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Trabalho_Mineirinho

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
 
 
 
Daniel Leôncio Teixeira 
Kevin Gonçalves de Sousa 
Kelwin Pinho Santos 
Rodrigo Pinho Pires de Moraes 
Rubens Brito Vasconcellos 
Vitor Jorge Coutinho Carvalho 
 
 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A: 
ANÁLISE ESTRUTURAL COBERTURA DO ESTÁDIO MINEIRINHO 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
 2017 
Daniel Leôncio Teixeira 
Kevin Gonçalves de Sousa 
Kelwin Pinho Santos 
Rodrigo Pinho Pires de Moraes 
Rubens Brito Vasconcellos 
Vitor Jorge Coutinho Carvalho 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A: 
ANÁLISE ESTRUTURAL COBERTURA DO ESTÁDIO MINEIRINHO 
 
 
Trabalho relacionado ao estudo da estrutura da 
cobertura do estádio Mineirinho; na disciplina 
de Resistência dos Materiais A, no curso de 
Engenharia Civil, na Pontifícia Universidade 
Católica de Minas Gerais. 
Professor: Dr. João Batista Santos de Assis 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2017 
Sumário 
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................................. 4 
LISTA DE SIGLAS ....................................................................................................................................... 5 
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................................. 6 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 7 
2. CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO ................................................................................................ 8 
2.1.1. APLICAÇÕES ......................................................................................................................... 9 
2.1.2. VANTAGENS......................................................................................................................... 9 
2.1.3. DESVANTAGENS ................................................................................................................ 10 
2.1.4. COMPOSIÇÃO MATERIAL DO CAD ..................................................................................... 10 
2.2.1. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O CAD E O CONCRETO CONVENCIONAL (CC) ................. 11 
2.2.2. TABELA COMPARATIVA ..................................................................................................... 14 
3. DIFICULDADES ............................................................................................................................... 14 
4. EXECUÇÃO DO ENSAIO .................................................................................................................. 15 
4.1.1. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ........................................................................................... 15 
4.1.2. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ..................................................................................... 15 
4.1.3. VALORES GASTOS NA ELABORAÇÃO DOS CP’s .................................................................. 16 
4.2.1. PREPARO E EXECUÇÃO DO ENSAIO ................................................................................... 16 
4.3. RESULTADOS ENCONTRADOS ............................................................................................... 19 
4.4. DIFICULDADES ENCONTRADAS ............................................................................................. 19 
6. PROTÓTIPO .................................................................................................................................... 22 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 23 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 24 
 
 
 
 
4 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
Tabela 1: NBR 8953: Classes de resistência do Grupo I ....................................................... 12 
Tabela 2: NBR 8953: Classes de resistência do Grupo II ...................................................... 12 
Tabela 3: Comparativo do valor de venda do CC e do CAD: ................................................ 13 
Tabela 4: Comparativo diversos CC e CAD ......................................................................... 14 
Tabela 5: Medidas dos ensaios dos CP’s .............................................................................. 16 
Tabela 6: Resultado da tensão de compressão dos CP’s ........................................................ 19 
Tabela 7: Resultado da tensão de compressão do CP 02 ....................................................... 20 
 
5 
 
LISTA DE SIGLAS 
ADEMG .............................................. Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais 
CAD ........................................................................................ Concreto de Auto Desempenho 
CAR ........................................................................................... Concreto de Alta Resistência 
CP ................................................................................................................. Corpo de Prova 
CP II ............................................................................................ Cimento Portland Classe II 
CP V ARI...............................................Cimento Portland Classe V de Alta Resistência Inicial 
CC........................................................... ........................................................ Concreto Comun 
fck........................................................... ..... resistência característica do concreto à compressão 
Kgf/cm² ................................................................... Kilograma força por centímetro quadrado 
Ltda .......................................................................................................................... Limitada 
MPa .................................................................................................................... Mega Pascal 
NBR ............................................................................................................. Norma Brasileira 
PUC ....................................................................................... Pontifícia Universidade Católica 
UFMG ......................................................................... Universidade Federal de Minas Gerais 
 
 
6 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Figura 1– Construção do Mineirinho ..................................................................................... 8 
Figura 2 – Lixamento da superfície do corpo de prova ......................................................... 16 
Figura 3– Medição dos corpos de prova ............................................................................... 17 
Figura 4 – Ensaio do corpo de prova .................................................................................... 17 
Figura 5 – Corpo de prova após ensaio a compressão ........................................................... 18 
Figura 6– Grupo no ensaio ................................................................................................... 18 
Figura 7– Membro do grupo no ensaio ................................................................................. 19 
Figura 8 – Corpo de prova 02 na prensa hidráulica .............................................................. 20 
Figura 9 – Curva tensão “versus” deformação do CP 02 ....................................................... 21 
Figura 10 – Visita técnica.....................................................................................................22 
Figura 11 – Protótipo Mineirinho ......................................................................................... 23 
 
 
 
7 
 
1. INTRODUÇÃO 
A história da construção do Mineirinho está ligada a história do Mineirão. No final da 
década de 1950, época de efervescência futebolística, os universitários reivindicavam a 
construção de um estádio universitário na capital mineira. Concomitante a isso, capitaneado 
pela Associação Mineira dos Cronistas Esportivos, havia na sociedade um movimento 
reivindicando um estádio como forma dos times mineiros de futebol poderem competir com 
os times dos outros estados. A união desses movimentos resultou na construção de um estádio 
no terreno da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Assim, o Mineirão foi 
construído, no início dos anos 60, em um terreno cedido pela UFMG, sendo inaugurado no 
ano de 1965. 
Posteriormente, como forma de indenizar a UFMG pelo terreno do Mineirão, o Estado 
propôs a construção de um centro esportivo universitário que previa em seu projeto a 
existência de um pequeno ginásio poliesportivo. Em meados de 1971, por solicitação do 
governador Rondon Racheco, a equipe técnica de engenheiros da ADEMG elaborou um 
anteprojeto do futuro ginásio, que seria erguido às margens da Lagoa da Pampulha, 
completando a área do Centro Esportivo Universitário. O convênio entre a ADEMG e a 
UFMG para a utilização de uma área de 93.000 m² pertencente à Universidade foi assinado 
em 12 de Outubro de 1972. Por decorrência do período ditatorial vigente e de sua consequente 
concentração de poder político, as obras no Brasil se tornaram grandiosas naquela época e o 
que era para ser um complemento de um centro esportivo se tornou o maior ginásio da 
América Latina, com o maior vão livre do mundo. 
A construção do Mineirinho começou no ano de 1972. Por ser coberto, e por isso 
demandar um grande volume de concreto, a obra foi paralisada em 1974 devido às 
dificuldades financeiras e retomada em 1977. Ao todo, a obra durou cerca de 8 anos e assim o 
Mineirinho foi inaugurado em 15 de março de 1980, com uma memorável festa de 
inauguração. Pode não parecer, mas devido ao fato do Mineirinho ser um ginásio coberto, ele 
possui maior volume de concreto do que o próprio Mineirão. Além disso, o Mineirão possui a 
altura equivalente a um prédio de 4 andares, enquanto o Mineirinho a um prédio de 13 
andares, contando com o seu subsolo. 
Sob a administração direta da ADEMG, e presidência do Dr. Afonso Celso Raso, o 
Mineirinho foi inaugurado, com o nome do jornalista Felipe Hanriot Drummond, pelo 
governador Francelino Pereira. À época, a ADEMG era administrada por cronistas 
8 
 
esportivos,que resolveram homenagear Felipe Drummond, um dos mais importantes cronistas 
esportivos da história de Minas Gerais, pelo seu trabalho como jornalista. 
A imagem abaixo representa a construção do estádio Mineirinho: 
 
Figura 1 – Construção do Mineirinho (Fonte: http://www.fiemg.com.br/bh100/bh-8.htm) 
 É importante ressaltar que os testes de carga foram executados durante a sua 
construção. Inicialmente, as vigas foram construídas e ficaram em balanço com ancoragem na 
fundação até a execução do anel central de tração, que sustenta as vigas em mesmo nível, à 
medida que são ajustadas em pares. 
Com 35 anos, o estádio passou por uma grande reforma, cujo projeto previa restauração e 
correções nas estruturas de concreto externas, impermeabilização da laje e calhas da 
cobertura, incluindo substituição das telhas da cúpula central, e captação e condução das 
águas pluviais da cobertura para possibilitar seu reaproveitamento, entre outras intervenções. 
 “Anteriormente, foram feitas reformas ou obras pontuais, geralmente em função de 
algum evento ou programa da Secretaria de Esportes”, contou Ricardo Raso, superintendente 
de Gestão de Estruturas Esportivas da Setes. 
2. CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO 
O CAD é um concreto de avançada tecnologia e com suas características de alta 
resistência mecânica, elevada durabilidade e resistência química, baixa deformabilidade que 
possibilita desempenho inigualável na redução das seções de peças comprimidas e ganho de 
9 
 
área útil. Reduz o peso próprio das estruturas, reduz a taxa de armadura, reduz a área de 
fôrmas e reduz os custos de uma estrutura, elimina imperfeições geralmente existentes em 
concretos comuns, reduzindo custos de manutenção e mão de obra, o que diminui o custo no 
final da obra. 
É utilizado por arquitetos e engenheiros que buscam avançar no conceito de 
sustentabilidade da construção civil, priorizar o aumento significativo da área útil das 
edificações, reduzir o consumo de materiais como o aço, aumentar a durabilidade, reduzir o 
consumo de energia e atingir alto desempenho. 
Dessa forma, como primeira aplicação ocorre quase que de imediato seu emprego em 
obras ou elementos que necessitam de elevada resistência mecânica do concreto e/ou seções 
mais reduzidas dos elementos estruturais, incluindo edifícios muito altos, pontes ou viadutos 
com extensão acentuada, monotrilhos, obras hidráulicas, estruturas off-shores etc. 
2.1.1. APLICAÇÕES 
 
 Estruturas com cargas ou tensões de compressão elevadas; 
 Obras emergenciais ou de recuperação; 
 Estruturas submetidas a ambientes agressivos ou que necessitem de alta durabilidade. 
 
2.1.2. VANTAGENS 
 
 Redução das seções de peças comprimidas, aumento da área útil de estacionamentos ou 
aumento de vãos; 
 Redução do peso próprio da estrutura; 
 Redução do volume de concreto; 
 Redução da área de fôrmas; 
 Redução das fundações e aumento da vida útil; 
 Redução do consumo de aço e do custo final da obra; 
 Melhores características mecânicas: compressão, desgaste e módulo de elasticidade; menor 
deformação; 
 Baixa permeabilidade; 
 Boa trabalhabilidade; 
10 
 
 Ausência de exsudação (eflorescência de água durante o lançamento e adensamento do 
concreto); 
 Ótima aderência sobre concreto pré-existente; 
 Alta resistência à abrasão; 
 Ausência de segregação; 
 Alta durabilidade devido à baixíssima porosidade, que reduz significativamente a 
carbonatação (perda de alcalinidade do concreto que protege o aço) evitando a corrosão das 
armaduras ao longo do tempo; 
 Alta resistência à ação de agentes químicos, como cloretos e sulfatos. 
 Vida útil 20% maior que um concreto convencional 
 
 
2.1.3. DESVANTAGENS 
 Maiores custos com projeto, para verificar a viabilidade técnica e econômica do uso 
do concreto de alto desempenho; 
 Processo de cura exige processos mais rigorosos 
 Maior custo inicial. 30% a 40% em geral. 
 Difícil determinação de coeficientes de Poisson e do módulo de elasticidade 
 
2.1.4. COMPOSIÇÃO MATERIAL DO CAD 
De acordo com a descrição material do CAD pela Concrebrás, o Concreto de Alto 
Desempenho é constituído por: 
 Cimento: CP V ARI, CP II classe 40; 
 Adições: (Sílica ativa, Escória, Flyash) Gelo, Pigmentos 
 Areias: Isentas de impurezas e materiais pulverulentos. 
 Britas: Rochas densas (Basaltos, diabásio, calcário) 
 Aditivos: Superplastificantes de policarboxilato e estabilizantes de pega 
 Como explicado na visita pelo engenheiro responsável, na época da construção foi 
uma revolução a utilização desse concreto. 
 Costuma-se admitir como CAD concretos que atinjam resistência à compressão 
superior a 40 MPa, constituindo referência internacional o edifício Kuala Lumpur (Malásia 
11 
 
1997) com altura em torno de 450 metros e emprego de concreto com resistência 
característica de 80 MPa. No Brasil, até onde se sabe, o recorde de resistência foi obtido no 
edifício e-Tower, edifício comercial situadona cidade de São Paulo. Na obra brasileira, com 
altura de 160 metros, chegou a ser empregado concreto com resistência à compressão de 125 
MPa aos 28 dias de idade. 
2.2.1. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O CAD E O CONCRETO 
CONVENCIONAL (CC) 
O mercado brasileiro tem recorrido cada vez mais aos concretos de alto desempenho, 
considerando-se hoje quase como rotina nos projetos de obras mais importantes a 
especificação de concretos com resistência igual ou superior a 40 MPa. A mais nova versão 
da norma brasileira NBR 6.118:2014 Projeto de Estruturas de Concreto, que passou a ser 
aplicável a estruturas a serem moldadas com concretos com resistência de até 90 MPa (a 
versão antiga da norma chegava somente a 50 MPa), certamente dará impulso ainda maior ao 
emprego dos CADs em nossas obras. 
Segundo Pierre Claude Aïtcin, as características positivas da utilização do CAD 
ainda não são exploradas em sua totalidade. 
[…] A despeito do fato de que até agora concreto de alto 
desempenho tem sido utilizado principalmente em aplicações de alta 
resistência, é inevitável que num futuro muito próximo o concreto 
de alto desempenho seja mais especificado e usado pela sua 
durabilidade do que especificamente, pela sua alta resistência à 
compressão. Quando a comunidade da engenharia vier a entender 
isto, e modificar sua percepção do concreto de alto desempenho, a 
indústria da construção dará definitivamente um grande passo 
adiante (AÏTCIN apud GUIMARAES, 2002, p.22). 
Aïtcin deixa claro que é errôneo por parte da comunidade da engenharia só utilizar o 
Concreto de Alto Desempenho em obras cuja prioridade é a resistência à compressão, como 
em grandes arranha-céus, e provisiona que no futuro o CAD será mais conhecido por sua 
durabilidade. “O Concreto de Alto Desempenho (CAD), foi desenvolvido na Noruega na 
década de 1950 [...], era conhecido no início como Concreto de Alta Resistência (CAR) 
devido à sua alta resistência característica à compressão” (MIGUEL, 2003, p.1). 
12 
 
 
Conforme a NBR 8953 (1992), o concreto é classificado em dois grupos de 
resistência, o grupo de resistência I é formado por concretos até 50 Mpa (Mega Pascal = 1 
milhão de Pascal= 10,1972 Kgf/cm²), que seriam os concretos comuns e o Grupo II por 
concretos acima de 55 MPa, os Concretos de Alto Desempenho, exemplificados na tabela a 
seguir: 
Fonte: NBR 8953: Concretos para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência 
 
Já, Watanabe (2008, p.4) classifica como Concreto de Alto Desempenho, todo 
concreto acima de 40 MPa: 
Estudos experimentais comprovaram que a microestrutura e as 
propriedades do concreto com resistência acima de 40 MPa são 
consideravelmente diferentes das dos concretos convencionais. 
Como a prática atual de dimensionamento de estruturas ainda está 
fundamentada em experimentos realizados com concretos 
convencionais, é preferível manter os concretos com resistências 
acima de 40 MPa em uma classe diferenciada, de maneira a alertar o 
projetista da necessidade de ajustes nas equações existentes. 
Portanto, CAD é todo concreto com resistência característica à compressão a partir de 
fck 40 MPa, que segue um rigoroso controle de qualidade, constituído de água, cimento, 
agregado miúdo (areia natural ou artificial), agregado graúdo (calcário, granito, basalto, 
dolerito, diabase, e seixos arolados), aditivos químicos (superplastificantes), aditivos 
minerais (sílica ativa, cinzas volantes, pozolanas naturais, cinzas de casca de arroz e 
metacalium), sendo a dosagem desses materiais o que define as características diferenciadas 
13 
 
desde tipo de concreto (WATANABE, 2008, p.6-12). 
 Por ser um material de alta resistência, o Concreto de Alto Desempenho é mais utilizado 
em grandes obras como: prédios, pontes, viadutos e pavimentos e no caso estudado em nosso 
trabalho na construção do Mineirinho. 
 A resistência à compressão do concreto é determinada através do Ensaio de Moldagem 
e Ruptura, em corpos de prova cilíndricos (15x30 cm ou 10x20 cm) regido pelas normas de 
moldagem (NBR 5738) e ruptura (NBR 5739). 
A menor porosidade e permeabilidade são as principais diferenças entre o Concreto 
Comum e o Concreto de Alto Desempenho e o que ocasiona o consequente aumento de 
resistência do CAD não somente à compressão, mas também a agentes agressivos do 
concreto. 
O CAD como uma é opção viável economicamente na construção civil, confirmando 
que o preço elevado do 1m3 do CAD não determina um maior custo da obra, e sim pode 
reduzir em média 10% desse orçamento por seus benefícios e vantagens. 
“Muitos estudos já foram feitos a respeito da viabilidade da aplicação dos CAD em 
edifícios altos”, e já se sabe que “o custo unitário deste material seja bastante superior ao dos 
concretos convencionais”, a partir desta constatação ficou difícil difundir a utilização do 
CAD que por resistência mecânica “possibilita aos projetistas de estruturas reduzirem o 
consumo de concreto aplicado e mais significativamente reduzir o peso de aço necessário 
para os pilares”. (WATANABE, 2008, p.17-18). 
Abaixo seguem dados fornecidos através de orçamento realizado em 2014, fornecidos 
por Muriam Concreto Ltda e Engemix para se estabelecer um comparativo do valor de venda 
do CC e do CAD: 
TIPO DE CONCRETO fck 20 MPa fck 40 MPa fck 60 MPa fck 80 MPa 
PREÇO (R$) 1m3 R$ 250,00 R$ 315,00 R$ 380,00 R$ 445,00 
Tabela 3: Comparativo do valor de venda do CC e do CAD 
Fonte: Muriam Concreto Ltda e Engemix. 
Através dos dados acima mencionados é possível verificar um aumento de 26% (R$ 
65,00) do preço do concreto comum fck 20 MPa com relação ao concreto de alto 
desempenho fck 40 MPa que possui o dobro da resistência do fck 20 MPa, o que desfaz a 
mística de que o preço do 1m3 do CAD seria muito elevado. 
14 
 
Considera-se ainda que o CAD é um concreto bombeável, o que determina uma 
menor concentração de funcionários para a aplicação do concreto na área desejada, somado a 
isso, a alta resistência, e a durabilidade do material aplicado, podemos concluir a 
superioridade do CAD em relação ao concreto comum, o que mitiga o custo empregado em 
sua utilização. 
2.2.2. TABELA COMPARATIVA 
Tabela 4: Comparativo diversos CC e CAD. Fonte: Os autores, 2017. 
3. DIFICULDADES 
Pelo fato de ter encontrado os testemunhos espalhados na cobertura não sabemos 
definir suas reais condições, uma vez que estavam submetidos ao intemperismo. Também não 
possuíam as formas adequadas segundo a NBR 5738, ou seja, estavam irregulares tanto 
facialmente como na parte lateral, e isso dificultou no ensaio. 
Para o desenvolvimento do protótipo também ocorreram dificuldades, uma vez que o 
sistema estrutural do Mineirinho é bem complexo de ser representado pela quantidade de 
 CONCRETO 
CONVENCIONAL 
CONCRETO DE ALTO 
DESEMPENHO 
Relação a/c Média/Alta Baixa 
Aditivos Não utiliza Super Plastificantes 
Adições Sem adições ou em pequena 
quantidade 
Sílica Ativa 
Porosidade Média/Alta Baixa 
Fissuração Inicio em 35% do fck Inicioem 75% do fck 
Cura Tradicional Processos Rigorosos 
Resistência 
Química 
Baixa/Média Alta 
Resistência a 
Abrasão 
Normal 10 vezes maior que a convencional 
15 
 
pilares e como funcionam juntamente com o anel que permite a todos eles, em pares, ficarem 
ajustados. 
Para execução do ensaio no laboratório do prédio 10 da PUC Minas, também 
ocorreram dificuldades, uma vez que os ensaios só são realizados na parte da tarde e se 
encerram antes do fim do horário comercial de trabalho e alguns integrantes do grupo 
trabalham durante esse período. É importante ressaltar que o membro do grupo Kevin 
Gonçalves de Sousa não pode realizar o ensaio nodia previsto por motivo de trabalho, mas 
em outro horário conseguiu realizar os mesmos procedimentos em outro ensaio com o mesmo 
objetivo do primeiro. 
4. EXECUÇÃO DO ENSAIO 
4.1.1. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 
Para este ensaio, foi utilizada, inicialmente, a prensa universal e, posteriormente, a 
máquina de prensa hidráulica. 
Inicialmente o ensaio seria realizado apenas usando a prensa universal seguindo os 
seguintes passos: 
a) Todos os três (03) corpos de prova (CP) a serem ensaiados devem estar limpos, com 
superfície lisa e livre de qualquer irregularidade; 
b) Colocar os corpos de prova um a um no equipamento; 
c) Aplicar as cargas, girando o registro do equipamento, aguardar alguns segundos para 
estabilização; 
d) Após rompimento, retirar a carga, CP e limpar a plataforma da prensa; 
e) Anotação da carga aplicada no rompimento; 
4.1.2. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS 
O relatório do ensaio deve conter no mínimo as seguintes informações: 
a) Identificação do solicitante; 
b) Identificação da amostra e de todos os corpos-de-prova; 
c) Data de recebimento da amostra; 
d) Data do ensaio; 
e) Valores de rompimento em quilograma força (Kgf) e/ou em Newton (N); 
f) Cálculo das tensões normais de rompimento (σ), obtida através da razão força de 
rompimento / área do CP; 
16 
 
4.1.3. VALORES GASTOS NA ELABORAÇÃO DOS CP’s 
Não foi gasto qualquer investimento para construção dos CP’s, uma vez que todos 
foram doados pelo Engenheiro que coordena o Estádio Mineirinho e estavam disponíveis no 
local de visita. Os corpos de prova foram obtidos após de perfuração da laje do estádio para 
que pudessem passar fiações para iluminação do local. 
4.2.1. PREPARO E EXECUÇÃO DO ENSAIO 
A preparação e execução do ensaio foi realizada nos dias 7 e 8 de Novembro de 2017, 
acompanhado pelo técnico Antonio de Lima, representante da Universidade. 
Inicialmente, como os CP’s não estavam em condições de ensaio, por não 
apresentarem superfície regular, foi necessário que lixássemos os dois lados do corpo de 
prova para que os resultados do ensaio não apresentassem falhas, como mostra a figura: 
 
Figura 2 – Lixamento da superfície do corpo de prova (Kelwin Pinho, 2017) 
Após a seleção e identificação das peças a serem ensaiadas, todos os CP’s tiveram as 
dimensões medidas, com auxílio do paquímetro, conforme tabela e figura: 
CP 
Dimensões 
Área de contato (mm²) Carga (Kgf) 
Altura (mm) Diâmetro (mm) 
1 59,50 76,00 4.536,46 11.350,00 
2 * 60,00 74,00 4.300,84 30.900,00 
3 64,00 73,00 4.185,39 7.000,00 
Tabela 5: Medidas dos ensaios dos CP’s (Kelwin Pinho) 
17 
 
 
 Figura 3 Medição dos corpos de prova (Rubens Brito, 2017) 
Após fazer as medidas dos CP’s, seguimos para a execução dos rompimentos, seguindo a 
norma (ABNT NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova 
cilíndricos). 
 
Figura 4 Ensaio do corpo de prova (Kelwin Pinho, 2017) 
18 
 
 
Figura 5 – Corpo de prova após ensaio a compressão (Kelwin Pinho, 2017) 
 
Figura 6– Grupo no ensaio (esq. Para dir. Rubens, Kelwin, Rodrigo) (Kelwin Pinho, 2017) 
19 
 
 
Figura 7– Membro do grupo no ensaio - Kevin (Kevin Gonçalves,2017) 
4.3. RESULTADOS ENCONTRADOS 
Após ensaio dos trêsCP’s, calculou-se as tensões de compressão suportadas pelos 
modelos, conforme quadro: 
CP Área de contato (mm²) Carga (Kgf) Tensão (MPa) 
1 4.536,46 11.350,00 24,54 
2 * 4.300,84 30.900,00 70,48 
3 4.185,39 7.000,00 16,41 
Tabela 6: Resultado da tensão de compressão dos CP’s (Kelwin Pinho) 
4.4. DIFICULDADES ENCONTRADAS 
Quanto a execução do ensaio e obtenção dos resultados não encontramos nenhuma 
dificuldade, uma vez que o rompimento é simples. Porém, notamos algo curioso. O corpo de 
prova 02 suportou uma carga muito acima, em relação aos outros, e não foi destrutivo como 
os outros. Fizemos, então, outro ensaio na prensa hidráulica, mesmo tendo conhecimento de 
que, por mais que não aparentasse que houve rompimento visualmente, a estrutura do CP 
pudesse ter sido alterada após inserção de carga. Sendo assim, executamos mais um ensaio, 
conforme dito acima. 
 
 
 
 
20 
 
Utilizamos a prensa hidráulica como na figura abaixo: 
 
 
Figura 8 – Corpo de prova 02 na prensa hidráulica (Kelwin Pinho,2017) 
Após executarmos ensaio destrutivo no corpo de prova, obtivemos o seguinte resultado: 
CP Área de contato (mm²) Carga (Kgf) Tensão (MPa) 
2 * 4.300,84 29.500,00 67,29 
Tabela 7: Resultado da tensão de compressão do CP 02 (Kelwin Pinho) 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Figura 9 - Curva tensão “versus” deformação do CP 02 (Kelwin Pinho, 2017) 
A variação do resultado da tensão pode estar relacionada ao que julgamos ter influência, 
a inserção de carga num primeiro instante e, posteriormente, execução de um novo ensaio, 
alterando a estrutura do CP. 
5. VISITA TÉCNICA 
Foi realizada uma visita técnica ao Estádio Mineirinho, objeto de estudo do trabalho, 
no dia 19 de Outubro de 2017. O grupo foi acompanhado pelo engenheiro Ricardo Raso, que 
estagiou durante a construção da obra, que nos explicou várias informações à respeito de 
como fora o processo de construção, certos detalhes e algumas curiosidades sobre o estádio. E 
que também possibilitou o acesso à cobertura do Mineirinho, para vermos a estrutura toda, e 
obtermos os testemunhos da laje usados como corpos de prova nos ensaios de laboratório. 
22 
 
 
Figura 10 - Visita técnica ao Estádio Mineirinho (19/10/2017) 
6. PROTÓTIPO 
 
O custo por Kg do protótipo foi de R$20,00, mas deve se levar em conta que o 
protótipo foi realizado com material metálico e plástico unicamente com propósito didático 
para os alunos compreenderem de uma forma mais fácil o funcionamento das vigas e do anel 
que se encontra no centro para ajustar a todas as vigas em pares, e nosso modelo simplificou a 
obra real que possui 48 vigas ligadas em pares e o anel que as conecta de forma ajustada, para 
2 pares representativos em conjunto com o anel. 
A dificuldade na montagem foi a forma como representaríamos uma estrutura tão 
complexa em uma tentativa de simplificar o entendimento para todos, além de uma busca por 
um material a se encaixar no modelo projetado pelo grupo. O modelo foi desenvolvido com 2 
pares de cantoneiras metálicas e uma peça plástica circular para representar o anel principal 
de ajuste das vigas. 
Deve-se ainda ressaltar que o protótipo não foi ensaiado, no caso específico do nosso 
trabalho foram ensaiados os corpos de prova cedidos pelo responsável, o engenheiro Ricardo 
Raso. 
23 
 
 
Figura 11 – Protótipo Mineirinho Fonte: Os autores (2017) 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os resultados das tensões encontradas podem ter algumas razões para apresentarem as 
diferenças. Citamos algumas delas: 
 Influência a intempéries, uma vez que os corpos de provas estavam largados na 
laje do Mineirinho sem utilidade alguma; 
 Diferentes locais de extração dos CP’s; 
 Erros na execução do ensaio (lixamento ou posição na prensa); 
 Corpos de prova não foram retirados no momento da visita; 
 
 
 
24 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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aplicação nas construtoras. Disponível em: 
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de 2017. 
REVISTA TÉCHNE. ERCIO THOMAZ CARACTERIZAÇÃO DO CAD. Disponível 
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desempenho-qual-e-371817-1.aspx> Acesso em 18de novembro de 2017. 
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e-Tower. Conclusão do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental Universidade Anhembi 
Morumbi. São Paulo, 2003. 
 
WATANABE, Paula Sumie. Concretos Especiais – Propriedades, materiais e aplicações. Relatório 
Final de Pesquisa da Bolsa de Iniciação Científica FAPESP. Faculdade de Engenharia - Unesp – 
Campus de Bauru/SP, 2008. 
 
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grande-reforma-de-sua-historia > Acesso em 29 de novembro de 2017.

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