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O EFEITO DA LUDICIDADE NA APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
 Rhanna Rodrigues Mencalha[1: Pós- Graduação em Educação Física Escolar da Universidade Estácio de Sá. Email: rhanna_mencalha@yahoo.com.br]
RESUMO
Esta pesquisa consiste em uma abordagem teórica, conceitual e qualitativa, buscando na literatura com revisão bibliográfica através de livros, sites, bases de dados e revistas eletrônicas, um estudo do efeito da ludicidade na aprendizagem da educação física escolar, verificando as abordagens para desenvolver as atividades, transformando brincadeiras e jogos, facilitando o aprendizado através da imaginação e criatividade com momentos prazerosos e como o método é eficaz para professores em suas praticas pedagógicas, oportunizando aos seus alunos inúmeras situações de vivenciar a ludicidade como prática de ensino e despertando o poder da autonomia. Os resultados esperados através da pesquisa em apreço foram analisados e discutidos os estudos, abordando todos os benefícios da atividade lúdica inserida no contexto da Educação Física escolar.
Palavras- chaves: Ludicidade; Aprendizagem; Educação Física.
1-INTRODUÇÃO
A atividade lúdica é tão antiga como os jogos e brincadeiras, vindo acompanhada desde movimentos naturais como, correr, saltar, rolar, entre outros. O aprender brincando já está relacionada ao planejamento de ensino do professor, a fim de facilitar a aprendizagem pelo ato de brincar, tornando uma estratégia viável para a educação e um instrumento pedagógico. O brincar e o jogar promovem a saúde física, emocional e mental, estando intrínseco ao homem desde os tempos mais remotos (MAURÍCIO, 2008).			 	Os jogos e brincadeiras propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis, por meio da atividade lúdica. O jogo desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da criança, pois é através dele que ela tem a possibilidade de vivenciar de forma divertida sua criatividade no imaginar (MARINHO et al., 2007).								Huizinga (2000) relata que o jogo tem o poder de ultrapassar a esfera da vida humana, sendo uma de suas principais características deve-se ao seu aspecto de liberdade eminente: “O jogo não é vida ‘corrente’ nem vida ‘real’. Pelo contrário, trata-se de uma evasão da vida ‘real’ para uma esfera temporária de atividade com orientação própria. Toda criança sabe perfeitamente quando está ‘só brincando’” (HUIZINGA , 2000, p. 11).		O lúdico esta cada vez mais presente nas aulas de educação física, o ensinar brincando fica mais fácil pra chegar no objetivo proposto metodológico, as atividades devem ser utilizadas como um importante instrumento de ensino, o modo que os alunos vêem a atividade recreativa como forma de aprendizado facilita o processo tornando prazeroso, enfatizando a espontaneidade, a alegria e a socialização que contribui para o seu desenvolvimento físico, intelectual e social. O método é ainda mais eficaz em crianças, visto que os sonhos infantis se misturam com a realidade, utilizando o imaginário pra chegar ao objetivo comum. Ato que facilita a utilização do pensamento, concentração, desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando o processo de construção do pensamento (MODESTO; RUBIO, 2004).				Sendo a ludicidade um grande recurso para o sucesso da aprendizagem o presente estudo busca esclarecer os efeitos do lúdico nas aulas de educação física e como os resultados podem ser positivos no grande objetivo da disciplina que é desenvolver os conhecimentos da Cultura Corporal de Movimento, buscando criar um cidadão crítico, participativo e autônomo. Capaz de produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, qualificando-o para desfrutar os jogos, os esportes, as danças, as lutas, as ginásticas em proveito do exercício crítico dos direitos e deveres do cidadão e da qualidade de vida humana (BETTI, 1992).										Esse trabalho será uma pesquisa com abordagem qualitativa buscando na literatura com revisão bibliográfica através de livros, sites, bases de dados e revistas eletrônicas que consiste num estudo teórico e conceitual da ludicidade como aprendizagem nas aulas de Educação Física Escolar e como o método é eficaz para professores em suas praticas pedagógicas, oportunizando aos seus alunos inúmeras situações de vivenciar a ludicidade como prática de ensino.
2-DESENVOLVIMENTO
2.1-EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
As aulas de educação física são vistas pela maioria dos alunos como uma aula prazerosa, onde estímulos são dados ao corpo e mente e as respostas são fornecidas através de movimentos corporais, onde cada aluno mostra sua habilidade e os signos sociais que trazem dentro de si. 			Com o objetivo que formar cidadãos críticos e vivenciar diferentes formas da cultura corporal de movimento a Educação Física Escolar (EFE) vem também buscando a interação social, o respeito ao próximo, o desenvolvimento da cidadania. De Marco (1995) nos mostra a educação física como sendo: um espaço educativo privilegiado para promover as relações interpessoais, a autoestima e a autoconfiança, valorizando-se aquilo que cada indivíduo é capaz de fazer em função de suas possibilidades e limitações pessoais.		Barros (2010) se posiciona afirmando que o trabalho pedagógico desenvolvido na educação física pode estar voltado para a construção da cidadania dos sujeitos, formando pessoas críticas e participativas no meio social em que estão inseridos.									Não podemos esquecer que dentro dessa temática temos a iniciação esportiva junto a esse processo, onde a competitividade durante a prática e o vencedor será o melhor.  O grande questionamento que se faz a respeito do esporte na escola é que ele muitas vezes transfere para o aluno uma carga de responsabilidade muito alta quanto à obtenção de resultados, o que afeta a criança psicologicamente de uma forma negativa (BARROS NETO, 1997).		Dando continuidade aos estudos e não dissociando a esportivização da EFE o professor deve garantir aos alunos atividades que proporcionem movimentação constante e de exploração de todas as partes do ambiente se adequando aos estágios e grau de desenvolvimento de cada aluno, contribuindo de maneira significativa para o avanço orgânico e funcional dos alunos em cada etapa de sua vida escolar. Freire (1991) a quem atribui à educação física um papel de ensino de movimentos respeitando as individualidades da criança, o estímulo à liberdade e à criatividade individual.		O objetivo da Educação Física escolar de acordo com Barros, 1972 apud Costa, (2003, p. 16) é “desenvolver espontaneidade em diversas situações e o desenvolvimento orgânico e funcional, atribuídos a Ed. Física, melhoram os fatores de coordenação e execução dos movimentos”.			Mostra-se necessário a importância da contextualização da EFE e seu real objetivo dentro da escola para que alunos permitam experimentar todas as fases e desenvolvendo as dimensões procedimental, conceitual e atitudinal que a disciplina oferece.
2.2- LUDICIDADE COMO FERRAMENTA PARA APRENDIZAGEM
A ludicidade é um tema atual, que se encontra no epicentro das discussões pedagógicas. O brinquedo é a essência da infância, que possibilita um vasto trabalho pedagógico. O brincar e o jogar promovem a saúde física, emocional e mental, estando intrínseco ao homem desde os tempos mais remotos (MAURÍCIO, 2008). 								A relação de estudo e prazer já permeia desde a época de Platão e Aristóteles e foi adaptando-se com o tempo as concepções de criança. Educar ludicamente é atrair os alunos para o prazer de adquirir conhecimentos tornando esta uma tarefa agradável e feliz (DALLABONA, 2004).				Jogos e brinquedos sempre estiveram presentes desde a antiguidade até nos dias atuais em nosso meio ajudando a criança a desenvolver suas habilidades nos dias de hoje a visão sobre o lúdico é diferente, o seu uso e em diferentes estratégias em torno da pratica no dia-a-dia (KISHIMOTO, 1993).		Segundo Silva (2007), lúdico é qualquer atividade que executamos e que nos dá prazer, que temos espontaneidade em executá-la; atividades que são feitas quando queremos, por interesse pessoal. Isto se referetanto à criança quanto ao adulto. O lúdico contribui para o desenvolvimento global do indivíduo, facilitando no processo de expressão e de construção do pensamento. (CEBALOS et al., 2011).								Luckesi (2000, p.2) afirma que a ludicidade traz de novo é o fato de que quando o ser humano age de forma lúdica vivencia uma experiência plena, isto é, ele se envolve profundamente na execução da atividade. Nesse sentido, Rau (2007, p.51) completa que o lúdico é um recurso pedagógico que pode ser mais utilizado, pois possui componentes do cotidiano e desperta o interesse do educando, que se torna sujeito ativo do processo de construção do conhecimento. 										No momento da aprendizagem inúmeros fatores estão ligados à cognição, social, motor, cultural, entre outros, que fazem parte desse processo. Essa aprendizagem pode ser compreendida multidisciplinarmente, trazendo implicações e ferramentas de várias áreas da educação. Os desafios existem, tendo em vista, que cada ser tem sua forma de aprender, seu tempo e ritmo, dessa forma, se faz necessária a busca por recursos que facilitem a aquisição e construção de conhecimento (CABRAL, 2008).				Santos (1999) relata que brincando a criança ordena o mundo à sua volta assimilando experiências e informações, e ainda mais, incorporando comportamentos e valores. É através do brinquedo e do jogo que a criança consegue reproduzir e recriar o meio a sua volta.					O brincar é certamente um meio que as crianças e jovens exploram uma variedade de experiências em diferentes situações, para diversos propósitos. Dentro da escola o mundo imaginário proporciona o aluno as fantasias e viagens no qual o professor busca chegar ao objetivo daquela aprendizagem com êxito e explorando cada dimensão do educando para que ele exteriorize todos os sentimentos e movimentos desenvolvidos na temática da aula. De acordo com Teixeira (1999, p.34) é através dos jogos que desde pequeno aprendemos que é preciso respeitar as regras estabelecidas para a brincadeira funcionar.										Para Almeida (1995) toda aprendizagem que é acompanhada de prazer torna-se mais efetiva, isto porque aprender com alegria, faz com que a criança aprenda com maior dedicação e vontade.							O brincar no contexto educacional propicia meios de aprendizagens é um ato espontâneo que a criança pratica naturalmente sozinha ou em grupo. Não existe aprendizagem sem a interação com o outro, essa vivência é uma fase de extrema importância na vida do aluno, pois influencia na formação intelectual, emocional e psicomotora. É preciso promover o convívio humano, para que por meio da relação da criança com o ambiente em que vive, a mesma adquira experiências em seu processo de desenvolvimento no sentido de favorecer as áreas afetiva, emocional, intelectual e social (MOYLES, 2002).	Segundo Cavalli (2012), a prática da ludicidade para ensinar os conteúdos do currículo escolar pode propiciar o sucesso da aprendizagem dos alunos. Nessa concepção, busca-se então o apoio da didática para buscar estratégias de alinhar a ludicidade, sendo ainda papel da escola colaborar com todo o processo educacional que é fundamental a participação de todos os atores envolvidos e os benefícios das atividades vão além das salas de aula, pois esses recursos promovem uma maior interação entre os alunos e tudo que é aprendido por menor que seja, tem um grande significado e deve ser valorizado.											O planejamento de atividades lúdicas deve ser pensado em um todo, para que ocorra o desenvolvimento da criança e seja bem estruturado de acordo com a metodologia, respeitando as diferenças e as inteligências individuais dos alunos; devem ser contempladas nas atividades lúdicas todo o processo de cognição, psicomotor, desenvolvimento da escrita e da leitura. 	 Para Vygotsky (1987), a aprendizagem e desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção.	O lúdico será utilizado pelos educadores como forma de provocar uma aprendizagem mais prazerosa e significativa, pois é por meio de jogos e brincadeiras que ocorrerá o desenvolvimento integral e a potencialidade das crianças (SANTOS, 2010).									Como os estudos mostram o lúdico no processo ensino aprendizagem aparece como um agente facilitador pedagógico, auxiliando no desenvolvimento dentro de uma metodologia planejada, com o objetivo de construção de conhecimento e desenvolvimento integral dos alunos, explorando todas suas dimensões.
2.3- A PRESENÇA DO LÚDICO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Por muitos anos a Educação Física Escolar era movida por resultados, onde os mais fortes e mais capacitados venciam e aptidão física era o objetivo central da disciplina, e desde seu surgimento vem sofrendo modificações devido a fatores históricos, políticos e sociais do mundo e novas tendências surgiram para mudar essa condição de esportivização, que é visto como atividade excludente com objetivo a formação de atletas, onde apenas os alunos mais habilidosos se destacavam, enquanto os outros com menos habilidades se isolavam das aulas. E com a evolução da disciplina os objetivos foram modificados e o enfoque passou a ser nos princípios norteadores da inclusão, diversidade, categoria de conteúdos e nos temas transversais utilizando a Cultura Corporal do Movimento, com uma ferramenta para o desenvolvimento do aluno articulando as múltiplas dimensões do ser humano. Por isso, num processo de longo prazo, a Educação Física deve levar o aluno a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas (BETTI, 1992).					A EFE também tem que transmitir conceitos relacionados à saúde física, mental e social, com atividades desenvolvidas nas aulas e metodologia adequada para que a aprendizagem seja significativa, estimulando a participação dos alunos onde os conteúdos serão bem mais absolvidos e assimilados. Levar à aprendizagem de comportamentos adequados à sua prática relacionados à Cultura Corporal de Movimento, dirigir sua vontade e sua emoção, para a prática e a apreciação do corpo em movimento (BETTI, 1992).	De acordo com os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais): Educação Física na Educação de Jovens e Adultos (1997, Pág. 200), a concepção freiriana, não existe educação neutra, e os conteúdos precisam estar ligados à realidade, desenvolvidos de maneira não-mecânica, sempre buscando uma reflexão.											O ensino por meio de atividades lúdicas tornam as aulas convidativas e dinâmicas com jogos planejados e materiais diversos, favorecendo o aprendizado tornando as aulas mais agradáveis, atrativas e principalmente inovadoras, através de brincadeiras recreativas e esportivas que auxiliam na coordenação motora, na lateralidade e na noção temporal e espacial, construindo um saber de algo novo, transmitindo conceitos e métodos de forma animada e descontraída.									O lúdico significa jogos ou divertimento. Uma atividade lúdica é uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas. O conceito de atividades lúdicas está relacionado com o ludismo, ou seja, atividades relacionadas com jogos e com o ato de brincar (MARCELLINO, 1999).												É de grande importância que o lúdico faça parte das aulas de Educação Física, dessa forma é possível vivenciar momentos infantis, transformados em brincadeiras e jogos, facilitando o aprendizado através da imaginação e criatividade com momentos prazerosos. Destaca-se que outras disciplinas podem usar essa ferramenta de aprendizado, pois ele pode auxiliar na socialização, na compreensão de algumas limitações que alguns alunos possam ter, e no resgate de momentos de alegria.				Segundo Dewey (1983) é papel da escola oferecer condições para a criança exprimir, em suas atividades a vida em comunidade. Ainda conforme esse autor o sucesso da educação será alcançada quando a escola possibilita estreitar as relações entre atividades instintivas da criança, interessee experiências sociais.									Na ludicidade pode-se entender que o jogo tem a função de construir o conhecimento a partir de um processo interativo, descontraído e reflexivo desenvolvendo tudo que é necessário para a faixa etária das turmas buscando entender a importância dos movimentos e a relação com as atividades físicas para se motivar e ajudar aos colegas a realizar as atividades propostas. 		Tanto para Vygotsky (1984), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a formação de conceitos.								Para Piaget (1998) o jogo possibilita a criança se desenvolver, visto que por meio das brincadeiras ela avança facilitando a tomada de consciência e autonomia, liberando emoção através de sua percepção, desembocando na alegria e o prazer da aprendizagem.							O valor do conteúdo de um jogo deve ser considerado em relação ao estágio de desenvolvimento em que se encontra a criança, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina. Portanto, o conteúdo deve estar de acordo com o desenvolvimento e aprendizagem do aluno, formando uma sequência lógica para que este possa aprender da melhor forma. O conteúdo deve estar estruturado de forma com que ele aprenda e coloque em prática no seu dia a dia. Assumindo assim, a idéia de que este deve aprender do mais simples ao mais complexo, o que se pode verificar nas turmas de ensino fundamental onde iniciam em um ciclo e este segue aumentando gradativamente á sua complexidade perante os conteúdos (MURCIA; GARCIA, 2005).												O jogo não deve ser visto apenas como um passatempo, mas sim como um processo de desenvolvimento da criança dentro do contexto escolar. Dessa forma, a criança manifesta sua criatividade, construindo seu próprio eu. (MAURÍCIO, 2008). Sua atividade, de característica lúdica, possui um recurso metodológico pensado para obter informações, através das quais o aluno adquire atitudes, conceito e preceitos perante á sua vida. Desta forma o currículo se constitui em objetivos, conteúdos, métodos e critérios de avaliação (GARÓFANO; CAVEDA, 2005).								O jogo constituiu-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade. Ele não é apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energias das crianças, mas contribui e enriquece o desenvolvimento intelectual das mesmas (PIAGET, 1998). 						Nesse contexto de jogo a criança já é capaz de estruturar seu esquema corporal e a importância do jogo de regras faz com que ela aprenda a lidar com a delimitação, espaço, no tempo, na utilização do movimento, o que pode e o que não pode fazer trabalhar suas frustrações na medida em que perde ou ganha, garantindo certa regularidade na organização da ação, na convivência em grupo e de jogar e aprender no coletivo.							Assim, o jogo passou a ser reconhecido como ferramenta didática, o qual ensina e, ao mesmo tempo, traz prazer, criatividade e inovação sobre as práticas pedagógicas aproximando a criança do brincar e aprender. O jogo desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da criança, pois é através dele que ela tem a possibilidade de vivenciar de forma divertida sua criatividade no imaginar (MARINHO et al., 2007).					Freire (2002 apud MARINHO et al., 2007, p. 95) diz que “as relações entre jogo e educação, jogo e cultura, jogo e sociedade, jogo e processos de desenvolvimento da criança, jogo e vida são tecidas juntas”. Assim, entende-se que a ludicidade está fortemente presente na vida da criança, e é através dela que irá se desenvolver de forma ampla, em seu físico, psíquico, motor e social.		Modesto; Rubio (2014) afirmam que o aspecto lúdico é um instrumento importante na mediação do processo de aprendizagem e que as crianças, ao brincar com jogos que envolvam disputa de equipes, descobrem-se participantes de um meio social.									Importante citar que o lúdico está diretamente ligado à inclusão de crianças nas aulas, desenvolve de forma harmoniosa e saudável a criatividade e imaginação. Com o lúdico, se podem modificar diferentes aspectos social, fisiológico, afetivo, cultural e cognitivo.							A Educação Física é uma disciplina bastante aceita pelos alunos, principalmente quando estes são crianças e ao deixar de pensar de forma individual, os menores criam laços afetivos, aproximando-se daqueles com os quais se identifica, criando elos, que muitas vezes serão para a vida toda. E com isso esse método se torna mais eficaz em crianças que sonham com pensamentos infantis, misturando-se a realidade e envolvendo o pensamento, concentração, desenvolvimento geral, facilitando o processo de construção.
2.4- O PAPEL DO PROFESSOR
O papel do professor de educação física escolar é primeiramente apresentar a disciplina em sua totalidade, fazer com que as crianças entendam que não é somente exercitar o corpo e movimentar-se de um lado para o outro é apresentar através de brincadeiras e jogos o objetivo da disciplina, desenvolvendo diversos aspectos educacionais como cognitivo, psicomotor e sócio afetivo, utilizando a cultura corporal do movimento, com uma ferramenta para o desenvolvimento do aluno. Segundo Freire (1996, p.47) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.								O profissional de Educação Física tem todo o aparato material e abstrato ao seu favor para trabalhar o lúdico em suas aulas, a criatividade é fundamental nesse processo. Se o lúdico facilita a aprendizagem, então, é necessário que o professor seja a favor dessa forma de educação e organize o espaço de forma que motive a criança a aprender brincando (BANDEIRA; SOUZA, 20015). 										O jogo em suas diversas dimensões promove o encantamento e o prazer com as suas condutas lúdicas com construções no meio físico e social da criança. Neste aspecto, os jogos são estruturas importantes para a inteligência humana, considerando-se este um espaço em que a criança está explorando e construindo o saber.								 Dessa forma, torna-se necessário que o professor tenha maiores suficientes para pôr em prática suas ideias, e que a criança possa explorar o máximo de materiais, para que tenha várias e novas experiências (FERREIRA, 1993).												Penso que as atividades lúdicas revelam e apoiam o desenvolvimento do aluno. O professor precisa tomar conhecimento disso e não exercer uma pressão que ignore a fase do faz de conta, do brincar e dançar. Normalmente, são atribuídas responsabilidades muito precoces aos alunos e assumir as brincadeiras na escola é uma postura que pede muita reflexão aos educadores (FRIEDMANN, 2003).									O professor necessita se valer de novas metodologias, bem como pesquisar estratégias alternativas para que o ensino aconteça de forma mais abrangente, contextualizada, compreendendo que através do lúdico, é possível estabelecer uma ponte entre o real e o imaginário.						Preparar aulas atrativas e interessantes usando a atividades lúdicas como brincadeiras, jogos, músicas, expressão corporal, como prática pedagógica, contribui para o aprendizado dos alunos.					Segundo Vygotsky (apud ROLIM,GUERRA e TASSIGNY 2008, p.177 ). 
O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem. Brincar é aprender; na brincadeira, reside a base daquilo que, mais tarde, permitirá à criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no processo ensino-aprendizagem.			
Antes do professor utilizar determinada ludicidade como ferramenta didática, este deve planejar e selecionar jogos que atendam os objetivos e conteúdos propostos para aquela determinada faixa etária. Aspectos como grau de dificuldade, interesse do aluno, caráter desafiador, númerode participantes, espaço e material, sendo estes recursos indispensáveis para um bom decorrer de aula (MARINHO et al., 2007).					Desta forma ao utilizar o jogo lúdico nas aulas de Educação Física, o professor deve ter claro os objetivos que pretende atingir ao final de suas aulas e perceber de que forma a evolução ocorre nos alunos e em como suas dimensões estão sendo afetadas, de forma a facilitar a aquisição de valores humanos na formação total e que atividades lúdicas tenham significado para a aprendizagem da criança. É um exímio meio didático para alcançar com sucesso a metodologia traçada no ambiente escolar.
3- ANÁLISE DOS RESULTADOS
O presente estudo foi desenvolvido através da revisão de literatura com busca de artigos publicados em bases on-line de dados científicos, com objetivo de comprovar a importância da ludicidade como parte da metodologia e planejamento no momento da aprendizagem de crianças e jovens dentro da escola na disciplina educação física e todos os benefícios que auxilia no desenvolvimento motor, cognitivo e social, citados por diversos autores que confirmam em suas pesquisas a importância do método aplicado nas fases de cada desenvolvimento, na intenção de tornar indivíduos plenos e críticos. 	Para chegar aos resultados esperados através da pesquisa em apreço, serão analisados e discutidos os estudos, abordando todos os benefícios da atividade lúdica inserida no contexto da Educação Física escolar.
4- CONCLUSÃO
	Observando as pesquisas selecionadas para o desenvolvimento deste trabalho, vimos o quão é importante e significativa à presença do lúdico na aprendizagem das aulas de educação física, como é essencial a criança vivenciar o imaginário junto com a realidade, expressando seus sentimentos e como é satisfatório o resultado, visando o desenvolvimento global do educando. Segundo Oliveira (2000, p.7), em outras palavras, é brincando que a criança se humaniza, aprendendo a conciliar de forma efetiva a afirmação de si mesma a criação de vínculos afetivos duradouros.						O papel fundamental do professor através de suas práticas pedagógicas, oportunizando aos seus alunos inúmeras situações para que possam vivenciar a ludicidade como prática de ensino e despertando o poder da autonomia, além de aprender a conviver com regras e limites.						Desta forma, o lúdico apresenta-se teoricamente como um elemento fundamental no processo ensino aprendizagem, agregando valores para uma aprendizagem inclusiva com divertimento e prazer de forma harmoniosa e saudável, modificando diferentes aspectos social, fisiológico, afetivo, cultural e cognitivo.
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