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0 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 2 PSICOMOTRICIDADE: CONCEITO E HISTÓRICO ................................... 3 3 ELEMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE ................................................... 5 3.1 Esquema corporal ................................................................................ 6 3.2 Imagem corporal .................................................................................. 7 3.3 Tônus ................................................................................................... 8 3.4 Coordenação global ou motricidade ampla .......................................... 9 3.5 Motricidade fina .................................................................................. 10 3.6 Organização espaço-temporal ........................................................... 10 3.7 Ritmo .................................................................................................. 11 3.8 Lateralidade ........................................................................................ 12 3.9 Equilíbrio ............................................................................................ 13 4 CORPO, MOVIMENTO E EXPRESSÃO .................................................. 13 5 LUDOPEDAGOGIA .................................................................................. 17 5.1 Ludopedagogia e suas contribuições ................................................. 19 5.2 O lúdico na educação escolar ............................................................ 21 6 ESTRATÉGIAS DE ENSINO LÚDICAS NAS SÉRIES INICIAIS .............. 24 7 O PAPEL DA LUDOPEDAGOGIA NA ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ................................................................. 28 8 TIPOS DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA CADA FAIXA ETÁRIA ............ 30 8.1 De zero a dois anos............................................................................ 30 8.2 De dois a três anos ............................................................................ 31 8.3 De três a cinco anos ........................................................................... 32 9 REREFRÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 34 2 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 PSICOMOTRICIDADE: CONCEITO E HISTÓRICO Fonte: liceu.com.br A psicomotricidade é a ciência que estuda o homem e as suas relações com seu corpo e seus movimentos, além de considerar as relações que surgem da interação com o outro e o ambiente. Se for analisada a etiologia da palavra (psi = emoção, co = cognitivo, motric = movimento humano, idade = etapas de vida), percebe-se o quão abrangente o campo de estudos da psicomotricidade pode ser. O estudo da psicomotricidade tem forte caráter educacional, pois é aplicado em escolas e salas de aula e de atendimento especializado, com a intenção de aprimorar o desenvolvimento dos sujeitos que possam apresentar (ou não) dificuldades relacionais, motoras ou de aprendizagem em tais espaços. As pesquisas que deram origem ao campo psicomotor apresentaram inicialmente um enfoque eminentemente neurológico. Em 1909, o neuropsiquiatra Ernest Dupré, figura de fundamental importância na área, afirmou a independência da debilidade motora de um possível correlato neurológico, apontando que, ainda assim, essa debilidade poderia causar alterações consideráveis em relação ao desenvolvimento humano. Em 1925, o médico e psicólogo Henri Wallon estudou o movimento humano, reconhecendo sua categoria fundante como instrumento na 4 construção do psiquismo. Essa diferenciação permitiu a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolveu um exame psicomotor para fins de diagnóstico, indicação da terapêutica e prognóstico. Em 1947, o psiquiatra Julian de Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. Foi quem delimitou com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre os âmbitos neurológico e o psiquiátrico. Com essas novas contribuições, a psicomotricidade passou a se diferenciar de outras disciplinas, adquirindo sua própria especificidade e autonomia. Com o entendimento de que as dificuldades motoras podem existir mesmo que não haja uma deficiência neurológica no ser humano, o uso do termo psicomotricidade ganhou força em 1970, explicar tais acontecimentos durante o desenvolvimento, sobretudo o infantil. Nessa década, diferentes autores definiram a psicomotricidade como uma motricidade de relação, considerando a íntima ligação dos aspectos afetivos aos aspectos motores dos sujeitos. A partir daí, começou a ser delimitada a diferença entre uma postura reeducativa e uma postura terapêutica. Ao se desligar da técnica instrumentalista e se ocupar do "corpo de um sujeito", a abordagem terapêutica dá, progressivamente, maior importância à relação entre mente e coração, bem como ao entendimento do sujeito como um todo. Tal entendimento perdura até os dias atuais. 5 3 ELEMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE Fonte: www.gramadosite.com.br Segundo Fonseca (2008), são inúmeras as classificações e termos utilizados para denominar as funções psicomotoras. Independentemente disso, os conceitos são basicamente os mesmos; o que mudou foi a forma como esses conceitos são categorizados e agrupados. Os termos mais usados no Brasil e seus respectivos conceitos são apresentados a seguir. 6 3.1 Esquema corporal Fonte: wordwall.net Trata-se de um conhecimento pré-consciente sobre o próprio corpo e suas partes, o que permite o sujeito relacionar-se com os espaços, objetos e pessoas que o cercam. As informações proprioceptivas ou cinestésicas concebem esse conhecimento sobre o corpo e, à medida que o corpo desenvolve, ocorrem mudanças e ajustes no esquema corporal. Exemplo: A criança sabe que a cabeça está no pescoço e que ambos fazem parte de um conjunto maior, o corpo. 7 3.2 Imagem corporal Fonte: www.mildicasdemae.com.br conforme aponta Le Bouch (1992), é a representação mental inconsciente do nosso próprio corpo, formada a partir do momento em que o corpo começa a ser desejado e, portanto, passa a desejar também. Um exemplo é o estágio do espelho, que se inicia aos 6-8 meses de idade, quando a criança já se reconhece no espelho e sabe que está vendo uma imagem espelhada de si mesma. Portanto, a imagem precede o esquema - assim, sem a imagem, não há esquema corporal. 8 3.3 Tônus Fonte: docplayer.com.br De acordo com Sampaio (2009), O tônus fisiológico dos músculos garante o equilíbrio estático e dinâmico, a coordenaçãoe a postura do corpo em qualquer postura, seja em repouso ou em movimento. Por exemplo: A maioria das pessoas com síndrome de Down tem hipotonia, uma tensão ou tônus abaixo do normal que resulta em aumento da mobilidade e flexibilidade e diminuição do equilíbrio, postura e coordenação. 9 3.4 Coordenação global ou motricidade ampla Fonte: www.aprendateclado.com De acordo com Le Bouch (1992), é a ação conjunta de distintos grupos musculares durante a realização de movimentos voluntários, amplos e relativamente complexos. Exemplo: Para andar, utilizamos uma ampla gama de coordenação motora em que os membros superiores e inferiores são coordenados alternadamente para que haja deslocamento 10 3.5 Motricidade fina Fonte: www.elo7.com.br Conforme definido por Le Bouch (1992), é a capacidade de usar pequenos grupos musculares nas extremidades para o movimento coordenado. Por exemplo: escrever, costurar, digitar. 3.6 Organização espaço-temporal 11 Fonte: espacodeaprendizagem.com É a capacidade de se posicionar corretamente no espaço e no tempo. Para tanto, devem existir os conceitos de perto, longe, em cima, em baixo, dentro, fora, ao lado, frente e verso. Alguns autores estudam a organização espacial e temporal separadamente. Fonseca (2008) utiliza como exemplo o jogo “Batatas Fritas 1, 2, 3”. 3.7 Ritmo Fonte: novaescola.org.br Conforme destaca Sampaio (2009), é uma sequência constante e periódica do comportamento motor. Para ter ritmo é preciso que haja organização espacial. Por exemplo: pular corda. 12 3.8 Lateralidade Fonte: www.soescola.com É a capacidade de experimentar o movimento usando os dois lados do corpo, às vezes o direito, às vezes o esquerdo. Por exemplo, uma criança destra pode abrir uma porta com a mão esquerda mesmo que a mão direita esteja ocupada. Isso é diferente da dominância lateral, que é o desenvolvimento de maiores habilidades em um lado do corpo devido à dominância cerebral - ou seja, pessoas com dominância do cérebro esquerdo são mais propensas a desenvolver mais habilidades no lado direito do corpo, por isso são destros. Com os canhotos, é o oposto, pois sua dominância cerebral é do lado direito, como destacado por Sampaio (2009). 13 3.9 Equilíbrio Fonte: novaescola.org.br É a capacidade de ficar em pé com um suporte corporal reduzido, usando a combinação apropriada de movimentos musculares, sejam estacionários ou em movimento. Segundo Sampaio (2009), um exemplo de equilíbrio dinâmico é caminhar sobre uma prancha, enquanto o equilíbrio estático é manter a postura sentada correta. 4 CORPO, MOVIMENTO E EXPRESSÃO Fonte: etimologia.com.br 14 O ser humano, por sua natureza, por meio do seu corpo, se manifesta, se expressa, se relaciona, vive e convive, ou seja, se relaciona com o mundo. É muito comum pensar o corpo somente com uma visão do aspecto biológico, ou como algo possível de ser fragmentado. Para que você compreenda melhor a temática, iniciaremos tentando definir corpo e corporeidade para, somente após conhecer os diferentes conceitos, estabelecer a relação entre corpo, movimento e expressão. Segundo fontes de estudos da história da humanidade, o homem é um ser que está em pleno processo de evolução, em que nossos ancestrais eram “homens macaco”, que andavam em “quatro patas” e movimentavam-se basicamente para a sua sobrevivência, na busca de alimentos e da sua própria defesa. Sendo assim, no percurso histórico da humanidade, o ser humano apresenta inúmeras variações na concepção e no tratamento de seu corpo, bem como nas formas de se comportar corporalmente, que revelam as relações do corpo com um determinado contexto social. Conforme cada tempo histórico, a concepção e a imagem do corpo sofreram transformações, tanto que a cultura corporal do Oriente é diferente da do Ocidente. A primeira concebe a experiência do corpo como chave para a experiência do mundo e para a consciência cósmica, advinda das tradições místicas — há um respeito à sua corporalidade —, enquanto a segunda (Ocidente), com suas raízes na Antiguidade grega, tem uma visão dualista do homem — corpo e espírito —, valorizando a razão em detrimento do sentimento (GONÇALVES, 1994). Tentando definir as diferentes terminologias, é possível afirmar que as palavras corpo e corporeidade estão intimamente ligadas e são indissociáveis. Segundo Prado (2017), o corpo humano integra as dimensões da materialidade — ossos, músculos, hormônios, fezes, sangue, etc. — e da imaterialidade — emoções, criatividade, ludicidade, etc. Sendo assim, observa-se que a corporeidade é o corpo vivo, vivenciado. É, então, a mente e o corpo conectados, envolvendo dimensões fisiológicas, afetivas e emocionais, ou seja, o conjunto do corpo “físico”, suas emoções, seus sentimentos e suas relações. De acordo com Gonçalves (1994), desde os primórdios, o homem apresenta inúmeras formas de conceber e tratar o corpo, considerando técnicas corporais relacionadas a: 15 Esses aspectos podem ter uma ordenação diferente conforme o contexto sociocultural, a religião, o sexo, a classe social, entre outros. Compreender o corpo, então, somente é possível a partir das experiências e vivências estabelecidas nas relações consigo, com os outros e com o mundo. Essa capacidade de 2 Corpo e movimento cada pessoa sentir e apossar-se do seu próprio corpo como meio de manifestação e interação com o mundo chamamos de corporeidade (BONFIM, 2003). E qual a relação entre corpo e movimento? É praticamente impossível falar em corpo sem relacionar com movimento. Quando pensamos em movimento, tende a vir em nossa mente a ação de deslocamento, ou seja, de mudança, saída de um estado para outro, no caso, do nosso corpo. Já o movimento para a criança nos anos iniciais acontece por meio do corpo e por ele que ela interage, experimenta, reconhece o mundo em seu entorno. O bebê aprende a comunicar-se com os pais pelos movimentos faciais, podendo ser inicialmente um sorriso, ou choro, ou por diferentes tipos de expressões de aceitação ou negação. É nesse momento que o ser humano já inicia o reconhecimento de seu corpo, desenvolvendo a percepção dos mais diferentes sentidos, dos aspectos intelectual, espacial, afetivo, social, entre outros. 16 Portanto, corpo, movimento e expressão são aspectos indissociáveis, ou seja, é praticamente impossível pensar em um aspecto sem relacionar com qualquer um dos outros. Na educação física, especificamente, o trabalho por meio do corpo, do movimento e da expressão é imprescindível. O indivíduo age no mundo por meio de seu corpo, mais especificamente por meio do movimento. É o movimento corporal que possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem, aprenderem, sentirem o mundo e serem sentidos. A expressão corporal e a linguagem corporal são uma forma de comunicação não verbal, na qual o indivíduo se expressa utilizando o seu corpo, por expressões faciais, posturas corporais, gestos e outras manifestações corporais. O processo de expressão corporal/linguagem corporal é anterior à linguagem verbal e pode ser considerado ainda hoje como uma das mais importantes formas de comunicação do ser humano. Estudos afirmam que a comunicação não verbal, por meio da expressão corporal, representa aproximadamente 93% de toda a comunicação humana, ou seja, o nosso corpo, como um todo, “fala” (PIRES, [2012?]). A expressão corporal e a linguagem corporal por muitos momentos se confundem e estão tão relacionadas que fica difícil distingui-las ou defini-las de forma individualizada. A expressão corporal trata-se de diferentes formas de manifestações do corpo que são bastante comuns nas atividades rítmicas, na dança, no jogo, nos esportes e nas atividades físicas em geral. Já a linguagem corporal pode demonstrar alguns comportamentose traços da personalidade da pessoa. Como exemplo, podemos citar pessoas que ficam movimentando com frequência determinada parte do corpo (como os pés, ao estar sentado) e esse movimento pode estar relacionado ao estado de ansiedade ou nervosismo da pessoa no momento. 17 5 LUDOPEDAGOGIA Fonte: editoraopet.com.br A palavra, lúdico tem a sua etimologia latina “ludus” que faz referência a “jogo”. Com o passar do tempo, a ludicidade passou a possibilitar interações e contribuir para o desenvolvimento psíquico, físico e motor. Pois através das atividades lúdicas (jogos e brincadeira), a criança forma conceitos, ideias, buscam a empatia, criam relações, compartilham experiências, contribuindo para a melhoria das relações de cognição e vivências. A ludicidade não é apenas uma forma de diversão, ela tornou-se uma necessidade do ser humano em qualquer idade. Ao desenvolver atividade com aspectos lúdicos possibilita e facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil. No desenvolver das ações lúdicas percebe-se que ela auxilia no processo de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento, pois possibilitam experiências que constroem valores também para aspectos pessoas (Freire, 2011, apud SILVA, 2021, p. 648). Ainda, de acordo com Freire (2011), a ludicidade é um instrumento metodológico muito rico, pois ao ser trabalhado com as crianças em casa ou na escola, possibilita uma relação de liberdade e estímulo da criança com o mundo externo, contribuindo para a formação individual da criança. Além disso, ao levar em conta os recursos pedagógicos que visam o bem-estar e evolução na aprendizagem infantil, a prática educativa deve sempre levar em 18 consideração a cultura própria de cada criança. Suas crenças, costumes, hábitos e experiências. O lúdico como recurso pedagógico direcionado às áreas de desenvolvimento e aprendizagem pode ser muito significativo no sentido de encorajar as crianças a tomar consciência dos conhecimentos sociais que são desenvolvidos durante o jogo, os quais podem ser usados para ajudá-las no desenvolvimento de uma compreensão positiva da sociedade e na aquisição de habilidades. É claro que, tal metodologia, deve constar de técnicas específicas, que estimulem o aluno em todas as esferas de seu comportamento humano (motora, cognitiva, afetiva e social), possibilitando a criança inúmeras vivências O ato de brincar pode ser considerado como principal fator de desenvolvimento cognitivo infantil. Isso porque essa ação, contribui positivamente para potencialização dos aspectos físico, moral, motor, emocional, intelectual e psicossocial da criança. Com os jogos e brincadeiras, a criança expressa seus interesses, refletem e experimentam situações do seu cotidiano que contribuem para trocas de experiências. Vale ressaltar que o estímulo da ludicidade infantil deve ser iniciado no contexto familiar, visto que essas ações contribuem no aspecto de desenvolvimento intelectual e motor antes mesmo da criança iniciar suas atividades escolares. A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil. A educação infantil é a primeira etapa escolar, na qual a criança é inserida, mediante um processo de instrução e familiarização, contribuindo para o fortalecimento das relações interpessoais. Além disso, alguns estudos comprovam que aprender brincando, auxilia 30% a mais na absorção da aprendizagem do que de forma tradicional. Portanto, analisar a forma didática de trabalho é um fator importante para solucionar déficit na prática educativa, pois o principal objetivo deve ser facilitar o desenvolvimento cognitivo dos alunos. 19 Atividades lúdicas e motoras são consideradas relevantes mediante a prática da ludicidade uma vez que elas fazem parte da rotina dos discentes de forma bastante efetiva na educação infantil. O brincar não é apenas a finalidade do processo, mas também o meio utilizado para favorecer os diversos tipos de aprendizagens. Dentro desse contexto destacamos o papel da ludicidade no desenvolvimento cognitivo das crianças com necessidades educacionais. Visto que elas têm o direito de participar e aprender de forma igualitária, devendo ser descartado qualquer tipo de exclusão social. A inclusão social é um fator determinante que colabora para o desenvolvimento cognitivo das crianças com déficit de aprendizagem e/ou qualquer outro tipo de necessidades especiais. Atividades voltadas para metodologias ativas na educação, contribui para o protagonismo do educando, pois torna-o participante da prática educativa. Além de estimular o aprendizado, raciocino lógico, independência e o trabalho em equipe. A Ludopedagogia para o docente é um recurso que favorece o ensino- aprendizagem dos alunos, conforme envolvimento e construção de saberes. Educar nesse contexto, vai além da transferência de conceitos, pois enfatiza no educando, diversas formas de pensar, abrangendo um leque de informações para ampliação do repertório sociocultural. 5.1 Ludopedagogia e suas contribuições A ludopedagogia possibilita visualizar o alinhamento da prática pedagógica com o componente lúdico na aprendizagem das crianças. Lopes (2013) enfatiza que essa prática tem como objetivo proporcionar um processo de ensino criativo, por meio das estratégias de jogos, brincadeiras e dinâmicas. Sua metodologia se embasa no componente lúdico aplicado nas estratégias de ensino. Silva (2012) observa que o lúdico consiste no emprego da ilusão para a construção de uma estratégia de ensino configurada na brincadeira ou jogo, vinculando-a à alegria e ao prazer promovidos na atividade. De acordo com a autora, a ludopedagogia potencializa um amplo desenvolvimento das habilidades por meio das brincadeiras, e possibilita que o ato de educar abandone a condição de apenas transmissão de informações. 20 De acordo com Calabresi (2015) a ludopedagogia é um recurso facilitador no processo de ensino-aprendizagem, demanda observação e atenção no contexto envolvido na ação das crianças. A referida autora complementa que a mediação do professor envolve também a seleção das atividades para a construção do conhecimento, considerando as necessidades lúdicas de cada aluno. A ludopedagogia promove uma metodologia de ensino que dialoga com o desenvolvimento do aluno, por meio dos conhecimentos pedagógicos e interdisciplinares. Para Freire (2011) o desenvolvimento de uma atividade lúdica possibilita e facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental e prepara para um estado interior fértil. O referido autor observa que as atividades lúdicas auxiliam na socialização, na comunicação, na expressão e na construção do conhecimento. Neste contexto, a ludopedagogia proporciona bases metodológicas para se desenvolver e explorar a ludicidade dos jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem. À medida que as crianças crescem, o brincar muda e também a compreensão das diversas questões que passam a ocupar suas mentes. Três momentos que sustentam a interdisciplinaridade das disciplinas envolvidas; primeiro, o estabelecimento de situações imaginárias, o momento de ênfase na imaginação, a dramatização, o contar, o viver e a elaboração da história, criando seu espaço lúdico. No segundo momento, ao brincar com outras pessoas, o foco está nos brinquedos. Nesse ponto, os processos internos são exteriorizados e tornados inteligíveis, representados pelos personagense seus eventos na história. Já Alves, Batista e Paulo (2019) têm a ludopedagogia como uma nova vertente educacional, pois possibilita a criança desenvolver a sua imaginação, a sua relação com outras pessoas do seu cotidiano e a sua capacidade de aquisição de novos conhecimentos. Os referidos autores destacam que as atividades ludopedagógicas envolvem um brincar intencional, com objetivo, pois não caracterizam como meramente instrucionais ou de acompanhamento na promoção de habilidades e competências específicas. Assim a ludopedagogia potencializa estratégias de ensino que possibilitam ao professor trabalhar o processo de ensino-aprendizagem perante os desafios das séries iniciais. 21 Certo é que que a educação proporciona muitos desafios aos professores e especialistas, pois envolve diversas metodologias de ensino e seus respectivos recursos didáticos, para a escola se tornar um lugar que desperte o interesse da criança em aprender, assim uma educação significativa e de qualidade demanda pensar na totalidade do ser humano, considerando o seu ambiente, as suas preferências, os seus prazeres e as suas relações vivenciadas. O desenvolvimento das atividades ludopedagógicas consideram a criança em sua totalidade, para explorar as potencialidades do lúdico no desenvolvimento dela. O lúdico é muito importante para a saúde mental humana, e é um espaço que merece a atenção da família e professores, pois é o espaço para a expressão mais autêntica da existência, e o espaço. É direito de toda criança exercer as relações afetivas com mundo, as pessoas e as coisas. A ludicidade permite o estudo das relações das crianças com o mundo exterior, integrando pesquisas específicas sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Por meio de atividades lúdicas e jogos, as crianças formam conceitos, escolhem ideias, constroem relações lógicas, integram percepções, fazem estimativas adequadas ao crescimento e desenvolvimento físico e, o mais importante, socializam. 5.2 O lúdico na educação escolar br.pinterest.com 22 Brincar e jogar são comportamentos essenciais para a saúde física, emocional e intelectual, e estão presentes em qualquer pessoa desde os tempos mais remotos. Por meio deles, as crianças desenvolvem a linguagem, o pensamento, a interação social, a iniciativa e a autoestima, se preparam para serem cidadãos que podem enfrentar desafios e participar da construção de um mundo melhor. O brincar contribui para o processo de ensino de várias formas, incluindo o desenvolvimento psicomotor, o desenvolvimento de habilidades motoras finas e amplas e o desenvolvimento de habilidades de pensamento, como imaginar, interpretar, tomar decisões, criatividade, formular hipóteses, coletar e organizar dados, integrando fatos e princípios aplicados a novas situações A educação escolar demanda um ambiente e práticas pedagógicas que sejam atraentes aos alunos, reconhecendo-os como sujeitos do seu aprendizado. Luckesi (2014) aborda a ludicidade como um estado interno do sujeito, pertencente a dimensão subjetiva individual. O referido autor complementa que as atividades lúdicas e ludicidade são fenômenos diversos, pois elas pertencem ao domínio externo ao sujeito e se configura na dimensão objetiva coletiva. Estas definições epistemológicas devem ser trabalhadas nas atividades ludopedagógicas empregadas no processo de ensino-aprendizagem das séries iniciais. Para Mineiro e D’Ávila (2019) a ludicidade se constitui um potencializador de aprendizagem, de ensino e de mediações na formação. De acordo com estes autores, há três dimensões no conceito de ludicidade: cultural, as atividades lúdicas são atos relacionais e sociais; psicológica, envolve um estado de ânimo expresso por sentimentos; e pedagógica, formativa e estruturante do processo de ensinar e aprender significativamente. Estas dimensões são observadas nas brincadeiras, nos jogos e nas dinâmicas, para identificação da ludicidade nestas atividades. O lúdico deve estar presente no cotidiano escolar por diversas manifestações, não se restringindo aos jogos, brincadeiras e atividades recreativas, pois é uma ferramenta de ensino com objetivo de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem. O ato de ensinar está relacionado à construção do conhecimento e ao desenvolvimento do cidadão, por isso as atividades lúdicas devem ser incentivadas e inovadas para valorizar a expressão do aluno. De acordo com os estudos de Cordazzo et al (2007), o ato de brincar consiste em uma atividade que estimula o desenvolvimento físico e sensorial, principalmente 23 nos aspectos perceptivos, motores, emocionais, sociais e cognitivos. E os jogos constituem atividades estimulantes da criatividade, que podem ser empregadas nas práticas pedagógicas para promover o desenvolvimento do raciocínio e da aprendizagem, com a criança no papel interativo. As concepções destas atividades se agregam ao componente lúdico, no desenvolvimento do processo de ensino- aprendizagem. A ação de brincar proporciona o poder de decisão e de pressão de sentimentos e valores à criança. Este ato possibilita a repetição de ações prazerosas, de partilhar, de expressão da sua individualidade e identidade, por meio de diversas linguagens decorrentes do corpo, dos sentidos e dos movimentos. A brincadeira e a ludicidade estão alinhados à prática educativa, considerada toda a sua complexidade. A prática educativa se desenvolve na condição de uma atividade de manifestação da ludicidade. Também a ludicidade não é apenas um “hobby” para distrair a atenção dos alunos, pelo contrário, corresponde às necessidades profundas do organismo e ocupa um lugar central na educação escolar. Estimula o crescimento e desenvolvimento, coordenação muscular, inteligência, iniciativa pessoal e contribui para o surgimento e progresso do mundo. Ele o encoraja a observar e aprender sobre as pessoas e coisas em seu ambiente. Através da brincadeira, os indivíduos podem brincar naturalmente, testar hipóteses e explorar toda a sua espontaneidade criativa. Brincar é essencial para que as crianças expressem sua criatividade e realizem seu potencial de forma holística. Somente através da criatividade as crianças podem se descobrir. Assim as manifestações da ludicidade podem se desenvolver em qualquer tempo, contexto ou idade, envolve negociação, protagonismo e decisão, demonstrando as capacidades transformadoras de aprender a aprender e a possibilidade de construção de artefatos de ludicidade, embasando as atividades de jogar, brincar, recrear e lazer. Desta forma a ludicidade se constitui um recurso pedagógico, mas o seu caráter educativo é corroborado na identificação do despertar da curiosidade no aluno, pois deve possibilitar o aluno construir conceitos, selecionar ideias, definir relações lógicas, a integração de percepções, estabelecer estimativas de crescimento e desenvolvimento, e se socializar. 24 Assim o estímulo à criatividade contribui para a formação de um aluno mais empenhado e com anseio por novas descobertas, e mais participativo nos ambientes escolar e social. E a ludopedagogia possibilita se aprofundar na abordagem da ludicidade no contexto escolar e social, identificando as estratégias de ensino lúdicas que podem ser aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem das séries iniciais. As estratégias de ensino lúdicas se desenvolvem por meio de diversas atividades, se utilizando de recursos didáticos e contextualizadas para a aprendizagem dos alunos das séries iniciais. Conviver com a aprendizagem de forma divertida e prazerosa possibilitará às crianças desenvolver uma relação cognitiva com essas experiências e conectá-las a outros produtos culturais e simbólicos segundo procedimentos metodológicos compatíveis com essa prática. 6 ESTRATÉGIAS DE ENSINO LÚDICAS NAS SÉRIES INICIAIS Fonte:superautor.com.br Em meados da década de 30, as instituições infantis começaram a introduzir jogos educativos. Nesse tempo, o Brasil reuniu-se com importantes figuras do campo da psicologia, como Claparède, Pierre Janet, Mira e Lopes, André Reis e outros que ajudaram a difundir pesquisas no campo da psicologia infantil, incluindo o brincar. O 25 sentido do brincar é visto como reflexo dos interesses e necessidades das crianças, não apenas como uma distração. A formação da criança é possibilitada pelos brinquedos e brincadeiras que ela faz. As séries iniciais se constituem um processo de transição entre a educação infantil e as séries finais do ensino fundamental, evidenciando o desenvolvimento da criança na capacidade de aprendizagem no processo educacional. Santos e Ghelli (2015) ressaltam que o processo de ensino-aprendizagem das séries iniciais do ensino fundamental demanda que o professor observe e compreenda as formas de aprendizagem das crianças, as condições e objetos necessários na aprendizagem, e ainda identificar o seu papel neste contexto escolar. Para esses autores as teorias de aprendizagem podem auxiliar os professores neste contexto escolar, pois possibilitam reconhecer a dinâmica dos atos de ensinar e aprender, por meio da identificação do desenvolvimento cognitivo da criança. As teorias de aprendizagem proporcionam bases para o desenvolvimento de estratégias de ensino para as séries iniciais, fundamentadas no lúdico e nas brincadeiras. O lúdico e as brincadeiras são estratégias de ensino aplicadas também nas séries iniciais do ensino fundamental, pois as suas aplicações não se restringem ao processo de ensino-aprendizagem das séries iniciais. Essas estratégias são fundamentais para o desenvolvimento e aprendizagem de todas as crianças, pois o lúdico contribui e influencia a aprendizagem dos conteúdos escolares, e ainda auxilia no desenvolvimento dos componentes cognitivos, afetivos e psicomotores. Sabe-se que as aplicações de atividades lúdicas e recreativas nas séries iniciais podem ser obstáculos para os professores, pois eles não possuem as horas- atividades suficientes para o planejamento deste tipo de aulas. O planejamento destas aulas envolve a definição de conexão entre a ludicidade e as brincadeiras com os conteúdos da aula. Por isso há pouca diversificação dos instrumentos avaliativos no ensino fundamental, pois os mais utilizados são: as provas, os trabalhos, as pesquisas, as observações e os pareceres descritivos. Estes fatores motivacionais evidenciam os pontos em que professores, famílias e o Estado devem atuar para tratar deste problema do desinteresse dos alunos das séries iniciais pela educação escolar. Menezes e Trevisol (2010) evidenciam a necessidade de reorganização do espaço escolar, para garantir o acesso à escola e transformá-la em um lugar agradável e atrativo, para o aluno permanecer por ser muito 26 divertido e prazeroso. Este contexto agradável é propício para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos nas séries iniciais do ensino fundamental. É preciso que o ensino nas séries iniciais contemple um espaço rico em vivências, constituído a partir da compreensão do mundo da criança, de suas necessidades e capacidades. O professor precisa trabalhar uma abordagem diferenciada, promovendo atividades que produzam conflitos cognitivos e, consequentemente, contribuam para o desenvolvimento de novas hipóteses e a construção de novas estruturas de conhecimentos. As estratégias se apresentam como instrumentos que potencializam o desenvolvimento da ludicidade nas atividades do processo de ensino-aprendizagem das séries iniciais. Niles e Socha (2014) observam que as diversas modalidades lúdicas não se apresentam em todas as épocas e são mutáveis no decorrer dos tempos. As referidas autoras constatam que as atividades lúdicas possuem um significado para as crianças, que envolve a forma de lidarem os seus sentimentos, de esperar a sua vez, de buscarem compreenderem as regras e de desenvolverem as interações. As atividades lúdicas são manifestadas em diversas formas de jogos e de brincadeiras. É possível as classificar da seguinte forma: De acordo com Szymanski (2006), ao trabalhar com o lúdico a partir do ensino de atos que valorizam o brincar, os brinquedos, as histórias infantis, a música e a poesia, as crianças desenvolvem representações simbólicas fundamentais no processo de ensino. As histórias infantis, canções e poemas abrem um leque de possibilidades para o uso do brincar na sala de aula, onde as crianças podem explicar, Jogos educativos, instrumento de situações de aprendizagem que trabalha os componentes físico, cognitivo, afetivo e social; brincadeiras tradicionais infantis: oriundas de manifestações livre e espontânea da cultura popular, com a presença do lúdico; brincadeiras de faz-de-conta, fundamentadas em simbolismo, envolvendo o imaginário e regras implícitas; e brincadeiras de construção, atividades agregadoras à experiência sensorial, criatividade e desenvolvimento de habilidades. 27 dançar e demonstrar habilidades que não tinham conhecimento de seus professores em uma sala de aula "normal", criando novos possibilidades e seu aprendizado. O conhecimento pode e deve ser construído por meio das brincadeiras para que as crianças aprendam de forma mais fácil e divertida, estimulando sua criatividade, despertando confiança e autonomia, e assegurando maturidade na aquisição de novos conhecimentos. Os alunos se expressam de forma lúdica, deixando emergir sua criatividade, sonhos e fantasias e até frustrações, e aprendem a agir e processar emoções de forma natural. No entanto, brincar não é apenas entretenimento, mas algo pelo qual os educadores devem se esforçar. Com isso, podemos entender que as atividades lúdicas para Educação Infantil têm um papel fundamental no desenvolvimento integral do aluno. Esse desenvolvimento se dá por meio de um processo global, que integra diferentes habilidades e competências. As atividades lúdicas, por sua natureza, têm a capacidade de estimular diferentes áreas do desenvolvimento da criança, como: 28 Da mesma forma, elas ainda exercem influência na construção de outras habilidades e conhecimentos, como a confiança, a criatividade, a comunicação e a expressividade. Para a Educação Infantil, o lúdico, ainda, incentiva um maior contato entre os alunos, favorecendo a socialização e as relações interpessoais. O lúdico é desafiador, pois o educador deve ser detentor de uma fundamentação teórica bem estruturada e de consciência em relação à uma criança inserida no contexto tecnológico. Reverdito et al (2013) abordam que a aplicação dos jogos se condiciona também ao convencimento dos professores e dos pais em relação à importância destes instrumentos no desenvolvimento das crianças. Assim como o trabalho tem que ser diversificado e único para que seja possível maximizar a extração desses benefícios quando utilizados de forma correta nas escolas, bem como pais e professores o reconhecimento da importância dessa prática lúdica. 7 O PAPEL DA LUDOPEDAGOGIA NA ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS Fonte: playtable.com.br 29 A Ludopedagogia contribui para a socialização das crianças com necessidades educacionais especiais diante das demais crianças ditas “normais”. Visto que, nesse contexto as atividades trabalhadas principalmente em grupos, contribui para a socialização, trabalha o cognitivo e possibilita o desenvolvimento escolar daqueles que tem maior dificuldade. As crianças com necessidades educacionais especiais devem conviver com as outras no seu cotidiano e complexidade habitual, e não devem ser mantidas isoladas. Independente do déficit de aprendizagem e da deficiência, toda criança tem condição deaprender. Ela vai aprender de uma forma diferenciada, dentro do tempo dela. No espaço escolar deve ter espaço para todos. A educação inclusiva no espaço educacional abrange a todos, independentemente de raça, cultura, nível social, intelectual, identidade de gênero, nacionalidade, idade, sotaque, religião entre outros aspectos. A LDBEN 9394/96, assinala como diretrizes: a inclusão, a valorização da diversidade, a flexibilidade, a qualidade e a autonomia, assim como, a competência para o trabalho e a cidadania. Já a Constituição Federal traz no seu Art. 6º a seguinte informação: são direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Ainda na Constituição no Art. 205: A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Diante desse cenário mediante a inclusão dos alunos especiais na escola para sua evolução no processo de alfabetização, a ludopedagogia entra como recurso multidisciplinar, contribuindo para o desenvolvimento motor e cognitivo dessas crianças através da interação com seus pares mediantes jogos e brincadeiras, contribuindo para uma aprendizagem significativa, mas sem pressão e cobranças externas. Nas palavras de Piaget (1987, p.6), “brincando a criança é capaz de assimilar o mundo exterior às suas próprias necessidades, mesmo sem se adaptar as realidades que estão a sua volta.” 30 A educação especial não pode ser olhada como um sistema paralelo à educação geral, e sim fazer parte dela como um conjunto de recursos pedagógicos e de serviços de apoio que facilitem a aprendizagem de todos em turma regulares. 8 TIPOS DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA CADA FAIXA ETÁRIA As recomendações de atividades lúdicas variam de acordo com a evolução da criança. A cada idade pode-se introduzir novas brincadeiras ou objetos no dia-a-dia do pequeno para incentivar e aperfeiçoar o desenvolvimento de novas habilidades. 8.1 De zero a dois anos 31 8.2 De dois a três anos 32 8.3 De três a cinco anos Veja agora algumas atividades lúdicas simples para trabalhar em sala de aula 33 34 9 REREFRÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. 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