como estão organizados pela Psicologia Sócio-Histórica, visando analisar e discutir como a Psicologia contribui para a modificação da realidade onde a pessoa transgênero se encontra. Este trabalho se configura como uma pesquisa bibliográfica no momento em que se fez uso de materiais já elaborados: livros, artigos científicos, revistas e documentos eletrônicos na busca e abstração de conhecimento sobre os assuntos abordados: sexo, gênero, 44 sexualidade e transgêneros. Assim, pensamos que as discussões aqui engendradas permitem uma conexão com o GT 2 (A práxis que apreendem as determinações históricas na dialética da relação entre psiquismo e sociedade: contribuições para a psicologia social) justamente por buscar nas construções teóricas de base materialista, histórica e dialética, não apenas na ciência psicológicas como também nas ciências sociais. 45 Titulo: Vida e cotidiano de haitianas migrantes: Diálogos com a Psicologia Sócio-Histórica Autores: Krisley Amorim de Araujo, UCDB; Luciane Pinho de Almeida, UCDB E-mail do(a) autor(a): : krisley_araujo@hotmail.com Resumo: O aumento no número das migrações contemporâneas aponta para a necessidade de olhar para esse sujeito que migra e as condições eliciadoras de tais processos. Em meio a isso, o Brasil tem entrado na rota das migrações, recebendo um considerável número de haitianos, venezuelanos, bolivianos, sírios, africanos, dentre outras comunidades. A entrada da população haitiana no país revelou a fragilidade das políticas migratórias brasileiras, porém, é preciso ir além de diretrizes que regulamentam a entrada e a saída de migrantes, faz-se necessário pensar em políticas públicas que garantam o acesso desses migrantes à bens materiais e simbólicos, facilitem o processo de integração e garantam a efetivação de seus direitos durante todo o processo migratório, retirando-os de condições precárias e vulneráveis, que a condição de migrante os coloca. A partir disso, na história da Psicologia verifica-se um distanciamento do político e a não incorporação de dados histórico-sociais na compreensão de seu objeto de estudo, tendo ao longo de seu desenvolvimento um caráter positivista e tradições com enfoques biologicistas e individualizantes, tomando o indivíduo apenas como um organismo que interage com o ambiente. Tal visão reducionista torna a ciência reprodutora da ideologia dominante da sociedade (LANE, 1987). Logo, destaca-se a necessidade de uma Psicologia comprometida com a realidade e a transformação social, com esse objetivo destacamos os deslocamentos humanos e a entrada de haitianos no estado de Mato Grosso do Sul. Partindo da compreensão que o cotidiano é local onde nascemos, vivemos e como indivíduos reproduzimos de modo particular as características básicas da sociedade (LANE; SAWAIA, 2006). Desse modo o cotidiano limita as potencialidades do indivíduo ou o aliena de acordo com determinantes sociais impostas pelo capital. Com isso, a proposta relaciona-se ao GTà ϬϮà ͞áà pƌĄdžisà Ƌueà apƌeeŶdeŵà asà deteƌŵiŶaçƁesà histſƌiĐasà Ŷaà dialĠtiĐaà daà ƌelaçĆoà eŶtƌeà psiƋuisŵoà eà soĐiedade:à ĐoŶtƌiďuiçƁesà paƌaà aà psiĐologiaà soĐial͟,à aoà ďusĐaƌà deďateƌà asà ĐoŶfiguƌaçƁesà daà ďaseà daà iŶfƌaà eà supeƌestƌutuƌaà doà capitalismo, seus efeitos nas condições de vida dos indivíduos e dialogar com a mesma orientação teórica a ser apresentada na proposta, olhando para os aspectos psicossociais de constituição do sujeito, assim como, partilha da concepção sócio-histórica de constituição do psiquismo humano. De igual modo, a proposta relaciona-se com o Eixo TeŵĄtiĐoàϬϭà͞PolítiĐasàpúďliĐas,àdiƌeitosàsoĐiaisàeàpƌĄtiĐasàdeàeŵaŶĐipaçĆoàeŵàĐoŶtedžtosàŶeoliďeƌais͟,àŶaàŵedidaàeŵà que também se interessa em aprofundar conhecimentos e práticas no âmbito das políticas públicas e sociais diante de cenários de desigualdade, vulnerabilidade e violação de direitos, visto o retrocesso que o atual cenário político e econômico do país desperta. Desse modo, é mútuo o olhar para a garantia de direitos e o compromisso que a Psicologia possui com a transformação da realidade com o sujeito. Desse modo, a orientação teórica que sustentará as discussões concernentes ao tema exposto é a Psicologia Sócio-História, a qual está ancorada nos pressupostos do materialismo-histórico dialético desenvolvido por Karl Marx e, compreende o processo histórico humano apartir das determinações da base material em relação à superestrutura, em um movimento dialético (KAHHALE; ROSA, 2009), assim como, a presente teoria busca superar a dicotomia entre o subjetivismo e o objetivismo, por meio da apreensão da concretude, suas relações e movimento (KAHHALE; ROSA, 2009), visualizando o homem como produto e produtor da História, ser concreto e manifestação de uma totalidade histórico-social (LANE, 1987) a fim de superar concepções idealistas e biologicistas. A partir disso, a metodologia utilizada constituiu-se por meio da realização de entrevistas não estruturadas com pessoas vinculadas a trabalhos voluntários de atuação e convivência com as migrantes haitianas em Campo Grande a fim de compreender os contextos de vida e cotidiano das mulheres migrantes. Os resultados apontam para falta de oportunidade de emprego formal e o baixo poder aquisitivo das migrantes, o que faz com que muitas morem em grupos, por não possuir condições de adquirir moradia. As mulheres em sua maioria possuem pouca escolaridade e migraram com auxílio do marido, em relação ao trabalho, destacam-se serviços domésticos, como camareiras e trabalho em restaurantes. Os dados ainda apontam que as migrantes sentem-se exploradas no trabalho e encontram dificuldades relacionadas à língua portuguesa e conhecimento das leis trabalhistas. Diante disso, conclui-se que há uma falta de reconhecimento dos direitos das mulheres haitianas 46 migrantes, deixando-as em condições vulneráveis e desiguais, logo, é urgente a elaboração de políticas públicas pautadas pela igualdade de gênero, visto as dificuldades enfrentadas em seu cotidiano, as quais limitam suas possibilidades em território estrangeiro. Nisso, urge a necessidade de intervenções pautadas nos direitos humanos e no respeito à dignidade humana e a Psicologia pode contribuir nesse processo por meio da oferta de atendimento humanizado no acolhimento ao migrante, participação na construção de políticas públicas e realização de intervenções multiprofissionais, pensando no lugar da Psicologia em um cenário marcado pela constante mobilidade. 47 Titulo: Vygotsky e Bruner: uma análise das dissonâncias teóricas acerca do conceito de aprendizagem Autores: Juliana Chioca Ipolito, UFT E-mail do(a) autor(a): : juipolito@uft.edu.br Resumo: Este estudo traz parte das análises da pesquisa acerca do conceito de aprendizagem para Vygotsky e Jerome Bruner. O objetivo desta é enfatizar os fundamentos marxistas da obra vygotskyana e contrapor às teorias que tendem a aproximá-lo de concepções construtivistas e culturalistas, como a de Jerome Bruner, diferenciando-os no que tange ao entendimento de ambos sobre aprendizagem. Utilizamos como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica em algumas obras de Vygotsky e Bruner sobre a categoria aprendizagem, além de considerarmos trabalhos que os analisaram. O método para conhecimento da realidade aqui utilizado é o materialista histórico e dialético da Psicologia sócio-histórica, por nos oferecer uma visão mais ampla acerca do aprendizado, entendido como multideterminado pelas relações infra e superestruturais. Somos um corpo biológico, mas ao rompermos a escala filogenética, avançamos qualitativamente no processo de desenvolvimento cognitivo, adquirindo as funções psicológicas superiores, sendo uma das principais aquisições a linguagem. A partir desses fundamentos, entendemos que a aprendizagem é a capacidade de mudar em função da experiência. Partimos, então, de uma concepção de aprendizagem ativa, construtora de significados. Isso porque o homem ao interagir com o mundo físico e social se apropria dos significados culturais que o circundam, passando de uma condição eminentemente biológica para social. Deste modo, ao se apropriar da cultura ele se modifica e cria condições para que mais aprendizado ocorra. Esse processo é dialético, pois ao mesmo tempo em que o sujeito interage com o meio e o modifica é por ele também modificado. É importante ressaltar que todo esse processo é mediatizado pelos signos sociais. Por meio da atividade em processos de interação com o ambiente social, as funções psicológicas vão se transformando, evoluindo, provocando um gradativo domínio dos significados culturais, e um avanço dos modos de raciocínio realizados pelo sujeito. Ao nascermos possuímos funções psicológicas elementares como memória imediata, atenção não voluntária, percepção natural (não mediada), que vão evoluindo até se transformarem em funções psicológicas superiores. A linguagem, que é uma função psicológica superior, é elemento de mediação na apropriação da cultura pelos sujeitos e surgiu, segundo a perspectiva sócio-histórica, a partir da necessidade de desenvolver ferramentas no processo de trabalho para modificar o meio e satisfazer a sua necessidade de subsistência. Assim como Vygotsky, Jerome Bruner, um dos principais expoentes da Psicologia Cognitiva Cultural, aponta a influência da cultura como uma das dimensões mais importantes no processo educativo. Sua teoria é visivelmente influenciada pelos pressupostos vigotskianos (ainda que com diferenças substanciais), principalmente acerca de como se processa o desenvolvimento e o aprendizado. Para Bruner a linguagem também é um importante mediador na apropriação da cultura. Sua concepção de desenvolvimento passa por uma evolução na forma de representar a experiência, que é o que medeia a nossa relação com o mundo. Este ocorre em níveis de abstração que vai desde aquele baseado na motricidade, evoluindo para formas perceptivas (gráficas e de imagens mentais), para, finalmente, assumir um caráter simbólico (lógico-científico). Um dos conceitos desenvolvidos por Bruner, que tem bastante similaridade com o de zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky, é o de scaffolding. Este é uma metáfora de andaime que preconiza o papel da mediação de um adulto ou criança mais experiente para construção do conhecimento. Apesar da similaridade verificamos que o conceito de zona de desenvolvimento proximal é mais amplo que o de scaffolding, na medida em que considera as condições infra e superestruturais sob as quais a atividade que gera aprendizado ocorre, além de valorizar o caminho de construção do conhecimento. Assim, a partir da investigação de como ocorre a aprendizagem para Vygotsky e Bruner pudemos compreender suas similaridades e discrepâncias. Entre outros resultados, concluímos que, apesar de ambos partirem de uma concepção de sujeito ativo no processo de aprendizagem, diferem-se principalmente no que tange ao conteúdo ideológico de suas obras. Enquanto Vygotsky propôs uma psicologia para o homem socialista e, portanto, visando à transformação da sociedade, através do viés epistemológico materialista histórico e dialético, Bruner propõe uma psicologia afinada com o pragmatismo americano, ou seja, objetiva e reprodutora, que não visa à transformação. Este fato pode ser 48 constatado na análise de uma de suas categorias fundamentais para compreensão de como ocorre o aprendizado, o scaffolding. Ademais, ressaltamos que pela amplitude da temática que nos propusemos a investigar, nossas conclusões ainda estão em desenvolvimento. Esperamos que as discussões aqui realizadas contribuam para construção de uma psicologia comprometida com a transformação das relações sociais alienantes próprias do modo de produção capitalista. 49 GT 03 | A Psicologia Social além das fronteiras disciplinares 50 A Interdisciplinaridade no Atendimento à Violência Contra a Mulher - Um olhar da Psicologia Autores: Eduardo Francisco Corrêa Lancelotti, UFRJ; João Batista de Oliveira Ferreira, UFRJ E-mail: eddylancelotti@gmail.com, ferreira.jb@gmail.com Resumo: As políticas públicas de atenção à violência contra a mulher são umaconquista que provém do encontro de demandas sociais, esforços acadêmicos e da judicialização, tendo como importante momento a assinatura do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, que consolidou diversos instrumentos no objetivo de produzir vidas menos carregadas de violência. Suely Souza de Almeida - acadêmica e personagem fundamental na solidificação dessas medidas - diz, em 2003, que a violência necessita, incontestavelmente, de abordagem interdisciplinar, devido a enorme complexidade do fenômeno. O objetivo deste trabalho é, assim, iluminar a interdisciplinaridade - esta principalmente como uma cooperação e coordenação entre o Direito, o Serviço Social e a Psicologia, no presente campo - em um dos instrumentos de atendimento à violência doméstica e familiar contra a mulher, o Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa (CRMM-CR), realizando a) análise dos diários de campo - produzidos a partir da experiência como aluno da graduação e bolsista de extensão - e b) pesquisa epistemológica - baseada em autores como Japiassu e Gusdorf, para tratar do tema da interdisciplinaridade em sua raiz, e Minayo e Sinaceur, que o relacionam à história da educação -; para assim destilar desafios e benefícios identificados nessa interação, compreender sua importância para o atendimento integral dessas mulheres e analisar as diretrizes gerais da educação no Brasil, a fim de elucidar a gênese das dificuldades encontradas na relação interdisciplinar. Em autores como Ellen Wood e Mészaros, podemos compreender a vigente configuração da educação, uma de fragmentação do saber e radicalização do pluralismo liberal, como uma estratégia clássica, que denuncia a agenda política do governo atual como uma de dominação e docilização das estratégias de resistência popular. A partir da minha análise transversal (histórica e pessoal) das possibilidades, fracassos e sucessos da construção de uma interface interdisciplinar diante da demanda de atendimento psicossocial e jurídico de mulheres em situação de violência, posso chegar a resultados que mais são como pistas para compreendermos de que formas podemos potencializar este campo e atender a necessidade de uma intervenção tão complexa quanto o fenômeno em foco. Fica explícito que, embora seja fundamental que haja uma contestação das relações provocadas pelo saber- poder dentro do próprio campo de trabalho, pelos próprios membros da equipe; a luta pela interdisciplinaridade é uma que não pode ser descolada de uma luta política mais ampla. A contestação de medidas que promovam a fragmentação e hierarquização do saber, como a reforma trabalhista e principalmente a do ensino médio, ambas do atual governo, é medida fundamental para estabelecer a base da construção de um ambiente de trabalho fértil para o correto atendimento das demandas sociais. Negligenciar a importância (e as dificuldades) da interdisciplinaridade é condenar as políticas públicas a um funcionamento insuficiente, precário e que bloqueia os caminhos de resistência de uma população já subjugada a violências estruturais, como a de gênero, doméstica e familiar. Na presente pesquisa, é fundamental que todos esses pontos sejam tomados como formas de entrada neste tema tão presente e essencial. 51 A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e os pequenos municípios: O caso de Corumbataí Autor: Mariana De Gea Gervasio, Elizabete Franco Cruz, USP E-mail: marianaggervasio@gmail.com,betefranco@usp.br Resumo: Apesar da existência de uma proposta integral da saúde da mulher desde meados da década de 80, ainda há muitos desafios a serem superados no campo do cuidado à saúde da mulher. Pouco se trabalha com questões contraceptivas ou questões relacionadas ao climatério, menopausa, saúde mental, saúde ocupacional, entre outros. Dessa forma, tendo em vista a disparidadeque a realidade brasileira apresenta em relação à saúde da mulher, vemos claramente o quão dificultoso continua tirar o foco da saúde da mulher do ciclo gravídico puerperal e pensar nas mulheres de modo integral. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) tem como objetivo ampliar as ações no que se refere à saúde da mulher, buscando incorporar a perspectiva da integralidade, gênero, raça e outros marcadores socias na melhoria da atenção à saúde da mulher. Nesse contexto, é fundamental estudar como os pequenos municípios brasileiros tem implementado as diretrizes da PNAISM no cotidiano dos serviços. Nessa pesquisa focalizamos o município de Corumbataí que possui uma população de 3.874 habitantes, com pouco menos de 50% residindo na zona rural (IBGE, 2010). A estimativa populacional para o ano de 2016 foi de 4.045 pessoas, colocando Corumbataí na posição de 564º em relação a quantidade de residentes de um total de 645 cidades no estado de São Paulo e quando comparado a outras cidades no Brasil, fica na posição 3886 de 5570 (IBGE, 2016). Dadas as devidas circunstancias e perspectivas qualitativas do trabalho, entendemos que nosso estudo não busca universalizar ou definir verdades, mas pode trazer pistas sobre a forma como se materializam políticas públicas em cidades pequenas e ajudar na construção de conhecimentos sobre municipios que, apesar de serem pequenos, suas populações apresentam demandas e necessidades de saúde que precisam ser respondidas e respaldadas pelas políticas públicas de saúde. Esse trabalho teve como objetivo discutir e problematizar o processo de implementação da PNAISM no munícipio de Corumbataí. A discussão teorica foi orientada pela perspectiva da psicologia social e da saúde coletiva sobre as políticas públicas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e as ferramentas utilizadas para a produção de informações foram: a análise de documentos sobre a política e a gestão de saúde e as entrevistas semiestruturadas com gestores municipais e estaduais. Esse trabalho foi desenvolvido inicialmente como parte da dissertação de mestrado intitulada: "Saúde das Mulheres na perspectiva de profissionais e gestores de saúde de Corumbataí". A estrutura de saúde de Corumbataí é composta por uma unidade básica de saúde de caracteristica mista que oferece pronto atendimento e ambulatório. Situações de urgência e emergência são atendidas pelo SAMU e frequentemente transferidas a outros munícipios com mais recursos, assim como os casos de média e alta complexidade são atendidos em outras cidades. No cotidiano da saúde de Corumbataí há uma grande diferença entre a proposta das políticas públicas de saúde e os serviços de fato implementados. Destacamos três pontos para disussão: 1) o investimento financeiro é em atendimentos ambulatoriais de especialidades médicas e não há oferta de serviços de Estratégia Saúde da Família (ESF), sendo as ações de promoção da saúde pontuais e realizadas principalmente através de campanhas, na maioria das vezes orientadas por uma lógica medicalizada e biomédica; 2) a dimensão da rede ainda está restrita a referencia e contra-referencia, com foco na lógica de hierarquia e níveis de atenção e a "regulação informal", bem distante da proposta da PNAISM; e 3) a organização do serviço está orientada pelo que chamamos de política de saúde nas estradas, ou seja, ambulâncias que transportam as pessoas para as outras cidades para que sejam atendidas. Através da análise das entrevistas, dos documentos e no diálogo com a literatura, foi possível identificar muitas dificuldades em trabalhar questões do ambito da atenção básica, principalmente aquelas relacionadas a promoção à saúde das mulheres. Percebe-se que o referencial norteador de todas as ações de saúde dirigidas as mulheres está fortemente associado à maternidade, com foco numa perspectiva biomédica. A saúde nas estradas se configura como uma questão importante no cotidiano das relações e nos modos de produção da saúde no município como um todo.52 Trabalhar com temas transversais articulados aos determinantes sociais da saúde apresenta-se como um desafio para os/as gestores/as da saúde no município e na região. Além disso, parece-nos que fortalecer ações interdisciplinares e intersetoriais poderia trazer maior abrangência para as ações de saúde desenvolvidas no município. 53 As CEBs e o reconhecimento das potencialidades comunitárias: uma leitura a partir da perspectiva da psicologia social Autor: Jose Hercilio Pessoa de Oliveira, PUC-SP E-mail: hercilio.pessoa@uol.com.br Resumo: Nesta pesquisa discorro sobre a importância da teologia da libertação e das comunidades eclesiais de base (CEB), associadas à igreja católica, que deram origem ou engrossaram os movimentos sociais de lutas em defesa das necessidades do povo. As CEB foram o berço onde boa parte dos movimentos sociais da década de 1970 se originou. Destaco também a ação desses movimentos na transformação da sociedade. Fecho o capítulo com o exemplo de Dom Paulo Evaristo Arns, um ator social que fez a diferença nas periferias da cidade de São Paulo. Início contextualizando o que chamo de igreja no panorama da ação libertadora das comunidades eclesiais de base. Neste texto estou me referindo a uma forma de ser igreja que se diferencia da instituição igreja. Há encontros e desencontros entre a igreja da base e a institucional. A de base se reinventa o tempo todo, cuidando do humano e do espiritual, enquanto a instituição questiona a fidelidade dogmática. O projeto pastoral da teologia da libertação inspira e envolve as comunidades eclesiais de base, mas não é a origem delas. As CEB são um organismo da igreja católica que tem seu modelo nas primeiras comunidades cristãs. Nessa mesma perspectiva, outras pastorais sociais se fortaleceram no período de 1970 a 1990, como a Pastoral da Terra e a Pastoral Operária, além dos movimentos comunitários e dos clubes de mães. Pedro Jacobi e Edson Nunes (apud Calderón, 1995) dizem que as comunidades eclesiais de base são [...] uma das poucas, senão a única, alternativa para as classes populares, a partir da discussão sobre as condições de vida dos moradores, propiciando assim o desenvolvimento de formas democráticas de participação de base e a formação de lideranças locais (p. 67). Na Conferência de Medellín, em 1968, a igreja católica iniciou um modelo de pastoral com base na teologia da libertação. Essa mesma linha teológica foi amadurecida em Puebla, 1979, com ataques diretos às causas da pobreza, considerando-as como sendo produzidas por processos de exploração econômica em toda América Latina. Nesse cenário nasceu a igreja popular, assentada na organização de grupos e associações como expressão de uma religiosidade voltada à defesa dos pobres e excluídos da sociedade e do engajamento nas questões sociais. Destaca- se, nesse contexto, o surgimento das comunidades eclesiais de base. Uma CEB surge tipicamente pela proximidade geográfica, agrupando pessoas em seus territórios. Esse agrupamento tem como principal intuito cuidar dos pobres reunidos em comunidades, considerando suas necessidades acima das instituições (igrejas, partidos e sindicatos). As comunidades eclesiais de base surgiram no Brasil como um meio de evangelização que pudesse responder aos desafios de uma prática libertária, no contexto sociopolítico dos anos da ditadura militar (1964-1985) e, ao mesmo tempo, como uma forma de adequar as estruturas da igreja às resoluções pastorais do Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965. As comunidades de base, desde 1966, representaram prioridade pastoral para tornar a igreja mais viva, mais corresponsável e mais integrada socialmente. Buscava-se um novo jeito de ser igreja, organizando comunidades como formas associativas. Eram grupos familiares avizinhados que, aos poucos, se reuniam e formavam uma comunidade. Geralmente, o lugar dessas pequenas comunidades era marcado por problemas sociais diversos. Esses grupos se sustentavam atuando em nome de causas com grande legitimidade, como a defesa da vida e da justiça social. O trabalho das lideranças era e é sempre gratuito, sem interesse material. Gabriela dos Anjos (2008) afirma que essa ação voluntária pode ser tomada como uma militância, se considerarmos como tal a adesão à determinada causa e o engajamento continuado em nome dela. A autora destaca, ainda, a atuação feminina nos espaços públicos como uma forma socialmente consagrada de militância desinteressada. A liderança das mulheres é uma realidade nessas comunidades; o processo democrático é disseminado e vivido no cotidiano, contrastando, é claro, com a igreja instituição, onde a patrística domina as relações. Os grupos sociais se multiplicam na igreja popular. Uma CEB se 54 formava para discutir soluções para os problemas enfrentados pelos moradores. As pessoas se encontravam para organizar as reivindicações. Naquele tempo, final da década de 1970 e início dos anos 1980, faltava tudo e as comunidades de base contribuíram para o surgimento de lideranças locais. Estas foram, aos poucos, encabeçando outras lutas, inclusive nos partidos políticos. Nesse sentido, as comunidades eclesiais de base nasceram como uma possibilidade de redescoberta do aspecto libertador da leitura bíblica que, semelhante à caminhada dos povos de Deus que experimentaram o Êxodo e a libertação do faraó, assumem sua luta por justiça como realização do profetismo na sociedade atual. Com suas lideranças promoveram, assim, um debate acerca da necessidade de unir fé e vida. 55 Gênero, sexualidade e relações étnico-raciais: diálogos feministas na extensão universitária Autor: Cristina Vianna Moreira dos Santos, UFT; Bruna Andrade Irineu, UFT; Ismael Barreto Neves Junior, UFT E-mail: cristina.vianna@uft.edu.br,brunairineu@gmail.com,ismaelbarretto@gmail.com Resumo: O presente trabalho relata a experiência do curso de extensão destinado a estudantes e comunidade com o tema Diálogos sobre gênero, sexualidade e relações étnico-raciais desenvolvido pelo Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Sexualidade, Corporalidades e Direitos na Universidade Federal do Tocantins, Câmpus de Miracema, entre março e maio de 2017. O núcleo integra inciativas de educação em direitos humanos com especial atenção para gênero, sexualidade, raça/etnia e interseccionalidades. O debate em torno dos direitos sexuais e reprodutivos constitui uma agenda de ações e práticas educativas que fomentam a reflexão crítica feminista na formação interdisciplinar e multiprofissional. O objetivo do curso de extensão foi proporcionar um espaço de debate plural sobre diversidade e diferença no ambiente acadêmico, bem como disseminar conhecimento em diversidade sexual, questões de gênero e relações étnico-raciais, articulando com os diferentes campos do conhecimento, instrumentalizando estudantes, agentes públicos e militantes para o enfrentamento do racismo, do sexismo e da homofobia. Acredita-se que o presente trabalho tem relação com o eixo temático Psicologia Social: questões teóricas e metodológicas na pesquisa e produção de conhecimentos, e/ou intervenções, por meio da produção de conhecimento em uma ótica feminista, que valoriza o lugar de fala das pesquisadoras pensando o conhecimento como local e situado. Levando em conta que o objetivo do grupo de trabalho A Psicologia Social além das fronteiras disciplinares é valorizar abordagens teóricas e metodológicas tanto de pesquisa como de intervenções, discutindo as contribuições da psicologia em atividades de formação, pesquisa e extensão de psicólogas/os e outros profissionais sob um enfoque feminista, acreditamos que a proposta do curso de extensão pode ser dialogada neste espaço. A oportunidade de ampliar a interlocução com as epistemologias feministas, os movimentos sociais e a saúde coletiva justifica nosso interesse pelo presenteGT. A orientação teórica que norteou a proposta do curso de extensão foi a compreensão e a ética feminista. Os Estudos Feministas pós-estruturalistas apoiaram a discussão dos conceitos de gênero e de sexualidade na perspectiva debatida por Butler, Rubin e Louro; de direitos sexuais e direitos reprodutivos apontados por Corrêa e Ávila; de relações étnico-raciais a partir dos feminismos de mulheres negras produzidos por Davis, Carneiro e Adichie; e de interseccionalidades a partir de Creshawn, Hirata e Puar. O método deste trabalho refere-se a proposta do curso de extensão que foi distribuído em 40 horas de atividades, contou com a presença de 40 cursistas entre acadêmicas/os, professoras/es da rede municipal, agentes de saúde e estudantes secundaristas, durante 20 encontros, ao longo de três meses. Os temas do curso foram organizados em quatro módulos conduzidos em encontros semanais. Os diálogos construídos a partir das conversações sobre feminismos e gênero, sexualidade, relações étnico-raciais e interseccionalidades foram articulados a partir de aulas expositivas dialogadas, debate sobre documentários e filmes, rodas de conversa, discussão de textos teóricos e palestras com convidadas/os. Cada encontro foi planejado utilizando recursos bibliográficos, audiovisuais, tarefas em grupos e técnicas grupais. As facilitadoras do curso, professoras dos cursos de Psicologia e Serviço Social, apostaram em uma metodologia feminista de trabalho que incluiu recursos voltados para o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo em uma perspectiva interdisciplinar. Os resultados da pesquisa direta sobre o perfil das/os cursistas apontaram que 72% das pessoas se identificaram como sendo do sexo feminino e 28% do sexo masculino. A orientação sexual mostrou que 70% se identificaram como heterossexuais, e as demais 30% se atribuíram vinculações identitárias sexuais fora da heterossexualidade homossexual, pansexual, bissexual, lésbica, caracterizando uma diversidade sexual. Nesta amostra, 42% das/os cursistas se consideram da raça/etnia negra e 40% sem consideram pardas. Acerca da participação em cursos de extensão, 85% das/os cursistas nunca havia participado, e dos 15% que já participou de cursos, ninguém havia participado de algum curso sobre gênero, sexualidade e diversidade sexual. Este dado sugere um indicador de escassez de oferta na formação e existência de demanda, caracterizada pela alta procura de cursistas pelo presente curso de extensão. Outros indicadores como a frequência e adesão ao curso, baixa evasão das aulas, boa qualidade dos diálogos construídos, relatos de vivência compartilhadas, feedback positivo de cursistas, 56 professoras/es e técnicas/os sobre o trabalho proposto, diversidade das atividades envolvidas e compromisso ético e político de participantes e facilitadoras apontaram o êxito do curso em sua proposta de constução do conhecimento feminista em um espaço relacional plural e interdisciplinar. O encerramento do curso incluiu uma programação lúdica, comemorativa e avaliativa no formato de um Sarau Cultural que envolveu estudantes e comunidade com a retomada das temáticas do curso, resultando em trocas críticas e reflexivas, de forma educativa em forma de confraternização, marcando a extensão como lugar científico e político de produção do conhecimento. 57 Identidades Sociais, Diversidade e Inclusão Social em famílias contemporâneas na cidade de São Paulo Autor: Dariane Doria Ribera Vidal, UNIP-SP; Vanda Lúcia Vitoriano do Nascimento, UNIP-SP E-mail: darianedoria@gmail.com,vanda_nascimento@uol.com.br Resumo: Esta pesquisa qualitativa, de Iniciação Científica-Cnpq, inserida no campo da Psicologia Social, teve por tema de estudo a construção de identidades sociais no cotidiano das famílias contemporâneas. Entendemos que as primeiras interações sociais de um indivíduo se dão no âmbito familiar; as primeiras apresentações sociais recebidas por ele na infância são por meio da família, o que irá contribuir de forma marcante na constituição de sua identidade. Esse processo se dá por meio da socialização que introduz o indivíduo na sociedade. A socialização primária tem o valor mais importante para o indivíduo, pois a estrutura básica foi definida a partir dela. Esse processo é bem dinâmico e inclui a socialização secundária, portanto, podemos dizer que não apenas nossas interiorizações são dinâmicas, mas o mundo onde estamos expostos também apresenta novos conceitos que necessitam de novos aprendizados. Neste caso, estamos falando especificamente da diversidade e da inclusão social, destaque para a compreensão desse estudo. Nessa linha, o objetivo principal foi entender como são constituídas as identidades sociais no cotidiano das famílias contemporâneas, no âmbito da saúde, no que se refere à diversidade e inclusão social. Buscou-se, assim, problematizar e proporcionar reflexões acerca das identidades sociais e de suas relações com a diversidade e inclusão social, como também contribuir para os estudos no campo da Psicologia Social. Como abordagem teórico-metodológica, fundamentou-se no construcionismo social, utilizando-se da metodologia de análise das práticas discursivas que propiciaram as condições para o surgimento de um material narrativo produzido a partir da interação dialógica entre entrevistados e entrevistadora. Participaram desse estudo oito casais, de orientação heterossexual, com idade entre 30 e 48 anos, com um ou mais filhos no ensino infantil ou fundamental, residentes na zona norte da cidade de São Paulo. O Projeto de Pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Psicologia (CEP) da Universidade Paulista, submetido via Plataforma Brasil, cumprindo-se as Resoluções Nº 466/2012 e Nº 510/2016, do Conselho Nacional da Saúde. Todos foram convidados e indicaram conhecidos, com base na técnica de Snowball. A coleta de informações foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas. As entrevistas ocorreram na residência dos casais entrevistados. Para análise dos dados utilizamos a transcrição sequencial, a transcrição integral e as anotações do diário de campo. A análise dos resultados levou, por meio da transcrição sequencial, a seis eixos predominantes nas vivências dos casais entrevistados: a) concepções sobre inclusão social e diversidade; b) necessidade de inclusão social na atualidade; c) vivências na infância do casal sobre diversidade e exclusão social; d) vivencias atual da família sobre diversidade e exclusão social; e) educação dos filhos: pais versus escola; f) sociedade: inclusiva versus exclusiva. Concluiu-se que as identidades sociais no cotidiano das famílias contemporâneas são constituídas de formas diferentes, marcadas por experiências anteriores de cada um dos pares, mas configuradas na relação familiar, influenciadas pelas relações de gênero e pelas possibilidades, ou não, de negociações e mediações. De modo geral, observa-se que as famílias demonstraram conviver bem com as diversidades humanas, com a inclusão social e a diversidade, tendo a escola como parceira principal. Entretanto, no processo de construção estão presentes dilemas e incompreensões com relação a sociabilidades intolerantes e não inclusivas. É relevante que sejam realizados novos estudos que possibilitem entender melhor alguns fenômenos (não) inclusivos a partir das relações familiares. Como o objetivo principal desse estudo foi entender e levantar reflexões acerca da formação das identidades sociais e suas repercussões com relação à diversidade e inclusão social acreditamos que esse tema poderá contribuir e gerar novos questionamentos com os Grupos de Trabalho escolhidos. 58 Laço a organização estudantil como prática política: afeto, resistência e transformação social Autores: Jomara Oliveira Costa, CES/JF; Lara Brum de Calais, UFJF; Marcos Vinícius Lucas da Silva, CES/JF; Matheus Henrique Silva,CES/JF E-mail: jomaracosta@live.com,matheus_psi@outlook.com,marcos15.lucas@gmail.com,laracalais@hotmail.com Resumo: O presente resumo tem por finalidade contextualizar e apresentar a formação da Liga Acadêmica de Psicologia Social e Comunitária (LAÇO) e problematizar as possibilidades de articulação entre teoria e prática na formação em psicologia. A Laço tem sua constituição marcada pela união de estudantes que, de certa forma, se incomodavam com práticas naturalizantes e descontextualizadas da realidade social reproduzidas pela Psicologia e pautam a busca de um saber/fazer com criticidade e responsabilidade social. Sob a ótica da perspectiva Sócio- Histórica, a LAÇO foi criada visando o comprometimento com a realidade social e superação dos engessamentos muitas vezes sustentados pela academia, se colocando a entender os aspectos que constroem os contextos sociais, assim como os processos culturais e políticos que estão entrelaçados nesta formação. A analogia feita com a sigla da liga foi proposital, vide que desde o primeiro momento de sua criação, o afeto e os laços entre estudantes potencializaram a nossa resistência mediante as opressões e silenciamentos engendrados nas práticas cotidianas. A LAÇO tem como objetivo a troca de saberes e a promoção de ações em contextos marcados por uma história de negligência e por situações de vulnerabilidade. Tais ações se pautam, principalmente, em atividades culturais, artísticas, esportivas e discussões críticas que possam contribuir para essa transformação. Neste sentido, a liga acadêmica em questão aposta na potência das construções coletivas e na mobilização através do afeto, ou seja, compreende que é no encontro coletivo que somos afetados pela realidade e possibilitamos a emergência de diferentes modos de existência. Considerando o tripé ensino, pesquisa e extensão, a Laço estimula também o fortalecimento das bases curriculares da graduação em Psicologia, no que se refere à Psicologia Social e Comunitária, que são disciplinas que contribuem para uma formação profissional crítica, ética e política frente ao contexto social. Assim, encontra estreita relação com o GT 03 A Psicologia Social além das fronteiras disciplinares, por problematizar a formação e buscar ações estratégicas para as problemáticas sociais. Cada ação elaborada pelo coletivo de estudantes, seja a nível institucional ou comunitário, tem sempre como intenção a troca com o outro, impulsionando as contribuições para uma prática psicológica voltada para as reflexões e conscientização. Neste sentido, se apóia nos referenciais de metodologias participativas que têm em sua construção, o necessário exercício da participação social. Sustentando uma gestão participativa, os estudantes reúnem-se quinzenalmente no formato de assembléias que, em si, já funcionam como espaços coletivos de produção política. Operacionalmente, a liga possui Comissões de Gestão, Comunicação e Científica. Juntamente a elas, organiza-se nos seguintes eixos temáticos: Gênero e Sexualidades; Esporte e Território; Arte e Cultura; e Relações Raciais e Direitos Humanos, articulando teoria e prática em psicologia social. Durante um semestre realizamos práticas com intuito de incentivar o pensamento crítico e promover autonomia e emancipação. Realizamos durante o início deste ano: O Trote Social que tinha como meta arrecadação de livros; Acolhida dos calouros do curso de Psicologia pautada no afeto e mediado pela arte; Mural da Visibilidade Trans; Túnel Sensorial; Ação Literária com inauguração da Biblioteca Comunitária. O enlace dos/as estudantes se deu como forma de resistência e mudança da realidade social, compreendendo a reciprocidade das relações e o compromisso ético-político que assumimos. Sendo assim, acreditamos na expansão desse laço, partindo do pressuposto de que a construção da realidade social é um processo constante e que, por isso, fomentar ações que promovam o exercício da cidadania, conscientização e autonomia dos sujeitos é também potencializar diferentes modos de ser-humano. 59 O domicilio como local de parto e as lutas por políticas/programas de saúde inclusivos Autores: Jacqueline Isaac Machado Brigagão, USP; Lilian Godinho Hokama, LUMIAR; Roselane Gonçalves, USP E-mail: oselane@usp.br,jac@usp.br,lilian.hokama@gmail.com Resumo: A assistência ao parto no Brasil é predominantemente hospitalar e todas as políticas e programas dirigidos para o recém-nascido estão organizados e baseados nessa premissa. Porém, muitas mulheres, a partir de uma perspectiva crítica em relação às restrições ao uso de tecnologias, muitas vezes desnecessárias para o cuidado no parto e nascimento no contexto hospitalar, têm escolhido o domicilio como local para viver esta experiência com a assistência de profissionais capacitados/as. Atualmente, apenas em Belo Horizonte/MG há um grupo de parto domiciliar vinculado ao SUS, nos demais estados e municípios, esses serviços são privados. Assim, a escolha pelo parto domiciliar, em geral, impõe à mulher, à sua família e aos profissionais que assistem ao parto e nascimento a necessidade de desenvolver estratégias para superar as inúmeras dificuldades de acesso a programas e políticas de saúde relacionadas à saúde do bebê no período pós-natal, como por exemplo o direito de: ter a declaração oficial de nascimento (declaração de nascido vivo-DNV) preenchido pela/o profissional que assistiu ao parto; ter acesso aos exames da triagem neonatal (Teste das Emissões Otoacústicas Evocadas - teste da orelhinha; Teste do Reflexo Vermelho - teste do olhinho; Teste para identificar Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias, Fibrose Cística, Deficiência de Biotinidase e Hiperplasia Adrenal Congênita - teste do pezinho) e vacinação. Estas dificuldades colocam em evidência a necessidade das/os profissionais, e todas as pessoas que defendem os partos domiciliares, lutarem para incluir nas políticas/programas de saúde para a criança, os fluxos que permitam o acesso das pessoas que escolheram o domicilio como local do parto/nascimento. O objetivo desse trabalho foi o de refletir sobre a experiência de intervenção nos municípios de Mogi das Cruzes e Guararema, ambos situados na região do Alto Tietê no Estado de São Paulo, para a criação dos fluxos necessários para que as/os profissionais que assistem a partos domiciliares possam obter a DNV junto a secretaria de saúde do município e que, após o parto, as mulheres com os seus bebes possam ter acesso às políticas de saúde especificadas. Metodologia: A discussão desses dois casos foi realizada a partir da narrativa das autoras sobre todo o processo de intervenção junto às secretarias de saúde dos dois municípios e dos resultados obtidos e se deu à luz das perspectivas da ação pública (SPINK, 2016) e feminista sobre o papel das mulheres na luta pela ampliação das políticas públicas. Resultados e Conclusões: Os dois casos ilustram a importância da incorporação de atitudes que incluam estas perspectivas na atuação profissional daqueles que assistem a partos domiciliares e que assumam a concepção de que todos os atores são responsáveis e legítimos interlocutores no processo de elaboração e implementação das políticas públicas de saúde. Ou seja, são capazes de acionar os dispositivos públicos para criar programas e ações que beneficiem a população e despertem os gestores para importância da ampliação dos direitos e obrigações de todos os envolvidos no processo de cuidado em saúde. Para isso é necessário que se disponham a realizar reuniões de articulação técnico- políticas nos muncipios em que atuam visando pactuar ações que permitam o acompanhamento do processo envolvido nos partos e nascimentos planejados, que ocorrem no âmbito dos domicilios, pelo sistema de saúde local (vigilância epidemiológica) garantindo o acesso às políticas/programas de saúde específicaspara esta fase do ciclo vital humano. Desse modo, a ação pública é uma noção potente que permite a leitura de que os programas e ações governamentais são resultado das lutas empreendidas por todos os interessados em resolver uma determinada situação de saúde que se apresente e que tenha impacto na saúde das pessoas. 60 Os argumentos acerca da inconstitucionalidade da criminalização do aborto no STF: uma leitura crítica Autor: Priscila Kiselar Mortelaro, PUC-SP E-mail: priscilamortelaro@gmail.com Resumo: As normas legais para a interrupção da gestação no Brasil foram elaboradas na década de 1940 e são vigentes desde então, salvo discretas alterações. No Código Penal brasileiro estão previstos como crimes contra a vida o aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento, no artigo 124; e o aborto provocado por terceiros sem ou com o consentimento da gestante, nos artigos 125 e 126, respectivamente. No dia 29 de novembro de 2016, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento de que o aborto voluntário durante o primeiro trimestre, ou seja, até a décima segunda semana de gestação não deve ser considerado crime. De acordo com o voto-vista do Ministro Luís Roberto Barroso que fora acompanhado na íntegra pela Ministra Rosa Weber e pelo Ministro Edson Fachin , no julgamento do Habeas Corpus 124.306, a criminalização da prática é incompatível com a garantia de direitos fundamentais das mulheres. Desse modo, seria preciso examinar a constitucionalidade do tipo penal imputado aos pacientes e corréus, pois a conduta ou prática a ser incriminada não deve constituir exercício legítimo de direito fundamental. Neste caso, revisar a constitucionalidade do tipo penal imputado aos pacientes coincide com a constitucionalidade da criminalização da prática. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é situar a questão do aborto no âmbito judiciário, a partir da análise dos argumentos que justificam o posicionamento acerca da questão da constitucionalidade da criminalização do aborto expresso no voto do Ministro. A aproximação que buscamos com tais argumentos se dará a partir da análise de documentos de domínio público como método de pesquisa, uma vez que compreendemos que estes nos permitem acessar sentidos em circulação, refletindo as transformações lentas em posições e posturas institucionais que permeiam o cotidiano ou pelos agrupamentos e coletivos que dão forma ao informal. Para tanto, partiremos de uma postura crítica na psicologia social expressa através de uma abordagem construcionista associada a posturas feministas, principalmente no âmbito do debate acerca dos direitos sexuais e reprodutivos e do direito ao corpo. Tendo em vista nosso posicionamento teórico- epistemológico e o contexto de dissolução de certas fronteiras disciplinares no qual se encontra este trabalho, escolhemos o GT A Psicologia Social além das fronteiras disciplinares. A partir da análise do voto do Ministro Barroso, observamos que os argumentos apresentados se organizam em torno de 5 eixos temáticos: dos direitos fundamentais; dos riscos à integridade da mulher; do princípio da proporcionalidade; da controvérsia sobre a vida; e da defasagem do Código Penal. Buscando delinear sua linha argumentativa a fim de constituir a criminalização do abortamento como temática cuja constitucionalidade deve ser problematizada, o Ministro destaca que a incriminação da prática fere diversos direitos fundamentais das mulheres, ressoando na própria dignidade humana dessa categoria e afetando sua autodeterminação reprodutiva por meio da coerção exercida por parte do Estado. Em segundo lugar, de acordo com a arguição do Ministro, a criminalização afeta a integridade física e psíquica da mulher, interferindo no direito à saúde e à segurança, também fundamentais. Em relação à controvérsia moral acerca do início da vida, o texto do Ministro admite que não há solução jurídica. Entretanto, declara que, exista ou não vida a ser protegida, não cabe dúvida em relação à impossibilidade de o embrião subsistir fora do útero materno na fase inicial de sua formação, o que ressalta a centralidade da mulher. Em quarto lugar, a criminalização do abortamento não contempla suficientemente o princípio da proporcionalidade, por gerar custos sociais superiores aos seus benefícios. Por fim, o considera a defasagem do Código Penal, que data de 1940, sugerindo que a questão deve ser pensada à luz dos valores constitucionais trazidos pela Constituição de 1988. Tais resultados, entretanto, são parciais e estão sujeitos a alterações e aprofundamentos para serem apresentados no grupo de trabalho. A partir dos resultados apresentados acima, notamos que a constitucionalidade da criminalização do abortamento é contestada por meio do uso de princípios caros ao Estado Democrático de Direito. Tal razão baseia-se em uma concepção específica de liberdade, que contempla a autodeterminação individual, de modo que se busque a garantia da possibilidade de ação de acordo com princípios morais que se deseja seguir. Nessa perspectiva, de acordo com o 61 Ministro Barroso, a criminalização da interrupção da durante o primeiro trimestre fere o núcleo essencial do conjunto de direitos fundamentais femininos, sendo, portanto, uma restrição que ultrapassa os limites constitucionalmente aceitáveis. Apesar da consonância entre o posicionamento do Ministro e a base das reivindicações feministas, destacamos que os sentidos do direito ao corpo e à autonomia podem ser fontes de descontinuidade entre tais reivindicações e o posicionamento do Ministro, cuja origem está em determinada razão governamental. Ou seja, as reivindicações feministas parecem ir além, transformando o direito ao corpo e à autonomia em uma luta pelo direito à uma outra vida: uma vida além das normatividades impostas. 62 Políticas de resistência: experiências sociais no âmbito da política pública de saúde mental Autor: Ana Paula Müller de Andrade, UNICENTRO E-mail: psicopaulla@yahoo.com.br Resumo: Este trabalho objetiva discutir experiências singulares no âmbito da reforma psiquiátrica brasileira, que podem ser reconhecidas como políticas de resistência. Para Foucault (2003), nas relações de poder estão implicadas estƌatĠgiasà deà lutaà eà ƌesistġŶĐia.à ͞“Ćoà lutasà tƌaǀadasà ĐoŶtra um gigantesco aparato, técnicas e procedimentos desenvolvidos para conhecer, dirigir e controlar as vidas das pessoas, seus estilos de existência, suas maneiras de seŶtiƌ,à aǀaliaƌ,à peŶsaƌ.͟à ;FouĐault,à ϮϬϬϯͿ.à ássiŵ,à asà polítiĐasà deà ƌesistġŶĐiaà ĐoŶjugaŵà estratégias, projetos e lutas cotidianas que possibilitam a produção de subjetividades singularizadas e a subversão de regimes psiquiatrizantes. A pesquisa que subsidia as discussões aqui apresentadas teve como objetivo analisar os desdobramentos da transformação cultural em relação à loucura na produção de subjetividades de usuários e usuárias dos serviços de saúde mental. A transformação cultural com relação à loucura segue sendo um dos maiores desafios do processo de reorientação da assistência psiquiátrica( Andrade e Maluf, 2014 e 2016), especialmente na conjuntura atual brasileira, em que os direitos e as liberdades se encontram ameaçados. Entende-se que a produção de subjetividade, tal como apresenta Foucault, está relacionada a um campo de possibilidades permeado por relações de poder e regimes de verdade emergente de determinados contextos históricos. O recurso teórico-metodológico utilizado na pesquisa foi a etnografia, desenvolvida durante quinze meses, nos anos de 2015 e 2016, tendo como interlocutores/as pessoas que frequentavam um dos Centros de Atenção Psicossocial da cidade de Pelotas – RS, na condição de usuárias. Tal abordagem permitiu refletir sobre os modos de produção de subjetividades presentes nos processos de desinstitucionalização e sobreas articulações de práticas e discursos construídos nos diferentes planos em que tal política se constitui. A consolidação da reforma psiquiátrica tem instituído transformações importantes na vida das pessoas que acessam os serviços de saúde mental para alívio de seus sofrimentos bem como da sociedade como um todo. As transformações desencadeadas podem ser reconhecidas tanto no plano institucional quanto no plano das edžpeƌiġŶĐiasàsiŶgulaƌes.à͞EstesàplaŶosàestĆoàiŶteƌligados,àseàĐoŶeĐtaŵàdeàdistiŶtas maneiras e se mostram relevantes pelosà desloĐaŵeŶtosà eà peƌspeĐtiǀasà Ƌueà peƌŵiteŵà ǀisluŵďƌaƌà soďƌeà aà Đoŵpledžidadeà daà ƌefoƌŵaà psiƋuiĄtƌiĐa͟.à (Andrade e Maluf, 2014, p. 36) Destacou-se aqui a experiência de e com uma das interlocutoras que, através da participação intensa no desenvolvimento do trabalho de campo, foi responsável pelo desenvolvimento da ideia de que a conjugação de práticas de resistência desenvolvidas no plano das experiências sociais no âmbito da política pública de saúde mental se configurariam como políticas de resistência. Na interlocução e na produção conjunta de um livro com esta interlocutora, aliadas com outras interlocuções, foi possível perceber práticas de resistência que se faziam presentes na subversão dos diagnósticos psiquiátricos e as respectivas prescrições, e nas relações estabelecidas por tais pessoas em suas experiências cotidianas. Foi possível identificar pequenas rupturas com o regime psiquiatrizante presente no contexto investigado, através de práticas, estratégias e projetos singulares. As experiências sociais dos/as interlocutores/as indicam algumas possibilidades produzidas pelas transformações socioculturais desencadeadas pela política pública de saúde mental. Como aponta Lavrador (2012, p.411), tal política parece teƌàpƌoduzidoà͞outƌasàfoƌŵasàdeà lidaƌàĐoŵàaà louĐuƌa,àaĐolheŶdoàsuaàalteƌidade,àaďƌiŶdoàpoƌtasàeŵàtodosàosà seŶtidosàeàdesoďstƌuiŶdoàaàpotġŶĐiaàdeà iŶǀeŶçĆoàdeàpossíǀeis͟.àásàedžpeƌiġŶĐiasàsoĐiaisà taŵďĠŵàdeŵoŶstƌaŵàƋueàaà reforma psiquiátrica, como apontado por Maluf e Andrade (2017), vai além da atuação do Estado. Por fim, tal como apontam as análises desenvolvidas até então, se no âmbito institucional a política pública e a reorientação da assistência psiquiátrica possam ser ameaçadas por contextos políticos, econômicos e jurídicos 63 manicomiais, no âmbito das experiências sociais se constituiu um conjunto de experiências que pode ser reconhecido como uma política de resistências. 64 Práticas discursivas midiáticas e musicais sobre e das mulheres na música sertaneja Autor: Flávia Martins dos Santos, UFG/PUC-GO; Nagilla Martins de Britto, Brasicor Corretora de Seguros E-mail: flaviamartins21@gmail.com Resumo: O estilo musical sertanejo é o mais popular do Brasil. No ano de 2012, em pesquisa realiza pelo o IBOPE(Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística), o sertanejo obteve uma representatividade de 58% dentre os ritmos que dominam o país. Percebe-se que a mulher sempre foi tema das canções sertanejas. Mas apesar disso, a interpretação e a composição dessas músicas sempre teve a maior predominância de homens como os cantores e autores. A parcela de cantoras no estilo sertanejo obteve pouca representatividade desde que o estilo foi criado. Fatores como dificuldade de locomoção para shows, maternidade, o cuidado com o lar e principalmente o preconceito, foram determinantes para as mulheres decidirem não entrar para o mercado artístico da música sertaneja. Aparentemente, esse cenário está mudando. Cantoras como Maiara e Maraísa, Marília Mendonça, Paula Mattos, Simone e Simaria e Naiara Azevedo, tem apresentado carreiras promissoras. Tendo em vista a crescente presença feminina na música sertaneja, este trabalho tem como temática as práticas discursivas relativas às mulheres nesse estilo musical, a partir da mídia e de músicas sertanejas, tendo como objeto de estudo a dupla Maiara e Maraísa. Motivaram essa pesquisa veiculações recentes na grande mídia que tem destacado a maior presença das mulheres na música sertaneja, bem como ligado seus posicionamentos e letras a um suposto movimento feminista. Entretanto, pode-se suspeitar que o fato de uma maior abertura de espaço para as mulheres nesse mercado não necessariamente significa uma mudança nos discursos veiculados na música sertaneja, historicamente machista. Tendo em vista os conteúdos midiáticos e as composições feitas e gravadas pela dupla Maiara e Maraísa, o problema que impulsionou a produção desse trabalho foi: a partir de uma perspectiva feminista, como se dá o discurso midiático sobre e das mulheres na música sertaneja no caso Maiara e Maraísa? Desse modo, o objetivo geral deste trabalho é analisar os discursos midiáticos e musicais das e sobre as mulheres na música sertaneja a partir de uma perspectiva feminista. E os objetivos específicos são: investigar o contexto das mulheres na música sertaneja; identificar as principais características do feminismo e suas possibilidades de leitura no cenário musical; compreender as práticas discursivas midiáticas sobre as mulheres; analisar as práticas discursivas nas falas das cantoras Maiara e Maraísa; e investigar a presença da perspectiva feminista nas letras musicais de Maiara e Maraísa. A metodologia teve abordagem qualitativa, utilizando as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental para discussão teórica e coleta de materiais de análise, bem como a utilização da técnica ligada à psicologia social das Práticas Discursivas e Produção de Sentido, definida por Spink (2010), para a análise do conteúdo coletado. A pesquisa contou também com abordagem socioconstrucionista e feminista, unindo olhares das áreas da comunicação e psicologia social. Para o embasamento teórico, foram utilizados autores que tratam dos temas linguagem, poder simbólico e práticas discursivas, podendo ser citado Bakhtin (1999), Foucault (1996) e Bourdieu (1998), dentre outros. Sobre o feminismo, explorou-se o papel social da mulher e suas lutas para a busca de espaço na sociedade, tendo como aporte teórico as autoras Alves e Pitanguy (1981), Piscitelli (2002) e Nogueira (2005). As análises sobre a dupla Maiara e Maraísa mostraram o crescimento da música sertaneja relacionada às mulheres, bem como das abordagens midiáticas que ressaltam o sucesso da dupla. A suposta perspectiva feminista aparece no discurso quando se refere ao mercado feminino e a conquista de espaço feita por Maiara e Maraísa. Já pelas músicas, o avanço encontrado refere-se a mudança das interpretes e, mais timidamente, de conteúdo relacionado à música sertaneja. Ao que se relaciona ao contexto das mulheres na música sertaneja, notou-se que elas são apresentadas de maneira mais igualitária, se comparado com os conteúdos veiculados sobre e pelas as mulheres em períodos históricos anteriores. Recentemente tem sido criado um percurso de mudança para a representação das mulheres, ligando-as a fatos que antes eram mostrados e interpretados apenas por homens, como por exemplo, o consumo de bebidas alcoólicas e as relações sexuais. Além disso, notou-se também uma ênfase midiática quanto a representatividade da mulher envolvendo o consumo alcoólico e os momentos de lazer em bares e baladas. Psicologia no SUS - Trabalho em equipe e em rede: potencialidades, anseios e limitações Autor: Eduardo Kilian Santos da Silva, UNIVALI; Raquel Ghizoni Argenta, UNIVALI; Thiago Costa, UNIVALI 65 E-mail: duca_kilian@hotmail.com Resumo: Introdução: O presente trabalho consiste no relato de experiência de três acadêmicos de psicologia de uma universidade do litoral catarinense, imersos no Programa de Estágios e Vivências na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) nos anos 2016-2017. O VER-SUS tem como proposta realizar vivências no Sistema Único de Saúde (SUS) possibilitando conhecer quais espaços compõem a rede,qual o papel de cada profissional, discutir saúde como conceito ampliado, assim como possibilitar a prática multidisciplinar. Sendo este também um espaço para refletir acerca das determinações sociais no processo de saúde-doença. Objetivos: Refletir e descrever as contribuições na formação em psicologia, resultantes da imersão no programa VER-SUS, sendo este um dispositivo promotor de estratégias de enfrentamento dos desafios no campo da saúde coletiva. Orientação teórica: Fomos impulsionados a buscar essa vivência a partir do contato com autores que são atravessados pela concepção de saúde contra hegemônica, pautada no princípio da integralidade, que rompe com o modelo biomédico e compreende determinação saúde. Que pensam a clínica tradicional como não suficiente para suprir as necessidades do sujeito que é atravessado por práticas cotidianas concretas, resultantes dos emaranhados de relações estabelecidas e mantidas através da sua cultura. Como aponta Mattos (2008) a atuação dos profissionais da saúde deveria se pautar pelo esforço de alargar os limites nos quais a vida é possível. Também fomos guiados pelos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural que compreende o sujeito como essencialmente social (VYGOSTKY, 1998) Método: O estágio de vivência ocorreu nos municípios de Blumenau (2017) e Chapecó e Itajaí (2016), localizados no estado de Santa Catarina. Foram quatro e sete dias, respectivamente, de total imersão em serviços ligados ao SUS em todos os seus níveis de atenção, em que os viventes participavam de inserções nos mais diversos cenários, tendo a oportunidade de contemplar, e até mesmo auxiliar, em práticas do cotidianas dos profissionais da saúde pública. Após isto, os viventes, estudantes, gestores de saúde, profissionais e usuários dos serviços (todos estes de variadas áreas de estudo e/ou atuação profissional da saúde) discutiram sobre os desafios encontrados nas visitas, e possíveis resolutividades. Resultados: A nossa vivência configurou-se como um espaço de troca de saberes, uma vez que os estudantes estiveram em contato com a realidade social, com o dia a dia do trabalho no SUS, com os profissionais e com os gestores e os usuários. Dessa maneira, pudemos construir conhecimentos e práticas que ultrapassam a formação específica de cada curso, chegando a um terreno interdisciplinar, ético e político. Passamos a enxergar a nossa formação com outros olhos e a nos questionar dos saberes que são impostos por meio de uma matriz curricular que pouco possibilita reflexão sobre o SUS, sendo apenas duas ou três disciplinas as que têm em suas ementas conteúdos relacionados à saúde pública. Conclusão: Através das vivências geradas em nossa imersão no VER-SUS, tivemos encontros com outros corpos que foram atravessados com os mesmos anseios e questionamentos, e isso nos gerou uma ressonância, entendida como a capacidade que temos de soar juntos, de amplificar ideias, valores e discursos, intensificar movimentos. Conhecemos as fragilidades e os desdobramentos do SUS, e o mais importante: conhecemos as suas inúmeras potencialidades. Na formação em psicologia as leituras foram outras, para além das psicopatologias, aproximando de uma atuação voltada ao território, aos sujeitos e as suas vicissitudes, capaz de despertar para um processo reflexivo acerca de uma prática com um compromisso ético-político com o outro. 66 Relações de gênero e processos pedagógicos: vivências no cotidiano universitário Autor: Natália R. Salim, UFSCar E-mail: nat.salim@gmail.com Resumo: A Secretaria de Ações Afirmativas-Diversidade e Equidade (SAADE) da Universidade Federal de São Carlos e é responsável pelo estabelecimento e implementação de políticas de ações afirmativas no contexto da Universidade. A Secretaria nasce diante das demandas presentes no cotidiano universitário. Tem por objetivo combater práticas discriminatórias, violentas por meio de suas ações, com o propósito de eliminar desigualdades e perdas provocadas pela discriminação e marginalização, decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e por deficiências. A Secretaria possui três Coordenadorias: Coordenadoria de Relações Étnico-Raciais; Coordenadoria de Inclusão e Direitos Humanos e a Coordenadoria de Diversidade e Gênero. Essa proposta tem como objetivo discutir as vivências que têm sido possibilitadas através da atuação especificamente da Coordenadoria de Diversidade de Gênero. Propomos aqui um diálogo nas perspectivas teóricas de gênero e da produção de sentidos para compartilhar as experiências de intervenções no campo da diversidade de gênero. Através de parcerias com coletivos a Coordenadoria tem promovido ações de prevenção e enfrentamento das violências de gênero na sociedade; combate à homofobia e transfobia; garantia dos direitos e da promoção de políticas. As intervenções vêm sendo construídas através de processos coletivos e tem repercutido no contexto universitário e fora dele. A necessidade de problematização das relações de gênero tem instigado mudanças curriculares dentro dos cursos de graduação, como por exemplo, no curso de graduação em enfermagem. No cenário das festas universitárias a Coordenadoria proveu a campanha: Respeite a Diversidade(1) que contou com a parceria da atlética, ouvidoria, comissão de direitos humanos da USP entre outros. Essa intervenção resultou na produção de um material especifico para a campanha e ações de coletivos para a divulgação através de rodas de conversas. A Coordenadoria também tem acolhido relatos e denuncias de violência e articulado ações em diferenças esferas da universidade para a proteção, acolhimento e fortalecimento de vitimas. Outra ação foi a elaboração de um mapa de apoio para as vitimas de violência. As intervenções têm se constituídos como processos pedagógicos que tem promovido mudanças de discursos e assim mudanças no cotidiano. Essas mudanças tem se concretizado na garantia dos direitos, como por exemplo, do uso do nome social em todas as esferas da universidade. No contexto da formação em saúde debates vem ocorrendo para mudanças nos currículos. Um exemplo é o curso de graduação de enfermagem da UFSCar que através de processos dialógicos passou incorporar questões de gênero nas disciplinas de saúde da mulher e processo de cuidar. Essa reflexão tem sido transformadora na forma de pensar e ensinar as boas práticas de cuidado em saúde. É essencial que se reconheça as situações de vulnerabilidade social que tem como causa as desigualdades e violências de gênero. Nesse pensamento, é importante reconhecer a pluralidade das identidades de gênero de forma não classificatória, porque toda classificação que possa ser adotada faz com que outras tantas identidades sejam excluídas das discussões(2). 67 Ruralidade, violência e gênero: a diversidade dos sujeitos políticos do campo, cerrados e águas e os desafios para a pesquisa social Autor: Claudia Mara Pedrosa, UnB E-mail: pedrosaclaudia@gmail.com Resumo: Oà Gƌupoà deà tƌaďalhoà aà ͞áà PsiĐologiaà “oĐialà alĠŵà dasà fƌoŶteiƌasà disĐipliŶaƌes͟à seƌĄà ĐooƌdeŶadoà pelasà professoras doutoras Claudia Mara Pedrosa, Lenise Santana Borges e Jacqueline I. M. Brigagão, as três atuam no campo da psicologia social e realizam diálogos com outras áreas de conhecimentos nas atividades de pesquisa, e extensão e na docência O objetivo deste grupo de trabalho é discutir as contribuições da psicologia social nas atividades de formação, pesquisa e extensão de psicólogas/os e outros profissionais, bem como, as interlocuções com as epistemologias feministas, os movimentos sociais e a saúde coletiva. Esperamos congregar trabalhos que busquem discutir abordagens teóricas e metodológicas tanto de pesquisa como de intervenções realizados em diálogos e parcerias com outros campos de conhecimento, como os grupos socialmente organizados em movimentos sociais, asaúde coletiva, a parteria, a medicina, a pedagogia, a administração pública, a fonoaudiologia, entre outros. Entendemos que as pesquisas e intervenções possibilitam aprendizagens e encontros que tem potencial para transformar os modos de pensar e de viver. Nesse sentido os conhecimentos são produzidos, a partir das ideias que compartilhamos, dos vínculos afetivos que estabelecemos e das posições que assumimos. Assim é fundamental pensar a multiplicidade de relações que estabelecemos, as expectativas e demandas que construímos quando colocamos um tema na pauta de conversação num determinado contexto. As epistemologias feministas alertam para a importância de reconhecer a centralidade do lugar que o/a pesquisador/a ocupa ao planejar, executar e escrever os relatos da pesquisa. Nesse sentido, trazem contribuições fundamentais para a psicologia social, já que apontam que não há neutralidade e que, não é possível produzir conhecimentos imparciais. Assim a objetividade nas pesquisas e intervenções somente é possível a partir da explicitação das posições que o/a pesquisador/a ocupa nas diversas etapas, bem como, da clareza acerca da finalidade, dos objetivos que orientam as nossas ações. Assim, assumimos a perspectiva de que o conhecimento é local e situado. Porém, no cotidiano das pesquisas e intervenções nem sempre é fácil e tranquilo rever nossos posicionamentos, porque, de certo modo, a ciência moderna e seus pressupostos fazem parte de nosso processo de formação como profissionais e pesquisadoras e ainda encontra eco em muitas de nossas ações. Daí a importância de ampliar essas discussões nesse grupo de trabalho e de buscar ouvir as vozes de profissionais de diversas disciplinas. Ao localizarmos as teorias que estamos fazendo uso e nossas respectivas localizações, podemos usar este saber como instrumento científico e político de produção de conhecimento. Assim é importante que os/as pesquisadores/as compreendam que as interseccionalidades de raça, classe social, gênero atravessam não somente os campos em que realizamos as pesquisas, mas também os/as pesquisadores/as. Ou seja, parece-nos que é fundamental estar atento para as nossas condições de classe, raça, gênero, bem como para os nossos preconceitos e as possíveis influências que esses exercem nas nossas ações, ao pesquisar, ao analisar e relatar nossas pesquisas. Concordamos com o argumento de Harding, de que ciência e política sempre estiveram relacionadas de forma íntima e intensa. Fechar os olhos para as implicações políticas sobre as escolhas que fazemos ao longo do caminho e que modelam o projeto, os métodos, os textos não os isenta da política, na verdade, somente promove a ignorância sobre a política que se está fazendo. Trata-se de uma perspectiva crítica às noções de conhecimentos universais, que constroem modelos gerais aplicáveis para todos. Nós partimos do principio de que o conhecimento é local e socialmente construído. Assim, convidamos para dialogar nesse grupo de trabalho pessoas que realizam intervenções e/ou pesquisas que focalizam os modos como às pessoas e grupos se organizam, produzem conhecimentos e práticas e, e encontram respostas para os problemas vividos no cotidiano. Nesse sentido, propomos também uma reflexão sobre as questões metodológicas, e levantamos algumas questões que podem nos ajudar a problematizar as abordagens tradicionais de pesquisa, vejamos: a)Em que medida os métodos que utilizamos permitem exercer a reflexividade, tanto nos processos de desenvolvimento das pesquisas e intervenções, quanto nos relatos e artigos que escrevemos? b) Qual é o grau de flexibilidade das estratégias metodológicas que adotamos, já 68 que métodos desenhados a priori, muitas vezes tornam-se aprisionadores? c) Em que medida a noção de que é necessário iniciar o trabalho a partir de métodos pré-estabelecidos não é mais um eco da perspectiva positivista de ciência, ou ainda um modo de garantir a cientificidade de nossas práticas?d) Quais são as dimensões éticas implícitas nos posicionamentos que assumimos? Outras abordagens que discutam a ampliação das fronteiras da psicologia soĐialàŶuŵaàpeƌspeĐtiǀaàĐƌítiĐaàtaŵďĠŵàseƌĆoàaĐeitas.àOàgƌupoàdeàtƌaďalhoàestĄàŶoàeidžoà͞PsiĐologiaà“oĐial:àƋuestƁesà teóricas e metodológicas na pesquisa produção de conhecimentos,à e/ouà iŶteƌǀeŶçƁes͟à poƌƋueà espeƌaŵosà podeƌà contribuir no debate sobre o diálogo interdisciplinar na produção de conhecimentos e na construção de intervenções e projetos que possibilitam o enfrentamento das questões sociais e políticas do cotidiano. Esperamos também problematizar as limitações impostas pelas divisões disciplinares, bem como a importância de reconhecer a ética que orienta os trabalhos coletivos. Esse GT está intimamente relacionado ao tema do encontro já que busca reunir pessoas de diversas áreas que utilizam a psicologia social para dar respostas aos desafios que temos vivenciado no Brasil ao longo do tempo. Em nosso país temos acompanhado uma exacerbação do conservadorismo e do liberalismo político e econômico que amplia as desigualdades e os processos de exclusão, onde a ênfase está na regulação dos iŶdiǀíduos,àŶaàpƌesĐƌiçĆoàdeà͞ĐoŵpoƌtaŵeŶtosàsoĐialŵeŶteàaĐeitos͟àeàeŵàestƌatĠgiasàpaƌaàfoŵeŶtaƌàoàliǀƌeàŵeƌĐadoà que estão muito associadas a manutenção dos ciclos de consumo. Propomos buscar teorias e métodos que reconheçam, a importância de ações coletivas para garantir o respeito a diversidade, a multiplicidade de formas que os problemas assumem no cotidiano, as sociabilidades e materialidades que estão presentes nos locais que atuamos. Acreditamos também que as teorias e métodos possam fortalecer e ampliar os diálogos entre os diversos saberes, bem como fomentar o empoderamento e a auto-organização de pessoas, grupos e comunidades e contribuir na construção de um país menos desigual e mais justo. Nesse contexto esperamos que esse grupo de trabalho seja um espaço de construção coletiva de conhecimentos. 69 Violência contra meninas em situação de rua: exclusão e invisibilidade Autor: Alana Anselmo Carneiro, UFPE; Itamar Sousa de Lima Junior, CRP02-PE E-mail: alana-only@hotmail.com Resumo: Introdução Este trabalho parte da experiência prático-teórica de uma equipe multiprofissional (Assistente Social, Educador Social e Psicólogo) com vistas a problematizar as diversas formas de violências sofridas por meninas em situação de rua na Cidade do Recife. Partimos da noção que é de crucial importância garantir um mínimo necessário para a dignidade humana, observando as situações que podem configurar violência, como é o caso de crianças e adolescentes em situação de rua, à margem de qualquer proposta digna de subsistência cultural e material: a situação de rua para meninos e meninas, em si. Uma forma cruel de violência, na maioria das vezes invisibilizada pela sociedade. A violência como um produto histórico de toda humanidade, perpassando todas as classes sociais, reflete a construção desigual das relações humanas e sociais; violência não entendida, como ato isolado, psicologizado pelo descontrole, pela doença, pela patologia, mas como um desencadeador de relações que envolvem a cultura, o imaginário, as normas, o processo civilizatório. Consequentemente é importante observar os impactos da persistência dos casos de violência, em primazia, ao retratar a violência ao gênero feminino, arraigada pela cultura patriarcal e exacerbada pelos processos de exclusão social. Assim, nas ruas os direitos das crianças e adolescentes são mais precários, acabam privadas de seus mais básicos direitos, estão mais suscetíveis à violência contra si como o uso das substâncias psicoativas, às agressões físicas, ao abuso sexual e a problemas de saúde decorrentes da dura sobrevivência. Desta feita, na rua a rotina, a família, o espaço, a alimentação, os pares das jovens mudam de sentido e de forma. A trajetóriadestas meninas geralmente se inicia na mendicância, passa pelas pequenas vendas nos sinais de trânsito, até chegar à exploração sexual. Neste contexto, as crianças e adolescentes em situação de rua, especificamente as meninas, tornam-se mais suscetíveis a se transformarem em mercadoria, propiciadas às diversas formas e manifestações da violência que ainda predomina até os dias atuais. A exploração, então, se constitui para estas crianças e adolescentes como uma alternativa de fonte de renda para conseguirem sobreviver nas ruas das cidades brasileiras, que vem acompanhada de outras problemáticas como o crescente consumo de drogas, intensificando o fenômeno de exploração sexual destas garotas, pois à medida que vão se tornando usuárias de drogas, o que ganham com a exploração serve para sustentar o uso dos entorpecentes, ou seja, um sistema que se retroalimenta e perpetua o circuito da violência sexual desse público específico. Partindo da percepção da equipe, percebemos a rua como palco de variadas expressões de violências que se encontram entranhadas no cotidiano das meninas, denunciando um Estado descumpridor da garantia de direitos; e promotor das fragilidades da rede de proteção que deveria prestar serviço integralizado e intersetorial; mas que ao invés disso parece desconhecer que por trás de cada uma destas meninas exploradas existe uma família desamparada em suas condições de subsistência e segurança. Apesar de tal cenário temos encontrado poucas discussões sobre a temática, o que nos faz avaliar que os níveis de exclusão são estruturantes, reverberam mais no gênero feminino e na extrema pobreza. Objetivo geral: Compreender a experiência de violências contra meninas em situação de rua. Objetivos específicos: Colher e tecer as narrativas das meninas em situação de rua; refletir sobre violações frente a crianças e adolescentes em situação de rua. Metodologia Partindo de uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo pesquisa intervenção, são realizadas intervenções socioeducativas, facilitadas por atividades lúdico-pedagógicas com meninas atendidas por uma ONG da cidade do Recife. Onde impressões são colhidas em diários e debatidas em equipe multiprofissional. Resultados 70 Os relatos colhidos e as reflexões em equipe desvelam uma violência estruturante da condição das crianças e adolescentes em situação de rua; temos percebido a rua como mais um agente violador, mas não como o gerador da exclusão. Crianças e adolescentes e suas famílias são vítimas de um Estado de exceção. Conclusões As observações revelam que algumas adolescentes na cidade do Recife vivenciam diversas formas de violência, com mais frequência a doméstica, depois o abandono, a exploração, entre outras; tornando-as vítimas da violência estrutural, delineada na falta de condições mínimas de sobrevivência no seio familiar e comunitário. Uma vez na rua, e as meninas são vitimizadas na exploração sexual, ainda que o corpo seja apenas uma estratégia de sobrevivência para atender às necessidades básicas e do uso de drogas; dentro de um cenário marcado pela mais desumana violência: a invisibilidade advinda do capitalismo. Cabe-nos salientar que, sem o controle social e a efetivação de uma política de Estado condizente com as garantias instituídas em leis como o ECA, os desafios serão insuperáveis no enfrentamento desta realidade brasileira, trazendo por consequências nódoas que permanecerão vivas nas vidas das meninas vítimas da subjugação dos seus corpos e almas. 71 Visita domiciliar: construindo narrativas a partir do encontro com as famílias em suas residências Autor: André Lemos de Souza, UFU; Paula Cristina Medeiros Rezende, UFU E-mail: lemosandrepsi@gmail.com Resumo: As visitas domiciliares são utilizadas por diversos profissionais da saúde e objetivam ampliar a visão e a escuta dos profissionais a fim de criar proximidade entre os mesmos e as famílias. A visita possibilita acessar o contexto cotidiano daquele para quem está sendo oferecido o serviço e seus familiares, ademais, abre caminhos para intervenções junto à rede social dos envolvidos, na medida em que o profissional que visita passa a conhecer também o contexto de vida de seu paciente. Assim, há diversas maneiras de se realizar uma visita domiciliar e se deixar sensibilizar para detalhes que produzem desdobramentos importantes. Um olhar cuidadoso e atento pode dar realce ao entorno do domicílio, as singularidades das histórias, os afetos que perpassam a estrutura do lugar, a composição dos móveis, os espaços vazios, os cheiros, sons e iluminação. Esse conjunto de pormenores compõe um estilo de vida próprio, aponta significados e revela contradições e confirmações sobre as narrativas que produzem esses sujeitos. Este trabalho tem por objetivo refletir sobre os registros escritos por psicólogos, a partir da experiência de uma visita domiciliar, analisando as diferentes narrativas e seus desdobramentos. A residência visitada pertencia à família de duas crianças, irmãos que frequentavam uma ONG localizada em um bairro de periferia da cidade de Uberlândia, que recebe crianças e adolescentes, entre sete e dezesseis anos, no contra turno da escola, oferecendo diversas atividades artísticas e esportivas. O objetivo da visita era, inicialmente, compreender os sentidos produzidos pelas famílias sobre a ONG. Após a realização da visita efetuada por dois psicólogos, cada um deles registrou os caminhos percorridos e as observações singulares sobre a prática. A análise dos dois relatos possibilitou reflexões sobre como construímos realidades a partir das nossas descrições. Nessa perspectiva, várias histórias podem ser contadas sobre um mesmo acontecimento, construindo diversas verdades. A apropriação dos registros de maneira reflexiva enfatiza especialmente que não é neutro o lugar escolhido por um profissional de psicologia, quando se decide realizar uma visita, atendimento, intervenção. Perceber este lugar de não neutralidade impulsiona a reflexão: o que está sendo construído quando se escolhe contar uma determinada estória? Porque se escolhe narrar alguns fatos em detrimento de outros? Quem se beneficia? Quem perde? Como os relacionamentos que são produzidos com um determinado sujeito se transformam quando contamos sobre ele uma história diferente? Um dos relatos, em formato de poesia, traduz os sentimentos e afetações vivenciadas por um dos autores do trabalho no contato com aquela família. Esse formato ganha relevância, pois realça a multiplicidade de formas de se narrar uma experiência, acentuando características diferentes das que aparecem em um relato formal. Outro ponto interessante é discutir sobre a utilização dos relatos como forma de interlocução junto à instituição. Juntamente com outras avaliações e intervenções os registros puderam compor um conjunto de disparadores que alimentaram uma conversa transformadora junto à equipe. Deste modo, ressalta-se a importância e o cuidado que devem ser tomados ao escrever sobre algo ou alguém e atentar-se para a relevância e a força que possui nossas construções narrativas é um caminho para construir pesquisas, relatos e reflexões mais responsáveis. 72 GT 04 | A Psicologia Social na Saúde: práxis, interfaces e perspectivas para a democracia 73 A experiência de interdisciplinaridade a partir da imersão no programa Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) Autores: Mônica Simon Viecili, UNIVALI; Eduardo Kilian Santos da Silva, UNIVALI; Raquel Ghizoni Argenta, UNIVALI; Samira Tellecher Riquelme, UNIVALI; Thiago Costa, UNIVALIE-mail dos autores: monicaviecili@gmail.com, duca_kilian@hotmail.com, thiiagoc92@yahoo.com.br, raquelg.argenta@gmail.com, samiratellecher01@gmail.com Resumo: "Introdução: O presentetrabalho discorre acerca das vivências no Sistema Único de Saúde brasileiro a partir da imersão de quatro acadêmicos de Psicologia, no programa Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS), desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Este programa visa proporcionar conhecimento e aprendizado na realidade do SUS, além de oportunizar, aos estudantes de diversas áreas da saúde, momentos de reflexão e discussão, com o intuito destes poderem conhecer os desafios que se encontram na prática de atuação. Objetivos: Discutir a importância da interdisciplinaridade em programas de vivências nas realidades do Sistema Único de Saúde para acadêmicos, em sua formação profissional e nas formas de atuação, a partir da experiência de duas das edições do VER-SUS. Orientação teórica: O programa VER-SUS tem como principal característica aproximar o acadêmico, que se encontra apenas em sala de aula, aos princípios e realidades do SUS, assim, como discute Mendes et. al. (2012), permitindo a construção de um compromisso entre os participantes do programa com a luta pelo SUS, fazendo com que estes busquem desenvolver seu papel como profissional e cidadão na construção em movimentos a favor do mesmo e também amplia o olhar dos acadêmicos, reforçando práticas profissionais interdisciplinares e intersetoriais. Além disso, este projeto permite a ampliar a formação do acadêmico, propiciando a aplicação de saberes adquiridos na inserção e em sala de aula, em um contexto de trocas horizontais com os demais envolvidos. Método: As vivências ocorreram na cidade de Blumenau e na região da Foz do Rio Itajaí, no estado de Santa Catarina, tendo a duração de quatro e sete dias, com a imersão total em todos os níveis de atenção de serviços ligados ao SUS. Inicialmente houve uma espécie de formação, a fim de se familiarizar mais com a proposta, por meio da participação no Conselho Municipal de Saúde de Itajaí e a visita ao grupo do MST existente na região, possibilitando o primeiro contato com uma realidade distinta da inserção em questão, que é muitas vezes esquecida nas práticas de saúde pública. Em seguida, foram divididos grupos contendo graduandos de distintas áreas de atuação em saúde, entre outras, que eram inseridos em múltiplos cenários e contextos do SUS. As vivências ocorriam por toda a manhã e tarde, sendo que à noite aconteciam trocas de experiências entre os grupos, que relatavam a realidade observada e problematizada, bem como seus déficits e principais pontos positivos encontrados, por meio de dinâmicas de grupo e produções artísticas. Dessa forma, todos os participantes puderam, de certa modo, conhecer os locais de vivências, seja pela sua própria experiência ou pelos relatos dos demais. Resultados: Percebe-se que o VER-SUS estimula seus participantes a se organizarem social e politicamente, pois ao se deparar com sujeitos que possuem formas distintas de perceber, significar, ressignificar e apreender as vivências, através de suas próprias, o debate e construção não apenas profissional, mas também pessoal, se torna presente. Percebeu-se também, que a apropriação sobre o funcionamento do SUS se fez presente em diversos participantes das imersões, pois possibilitou o rompimento de percepções pré-estabelecidos acerca desse Sistema, e a melhor compreensão da importância da participação em movimentos sociais em prol do mesmo. Conclusão: A atuação em programas de vivências contribui para a formação de forma ética, política e técnica, pois auxilia a derrubar estereótipos e possibilita a realização de crítica e autocrítica entre os envolvidos. Além disso, influencia as práticas presentes e futuras dos profissionais das áreas que contempla, o que se reflete pelo comprometimento com a saúde pública, e acima disso, coletiva. Atualmente percebe-se que diversas formações de áreas da saúde estão voltados à saúde pública, porém apenas isto não garante a formação de profissionais competentes e dispostos a atuarem nesta área, desafiadora e ainda fragilizada. Assim, tendo em mente a interdisciplinaridade, vale ressaltar que a necessidade de sua existência neste contexto deve ir além de uma imposição a ser cumprida em resposta às resoluções que orientam as ações no SUS. Com isso, intenciona-se tal prática de modo a poder, de forma mais condizente, abranger as necessidades, realidades e complexidades dos usuários. Para tal, dividir o mesmo espaço físico com profissionais de diferentes formações não necessariamente torna um serviço de saúde interdisciplinar, sendo que para tal, uma relação não-hierárquica de saberes, a abertura à diversidade, a atuação a partir de uma visão crítica, mas também, autocrítica, percebendo e reconhecendo possíveis reproduções de discursos e práticas que reforçam ações institucionalizantes e hospitalocêntricas no Sistema se fazem necessárias. Assim, propicia-se a criação de uma cultura de trabalho interdisciplinar e intersetorial, objetivando um SUS cada vez mais fortalecido e ampliado. 74 Referência: MENDES, Flavio Martins de Souza et al. Ver–Sus: Relato de Vivências na Formação de Psicologia. Psicologia: Ciência e Profissão, Online, v. 32, n. 1, p.174-187, jan. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pcp/v32n1/v32n1a13>. Acesso em: 12 jul. 2017." 75 A práxis (trans)formativa dos profissionais de psicologia na Residência em Saúde da Família do Ceará Autores: Esequiél Pagnussat, UFRN; Fernanda Cavalcanti de Medeiros,UFRN; Pedro Renan Santos de Oliveira, UECE; Thais Helena Ramos Queiroz Mourão, UECE E-mail dos autores: esequiel.pagnussat@yahoo.com.br, pe_renan@yahoo.com.br, thais.helena1401@gmail.com, fernandacmedeiros@gmail.com Resumo: "A partir da criação, abertura e aumento de serviços e programas no campo das políticas sociais principalmente na saúde e assistência social, os profissionais de psicologia puderam se inserir. Contudo, esse ingresso revelou algumas contradições acerca da profissão, como os métodos e técnicas historicamente construídos e empregados. Além disso, questionou-se as formações em psicologia pelo seu deslocamento com a realidade das políticas sociais e descontextualização com as necessidades da população. Dentre as possibilidades teórico- metodológicas e técnico-práticas no campo da APS, observa-se que os aportes da Psicologia Social possuem afinidade com os pressupostos do SUS. A Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) pode ser considerada a principal experiência que modificou a formação-atuação alinhadas as diretrizes do SUS. Sua proposta educativa tem como objeto as necessidades de saúde da população nos seus contextos locais e regionais, que propendem a transformação da realidade, metodologias, práticas, profissões e paradigmas em saúde. Além disso, questiona-se práticas e saberes cotidianos, que através de diferentes estratégias pedagógicas intersecciona formação e trabalho. A Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), destaca-se por ser o maior programa de RMS do estado e um dos maiores do país. O programa possui 11 ênfases e desde 2014 oferta 347 vagas por turma. Entre 2013 e 2017, formou-capacitou pelo trabalho em ato, 133 profissionais de psicologia. As categorias trabalho e prática, remete ao conceito de práxis. O entendimento de práxis, sustenta-se na concepção dialética de mundo (ontologia) da teoria e epistemologia marxista, ou seja, do princípio explicativo utilizado para orientar o processo de conhecimento da realidade, de sua axiologia (teoria da ação) e da sua antropologia (noção de homem), em que a realidade é uma totalidade movida por contradições que expressa a síntese entre ser-pensar, objetivo-subjetivo, sujeito-objeto, estrutura-superestrutura. O objetivo do estudo foi analisar a práxis formativa dos psicólogos da Saúde da Família (2015-2017) da RIS. Utilizou-se a metodologia baseada na sociopráxis, centrando-se