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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 PSICOMOTRICIDADE: CONCEITO E HISTÓRICO ................................... 3 
3 ELEMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE ................................................... 5 
3.1 Esquema corporal ................................................................................ 6 
3.2 Imagem corporal .................................................................................. 7 
3.3 Tônus ................................................................................................... 8 
3.4 Coordenação global ou motricidade ampla .......................................... 9 
3.5 Motricidade fina .................................................................................. 10 
3.6 Organização espaço-temporal ........................................................... 10 
3.7 Ritmo .................................................................................................. 11 
3.8 Lateralidade ........................................................................................ 12 
3.9 Equilíbrio ............................................................................................ 13 
4 CORPO, MOVIMENTO E EXPRESSÃO .................................................. 13 
5 LUDOPEDAGOGIA .................................................................................. 17 
5.1 Ludopedagogia e suas contribuições ................................................. 19 
5.2 O lúdico na educação escolar ............................................................ 21 
6 ESTRATÉGIAS DE ENSINO LÚDICAS NAS SÉRIES INICIAIS .............. 24 
7 O PAPEL DA LUDOPEDAGOGIA NA ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS 
COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ................................................................. 28 
8 TIPOS DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA CADA FAIXA ETÁRIA ............ 30 
8.1 De zero a dois anos............................................................................ 30 
8.2 De dois a três anos ............................................................................ 31 
8.3 De três a cinco anos ........................................................................... 32 
9 REREFRÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 34 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2 PSICOMOTRICIDADE: CONCEITO E HISTÓRICO 
 
Fonte: liceu.com.br 
A psicomotricidade é a ciência que estuda o homem e as suas relações com 
seu corpo e seus movimentos, além de considerar as relações que surgem da 
interação com o outro e o ambiente. Se for analisada a etiologia da palavra (psi = 
emoção, co = cognitivo, motric = movimento humano, idade = etapas de vida), 
percebe-se o quão abrangente o campo de estudos da psicomotricidade pode ser. O 
estudo da psicomotricidade tem forte caráter educacional, pois é aplicado em escolas 
e salas de aula e de atendimento especializado, com a intenção de aprimorar o 
desenvolvimento dos sujeitos que possam apresentar (ou não) dificuldades 
relacionais, motoras ou de aprendizagem em tais espaços. 
As pesquisas que deram origem ao campo psicomotor apresentaram 
inicialmente um enfoque eminentemente neurológico. Em 1909, o neuropsiquiatra 
Ernest Dupré, figura de fundamental importância na área, afirmou a independência da 
debilidade motora de um possível correlato neurológico, apontando que, ainda assim, 
essa debilidade poderia causar alterações consideráveis em relação ao 
desenvolvimento humano. Em 1925, o médico e psicólogo Henri Wallon estudou o 
movimento humano, reconhecendo sua categoria fundante como instrumento na 
 
4 
 
construção do psiquismo. Essa diferenciação permitiu a Wallon relacionar o 
movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. 
Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolveu um exame psicomotor 
para fins de diagnóstico, indicação da terapêutica e prognóstico. Em 1947, o psiquiatra 
Julian de Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora, considerando-a como 
uma síndrome com suas próprias particularidades. Foi quem delimitou com clareza os 
transtornos psicomotores que oscilam entre os âmbitos neurológico e o psiquiátrico. 
Com essas novas contribuições, a psicomotricidade passou a se diferenciar de outras 
disciplinas, adquirindo sua própria especificidade e autonomia. 
Com o entendimento de que as dificuldades motoras podem existir mesmo que 
não haja uma deficiência neurológica no ser humano, o uso do termo psicomotricidade 
ganhou força em 1970, explicar tais acontecimentos durante o desenvolvimento, 
sobretudo o infantil. Nessa década, diferentes autores definiram a psicomotricidade 
como uma motricidade de relação, considerando a íntima ligação dos aspectos 
afetivos aos aspectos motores dos sujeitos. 
A partir daí, começou a ser delimitada a diferença entre uma postura 
reeducativa e uma postura terapêutica. Ao se desligar da técnica instrumentalista e se 
ocupar do "corpo de um sujeito", a abordagem terapêutica dá, progressivamente, 
maior importância à relação entre mente e coração, bem como ao entendimento do 
sujeito como um todo. Tal entendimento perdura até os dias atuais. 
 
5 
 
3 ELEMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE 
 
Fonte: www.gramadosite.com.br 
Segundo Fonseca (2008), são inúmeras as classificações e termos utilizados 
para denominar as funções psicomotoras. Independentemente disso, os conceitos são 
basicamente os mesmos; o que mudou foi a forma como esses conceitos são 
categorizados e agrupados. Os termos mais usados no Brasil e seus respectivos 
conceitos são apresentados a seguir. 
 
 
6 
 
3.1 Esquema corporal 
 
Fonte: wordwall.net 
Trata-se de um conhecimento pré-consciente sobre o próprio corpo e suas 
partes, o que permite o sujeito relacionar-se com os espaços, objetos e pessoas que 
o cercam. As informações proprioceptivas ou cinestésicas concebem esse 
conhecimento sobre o corpo e, à medida que o corpo desenvolve, ocorrem mudanças 
e ajustes no esquema corporal. Exemplo: A criança sabe que a cabeça está no 
pescoço e que ambos fazem parte de um conjunto maior, o corpo. 
 
 
7 
 
3.2 Imagem corporal 
 
Fonte: www.mildicasdemae.com.br 
conforme aponta Le Bouch (1992), é a representação mental inconsciente do 
nosso próprio corpo, formada a partir do momento em que o corpo começa a ser 
desejado e, portanto, passa a desejar também. Um exemplo é o estágio do espelho, 
que se inicia aos 6-8 meses de idade, quando a criança já se reconhece no espelho e 
sabe que está vendo uma imagem espelhada de si mesma. Portanto, a imagem 
precede o esquema - assim, sem a imagem, não há esquema corporal. 
 
8 
 
3.3 Tônus 
 
Fonte: docplayer.com.br 
 
De acordo com Sampaio (2009), O tônus fisiológico dos músculos garante o 
equilíbrio estático e dinâmico, a coordenaçãoe a postura do corpo em qualquer 
postura, seja em repouso ou em movimento. Por exemplo: A maioria das pessoas com 
síndrome de Down tem hipotonia, uma tensão ou tônus abaixo do normal que resulta 
em aumento da mobilidade e flexibilidade e diminuição do equilíbrio, postura e 
coordenação. 
 
9 
 
3.4 Coordenação global ou motricidade ampla 
 
Fonte: www.aprendateclado.com 
De acordo com Le Bouch (1992), é a ação conjunta de distintos grupos 
musculares durante a realização de movimentos voluntários, amplos e relativamente 
complexos. Exemplo: Para andar, utilizamos uma ampla gama de coordenação 
motora em que os membros superiores e inferiores são coordenados alternadamente 
para que haja deslocamento 
 
10 
 
3.5 Motricidade fina 
 
Fonte: www.elo7.com.br 
Conforme definido por Le Bouch (1992), é a capacidade de usar pequenos 
grupos musculares nas extremidades para o movimento coordenado. Por exemplo: 
escrever, costurar, digitar. 
3.6 Organização espaço-temporal 
 
 
11 
 
Fonte: espacodeaprendizagem.com 
É a capacidade de se posicionar corretamente no espaço e no tempo. Para 
tanto, devem existir os conceitos de perto, longe, em cima, em baixo, dentro, fora, ao 
lado, frente e verso. Alguns autores estudam a organização espacial e temporal 
separadamente. Fonseca (2008) utiliza como exemplo o jogo “Batatas Fritas 1, 2, 3”. 
3.7 Ritmo 
 
Fonte: novaescola.org.br 
Conforme destaca Sampaio (2009), é uma sequência constante e periódica do 
comportamento motor. Para ter ritmo é preciso que haja organização espacial. Por 
exemplo: pular corda. 
 
12 
 
3.8 Lateralidade 
 
Fonte: www.soescola.com 
É a capacidade de experimentar o movimento usando os dois lados do corpo, 
às vezes o direito, às vezes o esquerdo. Por exemplo, uma criança destra pode abrir 
uma porta com a mão esquerda mesmo que a mão direita esteja ocupada. Isso é 
diferente da dominância lateral, que é o desenvolvimento de maiores habilidades em 
um lado do corpo devido à dominância cerebral - ou seja, pessoas com dominância 
do cérebro esquerdo são mais propensas a desenvolver mais habilidades no lado 
direito do corpo, por isso são destros. Com os canhotos, é o oposto, pois sua 
dominância cerebral é do lado direito, como destacado por Sampaio (2009). 
 
13 
 
3.9 Equilíbrio 
 
Fonte: novaescola.org.br 
É a capacidade de ficar em pé com um suporte corporal reduzido, usando a 
combinação apropriada de movimentos musculares, sejam estacionários ou em 
movimento. Segundo Sampaio (2009), um exemplo de equilíbrio dinâmico é caminhar 
sobre uma prancha, enquanto o equilíbrio estático é manter a postura sentada correta. 
4 CORPO, MOVIMENTO E EXPRESSÃO 
 
Fonte: etimologia.com.br 
 
14 
 
O ser humano, por sua natureza, por meio do seu corpo, se manifesta, se 
expressa, se relaciona, vive e convive, ou seja, se relaciona com o mundo. É muito 
comum pensar o corpo somente com uma visão do aspecto biológico, ou como algo 
possível de ser fragmentado. 
Para que você compreenda melhor a temática, iniciaremos tentando definir 
corpo e corporeidade para, somente após conhecer os diferentes conceitos, 
estabelecer a relação entre corpo, movimento e expressão. 
Segundo fontes de estudos da história da humanidade, o homem é um ser que 
está em pleno processo de evolução, em que nossos ancestrais eram “homens 
macaco”, que andavam em “quatro patas” e movimentavam-se basicamente para a 
sua sobrevivência, na busca de alimentos e da sua própria defesa. Sendo assim, no 
percurso histórico da humanidade, o ser humano apresenta inúmeras variações na 
concepção e no tratamento de seu corpo, bem como nas formas de se comportar 
corporalmente, que revelam as relações do corpo com um determinado contexto 
social. 
 Conforme cada tempo histórico, a concepção e a imagem do corpo sofreram 
transformações, tanto que a cultura corporal do Oriente é diferente da do Ocidente. A 
primeira concebe a experiência do corpo como chave para a experiência do mundo e 
para a consciência cósmica, advinda das tradições místicas — há um respeito à sua 
corporalidade —, enquanto a segunda (Ocidente), com suas raízes na Antiguidade 
grega, tem uma visão dualista do homem — corpo e espírito —, valorizando a razão 
em detrimento do sentimento (GONÇALVES, 1994). 
Tentando definir as diferentes terminologias, é possível afirmar que as palavras 
corpo e corporeidade estão intimamente ligadas e são indissociáveis. Segundo Prado 
(2017), o corpo humano integra as dimensões da materialidade — ossos, músculos, 
hormônios, fezes, sangue, etc. — e da imaterialidade — emoções, criatividade, 
ludicidade, etc. Sendo assim, observa-se que a corporeidade é o corpo vivo, 
vivenciado. É, então, a mente e o corpo conectados, envolvendo dimensões 
fisiológicas, afetivas e emocionais, ou seja, o conjunto do corpo “físico”, suas 
emoções, seus sentimentos e suas relações. 
De acordo com Gonçalves (1994), desde os primórdios, o homem apresenta 
inúmeras formas de conceber e tratar o corpo, considerando técnicas corporais 
relacionadas a: 
 
15 
 
 
Esses aspectos podem ter uma ordenação diferente conforme o contexto 
sociocultural, a religião, o sexo, a classe social, entre outros. Compreender o corpo, 
então, somente é possível a partir das experiências e vivências estabelecidas nas 
relações consigo, com os outros e com o mundo. Essa capacidade de 2 Corpo e 
movimento cada pessoa sentir e apossar-se do seu próprio corpo como meio de 
manifestação e interação com o mundo chamamos de corporeidade (BONFIM, 2003). 
E qual a relação entre corpo e movimento? É praticamente impossível falar em 
corpo sem relacionar com movimento. Quando pensamos em movimento, tende a vir 
em nossa mente a ação de deslocamento, ou seja, de mudança, saída de um estado 
para outro, no caso, do nosso corpo. Já o movimento para a criança nos anos iniciais 
acontece por meio do corpo e por ele que ela interage, experimenta, reconhece o 
mundo em seu entorno. O bebê aprende a comunicar-se com os pais pelos 
movimentos faciais, podendo ser inicialmente um sorriso, ou choro, ou por diferentes 
tipos de expressões de aceitação ou negação. É nesse momento que o ser humano 
já inicia o reconhecimento de seu corpo, desenvolvendo a percepção dos mais 
diferentes sentidos, dos aspectos intelectual, espacial, afetivo, social, entre outros. 
 
16 
 
Portanto, corpo, movimento e expressão são aspectos indissociáveis, ou seja, 
é praticamente impossível pensar em um aspecto sem relacionar com qualquer um 
dos outros. Na educação física, especificamente, o trabalho por meio do corpo, do 
movimento e da expressão é imprescindível. O indivíduo age no mundo por meio de 
seu corpo, mais especificamente por meio do movimento. É o movimento corporal que 
possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem, aprenderem, sentirem o mundo 
e serem sentidos. 
A expressão corporal e a linguagem corporal são uma forma de comunicação 
não verbal, na qual o indivíduo se expressa utilizando o seu corpo, por expressões 
faciais, posturas corporais, gestos e outras manifestações corporais. O processo de 
expressão corporal/linguagem corporal é anterior à linguagem verbal e pode ser 
considerado ainda hoje como uma das mais importantes formas de comunicação do 
ser humano. Estudos afirmam que a comunicação não verbal, por meio da expressão 
corporal, representa aproximadamente 93% de toda a comunicação humana, ou seja, 
o nosso corpo, como um todo, “fala” (PIRES, [2012?]). 
A expressão corporal e a linguagem corporal por muitos momentos se 
confundem e estão tão relacionadas que fica difícil distingui-las ou defini-las de forma 
individualizada. A expressão corporal trata-se de diferentes formas de manifestações 
do corpo que são bastante comuns nas atividades rítmicas, na dança, no jogo, nos 
esportes e nas atividades físicas em geral. Já a linguagem corporal pode demonstrar 
alguns comportamentose traços da personalidade da pessoa. Como exemplo, 
podemos citar pessoas que ficam movimentando com frequência determinada parte 
do corpo (como os pés, ao estar sentado) e esse movimento pode estar relacionado 
ao estado de ansiedade ou nervosismo da pessoa no momento. 
 
17 
 
5 LUDOPEDAGOGIA 
 
Fonte: editoraopet.com.br 
A palavra, lúdico tem a sua etimologia latina “ludus” que faz referência a “jogo”. 
Com o passar do tempo, a ludicidade passou a possibilitar interações e contribuir para 
o desenvolvimento psíquico, físico e motor. Pois através das atividades lúdicas (jogos 
e brincadeira), a criança forma conceitos, ideias, buscam a empatia, criam relações, 
compartilham experiências, contribuindo para a melhoria das relações de cognição e 
vivências. 
A ludicidade não é apenas uma forma de diversão, ela tornou-se uma 
necessidade do ser humano em qualquer idade. Ao desenvolver atividade 
com aspectos lúdicos possibilita e facilita a aprendizagem, o desenvolvimento 
pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para 
um estado interior fértil. No desenvolver das ações lúdicas percebe-se que 
ela auxilia no processo de socialização, comunicação, expressão e 
construção do conhecimento, pois possibilitam experiências que constroem 
valores também para aspectos pessoas (Freire, 2011, apud SILVA, 2021, p. 
648). 
Ainda, de acordo com Freire (2011), a ludicidade é um instrumento 
metodológico muito rico, pois ao ser trabalhado com as crianças em casa ou na 
escola, possibilita uma relação de liberdade e estímulo da criança com o mundo 
externo, contribuindo para a formação individual da criança. 
Além disso, ao levar em conta os recursos pedagógicos que visam o bem-estar 
e evolução na aprendizagem infantil, a prática educativa deve sempre levar em 
 
18 
 
consideração a cultura própria de cada criança. Suas crenças, costumes, hábitos e 
experiências. 
O lúdico como recurso pedagógico direcionado às áreas de desenvolvimento e 
aprendizagem pode ser muito significativo no sentido de encorajar as crianças a tomar 
consciência dos conhecimentos sociais que são desenvolvidos durante o jogo, os 
quais podem ser usados para ajudá-las no desenvolvimento de uma compreensão 
positiva da sociedade e na aquisição de habilidades. 
É claro que, tal metodologia, deve constar de técnicas específicas, que 
estimulem o aluno em todas as esferas de seu comportamento humano (motora, 
cognitiva, afetiva e social), possibilitando a criança inúmeras vivências 
O ato de brincar pode ser considerado como principal fator de desenvolvimento 
cognitivo infantil. Isso porque essa ação, contribui positivamente para potencialização 
dos aspectos físico, moral, motor, emocional, intelectual e psicossocial da criança. 
Com os jogos e brincadeiras, a criança expressa seus interesses, refletem e 
experimentam situações do seu cotidiano que contribuem para trocas de experiências. 
Vale ressaltar que o estímulo da ludicidade infantil deve ser iniciado no contexto 
familiar, visto que essas ações contribuem no aspecto de desenvolvimento intelectual 
e motor antes mesmo da criança iniciar suas atividades escolares. 
A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar 
progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a 
interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais 
diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço 
singular de constituição infantil. 
A educação infantil é a primeira etapa escolar, na qual a criança é inserida, 
mediante um processo de instrução e familiarização, contribuindo para o 
fortalecimento das relações interpessoais. 
Além disso, alguns estudos comprovam que aprender brincando, auxilia 30% a 
mais na absorção da aprendizagem do que de forma tradicional. Portanto, analisar a 
forma didática de trabalho é um fator importante para solucionar déficit na prática 
educativa, pois o principal objetivo deve ser facilitar o desenvolvimento cognitivo dos 
alunos. 
 
19 
 
Atividades lúdicas e motoras são consideradas relevantes mediante a prática 
da ludicidade uma vez que elas fazem parte da rotina dos discentes de forma bastante 
efetiva na educação infantil. 
O brincar não é apenas a finalidade do processo, mas também o meio utilizado 
para favorecer os diversos tipos de aprendizagens. 
Dentro desse contexto destacamos o papel da ludicidade no desenvolvimento 
cognitivo das crianças com necessidades educacionais. Visto que elas têm o direito 
de participar e aprender de forma igualitária, devendo ser descartado qualquer tipo de 
exclusão social. A inclusão social é um fator determinante que colabora para o 
desenvolvimento cognitivo das crianças com déficit de aprendizagem e/ou qualquer 
outro tipo de necessidades especiais. Atividades voltadas para metodologias ativas 
na educação, contribui para o protagonismo do educando, pois torna-o participante da 
prática educativa. Além de estimular o aprendizado, raciocino lógico, independência e 
o trabalho em equipe. 
A Ludopedagogia para o docente é um recurso que favorece o ensino-
aprendizagem dos alunos, conforme envolvimento e construção de saberes. Educar 
nesse contexto, vai além da transferência de conceitos, pois enfatiza no educando, 
diversas formas de pensar, abrangendo um leque de informações para ampliação do 
repertório sociocultural. 
5.1 Ludopedagogia e suas contribuições 
A ludopedagogia possibilita visualizar o alinhamento da prática pedagógica 
com o componente lúdico na aprendizagem das crianças. Lopes (2013) enfatiza que 
essa prática tem como objetivo proporcionar um processo de ensino criativo, por meio 
das estratégias de jogos, brincadeiras e dinâmicas. Sua metodologia se embasa no 
componente lúdico aplicado nas estratégias de ensino. Silva (2012) observa que o 
lúdico consiste no emprego da ilusão para a construção de uma estratégia de ensino 
configurada na brincadeira ou jogo, vinculando-a à alegria e ao prazer promovidos na 
atividade. De acordo com a autora, a ludopedagogia potencializa um amplo 
desenvolvimento das habilidades por meio das brincadeiras, e possibilita que o ato de 
educar abandone a condição de apenas transmissão de informações. 
 
20 
 
De acordo com Calabresi (2015) a ludopedagogia é um recurso facilitador no 
processo de ensino-aprendizagem, demanda observação e atenção no contexto 
envolvido na ação das crianças. A referida autora complementa que a mediação do 
professor envolve também a seleção das atividades para a construção do 
conhecimento, considerando as necessidades lúdicas de cada aluno. A 
ludopedagogia promove uma metodologia de ensino que dialoga com o 
desenvolvimento do aluno, por meio dos conhecimentos pedagógicos e 
interdisciplinares. 
Para Freire (2011) o desenvolvimento de uma atividade lúdica possibilita e 
facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para 
uma boa saúde mental e prepara para um estado interior fértil. O referido autor 
observa que as atividades lúdicas auxiliam na socialização, na comunicação, na 
expressão e na construção do conhecimento. Neste contexto, a ludopedagogia 
proporciona bases metodológicas para se desenvolver e explorar a ludicidade dos 
jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem. 
À medida que as crianças crescem, o brincar muda e também a compreensão 
das diversas questões que passam a ocupar suas mentes. Três momentos que 
sustentam a interdisciplinaridade das disciplinas envolvidas; primeiro, o 
estabelecimento de situações imaginárias, o momento de ênfase na imaginação, a 
dramatização, o contar, o viver e a elaboração da história, criando seu espaço lúdico. 
No segundo momento, ao brincar com outras pessoas, o foco está nos brinquedos. 
Nesse ponto, os processos internos são exteriorizados e tornados inteligíveis, 
representados pelos personagense seus eventos na história. 
Já Alves, Batista e Paulo (2019) têm a ludopedagogia como uma nova vertente 
educacional, pois possibilita a criança desenvolver a sua imaginação, a sua relação 
com outras pessoas do seu cotidiano e a sua capacidade de aquisição de novos 
conhecimentos. Os referidos autores destacam que as atividades ludopedagógicas 
envolvem um brincar intencional, com objetivo, pois não caracterizam como 
meramente instrucionais ou de acompanhamento na promoção de habilidades e 
competências específicas. 
Assim a ludopedagogia potencializa estratégias de ensino que possibilitam ao 
professor trabalhar o processo de ensino-aprendizagem perante os desafios das 
séries iniciais. 
 
21 
 
Certo é que que a educação proporciona muitos desafios aos professores e 
especialistas, pois envolve diversas metodologias de ensino e seus respectivos 
recursos didáticos, para a escola se tornar um lugar que desperte o interesse da 
criança em aprender, assim uma educação significativa e de qualidade demanda 
pensar na totalidade do ser humano, considerando o seu ambiente, as suas 
preferências, os seus prazeres e as suas relações vivenciadas. O desenvolvimento 
das atividades ludopedagógicas consideram a criança em sua totalidade, para 
explorar as potencialidades do lúdico no desenvolvimento dela. 
O lúdico é muito importante para a saúde mental humana, e é um espaço que 
merece a atenção da família e professores, pois é o espaço para a expressão mais 
autêntica da existência, e o espaço. É direito de toda criança exercer as relações 
afetivas com mundo, as pessoas e as coisas. 
A ludicidade permite o estudo das relações das crianças com o mundo exterior, 
integrando pesquisas específicas sobre a importância do lúdico na formação da 
personalidade. Por meio de atividades lúdicas e jogos, as crianças formam conceitos, 
escolhem ideias, constroem relações lógicas, integram percepções, fazem estimativas 
adequadas ao crescimento e desenvolvimento físico e, o mais importante, socializam. 
5.2 O lúdico na educação escolar 
 
br.pinterest.com 
 
22 
 
Brincar e jogar são comportamentos essenciais para a saúde física, emocional 
e intelectual, e estão presentes em qualquer pessoa desde os tempos mais remotos. 
Por meio deles, as crianças desenvolvem a linguagem, o pensamento, a interação 
social, a iniciativa e a autoestima, se preparam para serem cidadãos que podem 
enfrentar desafios e participar da construção de um mundo melhor. O brincar contribui 
para o processo de ensino de várias formas, incluindo o desenvolvimento psicomotor, 
o desenvolvimento de habilidades motoras finas e amplas e o desenvolvimento de 
habilidades de pensamento, como imaginar, interpretar, tomar decisões, criatividade, 
formular hipóteses, coletar e organizar dados, integrando fatos e princípios aplicados 
a novas situações 
A educação escolar demanda um ambiente e práticas pedagógicas que sejam 
atraentes aos alunos, reconhecendo-os como sujeitos do seu aprendizado. Luckesi 
(2014) aborda a ludicidade como um estado interno do sujeito, pertencente a 
dimensão subjetiva individual. O referido autor complementa que as atividades lúdicas 
e ludicidade são fenômenos diversos, pois elas pertencem ao domínio externo ao 
sujeito e se configura na dimensão objetiva coletiva. Estas definições epistemológicas 
devem ser trabalhadas nas atividades ludopedagógicas empregadas no processo de 
ensino-aprendizagem das séries iniciais. 
Para Mineiro e D’Ávila (2019) a ludicidade se constitui um potencializador de 
aprendizagem, de ensino e de mediações na formação. De acordo com estes autores, 
há três dimensões no conceito de ludicidade: cultural, as atividades lúdicas são atos 
relacionais e sociais; psicológica, envolve um estado de ânimo expresso por 
sentimentos; e pedagógica, formativa e estruturante do processo de ensinar e 
aprender significativamente. Estas dimensões são observadas nas brincadeiras, nos 
jogos e nas dinâmicas, para identificação da ludicidade nestas atividades. 
O lúdico deve estar presente no cotidiano escolar por diversas manifestações, 
não se restringindo aos jogos, brincadeiras e atividades recreativas, pois é uma 
ferramenta de ensino com objetivo de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem. 
O ato de ensinar está relacionado à construção do conhecimento e ao 
desenvolvimento do cidadão, por isso as atividades lúdicas devem ser incentivadas e 
inovadas para valorizar a expressão do aluno. 
De acordo com os estudos de Cordazzo et al (2007), o ato de brincar consiste 
em uma atividade que estimula o desenvolvimento físico e sensorial, principalmente 
 
23 
 
nos aspectos perceptivos, motores, emocionais, sociais e cognitivos. E os jogos 
constituem atividades estimulantes da criatividade, que podem ser empregadas nas 
práticas pedagógicas para promover o desenvolvimento do raciocínio e da 
aprendizagem, com a criança no papel interativo. As concepções destas atividades se 
agregam ao componente lúdico, no desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem. 
A ação de brincar proporciona o poder de decisão e de pressão de sentimentos 
e valores à criança. Este ato possibilita a repetição de ações prazerosas, de partilhar, 
de expressão da sua individualidade e identidade, por meio de diversas linguagens 
decorrentes do corpo, dos sentidos e dos movimentos. A brincadeira e a ludicidade 
estão alinhados à prática educativa, considerada toda a sua complexidade. A prática 
educativa se desenvolve na condição de uma atividade de manifestação da 
ludicidade. 
Também a ludicidade não é apenas um “hobby” para distrair a atenção dos 
alunos, pelo contrário, corresponde às necessidades profundas do organismo e ocupa 
um lugar central na educação escolar. Estimula o crescimento e desenvolvimento, 
coordenação muscular, inteligência, iniciativa pessoal e contribui para o surgimento e 
progresso do mundo. Ele o encoraja a observar e aprender sobre as pessoas e coisas 
em seu ambiente. Através da brincadeira, os indivíduos podem brincar naturalmente, 
testar hipóteses e explorar toda a sua espontaneidade criativa. Brincar é essencial 
para que as crianças expressem sua criatividade e realizem seu potencial de forma 
holística. Somente através da criatividade as crianças podem se descobrir. 
Assim as manifestações da ludicidade podem se desenvolver em qualquer 
tempo, contexto ou idade, envolve negociação, protagonismo e decisão, 
demonstrando as capacidades transformadoras de aprender a aprender e a 
possibilidade de construção de artefatos de ludicidade, embasando as atividades de 
jogar, brincar, recrear e lazer. 
Desta forma a ludicidade se constitui um recurso pedagógico, mas o seu caráter 
educativo é corroborado na identificação do despertar da curiosidade no aluno, pois 
deve possibilitar o aluno construir conceitos, selecionar ideias, definir relações lógicas, 
a integração de percepções, estabelecer estimativas de crescimento e 
desenvolvimento, e se socializar. 
 
24 
 
Assim o estímulo à criatividade contribui para a formação de um aluno mais 
empenhado e com anseio por novas descobertas, e mais participativo nos ambientes 
escolar e social. E a ludopedagogia possibilita se aprofundar na abordagem da 
ludicidade no contexto escolar e social, identificando as estratégias de ensino lúdicas 
que podem ser aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem das séries iniciais. As 
estratégias de ensino lúdicas se desenvolvem por meio de diversas atividades, se 
utilizando de recursos didáticos e contextualizadas para a aprendizagem dos alunos 
das séries iniciais. 
Conviver com a aprendizagem de forma divertida e prazerosa possibilitará às 
crianças desenvolver uma relação cognitiva com essas experiências e conectá-las a 
outros produtos culturais e simbólicos segundo procedimentos metodológicos 
compatíveis com essa prática. 
6 ESTRATÉGIAS DE ENSINO LÚDICAS NAS SÉRIES INICIAIS 
 
Fonte:superautor.com.br 
Em meados da década de 30, as instituições infantis começaram a introduzir 
jogos educativos. Nesse tempo, o Brasil reuniu-se com importantes figuras do campo 
da psicologia, como Claparède, Pierre Janet, Mira e Lopes, André Reis e outros que 
ajudaram a difundir pesquisas no campo da psicologia infantil, incluindo o brincar. O 
 
25 
 
sentido do brincar é visto como reflexo dos interesses e necessidades das crianças, 
não apenas como uma distração. A formação da criança é possibilitada pelos 
brinquedos e brincadeiras que ela faz. 
As séries iniciais se constituem um processo de transição entre a educação 
infantil e as séries finais do ensino fundamental, evidenciando o desenvolvimento da 
criança na capacidade de aprendizagem no processo educacional. 
Santos e Ghelli (2015) ressaltam que o processo de ensino-aprendizagem das 
séries iniciais do ensino fundamental demanda que o professor observe e compreenda 
as formas de aprendizagem das crianças, as condições e objetos necessários na 
aprendizagem, e ainda identificar o seu papel neste contexto escolar. Para esses 
autores as teorias de aprendizagem podem auxiliar os professores neste contexto 
escolar, pois possibilitam reconhecer a dinâmica dos atos de ensinar e aprender, por 
meio da identificação do desenvolvimento cognitivo da criança. As teorias de 
aprendizagem proporcionam bases para o desenvolvimento de estratégias de ensino 
para as séries iniciais, fundamentadas no lúdico e nas brincadeiras. 
O lúdico e as brincadeiras são estratégias de ensino aplicadas também nas 
séries iniciais do ensino fundamental, pois as suas aplicações não se restringem ao 
processo de ensino-aprendizagem das séries iniciais. Essas estratégias são 
fundamentais para o desenvolvimento e aprendizagem de todas as crianças, pois o 
lúdico contribui e influencia a aprendizagem dos conteúdos escolares, e ainda auxilia 
no desenvolvimento dos componentes cognitivos, afetivos e psicomotores. 
Sabe-se que as aplicações de atividades lúdicas e recreativas nas séries 
iniciais podem ser obstáculos para os professores, pois eles não possuem as horas-
atividades suficientes para o planejamento deste tipo de aulas. O planejamento destas 
aulas envolve a definição de conexão entre a ludicidade e as brincadeiras com os 
conteúdos da aula. Por isso há pouca diversificação dos instrumentos avaliativos no 
ensino fundamental, pois os mais utilizados são: as provas, os trabalhos, as 
pesquisas, as observações e os pareceres descritivos. 
Estes fatores motivacionais evidenciam os pontos em que professores, famílias 
e o Estado devem atuar para tratar deste problema do desinteresse dos alunos das 
séries iniciais pela educação escolar. Menezes e Trevisol (2010) evidenciam a 
necessidade de reorganização do espaço escolar, para garantir o acesso à escola e 
transformá-la em um lugar agradável e atrativo, para o aluno permanecer por ser muito 
 
26 
 
divertido e prazeroso. Este contexto agradável é propício para o desenvolvimento da 
aprendizagem dos alunos nas séries iniciais do ensino fundamental. 
É preciso que o ensino nas séries iniciais contemple um espaço rico em 
vivências, constituído a partir da compreensão do mundo da criança, de suas 
necessidades e capacidades. O professor precisa trabalhar uma abordagem 
diferenciada, promovendo atividades que produzam conflitos cognitivos e, 
consequentemente, contribuam para o desenvolvimento de novas hipóteses e a 
construção de novas estruturas de conhecimentos. 
As estratégias se apresentam como instrumentos que potencializam o 
desenvolvimento da ludicidade nas atividades do processo de ensino-aprendizagem 
das séries iniciais. Niles e Socha (2014) observam que as diversas modalidades 
lúdicas não se apresentam em todas as épocas e são mutáveis no decorrer dos 
tempos. As referidas autoras constatam que as atividades lúdicas possuem um 
significado para as crianças, que envolve a forma de lidarem os seus sentimentos, de 
esperar a sua vez, de buscarem compreenderem as regras e de desenvolverem as 
interações. 
As atividades lúdicas são manifestadas em diversas formas de jogos e de 
brincadeiras. É possível as classificar da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com Szymanski (2006), ao trabalhar com o lúdico a partir do ensino 
de atos que valorizam o brincar, os brinquedos, as histórias infantis, a música e a 
poesia, as crianças desenvolvem representações simbólicas fundamentais no 
processo de ensino. As histórias infantis, canções e poemas abrem um leque de 
possibilidades para o uso do brincar na sala de aula, onde as crianças podem explicar, 
 Jogos educativos, instrumento de situações de aprendizagem que 
trabalha os componentes físico, cognitivo, afetivo e social; brincadeiras 
tradicionais infantis: oriundas de manifestações livre e espontânea da 
cultura popular, com a presença do lúdico; brincadeiras de faz-de-conta, 
fundamentadas em simbolismo, envolvendo o imaginário e regras 
implícitas; e brincadeiras de construção, atividades agregadoras à 
experiência sensorial, criatividade e desenvolvimento de habilidades. 
 
27 
 
dançar e demonstrar habilidades que não tinham conhecimento de seus professores 
em uma sala de aula "normal", criando novos possibilidades e seu aprendizado. 
O conhecimento pode e deve ser construído por meio das brincadeiras para 
que as crianças aprendam de forma mais fácil e divertida, estimulando sua 
criatividade, despertando confiança e autonomia, e assegurando maturidade na 
aquisição de novos conhecimentos. Os alunos se expressam de forma lúdica, 
deixando emergir sua criatividade, sonhos e fantasias e até frustrações, e aprendem 
a agir e processar emoções de forma natural. No entanto, brincar não é apenas 
entretenimento, mas algo pelo qual os educadores devem se esforçar. 
Com isso, podemos entender que as atividades lúdicas para Educação Infantil 
têm um papel fundamental no desenvolvimento integral do aluno. Esse 
desenvolvimento se dá por meio de um processo global, que integra diferentes 
habilidades e competências. 
As atividades lúdicas, por sua natureza, têm a capacidade de estimular 
diferentes áreas do desenvolvimento da criança, como: 
 
 
 
 
28 
 
Da mesma forma, elas ainda exercem influência na construção de outras 
habilidades e conhecimentos, como a confiança, a criatividade, a comunicação e a 
expressividade. 
Para a Educação Infantil, o lúdico, ainda, incentiva um maior contato entre os 
alunos, favorecendo a socialização e as relações interpessoais. 
O lúdico é desafiador, pois o educador deve ser detentor de uma 
fundamentação teórica bem estruturada e de consciência em relação à uma criança 
inserida no contexto tecnológico. Reverdito et al (2013) abordam que a aplicação dos 
jogos se condiciona também ao convencimento dos professores e dos pais em relação 
à importância destes instrumentos no desenvolvimento das crianças. 
Assim como o trabalho tem que ser diversificado e único para que seja possível 
maximizar a extração desses benefícios quando utilizados de forma correta nas 
escolas, bem como pais e professores o reconhecimento da importância dessa prática 
lúdica. 
7 O PAPEL DA LUDOPEDAGOGIA NA ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS COM 
NECESSIDADES EDUCACIONAIS 
 
Fonte: playtable.com.br 
 
29 
 
A Ludopedagogia contribui para a socialização das crianças com necessidades 
educacionais especiais diante das demais crianças ditas “normais”. Visto que, nesse 
contexto as atividades trabalhadas principalmente em grupos, contribui para a 
socialização, trabalha o cognitivo e possibilita o desenvolvimento escolar daqueles 
que tem maior dificuldade. 
As crianças com necessidades educacionais especiais devem conviver com as 
outras no seu cotidiano e complexidade habitual, e não devem ser mantidas isoladas. 
Independente do déficit de aprendizagem e da deficiência, toda criança tem 
condição deaprender. Ela vai aprender de uma forma diferenciada, dentro do tempo 
dela. 
No espaço escolar deve ter espaço para todos. A educação inclusiva no espaço 
educacional abrange a todos, independentemente de raça, cultura, nível social, 
intelectual, identidade de gênero, nacionalidade, idade, sotaque, religião entre outros 
aspectos. 
A LDBEN 9394/96, assinala como diretrizes: a inclusão, a valorização da 
diversidade, a flexibilidade, a qualidade e a autonomia, assim como, a competência 
para o trabalho e a cidadania. 
Já a Constituição Federal traz no seu Art. 6º a seguinte informação: são direitos 
sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. 
Ainda na Constituição no Art. 205: A educação é direito de todos e dever do 
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Diante desse cenário mediante a inclusão dos alunos especiais na escola para 
sua evolução no processo de alfabetização, a ludopedagogia entra como recurso 
multidisciplinar, contribuindo para o desenvolvimento motor e cognitivo dessas 
crianças através da interação com seus pares mediantes jogos e brincadeiras, 
contribuindo para uma aprendizagem significativa, mas sem pressão e cobranças 
externas. Nas palavras de Piaget (1987, p.6), “brincando a criança é capaz de 
assimilar o mundo exterior às suas próprias necessidades, mesmo sem se adaptar as 
realidades que estão a sua volta.” 
 
30 
 
A educação especial não pode ser olhada como um sistema paralelo à 
educação geral, e sim fazer parte dela como um conjunto de recursos pedagógicos e 
de serviços de apoio que facilitem a aprendizagem de todos em turma regulares. 
 
8 TIPOS DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA CADA FAIXA ETÁRIA 
As recomendações de atividades lúdicas variam de acordo com a evolução da 
criança. A cada idade pode-se introduzir novas brincadeiras ou objetos no dia-a-dia 
do pequeno para incentivar e aperfeiçoar o desenvolvimento de novas habilidades. 
 
8.1 De zero a dois anos 
 
 
31 
 
8.2 De dois a três anos 
 
 
 
32 
 
8.3 De três a cinco anos 
 
 
Veja agora algumas atividades lúdicas simples para trabalhar em sala de aula 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
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