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1 IFES - Cariacica Apoio Multicritério à Decisão Prof. Tiago José Menezes Gonçalves 2 Value Focused Thinking (VFT) Procedimento para elicitar critérios 2 O ser humano é deficiente quando se trata de identificar objetivos a partir de seus conhecimentos e valores, o que faz surgir à necessidade de serem utilizados métodos que proporcionem maior eficiência e eficácia neste processo. Fonte: Bond, Carlson e Keeney (2008) Os valores constituem princípios para se avaliar a desejabilidade de algo, e definem os aspectos com os quais um decisor se deve preocupar em uma situação de decisão. Eles devem ser a força direcionadora de todo processo de tomada de decisão. Fonte: Keeney (1994) 3 3 Passo 1 - Listar todas as preocupações, considerações e critérios relacionados à decisão. (a) Desenvolver uma lista de desejos. O que você busca? O que você valoriza? O que você poderia querer? (b) Identificar alternativas. O que e uma alternativa perfeita, uma terrível e uma razoável? O que é bom ou ruim em relação a cada uma delas? (c) Considerar problemas e deficiências. O que está certo ou errado em sua organização? O que precisa consertar? (d) Prever consequências. O que tem ocorrido que está bom ou ruim? O que pode ocorrer que você se preocupa? (e) Identificar objetivos, diretrizes e restrições. Quais são suas aspirações? Quais são as limitações? (f) Considerar perspectivas diferentes. Sobre o que seu competidor ou seus subordinados se preocupam? No futuro, o que preocupará você? Value Focused Thinking (VFT) Procedimento para elicitar critérios 4 4 (continuação) (g) Determine objetivos estratégicos. Quais são seus objetivos mais importantes? Quais valores são absolutamente fundamentais? (h) Determinar objetivos genéricos. Quais os objetivos de seus consumidores, funcionários, parceiros, seus? Quais objetivos sociais, ambientais, econômicos, de saúde ou segurança são importantes? (i) Estruturar objetivos. Siga relações meio-fim. Por que um objetivo é importante? Como você pode alcançá-lo? O que significa este objetivo? (j) Quantifique os objetivos. Como você pode mensurar este objetivo? Por que um objetivo “A” é três vezes mais importante que um objetivo “B”? Fonte: Keeney (1994) Value Focused Thinking (VFT) Procedimento para elicitar critérios 5 5 Passo 2 - Converter preocupações gerais em objetivos. Converter preocupações em objetivos estruturando-as na forma: Verbo + Objeto É desejável haver uma longa lista de objetivos. Objetivos similares devem ser combinados e agrupados em categorias. Value Focused Thinking (VFT) Procedimento para elicitar critérios 6 6 Passo 3 - Separar fins e meios para obter os objetivos fundamentais. Neste passo realiza-se a divisão entre objetivos fins e meios. Keeney (1994) identifica três tipos de objetivos: • Objetivos Estratégicos: são objetivos fundamentais que direcionam a tomada de todas as decisões organizacionais e são utilizados para se tomar decisões no nível estratégico de uma organização. • Objetivos Fundamentais: representam os fins que os decisores almejam em um contexto de decisão. • Objetivos Meios: representam formas/maneiras para se alcançar outros objetivos. Objetivo Estratégico Objetivos Fundamentais Objetivos Meios Value Focused Thinking (VFT) Procedimento para elicitar critérios 7 7 (continuação) Método WITI (What is that important?) Consiste em perguntar, para cada objetivo: “por que este objetivo é importante?” Dois tipos de resposta são possíveis. 1. O objetivo é uma razão de essencial interesse para situação, sendo esse um objetivo fundamental. 2. O objetivo é importante somente para obter outro objetivo. Neste caso este representa um objetivo meio e a resposta a tal pergunta identifica outro objetivo, com o qual o mesmo procedimento deve ser realizado. Value Focused Thinking (VFT) Procedimento para elicitar critérios 8 8 Passo 4 - Esclarecer o significado de cada objetivo. Neste passo, para cada objetivo encontrado pergunta-se: “o que realmente significa isto?” Passo 5 - Testar objetivos. Nesta etapa os objetivos são testados para ver se eles refletem os objetivos do decisor. Suponha duas ações com desempenho máximo em todos os objetivos. Responda: “Uma ação pode ser melhor do que a outra?” Caso sim algum objetivo ficou de fora da lista. Value Focused Thinking (VFT) Procedimento para elicitar critérios 9 De todos os métodos multicriteriais, a MAVT é um dos únicos que recebem o nome de teoria, embora seja empregado como método analítico. De acordo com Belton e Stewart (2002), a MAVT utiliza uma Função de Valor Multiatributo (MAVF) que associa um valor de desempenho global a cada alternativa, de forma que : - : Uma alternativa a pode ser considerada preferida a alternativa b, resultando em . - : Uma alternativa b é considerada preferida a alternativa a, resultando em . - : Pode ocorrer uma indiferença entre as alternativas a e b , resultando em . Teoria do Valor Multiatributo (MAVT) 9 ab ba ba ~ bVaV aVbV bVaV 10 A MAVF mais amplamente utilizada é a Função de Agregação Aditiva, apresentada na equação abaixo: Onde: Valor de desempenho global da ação . Taxa de Substituição do critério . Função de Valor Parcial que representa o desempenho da ação no critério . Número de critérios do modelo. Teoria do Valor Multiatributo (MAVT) 10 aV i w av i n n 1i ii avwaV Fonte: Belton (1999) 11 Construção de CRITÉRIOS: Teoria do Valor Multiatributo (MAVT) 11 12 Construção de CRITÉRIOS: DESCRITORES: consistem em um conjunto de Níveis de Impacto que são utilizados para descrever os possíveis desempenhos das ações potenciais em cada critério. Fonte: Bana e Costa et al. (1999) NÍVEL DE IMPACTO: consiste em uma representação do desempenho (impacto) de uma ação potencial no critério. Fonte: Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001) Teoria do Valor Multiatributo (MAVT) 12 13 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Descritores 13 StatusCritério Sub-Critérios Descritores Ano de fabricação Carro novo. Carro fabricado há um ano. Carro fabricado há dois anos. Carro fabricado há três anos. Carro fabricado há quatro anos. Imagem Carro importado de origem alemã. Carro importado de origem americana. Carro importado de origem japonesa. Carro nacional de luxo. Carro nacional básico.N1 N5 N4 N3 N2 N1 N5 N4 N3 N2 Exemplos de Descritores: 14 Propriedades desejáveis para os descritores: • Mensurabilidade: Um descritor deve permitir quantificar o desempenho de uma ação. • Operacionalidade: Um descritor deve definir claramente como e quais dados coletar. Além disso, deve permitir mensurar um critério de forma independente dos demais. • Compreensibilidade: Um descritor deve permitir a interpretação do desempenho de uma ação potencial de forma não ambígua. 14 Fonte: Keeney (1992) Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Propriedades dos Descritores 15 Nunca utilizar escalas do tipo Likert ou semelhantes, pois elas NÃO ATENDEM AS PROPRIEDADES ANTERIORES. 15 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Propriedades dos Descritores 16 Nunca utilizar escalas do tipo Likert ou semelhantes, pois elasNÃO ATENDEM AS PROPRIEDADES ANTERIORES. 16 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Propriedades dos Descritores 17 Nunca utilizar escalas do tipo Likert ou semelhantes, pois elas NÃO ATENDEM AS PROPRIEDADES ANTERIORES. 17 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Propriedades dos Descritores 18 As Funções de Valor quantificam os Níveis de Impacto que em cada descritor. Função de Valor: consiste em um instrumento para auxiliar os decisores a expressar de forma numérica as suas preferências. Fonte: Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001) 18 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Funções de Valor Parciais 19 Exemplo 19 Níveis de Impacto Descritores Função de Valor N5 Carro novo. 100 N4 Carro fabricado há um ano. 80 N3 Carro fabricado há dois anos. 50 N2 Carro fabricado há três anos. 30 N1 Carro fabricado há quatro anos. 0 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Funções de Valor Parciais 20 Exemplo: Identifique o rótulo do critério, descritores, níveis de impacto e função de valor. 20 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Funções de Valor Parciais 21 Método Direct Rating 1. É atribuído o valor zero ao Nível de Impacto considerado o pior admissível e o valor cem é atribuído ao Nível de Impacto considerado o melhor viável. 2. É solicitado aos decisores que expressem numericamente o valor dos demais Níveis de Impacto, tendo como referência os valores dos níveis previamente definidos. 21 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Funções de Valor Parciais Fonte: Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001) 22 Método da Bissecção 1. É atribuído o valor zero ao Nível de Impacto considerado o pior admissível e o valor cem é atribuído ao Nível de Impacto considerado o melhor viável. 2. Solicita-se aos decisores que identifiquem uma ação potencial fictícia cujo valor esteja exatamente na metade desses dois valores extremos identificados anteriormente. 3. A função de valor v(.) é refinada continuamente repetindo este procedimento e realizando subdivisões adicionais entre pares de descritores já valorados 22 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Funções de Valor Parciais Beinat (1997) 23 23 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Funções de Valor Parciais 100 50 0 Valor Velocidade máxima (km/h)280? 100 50 0 Valor Velocidade máxima (km/h)280230 50 0 Valor Velocidade máxima (km/h)280230180 100 25 50 0 Valor Velocidade máxima (km/h)280230180 100 25 (A) (B) (C) (D) v( . ) 24 24 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Padronização das Funções de Valor . . . . 100 . 00 00 BN N vv vv v 8030 . 30100 . 0 v v 25 25 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Taxas de Substituição Taxa de Substituição: expressa o ganho mínimo necessário em um critério para compensar a perda de uma unidade em outro critério. Fonte: ROY (1996) Taxas de Substituição também são denominadas de Trade-Offs e Constantes de Escala, sendo algumas vezes citadas erroneamente como pesos. Fonte: Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001) 26 26 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Taxas de Substituição Método Swing Weights 1. Supõe-se uma ação fictícia com desempenho no Nível de Impacto Neutro em todos os critérios. 2. É oferecida ao decisor a oportunidade de alterar o desempenho em um dos critérios do nível Neutro para o nível Bom, de forma que resulte melhorar o desempenho da ação fictícia. Com o procedimento acima, o facilitador descobre qual critério é considerado o mais importante pelo decisor, que é o primeiro critério escolhido para ter seu Nível de Impacto alterado de Neutro para Bom. 3. Este salto é denominado de swing, sendo a ele atribuído a ele o valor de 100 pontos. Fonte: Beinat (1997) 27 27 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Taxas de Substituição Método Swing Weights 4. O procedimento então é repetido, perguntando-se ao decisor em qual dos critérios restantes ele gostaria de alterar o Nível de Impacto de Neutro para Bom, descobrindo-se o segundo critério mais importante para o decisor. 5. A pontuação do segundo salto é determinada solicitando-a ao decisor, o qual compara seu valor ao valor do critério anterior. Fonte: Beinat (1997) 28 28 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Taxas de Substituição Método Swing Weights Somatório total dos pontos é igual a 100 + 80 + 70 + 50 + 25 = 325 80 50 25 70 100 0 Bom Neutro Bom Neutro Bom Neutro Bom Neutro Bom Neutro Encosto para cabeça Altura Profundidade Largura Curvatura 29 29 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Taxas de Substituição Método Swing Weights CÁLCULO DAS TAXAS DE SUBSTITUIÇÃO: • Encosto para cabeça (w1) =100/325 = 0,31 • Altura (w2) = 80/325 = 0,25 • Profundidade (w3) = 70/325 = 0,21 • Largura (w4) = 50/325 = 0,15 • Curvatura (w5) = 25/325 = 0,08 30 30 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Avaliação de Desempenho Parcial Desempenhos parciais Taxas de substituição 31 31 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Avaliação de Desempenho Parcial Desempenhos parciais Avaliação de Desempenho Parcial 12,688056,04528,06716,0segurançav 6,716556,08044,0rapidezv 4,726038,08062,0statusv 434038,0503,04032,0confortov 58704,0506,0custov 32 32 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Avaliação de Desempenho Global Objetivo: transformar unidades de desempenho local (obtidas nas Funções de Valor Parciais) em unidades de desempenho global. Onde: Valor de desempenho global da ação . Taxa de Substituição do critério . Função de Valor Parcial que representa o desempenho da ação no critério . Número de critérios do modelo. n 1i ii avwaV 33 33 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Avaliação de Desempenho Global Taxas de substituição Desempenhos Parciais 2,6112,682,06,7115,04,7215,0432,0583,0Carro_AV Este procedimento é realizado para todas as alternativas. Ordena-se as alternativas da maior pontuação para a menor. 34 34 Teoria do Valor Multiatributo (MAVT): Avaliação de Desempenho Global Exemplo: 23Carro_EV 102Carro_DV 54Carro_CV 70Carro_BV 2,61Carro_AV A escolha ocorreria pelo Carro_D. Ordenação: Carro_EV 5 Carro_CV 4 Carro_AV 3 Carro_BV 2 Carro_DV 1 35 BELTON, V; STEWART, T.J. Multiple Criteria Decision Analysis. Kluwer Academic Publishers, 2002. BOND, S.D., CARLSON, K.A., KEENEY, R.L. Generating objectives: can decision makers articulate what they want? Manage. Sci. 54, 56–70, 2008. COSTA H. G. Estruturas de suporte a Decisão - Métodos Discretos tradicionais: Monocritério e Multicritério. UFF, Depto Eng. De Produção, 2005 GOMES, L. F. A. M.; GOMES, C. F. S.; ALMEIDA, A. T. Tomada de decisão gerencial: enfoque multicritério. São Paulo: Atlas, 2002. Referências 35 36 GOMES, L. F. A. M.; Teoria de Decisão. São Paulo: Thomson Learning, 2007. GOMES, L. F. A. M.; ARAYA, M. C. G.; CARIGNANO, C. Tomadade decisão em cenários complexos:introdução aos método discretos de apoio multicriterio à decisão, São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2004. ENSSLIN, L.; MONTIBELLER NETO, G.; NORONHA, S.M. Apoio à decisão: metodologia para estruturação de problemas e avaliação multicritério de alternativas. Florianópolis: Insular, 2001. KEENEY, R. L. Creativity in Decision Making with Value- Focused Thinking. 1994. . Referências 36 37 KEENEY, R.; RAIFFA, H. Decisions with multiple objectives. John Wiley & Sons, New York, 1976. Referências 37
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