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Problema 1 módulo 9

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Problema 1 módulo 9
Mudanças físicas e hormonais da adolescência:
O conceito de puberdade está relacionado aos aspectos físicos e biológicos do indivíduo, que se inicia por volta dos 10 anos. Fase em que a criança perde o modo infantil e acaba sentindo as primeiras modificações corporais. 
As modificações puberais são observadas em praticamente todo o organismo, porém principalmente nos: 
Estirão de crescimento pondo-estatural 
Modificação da composição corporal, resultante do desenvolvimento esquelético e muscular e das modificações na quantidade e distribuição de gordura. 
Desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório, predominantemente da força e da resistência. 
Desenvolvimento do aparelho reprodutor. 
Nesse momento do ciclo vital, o hipotálamo passa a estimular a hipófise para as produções de hormônios do crescimento e amadurecimento, fazendo com que ocorra o desenvolvimento das características sexuais secundárias. 
A puberdade marca a adolescência do ponto de vista biológico e possibilita à aquisição de um corpo adulto, com acesso a expressão da sexualidade e da capacidade reprodutiva. 
Nas meninas, o estrogênio e a progesterona são os responsáveis pelo surgimento das características sexuais secundárias, estando relacionados á vida sexual e reprodutiva.
Nos meninos, a testosterona é o hormônio responsável pelo surgimento das características sexuais secundárias, pela produção de espermatozoides e pelo aumento do impulso sexual, da agressividade, do crescimento em altura e da força física. 
A puberdade feminina normalmente inicia-se aos 10/11 anos de idade, com o surgimento dos brotos mamarios e os pelos púbicos. A quantidade de pelos e o tamanho dos seios ocorrem paralelamente a aceleração do crescimento. A fase do estirão ocorre entre os 12 anos e é relativamente precoce dentro do processo pubertário feminino, muitas vezes antecede a menarca. A velocidade do crescimento praticamente dobra durante o estirão (8-9cm/ano), quando comparada ao crescimento pré-puberal (4-5cm/ano). 
A puberdade masculina tem início por volta dos 11-12 anos. Primeiro, ocorre um ligeiro aumento do volume testicular, geralmente ignorado pelo menino; na sequência, surgem os primeiros pelos púbicos e, posteriormente, o crescimento do penis, inicialmente em comprimento, depois em diâmetro. O estirão do menino (10cm/ano) ocorre por volta dos 14 anos, num momento mais próximo do fim da puberdade. As mãos e os pés, seguidos pelos braços e pernas, têm seu estirão de crescimento anterior ao estirão do tronco e da altura, conferindo ao menino desproporcionalidade temporária, tornando-o "desajeitado". Ao contrário das meninas, que acumulam gordura, os meninos desenvolvem massa muscular. 
Durante a puberdade, em ambos os sexos, mas de forma mais acentuada nos meninos, a pele se torna mais oleosa, aumenta a produção de suor e pode surgir a acne; também ocorre a mudança de voz e o crescimento dos pelos axilares. 
Durante um período de 3 a 5 anos surgem e desenvolvem-se os caracteres sexuais secundários, culminando com a aquisição da capacidade reprodutora, quando ocorre intenso estirão do crescimento, durante o qual são ganhos cerca de 50% do peso e 20% da estatura definitiva. 
Meninas- mudanças puberais:
Início da puberdade: por volta dos 8 anos, o hipotálamo libera um hormônio chamado gonadotrofina (GnRH), que vai até a glândula hipófise. Ali, dispara-se a produção de dois outros hormônios: o luteinizante (LH) e o folículo-estimulante (FSH). Eles estimulam os ovários a fabricar estrogênio e progesterona.
Voz: as meninas produzem testosterona, mas em menor quantidade. É esse hormônio que faz a cartilagem da laringe, onde estão as pregas vocais, aumentar em torno de 4 milímetros. Isso deixa a voz menos aguda.
Curvas: O corpo da menina ganha contornos de mulher. Na presença do estrogênio, células do tecido adiposo na região das coxas, das nádegas e da barriga crescem e se multiplicam. Os locais em que a gordura se deposita variam muito de acordo com o biótipo de cada garota.
Menstruação: Nos dois primeiros anos do período menstrual, o eixo hipotálamo-hipófise-ovários ainda não está amadurecido. Por isso, os ciclos são bem irregulares. A menina pode ter períodos com fluxo e frequência variados, algumas vezes sem ovulação. Caso não ocorra a gravidez, e se o ciclo for de 28 dias, 14 dias após a ovulação o corpo lúteo se degenera e deixa de produzir os hormônios. Com isso, há a descamação do endométrio.
Acne: De novo a testosterona. Ela é um dos principais responsáveis pelo estímulo nas glândulas sebáceas, que secretam a gordura natural da pele. Esse sebo se acumula nos poros e serve de alimento para bactérias, provocando uma inflamação com pus, a espinha.
Pelos: Quando a testosterona, liberada pelas glândulas suprarrenais e ovários, cai na circulação sanguínea, começam a crescer os primeiros pelos nas axilas, nas pernas e na região pubiana. É que os folículos capilares são incitados pelo hormônio.
Mamas: O primeiro sinal da puberdade não é a menstruação, mas, sim, o surgimento do broto mamário, com elevação da aréola e da papila. O estrogênio, o hormônio ovariano, é o maestro que rege essa transformação com data certa para ocorrer – em geral entre 8 e 10 anos.
Odores: Os hormônios sexuais ativam as glândulas sudoríparas, que passam a produzir mais suor. Como o líquido é um alimento rico para bactérias, elas se proliferam nas axilas e nos pés. Daí porque essas regiões passam a exalar cheiros desagradáveis.
Crescimento: Na infância, a velocidade média de crescimento das meninas é de 5 a 7 centímetros por ano. Antes da menarca, a primeira menstruação, chega a 12 centímetros por ano. Depois da menstruação, elas continuam crescendo num ritmo menor. É o resultado da soma dos hormônios sexuais e do GH, hormônio do crescimento, que multiplica as células e aumenta a síntese de proteínas nelas.
Óvulo maduro: O hormônio FSH provoca o crescimento dos folículos, as células que guardam os óvulos. Um deles se desenvolve, se rompe e lança o óvulo na trompa.
Crescimento do endométrio: O folículo produz estrogênio e o corpo lúteo, que libera a progesterona. Os hormônios deixam o endométrio, o revestimento interno do útero, cheio de vasos e espesso.
Morfofisiologia da fecundação:
A fecundação ocorre através de uma sequência de eventos, são eles:
1. O espermatozoide atravessa a coroa radiada e entra na zona pelúcida. Apenas 1 espermatozoide atinge o óvulo e faz a fertilização.
2. A cabeça do espermatozoide se liga na superfície do óvulo, em seguida estas duas células ficam unidas dentro de um envoltório.
3. A célula feminina ao entrar em contato com a masculina realiza primeiro uma alteração na zona pelúcida e na membrana celular impedindo que outro espermatozoide consiga penetrar, em seguida o oócito II completa sua divisão de maturação e expele o segundo corpúsculo polar, assim o óvulo está maduro e no seu núcleo está o pronucleo feminino.
4. O espermatozoide perde a sua cauda e a cabeça, em seguida ocorre um aumento de tamanho para formar o pronucleo masculino.
5. Os pronucleos masculino e feminino vão se aproximar e ao entrarem em contato perdem a membrana nuclear e se fundem formando o ovo.
Gametogênese:
Os gametas são derivados das células germinativas primordiais (CGPs), formadas durante a segunda semana, na quarta semana, essas células começam a migrar da vesícula vitelínica em direção às gônadas em desenvolvimento, onde chegam até o final da quinta semana. As divisões mitóticas aumentam em número no decorrer da migração e também quando alcançam a região da futura gônada. Em uma preparação para a fertilização, as células germinativas sofrem gametogênese, que inclui a meiose, para reduzir seu número de cromossomos, e citodiferenciação, para completar sua maturação.
A mitose é o processo pelo qual uma célula se divide, dando origem a duas células-filhas que são geneticamente idênticas a ela. Cada célula-filha recebe um total de 46 cromossomos. Antes que uma célula entre em mitose,cada cromossomo replica seu DNA. Durante essa fase de replicação os cromossomos estão dispersos no núcleo. Com o início da mitose, eles se enrolam, contraem e condensam, eventos que marcam o início da prófase. Cada cromossomo consiste, então, em duas subunidades paralelas, as cromátides, unidas por uma região estreita comum aos dois, chamada de centrômero. Ao longo da prófase, os cromossomos continuam a se condensar, a se encolher e a ficar espessos, mas apenas na prometáfase as cromátides se tornam distinguíveis.
Durante a metáfase, os cromossomos se alinham no plano equatorial, cada uma está ligada a microtúbulos, que se estendem do centrômero ao centríolo, formando o fuso mitótico. Em breve, o centrômero de cada cromossomo se divide, marcando o início da anáfase, seguida pela migração das cromátides para polos opostos do fuso. Finalmente, durante a telófase, os cromossomos se desenrolam e se alongam, o envelope nuclear se forma novamente e o citoplasma se divide. Cada célula-filha recebe metade do material cromossômico duplicado e, dessa maneira, elas mantêm o mesmo número de cromossomos da célula-mãe.
A meiose é a divisão celular que ocorre nas células germinativas para produzir os gametas masculino e feminino, espermatozoide e oócito. A meiose requer duas divisões celulares, a meiose I e a meiose II, para reduzir o número de cromossomos até o número haploide de 23. Do mesmo modo que na mitose, as células germinativas masculinas e femininas (espermatócitos e oócitos primários) replicam seu DNA no início da meiose I, de maneira que cada um dos 46 cromossomos esteja duplicado em cromátides-irmãs. Entretanto, ao contrário da mitose, os cromossomos homólogos se alinham em pares, um processo chamado de sinapse. Os pares homólogos, em seguida, separam-se em duas células-filhas, reduzindo, assim, o número de cromossomos de diploide para haploide. Logo depois, a meiose II separa as cromátides-irmãs. Cada gameta tem, então, 23 cromossomos.
Os crossovers, eventos críticos na meiose I, consistem na troca de segmentos das cromátides entre cromossomos homólogos pareados. Segmentos das cromátides se partem e são trocados conforme os cromossomos homólogos se separam. À medida que a separação acontece, os pontos de troca são unidos temporariamente e criam uma estrutura em forma de X, um quiasma.
Durante a meiose, um oócito primário origina quatro células filhas, cada uma com 22 cromossomos mais um cromossomo X. Entretanto, apenas uma delas se desenvolve em um gameta maduro, o oócito; as outras três, os corpos polares, recebem pouco citoplasma e degeneram durante o desenvolvimento subsequente. Semelhantemente, um espermatócito primário origina quatro células filhas, duas com 22 cromossomos mais um X e duas com 22 cromossomos mais um Y. Entretanto, ao contrário dos oócitos, as quatro se desenvolvem em gametas maduros.
O ciclo menstrual:
O ciclo menstrual é o resultado da interação entre o eixo hipotálamo-hipófise-ovário e os fatores autócrinos e parácrinos, ela tem como resultado a descamação do endométrio (ele é formado por 3 camadas sendo que a camada compacta e esponjosa são as que se desprendem, a basal não se desprende).
Ele é dividido em 4 fases, sendo:
Fase menstrual: o 1º dia da menstruação é contado como o início do ciclo. A camada funcional do endométrio descama-se e é expelida durante o sangramento, que normalmente ocorre a cada 28 dias e dura de 3 a 5 dias.
Fase proliferativa ou folicular: os estrogênios determinam a recuperação do endométrio, o crescimento glandular e a multiplicação das células do estroma.
Fase secretória ou progestacional: a progesterona induz o entortilhamento das glândulas, que passam a segregar em abundância, e o edema do estroma.
Fase isquêmica ou pré-menstrual: se o óvulo não é fertilizado, o corpo lúteo degenera, os efeitos progestacionais declinam e surgem alterações vasculares acentuadas que ocasionam a isquemia da camada funcional.
A duração do ciclo varia de 25 a 35 dias, na maioria das mulheres, até aproximadamente os 40 anos de idade. Aos 25 anos, aproximadamente 40% das mulheres têm ciclo menstrual de 25 a 28 dias, chegando a 60% aos 35 anos. Próximo à menopausa, o intervalo entre as menstruações aumenta. Por volta dos 38 anos, quando a mulher apresenta cerca de 25 mil folículos, inicia-se uma perda folicular que se acentua nos 10 a 15 anos que antecedem a menopausa.
As variações na duração do ciclo menstrual, da menstruação e da intensidade do fluxo são comuns nos extremos da vida reprodutiva.
Nos primeiros 5 a 7 anos da menacme (período fértil da mulher, que vai da primeira menstruação (menarca) à última menstruação), o ciclo menstrual é longo, tornando-se gradualmente mais regular e curto. Os ciclos mais curtos ocorrem por volta dos 40 a 42 anos. A duração do ciclo menstrual também varia de acordo com o índice de massa corporal (IMC) da mulher, tanto o IMC baixo como o elevado estão relacionados ao aumento no intervalo do ciclo menstrual.
A duração do ciclo menstrual está relacionada ao dia da ovulação. Em ciclos com duração de 25 dias, a ovulação ocorre por volta dos dias 10 a 12, enquanto nos ciclos menstruais de 35 dias, a ovulação ocorre 10 dias mais tarde.
O processo de resposta sexual (HHO):
O hipotálamo e hipófise vão se conectar com os ovários através de um mecanismo de feedback, eles vão receber estímulos vindos do meio ambiente e do cérebro para atuarem nos ovários de acordo com o ciclo reprodutivo da mulher.
O hipotálamo é responsável pela produção de:
GnRH: O GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) vai chegar até a adeno-hipófise através do sistema porta-hipofisário (comunicação vascular) onde vai regular a produção e liberação dos hormônios LH E FSH. 
O FSH tem produção crescente no início do ciclo menstrual por estímulo do GnRH, com aumento mais marcante na metade do ciclo, ele é responsável pelo desenvolvimento do folículo pré-antral e secreção dos estrogênios pelas células da granulosa.
Esse FSH liberado vai atuar nos folículos primários transformando eles em folículos secundários, e também vai atuar nas células de teca dentro desses folículos levando a produção de androgênios que vão ser transformados em estrogênios (estradiol). 
Esses estrogênios liberados que vão atuar mostrando para o hipotálamo (junto com as inibinas) que já tem os hormônios necessários e por isso pode parar de liberar o GnRH.
	INFORMAÇÕES
Células da teca: são células presentes no folículo em desenvolvimento, elas ficam do lado de fora das células granulosas. Quando o folículo é ativado elas se diferenciam e realizam a produção dos androgênios.
Folículos primários e secundários: os folículos primários vão começar a estarem presentes na mulher a partir da puberdade, ela é o desenvolvimento do folículo primordial. O folículo secundário é resultado do folículo em crescimento, ele é o primário acrescentado de mais camadas que vão formar a granulosa. Entre a granulosa e o ovócito está a zona pelúcida que é secretada pelas células foliculares. 
A ordem das camadas é (externa para interna): 1-Teca folicular; 2- Granulosa; 3-Zona pelúcida; 4-Ovócito. 
Folículo pré-antral: acúmulo de líquido entre as camadas celulares e formação de vários antros. Quando a quantidade de líquido é muito grande irá formar uma grande cavidade, união de vários antros formando o folículo antral.
Na fase pré-ovulatória o folículo já maduro vai liberar uma carga gigante de estrogênio (acima de 200pg/dl) no sangue, isso faz com que ocorra a inibição do GnRH mas também causa um pico de liberação de LH por feedback positivo que irá induzir a ovulação.
A ovulação acontece depois de 24hrs do pico de LH, cerca de 14 dias depois do primeiro dia da menstruação no ciclo de 28 dias. 
Depois da ovulação as células da camada granulosa vão sofrer ação do LH e se hipertrofiar se transformando em uma estrutura de cor amarelada devido ao pigmento luteína, formando o corpo lúteo produtor de estrogênio e progesterona, essa estrutura tem vida útil de 10 dias.
Os estrogêniose, principalmente, a progesterona, estimulam a secreção das glândulas endometriais, preparando o endométrio para a implantação do ovo. Se ele for fertilizado o corpo lúteo aumenta de tamanho e passa a constituir o corpo lúteo gravídico, que tem a produção hormonal aumentada. Nessas circunstâncias, ele não degenera porque o trofoblasto produz o hormônio de ação gonadotrófica – hCG. 
Métodos profiláticos das IST’s e gravidez:
O uso da camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/aids e das hepatites virais B e C. Serve também para evitar a gravidez.
A camisinha masculina ou feminina pode ser retirada gratuitamente nas unidades de saúde.
Quem tem relação sexual desprotegida pode contrair uma IST. Não importa idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião. A pessoa pode estar aparentemente saudável, mas pode estar infectada por uma IST.
A prevenção combinada abrange o uso da camisinha masculina ou feminina, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as PVHA, redução de danos, entre outros.
O Ministério da Saúde oferece uma série de métodos contraceptivos gratuitos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). São ofertados:
Preservativos (masculino e feminino), 
Pílula combinada,
Anticoncepcional injetável mensal e trimestral,
Dispositivo intrauterino com cobre (DIU Tcu), 
Diafragma, 
Anticoncepção de emergência
Minipílula.

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