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CASO 07

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DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 
Descrição
Caso – Num sábado à noite um cidadão recebe a visita de um Oficial de Justiça que havia se dirigido até sua residência com o fim de citar sua esposa, que se encontrava enferma e acamada.
Preocupado com o estado de saúde de sua mulher, o cidadão não permitiu a entrada do Oficial de Justiça em sua casa, e quando este tentou ingressar forçosamente, foi repelido com um empurrão.
Foi o cidadão então indiciado pelo crime de desobediência (art. 330, Código Penal). O Juiz de primeira instância o absolveu, entendendo ter o agente agido com inexigibilidade de conduta diversa, em face do exposto no art. 5º, XI da Constituição da República.
No entanto, provendo apelo do Ministério Público, o Tribunal de Justiça reformou a decisão de primeiro grau, entendendo que o autor atuou com violência contra agente público competente que executava ordem com amparo legal. Ressaltou o Tribunal que o Oficial de Justiça encontrava-se de posse de mandado de citação que continha autorização expressa para cumprimento em domingo ou em dia útil, em horário diverso do estabelecido no caput do art. 172 do Código de Processo Civil, nos termos do § 2º deste mesmo artigo, condenando-o assim nas penas do crime de desobediência.
Dessa decisão do Tribunal de Justiça o advogado interpôs Recurso Extraordinário, pedindo a reforma da decisão do TJ com o restabelecimento da sentença de 1º grau. Analise tecnicamente as possibilidades de sucesso desse recurso, conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Desenvolvimento
Primeiramente, para se falar em crime de desobediência (ART. 330, CP) pelo cidadão, seria necessário que o mesmo desobedecesse à ordem legal do funcionário público, o que não houve em questão. O cidadão não permitiu a entrada do oficial de justiça, tendo em vista que sua esposa encontrava-se enferma e a citação poderia agravar o estado de saúde da mesma. Deveria o oficial remarcar data posterior para citar a parte, comunicando o MP, do ocorrido ou comunicar que o esposo não permitiu a entrada no domicílio. Em seguida, a CF, ampara o direito à inviolabilidade do domicílio – ART. 5º, XI, visto que o oficial de justiça quis adentrar forçosamente, não observando o estado de saúde da parte citada, conseguinte, inobservando o princípio da razoabilidade. Deve, portanto, ser restabelecida a sentença de primeiro de 1º grau. Vale ressaltar que, caso o pedido do MP (condenação do cidadão) fosse deferido pelo TJ, o agente deveria ser enquadrado na infração penal de menor potencial ofensivo, podendo ser proposto à suspensão do processo cumulado com a suspensão condicional da pena, presentes os requisitos do art. 77, CP. ARTS 61 e 89, LEI 9099/95. Segue como complementação – RE460880-4.

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