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incidência de Bucephalus em mexilhões

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE AQÜICULTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758), cultivado na Baía 
Norte – Ilha de Santa Catarina/SC 
 
 
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Aqüicultura do Centro de 
Ciências Agrárias da Universidade Federal de 
Santa Catarina, como requisito parcial à 
obtenção do título de Mestre em Aqüicultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANDRÉA RICETTI COCHÔA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
 
2005 
 ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE AQÜICULTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758), cultivado na Baía 
Norte – Ilha de Santa Catarina/SC 
 
 
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Aqüicultura do Centro de 
Ciências Agrárias da Universidade Federal de 
Santa Catarina, como requisito parcial à 
obtenção do título de Mestre em Aqüicultura. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Aimê Rachel Magenta 
Magalhães 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANDRÉA RICETTI COCHÔA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
 
2005 
 
 iii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cochôa, Andréa Ricetti 
 
Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758), cultivado na Baía Norte – Ilha 
de Santa Catarina/SC 
 
 Dissertação (Mestrado) – Profa Orientadora: Dra Aimê Rachel Magenta 
Magalhães – Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. 
 
 1. Perna perna; 2.cultivo; 3. predação; 4. parasitismo 
 
 
 
 
 iv
Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758) cultivado na 
Baía Norte – Ilha de Santa Catarina/SC 
 
 
Por 
 
ANDRÉA RICETTI COCHÔA 
 
 
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de 
 
 
MESTRE EM AQÜICULTURA 
 
 
e aprovada em sua forma final pelo Programa de 
Pós-Graduação em Aqüicultura. 
 
 
 
 
 
____________________________________ 
Profa. Débora Machado Fracalossi, Dra. 
Coordenadora do Curso 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
 
__________________________________________ 
Dra. Aimê Rachel Magenta Magalhães - Orientadora 
 
 
__________________________________________ 
Dr. Jaime Fernando Ferreira 
 
 
__________________________________________ 
Dr. Hélcio Luis de Almeida Marques 
 
 
 v
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus por tudo que Ele me proporciona. 
Aos meus pais, Reinaldo (in memorian) e Regina, pelo incentivo constante e valorização da 
busca pelo conhecimento. 
Ao querido companheiro, Wiliam, pelo amor, paciência e amizade acima de tudo. 
À minha filha, Maria Clara, por compreender a minha ausência em muitos momentos. 
À Professora Aimê Rachel pela oportunidade de trabalharmos juntas e pelo exemplo de 
dedicação e amor ao que faz. 
Ao Professor Jaime Fernando Ferreira pelo fornecimento das sementes de mexilhão utilizadas 
neste trabalho. 
Ao pessoal do Sambaqui, Jakson, Itamar, Vitor, Fernando, Bruno e Caetano por me auxiliarem 
na execução do experimento. 
À Bárbara pela companhia e contribuição nas análises histológicas e organização da coleção 
didática do Lamex. 
Ao professor Cláudio Melo pelo auxílio nas análises estatísticas. 
Ao Seu Keka, por cuidar tão bem do jardim do Lamex, pela simpatia, carinho, lanches da tarde e 
pela atenção constante. 
À Patrícia, pela constante ajuda e também pelos momentos de descontração que animaram os 
dias de trabalho. 
À Ana Lúcia, pela contribuição nas análises histológicas, pelas conversas animadas, pelas piadas 
e auxílio no dia-a-dia. 
À Luciana, pelo carinho, pela boa vontade em me ajudar na parte estatística e pela companhia no 
laboratório. 
Ao Departamento de Pós-Graduação pelo competente trabalho que realiza e pelo auxílio aos 
alunos. 
À Capes pela concessão da bolsa. 
A todos os amigos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. vii 
 
RESUMO ................................................................................................................................ viii 
 
ABSTRACT ............................................................................................................................ ix 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 
 
CORPO DO ARTIGO CIENTÍFICO 
 
Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758), cultivado na Baía Norte - Ilha de 
Santa Catarina/SC ................................................................................................................... 8 
 
Resumo ..................................................................................................................... 8 
 
Abstract ..................................................................................................................... 9 
 
Introdução ................................................................................................................. 10 
 
Material e Métodos ................................................................................................... 12 
 
Resultados e Discussão ............................................................................................. 15 
 
Conclusões ................................................................................................................ 21 
 
Referências Bibliográficas ........................................................................................ 22 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO .................................................. 26 
 
ANEXOS ................................................................................................................................. 31 
 
Valores médios de mexilhões Perna perna encontrados nas cordas de cultivo durante o 
período de dezembro de 2004 a agosto de 2005 .................................................................. 31 
 
Percentual de perda média de mexilhões Perna perna cultivados na Praia da Ponta do 
Sambaqui Florianópolis/SC................................................................................................. 31 
 
Freqüência absoluta das perdas de sementes de mexilhões em cordas de cultivo contendo 
100 animais .......................................................................................................................... 32 
 
Percentual da prevalência do Trematoda Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna de 
cultivo ................................................................................................................................... 32 
 
Aplicação do teste estatístico de Tukey para verificar a relação entre as estações do ano e 
a presença de parasita Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna .................................... 33 
 
 
 vii
NORMAS DE PUBLICAÇÃO ............................................................................................... 34 
 
Boletim do Instituto de Pesca ............................................................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 viii
LISTA DE FIGURAS 
 
 
1. Mapa da Praia da Ponta do Sambaqui ......................................................................... 12 
2. Médias mensais de temperatura e salinidade da água do mar no cultivo de 
mexilhões Perna perna, ao longo do experimento...................................................... 15 
3. Sinais de predação em sementes de mexilhão Perna perna ........................................ 16 
4. Percentual da perda média de mexilhões Perna perna cultivados .............................. 16 
5. Perdas de sementes de mexilhões em cordas de cultivo contendo 100 animais .......... 18 
6. Percentual da prevalência do Trematoda Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna 
de cultivo ...................................................................................................................... 19 
7. Aspecto da bucefalose no tecido do mexilhão Perna perna de cultivo ....................... 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ix
RESUMO 
 
 
Este estudo objetivou quantificar as perdas de sementes (jovens mexilhões) no cultivo e discutir 
as principais causas, especialmente as ocasionadas por predadores e parasitas. O experimento 
ocorreu na Praia da Ponta do Sambaqui, no período de dezembro de 2004 a agosto de 2005. 
Foram confeccionadas 54 cordas de mexilhões, contendo 600 sementes cada. Metade das cordas 
foram dispostas em um espinhel de cultivo e protegidas com malha de traineira, sendo 
mensalmente retirada essa proteção de três delas. As outras 27 cordas permaneceram em um 
tanque-rede. Por mês, eram coletadas três cordas de cada tratamento e feitas as contagens. Foram 
fixadas amostras de 30 animais de cada tratamento, sendo realizados procedimentos clássicos de 
histologia, com coloração HE. A salinidade e temperatura da água do mar foram medidas, 
respectivamente, de forma semanal e diária. As sementes das cordas no espinhel sofreram 
intensa predação no verão. Nos meses seguintes não houve diferença significativa na perda de 
animais entre os 2 tratamentos. Os mexilhões Perna perna jovens são mais vulneráveis ao ataque 
dos predadores que indivíduos adultos. Além da predação, podem ser causas de perdas questões 
relacionadas às técnicas de manejo e excesso de sementes por corda. A prevalência do 
trematódeo Bucephalus sp. foi baixa (5,11%). Há relação entre o inverno e maior prevalência 
desse parasito. 
 
 
Palavras-chave: mexilhão, Perna perna, perda, predação, histologia, Bucephalus sp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 x
Loss of Perna perna mussel seeds (L., 1758), cultivated in North Bay – 
Santa Catarina Island/SC - Brazil 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This study had the objective of quantifying seed loss in the culture of young mussels as well as 
discussing the main causes of this loss, especially that derived from predators and parasites. The 
experiment was carried out in Ponta do Sambaqui beach, between December of 2004 and August 
of 2005. Fifty four mussel ropes were prepared, containing 600 seeds/m each. Half the ropes 
were disposed in a long line and protected with a fishing net. This protection was removed from 
three of them every month. The other 27 ropes remained in a net-tank. Every month three ropes 
from each treatment were collected and the mussels counted. Thirty animals from each treatment 
were fixed and classical histology procedures were carried out, with stain HE. The salinity and 
the water temperature of the sea were measured weekly and diary, respectively. The seeds from 
the ropes of the long line suffered intense predation in the summer. In the following months there 
was no significant difference in the loss of animals between both treatments. The young Perna 
perna mussels are more vulnerable to predators than adult individuals. Besides predation, 
questions related with handling techniques and the excess of seeds in each rope can be causes for 
loss of animals. The prevalence of the trematod Bucephalus sp. was low (5.11%). There was a 
correlation between the lower temperatures and the frequency of this parasite, there being a 
greater incidence of Bucephalus sp. in the winter. 
 
Key words: mussel, Perna perna, loss, predation, histology, Bucephalus sp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os moluscos são o segundo maior grupo animal em diversidade, com cerca de 35.000 
espécies fósseis e mais de 50.000 espécies vivas descritas (Ruppert & Barnes, 1996). Entre eles, 
os bivalves marinhos são os mais abundantes (Russel-Hunter, 1983). 
Na Classe Bivalvia, também chamada de Pelecypoda ou Lamellibranchia estão, entre 
outros, os mexilhões, ostras e berbigões. Dentre as características desses moluscos, estão o corpo 
e o pé lateralmente comprimido e a concha composta por duas valvas articuladas, que envolvem 
completamente o animal. São desprovidos de cabeça distinta, por isso denominados Acephala 
(Oliveira, 1969) e a cavidade do manto é a mais espaçosa dentre todas as classes de moluscos. 
A maioria dessas características representa modificações que permitiram aos bivalves 
tornarem-se escavadores de fundos macios, para os quais a compressão lateral do corpo é bem 
adequada. As adaptações originais à escavação na lama e na areia levaram a classe tão longe na 
rota da especialização que eles se tornaram predominantemente presos a uma existência 
sedentária (Ruppert & Barnes, 1996). 
Em relação à reprodução, as espécies podem ser dióicas ou hermafroditas. A fecundação 
é externa, ocorrendo no ambiente aquático. Na desova, a emissão dos gametas é estimulada por 
fatores físicos ou climáticos, principalmente pelo aumento na concentração de nutrientes no meio 
e pela variação repentina da temperatura ou da salinidade da água. 
A nomenclatura que divide o processo de maturação sexual dos mexilhões adultos em 
estádios foi proposta por Lunetta (1969). Esse método é o mais utilizado por pesquisadores 
brasileiros e tem a vantagem de determinar os estádios a olho nu, através da simples observação 
macroscópica do manto, permitindo distinguir os diferentes estádios do ciclo sexual. 
As brânquias usualmente são muito grandes, assumindo a função de coletar alimento e 
realizar as trocas gasosas. São organismos filtradores e a sua alimentação consiste de 
fitoplâncton e matéria orgânica particulada em suspensão, além do zooplâncton que completa a 
sua dieta (Rosa, 1994). 
Os mexilhões têm grande importância ecológica, seja criando condições para o 
estabelecimento de diversas espécies e removendo grande quantidade de matéria em suspensão 
da coluna de água além de atuarem como bio-indicadores em avaliações dos níveis de poluição 
costeira (Seed, 1976). Suchanek (1986) afirma que os mexilhões, representantes da família 
Mytilidae, possuem uma incrível habilidade para dominar costões rochosos em todos os 
continentes. Tal sucesso é mais pronunciado em ambientes expostos ou semi-expostos de clima 
 2
temperado, especialmente em substratos horizontais ou levemente inclinados. O 
desenvolvimento do bisso nos adultos permite a exploração e dominância de rochas já habitadas. 
Associada à evolução do aparato do bisso, está a redução da região anterior do corpo e 
alargamento da região posterior e a concha equivalve. 
A intensa produção de larvas e o rápido crescimento em ambientes eutrofizados 
propiciam aos mexilhões a dominância na competição por espaço (Suchanek, 1985). Com raras 
exceções, em locais expostos ou moderadamente expostos, os mitilídeos são os pioneiros na 
formação de uma complexa comunidade nas rochas litorâneas, onde oferecem refúgio e habitat 
para uma série de organismos a ele associados (Bayne, 1976). Por isso são considerados 
bioatratores de diversidade. Segundo Suchanek (1986), a natureza diversificada de algumas 
destas associações vem sendo conhecida há muitos anos e parece estar relacionada com a idade e 
a complexidade estrutural da matriz física da populaçãode mexilhões. 
Alguns autores (como Reusch & Chapman, 1997; Dürr & Wahl, 2004 e Enderlein & 
Wahl, 2004) afirmam que, na presença de predadores, a diversidade da comunidade é mais alta 
que na sua ausência, podendo dobrar de tamanho, sugerindo um controle da dominância dos 
mexilhões por tais consumidores. A predação por caranguejos bentônicos regula a abundância e 
a composição das espécies animais nas comunidades estuarinas e marinhas (Wilson, 1991; Mistri 
2004), além de promover a transferência de energia no ambiente. A alta mortalidade causada 
pelos predadores pode ter conseqüências importantes na manutenção da população da presa e 
representar um grande perigo no sucesso dos cultivos de bivalves marinhos. 
Graças à sua alta produtividade, os mexilhões vêm sendo utilizados na alimentação do 
homem ao longo do tempo, tendo uma história de extração e cultivo há mais de 700 anos 
(Suchanek, 1986). Foram encontradas conchas do mexilhão azul, Mytilus edulis, em cozinhas 
datadas de 6000 a.C. No século 19, eles eram consumidos pela maioria dos países europeus, 
sendo utilizados como alimento, isca de peixe e fertilizante (FAO, 2005). 
Os mexilhões representam importante fonte de alimento em muitas partes do mundo e 
tem grande potencial pelo seu grande valor nutritivo (Andreu, 1976). A boa adaptação às 
condições adversas do ambiente como variação de salinidade e temperatura além da grande 
disponibilidade de larvas fazem dele o “candidato ideal para a aqüicultura”, como cita Hickman 
(1992). 
O primeiro sistema de cultivo de mexilhão foi em “bouchots” e consistia na utilização de 
estacas de madeira enterradas no substrato, normalmente lodoso. Este método ainda persiste e é 
praticado quase que exclusivamente na França (Marques, 1998). 
 
 3
Ferreira e Magalhães (2004) descrevem que os sistemas de cultivo predominantes são os 
suspensos flutuantes, com estruturas do tipo balsa ou espinhel, largamente difundidos nos 
cultivos comerciais, desde a Ásia (China, Malásia), Europa (principalmente Espanha e França), 
até as Américas (Canadá, Estados Unidos, Chile, Venezuela e Brasil). 
Dados da FAO (2005) mostram que a aqüicultura está em rápida expansão nos últimos 
anos em países como China, Nova Zelândia, Tailândia, Espanha, França e Brasil, com cerca de 
10% de crescimento anual desde 1980. Comparativamente, a produção de carne de gado cresceu 
ao redor de 3% ao ano no mesmo período. 
Em 1998, a produção mundial de crustáceos e moluscos alcançou 117.2 milhões de 
toneladas. Um quarto do peixe comido hoje no mundo é proveniente da aqüicultura. Enquanto a 
produção total do setor de pesca decaiu 3.4% em dez anos, a da aqüicultura mais que dobrou em 
1998 (FAO, 2005). 
Com a franca expansão da população mundial, com projeções atuais de 9 a 10 bilhões 
pessoas em 2050, a tendência é a exploração completa de quase todos os recursos pesqueiros 
naturais. Deste modo, o desafio da aqüicultura no novo milênio é crescer de maneira sustentável 
para ser uma segura fonte de alimento e de desenvolvimento econômico do mundo. 
O mexilhão Perna perna possui ampla distribuição geográfica, é resistente às variações 
ambientais de temperatura e salinidade, além da grande capacidade adaptativa e reprodutiva. Os 
casos de hermafroditismo nessa espécie são bastante raros, como descritos por Magalhães 
(1998). Tais características, aliadas à sua taxa de crescimento e ao seu alto valor protéico, 
conferem à espécie boas qualidades para seu cultivo em escala comercial, cultivo este 
denominado mitilicultura (Magalhães, 1985; Marques, 1998). 
No Brasil a mitilicultura é uma atividade em expansão. A produção catarinense de 
mexilhão vem aumentando a cada ano. Oliveira Neto (2005) afirma que a produção passou de 
500 ton. para 1.000 ton. em 91/92, 1.200 ton. em 92/93, chegando a 10.000 ton. em 2000. No 
ano de 2004, a produção de mexilhões cultivados em Santa Catarina alcançou 9800 ton. 
Toda a produção brasileira de cultivo é da espécie Perna perna, totalmente proveniente 
de pequenos produtores, que ultrapassam o número de 1.000 só em Santa Catarina (Ferreira e 
Magalhães, 2004) abastecendo o mercado catarinense e o nacional com um molusco nativo 
encontrado em grande parte do litoral brasileiro (Epagri, 2005). 
Klappenbach (1965) afirma que o mexilhão Perna perna é o maior mitilídeo brasileiro, 
sendo muito abundante entre o litoral do Espírito Santo e Santa Catarina. Esses animais podem 
 
 4
ser facilmente observados por serem organismos sésseis na maior parte do seu ciclo de vida e por 
ocorrerem com maior freqüência na região entre-marés. 
No litoral de Santa Catarina esta espécie é a mais abundante e apreciada, apresentando 
um crescimento bastante rápido em cultivo, passando de 2 cm para 6 a 8 cm no período de 6 a 8 
meses (Ferreira e Magalhães, 1989). 
Fatores bióticos como predação e competição intraespecífica (Griffths, 1981) e 
interespecífica, principalmente por espaço, contribuem grandemente para limitar a sobrevivência 
do mexilhão durante os seus primeiros meses de crescimento (Seed, 1969; Dayton, 1973; Paine, 
1976). A predação por peixes é extremamente severa em algumas áreas e é mais comum em 
águas rasas. Peixes das espécies Pseudolabrus celidotus e Chrysophrys auratus são responsáveis 
por grandes prejuízos em cultivos da Nova Zelândia e representam um contínuo problema, já que 
os últimos são capazes de predar mexilhões Perna canaliculus com até 90 mm de comprimento. 
Waterstrat et al. (1980), verificou na Baía de Punget Sound, lado pacífico do Canadá, 
uma queda na produção de mexilhões de aproximadamente 80% por predação e doença, sendo os 
principais predadores Melanitta deglandi (pato marinho), M. perspicillata (pato comum), 
Pigaster ochraceus e Evasterias troschelli (estrelas-do-mar) e peixes. O parasita encontrado foi o 
trematódeo Bucephala islandica. Outros predadores ainda são citados, como siris, caranguejos, 
vermes, gastrópodes e peixes. 
É na fase larval que ocorre a maior mortalidade, podendo chegar a 99%, principalmente 
devido à falta de substratos adequados e em quantidade suficiente (Bayne, 1976). 
Organismos sésseis que tem sua fase larval planctônica, muitas vezes no final dessa fase 
se fixam sobre o primeiro substrato que encontram. Segundo Hickman (1979), o assentamento 
das larvas de mexilhão é determinado por vários fatores, incluindo temperatura da água, 
correntes e ventos, variando com a estação do ano, profundidade e com a competição com outras 
espécies. Em alguns locais, as comunidades de organismos incrustantes podem se tornar um 
problema para um cultivo de mexilhões, dependendo da quantidade e do tipo de organismos 
aderidos sobre esses bivalves. 
As comunidades incrustantes podem causar mortalidade principalmente nos juvenis 
(popularmente denominados sementes), reduzir a razão de crescimento pela dificuldade na 
abertura das valvas, impedindo a entrada de água e alimento (Witman & Suchanek, 1984). 
Podem causar também problemas de flutuação nas estruturas de cultivo suspenso, diminuir a 
captação de sementes pela competição por espaço, reduzindo a superfície disponível para a 
fixação das larvas de mexilhões (Waterstrat et al., 1980). 
 
 5
Nos indivíduos adultos, a incrustação pode diminuir a capacidade reprodutiva através da 
redução dos tecidos do corpo e/ou desenvolvimento gamético (Paine, 1976; Witman, 1986), 
podendo até mesmo romper as cordas de cultivo pelo excesso de peso. Witman & Suchanek 
(1984) estimaram que em mexilhões com algas fixadas, a força da corrente aumentou de 2 a 6 
vezes, aumentando o risco de deslocamento. 
Nos mexilhões, o mecanismo responsável pela diminuição da capacidade reprodutiva está 
relacionado ao grande gasto energéticona produção de mais bisso para se manterem fixos, ao 
invés de produzir gametas ou crescer (Suchanek, 1986). 
Anelídeos poliquetas podem formar tubos calcários, de areia ou de lama sobre a concha 
do mexilhão, podendo vir a quebrar a concha do molusco, o qual é forçado a ter um gasto maior 
de energia para consertar a concha e cobrir a parte do corpo que ficou exposta (Quayle & 
Newkirk, 1989). Figueras (1987) observou que mexilhões muito infestados pelo poliqueta 
Polydora ciliata foram os mais vulneráveis à ação de predadores como Cancer pagarus, Cancer 
maenas, Haematopus ostralegus entre outros. 
Freitas (1997) lista o grande número de espécies associadas a mexilhões cultivados na 
Ilha de Ratones/SC e relaciona o papel de cada uma na comunidade, estando os competidores e 
predadores bem representados principalmente por poríferos, cnidários, turbelários, poliquetas, 
equinodermas, moluscos, crustáceos e peixes. 
O desenvolvimento industrial de moluscos e a introdução e transferência de diferentes 
espécies cultiváveis em novos ambientes têm aumentado os riscos de disseminar parasitas e 
doenças em todo o mundo, já que os bivalves marinhos possuem um largo espectro de parasitas e 
microorganismos que podem causar mortalidade em massa, resultando em perdas econômicas 
importantes. 
Os estudos de patologia de moluscos são relativamente recentes e se desenvolveram a 
partir dos anos 50, principalmente nas espécies cultiváveis, já que podem provocar grandes 
perdas econômicas. Os fatores fisiológicos estão freqüentemente associados às interações 
ambientais e as suas conseqüências podem afetar a sobrevivência de larvas e adultos por 
alimentação insuficiente, por carência de algum componente essencial para o seu crescimento, 
pela perda da capacidade reprodutiva ou diminuição de resistência às enfermidades (Bautista, 
1989). 
Patologias em ostras são mais conhecidas e estudadas. Calvo et al. (2003) relatam que na 
costa atlântica dos Estados Unidos, populações de ostras Crassostrea virginica têm sido 
 
 6
devastadas por doenças causadas pelos protozoários Perkinsus marinus, popularmente conhecido 
por Dermo, e por Haplosporidium nelsoni, popularmente denominado MSX (Bower et al., 1994). 
Infecções pelos protozoários Bonamia ostreae, Marteilia refringens e Perkinsus marinus 
em Ostrea edulis e em Crassostrea virginica (Bower et al. 1994) são alguns dos fatores 
responsáveis pelas altas mortalidades em cultivos. Nas últimas décadas, mortalidades em massa 
resultaram na eliminação da produção em escala industrial da ostra na Virginia (EUA), tendo as 
áreas destinadas para o cultivo decaído de 3,3 milhões de alqueires em 1950 para 5000 alqueires 
em 2001. 
O copépoda Mytilicola intestinalis é um dos poucos exemplos de parasitas capazes de 
provocar mortalidade significativa nas populações de mexilhão Mytilus edulis e foi responsável 
por grandes perdas em cultivo entre os anos de 1982 a 1984 no norte da Inglaterra (Blateau et al., 
1992). Análises histológicas realizadas por Figueras et al. (1991) em cultivos no Ria de Arosa, 
Espanha, apontaram este parasita em mais de 80% da amostra. 
O gênero Bucephalus é o parasita mais comum em bivalves cultivados. O estágio adulto 
do ciclo de vida deste Trematoda se completa em espécies de peixes ou aves. Os sintomas da 
infecção são destruição dos tecidos e castração. A mortalidade geralmente é baixa, porém a alta 
infestação em alguns casos pode ser responsável pelo colapso da população (Bower, 1992). 
Em geral, os trematódeos são os parasitas mais patogênicos para os mexilhões, uma vez 
que parasitas das famílias Bucephalidae e Fellodistomidae utilizam este bivalve como hospedeiro 
primário no seu ciclo de vida, seja no estágio larval de esporocisto ou de cercária. 
Segundo Magalhães (1998), a partir de um ovo liberado nas fezes do hospedeiro 
definitivo, eclode o miracídeo, uma larva ciliada que penetra no molusco juntamente com a água 
que entra por filtração. O molusco passa a ser o primeiro hospedeiro intermediário. O miracídeo 
então forma os esporocistos, que são estruturas ramificadas em forma de sacos que contém 
massas germinais, a partir das quais desenvolvem-se as cercárias. Estas, quando maduras, 
abandonam o primeiro hospedeiro intermediário e penetram no segundo hospedeiro 
intermediário (peixe), transformando-se em uma larva metacercária que se encista nos tecidos. 
Quando esse peixe é devorado por um peixe carnívoro (hospedeiro definitivo) ocorre a última 
fase do desenvolvimento do parasita para a forma adulta, que se aloja no intestino. 
Na África do Sul, o mexilhão Perna perna pode chegar a uma taxa de infestação por 
esses vermes chatos de até 62%. Infestações graves afetam seriamente a gametogênese, causando 
castração e morte do indivíduo. Calvo-Ugarteburu & McQuaid (1998) estudaram o efeito da 
infestação parasitária em mexilhões Perna perna e Mytilus galloprovincialis e diagnosticaram 
 
 7
duas espécies de parasitas trematódeos que infestam o mexilhão P. perna: metacercárias do 
gênero Proctoeces e esporocistos de bucefalídeos. Os autores concluíram que mexilhões 
infestados por bucefalídeos eram mais frágeis e fáceis de se abrir, perdendo significativamente 
mais água que os indivíduos não infestados, possivelmente porque suas valvas não fechavam 
adequadamente. Os esporocistos de bucefalídeos tiveram um efeito severo na reprodução, 
castrando o hospedeiro. Silva (1995) e Silva et al. (2002) estudaram o efeito do parasita 
Bucephalus sp. (Trematoda – família Bucephalidae) em mexilhões Perna perna cultivados na 
Ilha de Ratones/SC e observaram grande redução na quantidade de gametas produzidos pelo 
mexilhão infestado, aliada à substituição dos tecidos do hospedeiro pelos do parasita. No antigo 
cultivo experimental de mexilhões do Laboratório de Moluscos Marinhos da Universidade 
Federal de Santa Catarina, localizado nos arredores da Ilha de Ratones Grande – 
Florianópolis/SC, Silva et al. (1996) registraram a ocorrência de 4% dos indivíduos P. perna 
com Bucephalus sp. Na Ilha de Santa Catarina, Magalhães et al. (2000) registraram a prevalência 
deste parasita infectando 49% da população de mexilhões de estoques naturais. 
Pela sua grande importância econômica, o reconhecimento e quantificação das perdas em 
cultivos de mexilhão Perna perna por parasitismo e por predação são necessários, uma vez que 
podem contribuir para um melhor entendimento da biologia do molusco e da ecologia dos 
cultivos, permitindo a tomada de medidas que visem minimizar perdas na mitilicultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8
A BAÍA 
PERDAS DE SEMENTES DE MEXILHÕES Perna perna (L., 1758), CULTIVADOS N
NORTE - ILHA DE SANTA CATARINA/SC 
 
Andréa Ricetti COCHÔA1*, Aimê Rachel Magenta MAGALHÃES2 
 
RESUMO 
 
 
Este estudo objetivou quantificar as perdas de sementes (jovens mexilhões) no cultivo e discutir 
as principais causas, especialmente as ocasionadas por predadores e parasitas. O experimento 
ocorreu na Praia da Ponta do Sambaqui, no período de dezembro de 2004 a agosto de 2005. 
Foram confeccionadas 54 cordas de mexilhões, contendo 600 sementes cada. Metade das cordas 
foram dispostas em um espinhel de cultivo e protegidas com malha de traineira, sendo 
mensalmente retirada essa proteção de três delas. As outras 27 cordas permaneceram em um 
tanque-rede. Por mês, eram coletadas três cordas de cada tratamento e feitas as contagens. 
Foram fixadas amostras de 30 animais de cada tratamento, sendo realizados procedimentos 
clássicos de histologia, com coloração HE. A salinidade e temperatura da água do mar foram 
medidas, respectivamente, de forma semanal e diária. As sementes das cordas no espinhelsofreram intensa predação no verão. Nos meses seguintes não houve diferença significativa na 
perda de animais entre os 2 tratamentos. Os mexilhões Perna perna jovens são mais vulneráveis 
ao ataque dos predadores que indivíduos adultos. Além da predação, podem ser causas de 
perdas questões relacionadas às técnicas de manejo e excesso de sementes por corda. A 
prevalência do trematódeo Bucephalus sp. foi baixa (5,11%). Há relação entre o inverno e maior 
prevalência desse parasito. 
 
 
Palavras-chave: mexilhão, Perna perna, perda, predação, histologia, Bucephalus sp. 
 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
1 Curso de Pós-graduação em Aqüicultura, CCA, UFSC, Florianópolis, SC, Brasil. 
E-mail: andrea_cochoa@yahoo.com.br 
2 Departamento de Aqüicultura, CCA, UFSC, Florianópolis, SC, Brasil. 
E-mail: rachel@cca.ufsc.br 
Endereço/Address: Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Aqüicultura – 
Rodovia Ademar Gonzaga, 1346, Itacorubi, CEP: 88034-001, Florianópolis, SC, Brasil. 
Bolsista da Capes * 
 
 9
LOSS OF Perna perna MUSSEL SEEDS (L., 1758), CULTIVATED IN NORTH BAY – 
SANTA CATARINA ISLAND/SC - BRAZIL 
 
ABSTRACT 
 
 
This study had the objective of quantifying seed loss in the culture of young mussels as well as 
discussing the main causes of this loss, especially that derived from predators and parasites. 
The experiment was carried out in Ponta do Sambaqui beach, between December of 2004 and 
August of 2005. Fifty four mussel ropes were prepared, containing 600 seeds/m each. Half the 
ropes were disposed in a long line and protected with a fishing net. This protection was 
removed from three of them every month. The other 27 ropes remained in a net-tank. Every 
month three ropes from each treatment were collected and the mussels counted. Thirty animals 
from each treatment were fixed and classical histology procedures were carried out, with stain 
HE. The salinity and the water temperature of the sea were measured weekly and diary, 
respectively. The seeds from the ropes of the long line suffered intense predation in the 
summer. In the following months there was no significant difference in the loss of animals 
between both treatments. The young Perna perna mussels are more vulnerable to predators than 
adult individuals. Besides predation, questions related with handling techniques and the excess 
of seeds in each rope can be causes for loss of animals. The prevalence of the trematod 
Bucephalus sp. was low (5.11%). There was a correlation between the lower temperatures and 
the frequency of this parasite, there being a greater incidence of Bucephalus sp. in the winter. 
 
Key words: mussel, Perna perna, loss, predation, histology, Bucephalus sp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10
INTRODUÇÃO 
 
Para muitas áreas continentais e costeiras do mundo, a única possibilidade de aumentar 
a disponibilidade de alimentos para a população é através da aqüicultura. DAHLBÄCK e 
GUNNARSSON (1981) afirmam que, por serem filtradores, o cultivo de moluscos bivalves é 
considerado de baixo impacto ambiental se comparado com o de outros animais. 
 Apesar do Brasil oferecer condições climáticas ideais para a mitilicultura, denominação 
do cultivo de mexilhões, esta é uma atividade recente, cuja produção comercial ainda é 
pequena. O Estado de Santa Catarina responde pela maior produção de mexilhão Perna perna 
do país, tendo produzido mais de 9.000 toneladas desse molusco no ano de 2004. A produção 
foi maior em 2000, com 11.365 ton e caiu nos anos posteriores, tendo como principal causa 
problemas na obtenção de sementes (jovens mexilhões) (OLIVEIRA NETO, 2005). 
Há necessidade de melhor obtenção dos jovens mexilhões, através de coletores 
manufaturados e de melhor aproveitamento das sementes obtidas. Esse último item inclui 
detectar e quantificar as perdas de sementes em cultivo de mexilhões, para nortear melhorias no 
manejo dos animais no sistema de cultivo. 
De acordo com SEED (1976), dentre todos os fatores responsáveis pela mortalidade de 
mexilhões, a predação aparece como o fator principal. Muitas são as espécies que se alimentam 
desses bivalves, tais como os gastrópodes (SOTO et al., 2004), estrelas-do-mar (INGLIS e GUST, 
2003), siris (DeGRAAF e TYRRELL, 2004), pássaros (HAMILTON e NUDDS, 2003) e peixes 
(LAPPALAINEN et al., 2004). 
Em ambientes naturais, o principal papel exercido pelos predadores é controlar a 
população de mexilhões, cuja taxa de reprodução é alta devido à intensa liberação de gametas. 
No oeste do Mar Báltico, o mexilhão Mytilus edulis é um competidor dominante por espaço. 
Caso não haja predação, ele elimina outros organismos sésseis, podendo formar monoculturas 
(ENDERLEIN e WAHL, 2003). 
Além da predação, parasitas e questões relativas ao manejo das sementes podem 
também trazer perdas de animais no cultivo. Dentre o Filo Mollusca, os bivalves marinhos 
possuem um grande espectro de parasitas e microorganismos que podem causar altas 
mortalidades e gerar perdas econômicas importantes para as espécies cultiváveis (BOWER et al., 
1994). 
 
 11
No geral, os trematódeos digenéticos são os mais patogênicos para os mexilhões, já que 
as larvas de bucefalídeos são os parasitas mais freqüentes e importantes nos bivalves marinhos 
(BOWER et al., 1994). Tais microorganismos são conhecidos por causar castração pela severa 
infestação dos tecidos reprodutivos de bivalves (MAGALHÃES, 1998; SILVA et al., 2002). 
No nordeste do Oceano Atlântico, BOWER e FIGUERAS (1989) reportam o trematoda 
bucefalídeo Prosorhynchus squamatus como responsável pela debilidade do músculo de Mytilus 
edulis, com conseqüente abertura da concha, acarretando problemas de comercialização do 
animal. Pelo fato do mexilhão ser o seu primeiro hospedeiro intermediário, o ciclo de vida do 
trematódeo não está completamente elucidado, porém os peixes carnívoros são possivelmente 
os hospedeiros definitivos deste patógeno. 
Em mexilhões do hemisfério sul há registro de Bucephalus chilensis como parasita da 
espécie Semimytilus algosus no sul do Chile (LASIAK, 1991). Na Argentina, SZIDAT (1965) relata 
a presença de formas adultas de B. urophyci no intestino do peixe abrótea (Urophycis brasiliensis), 
encontrado próximo aos estoques de mitilídeos. CHAVES e LUQUE (1998) encontraram 
Bucephalus varicus em peixes da espécie Menticirrhus americanus nos Estados do Rio de Janeiro e 
de Santa Catarina. 
PEREIRA Jr. et al. (1996) observaram que, no sul do Brasil, B. varicus utiliza os peixes 
Micropogonias furnieri e Urophycis brasiliensis como segundo e último hospedeiro, 
respectivamente. Esses autores citam que o mexilhão Perna perna poderia ser o primeiro 
hospedeiro intermediário, mas não o detectaram nos moluscos de lá. 
A bucefalose, também conhecida como doença laranja, provoca a castração do mexilhão 
em decorrência do grande potencial reprodutivo das larvas do Bucephalus sp., que proliferam 
dentro dos tecidos do hospedeiro, ramificando intensamente o esporocisto. Como tais estruturas 
apresentam coloração alaranjada, o animal parasitado adquire esta pigmentação característica, 
principalmente em estágios mais avançados da infestação. 
O presente trabalho objetivou detectar índices de perdas de mexilhão Perna perna por 
parasitismo e predação, através de análise comparativa de cordas de mexilhão provenientes de 
cultivo protegidas e expostas, e discutir demais fatores que possam implicar em perdas de 
animais na mitilicultura. 
 
 
 
 
 
 12
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O material biológico utilizadonesse estudo foi o molusco bivalve marinho Perna perna 
(Linnaeus, 1758) (Bivalvia, Mytilidae). Segundo KLAPPENBACH (1965) é o maior mitilídeo 
brasileiro. O padrão de crescimento de mexilhões em cultivo varia, dependendo do local e da 
época do seu início. No entanto, de maneira geral em Santa Catarina, os mexilhões tem 
atingido, a partir de sementes, o tamanho comercial de 7 a 9 cm de comprimento em cerca de 8 
meses (FERREIRA et al., 1991). 
O experimento foi realizado no período de dezembro de 2004 a agosto de 2005 na Praia 
da Ponta do Sambaqui, situada na Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, onde está implantado o 
cultivo experimental de moluscos do Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM) do 
Departamento de Aqüicultura da Universidade Federal de Santa Catarina (Fig. 1). Foram 
preparadas e organizadas em um espinhel, 27 cordas de 1 m, contendo 600 sementes de Perna 
perna cada. O mesmo procedimento, contendo o mesmo número de cordas e sementes foi 
realizado na mesma época, mas as cordas foram introduzidas em um tanque-rede. Este tinha as 
dimensões de 1,5 m x 2,5 m x 2,5 m, malha de 15 mm, montado em uma balsa flutuante. 
 
 
Figura 1. – Região de Florianópolis com destaque para a Praia do Sambaqui, área do cultivo 
experimental do Laboratório de Moluscos Marinhos da UFSC. 
 
 13
Inicialmente, cada corda do espinhel recebeu uma proteção externa feita com rede de 
traineira com malha de 1,0 cm entre-nós, a fim de impedir que os predadores atacassem os 
mexilhões. Mensalmente, foi retirada essa proteção de 3 delas para que os bivalves ficassem 
expostos por um período de 30 dias. Após este período de exposição, estas três cordas do 
espinhel e outras três do tanque-rede eram retiradas da água. De cada uma foi realizada a 
contagem do número de animais vivos. 100 animais de cada tratamento foram escolhidos 
aleatoriamente para a obtenção dos dados biométricos. 
Durante todo o experimento, houve monitoramento semanal das cordas a fim de 
acompanhar o processo de perdas de mexilhões ocasionado por despencamento e pela 
predação, verificada através de mordidas nas conchas. Também semanalmente foram 
registrados os valores de salinidade e, diariamente, de temperatura da água do mar. 
Mensalmente o tanque-rede foi retirado do mar com o auxílio da embarcação e levado 
até a praia para limpeza com jato d’água, a fim de retirar o fouling sobre as malhas, já que este 
diminui a circulação de água dentro do tanque-rede e poderia vir a comprometer a taxa de 
filtração dos bivalves. Os peixes que eventualmente entravam no tanque-rede eram removidos 
durante o manejo. 
O teste estatístico não-paramétrico de Kruskal-Wallis (α=5%) foi empregado para 
identificar as possíveis variações na perda de mexilhões entre os tratamentos utilizados e 
correlacioná-las com os meses do ano. 
 Para a realização da análise histológica, mensalmente foram coletados 30 a 60 animais 
em cordas de cultivo. Com um paquímetro fez-se a biometria destes animais que, em seguida, 
foram abertos com um bisturi inserido entre as valvas para secção do músculo adutor posterior. 
Realizou-se, então, análise macroscópica dos mexilhões com o intuito de encontrar evidências 
da presença de parasitas, especialmente Bucephalus sp. 
Para as preparações histológicas, foram realizados cortes transversais na diagonal de 
cada animal, a fim de obter amostra de todos os tecidos, conforme recomendação de HOWARD 
et al. (2004). Estas partes então foram fixadas em solução de Davidson marinho por 48h e 
posteriormente transferidas para solução de álcool 70%. Após a fixação, as amostras foram 
preparadas segundo procedimentos histológicos convencionais e foi feita a inclusão em 
parafina. 
Em um micrótomo manual, os tecidos foram cortados com 7µm de espessura e corados com 
hematoxilina de Harris e eosina (HE). As lâminas foram analisadas em microscópio óptico e 
registros fotográficos foram realizados quando necessário. 
 
 14
A prevalência de parasitas Bucephalus sp. em mexilhões Perna perna foi estimada através do 
cálculo percentual dos animais infestados. Para verificar a interação entre o grau de parasitismo 
dos mexilhões e as estações do ano, foi utilizado o Teste de comparação entre médias segundo 
Tukey (ZAR, 1996). 
De março a agosto de 2005, tendo em vista o rápido crescimento dos mexilhões no verão 
e a fim de verificar possíveis diferenças na intensidade da predação das sementes ao longo do 
ano, mensalmente foram confeccionadas e colocadas no espinhel pequenas cordas de cultivo, 
com 100 sementes de mexilhão Perna perna cada. Uma destas ficou exposta aos predadores por 
30 dias, sendo depois retirada da água e feita a análise das perdas. Nessa ocasião era substituída 
por nova corda de sementes. Este experimento paralelo foi denominado série curta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
As médias mensais de temperatura e salinidade da água do mar no cultivo do LMM 
estão representadas na Fig. 2. Os valores de salinidade apresentaram pouca variação, com 
média de 33,8±0,8‰. Os valores de temperatura da água do mar sofreram uma maior variação, 
com média mínima e máxima de 16,8±0,8 e 25,4±1,1°C, respectivamente. 
 
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ag
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5
salinidade (‰)
temperatura (°C)
 
Figura 2. Médias mensais de temperatura e salinidade da água do mar, no cultivo de mexilhões 
Perna perna, ao longo do experimento. 
 
A perda de mexilhões Perna perna jovens, das cordas organizadas no espinhel, foi intensa 
nos meses de dezembro de 2004 a março de 2005. Nesta época do ano houve muitos peixes 
carnívoros no ambiente de cultivo, especialmente a canhanha (Archosargus rhomboidalis L., 1758), 
o peixe-porco (Stephanolepis sp. Gill, 1861) e a corvina-preta (Pogonias cromis L., 1766), também 
conhecida por burriquete ou miraguaia. Os sinais de predação foram abundantes nas conchas 
dos animais (Fig. 3). Em estudo feito na Ilha de Ratones, próxima à Praia da Ponta do Sambaqui, 
FREITAS (1997) identificou taxonomicamente vários predadores de mexilhões, como 
platelmintos, gastrópodes, equinodermos, peixes e aves. No verão, é comum observar os 
maricultores da região protegendo suas cordas de mexilhão com malha de traineira. 
A partir de abril não houve diferenças significativas na perda de mexilhões (P>0,05) nas 
cordas de cultivo dos dois tratamentos, apesar da quantidade de indivíduos vivos nas cordas do 
tanque-rede ter sido menor (P<0,05) nos meses finais do experimento (julho e agosto) (Fig. 4). 
 
 16
 
 
Figura 3. Sinais de predação em sementes de mexilhões Perna perna. 
 
Ao final do experimento, as perdas médias de mexilhão Perna perna nas cordas de 
cultivo, foram de 48,78% no espinhel e de 23,35% no tanque-rede. 
 
de
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tanque-rede
espinhel
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rd
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(%
)
 
Figura 4. Percentual da perda média de mexilhões Perna perna cultivados. 
 
 17
A partir do comprimento médio de 65,3 ± 0,3 mm, aumentou a perda de indivíduos no 
tanque-rede, por despencamento. Com efeito, durante o manejo, a remoção dos animais das 
cordas provenientes do tanque-rede ocorria mais facilmente que as do espinhel. Uma possível 
explicação para essa perda é o fato das cordas de cultivo protegidas pelo tanque-rede sofrerem 
menor ação das correntes e marés. Com isso, os mexilhões ficariam menos aderidos uns aos 
outros,em um arranjo menos denso que os do espinhel. Além disso, no inverno houve grande 
fixação de colônias de hidrozoários (Ectopleura warreni Ewer, 1953) sobre os mexilhões do 
tanque-rede. Os hidrozoários provocam um aumento no peso do sistema de cultivo, além de 
servir como substratos para outros organismos jovens, como sementes de mexilhões e outros 
moluscos. De acordo com SUCHANEK (1986), os organismos incrustantes são as principais 
causas de mortalidades em populações de moluscos. 
Neste trabalho, foram inseridas 600 sementes de mexilhões/m de corda, o que 
corresponde a 1,2 +0,4 Kg de peso, em média. Ao final do experimento, quando os indivíduos 
apresentavam comprimento médio de 67,8 ± 7,3 mm e as cordas peso médio de 17,9 ± 1,5 Kg, foi 
verificado o desprendimento de grande parte dos mexilhões em duas cordas do tanque-rede, 
representando perda média de 45,2%. Este despencamento pode estar relacionado com o menor 
investimento em bisso por parte dos mexilhões neste tratamento ou até mesmo pela sobrecarga 
da corda de cultivo devido ao excesso de sementes. Sugere-se o teste com menor quantidade de 
sementes m-1 de corda, para avaliar a sobrevivência dos indivíduos e uma maior produtividade 
do cultivo. 
Nas cordas de cultivo que continham inicialmente 100 animais, denominada série curta, 
houve perda de mexilhões em todos os meses, com média de 20% (Fig. 5). O aumento do 
número de indivíduos mortos foi mais elevado em maio (33%) e em agosto (37%). 
Os resultados deste estudo indicam que, apesar da predação de mexilhões jovens 
ocorrer em todos os períodos ao longo do experimento, ela é sazonal, ocorrendo especialmente 
no verão, havendo possivelmente migração de parte dos predadores para outras áreas a partir 
do outono. 
 
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 (
%
)
 
Figura 5. Perdas de sementes de mexilhões em cordas de cultivo contendo 100 animais. 
 
O número total de mexilhões Perna perna coletados ao longo do trabalho foi de 450 animais. 
Destes, 23 encontravam-se com bucefalose, perfazendo uma média de 5,11% da amostra. A 
ocorrência do parasita Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna provenientes do cultivo do 
LMM-UFSC variou de 0 a 10% ao longo do experimento. A maior incidência do parasita nos 
mexilhões analisados ocorreu nos meses de junho, julho e agosto (Fig. 6). 
Ao relacionar as estações do ano com a freqüência de parasitas encontrados nos mexilhões, 
o teste de comparação de médias indicou uma forte correlação de Bucephalus sp. com o inverno, 
mostrando que nesta estação há um aumento no número de animais parasitados. Ainda de 
acordo com a análise estatística, a presença do trematódeo no outono não foi significativa, 
apesar dele ser encontrado em todos os meses desta estação. 
Semelhante aos resultados do presente trabalho, SILVA et al. (2002) perceberam que no 
inverno a bucefalose ocorre com maior freqüência nos mexilhões, apesar de não encontrarem 
sazonalidade na prevalência da enfermidade. A evidência é que peixes migratórios 
provavelmente vindos do sul, no inverno, lancem os ovos do parasita na água. Essa hipótese, 
porém, precisa ser verificada em trabalhos futuros. 
A prevalência da infestação não foi observada no verão, possivelmente porque foi a época 
do início do cultivo e os indivíduos eram pequenos (27,8 + 4,5 mm a 45,3 + 5,8 mm). Só foi 
verificada bucefalose em mexilhões com um comprimento médio de 49,2 + 3,4 mm. 
O manto dos animais parasitados apresenta aspecto macroscópico de coloração laranja, 
 
 19
ficando mais intenso conforme o avanço da parasitose (Fig. 7). Em 8,3% da amostra de 
mexilhões a infestação só foi identificada após análise microscópica, sem evidências 
morfológicas externas, quando no início da doença. 
 
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 (
%
)
 
Figura 6. Percentual da prevalência do Trematoda Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna de 
cultivo. 
 
MAGALHÃES (1998) também observou diferenças na prevalência de Bucephalus sp. em 
mexilhões Perna perna em relação ao seu comprimento. De acordo com a autora, em mexilhões 
de até 30 mm não foi constatada a presença de bucefalose, havendo um aumento gradativo na 
quantidade de animais parasitados, até a faixa de 60 a 70 mm. Esta correlação entre o 
comprimento do animal e a prevalência da enfermidade corrobora o aqui observado, 
confirmando que os mexilhões pequenos não são parasitados. 
Trabalhos a respeito da ocorrência deste parasita em Perna perna no litoral de Santa Catarina 
vem sendo feitos em diferentes localidades. SILVA et al. (1996) registraram a ocorrência de 4% 
de indivíduos Perna perna provenientes de cultivo com esse parasita. MAGALHÃES (1998) 
encontrou infestações de 3 a 5% em cultivos na Palhoça e na Penha respectivamente. Na Ilha de 
Santa Catarina, a prevalência da enfermidade chegou a 48,3% em populações deste bivalve de 
estoques naturais (MAGALHÃES et al., 2000). FERREIRA e MAGALHÃES (2004) relataram a 
incidência de Bucephalus sp. em mexilhões de estoques naturais e de cultivo variando de 2 a 6%. 
No entanto, no litoral do Estado de São Paulo, LUNETTA e UMIJI (1975) encontraram 
 
 20
incidência de até 35% de mexilhões parasitados cultivados. 
Na África do Sul, foi observada a ocorrência de 40% de mexilhões Perna perna infectados 
por Proctoeces sp. e por larvas de bucefalídeos (LASIAK, 1993). Na Ria de Aveiro, Portugal, 
SANTOS e COIMBRA (1995) verificaram 4,2% do bucefalídeo Prosorynchus crucibulum em 
Mytilus edulis. Estes e outros trabalhos (SZIDAT, 1965; HEASMAN et al., 1996; KHAMDAN, 
1998) indicam a grande variação na freqüência de infestação por parasitas trematódeos em 
bivalves marinhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7. Aspecto da bucefalose no tecido do mexilhão Perna perna. As barras correspondem a 
50µm. A – aspecto macroscópico (setas: esporocistos); B – esporocisto (E) inserido na brânquia 
(B) do hospedeiro (coloração HE); C – esporocistos (E) de Bucephalus sp. entre o tecido 
conjuntivo (TC) do mexilhão (coloração HE); D – esporocistos (E) entre o tecido conjuntivo (TC) 
do hospedeiro com formação de cercária livre (C), pronta para ser eliminada (coloração HE). 
 
No presente trabalho, a prevalência de parasita Bucephalus sp. em mexilhões Perna perna 
ocorreu entre os meses de junho e agosto de 2005. Estes dados corroboram as observações de 
MAGALHÃES (1998) que verificou a grande incidência de Bucephalus sp. nos meses de junho a 
 
 21
setembro, em mexilhões com cerca de 60 a 70mm em plena atividade reprodutiva. FERREIRA e 
MAGALHÃES (2004) apontam o mês de setembro como o período em que ocorre uma grande 
eliminação de gametas deste bivalve. Uma possível explicação para esta correlação seria o fato 
do parasita se desenvolver preferencialmente no manto, próximo às regiões de tecidos 
reprodutivos, ricos em material de reserva. Deste modo, ele utiliza os estoques energéticos do 
hospedeiro, que seriam destinados à reprodução. 
 
 
 
CONCLUSÕES 
 
1. A predação de sementes de mexilhões Perna perna, em sistema de cultivo de espinhel na 
região de Florianópolis, mostra evidências de sazonalidade; 
2. A predação de sementes é intensa no verão, levando à necessidade de proteger as 
cordas, de forma individual ou coletiva; 
3. A malha de traineira é um sistema eficaz para proteger da predação, as cordas com 
sementes de mexilhão em cultivo, de forma individual; 
4. O tanque-rede, embora forneça proteção coletivaàs cordas de mexilhões jovens, envolve 
maior custo e manuseio, além de acarretar maior perda de animais adultos por 
despencamento; 
5. As perdas por predação em mexilhões cultivados, são significativamente menores em 
animais maiores (acima de 65 mm); 
6. A bucefalose é a enfermidade parasítica de maior importância para essa espécie, até o 
momento; 
7. O inverno se confirma como a época de maior prevalência de bucefalose, infestando 
animais com comprimento de concha superior a 49 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22
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 31
ANEXOS 
 
Tabela 1. Valores médios de mexilhões Perna perna encontrados nas cordas de cultivo durante o 
período de dezembro de 2004 a agosto de 2005. 
 
Meses Espinhel Tanque-rede 
Dezembro/04 0 463,0±56,7 
Janeiro/05 0 488,0±34,0 
Fevereiro/05 3,7±0,6 440,0±61,5 
Março/05 404,3±43,8 502,7±24,1 
Abril/05 478,7±146,6 522,3±54,1 
Maio/05 441,3±133,4 519,7±45,2 
Junho/05 500,3±62,6 509,0±74,4Julho/05 473,7±81,1 320,0±157,4 
Agosto/05 464,0±86,8 374,3±122,2 
 
 
Tabela 2. Percentual de perda média de mexilhões Perna perna cultivados na Praia da Ponta do 
Sambaqui – Florianópolis/SC. 
 
Meses Espinhel 
(%) 
Tanque-rede 
(%) 
Dezembro/04 100 22,8 
Janeiro/05 100 18,7 
Fevereiro/05 99,4 26,7 
Março/05 32,6 16,2 
Abril/05 20,2 12,7 
Maio/05 26,4 13,4 
Junho/05 16,6 15,2 
Julho/05 21,1 46,7 
Agosto/05 22,7 37,6 
 
 32
Tabela 3. Freqüência absoluta das perdas de sementes de mexilhões em cordas de cultivo 
contendo 100 animais. 
 
Meses Perdas 
Março/05 13 
Abril/05 10 
Maio/05 33 
Junho/05 15 
Julho/05 12 
Agosto/05 37 
Perda média 20 
 
 
 
 
 
Tabela 4. Percentual da prevalência do Trematoda Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna de 
cultivo. 
 
Estações do ano Meses Mexilhões com 
bucefalose (%) 
Dezembro/04 0,0 
Janeiro/05 0,0 
 
 
Verão 
 Fevereiro/05 0,0 
Março/05 5,0 
Abril/05 3,3 
 
 
Outono 
Maio/05 5,0 
Junho/05 10,0 
Julho/05 6,7 
 
 
Inverno 
Agosto/05 8,3 
 Prevalência média 5,1 
 
 
 33
Tabela 5. Aplicação do teste estatístico de Tukey para verificar a relação entre as estações do ano 
e a presença de parasita Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna. 
 
Comparação de 
medias 
Diferença q Valor de P 
Verão x Outono -4,443 4,110 ns P>0,05 
Verão x Inverno -7,443 6,885** P<0,01 
Outono x Inverno -3,000 2,775 ns P>0,05 
 
 Verão Outono Inverno 
Porcentagem de 
Animais Infectados 0 ± 0 A 4,4 ± 1,0 A B 8,3 ± 1,7 B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34
INSTRUÇÕES AOS AUTORES 
 
O BOLETIM DO INSTITUTO DE PESCA tem por objetivo a divulgação de trabalhos científicos inéditos, relacionados a 
Pesca, Aqüicultura e Limnologia. É publicado 01 volume por ano, com o necessário número de tomos. 
Os trabalhos publicados no Boletim do Instituto de Pesca são: Artigo Científico, Nota Científica, Artigo de Revisão ou Relato 
de Caso. Podem ser redigidos em português, inglês ou espanhol e devem conter os seguintes itens: 
TÍTULO: Deve ser claro e conciso, redigido em português e inglês e, se for o caso, também em espanhol. Havendo 
necessidade de título longo, recorrer a subtítulo. Deve ser apresentado em letras maiúsculas. No caso de recebimento de auxílio para 
a execução do trabalho, informar no rodapé da página, por meio de asterisco, também aposto ao final do título. 
NOME(s) DO(s) AUTOR(es): Deve(m) ser apresentado(s) por extenso, na ordem direta (prenome e sobrenome) e em letras 
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endereço completo para correspondência e o e-mail, deverão ser colocados no rodapé da primeira página, sendo identificados por 
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RESUMO + Palavras-chave: É obrigatório em qualquer tipo de trabalho. O Resumo deve conter concisamente o que foi 
feito, os resultados obtidos e a conclusão. Número máximo de palavras: no resumo - para Artigo Científico e Artigo de Revisão, 
250 (duzentas e cinqüenta); para Nota Científica e Relato de Caso, 150 (cento e cinqüenta); em palavras-chave, 6 (seis) palavras, 
incluindo nomes científicos, se necessário. Resumo + Palavras-chave em português e inglês (Abstract + Key words) são 
obrigatórios, independente do idioma em que o trabalho esteja redigido. 
INTRODUÇÃO: Contém revisão da literatura relativa ao tema do trabalho e objetivo do mesmo. 
MATERIAL E MÉTODOS 
RESULTADOS: Podem ser apresentados sob a forma de tabelas e/ou figuras, quando necessário. Tabelas devem ser 
numeradas com algarismos arábicos e encabeçadas pela respectiva legenda; os dados apresentados nesta não devem ser repetidos 
em gráfico, a não ser quando absolutamente necessário. Gráficos, desenhos, mapas, fotografias etc., nunca ultrapassando as medidas 
16x21 cm, devem ser encaixados no texto, citados como figura e numerados, consecutivamente, com algarismos arábicos, com 
título autoexplicativo abaixo. Desenhos, mapas e fotografias devem ser apresentados no original e em arquivos distintos, 
preferencialmente em formato digital “tiff”. Ex.: nome do arquivo.tif. Figuras coloridas poderão ser incluídas somente em casos 
estritamente necessários. 
DISCUSSÃO: Resultados e Discussão podem constituir um capítulo único. 
CONCLUSÃO(ões): Discussão e Conclusão também podem constituir capítulo único. 
AGRADECIMENTOS: É opcional. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
1 - NO TEXTO 
- Usar o sistema Autor/Data, ou seja, o sobrenome do(s) autor(s) (em letras maiúsculas) seguido(s) do ano em que a obra foi 
publicada. Assim: 
Para um autor: MIGHELL (1975) observou...; Segundo AZEVEDO (1965), a piracema...; Estas afirmações foram confirmadas 
em trabalhos posteriores (WAKAMATSU, 1973). 
Para dois autores: ROSA JÚNIOR e SCHUBART (1980), pesquisando... (Se o trabalho em que os dois autores estão sendo 
citados estiver redigido em português, inglês ou espanhol, usar e, and ou y, respectivamente, ligando os sobrenomes dos autores.). 
Para três ou mais autores: O sobrenome do primeiro autor deve ser seguido da expressão “et al.”. Assim: SOARES et al. 
(1978) constataram... ou Tal fato foi constatado na África (SOARES et al., 1978). 
- Ainda, quando for absolutamente necessário referenciar um autor citado em trabalho consultado, o nome desse autor será 
referido apenas no texto (em letras minúsculas), indicando-se, entre vírgulas e precedido da palavra latina apud, o nome do autor do 
trabalho consultado, o qual irá figurar na lista de referências. Ex.: “Segundo Gulland, apud SANTOS (1978), os coeficientes...”. 
2 - NA LISTAGEM BIBLIOGRÁFICA 
2.1. Documentos impressos 
- Relacionar os trabalhos referidos no texto, com os nomes de todos os autores do trabalho separados por e, and ou y, se dois 
autores, e por ponto e vírgula, se mais de dois autores. As referências devem ser ordenadas alfabeticamente pelo último sobrenome 
do autor. Havendo mais de uma obra com a mesma entrada, considera-se a ordem cronológica e, em seguida, a alfabética do 
terceiro elemento da referência. 
Exemplos: 
a) Artigo de periódico 
BARBIERI, G. e SANTOS, E.P. dos 1980 Dinâmica da nutrição de Geophagus brasiliensis (Quoy e Gaimard, 1824), na represa do 
Lobo, Estado de São Paulo, Brasil. Ciência e Cultura, São Paulo, 32(1): 87-89. 
 
 35
WOHLFARTH, G.W.; MOAY, R.; HULATA, G. 1983 A genotype-environment interaction for growth rate in the common carp, 
growing in intensively manured ponds. Aquaculture, Amsterdam, 33: 187-195. 
b) Dissertação, tese, trabalho apresentado para obtenção de Bacharelado, etc. 
GODINHO, H.M. 1972 Contribuições ao estudo do ciclo reprodutivo de Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 (Pisces, Siluroidei) 
associado a variações morfológicas do ovário e a fatores abióticos. São Paulo. 94p. (Tese de Doutoramento. Instituto de 
Ciências Biomédicas, USP). 
EIRAS, A.C. 1991 Células sanguíneas e contagem diferencial de leucócitos de 13 espécies de teleósteos do rio Paraná - PR. São 
Paulo. 95p. (Trabalho para obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. Organização Santamarense de Educação e 
Cultura). 
c) Livro, folheto, etc. 
GOMES, F.P. 1978 Curso de estatística experimental. 8a ed. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. 430p. 
ENGLE, R.F. e GRANGER, C.W.J. 1991 Long-run economic relationship: readings in cointegration. New York: Oxford 
University Press. 301p. 
d) Capítulo de livro, publicação em obras coletivas, anais de congresso, reunião, seminário, etc. 
MACKINNON, J.G. 1991 Critical values for cointegration tests. In: ENGLE, R.F. e GRANGER, C.W.J. Long-run economic 
relationship: readings in cointegration. New York: Oxford University Press. p.267-276.

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