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RESUMO DIREITO GREGO

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DIREITO GREGO
1. INTRODUÇÃO
A história da Grécia se revela importante para o Direito contemporâneo, devido às inovações e criações que contribuíram para uma constante evolução. Encontra-se na retórica grega um importante instrumento de persuasão jurídica. É visto que, o surgimento da escrita foi o responsável pela criação das codificações e das leis que também eram utilizadas como um meio de convencimento nas cidades. Conclui-se que essa revolução intelectual, juntamente a evolução política da polis (cidade), conduziu a uma séria democratização dos direitos dos cidadãos.
2. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
2.1. O sistema jurídico da Grécia antiga é uma das principais fontes históricas dos direitos da Europa Ocidental. No entanto, os Gregos não foram grandes juristas. 
2.2. Em muitos aspectos continuaram as tradições dos direitos cuneiformes e transmitiram-nos aos romanos. 
2.3. Não há direito grego, mas direitos das cidades gregas, contidos em leis e costumes. 
2.4. Nos meados do século IV a.C., o povo grego começou a exigir que as leis fossem escritas para assegurar uma justiça “justa” por parte dos Juízes. A nova tecnologia, a escrita, era um instrumento de poder sobre o povo. Na realidade, conhece-se mal a evolução do direito da maior parte das cidades, pois as transcrições jurídicas, os textos literários, os comentários não sobreviveram ao decurso do tempo. Diferente do tratamento dispensado à filosofia, à literatura e à história.
2.5. Em algumas cidades estabeleceu-se, entre os séculos VIII e VI, um regime democrático, sendo o mais conhecido o de Atenas, graças aos escritos de oradores e filósofos. Atenas deixou traços suficientes para permitir conhecer as etapas sucessivas da evolução de seu direito.
2.6. Os gregos não elaboraram, como os romanos, diversos tratados sobre o direito, limitando-se a legislar (criar leis) e administrar a justiça pela resolução dos conflitos (Direito Processual).
2.7. A lei torna-se construção humana, nada tendo de divina. Assim, o direito se torna laico, ou seja, desnudado de aspectos religiosos.
2.8. As fontes literárias eram os discursos áticos, as monografias constitucionais, os filósofos de direito, as comédias gregas.
2.9. Apesar de numerosas as polis gregas, duas cidades apresentam-se como as mais intrigantes no tocante ao Direito: Esparta e Atenas.
3. ORGANIZAÇÃO SOCIAL
3.1 Eupátridas - eram aqueles considerados bem nascidos, ou seja, filhos da elite. Formavam a aristocracia governante da polis (cidade). Eram os proprietários de terras e escravos;
3.2. Gemores - eram formados pelos pequenos proprietários rurais;
3.3. Metecos - estrangeiros livres, mas não possuíam direitos políticos;
3.4. Escravos - estrangeiros livres, mas não possuíam direitos políticos;
4. LEIS GREGAS ANTIGAS
4.1. OIKOS (DIREITO DE FAMÍLIA): Dispunham sobre casamento, divórcio, herança, adoção, ofensas sexuais, situações pessoais (cidadania, filhos, escravos, casamentos mistos)
4.2. ÁGORA (Direito comercial, Direito das Obrigações) MERCADO OU PRAÇA PÚBLICA: sobre comércio, finanças, vendas e aluguéis.
4.3. POLIS (ESTADO): Versavam a respeito da Constituição, processo legislativo, deveres públicos, propriedades e dívidas, estabelecimento de colônias, construção, assuntos navais, relação entre cidades.
4.4. “TORT” (categoria denominada por crimes): corresponde ao nosso Direito Penal. 
a) Homicídio Voluntário
b) Homicídio Involuntário
c) Legítima Defesa (Drácon)
d) Penalidades para determinadas ofensas (Zaleuco)
e) Penalidades para vários tipos de assalto (Carondas)
f) Multa por estupro, penalidades específicas para roubo e penalidades específicas para difamação e calúnia (Sólon).
5. ATENAS 
5.1. Dentre as polis existentes na Grécia Antiga, a que mais se destacou foi Atenas. Foi nela que a democracia melhor se desenvolveu e o Direito atingiu sua mais perfeita forma quanto à legislação e processo.
5.2. Dois legisladores atenienses merecem destaque: Drácon e Sólon.
5.3. DRÁCON
a) Coube a Drácon codificar as leis que anteriormente eram aplicadas pelos eupátridas (os bem nascidos), recebendo poderes extraordinários para tanto. Basicamente, compilou os antigos costumes e tradições.
b) Drácon fornece a Atenas o seu primeiro código de leis, que ficou conhecido pela severidade e cuja lei foi mantida por Sólon, a relativa à distinção de homicídios: voluntário, involuntário e legítima defesa.
c) Sua intenção foi combater os abusos da vingança familiar (vindita), substituindo a guerra privada pela repressão social. Somente os parentes próximos (pais, irmãos e filhos) tinham o direito de vingança e, em caso de composição, teria que haver acordo unânime.
d) Quase todos os crimes eram passíveis de pena de morte. Daí nasceu à reputação sinistra de sanguinário, até hoje vista: “legislação draconiana”.
e) O código escrito por Drácon, contudo, não era uma constituição, pois não contemplava os problemas econômicos e sociais.
5.4. SÓLON
a) Sólon faz uma reforma institucional, social e econômica, que culminou com a democracia em Atenas. 
b) Na sua reforma, Sólon proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento através da chamada lei Seisactheia, dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual) e criou o tribunal de justiça. Sólon introduziu também o testamento, que até então era desconhecido, na legislação ateniense, sendo a mulher sempre impossibilitada de testar.
c) Ele foi convocado como legislador pela aristocracia em meio ao contexto de tensão social existente na polis, no qual os demais grupos sociais viam as reformas de Drácon (ocorridas por volta de 621 a.C) como algo insuficiente.
d) Suas atitudes, no entanto, desagradou a aristocracia, que não queria perder seus privilégios oligárquicos, e o Povo, que desejava mais que uma política censitária, e sim a promoção de uma reforma agrária.
e) As leis de Sólon eram ensinadas como poemas. A literatura “jurídica” era fonte de instrução e prazer. Tinham o costume de aprender de cor (recitando em forma de poemas) textos jurídicos, assim como os poemas de Homero.
f) As leis de Sólon instauraram a igualdade civil, suprimiram a propriedade coletiva dos clãs e a servidão por dívidas, limitaram o poder paternal, estabeleceram o testamento e a adoção.
5.5. AS INSTITUIÇÕES E SUA ORGANIZAÇÃO
Na Grécia, o sistema de órgãos julgadores era dividido basicamente em dois importantes conselhos, a Hileia e o Areópago.
a) HELIAIA: Era o tribunal supremo da Atenas antiga. Julgava as causas, tanto públicas quanto privadas, à exceção dos crimes. Os juízes que a integravam eram chamados de heliastas eram escolhidos anualmente. O tribunal era composto de 6.000 membros, escolhidos localmente por sorteio entre todos os cidadãos com mais de 30 anos de idade; essas sessões de trabalho para julgar os casos apresentados eram chamadas dikasterias, e as pessoas que compunham o júri eram referidas como dikastas. Não havia juiz; um magistrado presidia o julgamento, mas não interferia no processo.
b) AREÓPAGO: O Areópago era o tribunal ateniense encarregado do julgamento daqueles que cometiam crimes (crimes de sangue) contra o estado. Os acusados submetidos ao julgamento do Areópago não tinham direito á apelação.
5.6. GOVERNO DA CIDADE
a) EKKLESIA: Era a principal assembleia da democracia ateniense na Grécia Antiga. Era uma assembleia popular que atuava no âmbito da política externa e detinha poderes de governação relativos à legislação, judiciais e executivos, como por exemplo, decidindo a destituição de magistrados. Também fiscalizava todos aqueles que cargos de poder, de modo a que não abusassem do mesmo e desempenhassem as suas incumbências o melhor possível.
b) BULÉ: Era uma assembleia encarregada de elaborar projetos de lei, era também chamada Conselho dos Quinhentos, por compreender cinquenta membros (pritania) de cada tribo, que eram presidentes deste Conselho (pritaneus) durante cerca de trinta e seis dias por ano. Este organismo tinha como principais incumbências, para além de fazer as leis para a Assembleia,receber as embaixadas e dirigir as celebrações do culto.
c) ESTRATEGOS: Era um título usado para designar o cargo conhecido nos dias de hoje como general que administrava a guerra, distribuía os impostos e dirigiam o exercito. A eleição anual dos estrategos era realizada na primavera, e a duração de seu mandato coincidia com o ano ateniense, do meio de um verão ao meio do seguinte. Se um estratego morresse ou fosse removido do cargo, uma eleição seria realizada para substitui-lo. Estrategos tinham autoridade para comandar tanto na terra quanto no mar; uma expedição militar ou naval podia ter um ou mais estrategos em comando, porém raramente todos os dez combatiam juntos.
d) MAGISTRADOS: Eram aqueles que executavam todo o tipo de funções públicas e faziam cumprir as leis.
6. ESPARTAS
6.1. Esta foi uma das primeiras Cidade-estado a surgir na Grécia, fundada no século IX a.C. por invasores dórios nas margens do rio Eurotas, na Planície da Lacônia. O nome da cidade deriva de uma planta da região.
6.2. Desde a primeira infância, o espartíata era educado para viver para o Estado. Um bebê, se julgado saudável por uma comissão especial de anciãos, estava imediatamente sob supervisão pública. Este ideal, como parte da educação estatal, era patrioticamente seguido por todos os cidadãos. Com apenas sete anos de idade, o infante iniciava seu rígido treinamento nas forças armadas. Num país onde se privilegiava a cultura militar, não é de se estranhar que a perfeição física era almejada a todo custo pelo cidadão comum. Com o intuito de desenvolver a independência desses meninos, eles eram incentivados a roubar, principalmente alimentos. Entretanto, se mal sucedido, o garoto era surrado impiedosamente. O detalhe era que a surra não era dada por ele ter roubado, mas por ter sido pego.
6.3. Aos dezessete anos, o rapaz passava pela Kriptia, que consistia em esconder-se pelo campo, munido de punhas, e à noite, degolar quantos escravos conseguisse apanhar. Quem passasse por essa prova tornava-se adulto e recebia um lote de terra, ia viver então no quartel, recebendo uma refeição por dia.
6.4. Apesar de tudo a mulher era mais valorizada em Esparta do que em Atenas, embora Atenas fosse uma polis democrática - como veremos posteriormente - a mulher não era considerada uma cidadã, enquanto em Esparta a mulher detinha responsabilidades e até mesmo autoridade como a do marido sobre os escravos e terras dele. Isso tudo porque a mulher tinha a função de "parideira" em Esparta; preocupava-se com sua saúde e beleza para que ela também desses filhos saudáveis e belos.
6.5. A cidadania era uma conquista efetuada somente aos 30 anos de idade quando o treinamento militar estava completo. Agora ele tornava-se um hoplita (soldado de infantaria pesada) com plenos direitos políticos, o direito de se casar, de receber terras e de ter escravos.
6.6. SOCIEDADE ESPARTANA
a) ESPARTÍTIAS: eram os dórios, guerreiros que recebiam educação militar especial.
b) PERIECOS: eram os aqueus, creto-micênicos, que não se revoltaram contra o domínio espartano e por isso eram considerados homens livres, porém não detinham poderes políticos e cidadania.
c) HILOTAS: eram os escravos de propriedade do Estado, não tinham a proteção da lei. Sua condição humana era uma das mais insuportáveis do mundo antigo.
6.7. POLÍTICA ESPARTANA
a) GERÚSIA OU CONSELHO DE ANCIÃOS: Era composta por vinte e oito gerontes – cidadãos acima de sessenta anos – que tinham cargo vitalício e eram escolhidos por aclamação na Assembleia (composta exclusivamente por espartíata), que era somente um órgão consultivo, visto que decidia por aplauso.
A Gerúsia escolhia – sob ovação da Assembleia – o poder executivo: os Éforos, cinco magistrados com mandato de um ano que tinham a função de cuidar das crianças espartíatas (que era um dever do Estado), e fiscalizar a vida pública e julgar os processos civis.
6.8. CULTURA E IDEOLOGIA ESPARTANA
a) Do século VII ao século IV a. C., Esparta possuía uma característica cultural marcante: o militarismo levado às últimas consequências.
b) Ao militarismo, somava-se um esforço contundente e eficaz – como prova a sua história – de manutenção de seu modo de vida, do status quo. Eles foram plenamente vitoriosos neste campo, gerando por séculos a sociedade mais imóvel da história.
c) Três características dos espartanos largamente incentivadas pelo Estado eram a xenofobia, a xenelasia e o laconismo.
- A xenofobia é a aversão, desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ou por tudo que venha do outro lugar. Dessa forma, os espartanos rejeitavam quaisquer ideias ou influências estrangeiras, e se se julgavam ‘iguais entre si’, porém, ‘superiores’ a toda e qualquer pessoa que não fosse de Esparta.
- Xenelasia é o banimento ou impedimento de estadia de estrangeiros. Assim, os espartanos não entravam em contato com ideias estranhas ao seu meio.
- O Laconismo existe quando se fala somente o mínimo necessário e, mesmo assim, utilizando-se do menor número de palavras possível. Esta é a característica que mais proporcionalmente pode causar um refreamento nas mudanças de uma sociedade, visto que, se levado ao extremo, diminui, inclusive, a atividade intelectual e criativa.

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