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Observação e Avaliação Postural Prof. Ms. Gustavo Portella Observação “Na postura padrão a coluna apresenta as curvaturas normais e os ossos dos membros inferiores ficam em alinhamento ideal para sustentação do peso. A posição neutra da pelve conduz a um bom alinhamento do abdômen, do tronco e dos membros inferiores. O tórax e a coluna superior ficam em uma posição que favorece a função ideal dos órgãos respiratórios. A cabeça fica ereta em uma posição bem equilibrada que minimiza a sobrecarga sobre a musculatura cervical” Postura Kendall , McCreary, Provance (1995) - Sequência: - Joelho - Pés - Pelve - Tronco - Cintura escapular - Coluna cervical - Anotações são muito importantes. - Auxilia no exame físico e no diagnóstico fisioterapêutico. Avaliação Postural Pés • Saliências do bordo interno – Sustentáculo talar saliente – Desabamento do arco plantar – Hálux valgo SALIÊCIAS DO BORDO INTERNO • Em uma situação de equilíbrio, o bordo interno encontra-se retilíneo e o hálux em seu prolongamento; • Se encontrarmos uma saliência abaixo do maléolo medial, corresponde a um sustentáculo do tálus saliente, indicando valgo grave do retropé;(1) • Uma protuberância 3 dedos a frente do maléolo medial corresponde a um desabamento do arco plantar e do osso navicular;(2) • Protuberância na cabeça do primeiro metatarso corresponde a um hálux valgo.(3) 1 1 2 3 Pés • Tendão de Aquiles – Calcâneo valgo – Calcâneo varo Pés • Exame dos apoios – Calosidades – Pegadas Pés • Exame dos apoios Apoio no antepé Apoio no retropé Joelho • Alinhamento dos joelhos no plano sagital – Marcar os seguintes pontos: • Trocânter maior do fêmur • Côndilo lateral do fêmur • Maléolo lateral Normal = 170-175。 Ângulo menor = recurvatum Ângulo maior = “flexo” de joelho ALINHAMENTO DOS JOELHOS NO PLANO SAGITAL • Marcam-se três pontos: – O centro do TMF; – Espaço entre tendão do bíceps femoral e bordo lateral da patela; – Maléolo medial; • Traceja-se uma linha próxima ao joelho entre o primeiro e o segundo ponto e do segundo ao terceiro, verificando-se o ângulo. COMENTÁRIOS • O joelho possui uma hiperextensão fisiológica entre 5 a 10°. Portanto é normal verificar-se estes graus na extensão total. • Se o ângulo de extensão for maior que -10°, deflagra-se um recurvatum; • Se o ângulo for maior que 0°, deflagra-se um joelho flexo. COMENTÁRIOS • Para confirmar o diagnóstico, o terapeuta palpa a patela; • Deslizando de fora para dentro e verificando que ela está “solta”, confirma-se o recurvatum; • Se desliza-se e verifica-se restrição de movimento, confirma-se o joelho flexo. Joelho • Alinhamento dos joelhos no plano frontal - Se os côndilos se tocam e os maléolos não = joelho valgo. - Se os maléolos se tocam e os joelhos não = joelho varo. Valgo Varo Joelho • Rotação externa da tíbia - A rotação externa da tíbia é proporcional à rotação interna dos côndilos femorais. - Avaliada pela rotação interna dos côndilos femorais. EQUILÍBRIO FRONTAL PÉLVICO • Palpação das cristas ilíacas; • Verificar simetrias ou assimetrias. Pelve • Equilíbrio frontal pélvico: - Membro inferior + curto (averiguar com um calço). - Compensação: flexão lateral da coluna lombar contralateral ao lado + curto. COMENTÁRIOS • A simetria da pelve depende do equilíbrio dos MsIs; • Uma possível assimetria acarreta compensações adjacentes; • Se detectadas assimetrias, deve-se realizar o equilíbrio de MI mais curto e repetir o teste; • Trauma, perda de massa óssea, assimetrias de crescimento, joelho valgo/varo unilateral... Podem acarretar diferenças no comprimento dos MsIs. LOCALIZANDO A EIPI • Inicialmente, localizar EIPS (região das “covinhas”; • Com três dedos do pcte. Abaixo da EIPS, localiza-se a EIPI; Pelve • Equilíbrio sagital pélvico: – Indicadores do fisioterapeuta apontando a EIPI e a EIAS. - Pelve equilibrada. - Pelve em anteversão (até 1 cm tolerável para mulheres). - Pelve em retroversão (até 1 cm tolerável para homens). EQUILÍBRIO SAGITAL PÉLVICO • Compara-se o nível entre a EIAS e a EIPI; • EIAS acima da EIPI, indicativo de retroversão pélvica; • EIPI acima da EIAS, indicativo de anteversão pélvica; COMENTÁRIOS • A anteversão é acompanhada de um aumento da lordose lombar; • A retroversão é acompanhada de uma retificação lombar. Pelve • Equilíbrio horizontal pélvico: – Polegares do fisioterapeuta apontando a EIAS. - Pelve equilibrada. - Pelve em rotação para a direita. - Pelve em rotação para a esquerda. - Se tiver rotação, fazer o teste em DD (se continuar + desequilíbrio do quadrante superior). ÂNGULO LOMBOSSACRO • Ângulo formado entre a base do sacro e a horizontal; • Normalidade entre 30 e 35º; • Um ângulo maior = hiperlordose; • Um ângulo menor = retificação A coluna vertebral do adulto apresenta 4 curvaturas ântero-posteriores: LORDOSE CERVICAL concavidade posterior CIFOSE TORÁCICA convexidade posterior LORDOSE LOMBAR concavidade posterior CIFOSE SACRAL convexidade posterior LORDOSE CERVICAL concavidade posterior CIFOSE TORÁCICA convexidade posterior LORDOSE LOMBAR concavidade posterior CIFOSE SACRAL convexidade posterior As alterações são o aumento destas curvaturas Ex: hiperlordose Hipercifose Ou a diminuição da curvatura Retificação da coluna lombar Retificação da coluna cervical. Tronco • Gibosidades: - Gibosidade = rotação vertebral. - Fazer o teste também com o paciente sentado: - se for - desequilíbrio torcional dos MsIs, - se continuar + desequilíbrio do quadrante superior. AVALIAÇÃO DA GIBOSIDADE • Paciente realiza uma anteflexão lenta do tronco; • Terapeuta posicionado atrás do paciente; • Observa a presença de “saliências” na coluna torácica e lombar COMENTÁRIOS • A presença de gibosidade indica rotação vertebral para o mesmo lado; • na coluna torácica, a gibosidade forma-se pelas costelas, na lombar pela massa muscular; Tronco • Caída de membros superiores no plano frontal: - Se tiver diferença avaliar: - alinhamento pélvico frontal. - comprimento total do membro superior. - orientação da clavícula. - deslocamento lateral do tronco. Tronco • Caída de membros superiores no plano sagital: - Os baços devem cair na região do terço médio da coxa. Tronco • Perfil da cintura no plano frontal: - Se tiver diferença avaliar: - alinhamento pélvico frontal. - gibosidades. - deslocamento lateral do tronco. Ângulo de Tales Tronco • Deslocamento do tronco no plano frontal: - Desvio para o lado do ângulo + fechado = - flexão lateral + rotação lombar. - Desvio para o lado do ângulo + aberto = - translação do tronco. - confirmar com o teste das gibosidades. Cintura escapular • Posicionamento das clavículas: - Se tiver diferença avaliar: - alinhamento pélvico. - existência de flexão lateral (gibosidade). - tensão do músculo trapézio descendente (clavículas + oblíquas que o normal). - tensão dos escalenos e esternocleidomastoideo (clavículas horizontalizadas). Cintura escapular • Posicionamento das escápulas: – Altura - Setiver diferença: - tensão da porção superior do trapézio (descendente) ou do elevador da escápula. Cintura escapular • Posicionamento das escápulas: – Rotação - Se tiver diferença: - rotação superior da escápula (maior tensão do trapézio descendente). - rotação inferior da escápula (maior tensão do elevador da escápula). Cintura escapular • Posicionamento das escápulas: – Descolamento - Descolamento do ângulo inferior: retração do músculo peitoral menor. - Deslocamento de todo bordo medial: fraqueza do músculo serrátil anterior. Se uma escápula estiver mais cefálica, e o bordo medial estiver vertical, ambos músculos estão retraídos; Se houver uma rotação externa da escápula, o trapézio superior está predominantemente tenso; Se houver báscula interna, o elevador da escápula está predominantemente tenso. Se houver báscula externa, e na abdução acima de 90° o ângulo inferior tornar-se evidente no plano anterior, deve haver retração importante dos redondos. Neste caso, a liberação do trapézio superior não surtirá efeito! Cervical • Alinhamento cervical no plano frontal – Inclinação – Rotação Cervical • Alinhamento cervical no plano sagital - Hiperlordose cervical - Retificação cervical EXAME DA FLEXIBILIDADE DA CADEIA MUSCULAR POSTERIOR • O paciente permanece em pé, com os pés na posição de passo; • Mantendo os joelhos em extensão, lentamente realiza a flexão cervical, do tronco e leva as mãos em direção ao chão sem forçar; • Observam-se os seguintes itens: – Ângulo tibiotársico; – Joelhos; – Ângulo coxofemoral; – Cuvette lombossacral; – Retificações vertebrais; – Posição cervical; – Distância mão-chão ÂNGULO TIBIOTÁRSICO • Em uma situação normal, o ângulo deve ser de 90 graus; • Se for maior, normalmente deve-se a um sóleo retraído; JOELHOS • Devem permanecer eretos, com a tíbia e fêmur verticais, se o ângulo tibiotársico for de 90 graus; • Se estiverem em hiperextensão pode ser decorrente de um sóleo encurtado; • Se os joelhos estiverem em flexão, provavelmente seja em decorrência de encurtamento dos isquiotibiais; RETIFICAÇÕES VERTEBRAIS • Estas não devem existir. Toda coluna tem de estar harmonicamente solta para a frente, formando uma suave curva do sacro ao occipital; • Normalmente são fruto da não desabitação de vértebras, impedindo a mobilidade de um segmento; • Nas duas figuras acima, o comprimento encontra-se normal, abaixo, encurtamento de lombar e lombar/dorsal baixa, respectivamente. POSIÇÃO CERVICAL • Deve apresentar-se solta, confortável sem sinais de tensão dos paravertebrais; • Se não apresentar-se solta, relaxada, e sem dor, pode apresentar-se: – Retraída e sem dor – Retraída e com dor DISTÂNCIA MÃO-CHÃO • Considerado apenas um fator de mensuração, que se apresentará normal quando todos fatores anteriores estiverem normais; • Caso paciente toca o chão deve-se mensurar: se toca apenas ponta dos dedos, toda a palma... • Se não tocar o chão, anotar o número de centímetros.