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Direitos humanos - Resumo aula 7

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Direitos Humanos - Aula 7 
Os direitos fundamentais e suas garantias constitucionais
Direito de petição e direito de certidões
São a todos assegurados, independente do pagamento de taxas:
O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
A obtenção de certidões em repartição públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesses pessoais.
O direito de petição tem suas raízes no Bill of Rigths, de 1689. Atuando como um verdadeiro writ, o direito de petição visa evitar demandas judiciais desnecessárias. Pode ser usada por qualquer pessoa física ou jurídica, por grupo de indivíduos, e até mesmo por estrangeiros. Mas não pode ser usado por forças militares, o que não impede, por outro lado, seu uso por militares individualmente, respeitados os princípios constitucionais da disciplina e da hierarquia. Destarte, o direito de petição pode ser feito em nome próprio ou em nome da coletividade (lembre-se que o direito de petição foi incluído no rol dos direitos coletivos).
Muito embora a Constituição Federal não tenha positivado o dever de resposta (as Constituições de alguns países o fazem expressamente tais como a Colômbia, Venezuela e Equador), o direito de petição não é destituído de eficácia, uma vez que a lei 9051/95 estabelece o prazo de 15 dias para resposta, suprimindo assim a falta de sanção por parte da Constituição.
Na lição de José Afonso da Silva, a falta de resposta ou pronunciamento da autoridade pode suscitar a impetração do mandado de segurança, tanto na hipótese de recusa, como também na de omissão, sendo necessário, entretanto, que fique bem explicitado que o peticionário estava invocando o artigo 5º, XXXIV, alínea a da Constituição. Entretanto, para alguns autores, como Michel Temer, o direito de petição carece de meios de compulsão para o seu atendimento, daí a sua utilização no cotidiano. 
O direito a certidões concorre para o efetivo exercício da cidadania, posto que obriga as repartições públicas a expedirem certidões que serão usadas para defesa de direitos, ou então para esclarecer situações de interesse pessoal. 
Finalmente, cumpre destacar que a isenção do pagamento de taxas, em ambos institutos, não se confunde com gratuidade, já que podem ser cobrados emolumentos, custas ou honorários. Em outras palavras, muito embora gratuidade pressuponha isenção de taxas, a recíproca não é verdadeira: a isenção de taxas não pressupõe gratuidade.
Afinal, o que é grátis? Com todo rigor, institutos genuinamente gratuitos são os incisos LXXIV (assistência integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos) , LXXVI (o registro civil e a certidão de óbito para os reconhecidamente pobres na forma da lei) e LXXVII (as ações de habeas corpus e habeas data bem como os atos necessários ao exercício da cidadania na forma da lei).
Habeas corpus 
 Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofre ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação na sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
 	Em exegese literal da expressão, habeas corpus significa tomes o corpo do detido e venhas submeter ao tribunal o homem e o caso. Esse remédio constitucional visa garantir o direito de ir e vir, incluindo-se a liberdade de fixar residência. È a própria Constituição que prevê liberdade de locomoção no território nacional em tempos de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens – inciso XV do art. 5º.
Para legitimar o habeas corpus, a liberdade de locomoção deve estar sendo ameaçada ou tolhida de maneira ilegal ou abuso de poder, não sendo válido o writ em caso de prisão legal. A prisão será legal quando operada em flagrante delito ou por mandado de prisão assinado por autoridade judiciária competente, salvo os casos de transgressão militar ou crime propriamente militar. A Constituição de 1988 não revogou a vedação de habeas corpus em transgressões disciplinares da Constituição antecedente, bem como não admite o referido writ em punições disciplinares militares.
Cabe habeas corpus contra ato ilegal ou abuso de poder de autoridade pública, sendo porém, admitido (na divergência doutrinária) contra atos de particulares quando evidente o constrangimento ilegal, como por exemplo, o diretor de casa de saúde mental em nítida intervenção forçada de pessoa. Assim sendo, o habeas corpus é o instrumento adequado para protegar a liberdade ambulatorial. O ato será ilegal quando extrapolar os limites da lei e será abusivo quando desviar de sua finalidade, embora autorizado por lei. O abuso de poder só pode ser cometido por autoridade pública. 
Mandado de segurança
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. O mandado de segurança é disciplinado pela lei 12.016, de 7 de agosto de 2009 e em diversas súmulas do STF (101, 248, 266/272, 294, 299, 304, 319, 330, 392, 405, 429, 430, 433, 474, 506 e 510).
Mandado de injunção
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Habeas data
Conceder-se-á habeas data:
Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo..
Não é lícito pleitear habeas data de terceiros, somente há legitimidade quando se trata de dados pessoais do impetrante. Tal hipótese pode ser materializada mediante aplicação do inciso XXXIII que autoriza a todos pleitear informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral. E é exatamente esta diferença que autoriza a alegação de sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado diante do inciso XXXIII, mas não a autoriza mediante o habeas data. Assim, não se pode alegar qualquer motivo quando se tratar de habeas data uma vez que tal instrumento versa apenas sobre dados absolutamente pessoais. Ademais, vale alertar que o habeas data é cabível contra as instituições de cadastramento pessoal para controle ou proteção do crédito.
O habeas data também não se confunde com o direito de obter certidões em repartições públicas previsto no inciso XXXIV,b. Este último dispositivo constitucional pressupõe a necessidade de informações para a defesa de direitos ou então para esclarecimento de situação de interesse pessoal. Observe, com atenção, que o mesmo não ocorre com o habeas data em que o impetrante não necessita demonstrar qualquer motivo para a solicitação de seus dados pessoais, bastando apenas a sua vontade de conhecer ou retificar tais dados constantes nos registros públicos. 
	Segundo a Súmula 2 do STJ, não cabe habeas data se a entidade estatal não recusou entregar as informações ou retificar os dados, sendo, portanto, necessário pedido prévio junto ao ente estatal. No mesmo sentido decidiu o Plenário do SF ao reconhecer que a prova do anterior indeferimento ao pedido de informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-los, constitui requisito indispensável para que se concretize o interesse de agir no habeas data. Na inexistência de situação prévia resistida, há carência de ação constitucional do habeas data. 
Sem embargo da jurisprudência de nossos tribunais, é importante salientar que a doutrina entende que a impetração do habeas dtaa não se subordina ao esgotamento dos recursos administrativos eventualmente cabíveis. Nesse diapasão, Alexandre de Moraes alerta que o art. 8º § único da lei nº 9507/97 deve ser interpretado conforme a Cosntituição, no sentido de não se exigirsempre a prova da recusa, mas tão-só quando o impetrante, primeiramente, optou pelo acesso às instancias administrativas (Moraes: 148). De qualquer maneira, o fato é que parte da doutrina entende que o habeas data é uma das exceções ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 5º XXXV). A outra exceção a tal princípio é a justiça desportiva (artigo 217 § 1º).
Ação Popular
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência

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