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resenha sociofobia

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RESENHA: Sociofobia: mudança política na era da utopia digital 
Marília E. R. Fagundes 
O Primeiro livro do filósofo espanhol César Rendueles publicada no Brasil, Sociofobia: mudança política na era da utopia digital é uma análise heterogenia sobre a chamada revolução tecnológica originada pelo aparecimento dos meios digitais e da expansão da comunicação.
O texto inicia-se com uma discussão sobre como a internet afeta o altruísmo/egoísmo humano. Na rede existem muitos exemplos de cooperação entre estranhos, sem fins lucrativos, como exemplo, o autor cita as legendas de vídeos feitas por pessoas não remuneradas. Ele afirma que na internet há espaço para o altruísmo e que a cooperação digital não se baseia em nenhum tipo de relação pessoal tradicional tampouco em organizações formais ou no interesse egoísta. 
Na sequência discute-se sobre as regras e normas a que estamos sujeitos quanto sociedade e o porquê de aceita-las. Segundo Rendueles na internet não existe um compromisso forte com regras e normas como na sociedade real, e que se algum governo tentasse burocratizar as relações virtuais, a rede, tal qual conhecemos, não mais existira.
Neste sentido o autor aponta que a internet e os smatphones criaram o mito de que o alcance da tecnologia implica mais democracia e participação dos indivíduos na esfera política. A tecnologia não vai acelerar a mudança política emancipatória, não vai revolucionar a educação, por si só. A revolução só ocorre se os recursos tecnológicos forem bem empregados e se os valores historicamente construídos sejam preservados.
Rendueles sustenta que as pessoas gostam de imaginar a internet como uma espécie de ortopedia tecnológica capaz de transformar os dilemas práticos herdados da modernidade, até sua virtual superação. 
Para ele, as novas tecnologias escondem ou mascaram as mesmas estruturas vigentes, em que o mercado ganha papel central nas instituições e o consumismo permeia todas as relações sociais. A tecnologia dá um viés excitante, dinâmico e inovador às relações sociais que, no fundo, são muito consensuais e minimizam os problemas.

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