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Ciência grega: Os pré-socráticos, Sócrates e os sofistas Prof. Jonathan Melo Apresentação geral Filósofos anteriores a Sócrates Poucas informações registradas, basicamente doxografia (sínteses do pensamento realizadas por autores outros) e fragmentos (citações de passagens) Basicamente duas escolas Escola jônica: caracteriza-se sobretudo pelo interesse pela physis, pelas teorias sobre a natureza (Heráclito) Escola italiana: caracteriza-se por uma visão mais abstrata, prenunciando o surgimento da lógica e metafísica (Parmênides) Segunda fase do pensamento pré-socrático ( fase pluralista) A escola jônica Tales de Mileto – Primeiro filósofo Modo de explicar a realidade natural a partir dela mesma (sem referência ao sobrenatural) Doutrina de caráter crítico, admitindo e estimulando que os discípulos adotassem outros pontos de vista Anaximandro – Sucessor de Tales Propõe a noção de arqué (elemento presente em todas as coisas – princípio da natureza) Destacou-se pelo esforço em uma nova direção, mais abstrata e genérica do mundo real (matéria) Anaxímenes – Provável discípulo de Anaximandro O ar como arque (incorpóreo e em toda parte), tentativa de explicação abstrata da realidade física Xenófanes – talvez mestre de Parmênides Defendeu a ideia de Deus único que se identifica com a própria natureza Terra como elemento primordial (de onde tudo se origina) As escolas italianas Pitágoras e o pitagorismo Representa a permanência de elementos míticos e religiosos no pensamento filosófico Doutrina segundo a qual o número é o elemento básico explicativo da realidade Pode-se constatar uma proporção em todo o cosmo, o que explicaria a harmonia e o equilíbrio da realidade A escola eleática ( Parmênides) Segunda fase do pensamento pré- socrático Anaxágoras Concebeu a realidade como composta de uma multiplicidade infinita de elementos a que denomina de homeomerias As homeomerias seriam as sementes que dão origem à realidade em sua pluralidade de manifestações Empédocles Doutrina dos 4 elementos (tudo que existe é composto por fogo, água, terra e ar) Procurou sintetizar as doutrinas dos pensadores anteriores sobre os elementos primordiais A escola atomista Demócrito Doutrina atomista – sustenta que a realidade consiste em átomos e no vazio, os átomos se atraindo e se repelindo, e gerando com isso os fenômenos naturais e o movimento Atração e repulsão devem-se às formas geométricas (átomos semelhantes se atraem e diferentes se repelem) Átomos são imperceptíveis e existem em número infinito Átomo como o elemento primordial Monismo (Parmênides) X mobilismo (Heráclito) Heráclito – O obscuro Mobilismo – A realidade natural se caracteriza pelo movimento, todas as coisas estando em fluxo (relativista) Noção de Logos como central (unidade que constitui a melhor explicação para os fenômenos) – Também entendida como razão, proporção, argumento, discurso Realidade marcada pelo conflito entre opostos (pólemos) – dia e noite, calor e frio Valoriza a experiência sensível O pensamento “dialética” no sentido da valorização de opostos que se integram e não se anulam (dialética da natureza) “não podemos banhar- nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo” Monismo (Parmênides) X mobilismo (Heráclito) Parmênides e os eleatas Opostos ao mobilismo, defendendo o monismo Monismo – uma realidade única Introdutor da distinção entre realidade e aparência O movimento no mobilismo seria apenas aparente, a realizada única e imutável poderia ser descoberta pelo pensamento Inaugura a metafísica (pensamento sobre o Ser, o real em seu sentido mais abstrato) Sócrates e os sofistas Os sofistas Mestres da retórica e oratória O que os caracteriza é uma prática ao invés de uma doutrina Protágoras “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são” As coisas são como parecem ser (próximo aos mobilistas) Pode-se afirmar que os sofistas acreditavam não haver nenhuma instância além da opinião a que se pudesse recorrer para as decisões da vida prática Desenvolve a antilógica – tentativa de argumentação pró e contra determinada posição, sendo ambas igualmente verdadeiras e defensáveis Górgias Defende a impossibilidade do conhecimento em estado estável e definitivo Mais importante do que o verdadeiro é o que pode ser provado ou defendido (o logos pode ser persuadido) Sócrates e os sofistas Sócrates Efetivamente nada escreveu Platão é a fonte sobre Sócrates nos “diálogos socráticos” Método da análise conceitual (o que é?) – busca pela definição de certa coisa (virtude ou qualidade moral) O Método socrático envolve o questionamento do senso comum, das crenças e opiniões, do impreciso, do incompleto O método revela a fragilidade do nosso entendimento e aponta para a necessidade de possibilidade de aperfeiçoá-lo pela reflexão Sócrates nunca dá a resposta, por meio da discussão faz com que se interlocutor passe por um processo de revisão de crenças, transformando seu modo de ver e chegando ao conhecimento verdadeiro e autêntico Método caracterizado como “maiêutica”, literalmente a arte de fazer o parto Só sei que nada sei (o reconhecimento da ignorância é o princípio da sabedoria) A problemática ético-política passa ao primeiro plano da discussão, superando a questão da natureza como central
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