Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
7- 1 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II NOTAS DE AULA Prof. Dr. André Garcia Chiarello UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ Bibliografia: Resistência dos Materiais – F.P.Beer, E.R.Johnston-5ed. Resistência dos Materiais – R.C. Hibbeler-5ed. 7- 2 Resistência dos Materiais II – Ementa resumida 1-Equações e círculo de Mohr para o estado tridimensional de tensões e deformações. 2-Teoria das falhas estáticas para materiais dúcteis e materiais frágeis. 3-Deformação em vigas: vigas estaticamente indeterminadas. 4-Energia de deformação: tensões e deformações para cargas de impacto. 5-Métodos de energia aplicados em vigas e estruturas. 6-Teorema de Castigliano. 7- 3 Estado geral de tensões • O estado geral de tensões pode ser representado por 6 componentes de tensão: ),, :(Nota tocisalhamen de tensão,, normal tensão,, xzzxzyyzyxxy zxyzxy zyx • O estado geral de tensões pode ser também representado por um conjunto diferente de tensões se os eixos forem rotacionados. 7- 4 Estado geral de tensões • Este estado também ocorre na superfície de componentes de máquinas submetido a forças externas, como mostrado na figura ao lado. • Tensão Plana – estado de tensões no qual duas faces do elemento (cubo) estão livres de tensão. • Pro exemplo .0 e ,, xy zyzxzyx • Este estado de tensões ocorre por exemplo em placas finas submetidas a forças no plano da placa. 7- 5 Transformações no plano de tensões sinsincossin coscossincos0 cossinsinsin sincoscoscos0 AA AAAF AA AAAF xyy xyxyxy xyy xyxxx • Considere o elemento prismático com faces planas paralelas ao eixos x, y, e y’ . O elemento está em equilíbrio estático, portanto, pode-se escrever: 2cos2sin 2 2sin2cos 22 2sin2cos 22 xy yx yx xy yxyx y xy yxyx x • Rearanjando os termos e simplificando as equações, obtém-se: 7- 6 Calculando-se os valores máximos destas tensões normais, obtemos as expressões para as tensões principais no plano. Transformações no plano de tensões 7- 7 Círculo de Mohr para o estado plano de tensões As equações anteriores podem ser combinadas para formar a equação do círculo de raio R: 2 2 2 2 xy yx yx med R As tensões principais ocorrem nos planos principais onde a tensão de cisalhamento é nula. o yx xy p xy yxyx minmax, 90 de separadosângulos dois define :Nota tan 2 2 22 2 2 7- 8 Tensão de cisalhamento máxima A tensão de cisalhamento máxima ocorre no plano onde : medx de45 separadose 90 de separadosângulos dois define :Nota tan p oo xy yx s 22 2 2 2 xy yx max R •Plano das tensões de cisalhamento máximas: 7- 9 Casos especiais do círculo de Mohr • Círculo de Mohr para o carregamento axial centralizado 0, xyyx A P A P xyyx 2 • Círculo de Mohr para a torção: J Tc xyyx 0 0 xyyx J Tc 7- 10 Exemplo de aplicação Para o estado plano de tensões mostrado, calcule: (a) os planos principais, (b) as tensões normais principais, (c) As tensões de cisalhamento máximas e a correspondente tensão normal. Solução: • Encontre a orientação dos planos principais yx xy p 2 2tan • Determine as tensões principais 2 2 minmax, 22 xy yxyx • Determine a máxima tensão de cisalhamento 2 2 max 2 xy yx 7- 11 Exemplo de aplicação • Orientação (ângulos) dos planos principais: 12331532 3331 1050 4022 2 ,e, ,tan p yx xy p 6116626 ,;, pp • Tensões principais (Tensões Normais) 22 2 2 minmax, 403020 22 xy yxyx MPa30 MPa70 min max MPa10 MPa40MPa50 y xyx 7- 12 Exemplo de aplicação 2 1050 2 yx med Tensão normal correspondente a máxima tensão de cisalhamento. MPa20 Máxima tensão de cisalhamento e ângulo correspondente: 22 2 2 max 4030 2 xy yx MPa50max 45 ps 671418 ,,, ss MPaMPaMPa yxyx 104050 xy yx stan 2 2 8- 13 Exemplo de aplicação: tensões combinadas • Um elemento de máquina ou um elemento estrutural normalmente apresenta múltiplos carregamentos. • Deseja-se calcular as tensões em um determinado ponto do elemento. • O ponto em questão deve pertencer a uma seção da peça que será analisada. • O centroide da seção e seus eixos principais devem ser definidos previamente. 8- 14 Exemplo de aplicação: tensões combinadas • Deve-se analisar os esforços que atuam em determinada seção plana do eixo. No caso geral, pode existir uma força normal P, duas forças cortantes (V), um momento torçor T e dois momentos fletores (M), como indicado na figura. • A força normal e os momentos fletores produzem tensão normal da seção, enquanto que o torque e as forças cortantes produzem tensão de cisalhamento. 8- 15 Exemplo de aplicação: tensões combinadas • As tensões normais planas e as tensões de cisalhamento calculadas em um determinado ponto da seção, são utilizados para se calcular as tensões principais. 8- 16 Exemplo: tensões combinadas Para o ponto H na superfície da peça mostrada na figura, calcule as tensões normais máximas, a tensão de cisalhamento máxima e o plano das tensões principais. 8- 17 Exemplo: tensões combinadas • Determine os esforços (forças e momentos associados) no centroide da seção EFG kNmm,kNM M kNm,m,kNm,kNM kNVkN,50P,kN V z y x zx 3100030 0 58200075130050 7530 Propriedades geométricas da seção: 4z 4 x 2 m,m,m,I m,m,m,I m,m,m,A 63 12 1 63 12 1 3 10747004001400 1015914000400 106514000400 8- 18 Exemplo: tensões combinadas • Tensão normal em H. MPa66,0MPa,,, m, m,kNm, m, m,kNm m105,6 kN I bM I aM A P 3- x x z z y 223380938 10159 025058 107470 0200350 46 462 • Tensão de cisalhamento em H. MPa, m,m, m,kN tI QV m, m,m,m,yAQ 4 3 x z yz 3 5217 040010159 1058575 10585 0475004500400 6 6 6 11 Mx 8- 19 Exemplo: tensões combinadas • Use as expressões das tensões principais ou o círculo de Mohr para calcular as tensões principais: 9813 47 470 437 , MPa, MPa, MPa, p min max max yx xy p xy yxyx 2 2tan 22 2 2 minmax, 2 2 max 2 xy yx 7- 20 Exemplo de aplicação Para o estado de tensões mostrado determine: (a) As tensões principais, (b) As tensões no elemento girado de 300 em relação ao elemento original. Utilize as equações das transformações principais MPaxy yxyx )28;132(5280 22 2 2 minmax, MPaxy yx 52 2 2 2 max (a) Solução: Aplicamos as equações das tensões principais e obtemos: Exemplo de aplicação 7- 21 MPa,)cos()(sen cossen MPa,)(sen)cos( sencos MPa,)(sen)cos( sencos xy yx yx xy yxyx y xy yxyx x 341604860 2 60100 22 2 6111604860 2 60100 2 60100 22 22 448604860 2 60100 2 60100 22 22 (b) Aplicamos agora as equações das tensões em planos inclinados utilizando o ângulo de rotação igual a 30 graus: Estado tridimensional de tensões 7- 22 Quando um determinado ponto do corpo é submetido a um estado geral de tensões tridimensional, sobre cada face de um elemento do material atuam um componente de tensão normal e dois componentes de tensão de cisalhamento. Analogamente ao estado plano de tensões, é possível desenvolver equações de transformação de tensão para determinar os componentes das tensões normais e de cisalhamento que atuam em qualquer plano oblíquo do elemento. Desta forma pode-se determinar qual o orientação do elemento em que suas faces estão submetidas apenas a tensões normais . Estas tensões são chamadas de tensões principais do estado tridimensional. A análise tridimensional de tensões é importante para se determinar as máximas tensões no elemento. Será visto que a máxima tensão de cisalhamento absoluta é utilizada para estabelecer critérios de falhas em materiais dúcteis. Estado tridimensional de tensões 7- 23 As 3 tensões principais apresentam a seguinte relação de intensidade: Tensão de Cisalhamento Máxima Absoluta 7- 24 A análise das transformações principais tridimensionais não será feita aqui (disciplina de pós-graduação - Teoria da Elasticidade). Admitindo-se que as tensões principais sejam conhecidas, é possível utilizar o Círculo de Mohr para se calcular as tensões de cisalhamento máximas em cada plano e também a tensão de cisalhamento máxima absoluta. Porque é importante calcular a tensão de cisalhamento máxima absoluta? A resistência mecânica de um material dúctil depende fundamentalmente de sua capacidade de suportar tensão de cisalhamento. As teorias de falhas dos materiais serão estudadas neste curso Tensão de Cisalhamento Máxima Absoluta 7- 25 7- 26 Círculo de Mohr para o estado tridimensional de tensões • Estes 3 círculos representam as tensões normais e de cisalhamento para o estado geral de tensões. • Os pontos A, B e C representam as tensões principais onde a tensão de cisalhamento é nula. minmaxmax 2 1 • O raio do círculo maior corresponde à máxima tensão de cisalhamento absoluta. • As transformações de tensão podem ser representadas no círculo de Mohr. •Para as três tensões principais positivas: 7- 27 Tensão de cisalhamento máxima absoluta no estado plano A máxima tensão de cisalhamento absoluta corresponde ao ponto D e atua num plano a 45 graus das tensões principais. No estado plano de tensões, uma das tensões principais (tensão intermediária) é nula. Se as tensões principais tem sinais opostos (tração e compressão) os pontos A e B estão em lados opostos da origem O. 7- 287- 28 Se as tensões principais possuem sinais iguais, os pontos A e B estão do mesmo lado em relação ao eixo vertical e a tensão mínima é nula, então: a) A tensão de cisalhamento máxima absoluta é igual a metade da máxima tensão normal. Tensão de cisalhamento máxima absoluta no estado plano b) A tensão de cisalhamento máxima absoluta ocorre a 45o dos planos principais (fora do plano das tensões principais) Tensão de cisalhamento máxima absoluta no estado plano de tensões – resumo. 7- 29 7- 30 Conclusão: •As tensões principais no estado geral de tensões representam um elemento orientado de modo que apenas três tensões principais atuem sobre ele. A partir desta orientação, obtemos a tensão de cisalhamento máxima absoluta analisando- se o círculo de Mohr para o estado tridimensional. •Para o estado plano de tensões, se ambas as tensões principais tiverem o mesmo sinal, a tensão de cisalhamento máxima absoluta ocorrerá fora do plano destas tensões e terá valor igual a: •Para o estado plano de tensões, se ambas as tensões principais tiverem sinais opostos, a tensão de cisalhamento máxima absoluta será igual a tensão de cisalhamento máxima no plano das tensões principais e terá valor igual a: Exemplo de aplicação 7- 31 Um elemento situado na superfície da estrutura indicada na figura, apresenta o estado plano de tensões mostrado. Para este ponto, calcule as tensões principais e a tensão de cisalhamento máxima absoluta. Conversão de unidades: 1 in = 1 polegada = 25,4 mm 1 lb = 1 libra força = 4,448 N 1 psi = 1lb/in2 =6,895x103 Pa Exemplo de aplicação 7- 32 241 2 10 2 2 2 ,R xy yx yx med As tensões principais podem ser calculadas por meio das equações de tensões principais ou por meio do circulo de Mohr. Neste caso, vamos utilizar o círculo de Mohr. Calculamos inicialmente o centro do círculo e o seu raio utilizando as expressões: Marcamos as coordenadas do ponto A: Tensão de cisalhamento -40 psi na parte superior do círculo e tensão normal de -20 psi na parte negativa do eixo das tensões. Exemplo de aplicação 7- 33 (anti-horário) -2x40 -20 Exemplo de aplicação 7- 34 Neste caso, as tensões principais tem sinais opostos, então, a tensão de cisalhamento máxima absoluta vale: xy yx stan 2 2 7- 35 Tensões em vasos de pressão de paredes finas • Vaso de pressão cilíndrico 1 = tensão principal longitudinal 2 = tensão principal transversal t pr xrpxtFz 1 1 220 • Do equilíbrio de forças nas seções do vaso, vem: 21 2 2 2 2 2 20 t pr rprtFx 7- 36 Círculo de Mohr para o vaso de pressão • Máxima tensão de cisalhamento no plano: t pr 42 1 2max • A tensão de cisalhamento máxima absoluta ocorre fora do plano e corresponde a uma rotação de 45o do elemento em relação ao eixo longitudinal t pr abs max 2 2 • Os pontos A e B correspondem as tensões, 1 e 2 calculadas anteriormente 7- 37 Vasos de pressão esféricos • Para vasos esféricos: t pr 2 21 • A tensão de cisalhamento máxima absoluta ocorre fora do plano: t pr abs max 4 12 1 • Círculo de Mohr pra o estado de tensões 0 constante plano) max(no 21 Exemplo de aplicação 7- 38 Um ponto na superfície do vaso cilíndrico apresenta o estado plano de tensões indicado na figura. Determine a tensão de cisalhamento máxima absoluta para este ponto Exemplo de aplicação 7- 39 Calculamos inicialmenteas tensões principais utilizando as expressões e desenhamos o círculo de Mohr correspondente. )16;32(824 22 2 2 minmax, xy yxyx Neste caso, como as tensões principais são positivas e a tensão de cisalhamento máxima no plano destas tensões é: 7- 40 Deformações no estado plano de tensões • Deformação plana – ocorrem em planos paralelos e são iguais em cada plano. • Exemplo: uma barra submetida a carregamento em y e x com extremidades livres. • A figura ao lado ilustra o caso da deformação no estado plano 0 :são plana deformação da scomponente os x zyzxzxyy suporte suporte Direções das deformações no estado plano de tensões 7- 41 Efeito do coeficiente de Poisson nas deformações 7- 42 7- 43 Equações da deformação no estado plano • Considere um elemento diferencial plano que se deforma na seguinte maneira: yxplanonoltransversadef ydireçãonanormaldef xdireçãonanormaldef xy y x . . . 2cos 2 2 22 2 2 2cos 22 2 2 2cos 22 xyyxyx xyyxyx y xyyxyx x sen sen sen • Aplicando as relações trigonométricas obtém-se as equações das deformações (normais e de cisalhamento) para um elemento girado de um ângulo θ: 7- 44 Círculo de Mohr para a deformação plana • As equações para as máximas deformações planas são da mesma forma que as equações das máximas tensões planas. • A posição do centro C e o raio R são: 22 222 xyyxyx ave R 22max 2 xyyxR • Máxima deformação de cisalhamento: • Plano principal de deformação e as deformações normais principais são: RR aveave yx xy p minmax 2tan 7- 45 Círculo de Mohr para a deformação plana Figura 10.9 Plano das deformações principais 7- 46 Plano das deformações por cisalhamento principais 7- 47 Círculo de Mohr para a deformação plana Exemplo de aplicação 7- 48 Exemplo de aplicação 7- 49 7- 50 Exemplo de aplicação 7- 51 Exemplo de aplicação 7- 52 Deformação por cisalhamento máxima absoluta Considere um elemento submetido ao estado de tensões principais tridimensional. Nesta condição, haverá também deformações normais nas três direções principais, mas não haverá deformações por cisalhamento. Deformação por cisalhamento máxima absoluta 7- 53 Considerando-se que neste exemplo as deformações principais são todas positivas, cada plano do elemento possui seu respectivo círculo de Mohr representado na figura abaixo. Analisando-se os três círculos vê-se que a deformação por cisalhamento máxima absoluta é determinada no círculo de raio maior. Ela ocorre no elemento orientado a 450 em torno do eixo y’ (900 no círculo de Mohr) em relação ao elemento mostrado na sua posição original. 7- 54 Deformação por cisalhamento máxima absoluta- Estado plano de deformações. Considere agora o estado plano de deformações, ou seja, uma das deformações é nula e ambas deformações são positivas. O elemento que representa este estado de tensões e seu respectivo círculo de Mohr estão representados nas figuras abaixo. Neste caso, a deformação por cisalhamento máxima absoluta vale: 7- 55 Deformação por cisalhamento máxima absoluta- Estado plano de deformações. Quando as deformações no estado plano possuem sinais diferentes, a deformação por cisalhamento máxima absoluta vale: 7- 56 Análise tridimensional de deformações • Foi dito anteriormente que, para o caso tridimensional de tensões, os 3 eixos principais (na direção das tensões principais) são os eixos perpendiculares aos planos (faces) do elemento cúbico onde a as tensões de cisalhamento são nulas. • Pela lei Hooke, segue que os planos principais de deformação são os planos principais de tensão. • Desta forma a representação das deformações pode ser feita por meio do Circulo de Mohr, chamado: Círculo de Mohr das deformações. 7- 57 Análise tridimensional de deformações • Para o caso de deformações planas, - O eixo z é também um eixo principal - A deformação principal na direção z é representada no ponto Z = 0 . • Se os pontos A e B estão em lados opostos da origem, a deformação por cisalhamento máxima absoluta está localizada nos pontos , D e E, no mesmo plano das deformações. • Se os pontos A e B estão do mesmo lado em relação à origem, a deformação por cisalhamento máxima absoluta está fora do plano das deformações e é representada pelos pontos D’ e E’. 7- 58 Análise tridimensional das deformações • As correspondentes deformações principais podem ser calculadas por meio das expressões do estado geral de tensões. babac ba b ba a E EE EE 1 • Se B está localizado entre A e C no Círculo de Mohr, a deformação de cisalhamento máxima absoluta é igual ao diâmetro CA. • Note que as deformações no plano perpendicular ao plano das tensões, não é zero. • Considere o caso de tensões planas 0 zbyax Lei de Hooke Generalizada 7- 59 Para um estado tridimensional de tensões e deformações, utilizamos a Lei de Hooke Generalizada. •A Lei de Hooke Generalizada estabelece uma relação entre tensões normais e deformações normais bem como, uma relação entre tensões de cisalhamento e deformações de cisalhamento para um estado qualquer de tensões/deformações tridimensional. Lei de Hooke Generalizada para deformações 7- 60 •Para as deformações Normais a Lei de Hooke Generalizada é definida por: •Para as deformações transversais (cisalhamento) podemos escrever Relação entre E e G 7- 61 •O módulo de elasticidade longitudinal e o módulo de elasticidade transversal do material estão relacionados com o coeficiente de Poisson na forma: •Para um elemento plano em cisalhamento puro, o estado de tensões é dado por: Cisalhamento puro no plano 7- 62 •Aplicando-se a equação das tensões principais no plano para este elemento na forma: •Lembrando que a tensão principal perpendicular ao plano é nula para este caso ( ) podemos substituir estas tensões na Lei de Hooke Generalizada para obtermos as deformações associadas à este estado, resultando em •Resulta em: Exemplo de aplicação 7- 63 22 22 2 xyyx yx med R •Solução: Calculamos as deformações principais: R,R,tan aveminavemax yx xy p 2 7- 64 Exemplo de aplicação Neste caso, as deformações principais possuem sinais opostos, então, a deformação por cisalhamento máxima absoluta será: •Círculo de Mohr para as deformações: 00 7142 200400 150 2 pp yx xy p , tan •Plano das tensões principais: (rotação no sentido horário) 7- 65 Medição de deformação: strain gages • Strain gages ou extensômetros indicam deformações normais por meio da variação na resistência do fio. yxOBxy 2 • Utilizando uma roseta 45o x e y podem ser medidos diretamente. xy é obtido por meio da expressão: 333 2 3 2 3 222 2 2 2 2 111 2 1 2 1 cossensencoscossensencos cossensencos xyyx xyyx xyyx • As deformações normais (e de cisalhamento) podem ser obtidas em qualquer direção através das relações: (10.16) Medição de deformação: strain gages 7- 66 Exemplo de aplicação 7- 67 Exemplo de aplicação 7- 68 Exemplo de aplicação 7- 69 −149 60 − 246 Exemplo de aplicação 7- 70 621213 621 2 621 1 10131 1 10833 10272 E , EE EE Nota: Neste caso, se considerarmos o coeficiente de Poisson igual a 0,3 a deformação por cisalhamento máxima absoluta será = (272+131)x10-6 Exemplo de aplicação 7- 71 Determine as tensões principais do suporte no ponto A sabendo-se que as deformações principais já foram calculadas (exemplo de aplicação anterior). Considere que o suporte é feito de aço com módulo de elasticidade de 200 GPa e Coeficiente de Poisson igual a 0,3. Exemplo de aplicação 7- 72 Como não há tensão normal na direção perpendicular à superfície da peça, ( ) utilizamos a Lei de Hooke Generalizada para o estado plano de tensões na forma: Substituindo-se os valores das deformações principais conhecidas, obtemos as tenões principais associadas: Exemplo de aplicação – solução alternativa 7- 73 Também é possível resolver o problema a partir do estado plano de deformações utilizando o estado de deformações calculado no exemplo de aplicação anterior: Aplicando-se a Lei de Hooke Generalizada para este estado de deformações, obtemos: Exemplo de aplicação - solução alternativa 7- 74 As tensões principais para este estado de tensões são: 7- 75 Introdução aos critérios de falhas: tensões planas • A falha de um componente submetido a um carregamento axial pode ser prevista pelo ensaio de tração correspondente. • Critérios de falhas são baseados no mecanismo de falhas. Permitem fazer comparações entre o estado plano de tensões e o ensaio de tração uniaxial. • A falha de um componente submetido a um estado plano de tensões não pode ser prevista diretamente pelo ensaio de tração correspondente. • É necessário determinar as tensões principais e definir um critério de falha correspondente ao estado de tensões. 7- 76 Critério da máxima tensão de cisalhamento Definição: O componente estrutural está seguro enquanto a máxima tensão de cisalhamento (absoluta) for menor que a tensão de cisalhamento de um corpo de prova em ensaio de tração no limite do escoamento. e abs e esc abs ou maxmax 2 2 Para a e b (tensões principais) com o mesmo sinal: 22 ou 2 max eba abs Para a e b (tensões principais) com sinais opostos: 22 max eba abs e e e e 7- 77 Critério da máxima tensão de cisalhamento ou Critério de Tresca Para materiais dúcteis, o deslizamento ocorre ao longo de planos de contato dos cristais que formam o material. Este deslizamento deve-se à tensão de cisalhamento. Um corpo de prova polido em ensaio de tração, provoca o escoamento do material em planos a 450 do eixo de tração. Os planos de deslizamento podem ser vistos no corpo de prova e são denominado Linhas de Luder. O círculo de Mohr pode ser desenhado para este estado de tensões, onde se observa que a máxima tensão de cisalhamento tem valor igual a metade da tensão de escoamento do material. Além disso, a máxima tensão de cisalhamento ocorre a 900 do eixo x, ou seja a 450 no elemento. Esta teoria de falha também é chamada de Critério de Escoamento de Tresca ( Henri Tresca, 1968). 7- 78 Critério da máxima tensão de cisalhamento ou Critério de Tresca 7- 79 Critério da máxima tensão de cisalhamento 7- 80 Critério da máxima energia de distorção Definição: O componente estrutural está seguro enquanto a energia de distorção por unidade de volume for menor que a correspondente energia de distorção de um corpo de prova em ensaio de tração no limite de escoamento. 22 221 2 1 eed uu •Quando um material se deforma, este absorve energia internamente. Esta energia por unidade de volume é chamada densidade de energia de deformação e é definida por: 7- 81 Critério da máxima energia de distorção •A densidade de energia de deformação de um elemento de volume submetido as tensões principais triaxiais será dada por: •Se o material se comporta de maneira linear-elástica, a lei de Hooke se aplica. Desta forma pode-se escrever: 7- 82 •A densidade de energia de deformação pode ser entendida como a soma de duas parcelas. Uma parcela é responsável pela mudança de volume do elemento, sem distorce-lo. A outra parcela é responsável pela distorção do elemento, sem alterar seu volume. •Experimentos mostram que o material não escoa quando existe apenas alteração de volume (pressão hidrostática). •R. von Mises e H. Hencky propuseram a teoria de energia de distorção com base nestes experimentos. •Descontando-se a parcela da densidade de energia que provoca apenas mudança de volume no elemento, pode-se escrever a parcela da densidade de energia que distorce o elemento: Critério da máxima energia de distorção 7- 83 Critério da máxima energia de distorção Para o caso do estado plano de tensões , a expressão fica na forma: Para um teste de tração uniaxial: Igualando as duas densidades de energia: Esta equação representa uma curva elíptica. Assim se um ponto do material estiver tracionado de tal forma que suas tensões estiverem fora da área sombreada, diz-se que o material falhou. 7- 84 Comparação dos critérios de falhas para materiais dúcteis: 7- 85 Tensão equivalente de Von Mises Tensão Equivalente de Von Mises: Se extrairmos a raiz quadrada em ambos os lados da expressão, obtemos a Tensão Equivalente de Von Mises para o caso bidimensional. Para o caso tridimensional a tensão equivalente de Von Mises fica na forma: 𝜎𝑉𝑀 = 𝜎1 2 − 𝜎1 𝜎2 + 𝜎2 2 1/2 7- 86 Critério de falhas para materiais frágeis Critério da máxima tensão normal: O componente estrutura estará seguro enquanto a máxima tensão normal for menor que a tensão de ruptura do material obtida no ensaio de tração. Urupturab Urupturaa Materiais frágeis sofrem falha repentina durante o ensaio de tração. A condição de falha é caracterizada pela tensão limite (ou de ruptura) do material U. 7- 87 •Materiais frágeis, como ferro fundido, falham subtamente por fratura sem escoamento aparente. U eixo cilíndrico, submetido apenas a um momento de torção, apresenta um plano de fratura a 450 em relação ao eixo. •Isto ocorre porque, neste estado de tensões, o elemento na superfície do eixo está submetido a cisalhamento puro. A máxima tensão normal neste elemento ocorre no plano que está a 450 em relação ao eixo. A teoria da Tensão Normal Máxima para materiais frágeis estabelece que um material falha quando a tensão principal máxima atinge o valor limite igual a tensão limite de ruptura que o material suporta em um ensaio de tração. 7- 88 7- 89 •Em alguns materiais frágeis, as propriedades de tração e deformação são diferentes. Neste caso usa-se o critério baseado no círculo de Mohr para prever a falha do material. •O método foi desenvolvido por Otto Mohr e é denominado critério de falha de Mohr. O método pode ser resumido nos gráficos mostrados abaixo. 7- 90 Exemplo de aplicação7- 91 •1 in = 1 polegada = 25,4 mm •1 lb = 1 libra força = 4,448 N •1 ksi = 103 lb/in2 =6,895x106 Pa O eixo maciço mostrado na figura, tem raio de 0,5 pol e é feito de aço com tensão limite de escoamento de 36 ksi. Determine se o carregamento mostrado provocará falha de acordo com as teorias de tensão de cisalhamento máxima e a teoria da energia de distorção máxima. 7- 92 Exemplo de aplicação •Calculamos inicialmente a tensão normal produzida pela força P e a tensão de cisalhamento produzida pelo torque T, em um ponto localizado na superfície do eixo. •As tensões principais deste elemento podem agora ser calculadas pelas expressões conhecidas: 7- 93 Exemplo de aplicação •Pela teoria da máxima tensão normal, devemos ter: Logo, por esta teoria, haverá falha 7- 94 •Teoria da máxima energia de distorção: Por esta teoria, devemos ter: •Logo, por esta teoria, não haverá falha. 7- 95 Exemplo de aplicação O tubo mostrado na figura tem diâmetro interno de 60 mm e diâmetro externo de 80 mm. Supondo que esteja sujeito a um momento de torção de 8 kNm e a um momento fletor de 3,5 kNm, conforme indicado, determinar de essas cargas provocam a falha definida pela teoria da energia de distorção máxima. A tensão limite de escoamento do material é 250 MPa. 7- 96 Exemplo de aplicação Calculamos inicialmente a tensão normal produzida pelo momento fletor e a tensão de cisalhamento produzida pelo momento de torção. Analisando uma seção transversal arbitrária, nota-se que o momento fletor produz tensão normal máxima de tração no ponto B e tração normal máxima de compressão em A. O torque produz tensão de cisalhamento máxima na superfície do eixo, onde estão os pontos A e B. 7- 97 Exemplo de aplicação •O estado de tensões do elemento no ponto A pode ser observado na figura ao lado. As tensões principais para este elemento serão: •Pelo critério da energia de distorção máxima, temos: Exemplo de aplicação 7- 98 •O eixo maciço de ferro fundido mostrado na figura está sujeito ao torque de 400 lb.pés. Determinar o menor raio de modo que não ocorra falha, de acordo com a teoria da tensão normal máxima. A tensão limite de resistência do material é 20 ksi 7- 99 •Calculamos inicialmente a máxima tensão de cisalhamento produzida pelo torque, que ocorre na superfície do eixo. •O estado de tensões deste elemento na superfície do eixo é de cisalhamento puro, e seu círculo de Mohr é representado abaixo. Neste caso, as tensões principais podem ser facilmente obtidas. Condição para não falhar: 9- 100 Deformação em vigas •Deformação de vigas para cargas verticais •Equação da curva elástica •Vigas estaticamente indeterminadas •Método da superposição de efeitos em vigas estaticamente indeterminadas •Exercícios resolvidos 9- 101 Deformação de vigas para força vertical Uma viga uniforme, com módulo de elasticidade E, momento de inércia I e sujeita à um momento fletor M, sofre uma flexão com raio de curvatura de acordo com a expressão: EI xM )(1 Para a viga em balanço com carga concentrada na extremidade: Então podemos escrever: EI Px 1 Para x=L: PL EI , B B 0 1 Px)x(M Para x=0: A A ρ, ρ 0 1 x Raio de curvatura de uma viga - revisão 9- 102 Figura 12.5bFigura 12.5a 9- 103 Raio de curvatura de uma viga - revisão 9- 104 Raio de curvatura de uma viga - revisão O produto EI nesta equação, denominado rigidez à flexão, é sempre uma quantidade positiva. O sinal do raio de curvatura depende da direção do momento fletor. Quando o momento é positivo, o raio de curvatura é positivo e vice-versa. 9- 105 Deformação de vigas para carga transversal • A curvatura da viga é nula onde o momento fletor é zero. Para o exemplo mostrado, a curvatura da viga ABCD é nula em A, E e D. EI xM )(1 • A viga tem curva com concavidade para cima no trecho onde o memento fletor é positivo e concavidade para baixo, no trecho onde o momento fletor é negativo. • A curvatura é máxima onde o momento é máximo. Para se determinar o ponto do momento máximo é necessário determinar a expressão do momento fletor em relação à x. 9- 106 Equação da curva elástica • Substituindo, vem: 21 00 1 0 2 21 CxCdxxMdxyEICdxxM dx dy EIEI xM dx yd EIEI xxx • Raio de curvatura de uma curva em ponto Q com coordenadas x e y: 2 2 23 2 2 2 1 1 1 dx yd dx dy dx yd 2 2 dx yd EIxM Para pequenas deformações. 9- 107 Equação da curva elástica 21 00 CxCdxxMdxyEI xx • As constantes da integração são definidas pelas condições de contorno: • Estudaremos apenas estes casos. • Para vigas estaticamente determinadas, bi- apoiadas: 0,0 BA yy – Para vigas biapoiadas com uma extremidade livre: 0,0 BA yy – Para vigas em balanço: 00 AA ,y 9- 108 Curva elástica a partir do carregamento • Substituindo na eq. do raio de curvatura, vem: xw dx yd EI dx Md 4 4 2 2 43 2 22 13 16 1 CxCxCxC dxxwdxdxdxxyEI • Integrando quatro vezes, temos: • Para uma viga com carregamento w(x), vale: xw dx dV dx Md xV dx dM 2 2 • As constantes da integração são definidas pelas condições de apoio . 2 2 dx yd EIxM 9- 109 Vigas estaticamente indeterminadas 000 Ayx MFF A viga é portanto estaticamente indeterminada. Uma equação adicional é a equação de deformação, ou seja: • Considere a viga engastada em A com apoio rolante na extremidade B. O diagrama de corpo livre indica 4 incógnitas para 3 equações de equilíbrio estático no plano. 21 00 CxCdxxMdxyEI xx que, por sua vez introduz duas incógnitas adicionais. Mas temos mais 3 equações dadas pelas condições de contorno: 0,Em 00,0Em ytemosLx yetemosx 9- 110 Exemplo de aplicação A viga horizontal uniforme, com seção transversal constante, está apoiada em A e B e suporta a força vertical P aplicada na extremidade C. Considerando-se que a deflexão máxima ocorre entre A e B, calcule: (a) A equação da curva elástica. (b) A máxima deflexão da viga. xM dx yd EI 2 2 Utilize a equação geral da linha elástica: 9- 111 Exemplo de aplicação x L a P dx yd EI 2 2 Equação diferencial da curva elástica (AD), Devemos calcular a equação do momento fletor para no trecho AB e no trecho BC. Calculamos inicialmente as reações nos apoios A e B. L a PR L Pa R BA 1 Do diagrama de corpo livre em AD, Lxx L a PM 0 xM dx yd EI 2 2 9- 112 Exemplo de aplicação PaLCLCL L a PyLx Cyx 6 1 6 1 0:0, em 0:0,0 em 11 3 2 • Integrando duas vezes a equação, temos: 21 3 1 2 6 1 2 1 CxCx L a PyEI Cx L a P dx dy EI x L a P dx yd EI 2 2 32 6 L x L x EI PaL y PaLxx L a PyEI L x EI PaL dx dy PaLx L a P dx dy EI 6 1 6 1 31 66 1 2 1 3 2 2 Substituindoos valores: 9- 113 Exemplo de aplicação • Ponto de deflexão máxima ocorre onde: 32 6 L x L x EI PaL y L, L x L x EI PaL dx dy m m 5770 3 31 6 0 2 • Deflexão máxima para: 3 2 57705770 6 ,, EI PaL ymax EI PaL ,ymax 2 06420 L,xm 5770 9- 114 Exemplo de aplicação Para a viga estaticamente indeterminada com o carregamento indicado, calcule o ângulo de deflexão em A e a força de reação do apoio em A. 9- 115 Exemplo de aplicação L xw xR dx yd EI A 6 3 0 2 2 • A equação diferencial da curva elástica, fica na forma: • Considere o diagrama de corpo livre no trecho AD. Calculamos inicialmente o carregamento resultante no segmento AD e seu centroide. Posteriormente, aplicamos as equações de equilíbrio. L xw xRM M x L xw xR M A A D 6 0 32 1 0 3 0 2 0 xM dx yd EI 2 2 9- 116 Exemplo de aplicação • Integrando duas vezes L xw xRM dx yd EI A 6 3 0 2 2 21 5 03 1 4 02 1206 1 242 1 CxC L xw xRyEI C L xw xREI dx dy EI A A • Aplicando as condições de contorno: 0 1206 1 :0, em 0 242 1 :0, em 0:0,0 em 21 4 03 1 3 02 2 CLC Lw LRyLx C Lw LRLx Cyx A A • Resolvendo o sistema de equações, encontramos: 0 30 1 3 1 4 0 3 LwLRA LwRA 0 10 1 3 01 120 1 LwC 9- 117 Exemplo de aplicação 42240 65 120 LxLx EIL w dx dy EI Lw A 120 3 0 • Diferenciando uma vez, obtemos: Para x = 0, xLw L xw xLwyEI 30 5 03 0 120 1 12010 1 6 1 xLxLx EIL w y 43250 2 120 • Substituindo os valores de C1, C2 e RA na equação da curva elástica, temos, 9- 118 Método da superposição Princípio da superposição: • As deflexões de vigas sujeitas a vários tipos de carregamentos, pode ser obtida por meio da soma individual de cada carregamento. • Este procedimento é facilitado com o uso de tabelas de deflexão encontrados nos livros de resistência dos materiais. 9- 119 9- 120 9- 121 Exemplo de aplicação 9- 122 9- 123 Exemplo de aplicação 9- 124 Exemplo de aplicação Utilizando o método da superposição de efeitos, calcule a deflexão e o ângulo de deflexão em B. Solução: O carregamento mostrado pode ser obtido por meio da soma dos seguintes carregamentos. 9- 125 Exemplo de aplicação Carregamento 1 EI wL IB 6 3 EI wL y IB 8 4 Carregamento II EI wL IIC 48 3 EI wL y IIC 128 4 No trecho CB, o momento é zero e a curva elástica é uma reta, portanto: EI wL IICIIB 48 3 EI wLL EI wL EI wL y IIB 384 7 248128 434 9- 126 Exemplo de aplicação EI wL EI wL IIBIBB 486 33 EI wL EI wL yyy IIBIBB 384 7 8 44 EI wL B 48 7 3 EI wL yB 384 41 4 Somando os efeitos, temos: 9- 127 Método da superposição para vigas estaticamente indeterminadas • O método da superposição pode ser utilizado para se calcular as reações nos suportes de vigas estaticamente indeterminadas. • Identifique o suporte redundante e elimine-o. • Determine as deformações na viga sem o suporte redundante. • Faça o suporte redundante como sendo uma força desconhecida. • Esta força desconhecida, junto com as demais forças aplicadas, devem produzir deformações compatíveis com a viga original. 9- 128 Exemplo de aplicação Para a viga horizontal mostrada, calcule: a) As reações nos suportes A, B e C. b) O ângulo de deformação em A. Solução: • Retire o suporte redundante B e encontre as deformações na viga. • Aplique uma força vertical em B que produz deslocamento nulo em B. 9- 129 Exemplo de aplicação • Deformação para carregamento uniforme: EI wL LLLLL EI w y wB 4 3 34 01132,0 3 2 3 2 2 3 2 24 Deformação no ponto B, Lx 3 2 xLLxx EI w y wB 334 2 24 9- 130 Exemplo de aplicação • Deformação para a força redundante: EIL bPa yax 3 , Em 22 EI LR L L EIL R y B B RB 3 22 01646,0 33 2 3 LbLa 3132 e Para 9- 131 Exemplo de aplicação • Aplicando-se as equações do equilíbrio estático, obtém-se as demais reações: wLRwLR CA 0413,0271,0 • A deformação em B deve ser nula, para se compatibilizar com a viga original, ou seja: yB = 0 EI LR EI wL yy B RBwB 34 01646,001132,00 wLRB 688,0 9- 132 Exemplo de aplicação EI wL EI wL wA 33 04167,0 24 EI wL EIL bLPab RA 3 03398,0 6 EI wL EI wL RAwAA 33 03398,004167,0 EI wL A 3 00769,0 Ângulo de deformação da viga na extremidade A 11- 133 Métodos de energia Densidade de energia de deformação Energia de deformação normal Energia de deformação de cisalhamento Energia de deformação no estado geral Cargas de impacto Tensões e deformações para cargas de impacto Trabalho e energia em estruturas Teorema de Castigliano Deflexão em estruturas utilizando o teorema de Castigliano. 11- 134 • Uma barra circular é submetida à uma força axial P como mostrado na figura. • O trabalho total da força P para uma deformação x1 é: que resulta no aumento da energia de deformação da barra. • No caso das deformações elásticas: deformaçãodeenergiatotaltrabalhodxPU x 1 0 Energia de deformação • O trabalho elementar produzido pela força P para uma deformação dx na direção de P é: que corresponde a área da faixa dx embaixo da curva P(x) elementartrabalhodxPdU 112 12 12 1 0 1 xPkxdxkxU x 11- 135 Densidade de energia de deformação • Para eliminar o problema da dimensão, divide-se a energia por volume: 3 xx x J/m deformação deenergia de densidadeu du L dx A P V U 1 1 0 0 • Quando o carregamento é retirado, as tensões caem a zero, mas havendo uma deformação permanente, apenas a energia representada na área triangular é recuperada. • A densidade de energia de deformação total é igual a área sob a curva tensão- deformação. 11- 136 Módulo de Tenacidade e Módulo de Resiliência • A densidade de energia de deformação para 1 R é definida como módulo de tenacidade. • A energia por unidade de volume necessária para causar a ruptura do material está relacionada com a ductibilidade e com a tensão de ruptura do material. • No regime elástico, vale escrever: • A densidade de energia de deformação para 1 esc é o módulo de resiliência. aresiliênci de módulo E u ee 2 2 3 2 1 21 0 22 1 m J E E dEu xx esc esc 11- 137 Energia de deformação na tensão normal def. de energia lim 0 dVuU dV dU V U u V • Dentro do regime elástico de deformação: elástica defor. de energiadV E U x 2 2 • Para força axial, dxAdVAPx L dx AE P U 0 2 2 J AE LP U 2 2 • Para barras com seção transversal uniforme: 11- 138 Energia de deformação na tensão normal Figura 14.3 11- 139 Energia de deformação na tensão normal 7- 140 As barras circulares de aço AB e BC são maciças com tensão de escoamento de 300 MPa e módulo de elasticidade de 200 GPa. Calcule a máxima energia de deformação das barras para que não ocorra escoamento nas mesmas, nas seguintes condições: a) a = 2 m. b) a = 4 m. Energia de deformação na tensão normal - Exemplo Diâmetro = 10 mm Diâmetro = 6 mm 7- 141 Energia de deformação na tensão normal - Exemplo A máxima força axial P é aquela que produz tensão de escoamento na área menor. Calculamos a energia de deformação para cada segmento utilizando a máxima força P calculada. 11- 142 Energia de deformação para vigas: tensão normal I yM x • Para uma viga uniforme, a energia será: dVEI yM dV E U x 2 222 22 • Fazendo dV = dA dx, dx EI M U dxdAy EI M dxdA EI yM U L L A L A 0 2 0 2 2 2 0 2 22 2 22 • Para vigas uniformes em balanço, com carga P na extremidade: EI LP dx EI xP U PxM L 62 32 0 22 Momento de Inércia=I 11- 143 Exemplo de aplicação Calcule a energia de deformação da viga em relação a tensão normal para o carregamento indicado. Dados: força P, comprimento da viga L, módulo de elasticidade do material da viga E, momento de inércia da seção transversal I. 11- 144 Exemplo de aplicação • Determine os momentos fletores nos trechos AD e BD da viga: L Pa R L Pb R BA v L Pa Mx L Pb M 21 11- 145 Exemplo de aplicação • Integrando sobre o volume da viga para encontrar a energia de deformação: ba EIL baPbaab L P EI dxx L Pa EI dxx L Pb EI dv EI M dx EI M U ba ba 2 2223232 2 2 0 2 0 2 0 2 2 0 2 1 6332 1 2 1 2 1 22 EIL baP U 6 222 v L Pa M BD, em fletor Momento x L Pb M AD, em fletor Momento 2 1 11- 146 Energia de deformação no cisalhamento • Para um material submetido à tensão de cisalhamento, a densidade de energia de deformação será: xy xyxy du 0 • Dentro do regime elástico, xy = G 3 2 2 2 1 2 m/J G uGu xy xy • A energia total é encontrada por: JdV G UdVuU xy 2 2 xy 11- 147 Energia de deformação no cisalhamento 11- 148 Energia de deformação no cisalhamento 11- 149 Energia de deformação na torção J T xy dV GJ T dV G U xy 2 222 22 • Para um eixo submetido à um torque: • Fazendo dV = dAdx : L L A L A dx GJ T U dxdA GJ T dxdA GJ T U 0 2 0 2 2 2 0 2 22 2 22 • Para eixos com seção transversal uniforme GJ LT U 2 2 Momento Polar de Inércia = J Exemplo de aplicação 11- 150 Figura 14.17 14.17 Exemplo de aplicação 11- 151 Determina-se inicialmente o torque interno nas duas regiões do eixo. Observa-se que os torques internos de 40 Nm e 15 Nm tem direções opostas, mas este fato não tem efeito na energia, já que os torques são elevados ao quadrado. O Momento de inércia polar do eixo vazado é: Energia de deformação no cisalhamento em vigas 11- 152 Eq.14.11 Energia de deformação no cisalhamento 11- 153 Energia de deformação no cisalhamento 11- 154 Exemplo de aplicação 11- 155 Figura 14.14a 11- 156 Exemplo de aplicação 11- 157 Densidade de energia de deformação-estado geral de tensões • No estado geral, o elemento está submetido a 3 tensões normais e 3 tensões de cisalhamento, produzindo suas respectivas deformações: zxzxyzyzxyxyzzyyxxu 21 • Em termos de tensões principais, a energia de deformação fica na forma: angular deformação a relativo 12 1 volumede mudança à relativo 6 21 2 2 1 222 2 222 accbbad cbav dv accbbacba G u E v u uu E u 11- 158 Energia de deformação para o estado geral de tensões Figura 14.5 Eq. 14.9 Eq. 14.6 11- 159 Lei de Hooke Generalizada Energia de deformação para o estado geral de tensões Cargas de Impacto – Energia potencial 11- 160 Considere que o peso W é liberado sobre a mola com rigidez k de uma altura igual a h. Considere que não há perda de energia e que toda a energia potencial do peso é convertido em energia potencial de mola. Cargas de Impacto – energia potencial 11- 161 11- 162 Exemplo de aplicação Exemplo de aplicação 11- 163 Parte a) – Quando a carga é aplicada gradualmente, o trabalho realizado pelo peso transforma-se em energia de deformação no tubo. Aplicando a conservação de energia, temos: J AE LP U 2 2 Eq. Da energia para cargas axiais Exemplo de aplicação 11- 164 •Parte b) •Note que este deslocamento é duas vezes maior que o obtido no caso a) Cargas de impacto – energia cinética 11- 165 11- 166 Tensões para cargas de impacto • Considere que uma massa m atinge a barra com velocidade v0. • A barra se deforma com o impacto, atingindo a tensão máxima m • Para calcular m assume-se que toda a energia cinética é transferida à barra. 2 02 1 mvUm dV E U mm 2 2 • Foi visto que a energia de deformação elástica para cargas axiais é • Para a barra de seção uniforme: V Emv V EUm m 2 02 ;dV E U x 2 2 •Um= máxima energia de deformação 11- 167 Exemplo de aplicação Um corpo de massa m e velocidade v0 atinge a barra BCD. Sabendo-se que o diâmetro no trecho BC é o dobro do diâmetro no trecho CD, determine a máxima tensão normal produzida pelo impacto. 11- 168 Exemplo de aplicação Devido a alteração no diâmetro da barra, as tensões normais produzidas são diferentes em BC e CD. • Substituindo-se os valores das áreas e dos volumes para os segmentos BC e CD, temos: L AEU P AE LP AE LP AE LP U m m mmm m 5 16 16 5 416 222 • Cálculo da máxima tensão normal devido a carga Pm . A maior tensão está em CD. AL Emv , AL EU A P m mm m 2 0 5 8 5 16 EA VP EA VP U EA VP dV EA P U A P ,dV E U CD CDm BC BCm m mm m m m m m 2 2 2 2 2 2 2 2 2 22 22 2 2 02 1 mvUm 11- 169 Exemplo de aplicação Um bloco de peso W cai de uma altura h e atinge a extremidade A da viga. Determine a máxima tensão normal produzida na viga.Solução: • A tensão normal na viga varia ao longo do comprimento L da viga e também ao longo da seção. • Encontre carga Pm que produz a mesma energia do impacto. • Calcule a tensão normal máxima produzida por Pm 11- 170 Exemplo de aplicação E V dV E U WhU mm m m 22 22 Foi visto que energia de deformação da viga em balanço para uma carga na extremidade vale: 3 32 6 6 L EIU P EI LP U mm m m A tensão normal máxima ocorre no ponto B na superfície da viga distante c da linha neutra da seção transversal. 22 66 cIL WhE cIL EU I LcP I cM m m mm m Quando o deslocamento em A é pequeno em relação a h podemos escrever: 11- 171 Resumo: projeto para cargas de impacto O que diminui a tensão máxima: • Uniformidade da tensão • Baixo módulo de elasticidade com alta tensão de escoamento • Grande volume • Barra com 2 diâmetros diferentes, V EU ALLALAV AL EU m m m m 8 2/52/2/4 5 16 • Barra uniforme: V EUm m 2 V EU VLcccLcIL cIL EU m m m m 24 // 6 4 12 4 124 4 12 2 • Viga circular em balanço: Exemplo de aplicação 11- 172 11- 173 Exemplo de aplicação 11- 174 11- 175 Exemplo de aplicação 11- 176 Trabalho e energia para tensão normal • Foi visto que para uma barra uniforme sobmetida a tensão normal, a energia de deformação total é obtida pela integração da densidade de energia no volume: AE LP dxA E AP U dV E dVuU L 22 2 2 0 2 2 • A energia de deformação pode ser obtida pelo trabalho produzido pela força P, x dxPU 0 • Para deformações elásticas, vale: PxxkdxkxdxPU xx 2 12 2 1 00 • Conhecendo a relação entre força e deslocamento: AE LP AE LP PU AE PL x A P L x E L L EE 2 2 2 1 11- 177 Trabalho e energia para cargas simples. • A energia de deformação pode ser calculada pelo trabalho produzido por uma única força, conforme exemplos abaixo: • Força transversal EI LP EI LP P yPdyPU y 63 32 1 3 1 12 1 112 1 0 1 • Momento fletor EI LM EI LM M MdMU 2 2 11 12 1 112 1 0 1 JG LT JG LT T TdTU 2 2 11 12 1 112 1 0 1 • Torção pura 11- 178 Deformação de estrutura composta por barras. • Energia de deformação da estrutura AE lP , AE ,,lP AE LF AE LF U BDBDBCBC 2332 22 3640 2 8060 22 • Igualando trabalho e energia: AE Pl ,y yP AE LP ,U B B 7280 3640 2 1 2 • A energia de deformação de uma estrutura pode ser utilizada para se calcular a deformação em um determinado ponto submetido a uma carga. l,Ll,L BDBC 8060 Do equilíbrio estático P,FP,F BDBC 8060 Para a geometria dada, 11- 179 Exemplo de aplicação A treliça plana mostrada, é constituída por tubos de alumínio com área de seção transversal indicada na figura. Usando E = 73 GPa, calcule o deslocamento vertical do ponto E causado pela ação da carga estática P. 11- 180 Exemplo de aplicação Solução: • Reações nos apoios da treliça: 821821 PBPAPA yx • Cálculo das forças em cada elemento da treliça: método dos nós. PF PF CE DE 8 15 8 17 0 8 15 CD AC F PF PF PF BD AD 8 21 4 5 0ABF 11- 181 Exemplo de aplicação • Calcule a energia de deformação de cada membro da treliça. 2 22 29700 2 1 2 1 2 P E A LF EEA LF U i ii i ii • Iguale o trabalho da força P com a energia de deformação da treliça: 9 33 2 2 1 1073 104010729 2 2970022 , y E P PP U yUPy E EE mm,yE 2716 11- 182 Trabalho e energia para cargas variadas • Calcule a energia de deformação da viga produzida por P2 seguido por P1, 21111221222221 2 PPPPU • Como as energias devem ser iguais, segue que 1221 (Maxwell’s reciprocal theorem). • Deslocamentos dos pontos 1 e 2 devido às cargas P1 e P2 22212122212 21211112111 PPxxx PPxxx 22222112211121 2 PPPPU • Calcule a energia de deformação da viga produzida por P1 seguido por P2, 11- 183 Teorema de Castigliano 22222112211121 2 PPPPU • Energia de deformação de uma viga submetida à duas forças: • Derivadas parciais em relação às forças 2222112 2 1212111 1 , xPP P U xPP P U • Teorema de Castigliano: Para uma estrutura elástica, sujeita à n forças, o deslocamento xj do ponto de aplicação de Pj , pode ser expresso por: e j j j j j j T U M U P U x 11- 184 Teorema de Castigliano Teorema de Castigliano 11- 185 Teorema de Castigliano 11- 186 Figura 14.39 11- 187 Teorema de Castigliano 11- 188 Teorema de Castigliano aplicado a treliças 11- 189 Teorema de Castigliano aplicado à vigas Entretanto, Teorema de Castigliano aplicado à vigas 11- 190 11- 191 Aplicação do Teorema de Castigliano • O Teorema de Castigliano pode ser utilizado para se calcular os deslocamentos de uma estrutura sujeita à varias cargas simultâneas. • Para vigas uniformes: L jj j L dx P M EI M P U xdx EI M U 00 2 2 • Para treliças uniformes: j i n i i ii j j n i i ii P F EA LF P U x EA LF U 11 2 2 11- 192 Exemplo de aplicação Utilizando o Teorema de Castigliano e a mesma treliça do Exemplo anterior, determine o deslocamento vertical do ponto C devido à ação da carga P. Aplique os método dos nós para encontras as forças nos elementos da treliça (em função da força Q). Calcule a derivada da força em cada elemento em relação à carga Q. Faça Q = 0 e aplique a expressão de Castigliano para treliças. Roteiro da solução: Introduza uma carga Q em C e encontre as reações nos apoios. 11- 193 Exemplo de aplicação Utilizando o método dos nós e encontramos os esforços em cada elemento em função de Q. 4 5 4 3 0 000 Q F, Q F;F QF;F,F,F ADBDAB CDACDECE As forças em cada elemento da treliça devido a carga P já foram calculadas no exemplo anterior e por isso, não precisam ser calculadas novamente. Então, calcularemos agora as forças nos elementos da treliça devido a carga Q. QBQAQA yx 4 3 4 3 •Diagrama de corpo livre sem a força P 11- 194 Exemplo de aplicação • Calcule o deslocamento em C devido a P e Q: QP EQ F EA LF y i i ii C 42634306 1 •A força que atua em cada elemento, Fi da treliça será a soma das forças obtidas devido a carga P (exercício anterior) e devido a carga Q. Com isso, montamosa tabela abaixo 11- 195 Exemplo de aplicação • Fazendo Q = 0 na expressão do deslocamento em C, obtém-se o deslocamento desejado em C: Pa1073 10404306 9 3 N yC mm ,yC 362 E P QP EQ F EA LF y i i ii C 4306 42634306 1 Exemplo de aplicação 11- 196 Figura 14.13 Exemplo de aplicação 11- 197 Figura 14.43 Exemplo de aplicação 11- 198 Exemplo de aplicação 11- 199 Exemplo de aplicação 11- 200 Figura 14.44 Exemplo de aplicação 11- 201 Figura 14.44 Exemplo de aplicação 11- 202 Figura 14.44 Exemplo de aplicação 11- 203 Apêndice
Compartilhar