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Dezembro de 2002, UFRGS, Porto Alegre - RS
UTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO PARA CONCRETOS COM FUNÇÃO ESTRUTURAL 
Damião Nascimento
Julia Cristina
Jussara Camargo
Jorge Santos Lyra
RESUMO
Com a crescente busca de métodos e materiais de construção sustentáveis no cenário mundial, a reutilização dos rejeitos de obras tornou-se objeto de diversos estudos no âmbito da construção civil, Para avaliar essa alternativa, este artigo faz a análise comparativa da característica mecânica do concreto referente à resistência à compressão axial, que é expressa em Mega Pascal (MPA), cuja unidade faz parte do sistema internacional de unidades (SI), a comparação é analisada baseada no desenvolvimento de dois traços de concreto, sendo o primeiro de referência, ou seja, com agregados comumente utilizados nas centrais dosadoras de concreto e o segundo, com substituição parcial de 20% de agregado graúdo de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), do tipo, agregado reciclado de concreto (ARC), em que sua massa é composta de no mínimo 90% de fragmentos de cimento Portland e rochas, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo projeto de norma da ABNT NBR 15116:2016 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Especificações. 
Palavras-chave:Concreto. RCD. Sustentáveis. 
1 INTRODUÇÃO
A importância de se alcançar uma política de sustentabilidade nos setores econômicos e sociais tem sido enfatizada a cada dia, e a reciclagem é uma das soluções adotadas para dar diretrizes ao desenvolvimento. No atual momento, a degradação ambiental está sendo muito discutida, visto que intervêm diretamente no aquecimento global, devido ao alto consumo de recursos naturais e ao aumento da poluição e desmatamento do planeta. No Brasil, o concreto que sai de centrais dosadoras gira em torno de 30 milhões de metros cúbicos anuais, fato este que faz da construção civil uma das indústrias que mais produz impactos ambientais, desde a extração de matérias-primas necessárias a produção, passando pela execução dos serviços nos canteiros de obra, até a destinação final dada aos resíduos gerados, ocasionando grandes alterações na paisagem urbana, além de ser considerada uma das maiores fontes geradoras de resíduos dentro da sociedade, são eles os Resíduos de Construção e Demolição (RCD). 1,2
O país gera anualmente 84 milhões de metros cúbicos de RCD, e no último ano as usinas reciclaram apenas cerca de 17 milhões, o restante seguiu para aterros sanitários ou teve outra destinação3, os RCD são provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.4 Os RCD, pela resolução CONAMA 307, são classificados em quatro classes, a saber: Classe A (RCD recicláveis como os agregados); B (RCD recicláveis para outras destinações como plásticos, papel/papelão, metais, entre outros); C (RCD sem tecnologia disponível para reciclagem e aproveitamento como o gesso) e D (RCD perigosos como tintas, solventes, óleos, fibrocimentos com amianto, entre outros).   
A reciclagem desses resíduos é uma boa opção para reduzir as áreas de disposição e minimizar os impactos causados pelo consumo desordenado de matéria-prima uma vez que é vasto o número de resíduos descartados diariamente em todo o mundo. Devido à grande variabilidade de materiais e a diferente origem dos agregados reciclados, faz-se necessário o controle e a caracterização sistemática desses resíduos de construção civil para permitir melhor difusão do seu uso em concretos. Conhecer bem o comportamento do material reciclado dentro das misturas de concreto pode resultar em produtos de melhor qualidade e romper possíveis barreiras para o completo aproveitamento do resíduo. 5,6
Neste sentido, este trabalho apresenta uma abordagem metodológica simplificada com estudos teóricos e laboratoriais com o objetivo de analisar a resistência da compressão axial dos RCD para aproveitamento desse material na projeção de concretos com finalidade estrutural, já que eles representam em média, 50% da massa dos resíduos sólidos urbanos, tanto no Brasil como em outros países. Além da diminuição de recursos não renováveis e da emissão de gás carbônico (CO₂) na atmosfera, tendo em vista que o setor é um dos que mais contribui negativamente para isso.9 Para a elaboração e análise dos resultados, fez-se necessário o conhecimento de algumas das propriedades físicas básicas dos agregados, sendo essas: análise granulométrica, absorção de água, massa específica e material pulverulento. Ao término do conhecimento dessas propriedades foram desenvolvidas 2 dosagens, a padrão, ou seja, elaborada com os materiais naturais, e a outra com os agregados de RCD, os resultados dos ensaios de resistência a compressão foram analisados e as dosagens de maior resistência foram as que se tornaram objeto desse estudo para justificar e compreender a possível utilização dos agregados reciclados da construção civil para concretos com finalidade estrutural, de acordo com o projeto de norma da ABNT NBR 15116:201610 – anexo A, (substituição de até 20% de agregado reciclado). 7,8
2 UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS E RESÍDUOS NA PRODUÇÃO DE CONCRETO
2.1 Resíduo de Construção e Demolição
De forma simplificada, o resíduo de construção e demolição são todos aqueles materiais resultantes dos processos de edificações, como construções, em geral, reformas, e demolições de estruturas.4
A indústria da construção civil destaca-se como uma grande geradora de resíduos, e a quantidade destes são diretamente proporcionais ao grau de desenvolvimento de uma cidade, resultado da maior atividade econômica e dos hábitos de consumo decorrentes (espaços para trabalho, moradia e lazer).11
2.1.2 Legislação pertinente
	A partir de 2002, é notável a produção de políticas públicas, normas e especificações técnicas voltadas ao equacionamento dos problemas provocados pelos RCD. A política pública é entendida como um conjunto de diretrizes voltadas para o enfrentamento dos problemas provocados por estes resíduos, consolidadas na forma da Lei. Normas e especificações técnicas são documentos que fixam padrões reguladores visando garantir a qualidade do produto, a racionalização da produção e sua uniformidade.11 O quadro normativo, como classifica Schneider, está composto por órgãos do poder público em suas diversas esferas como o (SISNAMA) – Sistema Nacional do Meio Ambiente, estabelecido pela lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981 e compreende: 
Órgão superior – Conselho de Governo; 
Órgão consultivo e deliberativo – Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); 
Órgão Central – Ministério do Meio Ambiente (MMA); 
Órgão Executivo – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
	Há um conjunto de políticas de leis e políticas públicas, contribuindo para minimizar o impacto ambiental. Dentre elas o (PBPQ-H) - Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat, Lei Federal nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 – Dos Crimes Ambientais, e legislações municipais referentes à Resolução do CONAMA. 
No Brasil, a legislação pertinente aos RCD ainda é pouco expressiva se comparada às vigentes nos Estados Unidos, na Europa e mesmo na Ásia. 11 No entanto, a resolução nº 307 de 05 de julho de 2002, do CONAMA, vem a ser um marco neste sentido, pois regulamenta definições nos aspectos que tangem os RCD, atribui responsabilidades aos geradores, transportadores e gestores públicos, estabelecendo ainda, critérios e procedimentos para gestão dos resíduos da construção civil, assim como as ações necessárias à minimização dos impactos ambientais.12
Aproximadamente dois anos após a resolução 307 do CONAMA, de 05 de julho de 2002, surgiramas primeiras normas referentes aos RCD, onde as mais pertinentes a este estudo, estão relacionadas abaixo:
NBR 10004/04 – Resíduos Sólidos – Classificação;13
NBR 10007/04 – Amostragem de resíduos sólidos;14
NBR 15113 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação;15
NBR 15115 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos;16
NBR 15116 – Agregados reciclados da construção civil – Especificações.17
NBR 15116 – Agregados reciclados de resíduos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. 10
2.2 Agregados
	Agregados para Construção Civil são materiais granulares, sem forma e volume definidos, de dimensões e propriedades estabelecidas para uso em obras de engenharia civil, tais como, a pedra britada, o cascalho e as areias naturais ou obtidas por moagem de rocha, além das argilas e dos substitutivos como resíduos inertes reciclados, escórias de aciaria, produtos industriais, entre outros. Os agregados são abundantes no Brasil e no mundo, podem ser naturais ou artificiais. Os naturais são os que se encontram de forma particulada na natureza (areia, cascalho ou pedregulho) e os artificiais são aqueles produzidos por algum processo industrial, como as pedras britadas, areias artificiais, escórias de alto-forno e argilas expandidas, entre outros.
	A NBR 721118fixa as características exigíveis na recepção e produção de agregados, miúdos e graúdos, de origem natural, encontrados fragmentados ou resultantes da britagem de rochas. Dessa forma, define areia ou agregado miúdo como areia de origem natural ou resultante da britagem de rochas estáveis, ou a mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 0,075 mm. Define ainda agregado graúdo como pedregulho ou brita proveniente de rochas estáveis, ou a mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 4,8 mm. O rachão beneficiado define-se como o material obtido diretamente do britador primário e que é retido na peneira de 76 mm.19
2.2.1 Agregado natural
	Os agregados de origem natural são determinados como, material pétreo granular que pode ser utilizado tal e qual encontrado na natureza, podendo ser submetido à lavagem classificação ou britagem.20 Pode ser classificado quanto a sua dimensão como miúdo ou graúdo.
	Para o presente estudo foi utilizada a brita 1, como mostra a figura 1. 
Figura 1 - Agregado graúdo de origem natural, popularmente conhecido como brita 1 ou pedra 1.
2.2.2 Agregado artificial 
	O agregado artificial é definido como, material granular resultante do processo industrial envolvendo alteração mineralógica, química ou físico-química da matéria prima original, para uso como agregado em concreto ou argamassa.20
	A areia de brita foi objeto de estudo para definição das dosagens, como mostra a figura 2.
Figura 2 – Agregado miúdo de origem artificial, popularmente conhecido como, areia artificial, areia de brita ou ainda como pó de pedra
2.2.3 Agregado de resíduo de concreto (ARC)
	É o agregado reciclado obtido no beneficiamento do resíduo pertencente a classe A composto de, no mínimo, 90% em massa de fragmentos a base de cimento Portland e rochas. Sua composição deve ser determinada conforme o anexo A e atender os requisitos das aplicações específicas.16Tais como, apresentar teor baixo de contaminantes (< 1%), baixa absorção de água (< 7%) e teores controlados de finos (< 10%).10,21
	Atribuído à falta de espaço e o impacto ambiental causado por esse material além de algumas das suas propriedades lhe conferem como material inerte para a fabricação do concreto foi que o ARC, também conhecido como agregado graúdo cinza tornou-se objeto desse estudo,a figura 3ilustra esse agregado.
	Figura 3 – Agregado de Resíduo de Concreto (ARC), popularmente conhecido na usina de beneficiamento como agregado graúdo cinza.
	
2.3 Cimento
	O cimento é um dos produtos mais utilizados no mundo. Presente em todo tipo de construção, da mais simples moradia até a mais complexa obra de infraestrutura, do início ao acabamento final. É o componente básico do concreto, que é o material mais consumido no planeta depois da água. Por definição é um “aglomerante hidráulico resultante da mistura homogênea de clínquer Portland, gesso e adições normalizados que são moídos”.
	A combinação do cimento com materiais de diferentes naturezas como: areia, pedra, cal, entre outros origina na formação de argamassas e concretos. É um produto homogêneo e com processo de produção em evolução no mundo visando maior produtividade e redução de custos. 22
2.3.1 Cimento CPlll 40 RS
	O aglomerante utilizado nesse estudo foi o cimento CPIII 40 RS, que apresenta baixo calor de hidratação, além de ser resistente a sulfatos. Composto de adições entre 35 a 70% de escória e até 5% de material cabornático. É um cimento que pode ser utilizado em argamassas de assentamento, argamassas de revestimento, concreto simples, concreto armado, concreto protendido, etc.20
2.4 Água
	A água é o material mais consumido no planeta e um elemento indispensável a todas as formas de vida. Além disso, é um componente fundamental do concreto, responsável pelas reações de endurecimento e usada na cura, chega a representar 20% de seu volume. Portanto, se contiver substâncias danosas em teores acima dos estabelecidos por norma, pode influenciar no seu comportamento e propriedades.
	A queda de resistência, a alteração do tempo de pega, a ocorrência da eflorescência, o aparecimento de manchas e a corrosão da armadura são os efeitos adversos citados como os mais significativos.
	Para evitar tais problemas é fundamental que a água satisfaça alguns requisitos mínimos de qualidade, especificados pela NM 137/97: Água para amassamento e cura de argamassa e concreto de cimento Portland. 23
	Alguns requisitos devem ser respeitados, tais como: para sólidos totais é estabelecido o valor máximo de 5000x10-6g/cm3, o ph deve estar compreendido entre 5,5 e 9,0, o teor máximo de ferro não deve ultrapassar a 1,0x10-6 g/cm³.
	Além disso, a norma estabelece requisitos químicos para o próprio concreto, considerando o aporte de sulfatos e cloretos trazidos pela água, pelos agregados, aditivos químicos, adições e cimento.
	O teor de sulfatos solúveis é limitado em 2000x10-6g/cm³, já para cloretos solúveis são especificados valores de acordo com o tipo da estrutura. No caso do concreto simples 2000x10-6g/cm³, concreto armado 700x10-6g/cm3, e para o concreto protendido 500x10-6g/cm³.24
2.5 Aditivo 
	Os aditivos, que não estavam presentes nos primeiros passos do desenvolvimento do concreto, hoje são figuras de fundamental importância para sua composição. Há quem diga que eles são o quarto elemento da família composta por cimento, água e agregados e que sua utilização é diretamente proporcional à necessidade de se obter concretos com características especiais.
	Eles têm a capacidade de alterar propriedades do concreto em estado fresco ou endurecido e apesar de estarem divididos em várias categorias, os aditivos carregam em si dois objetivos fundamentais, o de ampliar as qualidades de um concreto, ou de minimizar seus pontos fracos.
	Como exemplo, pode-se dizer que sua aplicação pode melhorar a qualidade do concreto nos seguintes aspectos: trabalhabilidade, resistência, compacidade, durabilidade, bombeamento, fluidez (auto adensável). E pode diminuir a: permeabilidade, retração, calor de hidratação, tempo de pega (retardar ou acelerar) e absorção de água.
	Sua utilização, porém, requer cuidados. Além do prazo de validade e demais precauções que se devem ter com a conservação dos aditivos, é importante estar devidamente informados sobre o momento certo da aplicação, a forma de se colocar o produto e a dose exata.
	Tomando-se os cuidados necessários a relaçãocusto-benefício destes produtos é muito satisfatória. As empresas que prestam serviços de concretagem, não abrem mão das suas qualidades e possuem, portanto, equipamentos e controles apropriados para conseguir o melhor desempenho possível dos concretos aditivados. 25
2.5.1 Aditivo MasterPolyheed 20W 
	O aditivo utilizado no estudo é recomendado para todos os tipos de concreto quando se busca maior plasticidade ou redução da água de amassamento e aumento do tempo de trabalhabilidade, tais como: concretos usinados em geral (dosados em centrais, barragens, rodovias, etc.), concreto armado ou pré-fabricados, concretos bombeados, concreto protendido, concreto aparente.26 A Tabela 1, apresenta as principais características químicas e físicas do aditivo MaterPolyheed 20W.
Tabela 1 – Principais Características do Aditivo
	Principais características do Aditivo
	Estado Físico
	Liquido
	Cor
	Castanho
	Valor do pH
	Aprox. 9,6
(25 °C)
	Dosagem
Cloretos
	0,6% a 1,0% em relação ao peso do cimento.
Isento
Fonte: 26,27
2.6 Concreto
	O concreto é um material compósito que consiste de um meio aglomerante no qual estão aglutinadas partículas de diferentes naturezas. O aglomerante é o cimento em presença de água, o agregado é qualquer material granular, como areia, pedregulho, seixos, rocha britada, escória de alto-forno e resíduos de construção e de demolição. Se as partículas de agregado são maiores do que 4,75 mm, o agregado é dito graúdo, caso contrário, o agregado é miúdo. Os aditivos e adições são substâncias químicas adicionadas ao concreto em seu estado fresco que lhe alteram algumas propriedades, adequando-as às necessidades construtivas. 1
2.6.1 Concreto estrutural
Concretos com classe de resistência maior ou igual a C20 normalmente empregados em estruturas como, pilares, lajes e vigas ou qualquer outro tipo de estrutura que solicite tal resistência.28,29
2.6.2 Concreto não estrutural
	Concretos com classe de resistência inferior a C20 não são estruturais e, caso sejam utilizados, devem ter seu desempenho atendido conforme ABNT NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. 28,29
3 METODOLOGIA
	Os agregados miúdos e graúdos, naturais e artificiais selecionados para o desenvolvimento do estudo de dosagem, levaram em consideração alguns fatores, dentre eles se destacam:
Facilidade de obtenção, altamente utilizável nas centrais dosadoras de concreto, compatibilidade com a grande maioria dos concretos produzidos pelas centrais dosadoras.
Já as amostras de RCD, foram coletadas na usina Renotran, localizada em Carapicuíba - São Paulo. Esse agregado é proveniente de resíduos de construção em andamento de demolições, tendo como principais componentes: concretos, argamassas e material cerâmico, materiais esses que se encontram na classe A de acordo com a resolução do CONAMA 307/20024e da NBR 15116:2016.10
O método utilizado para desenvolvimento da dosagem foi o do Instituto de Pesquisas Tecnológicas/Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - IPT/EPUSP, no qual é determinado traços de concreto, levando em consideração as características dos materiais que estão sendo estudados.
Para a elaboração desse estudo comparativo, foram elaboradas duas dosagens, uma com os materiais convencionais e outra substituindo parte do agregado graúdo natural por 20% de RCD, conforme a NBR 15116:201610.Foram pré-fixados os consumos de cimento,e os abatimentos, também foi empregado o uso de aditivo plastificante redutor de água para compensar a elevada absorção do agregado graúdo de RDC. Os resultados das dosagens encontram-se nas tabelas 2, 3, 4 e 5.
3.1 Propriedades físicas dos agregados
	Para o desenvolvimento das dosagens, conforme citado no método mencionado acima, se faz necessário o conhecimento de algumas das propriedades físicas mais básicas dos agregados utilizados para a elaboração desse artigo.
3.1.1 Distribuição granulométrica – NBR 248:200330
	A granulometria é um método de análise que visa classificar as partículas de uma amostra pelos respectivos tamanhos e medir as frações correspondentes a cada tamanho. A composição granulométrica é a característica de um agregado de maior aplicação na prática, principalmente para:
Determinação do módulo de finura e dimensão máxima característica da curva granulométrica.
A curva granulométrica permite planejar um melhor empacotamento dos grãos de agregados, com isso reduzir vazios e melhorar a interface pasta agregado.
Controlar a homogeneidade dos lotes recebidos na obra;
Elaborar a dosagem do concreto.
3.1.2 Impurezas orgânicas – NBR 49:200131
A metodologia permite avaliar a qualidade de uma areia em relação à contaminação com impurezas orgânicas, as quais, conforme sua natureza e teor podem inibir a hidratação do cimento, prejudicar a resistência do concreto, principalmente nas primeiras idades e aparecer fissuras e pontos escuros no concreto depois de endurecido.
3.1.3 Absorção de água – NBR 30:200132
É o processo pelo qual um líquido é conduzido e tende a ocupar os poros permeáveis de um corpo sólido poroso. Para os efeitos desta Norma, é também o incremento de massa de um corpo sólido poroso devido à penetração de um líquido (água) em seus poros permeáveis, em relação a sua massa em estado seco.
3.1.4 Material Pulverulento – NBR 46:200333
O método permite determinar, por lavagem, a quantidade de material mais fino que a abertura da malha da peneira de 0,075 mm presente nos agregados graúdos ou miúdos. O excesso deste material prejudica a aderência entre a pasta de cimento e a argamassa, aumenta o consumo de água devido à alta superfície específica, acarretando retração e diminuição da resistência de concretos e argamassas.
3.1.5 Massa específica – NBR 52:200934
No estudo de dosagem de concretos, a determinação da massa específica de seus constituintes é importante, pois através da mesma pode-se calcular o consumo de materiais utilizados na produção das misturas. A massa específica de um material pode ser considerada como a massa deste por unidade de volume, incluindo seus vazios internos. 
	A Tabela 2 mostra os resultados obtidos nos ensaios citados acima, para o agregado miúdo de origem natural. Nota-se que, para o ensaio de granulometria o material não se enquadra no módulo de finura exigido pelos parâmetros da NBR 7211:2005, podendo consumir maior quantidade de água na dosagem e conseqüentemente diminuir sua resistência.
Tabela 2 - Principais propriedades físicas do agregado miúdo, de origem natural de quartzo, analisadas para o estudo de dosagem
	Ensaios Analisados
	Limites da norma 
NBR 7211:2005
	Resultados obtidos no ensaio
	Distribuição granulométrica – NBR 248:2003 
(módulo de finura e dimensão máxima)
	Zona inferior utilizável varia de 1,55 a 2,20
	1,31 e 1,20 mm
	Impurezas orgânicas 
NBR 49:2001 (<300 ppm)
	Mais clara que a padrão
	Solução mais clara que a padrão
	Absorção de água 
NBR 30:2001 ¹
	---------------
	0,4%
	Material pulverulento 
NBR 46: 2003 ²
	3,00%
	1,1%
	Massa específica NBR 52:2009 ¹
	---------------
	2,66 g/cm3
	
	
	
Obs.: 	1 – Parâmetro não fornecido.
2 – Considerando que a peça de concreto está submetida a desgaste superficial.
	Na Tabela 3, podem-se observar os resultados obtidos nos ensaios para o agregado miúdo de origem artificial, no qual o percentual de material pulverulento apresentou limite superior ao preconizado pela NBR 7211:2005, podendo ocasionar uma elevada relação água cimento a/c, devido a sua maior superfície específica.
Tabela 3 – Principais propriedades físicas do agregado miúdo, de origem artificial, analisadas para o estudo de dosagem.
	Ensaios analisados
	Limites da norma NBR 7211:2005
	Resultados obtidos no ensaio
	Distribuição granulométrica – NBR 248:2003
 (módulo de finura e dimensão máxima)
	Zona utilizável superior varia de 2,90 a 3,50
	3,16 e 6,3 mm
	Impurezas orgânicas NBR 49:2001 
	Mais clara que a padrão
	Solução mais clara que a padrãoAbsorção de água NBR 30:2001 ¹
	---------------
	0,3%
	Material pulverulento NBR 46: 2003 ²
	10%
	11,4%
	Massa especifica NBR 52:2009 
	---------------
	2,68 g/cm3
1 – Parâmetro não fornecido.
2 – Considerando que a peça de concreto está submetida a desgaste superficial.
	A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos para os ensaios efetuados no agregado graúdo de origem natural, nota-se que o percentual de material pulverulento está abaixo do parâmetro definido na NBR 7211:2005, que é um fator propício para a utilização desse material em concretos, pois não prejudicará a aderência entre as partículas nem elevará o fator a/c.
Tabela 4 – Principais propriedades físicas do agregado graúdo, de origem natural analisadas para o estudo de dosagem.
	Ensaios analisados
	Limites da norma NBR 7211:2005
	Resultados obtidos no ensaio
	Distribuição granulométrica – NBR 248:2003 (módulo de finura e dimensão máxima)
	Especifica a variação percentual dos grãos retidos acumulados nas peneiras e a zona granulométrica.
	7,00 e 19,0 mm
	Absorção de água e massa especifica – NBR 53:2003 ¹
	------------
	1,0 % e 2,69 g/cm3
	Material pulverulento NBR 46: 2003 
	1,00%
	0,5 %
	
	
	
Obs. 1 – Parâmetro não fornecido.
A Tabela 5 apresenta os resultados obtidos nos ensaios para o agregado graúdo reciclado de concreto ARC, mostrando que o ensaio de absorção de água ficou acima do limite especificado pela NBR 15116:2004, portanto poderá proporcionar um consumo mais elevado da água de amassamento, aumento da porosidade do concreto, perda de resistência mecânica etc.
Tabela 5 – Principais propriedades físicas do ARC, analisadas para o estudo de dosagem.
	Ensaios analisados
	Limites da norma NBR 15116:2004
	Resultados obtidos no ensaio
	Distribuição granulométrica – NBR 248:2003 (modulo de finura)
	Especifica somente a variação percentual dos grãos retidos acumulados nas peneiras.
	6,13 e 19,0 mm
	Absorção de água e massa especifica – NBR 53:2003
	<=7,0 %
	10,7 % e 2,68 g/cm³
	Material pulverulento NBR 46: 2003 
	<=10 %
	6,0 %
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A composição granulométrica é a característica dos tamanhos dos grãos que compõe os agregados. Através da composição granulométrica pode-se definir o módulo de finura e a dimensão máxima característica que corresponde à abertura nominal da malha da peneira de série normal ou intermediária, na qual o agregado fica retido em valor igual ou inferior a 5% do material retido acumulado, segundo a NBR 248:2003.30
As figuras 1, 2, 3, 4 e 5 ajudam a compreender melhor sobre os limites granulométricos, e enxergar se os agregados atendem as especificações da NBR 7211:200518, que pode variar de acordo com o tipo de agregado.
3.2.1 Areia de Quartzo
	A curva de distribuição granulométrica resultante da composição do material de areia de quartzo natural pode ser observada na Figura 1.
Figura 1 – Agregado miúdo: Análise granulométrica da areia de quartzo.
	A curva evidencia o perfil da distribuição das partículas do agregado, sendo possível observar que a areia de quartzo está abaixo dos limites estabelecidos pela norma, devido à mesma possuir um maior percentual de finos na sua composição, que pode ocasionar ao concreto um maior consumo de água e conseqüente de cimento para uma dada resistência. 
4.2.2 Areia Artificial
	A Figura 2 mostra o perfil da distribuição granulométrica resultante da composição do material de areia artificial.
Figura 2 – Agregado miúdo: Análise granulométrica da areia artificial.
	Para a areia artificial observa-se que a curva de distribuição granulométrica encontra - se parcialmente dentro dos limites estabelecidos pela norma, podendo ocasionar uma melhora (diminuição),na relação água cimento (a/c), e no consumo de cimento para uma mesma resistência. 
4.2.3 Areia (quartzo 40%) + Areia (artificial 60%)
	A distribuição granulométrica da mistura realizada entre os agregados pode ser observada na Figura3. 
Figura 3 – Agregado miúdo: Análise granulométrica do agregado miúdo composto.
Como os agregados miúdos (figuras 3 e 4), ficaram fora dos parâmetros da norma, foi necessário compatibilizar os dois materiais nas seguintes proporções; 40% de Areia de Quartzo e 60% de Areia Artificial,essas proporções foram obtidas conforme as características da grande maioria dos concretos elaborados pelas centrais dosadoras, que se baseiam – se no conceito do fator de empacotamento das partículas. Nota–se que a distribuição granulométrica agora está dentro dos limites, por isso poderá contribuir ao concreto uma maior compacidade, menor permeabilidade, menor relação a/c, menor consumo de cimento etc.
4.2.4 Agregado graúdo natural - Brita 01
Também foi determinado o ensaio de granulometria para o agregado graúdo, e os resultados pode ser observado na Figura 4.
Figura 4 – Agregado graúdo natural: Análise granulométrica da brita.
	Para o agregado graúdo natural, observa-se que apenas para a peneira de 12,5mm o percentual ultrapassa a faixa granulométrica. Devido à falta dessa fração “miúda”, poderá ocasionar uma menor compacidade na mistura, resultando num concreto mais poroso e susceptível a agentes patológicos.
4.2.5 Agregado graúdo ARC - Resíduo Cinza
Para o melhor entendimento das influências desse tipo de agregado nas propriedades do concreto, também foi realizado o ensaio de granulometria para o agregado graúdo ARC, e o resultado é ilustrado na Figura 5.
Figura 5– Agregado graúdo: Análise granulométrica do ARC.
O ensaio com ARC apresentou resultados abaixo dos limites estabelecidos pela norma em todas as frações granulométricas. Resultando em um material fino, que pode implicar no aumento do fator água cimento a/c, perda de resistência, deixando o concreto mais vulnerável as ações do intemperismo.
4.3 Dosagens 
Entende-se por estudo de dosagem dos concretos de cimento Portland, os procedimentos necessários à obtenção da melhor proporção entre os materiais constitutivos do concreto, também conhecido por traço. Essa proporção ideal pode ser expressa em massa ou em volume, sendo preferível e sempre mais rigorosa a proporção expressa em massa seca de materiais. Hoje, deve-se considerar como materiais passíveis de uso nos concretos e possíveis de serem utilizados num estudo de dosagem: os cimentos, os agregados miúdos, os agregados graúdos, a água, o ar incorporado, o ar aprisionado, os aditivos, as adições, os pigmentos e as fibras. Com relação aos agregados, pode ser feita distinção entre agregados reciclados, artificiais, industrializados e naturais. 36
Para a elaboração desse estudo foram fixados os valores de abatimento em 90 ± 10 mm e, consumo de cimento em 320 kgf/m³, conforme Tabelas 6, 7,8, e 9.
4.3.1 Dosagem de Referência
A dosagem foi determinada para os materiais de referência, ou seja, os comumente empregados nas centrais dosadoras. Os valores referentes ao traço do concreto de referência podem ser observados na Tabela 6.
Tabela 6 – Quantidade de materiais da dosagem de referência.
	Materiais 
	Consumo (kgf/m³) 
	Traço unitário
	Traço em Massa
	Cimento 
	320
	1
	6
	Areia Quartzo (40%)
	296
	0,925
	5,55
	Areia Artificial (60%)
	444
	1,388
	8,328
	Brita 01 (100%)
	1148
	3,587
	21,522
	Água 
	176
	0,55
	3,94
4.3.2 Determinação da resistência à compressão axial (Fck – MPa)
Os valores obtidos através do ensaio de resistência à compressão para os corpos de provas de concreto de referência de acordo com a NBR 5739:200737 são apresentados na Tabela 7. 
Tabela 7 - Resultado da dosagens
	a/c
	Abatimento
	Idade de Ruptura
	Tensão máxima (MPA)
	
	
	
	
	0,66
	100
	3
	14
	
	
	7
	21,2
	
	
	28
	28,2
	
	
	
	
	Média
	
	
	21,13
	Desvio Padrão 
	 
	7,1
4.3.3 Dosagem com substituição de 20% de resíduo cinza graúdo mais adição de aditivo 
Dosagem do concreto, com substituição de20% de RCD, mais adição de aditivo redutor de água para a comparação com a dosagem de referência. Na Tabela 8, são apresentadas as características do concreto.
Tabela 8 – Quantidade de materiais da dosagem com 20% de resíduo cinza graúdo.
	Materiais 
	Consumo (kgf/m³) 
	Traço unitário
	Traço em Massa Kg
	Cimento 
	320
	1
	6
	Areia 01
	296
	0,925
	5,55
	Areia 02
	444
	1,388
	8,328
	Brita 01 (80%)
	1148
	2,87
	17,22
	R. Cinza (20%)
	229,6
	0,718
	4,308
	Água
	231
	0,72
	3,97
	Aditivo 
	2,24
	0,007
	0,042
4.3.4 Resultados Obtidos com 20% de resíduo cinza graúdo mais adição aditivo
	Foi determinada também a resistência dos corpos de prova de concreto com resíduo cinza graúdo com substituição de 20% de RCD, e os valores obtidos podem ser observados na Tabela 9. 
Tabela 9 - Resultado da dosagem com 20% de RCD
	a/c
	Abatimento
	Idade de Ruptura
	Tensão máxima (MPA)
	
	(mm)
	
	
	
	
	3
	16,8
	0,66
	95
	7
	21,9
	
	
	28
	28,5
	
	
	
	
	Média
	
	
	22,4
	Desvio Padrão 
	 
	5,866
Com base nos resultados obtidos nas duas moldagens, conforme a (Tabela 7 e 9), verifica-se que para o concreto de referência a relação A/C foi de 0,66, e a resistência à compressão axial para a idade de 28 dias, apresentou o valor de 28,2 MPa, e para o concreto de agregado reciclado a relação a/c também foi de 0,66, chegando-se a uma resistência à compressão axial de 28,5 MPa. Esse comportamento ocorreu independentemente do tipo de agregado utilizado, Tal comportamento evidencia que é possível manter a relação a/c para o concreto com adição de resíduo de construção, podendo-se obter maiores resistências, devido a resistência está diretamente relacionada com a relação a/c, por mais que as diferenças entre as resistências possam parecer pequenas, o que está em questão é a utilização do agregado graúdo de RCD, sendo mantidos os mesmos consumos de cimento e mesma faixa de abatimento, importante destacar, que os resultados de resistência à compressão evidenciam a possibilidade da utilização desse tipo de agregado na produção de concreto estrutural, conforme mostra a figura 6.
Figura 6 - Resistência à compressão aos 3, 7e 28 dias dos concretos de referência e com substituição de 20% de RCD.
	Com base nos resultados obtidos neste estudo, e nas diversas pesquisas efetuadas, pode se atribuir o uso do aditivo redutor de água, devido ao resultado obtido do ensaio de absorção de água para o agregado graúdo de RCD, utilizado para o estudo de dosagem, possuir um alto grau de absorção, que chegou até a superar o limite prescrito pela NBR 7211:2005. 
	Cabe salientar que, este estudo tem caráter técnico científico, e que diversos outros ensaios e métodos de desenvolvimento e dosagens poderão fazer necessários para um melhor embasamento e entendimento a respeito de como estes materiais (RCD), podem se comportar sob as mais diversas solicitações estruturais, e perante as diversas classes de agressividade ambiental, mas para isso se tornar realidade faz se necessários mais argumentos e pesquisas como a deste artigo cientifico, para impulsionar os órgãos competentes quanto à elaboração de leis que regulamentem essas ações.
.
5 CONCLUSÃO
	O presente artigo mostra de forma clara e objetiva a comparação entre os resultados dos ensaios entre os concretos produzidos, sendo o de referência, realizado com materiais comumente utilizados nas centrais dosadoras de concreto, e o de comparação utilizando o agregado graúdo de RCD, onde foram analisadas as resistências à compressão axial do concreto.
	Neste estudo pode-se perceber que para substituições de até 20% desse agregado de RCD, de acordo com o projeto de norma da ABNT NBR 15116: 2016, e fazendo-se o uso de um aditivo redutor de água, torna-se possível a utilização de resíduos de RCD para usos em concretos com função estrutural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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4 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução n º 307, de 05 de julho de 2002: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 jul. 2002
5 CARRIJO, P. M. Análise da influência da massa específica de agregados graúdos provenientes de resíduos de construção e demolição no desempenho mecânico de concreto, 2005. 146p. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica, USP, São Paulo.
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7 PINTO, T.P. Gerenciamento de resíduos da construção no Brasil. In: RCD08, Universidade de São Paulo, São Paulo. Apresentação (CDROM). São Paulo, 2008. Disponível em: . Acesso em: 6 jun. 2011.
8 JOHN, V.M. Reciclagem de resíduos na construção civil – contribuição a metodologia de pesquisa e desenvolvimento. 2000. 102 p. Tese (livredocência) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
9 ABRECON – Associação brasileira para reciclagem de resíduos da construção e demolição.
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11 SCHNEIDER, D.M. Deposições Irregulares de Resíduos da Construção Civil na Cidade de São Paulo. Dissertação. Universidade de São Paulo – Faculdade de Saúde Pùblica. São Paulo, 2003.
12 SANTOS, E. C. G. Aplicação de Resíduos de Construção e Demolição Reciclados em Estruturas de Solo Cimento. Dissertação. Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos, 2007.
13______.NBR 10004:2004– Agregados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos. Rio de Janeiro 2004.
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37______.NBR 5739:2007 - Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro 2007.
Univerisdade de Mogi das Cruzes – Campus Vila Lobos.
2
		Estudos qualitativos com o apoio de grupos focados
Universidade de Mogi das Cruzes – Campus Vila Lobos.

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