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Alimentacao pre treino de forca

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Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 7. n. 37. p.13-18. Jan/Fev. 2013. ISSN 1981-9927. 
13 
 
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 
ISSN 1981-9927 versão eletrônica 
 
Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia d o Exerc íc io 
 
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AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR NO PRÉ-TREINO EM PRATICANTES DE 
MUSCULAÇÃO
 
Carla Costa e Lima
1
 
Sidrayton Pereira do Nascimento
2
 
Érika Michelle Correia de Macêdo
3 
 
 
RESUMO 
 
Atualmente a prática da musculação vem 
aumentando entre os indivíduos, quer seja devido à 
preocupação com a estética ou pela busca de um 
estilo de vida saudável. Porém, as informações 
vinculadas à nutrição pré-treino são escassas, 
acarretando em mitos alimentares entre os atletas e 
resultando no consumo dietético inadequado. Este 
estudo objetivou identificar o consumo e adequação 
de alimentos no pré-treino de praticantes de 
musculação de academias das cidades de Santa 
Cruz do Capibaribe e Surubim, Pernambuco. Foi 
utilizado um questionário para a coleta de dados 
com perguntas abertas sobre a alimentação pré-
treino. Foram avaliados 114 praticantes de 
musculação com idade entre 18 e 30 anos. 
Observou-se que 95,6% dos praticantes de 
musculação estudados consumiam carboidratos 
inadequadamente, logo, estão mais propensos a 
hipoglicemia, a diminuição do desempenho e da 
massa muscular devido ao comprometimento dos 
processos de contração muscular por falta de 
energia, a impactos negativos no sistema 
imunológico, a prejuízos na metabolização do 
tecido adiposo e fadiga muscular precoce. Faz-se 
necessária uma melhor orientação em relação à 
alimentação adequada prévia ao exercício, com o 
auxílio de um nutricionista esportivo. Isso 
contribuirá para criar hábitos de condutas 
nutricionais mais adequadas, melhorando assim a 
performance e a qualidade da atividade realizada. 
 
Palavras-chave: Alimentos para praticantes de 
atividade física, Carboidratos, Treinamento de 
resistência. 
 
 
 
 
 
1-Acadêmica do curso de Nutrição da 
Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), 
Caruaru, Pernambuco. 
2-Acadêmico do curso de Nutrição da 
Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), 
Caruaru, Pernambuco. 
3-Doutoranda em Nutrição e Docente da 
Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), 
Caruaru, Pernambuco. 
 
ABSTRACT 
 
Evaluation of food consumption in pre-workout 
in practitioners of strength 
 
Nowadays practicing bodybuilding is increasing 
among individuals, whether due to concern with 
esthetics or the pursuit of a healthy lifestyle. 
However, the information related to the pre-workout 
nutrition is scarce, resulting in food myths among 
athletes and resulting in inadequate dietary intake. 
The objective of this study was to identify the food 
consumption and its adequacy on pre-workout of 
practitioners of weight training in gyms in the cities 
of Santa Cruz do Capibaribe and Surubim, 
Pernambuco. Have been assessed 114 
practitioners of weight training aged between 18 and 
30 years. It was observed that 95.6% of 
practitioners of weight training studied consumed 
carbohydrates inadequately, so they are more prone 
to hypoglycemia, to decreased performance and 
muscle mass due to the impairment of the process 
of muscle contraction for lack of energy, to negative 
impacts in the immune system, to losses in 
metabolism of adipose tissue and muscle fatigue 
early. There needs to be a better guidance 
regarding appropriate feeding prior to exercise, with 
the support of a sports nutritionist. This will help 
create habits of nutritional behaviors most 
appropriated, thereby improving the performance 
and the quality of activity performed. 
 
Key words: Foods for Persons Engaged in Physical 
Activities, Carbohydrates, Resistance Training. 
 
 
 
 
 
E-mail: 
carlacostanutri@hotmail.com 
drayton_surpresa@hotmail.com 
erikamichellec@yahho.com.br 
 
Endereço para correspondência: 
Érika Michelle Correia de Macêdo. Endereço: 
Rua Rua Múcio Uchôa Cavalcante, 470, 
Apt:202ª, Engenho do Meio, Recife-PE, CEP: 
50730-670. 
 
 
 
 
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 7. n. 37. p.13-18. Jan/Fev. 2013. ISSN 1981-9927. 
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Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 
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INTRODUÇÃO 
 
A sociedade atualmente tem mostrado 
um aumento na procura pela atividade física 
devido aos mais variados benefícios que esta 
pode proporcionar. Ou ainda estimulada pelos 
veículos de comunicação (principalmente 
televisão e internet), pelos médicos que 
prescrevem atividade física como profilaxia 
para várias doenças que antes eram 
combatidas apenas com tratamento 
medicamentoso, ou por profissionais da saúde 
em geral (Feitosa e Gonçalves, 2010). 
Nesse contexto, as pessoas optam por 
realizar um exercício físico de sua preferência, 
sendo a musculação uma das mais 
procuradas. A musculação é um tipo de 
exercício com vários níveis de carga, 
amplitude, tempo de contrações e velocidades 
controladas com recursos principalmente 
anaeróbicos, que sob supervisão adequada, 
representa uma excelente opção para a 
manutenção da saúde e melhoria da qualidade 
de vida, além de resultar em aumentos 
significativos na força e hipertrofia muscular, 
densidade óssea e flexibilidade (Prazeres, 
2007). 
De acordo com Wolinsky e Hickson 
(2002) a nutrição é um dos fatores que podem 
aperfeiçoar o desempenho atlético, já que uma 
alimentação bem equilibrada pode reduzir a 
fadiga, o que permite um maior tempo de 
treinamento ou que o atleta se recupere mais 
rapidamente entre as séries, além de 
aumentar as reservas de energia e reduzir a 
possibilidade de contrair enfermidades. 
Desta forma, por meio de orientações 
específicas sobre alimentação é possível 
preparar o organismo para o esforço, com o 
fornecimento dos nutrientes necessários que 
variam de acordo com o tipo de exercício e o 
objetivo que se pretende alcançar, como por 
exemplo perda de peso ou ganho de massa 
muscular (Rossi e Tirapegui, 2000). 
Dentre as estratégias para otimizar o 
desempenho durante a prática de exercícios 
resistidos, destaca-se a nutrição no pré-treino. 
No entanto, as informações vinculadas à 
nutrição pré-treino ainda são escassas, 
acarretando em mitos alimentares entre os 
atletas e resultando no consumo dietético 
inadequado (Sapata, Fayh e Oliveira, 2006). 
Preconiza-se a ingestão de 
carboidratos, com baixo índice glicêmico, de 1 
a 4 horas antes da atividade física, por serem 
importantes substratos energéticos para a 
contração muscular durante o exercício 
prolongado realizado sob intensidade 
moderada e em exercícios de alta intensidade 
e curta duração (SBME, 2003). 
Segundo a Sociedade Brasileira de 
Medicina do Esporte, os objetivos do consumo 
de carboidrato pré-treino são maximar as 
reservas de glicose, evitar a fome durante o 
exercício e evitar a hipoglicemia. Recomenda-
se que os alimentos consumidos antes do 
treino sejam do hábito alimentar do praticante 
de atividade física, sem condimentos e 
alimentos atípicos e que permitam 
esvaziamento gástrico adequado (SBME, 
2003). 
A composição da refeição pré-
exercício depende de fatores, como horário de 
início do treino, duração da atividade física, 
intensidade, modalidade esportiva, além de 
fatores individuais, como a tolerância gástrica, 
o tempo disponível para realizar a refeição e 
as preferências alimentares (Brasil e 
colaboradores, 2009). 
Com relação à ingestão de 
carboidratos pré-exercício, um dos fatores que 
não pode ser desprezadoé o tempo que 
antecede essa prática. Existem evidências que 
a ingestão de carboidratos antes do 
treinamento é benéfico para a performance, 
independente dos efeitos nos estoques de 
glicogênio muscular (Sapata, Fayh e Oliveira, 
2006). 
Deste modo, surgiu o interesse em 
realizar a pesquisa a fim de conhecer as 
condutas nutricionais adotadas pelos 
praticantes de musculação antes do treino e 
avaliar a adequação do carboidrato 
consumido. 
Assim, é possível estabelecer uma 
orientação nutricional correta, influenciando 
positivamente na performance e no 
rendimento do atleta, considerando que 
condutas inadequadas podem desencadear 
manifestações fisiológicas associadas ao 
fornecimento insuficiente de nutrientes como a 
hipoglicemia e a fadiga. 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Estudo do tipo transversal e descritivo 
envolvendo praticantes de musculação, no 
período de outubro a novembro de 2012, 
escolhidos aleatoriamente, com idade entre 18 
a 50 anos, em duas academias, sendo uma da 
 
 
 
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 7. n. 37. p.13-18. Jan/Fev. 2013. ISSN 1981-9927. 
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Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 
ISSN 1981-9927 versão eletrônica 
 
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cidade de Santa Cruz do Capibaribe e outra de 
Surubim, Pernambuco. Todos os praticantes 
autorizaram a pesquisa mediante assinatura 
do termo de consentimento livre e esclarecido. 
Para a coleta de dados foi aplicado um 
questionário contendo informações sobre 
idade, sexo e tempo de prática de 
musculação, além de perguntas abertas sobre 
alimentação pré-treino. 
Para avaliar a alimentação pré-treino, 
os praticantes foram interrogados sobre em 
que horário iniciou o treino, a quantidade e 
quais alimentos foram consumidos antes do 
treino, e ainda se faz uso de suplemento, qual 
tipo e sua forma de preparo. 
Para verificar a adequação de 
carboidrato pré-treino, foi considerado ideal o 
consumo alimentar de carboidrato de 4 - 
5g/kg/dia nos casos em que a ingestão ocorra 
de 3 a 4 horas antes do exercício, de 2 - 
3g/kg/dia quando ocorrer de 1 a 2 horas pré-
treino, de 1 - 2g/kg/dia com ingestão prévia de 
30 à 60 minutos e de 50g/dia quando a última 
refeição pré-exercício incidir menos de 30 
minutos, segundo recomendações de Silva 
(2008). Por isso, foi coletado o peso de todos 
os avaliados. Para a aferição do peso, os 
voluntários mantiveram-se descalços, 
utilizando roupas leves, posicionados no 
centro da balança eletrônica Britânia com 
capacidade para até 150 kg e precisão de 
100g, de forma ereto, com os pés juntos e os 
braços estendidos ao longo do corpo. 
A partir das respostas informadas 
pelos voluntários por meio do questionário, 
obteve-se o total de carboidrato ingerido antes 
do treino, os quais foram comparados com as 
necessidades nutricionais de carboidrato de 
cada indivíduo. 
Os dados estão apresentados em 
estatística descritiva. 
 
RESULTADOS 
 
A amostra foi constituída por 114 
praticantes de musculação, sendo a maioria 
do sexo feminino, com idade entre 18 e 30 
anos e que praticam musculação de 3 a 12 
meses, conforme mostra a Tabela 1. 
 
Tabela 1 - Caracterização dos praticantes de musculação de academias de Santa Cruz do 
Capibaribe e Surubim - PE. Santa Cruz do Capibaribe e Surubim, 2012. 
Variáveis N % 
Sexo 
Masculino 56 49,2 
Feminino 58 50,8 
Total 114 100 
Idade (anos) 
18 – 30 96 84,2 
31 – 50 18 15,8 
Total 114 100 
Tempo de prática de musculação 
3 a 12 meses 68 59,6 
13 meses ou mais 46 40,4 
Total 114 100 
 
No que diz respeito à utilização de 
suplementos alimentares pré-treino, foi 
constatado que a maior parte dos praticantes 
não fazem uso destes produtos. 
Aproximadamente 18% dos praticantes, 
apenas, declararam tomar suplementos 
nutricionais. Os suplementos citados foram os 
de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), 
proteínas, carboidratos, creatina, vitaminas e 
minerais conforme está descrito na Tabela 2. 
Quanto à forma de preparo, 65% dos 
praticantes de musculação referiram preparar 
os suplementos com água e 35% com leite. 
A Tabela 3 descreve o tempo da 
última refeição pré-treino e adequação do 
consumo de carboidrato de acordo com o 
sexo. Nota-se que 41% dos praticantes do 
sexo masculino fizeram a última refeição de 1 
a 2 horas antes do treino e 36,2% das 
mulheres consumiram a última refeição mais 
do que 2 horas antes do treino. Quanto à 
adequação do consumo de carboidrato, 95,6% 
dos praticantes consumiam carboidrato de 
forma inadequada, em ambos os sexos. 
 
 
 
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 7. n. 37. p.13-18. Jan/Fev. 2013. ISSN 1981-9927. 
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Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 
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Tabela 2 - Consumo de suplementos por praticantes de musculação de academias de Santa Cruz do 
Capibaribe e Surubim - PE. Santa Cruz do Capibaribe e Surubim, 2012. 
Variáveis n % 
Uso de suplemento alimentar 
pré-treino 
 
Sim 20 17,6 
Não 94 82,4 
Total 114 100 
Tipo de suplemento alimentar 
pré-treino 
 
BCAA 9 45 
Proteico 5 25 
Creatina 3 15 
Vitaminas/minerais 3 15 
Total 20 100 
 
Tabela 3 - Tempo da última refeição e adequação do consumo de carboidrato pré-treino, de acordo 
com o sexo, dos praticantes de musculação de academias de Santa Cruz do Capibaribe e Surubim - 
PE. Santa Cruz do Capibaribe e Surubim, 2012. 
Variáveis n % 
Tempo da última refeição pré-treino Masculino Feminino 
Até 30 minutos antes do treino 11 9 
De 30 a 59 minutos 7 9 
De 1 a 2 horas 23 19 
Mais de 2 horas 15 21 
Total 56 58 
Consumo de carboidrato pré-treino 
Adequado 3 2 
Inadequado 53 56 
Total 56 58 
 
DISCUSSÃO 
 
Os dados do presente estudo mostram 
que o sexo feminino foi mais predominante do 
que o sexo masculino, divergindo do que é 
comumente encontrado em outros estudos 
que se referem à prática de musculação 
(Pereira, Lajolo e Hirschbruch, 2003). Porém, 
diferentemente dos homens, que buscam a 
hipertrofia, o objetivo entre as mulheres é a 
definição muscular (Machado e Schneider, 
2006). 
Quanto à idade da amostra estudada 
observou-se prevalência de adultos jovens 
com faixa etária entre 18 e 30 anos. A 
musculação é a atividade física mais 
procurada por esse público por estarem mais 
preocupados com a estética do que com os 
benefícios que esta pode proporcionar a 
saúde. Tornou-se comum a crescente 
valorização do corpo nas sociedades de 
consumo pós-industriais, refletida nos meios 
de comunicação de massa, que expõem como 
modelo de corpo ideal e de masculinidade um 
corpo inflado de músculos e de feminilidade 
um corpo magro e definido. Em contrapartida, 
adultos de faixa etária maior e idosos buscam 
principalmente atividades aeróbicas que 
fortaleçam o sistema cardiovascular, como 
caminhadas e atividades na água (Iriart e 
Andrade, 2002). 
Mesmo conhecendo os benefícios 
oferecidos por uma alimentação saudável, os 
praticantes de musculação buscam certos 
suplementos e recursos ergogênicos, com o 
intuito de melhorar a performance e o 
rendimento em curto prazo. Porém, neste 
estudo 82,4% dos entrevistados não fazem 
uso de suplementos alimentares pré-treino, o 
que pode estar associado a fatores 
econômicos, maior aceitação no que diz 
respeito ao consumo ideal de carboidratos 
provenientes da alimentação diária ou devido 
ao tempo de prática de musculação de apenas 
3 a 12 meses na maioria dos avaliados.Pois 
de acordo com Trog e Teixeira (2009), quanto 
maior o tempo no ambiente de consumo de 
suplementos maior a adesão ao seu consumo. 
 
 
 
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 7. n. 37. p.13-18. Jan/Fev. 2013. ISSN 1981-9927. 
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Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 
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É interessante destacar que o 
suplemento a base de carboidrato não foi 
mencionado pelos entrevistados. Esse recurso 
é apontado normalmente como uma estratégia 
para aumento do desempenho em atividades 
em torno de 1h (uma hora) de duração, 
comparado com água ou placebo (Burke e 
colaboradores, 2005). 
A Sociedade Brasileira de Medicina do 
Esporte recomenda uma alimentação rica em 
carboidratos na refeição que antecede o treino 
para manter a glicemia e maximizar os 
estoques de glicogênio, evitando a 
hipoglicemia e a fadiga, porém quando a 
alimentação não for possível, o uso de 
suplementos ricos em carboidratos é uma 
excelente alternativa. 
Neste estudo, dos entrevistados que 
tomavam suplementos, houve inadequação de 
70% no tipo de suplemento utilizado na 
alimentação que antecede o treino e de 35% 
na forma de preparo, já que 45% ingeriam 
BCAA, 25% suplemento proteico e 35% 
preparavam o suplemento com leite, que por 
serem suplementos e alimento que contém 
proteína sua ingestão deveria ser pós-treino. 
O horário ideal para a ingestão 
proteica e de aminoácidos, tanto de alimentos 
quanto de suplementos, é após o exercício 
físico de hipertrofia, por favorecer o aumento 
de massa muscular, quando combinado com a 
ingestão de carboidratos, reduzindo a 
degradação protéica. Seu consumo pré-treino 
não é indicado, pois tende a diminuir o 
esvaziamento gástrico, podendo ocasionar 
desconforto gastrintestinal, sobretudo se esta 
é de alta intensidade, o que pode 
comprometer o desempenho durante a 
atividade (Brasil e colaboradores, 2009). 
Os suplementos proteicos e de 
aminoácidos essenciais são indicados para 
desportistas como estratégia que visa maior 
recuperação do esforço seguido de aumento 
da massa muscular, porém seu consumo deve 
estar de acordo com a ingestão proteica e 
calórica total. Os efeitos da suplementação 
com BCAA no desempenho esportivo, em 
contrapartida, são discordantes e a maioria 
dos estudos realizados parece não mostrar 
benefícios (SBME, 2003), portanto, medidas 
educativas de orientação devem ser 
direcionadas para os consumidores deste 
suplemento. 
O consumo de creatina observado em 
15% dos praticantes de musculação deste 
estudo vem sendo relacionado a potenciais 
efeitos ergogênicos, que repercutiriam na 
prática em aumento da resistência ao esforço 
em atividades de curta duração e alta 
intensidade e aumento da massa muscular. 
Porém, a SBME (2003) não 
recomenda para desportistas saudáveis a 
suplementação de creatina, mesmo que sejam 
atletas de eventos de grande intensidade e 
curta duração. Bem como do consumo de 
suplementos de vitaminas e minerais, pois os 
alimentos presentes em uma dieta balanceada 
e diversificada e com aporte calórico 
adequado são suficientes para atender as 
necessidades do desportista. Assim, o 
consumo desses suplementos deve ser 
desencorajado visto que não trazem 
benefícios adicionais. 
Com o aumento da prática da 
musculação, uma dieta adequada em 
carboidratos, com ênfase na ingestão pré-
treino apresenta papel fundamental para que 
tais fins sejam alcançados, ressaltando a 
importância da aquisição de hábitos 
alimentares saudáveis capazes de suprir as 
necessidades energéticas diárias e conceder 
aporte energético durante o treino (Maughan e 
colaboradores, 2000). 
No presente trabalho observou-se um 
alto percentual de inadequação do consumo 
de carboidrato em ambos os sexos. Apesar da 
comprovada eficiência dos carboidratos em 
maximizar os resultados do treinamento, 
contribuir para adequação da composição 
corporal e da manutenção da saúde, os 
praticantes de musculação ainda demonstram 
resistência no consumo deste nutriente 
(SBME, 2003). 
Os praticantes de musculação 
estudados estão mais propensos a 
hipoglicemia, a diminuição do desempenho e 
da massa muscular devido ao 
comprometimento dos processos de contração 
muscular por falta de energia, a impactos 
negativos no sistema imunológico, a prejuízos 
na metabolização do tecido adiposo e fadiga 
muscular precoce, devido a inadequação do 
consumo de carboidrato pré-treino 
encontrados (Sapata, Fayh e Oliveira, 2006). 
Em relação ao sexo, observou-se que 
os praticantes do sexo masculino ingerem uma 
maior quantidade deste macronutriente 
comparado ao sexo feminino. Esse resultado 
pode estar relacionado com a intensidade dos 
treinos, maior uso de força muscular, aporte 
 
 
 
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 7. n. 37. p.13-18. Jan/Fev. 2013. ISSN 1981-9927. 
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Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 
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calórico mais acentuado e maior preocupação 
com a hipertrofia do que com a perda de peso 
que é mais preocupante entre as mulheres. 
 
CONCLUSÃO 
 
Este estudo demonstrou que a maior 
parte dos praticantes de musculação não 
apresentou adequação do consumo 
quantitativo de carboidrato, bem como dos 
suplementos utilizados antes do treino, o que 
pode acarretar no comprometimento do 
desempenho, hipoglicemia, fadiga e 
diminuição do tônus muscular. 
Faz-se necessária uma melhor 
orientação em relação à alimentação 
adequada prévia ao exercício, com o auxílio 
de um nutricionista esportivo. Isso contribuirá 
para criar condutas nutricionais mais 
adequadas, melhorando assim a performance 
e a qualidade da atividade realizada. 
 
REFERÊNCIAS 
 
1-Brasil, T. A.; e colaboradores. Avaliação do 
hábito alimentar de praticantes de atividade 
física matinal. Revista Fitness & Performance. 
Rio de Janeiro. Vol. 8. Núm. 3. p.153-156. 
2009. 
 
2-Burke, L. M.; e colaboradores. Effect of 
Carbohydrate Intake on Half-Marathon 
Performance of Well-Trained Runners. Revista 
Internacional de Nutrição Esportiva, 
Metabolismo e Exercício. Vol. 15. p. 573-589. 
2005. 
 
3-Feitosa, W. G.; Gonçalves, T. M. Análise dos 
hábitos nutricionais de praticantes de 
musculação: relação entre a nutrição pré-
treino e o desempenho no exercício. In: III 
Congresso Nordeste de Ciências do Esporte. 
UFCE. 2010. Fortaleza. Disponível em: 
http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/
conece/3conece/paper/viewFile/2455/968. Acesso 
em: 18/03/2012. 
 
4-Iriart, J. A. B.; Andrade, T. M. Cadernos de 
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p.1379-1387. 2002. 
 
5-Machado, D. Z.; Schneider, A. P. Consumo 
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frequentadores de uma academia de ginástica 
de Porto Alegre - Rio Grande do Sul. Revista 
Nutrição em Pauta. Núm. 78. p. 13-17. 2006. 
6-Maughan, R.; e colaboradores. Bioquímica 
do exercício e do treinamento. Tradução de 
Elisabeth de Oliveira. São Paulo. Manole. 
2000. 
 
7-Pereira, R. F.; Lajolo, F. M.; Hirschbruch, M. 
D. Consumo de Suplementos em academias 
de ginástica em São Paulo. Revista Brasileira 
de Nutrição Esportiva. Vol. 16. Núm. 3. p.265-
272. 2003. 
 
8-Prazeres, M. V. A prática da musculação e 
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Recebido para publicação em 27/12/2012 
Aceito em 28/12/2012 
Segunda versão em 05/09/2013

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