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PROCESSO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA - DEPOSITO AVALIAÇÃO E ALIENAÇÃO ANTECIPADA DOS BENS PENHORADOS - 3

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2019 - 05 - 31 
Curso Avançado
de Processo Civil
– Volume 3 -
Edição 2017
REVISTA DOS TRIBUNAIS
This PDF Contains
CAPÍTULO 9. PROCESSO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA: DEPÓSITO, AVALIAÇÃO E
ALIENAÇÃO ANTECIPADA DOS BENS PENHORADOS
2019 - 05 - 31 
Curso Avançado de Processo Civil – Volume 3 - Edição 2017
PARTE II - PROCESSO DE EXECUÇÃO
CAPÍTULO 9. PROCESSO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA: DEPÓSITO, AVALIAÇÃO E
ALIENAÇÃO ANTECIPADA DOS BENS PENHORADOS
Capítulo 9. Processo de Execução por Quantia Certa: Depósito,
Avaliação e Alienação Antecipada dos Bens Penhorados
Sumário: 9.1 Depósito dos bens penhorados: 9.1.1 Conceito e natureza jurídica; 9.1.2 Definição
do depositário; 9.1.3 A condição jurídica da parte, quando depositária; 9.1.4 A situação possessória;
9.1.5 Deveres do depositário; 9.1.6 Direitos do depositário – 9.2 Avaliação dos bens penhorados:
9.2.1 Conceito; 9.2.2 Competência para avaliação; 9.2.3 Dispensa de avaliação; 9.2.4 Forma e
conteúdo da avaliação; 9.2.5 Devido processo; 9.2.6 Hipóteses de repetição da avaliação; 9.2.7
Efeitos da avaliação– 9.3 Alienação antecipada dos bens penhorados.
9.1. Depósito dos bens penhorados
9.1.1. Conceito e natureza jurídica
Depósito executivo é ato integrante da penhora, pelo qual se incumbe alguém da guarda e
conservação dos bens penhorados, transferindo-lhe a posse (mediata ou imediata) de tais bens.
Tem, como a penhora a que está vinculado, natureza executiva. É ato de caráter público e sem
índole contratual, no que difere do depósito convencional regulado no art. 627 e seguintes do
Código Civil.
Mesmo não se tratando de contrato, é inegável que instaura nova relação jurídica. Há vínculo
de direito público entre Estado e depositário, que se aperfeiçoa no instante em que a nomeação
para a função é aceita. A partir de então, o depositário é auxiliar do juízo, longa manus do juiz,
passando a desempenhar função pública (art. 149 do CPC). Surgem-lhe específicos deveres,
responsabilidades e direitos.
9.1.2. Definição do depositário
9.1.2.1. Depósito de dinheiro, pedras e metais preciosos
Quando a penhora recair sobre dinheiro, pedras e metais preciosos ou papéis de crédito será
preferencialmente nomeado como depositário o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, banco
do Estado ou Distrito Federal ou, na falta destes, banco particular (art. 840, I). As pedras e metais
preciosos deverão ser depositados com registro do valor estimado de resgate (art. 840, § 3.º).
Essa hipótese não enseja maiores controvérsias processuais quanto à definição do depositário.
O banco, indiscutivelmente, é o lugar mais adequado para o depósito de tais bens. O CPC/2015
repetiu a diretriz do Código anterior – esclarecendo-se o único ponto que gerava alguma disputa (e
era de natureza administrativa e de direito econômico): a instituição privada só poderá ser
depositária onde não houver banco público. Superada a dúvida quanto à interpretação literal do
dispositivo, resta apenas o questionamento atinente à legitimidade da atribuição dessa preferência
aos bancos públicos, em face do art. 173 da Constituição.
9.1.2.2. Depósito de imóveis rurais e outros bens e direitos vinculados à atividade
agrícola
No caso de penhora de imóveis rurais, de direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, de
máquinas, utensílios e instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, em princípio, o
executado ficará como depositário (art. 840, III).
Tal regra, em si, é uma inovação em relação ao direito anterior. Mas, como se verá a seguir, a
diretriz nela retratada já foi, no passado, regra geral em nosso ordenamento. Trata-se de aplicação
específica do princípio do menor sacrifício do executado. Busca-se assim dar condições mais
propícias à continuidade da atividade agrícola. “Agrícola”, no dispositivo, tem sentido amplo. Não
há razão para negar-se a incidência da norma também relativamente aos bens dedicados à
atividade econômica rural em geral (como a pecuária, p. ex.).
Aliás, pode-se questionar se haveria razões para restringir a incidência da regra à atividade
produtiva rural. Em princípio, os fundamentos que a justificam seriam igualmente aplicáveis à
atividade industrial, por exemplo.
Para que seja designado depositário do bem, exige-se do credor “caução idônea” (art. 840, III).
Mas essa exigência deve também ser compreendida em termos adequados. Como se verá adiante,
na generalidade dos casos (art. 840, § 2º), o executado pode também ficar como depositário, se
houver dificuldade de remoção do bem ou se o exequente não opuser uma objeção plausível – sem
que precise prestar caução. Logo, se essas condições também estiverem presentes na hipótese de
penhora dos bens ligados à atividade rural, a caução também é dispensável.
9.1.2.3. Depósito de outros bens
Tradicionalmente, no processo executivo brasileiro, a incumbência de depositário
preferencialmente era atribuída ao próprio executado. Essa diretriz tomava em conta o princípio
do menor sacrifício para o devedor. De resto, no mais das vezes é a solução menos custosa para o
próprio andamento da execução. Essa diretriz foi abandonada, ainda antes do CPC/2015, pela Lei
11.382/2006.
Na mesma linha, o CPC/2015 prevê que se os bens penhorados forem móveis, semoventes,
imóveis urbanos ou direitos aquisitivos sobre esses últimos, ficarão depositados com o depositário
judicial (art. 840, II). Na falta desse, atribui-se a função de depositário preferencialmente ao
exequente (art. 840, § 1º). O executado apenas seria investido da condição de depositário nos casos
de anuência do exequente ou de difícil remoção do bem (art. 840, § 2.º),
Assim, a letra da lei sugere que o depósito em mãos do devedor teria sido relegado à mais
absoluta excepcionalidade. Todavia, a consideração dos dados da realidade e dos princípios há
pouco mencionados – menor sacrifício do devedor e máxima eficiência da execução – tende a fazer
com que, muitas vezes opte-se por manter o devedor como depositário. É que, por um lado, a
atribuição da função a um terceiro implica invariavelmente custos significativos, a serem
adiantados pelo exequente. De resto, o depositário público nem sempre está em condições de
manter depositados bens que necessitem de especial manutenção. A assunção do encargo pelo
próprio exequente também tende a ser trabalhosa e gerar gastos elevados. Por outro lado, o
desapossamento do bem do devedor – que, a rigor, deve ocorrer quando se confere a outrem a
condição de depositário –, sobretudo quando há ainda a perspectiva de eventual revisão da
pretensão executiva em embargos, tende a ser providência excessivamente gravosa, sem que
signifique, necessariamente, uma providência mais eficiente para a execução. Uma solução por
vezes usada é a de se atribuir a outrem a condição de depositário, mas permitir que o devedor
permaneça na posse do bem. Mas essa talvez seja a pior providência possível, pois permite ao
executado permanecer usufruindo do bem penhorado sem que, em contrapartida, se lhe
imponham as responsabilidades e deveres inerentes aos encargos de depositário (n. 9.1.5,
adiante). Se é para permitir que o bem permaneça na posse do devedor, que, então, se lhe
imponha o ônus de assumir a condição de depositário.
Diante desse quadro, não parece razoável que a simples ausência objeção imotivada do
exequente baste para que se descarte peremptoriamente o depósito em mãos do executado. Cabe
ao juiz examinar o caso concreto e decidir fundamentadamente. Deverá ponderar quais os riscos
concretos de prejuízo se a nomeação recair sobre o devedor ou sobre outra pessoa. Enfim, haverá
de balancear as diretrizes do art. 805 e da máxima utilidade da execução.
A decisão do juiz sobre o tema é passível de ser impugnada mediante agravo de instrumento
(art. 203, § 2º; art. 1.015, par. ún.).
9.1.3. A condição jurídica da parte, quando depositária
Mesmo quando o próprio executado ou o exequente for depositário,a função será exercida na
condição de auxiliar do juízo, havendo, então, o acúmulo de duas posições processuais (parte e
longa manus do juiz).
9.1.4. A situação possessória
Já se esclareceu que o depósito nem sempre implica desapossamento do bem (n. 8.6.2, acima).
Quando o próprio executado ficar como depositário, permanecer-lhe-á a posse imediata (direta,
real). Essa posse imediata tem seu fundamento (título) alterado em virtude do depósito: antes o
devedor a detinha apenas porque proprietário do bem, dele usando e fruindo como bem
entendesse; depois, continua a ser proprietário, mas só permanece com a posse porque é
depositário, cabendo-lhe conservá-lo adequadamente.
Se outra pessoa assumir a função, haverá o desapossamento do bem móvel. O depositário terá a
posse imediata, permanecendo o devedor apenas com posse mediata (que não é o poder efetivo e
concreto sobre o bem, mas confere legitimidade para as ações possessórias – ver adiante).
Como visto acima, sobretudo quando o bem penhorado é imóvel, tem-se entendido que, mesmo
depositado com outra pessoa, o executado poderá ficar com a posse imediata, cabendo ao
depositário a posse mediata. Mais uma vez, trata-se de solução que toma em conta o princípio do
menor sacrifício (art. 805): não se justificará a desocupação do imóvel, toda vez que sua
conservação puder ser razoavelmente assegurada apenas com a inscrição da penhora.
9.1.5. Deveres do depositário
9.1.5.1. Dever de guarda e conservação
O depositário fica incumbido da guarda e conservação do bem penhorado (art. 159). Não pode
dispor deste, nem o usar a seu bel-prazer. O uso que fizer destinar-se-á à conservação da coisa
(exemplos: fazer funcionar o motor de veículo depositado; manter ativas máquinas que se
deterioram, se desligadas por longo período etc.).
O depositário responde por perdas e danos e perde o direito à remuneração, no caso de
perecimento ou destruição total ou parcial do bem, por dolo ou culpa.
9.1.5.2. Demanda ressarcitória dos danos do bem depositado
Detêm legitimidade para a propositura da ação de indenização o credor (exceto na hipótese de
ser ele o depositário) e o executado (quando não for o depositário), por diferentes fundamentos: o
credor buscará ser ressarcido dos danos decorrentes do retardo ou frustração da execução, em
virtude da perda ou diminuição de valor do bem penhorado; o executado pretenderá indenização
por lesão a bem de sua titularidade.
O depositário será certamente legitimado passivo para esta demanda (art. 161). Mas é de
indagar: uma vez que o depositário cumpre função pública (de auxiliar do juízo), o Estado não
pode também ser responsabilizado por danos ao bem depositado, nos termos do art. 37, § 6.º, da
Constituição Federal? A resposta positiva dispensa maiores discussões, quando o bem tiver ficado
depositado com o depositário público. E nas outras hipóteses, em que coube a particular (devedor,
credor, terceiro) a incumbência? A questão não é usualmente tratada pela doutrina. Talvez se
possa excluir a responsabilidade estatal nos casos em que credor e devedor escolheram o
depositário ou concordaram com a opção feita pelo juiz (exemplos: depósito em mãos do devedor
não impugnado pelo credor; art. 862, § 2.º, etc.). Em outras situações, porém, não há o que
justifique a exclusão da incidência daquela regra constitucional.
9.1.5.3. Dever de entrega do bem – As sanções ao depositário infiel
O depositário tem o dever de entregar o bem depositado assim que o juiz determinar. Se não o
entrega, sem justa causa, é depositário infiel.
Na vigência do código anterior, nos casos de depósito comum (não judicial), a pretensão a que o
bem seja entregue era exercida mediante ação de depósito, que, nos termos do art. 904, parágrafo
único, do CPC/1973, poderia pretensamente resultar em prisão civil do depositário infiel (CF, art.
5.º, LXVII).
No depósito judicial, pacificou-se o entendimento de que não há necessidade de ação própria,
para que se exija judicialmente o bem (como estava consagrado no enunciado 619 da Súmula do
STF, ora revogado, por aludir à prisão do depositário, mas cuja orientação hoje permaneceria
aplicável exclusivamente no ponto em que dispensa uma ação própria para reaver-se o bem). O
juiz determina a entrega do bem no próprio processo executivo, cominando e aplicando as
sanções, em caso de infidelidade, ali mesmo. Muitos doutrinadores discordavam dessa solução,
argumentando que ofenderia o devido processo legal (CF, art. 5.º, LIV): o depositário não teria
oportunidade para demonstrar justa causa para a ausência de entrega do bem (perda ou
deterioração por caso fortuito ou força maior etc.). Para que essa crítica seja afastada, basta que se
respeite o devido processo legal na própria execução (ouvindo-se o depositário, permitindo-se-lhe
produção de provas, fundamentando-se a decisão que determine a entrega de bens etc.).
No CPC/2015, a ação típica de depósito deixou de existir.1 As pretensões em face do depositário
são protegidas pela via geral de tutela para entrega de coisa (arts. 498 e 538 – v. cap. 17, adiante).
Se necessária, poderá ser empregada tutela urgente (v. vol. 2, cap. 42). Além disso, o CPC/2015
prevê uma hipótese específica de tutela da evidência em favor do depositante: quando “se tratar
de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso
em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa” (art.
311, III). Para impor ao depositário o dever de devolução da coisa, o juiz pode cominar-lhe multa
processual e as medidas coercitivas e sub-rogatórias, até mesmo atípicas, autorizadas pelo art. 536
do CPC/2015 (aplicável aos deveres de entrega de coisa, por força do art. 538, § 3.º).
No que tange à prisão civil do depositário infiel, conforme tem-se destacado, desde a primeira
edição deste Curso, o art. 7.º, n. 7, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San
José da Costa Rica) proíbe qualquer prisão civil (isso é, prisão não penal), exceto na hipótese de
descumprimento de decisão judicial que mandar pagar dívida alimentícia. A Convenção foi
ratificada, sem qualquer reserva, pelo Congresso brasileiro, através do Decreto Legislativo 27, de
26.05.1992, e promulgada pelo Presidente da República através do Decreto 678, de 06.11.1992,
ingressando, assim, na ordem jurídica brasileira. Pode-se afirmar que, desde então, a garantia
constitucional da proibição de prisão civil foi ampliada, passando a ser também vedada a medida
constritiva contra o depositário infiel. Essa conclusão é reforçada pela previsão de que os direitos e
garantias fundamentais expressos na Constituição não excluem outros decorrentes de tratados
internacionais de que o Brasil participe (CF, art. 5.º, § 2.º).2 A Emenda Constitucional 45/2004
estabeleceu um sistema especial de inclusão dos atos internacionais sobre direitos humanos na
ordem constitucional brasileira (§ 3.º do art. 5.º da CF: “Os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais”). Mas é uma regra que se aplica a partir da vigência da emenda. Os tratados e
convenções sobre direitos fundamentais aprovados antes da emenda – como foi o caso do Pacto de
San José – independiam desse especial requisito para ingressar na ordem constitucional brasileira.
A questão foi durante alguns anos extremamente controvertida na jurisprudência. Por um lado,
havia decisões sufragando a tese ora exposta, especialmente nos tribunais estaduais e,
ocasionalmente, no STJ. Por outro, em 1995, por apertada maioria – e sem enfrentar diretamente o
aspecto acima destacado –, o STF havia reafirmado o cabimento da prisão civil do depositário
infiel – sob o argumento de que, a despeito da Convenção Americana, teria de continuar
prevalecendoa originária autorização constitucional nesse sentido. Mas, no início dos anos 2000,
assistiu-se a marcante mudança de orientação sobre o tema, no STF – alteração essa que se insere
em um muito mais amplo contexto de câmbios havidos naquela Corte. Reiteradas decisões
passaram a rejeitar a legitimidade da prisão do depositário infiel – até que se editou a Súmula
Vinculante 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito”.
De qualquer modo, a falta de entrega do bem pelo depositário pode caracterizar crime (arts.
168, § 1.º, e 179 do CP), passível de sanções penais (inconfundíveis com a prisão civil). Essa conduta
também constitui ato atentatório à dignidade da justiça (CPC/2015, art. 161, par. ún.).
9.1.5.4. Dever de defesa possessória do bem
O depositário tem de noticiar para o juiz fatos que impliquem deterioração da coisa, turbação,
esbulho (ou ameaça) de sua posse.
Surge, nesse ponto, a indagação sobre quem pode se valer das ações possessórias para defesa
do bem depositado. O executado sempre deterá essa legitimidade, pois, na pior das hipóteses,
permanece com a posse mediata (n. 9.1.4, acima). Igualmente, o depositário, mesmo não sendo
proprietário do bem, estará legitimado a pedir proteção jurisdicional possessória, pois deterá
posse direta (ou, excepcionalmente, indireta).
Parte da doutrina adota entendimento que, conquanto interessante, não parece prevalecer: o
esbulho, turbação ou ameaça contra a posse dos bens penhorados e depositados judicialmente não
representaria violação a interesses particulares do depositário, mas afronta a situação de direito
público – razão pela qual, para restabelecer a posse do depositário sobre o bem esbulhado,
bastaria a denúncia da ocorrência ao juiz, que, de pronto e no próprio processo executivo,
determinaria as providências necessárias para a restauração da situação anterior.
Quanto à demanda reivindicatória (destinada à defesa da propriedade) de bens depositados, só
o executado, na condição de proprietário, detém legitimidade ativa.
9.1.5.5. Dever de recebimento dos frutos e rendimentos – Prestação de contas
O depositário tem ainda o dever de receber os frutos e rendimentos do bem, para em seguida
repassá-los ao juízo.
Incumbe ao depositário, por fim, prestar contas em juízo de sua atuação, a qualquer momento
determinado pelo juiz ou no final do depósito.
Exequente e executado têm legitimidade para propor ação de prestação de contas: o primeiro,
porque os frutos e rendimentos da coisa penhorada normalmente se destinariam para abatimento
do seu crédito (art. 858); o segundo, na condição de proprietário do bem.
9.1.5.6. Ampliação dos deveres, nas modalidades especiais de penhora
Na penhora de faturamento e de frutos e outros rendimentos, o juiz nomeará um depositário,
que terá o dever de submeter ao juiz a forma de efetivação da constrição, bem como de prestar
contas mensalmente, entregando ao credor as quais recebidas, para que elas sejam imputadas na
satisfação da dívida (arts. 866, § 2º, e 869 – n. 8.10.8 e 8.10.9, acima).
Também as penhoras especiais sobre estabelecimentos comerciais, industriais ou agrícolas, ou
sobre plantações, animais e edifícios em construção, e ainda sobre empresa permissionária ou
concessionária pública (arts. 862 e 863 – v. n. 8.10.4 a 8.10.6, acima), mais do que guarda e
conservação, há o dever de administração pelo depositário. Também na penhora de frutos e
rendimentos de bens móveis ou imóveis (v. n. 8.10.4, 8.10.8, 8.10.9 e 11.3) põe-se a figura do
administrador (art. 868).
Como consequência do alargamento dos deveres, nessas hipóteses, os poderes do depositário
são mais amplos, atingindo a gestão do bem. Daí a escolha do depositário ser então cercada de
ainda maiores cuidados (participação ampla das partes, no art. 862; preferência pela designação
de um dos diretores da empresa, no art. 863 etc.).
9.1.5.7. Responsabilidade pela atuação de prepostos
Diante da complexidade da administração, pode ser preciso que o depositário contrate
prepostos que o auxiliem. Se os prepostos forem contratados sem a autorização do juiz, o
depositário será responsável pela escolha das pessoas contratadas e fiscalização da atuação delas.
Responderá por culpa in eligendo e culpa in vigilando, caso os prepostos atuem indevidamente e
causem danos. Já se a contratação for expressamente autorizada pelo juiz (art. 160, parágrafo
único), o depositário será responsável apenas pela fiscalização da atuação do preposto.
Responderá pelos danos que o preposto cause apenas em virtude de culpa in vigilando.
9.1.5.8. Necessidade de assunção expressa do encargo
Mas uma pessoa só se submeterá a todos esses deveres e suas sanções se expressamente
assumir o encargo de depositário. Tal orientação, também aqui preconizada desde a primeira
edição, está explicitada no enunciado n. 304 da Súmula do STJ – a qual está superada no ponto em
que alude à prisão civil, mas permanece válida no que tange à indicação de que ninguém responde
pelos deveres de depositário se não houver assumido expressamente tal encargo. Em coerência
com esse entendimento, o STJ editou ainda o enunciado de Súmula n. 319, segundo o qual a pessoa
pode expressamente recusar o encargo de depositário dos bens – hipótese em que caberá ao juiz
escolher outra pessoa para assumir essa função.
A falta de formalização do depósito, embora não torne absolutamente nula a penhora (v. n.
8.6.2, acima), impede a imposição dos deveres e penas relativas ao depositário. Daí a relevância da
adequada lavratura de termo de depósito. Quando o executado ficar como depositário, o termo de
depósito pode até constar no mesmo documento em que se estabeleça o termo ou auto de penhora,
se ambas as providências realizarem-se no mesmo dia (art. 839). Mas note-se: enquanto a
intimação da penhora pode fazer-se na pessoa do advogado do devedor (ou à sociedade de
advogados a que pertença), a intimação do depósito tem de ser feita junto ao próprio executado
(ou um procurador com poderes específicos para assumir a condição de depositário), caso se
pretenda que ele fique como depositário. Será indispensável a expressa advertência ao depositário
de seus direitos e deveres.
9.1.6. Direitos do depositário
O depositário receberá remuneração por seu trabalho. Para o depositário público,
normalmente o valor é objeto da tabela oficial de custas e emolumentos. Quando particular o
depositário, o juiz fixará o valor desta verba, atendendo à “situação dos bens, ao tempo do serviço
e às dificuldades de sua execução” (art. 160).
Quando o próprio executado ficar como depositário dos bens, entende-se que ele não tem
direito à remuneração – até porque o depósito dos bens em suas mãos já é tido como um benefício
que se lhe confere. Em ordenamentos de outros países, diferentemente do nosso, é expressamente
excluída a remuneração do devedor depositário.
O depositário perde o direito de ser remunerado se, culposa ou dolosamente, causar danos às
partes, no exercício de sua função (art. 161).
O depositário fará jus ao ressarcimento das despesas que tiver no exercício dos encargos –
direito este que não se perde, ainda na hipótese de causar danos às partes (art. 161).
Quando necessário, tanto a remuneração quanto os reembolsos ser-lhe-ão adiantados pelo
credor, que se ressarcirá desses valores, junto ao devedor, na própria execução.
9.2. Avaliação dos bens penhorados
9.2.1. Conceito
A avaliação é ato preparatório da expropriação, consistente em perícia ou aferição objetiva
pela qual se define o valor dos bens penhorados.
9.2.2. Competência para avaliação
Em regra, a avaliação será feita pelo oficial de justiça, já no momento em que procede à
penhora dos bens (arts. 829, § 1º, e 870). Entre as atribuições do oficial de justiça, no rol do art. 154,
está expressamente prevista a efetivação de avaliações, quando for o caso (inc. V). A intervenção
de umperito avaliador fica restrita aos casos em que forem necessários conhecimentos
especializados (art. 870, parágrafo único).
A atribuição da tarefa de avaliar ao oficial de justiça foi sendo progressivamente adotada no
ordenamento brasileiro, a partir de uma primeira experiência no processo de execução fiscal, na
Lei 6.830/1980. Mas essa sistemática foi alvo de críticas e gerou controvérsias. Por um lado,
afirmava-se que o oficial de justiça não deteria necessariamente o preparo específico e o
conhecimento necessário para essa função. Por outro, ponderava-se que, avaliando-se o bem no
início do processo executivo, no momento da penhora, seria grande o risco de que, no momento da
alienação judicial, a avaliação já estivesse muito defasada (a ponto de nem ser possível mera
correção monetária do valor nela encontrado), em vista do longo período decorrido, especialmente
quando houvesse embargos que suspendessem a execução.
Preliminarmente pondere-se que essa discussão só tem sentido nos órgãos judiciários em que
as funções de oficial de justiça e de avaliador são atribuídas a cargos diferentes. Na Justiça Federal,
por exemplo, as duas funções de oficial de justiça e avaliador são institucionalmente imputadas a
um mesmo cargo.
De todo modo, contra o primeiro argumento, cabe observar que o art. 870, par. ún.,
expressamente exclui a avaliação pelo oficial de justiça quando ela depender de conhecimentos
especializados e o valor da execução comportar o custo da remuneração de perito avaliador.
Contra o segundo argumento, há a circunstância de que no sistema vigente os embargos à
execução não têm necessariamente efeito suspensivo – o que tende a diminuir o risco de a
avaliação estar defasada no momento da alienação judicial.
De todo modo, havendo defasagem da avaliação, a nova avaliação será realizada pelo
avaliador, e não pelo oficial de justiça. O mesmo pode ser dito para os casos em que o juiz acolhe
impugnação formulada por qualquer das partes contra a avaliação feita pelo oficial de justiça. Em
suma, a avaliação pelo oficial de justiça apenas se justifica em termos práticos quando realizada
juntamente com o ato de penhora. Quando efetivada em outro momento, não há razão para deixar
de ser feita pelo avaliador (isso, repita-se, nos órgãos judiciários em que exista o cargo autônomo
de avaliador, não conjugado com o de oficial de justiça).
9.2.3. Dispensa de avaliação
Dispensa-se a avaliação, seja por oficial de justiça, seja por avaliador:
(a) se uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra (art. 871, I). Tal regra comporta
exceções: embora inexista disputa acerca da correção da estimativa feita pelo credor ou pelo
devedor, pode ser necessária avaliação, por ter ficado defasado o valor anteriormente atribuído ao
bem. Por vezes, já se passou muito tempo desde a estimativa da parte (a execução pode ter ficado
suspensa, por exemplo, em virtude dos embargos) e o valor lá indicado já não corresponde mais ao
real. O princípio do menor sacrifício (art. 805) terá de ser tomado em conta, procedendo-se à
avaliação. Além disso a avaliação também poderá ser necessária quando houver fundada dúvida
do juiz a respeito do real valor do bem (art. 871, parágrafo único);
(b) se o bem penhorado tiver cotação oficial ou em bolsa (título, mercadoria ou ação de
sociedade cotada ou negociada em bolsa; título da dívida pública etc.) – hipótese em que se tomará
em conta o valor da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial
(arts. 871, II e III, e 886, parágrafo único);
(c) quando se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado
possa ser apurado através de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda
divulgados em meios de comunicação (art. 871, IV). Nesse caso, quem fizer a nomeação ficará
incumbido de comprovar a cotação do mercado.
A rigor, no segundo e terceiro casos, haverá avaliação, no sentido de ser objetivamente
atribuído um valor ao bem penhorado: apenas, a definição de valor dos bens não dependerá de
providências próprias e específicas, bastando adotar um valor já fornecido.
9.2.4. Forma e conteúdo da avaliação
Quando feita pelo oficial de justiça, por ocasião da penhora, a avaliação integrará o auto de
penhora (art. 872, primeira parte). Nos casos em que se exija a intervenção de perito ou avaliador,
o resultado do seu trabalho será formalizado em laudo, que deverá ser entregue no prazo fixado
pelo juiz (art. 872, segunda parte). Quando tal laudo faz-se necessário logo no início do processo,
por faltar ao oficial de justiça o conhecimento especializado para a avalição, o juiz assinará ao
avaliador prazo não superior a dez dias (art. 870, par. ún.).
Em qualquer das hipóteses, deverão ser observados os seguintes requisitos:
(a) descrição suficiente dos bens (art. 872, I);
(b) indicação do valor dos bens (art. 872, II);
(c) indicação precisa dos critérios da avaliação: o laudo tem de estar fundamentado, até para
que seja possível o controle de sua correção pelo juiz e as partes (CF, art. 5.º, LIV e LV);
(d) quando imóvel, apresentação de memorial descritivo com a avaliação por partes do bem e
sugestão de possíveis desmembramentos (art. 872, § 1.º) – providência que se destina a permitir
posterior alienação parcial do bem (art. 894), que pode trazer mais vantagens para o credor e o
devedor (facilitando-se a alienação; obtendo-se melhor preço; tornando-se possível o
encerramento da arrematação assim que conseguido montante suficiente para a satisfação do
crédito, incluídas as despesas da execução etc.);
(e) por idênticas razões, se há vários bens penhorados, tem de haver avaliação individualizada
de cada um deles, para que possam ser expropriados separadamente, conforme determina o art.
899 (v. adiante o n. 10.7, letra b 10.3.5.4).
9.2.5. Devido processo
O resultado da avaliação é passível de controle, mediante contraditório entre as partes. As
partes devem ser ouvidas no prazo de cinco dias (art. 872, § 2.º), inclusive para que possam
apontar “erro ou dolo do avaliador”, que é motivo de refazimento da avaliação (art. 873, I). Se for
acolhida a impugnação à avaliação feita pelo oficial de justiça, surgindo a necessidade de nova
avaliação, dela será incumbido um perito avaliador.
A decisão do juiz que aprovar o laudo avaliatório ou mandar repeti-lo deverá ser
fundamentada (CF, art. 93, IX; CPC/2015, arts. 11 e 489, § 1º) e será passível de agravo de
instrumento (arts. 203, § 2.º, e 1.015, par. ún.).
9.2.6. Hipóteses de repetição da avaliação
A avaliação será refeita:
(a) quando houver erro ou dolo do avaliador (art. 873, I);
(b) se houver majoração ou diminuição do valor do bem (art. 873, II);
(c) se houver dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliação (art. 873, III). Nessa
hipótese, aplicam-se à nova avaliação as mesmas regras atinentes à realização de nova perícia,
previstas no art. 480 (art. 873, parágrafo único).
9.2.7. Efeitos da avaliação
A avaliação produz os seguintes efeitos:
(a) fixa os parâmetros econômicos da expropriação (arts. 886, II, e 891) – tanto que, finalizado o
procedimento avaliatório e feitas as eventuais alterações da penhora, o juiz dará início aos atos
expropriatórios (art. 875), mandando publicar os editais, se for o caso;
(b) pode acarretar alteração da penhora (art. 874 – v. n. 8.8, acima).
9.3. Alienação antecipada dos bens penhorados
Excepcionalmente, é possível que a alienação judicial dos bens se dê antes do momento
oportuno na fase final da execução. O art. 852 autoriza esta providência quando:
(a) se tratar de veículos automotores de pedras e metais preciosos e de outros bens móveis
sujeitos a deterioração ou depreciação;
(b) houver manifesta vantagem (exemplos: mercado propício; bem em momento oportuno para
venda etc.).
Têm legitimidade para pleiteá-la o credor, o devedor e o depositário, mediante requerimentomotivado.
Para decidir, o juiz terá de ponderar os princípios da máxima utilidade da execução e do menor
sacrifício do devedor. Antes, observará o contraditório, ouvindo o adversário de quem requereu a
providência ou ambas as partes, se quem a pleiteou foi terceiro depositário, no prazo de três dias,
decidindo de plano as questões suscitadas (art. 853). A decisão deverá ser fundamentada (CF, art.
93, IX; CPC/2015, arts. 11 e 489, § 1º) e contra ela caberá agravo de instrumento (arts. 203, § 2.º, e
1.015, par. ún.).
A alienação antecipada tem natureza executiva: é antecipação da expropriação, tendo a mesma
natureza desta. É medida urgente. Mas o fato de ter também certo caráter preventivo não a faz
cautelar: sua precípua função consistirá na alienação executiva do bem, com a obtenção de
dinheiro para satisfação do crédito – típica finalidade executiva. Trata-se de antecipação parcial da
tutela executiva.3
O dinheiro obtido com a alienação não será entregue ao credor, mas só depositado. Haverá
assim substituição da penhora, que antes atingia o bem vendido e, a partir de então, recairá sobre
o dinheiro obtido. A satisfação do credor ocorrerá apenas quando não penderem embargos à
execução com efeito suspensivo.
Quadro Sinótico
Depósito dos bens penhorados
Conceito e natureza
• Ato integrante da penhora
• Natureza executiva
jurídica • Nova relação jurídica
• Longa manus do juiz
Definição do depositário
• Depósito de dinheiro, pedras e metais preciosos (preferência aos
bancos públicos)
• Depósito de imóveis rurais e outros bens e direitos vinculados à
atividade agrícola
• Depósito de outros bens
Condição jurídica da
parte, quando depositária • Parte e longa manus do juiz
A situação possessória
Deveres do depositário
• Guarda e conservação
• Demanda ressarcitória dos danos do bem depositado
• Entrega do bem – as sanções ao depositário infiel
• Noticiar deterioração da coisa, esbulho, turbação, ameaça
• Receber frutos e rendimentos pelo juízo (prestação de contas)
• Ampliação dos deveres nas modalidades especiais de penhora (dever
de administração)
• Responsabilidade pela atuação de prepostos
• Necessidade de assunção expressa do encargo
Direitos do depositário
• Remuneração
• Ressarcimento
Avaliação dos bens penhorados
Conceito • Ato preparatório da expropriação
Competência para
avaliação
• Oficial de justiça
• Perito avaliador
Dispensa de avaliação
• Aceitação pela parte
• Cotação oficial ou em bolsa
• Veículos automotores
• Preço médio apurável em pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou
de anúncios de venda
Forma e conteúdo da avaliação
Devido processo
• Contraditório entre as partes (prazo de cinco dias)
• Fundamentação
• Agravo de instrumento
Hipóteses de repetição
da avaliação
• Erro ou dolo do avaliador
• Majoração ou diminuição do valor do bem
• Dúvida sobre o valor atribuído ao bem
Efeitos da avaliação
• Fixação dos parâmetros econômicos da expropriação
• Possível alteração da penhora
Alienação antecipada de
bens penhorados
• Cabimento
• Procedimento
• Natureza
Doutrina Complementar
• Araken de Assis (Manual..., 18. ed., p. 943) escreve o seguinte sobre o depósito: “Em
consequência, há uma relação jurídica autônoma, disciplinando um dos elementos da penhora,
tornada flagrante quando o executado assume o encargo. Ele passa a desempenhar,
simultaneamente, os inconfundíveis papéis de sujeito da relação processual executiva e de
depositário dos bens sujeitos à técnica expropriatória. Mais que um vínculo exclusivo do processo,
o depósito configura negócio jurídico entre o Estado e o depositário, sendo que o último obtém, em
seguida à apreensão da res pignorata, posse imediata da coisa. Daí a legitimidade no emprego dos
interditos possessórios pelo depositário, os poderes de conservação e, modernamente, os de
administração do bem”. Acerca da alienação antecipada de bens penhorados, afirma (p. 1.019)
tratar-se de “antecipação do ato executivo, (...) que (...) visa, fundamentalmente, evitar mal de
difícil reparação ulterior (a deterioração e perda do bem, a diminuição do preço). Essa
circunstância outorga à alienação conteúdo cautelar (...). O tênue elemento cautelar em nada
altera, portanto, a natureza da alienação antecipada, que compartilha a essência e os efeitos da
alienação forçada opportuno tempore. Como nesta, o produto da alienação pertence ao devedor. A
entrega do produto ao exequente (art. 904, I) dependerá dos ulteriores trâmites da demanda
executória”. Sobre a avaliação (p. 1.051), ensina: “A tarefa de estipular o valor corrente dos bens
penhorados constitui tema probatório. Aliás, o art. 464, caput, deixa claro que a perícia, meio de
prova que permite ao órgão judicial adquirir conhecimento científico, técnico, artístico ou prático
necessário à resolução de questões de fato, consiste em exame, vistoria ou avaliação. Embora esse
meio de prova apresente disciplina própria na execução, tornando à remissão às regras gerais da
perícia controvertida em mais de um aspecto, a avaliação ministra prova do valor do bem
penhorado em moeda. E o órgão judiciário emprega especialista, além do oficial de justiça (art.
154, V), chamado de avaliador no art. 870, parágrafo único, porque não possui conhecimentos
especializados suficientes para aquilatar o valor do bem; por exemplo, o valor de mercado de joias
e pedras preciosas, obras de arte e outros adornos suntuosos, ou seja, bens domésticos de elevado
valor e excedentes às necessidades usuais do médio padrão de vida (v.g., art. 833, II, c/c art. 2.º,
caput, da Lei 8.009/1990)”.
• Daniel Amorim Assumpção Neves (Novo Código..., p. 1.337) comenta que o art. 840 do CPC
“prevê uma ordem preferencial do sujeito ou entidade que deve figurar como depositário do bem.
A regra é de que o bem penhorado fique depositado em poder de um terceiro, que não tenha
interesse na demanda, sendo nesses termos extremamente importante a atuação do depositário
judicial, serventuário da Justiça que tem como função zelar pela integridade do bem penhorado.
Nos termos do inciso II do artigo ora comentado: os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e
os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos serão depositados em poder do depositário judicial.
Além dele, é possível a indicação de um terceiro que funcione como auxiliar eventual do juízo,
medida interessante em especial quando o depósito não se exaure na simples guarda do bem
penhorado, mas também em sua administração, como ocorre com bens economicamente
produtivos (STJ, 4ª Turma, REsp 1.117.644/MS, rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 16/09/2014, DJe
07/10/2014). Excepcionalmente, entretanto, tanto o exequente como o executado poderão
funcionar como depositário do bem, desde que com isso não se coloque em risco a integridade –
física e jurídica – do bem penhora e não haja prejuízo à execução”. Afirma o autor que (p. 1.338):
“Nos termos do inciso III, ficará como depositário o executado no caso de a penhora recair sobre
bens imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, utensílios e
instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, desde que seja prestada caução idônea.
Caso o executado não ofereça a caução, acredito que o bem fique em poder do depositário judicial.
Também ficará o executado como depositário na hipótese de bens de difícil remoção ou quando
concordar o exequente, quando não será exigida prestação de caução. O Superior Tribunal de
Justiça entende que, além das hipóteses previstas em lei, o executado pode ser o depositário de
bem quando a remoção do bem penhorado puder lhe causar evidentes prejuízos (STJ, 4ª Turma,
AgRg no AREsp 167.209/MT, rel. Min. Marco Buzzi, j. 07/04/2015, DJe 17/04/2015; STJ, 3ª Turma,
REsp 1.304.196/SP, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 10/06/2014, DJe 18/06/2014)”.
• Humberto Theodoro Júnior (Curso..., 47. ed., vol.3, p. 539): “após a avaliação, a execução
forçada não pode prosseguir sem que as partes tomem conhecimento do laudo e tenham
oportunidade de impugná-lo, se houver motivo para tanto. (...) Em regra não se repete a avaliação,
seja aquela feita pelo oficial de justiça, seja a do perito, ou mesmo a do executado, se não
impugnada tempestivamente pelo exequente. O art. 873 do NCPC arrola três situações em que se
admite nova avaliação dos bens penhorados, que são as seguintes: (a) quando,
fundamentadamente, se arguir a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador (inciso I);
(b) quando, posteriormente à avaliação, se verificar que houve majoração ou diminuição no valor
do bem (inciso II); ou (c) quando houver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem pelo
executado (inciso III)”. E, mais adiante, conclui (p. 541): “É da eventual acolhida da impugnação à
avaliação ou à estimativa do executado (art. 873) que podem advir as modificações da penhora
previstas no art. 874, ou seja, a redução, ampliação ou renovação da penhora. Resolvidas as
eventuais impugnações à avaliação, bem como realizadas as modificações de penhora, se for o
caso, estará a execução em condições de passar à expropriação executiva, em que se vai promover
a adjudicação ou outra das modalidades de alienação forçada previstas no art. 879 para os bens
penhorados”.
• José Carlos Barbosa Moreira (O novo..., 29. ed., p. 251), sobre o refazimento da avaliação,
observa que “outra hipótese em que a lei prevê a repetição (art. 683, n. II, sempre naquela
redação) [art. 873 do CPC/2015] é a de verificar-se, depois da avaliação, que ‘houve majoração ou
diminuição no valor do bem’. De novo, com remissão expressa, de discutível propriedade, ao art.
668, parágrafo único, inciso V [art. 847, § 1.º, V, do CPC/2015] (relativo, como já se observou, ao caso
de requerer o executado a substituição do bem penhorado), acrescenta o inciso III do art. 683 [art.
873, III, do CPC/2015] (...) que se admite nova avaliação quando ‘houver fundada dúvida sobre o
valor atribuído ao bem’ [‘o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira
avaliação’]”.
• Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery (Código..., 16. ed., p. 1.845) anotam o
seguinte: “É espécie de depósito não voluntário. O depósito judicial, de onde vem a figura do
depositário judicial, que é auxiliar do juiz (CPC 149), tem lugar todas as vezes em que é necessária
a nomeação de responsável para a guarda e conservação de bens penhorados, arrestados,
sequestrados ou arrecadados. O juiz, no exercício do poder diretor do processo, pode impor ao
depositário judicial, nos mesmos autos onde se deu o depósito, a prisão civil, independentemente
da propositura de ação de depósito”.
• Ovídio A. Baptista da Silva (Curso..., 5. ed., vol. 2, p. 96) afirma que “se, uma vez efetivada a
penhora, o encargo de depositário for confiado ao próprio executado, assumirá ele uma dupla
função, perante o processo executório. Enquanto proprietário e possuidor mediato do bem
penhorado, terá direitos e encargos processuais peculiares a essa posição jurídica de sujeito
passivo da relação executória; enquanto depositário, como qualquer outro depositário, não poderá
usá-lo em benefício próprio, senão quando expressamente autorizado pelo juiz, ou nos casos em
que a utilização periódica do bem confiado à sua guarda seja indispensável à sua própria
conservação. Exemplo típico desta espécie é o caso da penhora de um veículo automotor, cujo
funcionamento, a intervalos regulares, seja indispensável para que o mesmo não se danifique pelo
desuso prolongado”.
• Rodolfo da Costa Mansa Real Amadeo (Breves..., 2. ed., p. 2.039) comenta que: “O art. 852 do
Novo CPC praticamente reproduz a norma antes contida no art. 670 do CPC/1973, mas traz duas
relevantes alterações. A primeira consiste na supressão da expressão ‘quando uma das partes
requerer a alienação antecipada dos bens penhorados’ e na substituição do verbo ‘autorizará’ por
‘determinará’, o que dá ensejo à interpretação de que, no novo regime, o órgão judicial que preside
a execução pode determinar a alienação antecipada dos bens penhorados de ofício, desde que dê
às partes a oportunidade de se manifestarem sobre tal medida à luz do disposto no art. 10. A
segunda alteração refere-se à inclusão expressa dos ‘veículos automotores’ e das ‘pedras e metais
preciosos’ na hipótese do inc. I que trata de bens móveis sujeitos a depreciação ou deterioração.
Quanto aos veículos automotores, de fato, há sério risco de deterioração ou, ao menos, de sua
depreciação ao longo do processo executivo, principalmente se continuarem ‘depositados’ em
poder do executado (art. 840, § 2.º). Por exemplo, um automóvel modelo 2016, ainda que esteja em
perfeito estado de conservação, tem seu valor sensivelmente diminuído se for alienado dois ou três
anos depois. Já quanto às pedras e aos metais preciosos, a situação não é de deterioração ou de
depreciação. Pode haver, obviamente, variação em seu preço, mas não haverá sua inevitável
depreciação, como no caso do automóvel. Também não se pode – físico-quimicamente – admitir
que um diamante ou uma barra de ouro irão se ‘deteriorar’ ao longo do processo executivo, por
mais tempo que o processo judicial possa demorar. A justificativa para se permitir a alienação
antecipada desses bens é a sua liquidez praticamente imediata e o alto custo de seu depósito,
realizado, em regra, em bancos e instituições de crédito (art. 840, I). A alienação antecipada será
realizada em uma das formas previstas no art. 879 e seu resultado será depositado em conta
judicial, aguardando o momento processual em que o exequente – ou outro credor, no caso do
concurso (art. 908) – possa levantá-lo”.
• Rodrigo Mazzei e Sarah Merçon-Vargas (Comentários ao novo..., 2. ed., p. 1.201) quanto à
ordem preferencial de bens penhoráveis, explicam que: “O dispositivo estabelece ordem
preferencial dos bens do executado a serem penhorados na execução. A ordem preferencial deve
seguir bússola que preserve a efetividade da execução, sendo norteada – em especial – pelo exame
de liquidez dos bens, levando-se em conta ainda a (menor) onerosidade de impacto na esfera
jurídica do executado (art. 805). Por tal passo, o entendimento previsto na Súmula 417 do STJ, no
sentido de que na execução civil a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não possui
caráter absoluto, deve ser recepcionado também no Código de Processo Civil de 2015. Todavia, há
de ficar demonstrado que o bem a ser penhorado – no lugar do dinheiro – possui liquidez, sendo
adequado para garantir a execução, não bastando, pois, a alegação solteira de menor onerosidade
em prol do executado (STJ, AgRg no REsp 1229390/SP). Tanto assim que o art. 668 da codificação de
1973 (com melhor redação no NCPC, art. 847) indica que o pedido de substituição do bem, por
parte do executado, deve demonstrar que a medida será menor onerosa, mas que não causará
prejuízo ao exequente. (...) Na comparação com o Código revogado, houve (i) a inclusão de duas
espécies de bens – semoventes, passíveis de movimento próprio, tal como os animais de rebanho
(inciso VIII) e direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária
em garantia (inciso XII); (ii) alteração da ordem preferencial de penhora de alguns bens; e (iii)
inclusão das regras dos §§ 1.º e 2.º. Além disso, a norma que constava do § 2.º do art. 655 do Código
revogado passou a constar do art. 842 deste Código. A inclusão dessas duas novas espécies de bens
penhoráveis no rol preferencial não pode ser considerada em si uma inovação, já que esse rol era
– e continua sendo – meramente exemplificativo, a teor do disposto no inciso XIII (outros direitos).
De qualquer forma, a referência expressa a tais direitos é bem-vinda para que não reste dúvida
sobre a possibilidade de virem a ser constritos para a satisfação da execução. A nova ordem
preferencial debens penhoráveis traz em destaque os títulos da dívida pública e os títulos e
valores mobiliários com cotação no mercado, que subiram no rol e, por sua alta liquidez, figuram
atrás somente de dinheiro. Além disso, os bens imóveis passam a ter preferência em relação aos
móveis”.
Enunciados do FPPC
N.º 19. (art. 190) São admissíveis os seguintes negócios processuais, dentre outros: pacto de
impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natureza, acordo de
rateio de despesas processuais, dispensa consensual de assistente técnico, acordo para retirar o
efeito suspensivo de recurso, acordo para não promover execução provisória; pacto de mediação
ou conciliação extrajudicial prévia obrigatória, inclusive com a correlata previsão de exclusão da
audiência de conciliação ou de mediação prevista no art. 334; pacto de exclusão contratual da
audiência de conciliação ou de mediação prevista no art. 334; pacto de disponibilização prévia de
documentação (pacto de disclosure), inclusive com estipulação de sanção negocial, sem prejuízo de
medidas coercitivas, mandamentais, sub-rogatórias ou indutivas; previsão de meios alternativos
de comunicação das partes entre si; acordo de produção antecipada de prova; a escolha consensual
de depositário-administrador no caso do art. 866; convenção que permita a presença da parte
contrária no decorrer da colheita de depoimento pessoal.
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Professor Humberto Theodoro Júnior, coord. Ernane Fidélis dos Santos e outros, São Paulo, RT,
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Professor Humberto Theodoro Júnior, coord. Ernane Fidélis dos Santos e outros, São Paulo, RT,
2007; Vicente Greco Filho, Direito processual civil brasileiro, 10. ed., São Paulo, Saraiva, 1995, vol. 3;
© desta edição [2017]
2007; Vicente Greco Filho, Direito processual civil brasileiro, 10. ed., São Paulo, Saraiva, 1995, vol. 3;
Wilard de Castro Villar, Processo de execução, São Paulo, RT, 1975.
FOOTNOTES
1
. Porém, conforme o § 1.º do art. 1.046, as ações especiais de depósito que estiverem em curso por ocasião
do início de vigência do CPC/2015, desde que ainda não sentenciadas, prosseguirão observando o
regramento específico do CPC/1973.
2
. Sobre o tema, veja-se Eduardo Talamini, Prisão civil e penal e “execução indireta”, na RePro 92/40, e
Ainda sobre a prisão como “execução indireta”: a criminalização da desobediência a ordens judiciais, em
Processo de execução (org. Sergio Shimura e Teresa A. Alvim), São Paulo, RT, 2001, p. 280-282. Em ambos,
desde meados dos anos 1990, apontávamos a impossibilidade de prisão civil do depositário infiel, bem
como de qualquer outra prisão não penal senão a daquele que descumpre ordem judicial de pagamento
de alimentos.
3
Sobre o tema, v. Eduardo Talamini, “Tutela urgente na execução”, em Tutelas de urgência e cautelares:
estudos em homenagem a OvídioAraújo Baptista da Silva (org. Donaldo Armelin), São Paulo, Saraiva,
2010, n. 6.

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