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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Daniel Leôncio Teixeira Kevin Gonçalves de Sousa Kelwin Pinho Santos Rodrigo Pinho Pires de Moraes Rubens Brito Vasconcellos Vitor Jorge Coutinho Carvalho RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A: ANÁLISE ESTRUTURAL COBERTURA DO ESTÁDIO MINEIRINHO Belo Horizonte 2017 Daniel Leôncio Teixeira Kevin Gonçalves de Sousa Kelwin Pinho Santos Rodrigo Pinho Pires de Moraes Rubens Brito Vasconcellos Vitor Jorge Coutinho Carvalho RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A: ANÁLISE ESTRUTURAL COBERTURA DO ESTÁDIO MINEIRINHO Trabalho relacionado ao estudo da estrutura da cobertura do estádio Mineirinho; na disciplina de Resistência dos Materiais A, no curso de Engenharia Civil, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Professor: Dr. João Batista Santos de Assis Belo Horizonte 2017 Sumário ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................................. 4 LISTA DE SIGLAS ....................................................................................................................................... 5 ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................................. 6 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 7 2. CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO ................................................................................................ 8 2.1.1. APLICAÇÕES ......................................................................................................................... 9 2.1.2. VANTAGENS......................................................................................................................... 9 2.1.3. DESVANTAGENS ................................................................................................................ 10 2.1.4. COMPOSIÇÃO MATERIAL DO CAD ..................................................................................... 10 2.2.1. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O CAD E O CONCRETO CONVENCIONAL (CC) ................. 11 2.2.2. TABELA COMPARATIVA ..................................................................................................... 14 3. DIFICULDADES ............................................................................................................................... 14 4. EXECUÇÃO DO ENSAIO .................................................................................................................. 15 4.1.1. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ........................................................................................... 15 4.1.2. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ..................................................................................... 15 4.1.3. VALORES GASTOS NA ELABORAÇÃO DOS CP’s .................................................................. 16 4.2.1. PREPARO E EXECUÇÃO DO ENSAIO ................................................................................... 16 4.3. RESULTADOS ENCONTRADOS ............................................................................................... 19 4.4. DIFICULDADES ENCONTRADAS ............................................................................................. 19 6. PROTÓTIPO .................................................................................................................................... 22 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 24 4 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: NBR 8953: Classes de resistência do Grupo I ....................................................... 12 Tabela 2: NBR 8953: Classes de resistência do Grupo II ...................................................... 12 Tabela 3: Comparativo do valor de venda do CC e do CAD: ................................................ 13 Tabela 4: Comparativo diversos CC e CAD ......................................................................... 14 Tabela 5: Medidas dos ensaios dos CP’s .............................................................................. 16 Tabela 6: Resultado da tensão de compressão dos CP’s ........................................................ 19 Tabela 7: Resultado da tensão de compressão do CP 02 ....................................................... 20 5 LISTA DE SIGLAS ADEMG .............................................. Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais CAD ........................................................................................ Concreto de Auto Desempenho CAR ........................................................................................... Concreto de Alta Resistência CP ................................................................................................................. Corpo de Prova CP II ............................................................................................ Cimento Portland Classe II CP V ARI...............................................Cimento Portland Classe V de Alta Resistência Inicial CC........................................................... ........................................................ Concreto Comun fck........................................................... ..... resistência característica do concreto à compressão Kgf/cm² ................................................................... Kilograma força por centímetro quadrado Ltda .......................................................................................................................... Limitada MPa .................................................................................................................... Mega Pascal NBR ............................................................................................................. Norma Brasileira PUC ....................................................................................... Pontifícia Universidade Católica UFMG ......................................................................... Universidade Federal de Minas Gerais 6 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1– Construção do Mineirinho ..................................................................................... 8 Figura 2 – Lixamento da superfície do corpo de prova ......................................................... 16 Figura 3– Medição dos corpos de prova ............................................................................... 17 Figura 4 – Ensaio do corpo de prova .................................................................................... 17 Figura 5 – Corpo de prova após ensaio a compressão ........................................................... 18 Figura 6– Grupo no ensaio ................................................................................................... 18 Figura 7– Membro do grupo no ensaio ................................................................................. 19 Figura 8 – Corpo de prova 02 na prensa hidráulica .............................................................. 20 Figura 9 – Curva tensão “versus” deformação do CP 02 ....................................................... 21 Figura 10 – Visita técnica.....................................................................................................22 Figura 11 – Protótipo Mineirinho ......................................................................................... 23 7 1. INTRODUÇÃO A história da construção do Mineirinho está ligada a história do Mineirão. No final da década de 1950, época de efervescência futebolística, os universitários reivindicavam a construção de um estádio universitário na capital mineira. Concomitante a isso, capitaneado pela Associação Mineira dos Cronistas Esportivos, havia na sociedade um movimento reivindicando um estádio como forma dos times mineiros de futebol poderem competir com os times dos outros estados. A união desses movimentos resultou na construção de um estádio no terreno da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Assim, o Mineirão foi construído, no início dos anos 60, em um terreno cedido pela UFMG, sendo inaugurado no ano de 1965. Posteriormente, como forma de indenizar a UFMG pelo terreno do Mineirão, o Estado propôs a construção de um centro esportivo universitário que previa em seu projeto a existência de um pequeno ginásio poliesportivo. Em meados de 1971, por solicitação do governador Rondon Racheco, a equipe técnica de engenheiros da ADEMG elaborou um anteprojeto do futuro ginásio, que seria erguido às margens da Lagoa da Pampulha, completando a área do Centro Esportivo Universitário. O convênio entre a ADEMG e a UFMG para a utilização de uma área de 93.000 m² pertencente à Universidade foi assinado em 12 de Outubro de 1972. Por decorrência do período ditatorial vigente e de sua consequente concentração de poder político, as obras no Brasil se tornaram grandiosas naquela época e o que era para ser um complemento de um centro esportivo se tornou o maior ginásio da América Latina, com o maior vão livre do mundo. A construção do Mineirinho começou no ano de 1972. Por ser coberto, e por isso demandar um grande volume de concreto, a obra foi paralisada em 1974 devido às dificuldades financeiras e retomada em 1977. Ao todo, a obra durou cerca de 8 anos e assim o Mineirinho foi inaugurado em 15 de março de 1980, com uma memorável festa de inauguração. Pode não parecer, mas devido ao fato do Mineirinho ser um ginásio coberto, ele possui maior volume de concreto do que o próprio Mineirão. Além disso, o Mineirão possui a altura equivalente a um prédio de 4 andares, enquanto o Mineirinho a um prédio de 13 andares, contando com o seu subsolo. Sob a administração direta da ADEMG, e presidência do Dr. Afonso Celso Raso, o Mineirinho foi inaugurado, com o nome do jornalista Felipe Hanriot Drummond, pelo governador Francelino Pereira. À época, a ADEMG era administrada por cronistas 8 esportivos,que resolveram homenagear Felipe Drummond, um dos mais importantes cronistas esportivos da história de Minas Gerais, pelo seu trabalho como jornalista. A imagem abaixo representa a construção do estádio Mineirinho: Figura 1 – Construção do Mineirinho (Fonte: http://www.fiemg.com.br/bh100/bh-8.htm) É importante ressaltar que os testes de carga foram executados durante a sua construção. Inicialmente, as vigas foram construídas e ficaram em balanço com ancoragem na fundação até a execução do anel central de tração, que sustenta as vigas em mesmo nível, à medida que são ajustadas em pares. Com 35 anos, o estádio passou por uma grande reforma, cujo projeto previa restauração e correções nas estruturas de concreto externas, impermeabilização da laje e calhas da cobertura, incluindo substituição das telhas da cúpula central, e captação e condução das águas pluviais da cobertura para possibilitar seu reaproveitamento, entre outras intervenções. “Anteriormente, foram feitas reformas ou obras pontuais, geralmente em função de algum evento ou programa da Secretaria de Esportes”, contou Ricardo Raso, superintendente de Gestão de Estruturas Esportivas da Setes. 2. CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO O CAD é um concreto de avançada tecnologia e com suas características de alta resistência mecânica, elevada durabilidade e resistência química, baixa deformabilidade que possibilita desempenho inigualável na redução das seções de peças comprimidas e ganho de 9 área útil. Reduz o peso próprio das estruturas, reduz a taxa de armadura, reduz a área de fôrmas e reduz os custos de uma estrutura, elimina imperfeições geralmente existentes em concretos comuns, reduzindo custos de manutenção e mão de obra, o que diminui o custo no final da obra. É utilizado por arquitetos e engenheiros que buscam avançar no conceito de sustentabilidade da construção civil, priorizar o aumento significativo da área útil das edificações, reduzir o consumo de materiais como o aço, aumentar a durabilidade, reduzir o consumo de energia e atingir alto desempenho. Dessa forma, como primeira aplicação ocorre quase que de imediato seu emprego em obras ou elementos que necessitam de elevada resistência mecânica do concreto e/ou seções mais reduzidas dos elementos estruturais, incluindo edifícios muito altos, pontes ou viadutos com extensão acentuada, monotrilhos, obras hidráulicas, estruturas off-shores etc. 2.1.1. APLICAÇÕES Estruturas com cargas ou tensões de compressão elevadas; Obras emergenciais ou de recuperação; Estruturas submetidas a ambientes agressivos ou que necessitem de alta durabilidade. 2.1.2. VANTAGENS Redução das seções de peças comprimidas, aumento da área útil de estacionamentos ou aumento de vãos; Redução do peso próprio da estrutura; Redução do volume de concreto; Redução da área de fôrmas; Redução das fundações e aumento da vida útil; Redução do consumo de aço e do custo final da obra; Melhores características mecânicas: compressão, desgaste e módulo de elasticidade; menor deformação; Baixa permeabilidade; Boa trabalhabilidade; 10 Ausência de exsudação (eflorescência de água durante o lançamento e adensamento do concreto); Ótima aderência sobre concreto pré-existente; Alta resistência à abrasão; Ausência de segregação; Alta durabilidade devido à baixíssima porosidade, que reduz significativamente a carbonatação (perda de alcalinidade do concreto que protege o aço) evitando a corrosão das armaduras ao longo do tempo; Alta resistência à ação de agentes químicos, como cloretos e sulfatos. Vida útil 20% maior que um concreto convencional 2.1.3. DESVANTAGENS Maiores custos com projeto, para verificar a viabilidade técnica e econômica do uso do concreto de alto desempenho; Processo de cura exige processos mais rigorosos Maior custo inicial. 30% a 40% em geral. Difícil determinação de coeficientes de Poisson e do módulo de elasticidade 2.1.4. COMPOSIÇÃO MATERIAL DO CAD De acordo com a descrição material do CAD pela Concrebrás, o Concreto de Alto Desempenho é constituído por: Cimento: CP V ARI, CP II classe 40; Adições: (Sílica ativa, Escória, Flyash) Gelo, Pigmentos Areias: Isentas de impurezas e materiais pulverulentos. Britas: Rochas densas (Basaltos, diabásio, calcário) Aditivos: Superplastificantes de policarboxilato e estabilizantes de pega Como explicado na visita pelo engenheiro responsável, na época da construção foi uma revolução a utilização desse concreto. Costuma-se admitir como CAD concretos que atinjam resistência à compressão superior a 40 MPa, constituindo referência internacional o edifício Kuala Lumpur (Malásia 11 1997) com altura em torno de 450 metros e emprego de concreto com resistência característica de 80 MPa. No Brasil, até onde se sabe, o recorde de resistência foi obtido no edifício e-Tower, edifício comercial situadona cidade de São Paulo. Na obra brasileira, com altura de 160 metros, chegou a ser empregado concreto com resistência à compressão de 125 MPa aos 28 dias de idade. 2.2.1. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O CAD E O CONCRETO CONVENCIONAL (CC) O mercado brasileiro tem recorrido cada vez mais aos concretos de alto desempenho, considerando-se hoje quase como rotina nos projetos de obras mais importantes a especificação de concretos com resistência igual ou superior a 40 MPa. A mais nova versão da norma brasileira NBR 6.118:2014 Projeto de Estruturas de Concreto, que passou a ser aplicável a estruturas a serem moldadas com concretos com resistência de até 90 MPa (a versão antiga da norma chegava somente a 50 MPa), certamente dará impulso ainda maior ao emprego dos CADs em nossas obras. Segundo Pierre Claude Aïtcin, as características positivas da utilização do CAD ainda não são exploradas em sua totalidade. […] A despeito do fato de que até agora concreto de alto desempenho tem sido utilizado principalmente em aplicações de alta resistência, é inevitável que num futuro muito próximo o concreto de alto desempenho seja mais especificado e usado pela sua durabilidade do que especificamente, pela sua alta resistência à compressão. Quando a comunidade da engenharia vier a entender isto, e modificar sua percepção do concreto de alto desempenho, a indústria da construção dará definitivamente um grande passo adiante (AÏTCIN apud GUIMARAES, 2002, p.22). Aïtcin deixa claro que é errôneo por parte da comunidade da engenharia só utilizar o Concreto de Alto Desempenho em obras cuja prioridade é a resistência à compressão, como em grandes arranha-céus, e provisiona que no futuro o CAD será mais conhecido por sua durabilidade. “O Concreto de Alto Desempenho (CAD), foi desenvolvido na Noruega na década de 1950 [...], era conhecido no início como Concreto de Alta Resistência (CAR) devido à sua alta resistência característica à compressão” (MIGUEL, 2003, p.1). 12 Conforme a NBR 8953 (1992), o concreto é classificado em dois grupos de resistência, o grupo de resistência I é formado por concretos até 50 Mpa (Mega Pascal = 1 milhão de Pascal= 10,1972 Kgf/cm²), que seriam os concretos comuns e o Grupo II por concretos acima de 55 MPa, os Concretos de Alto Desempenho, exemplificados na tabela a seguir: Fonte: NBR 8953: Concretos para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência Já, Watanabe (2008, p.4) classifica como Concreto de Alto Desempenho, todo concreto acima de 40 MPa: Estudos experimentais comprovaram que a microestrutura e as propriedades do concreto com resistência acima de 40 MPa são consideravelmente diferentes das dos concretos convencionais. Como a prática atual de dimensionamento de estruturas ainda está fundamentada em experimentos realizados com concretos convencionais, é preferível manter os concretos com resistências acima de 40 MPa em uma classe diferenciada, de maneira a alertar o projetista da necessidade de ajustes nas equações existentes. Portanto, CAD é todo concreto com resistência característica à compressão a partir de fck 40 MPa, que segue um rigoroso controle de qualidade, constituído de água, cimento, agregado miúdo (areia natural ou artificial), agregado graúdo (calcário, granito, basalto, dolerito, diabase, e seixos arolados), aditivos químicos (superplastificantes), aditivos minerais (sílica ativa, cinzas volantes, pozolanas naturais, cinzas de casca de arroz e metacalium), sendo a dosagem desses materiais o que define as características diferenciadas 13 desde tipo de concreto (WATANABE, 2008, p.6-12). Por ser um material de alta resistência, o Concreto de Alto Desempenho é mais utilizado em grandes obras como: prédios, pontes, viadutos e pavimentos e no caso estudado em nosso trabalho na construção do Mineirinho. A resistência à compressão do concreto é determinada através do Ensaio de Moldagem e Ruptura, em corpos de prova cilíndricos (15x30 cm ou 10x20 cm) regido pelas normas de moldagem (NBR 5738) e ruptura (NBR 5739). A menor porosidade e permeabilidade são as principais diferenças entre o Concreto Comum e o Concreto de Alto Desempenho e o que ocasiona o consequente aumento de resistência do CAD não somente à compressão, mas também a agentes agressivos do concreto. O CAD como uma é opção viável economicamente na construção civil, confirmando que o preço elevado do 1m3 do CAD não determina um maior custo da obra, e sim pode reduzir em média 10% desse orçamento por seus benefícios e vantagens. “Muitos estudos já foram feitos a respeito da viabilidade da aplicação dos CAD em edifícios altos”, e já se sabe que “o custo unitário deste material seja bastante superior ao dos concretos convencionais”, a partir desta constatação ficou difícil difundir a utilização do CAD que por resistência mecânica “possibilita aos projetistas de estruturas reduzirem o consumo de concreto aplicado e mais significativamente reduzir o peso de aço necessário para os pilares”. (WATANABE, 2008, p.17-18). Abaixo seguem dados fornecidos através de orçamento realizado em 2014, fornecidos por Muriam Concreto Ltda e Engemix para se estabelecer um comparativo do valor de venda do CC e do CAD: TIPO DE CONCRETO fck 20 MPa fck 40 MPa fck 60 MPa fck 80 MPa PREÇO (R$) 1m3 R$ 250,00 R$ 315,00 R$ 380,00 R$ 445,00 Tabela 3: Comparativo do valor de venda do CC e do CAD Fonte: Muriam Concreto Ltda e Engemix. Através dos dados acima mencionados é possível verificar um aumento de 26% (R$ 65,00) do preço do concreto comum fck 20 MPa com relação ao concreto de alto desempenho fck 40 MPa que possui o dobro da resistência do fck 20 MPa, o que desfaz a mística de que o preço do 1m3 do CAD seria muito elevado. 14 Considera-se ainda que o CAD é um concreto bombeável, o que determina uma menor concentração de funcionários para a aplicação do concreto na área desejada, somado a isso, a alta resistência, e a durabilidade do material aplicado, podemos concluir a superioridade do CAD em relação ao concreto comum, o que mitiga o custo empregado em sua utilização. 2.2.2. TABELA COMPARATIVA Tabela 4: Comparativo diversos CC e CAD. Fonte: Os autores, 2017. 3. DIFICULDADES Pelo fato de ter encontrado os testemunhos espalhados na cobertura não sabemos definir suas reais condições, uma vez que estavam submetidos ao intemperismo. Também não possuíam as formas adequadas segundo a NBR 5738, ou seja, estavam irregulares tanto facialmente como na parte lateral, e isso dificultou no ensaio. Para o desenvolvimento do protótipo também ocorreram dificuldades, uma vez que o sistema estrutural do Mineirinho é bem complexo de ser representado pela quantidade de CONCRETO CONVENCIONAL CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO Relação a/c Média/Alta Baixa Aditivos Não utiliza Super Plastificantes Adições Sem adições ou em pequena quantidade Sílica Ativa Porosidade Média/Alta Baixa Fissuração Inicio em 35% do fck Inicioem 75% do fck Cura Tradicional Processos Rigorosos Resistência Química Baixa/Média Alta Resistência a Abrasão Normal 10 vezes maior que a convencional 15 pilares e como funcionam juntamente com o anel que permite a todos eles, em pares, ficarem ajustados. Para execução do ensaio no laboratório do prédio 10 da PUC Minas, também ocorreram dificuldades, uma vez que os ensaios só são realizados na parte da tarde e se encerram antes do fim do horário comercial de trabalho e alguns integrantes do grupo trabalham durante esse período. É importante ressaltar que o membro do grupo Kevin Gonçalves de Sousa não pode realizar o ensaio nodia previsto por motivo de trabalho, mas em outro horário conseguiu realizar os mesmos procedimentos em outro ensaio com o mesmo objetivo do primeiro. 4. EXECUÇÃO DO ENSAIO 4.1.1. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Para este ensaio, foi utilizada, inicialmente, a prensa universal e, posteriormente, a máquina de prensa hidráulica. Inicialmente o ensaio seria realizado apenas usando a prensa universal seguindo os seguintes passos: a) Todos os três (03) corpos de prova (CP) a serem ensaiados devem estar limpos, com superfície lisa e livre de qualquer irregularidade; b) Colocar os corpos de prova um a um no equipamento; c) Aplicar as cargas, girando o registro do equipamento, aguardar alguns segundos para estabilização; d) Após rompimento, retirar a carga, CP e limpar a plataforma da prensa; e) Anotação da carga aplicada no rompimento; 4.1.2. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS O relatório do ensaio deve conter no mínimo as seguintes informações: a) Identificação do solicitante; b) Identificação da amostra e de todos os corpos-de-prova; c) Data de recebimento da amostra; d) Data do ensaio; e) Valores de rompimento em quilograma força (Kgf) e/ou em Newton (N); f) Cálculo das tensões normais de rompimento (σ), obtida através da razão força de rompimento / área do CP; 16 4.1.3. VALORES GASTOS NA ELABORAÇÃO DOS CP’s Não foi gasto qualquer investimento para construção dos CP’s, uma vez que todos foram doados pelo Engenheiro que coordena o Estádio Mineirinho e estavam disponíveis no local de visita. Os corpos de prova foram obtidos após de perfuração da laje do estádio para que pudessem passar fiações para iluminação do local. 4.2.1. PREPARO E EXECUÇÃO DO ENSAIO A preparação e execução do ensaio foi realizada nos dias 7 e 8 de Novembro de 2017, acompanhado pelo técnico Antonio de Lima, representante da Universidade. Inicialmente, como os CP’s não estavam em condições de ensaio, por não apresentarem superfície regular, foi necessário que lixássemos os dois lados do corpo de prova para que os resultados do ensaio não apresentassem falhas, como mostra a figura: Figura 2 – Lixamento da superfície do corpo de prova (Kelwin Pinho, 2017) Após a seleção e identificação das peças a serem ensaiadas, todos os CP’s tiveram as dimensões medidas, com auxílio do paquímetro, conforme tabela e figura: CP Dimensões Área de contato (mm²) Carga (Kgf) Altura (mm) Diâmetro (mm) 1 59,50 76,00 4.536,46 11.350,00 2 * 60,00 74,00 4.300,84 30.900,00 3 64,00 73,00 4.185,39 7.000,00 Tabela 5: Medidas dos ensaios dos CP’s (Kelwin Pinho) 17 Figura 3 Medição dos corpos de prova (Rubens Brito, 2017) Após fazer as medidas dos CP’s, seguimos para a execução dos rompimentos, seguindo a norma (ABNT NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos). Figura 4 Ensaio do corpo de prova (Kelwin Pinho, 2017) 18 Figura 5 – Corpo de prova após ensaio a compressão (Kelwin Pinho, 2017) Figura 6– Grupo no ensaio (esq. Para dir. Rubens, Kelwin, Rodrigo) (Kelwin Pinho, 2017) 19 Figura 7– Membro do grupo no ensaio - Kevin (Kevin Gonçalves,2017) 4.3. RESULTADOS ENCONTRADOS Após ensaio dos trêsCP’s, calculou-se as tensões de compressão suportadas pelos modelos, conforme quadro: CP Área de contato (mm²) Carga (Kgf) Tensão (MPa) 1 4.536,46 11.350,00 24,54 2 * 4.300,84 30.900,00 70,48 3 4.185,39 7.000,00 16,41 Tabela 6: Resultado da tensão de compressão dos CP’s (Kelwin Pinho) 4.4. DIFICULDADES ENCONTRADAS Quanto a execução do ensaio e obtenção dos resultados não encontramos nenhuma dificuldade, uma vez que o rompimento é simples. Porém, notamos algo curioso. O corpo de prova 02 suportou uma carga muito acima, em relação aos outros, e não foi destrutivo como os outros. Fizemos, então, outro ensaio na prensa hidráulica, mesmo tendo conhecimento de que, por mais que não aparentasse que houve rompimento visualmente, a estrutura do CP pudesse ter sido alterada após inserção de carga. Sendo assim, executamos mais um ensaio, conforme dito acima. 20 Utilizamos a prensa hidráulica como na figura abaixo: Figura 8 – Corpo de prova 02 na prensa hidráulica (Kelwin Pinho,2017) Após executarmos ensaio destrutivo no corpo de prova, obtivemos o seguinte resultado: CP Área de contato (mm²) Carga (Kgf) Tensão (MPa) 2 * 4.300,84 29.500,00 67,29 Tabela 7: Resultado da tensão de compressão do CP 02 (Kelwin Pinho) 21 Figura 9 - Curva tensão “versus” deformação do CP 02 (Kelwin Pinho, 2017) A variação do resultado da tensão pode estar relacionada ao que julgamos ter influência, a inserção de carga num primeiro instante e, posteriormente, execução de um novo ensaio, alterando a estrutura do CP. 5. VISITA TÉCNICA Foi realizada uma visita técnica ao Estádio Mineirinho, objeto de estudo do trabalho, no dia 19 de Outubro de 2017. O grupo foi acompanhado pelo engenheiro Ricardo Raso, que estagiou durante a construção da obra, que nos explicou várias informações à respeito de como fora o processo de construção, certos detalhes e algumas curiosidades sobre o estádio. E que também possibilitou o acesso à cobertura do Mineirinho, para vermos a estrutura toda, e obtermos os testemunhos da laje usados como corpos de prova nos ensaios de laboratório. 22 Figura 10 - Visita técnica ao Estádio Mineirinho (19/10/2017) 6. PROTÓTIPO O custo por Kg do protótipo foi de R$20,00, mas deve se levar em conta que o protótipo foi realizado com material metálico e plástico unicamente com propósito didático para os alunos compreenderem de uma forma mais fácil o funcionamento das vigas e do anel que se encontra no centro para ajustar a todas as vigas em pares, e nosso modelo simplificou a obra real que possui 48 vigas ligadas em pares e o anel que as conecta de forma ajustada, para 2 pares representativos em conjunto com o anel. A dificuldade na montagem foi a forma como representaríamos uma estrutura tão complexa em uma tentativa de simplificar o entendimento para todos, além de uma busca por um material a se encaixar no modelo projetado pelo grupo. O modelo foi desenvolvido com 2 pares de cantoneiras metálicas e uma peça plástica circular para representar o anel principal de ajuste das vigas. Deve-se ainda ressaltar que o protótipo não foi ensaiado, no caso específico do nosso trabalho foram ensaiados os corpos de prova cedidos pelo responsável, o engenheiro Ricardo Raso. 23 Figura 11 – Protótipo Mineirinho Fonte: Os autores (2017) 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados das tensões encontradas podem ter algumas razões para apresentarem as diferenças. Citamos algumas delas: Influência a intempéries, uma vez que os corpos de provas estavam largados na laje do Mineirinho sem utilidade alguma; Diferentes locais de extração dos CP’s; Erros na execução do ensaio (lixamento ou posição na prensa); Corpos de prova não foram retirados no momento da visita; 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABCP: COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO. CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD): aplicação nas construtoras. Disponível em: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/81/anexo/8cad.pdf> Acesso em 15 de novembro de 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8953: Concretos para finsestruturais – Classificação por grupos de resistência. Rio de Janeiro, 1992. ALMEIDA, Ivan Ramalho. Exemplos de Utilização de Concreto de Alto Desempenho no Exterior e no Brasil. Trabalho publicado nos Anais do Seminário sobre Concreto de Alto Desempenho. Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro, 1999. Centro Tecnológico do Ambiente Construído (Cetac). CONCREBRÁS. Disponível em<http://www.concrebras.com.br/solucoes-em-concreto/concreto-de- alto-desempenho-cad/> Acesso em 18de novembro de 2017. MUSEU VIRTUAL BRASIL. Disponível em:<http://museuvirtualbrasil.com.br/museu_pampulha/modules/news3/article.php?storyid=21> Acesso em 18 de novembro de 2017. REVISTA TÉCHNE. CARINE T. HARTMANN. Disponível em:<http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/81/artigo285299-1.aspx> Acesso em 15 de novembro de 2017. REVISTA TÉCHNE. ERCIO THOMAZ CARACTERIZAÇÃO DO CAD. Disponível em:<http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/232/o-que-caracteriza-o-concreto-de-alto- desempenho-qual-e-371817-1.aspx> Acesso em 18de novembro de 2017. SILVA, Alexandre Leandro da. Concreto de Alto Desempenho (CAD) – Estudo de Caso: Edifício e-Tower. Conclusão do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental Universidade Anhembi Morumbi. São Paulo, 2003. WATANABE, Paula Sumie. Concretos Especiais – Propriedades, materiais e aplicações. Relatório Final de Pesquisa da Bolsa de Iniciação Científica FAPESP. Faculdade de Engenharia - Unesp – Campus de Bauru/SP, 2008. Disponível em: <http://agenciaminas.mg.gov.br/noticia/com-35-anos-mineirinho-passa-pela-primeira- grande-reforma-de-sua-historia > Acesso em 29 de novembro de 2017.
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