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Introdução ao Estudo do Direito

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Prévia do material em texto

Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Professor JAIR VANDERLEI KREWER 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
1. Ementa 
2. Objetivos 
3. Conteúdo 
4. Metodologia 
5. Avaliação 
6. Bibliografia 
6.1 Básica 
DIMOULIS, Dimittri. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 3 ed. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 
FULLER, Lon L. O caso dos exploradores de cavernas. Porto Alegre: 
Fabris Editor, 1999 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
6.2 Complementar 
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico. Lições de Filosofia do 
Direito. São Paulo: Ícone, 1995. 
_______________Teoria do Ordenamento Jurídico. Brasília: UnB, 1989. 
DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a Sério. Trad.: Nelson Boeira. 
São Paulo: Martins Fontes, 2007. 
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: 
técnica, decisão, dominação. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1994. 
HERKENHOFF, João Baptista. Como aplicar o direito. 2 ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2001. 
IERING, Rudolf Von. A luta pelo direito. São Paulo: Acadêmica, 1988. 
LYRA FILHO, Roberto. O que é direito. São Paulo: Brasiliense, 1999. 
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 
1998. 
NUNES, Rizzatto. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. São 
Paulo: Saraiva, 2008. 
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. São Paulo: Saraiva, 
2002. 
WOLKMER, Antonio Carlos. Introdução ao pensamento jurídico 
crítico. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2001. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
O	
  Direito	
  não	
  é	
  uma	
  pura	
  teoria,	
  mas	
  uma	
  
força	
  viva.	
  
Por	
  isso	
  a	
  jus8ça	
  sustenta	
  numa	
  das	
  mãos	
  a	
  
balança	
  em	
  que	
  pesa	
  o	
  Direito	
  e	
  na	
  outra	
  a	
  
espada	
  de	
  que	
  se	
  serve	
  para	
  o	
  defender.	
  
A	
   espada	
   sem	
   a	
   balança	
   é	
   força	
   brutal;	
   a	
  
balança	
   sem	
   a	
   espada	
   é	
   a	
   impotência	
   do	
  
Direito.	
  	
  
Uma	
   não	
   pode	
   avançar	
   sem	
   a	
   outra,	
   nem	
  
haverá	
   ordem	
   jurídica	
   perfeita	
   sem	
   que	
   a	
  
energia	
  com	
  que	
  a	
  Jus8ça	
  aplica	
  à	
  espada	
  seja	
  
igual	
  à	
  habilidade	
  com	
  que	
  maneja	
  a	
  balança.	
  	
  
O	
   direito	
   é	
   trabalho	
   incessante,	
   não	
  
somente	
   dos	
   poderes	
   públicos	
   mas,	
   de	
   uma	
  
nação	
  inteira.	
  
Por	
   isso,	
   lute	
   pelo	
   Direito,	
   mas	
  
quando	
   encontrares	
   o	
   Direito	
   em	
  
conflito	
   com	
   a	
   Jus8ça,	
   lute	
   pela	
  
Jus8ça.	
  
(Rudolf	
  von	
  Ihering)	
  
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
1. SISTEMA DE IDEIAS GERAIS DO DIREITO 
2. O DIREITO COMO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO SOCIAL 
1. A necessidade de um sistema de ideias gerais do direito 
2. A Introdução ao Estudo do Direito 
2.1 Apresentação da disciplina 
2.2 Objeto de Introdução ao Estudo do Direito 
2.3 A importância da introdução 
3. Outros sistemas de ideias gerais do direito 
3.1 Filosofia do Direito 
3.2 Sociologia do Direito 
3.3 História do Direito 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
3. SOCIEDADE E DIREITO 
1. A sociabilidade humana 
2. O “Estado de Natureza” 
3. As formas de interação social e a ação do Direito 
2.1 A interação social 
2.2 A ação do Direito 
4. A mútua dependência entre o Direito e a Sociedade 
4.1 Fato social e Direito 
4.2 O papel do legislador 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
4. INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL 
1. Considerações prévias 
2. Direito e Religião 
3. Direito e Moral 
3.1 Conceito 
3.2 Critérios de distinção entre a Moral e o Direito 
3.2.1 Distinções de ordem formal 
3.2.2 Distinções quanto ao conteúdo 
4. O Direito e as Regras de Trato Social 
4.1 Conceito 
4.2 Aspectos históricos 
 4.3 Caracteres 
5. Quadro resumo 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
1. SISTEMA DE IDEIAS GERAIS DO DIREITO 
1. A necessidade de um sistema de ideias gerais do direito 
O ensino do Direito pressupõe a organização de uma disciplina 
de base, introdutória a matéria, a quem cumpre definir o objeto de 
estudo, indicar os limites da área de conhecimento, apresentar as 
características da ciência, seus fundamentos, valores e princípios. 
... disciplina estrutural, com o propósito de agrupar os 
conceitos e elementos comuns às novas especializações. 
“...	
  Aprendam	
  o	
  ABC	
  da	
  ciência	
  antes	
  de	
  tentar	
  galgar	
  o	
  seu	
  cume.	
  
Nunca	
  acreditem	
  no	
  que	
  se	
  segue	
  sem	
  assimilar	
  	
  o	
  que	
  vem	
  antes.	
  
Nunca	
   tentem	
   dissimular	
   sua	
   falta	
   de	
   conhecimento,	
   ainda	
   que	
  
com	
   suposições	
   e	
   hipóteses.	
   Como	
   se	
   alegra	
   nossa	
   vista	
   com	
   o	
  
jogo	
   de	
   cores	
   dessa	
   bolha	
   de	
   sabão	
   –	
   no	
   entanto,	
   ela,	
  
inevitavelmente,	
   	
   arrebenta	
   e	
   nada	
   fica	
   além	
   da	
   confusão...”	
   (I.	
  
Pavlov)	
  
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
2. A Introdução ao Estudo do Direito 
2.1 Apresentação da disciplina 
A Introdução ao Estudo do Direito é matéria de iniciação, que 
fornece ao estudante as noções fundamentais para a compreensão 
do fenômeno jurídico. 
2.2 Objeto de Introdução ao Estudo do Direito 
... visa fornecer ao iniciante uma visão global do Direito, que não 
pode ser obtida através do estudo isolado dos diferentes ramos da 
árvore jurídica. 
Fazem parte do objeto de estudo da disciplina: 
conceitos gerais, como o de Direito, fato jurídico, relação 
jurídica, lei, justiça, segurança jurídica; 
conceitos específicos, como o de crime, mar territorial, 
hipoteca, desapropriação, aviso prévio. 
“Introduzir	
   é	
   um	
   termo	
   composto	
  de	
   duas	
   palavras	
   la8nas:	
   um	
  
advérbio	
  (intro)	
  e	
  um	
  verbo	
  (ducere).	
  Introduzir	
  é	
  conduzir	
  de	
  um	
  
lugar	
   para	
   outro,	
   fazer	
   penetrar	
   num	
   lugar	
   novo.”	
   (Michel	
  
Miaille)	
  
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Concluindo, podemos dizer que ela possui um tríplice objeto: 
a) os conceitos gerais do Direito; 
b) a visão de conjunto do Direito; 
c) os lineamentos da técnica jurídica. 
2.3 A importância da introdução 
... funciona como um elo entre a cultura geral, obtida no curso 
médio, e a específica do Direito. 
É através da Introdução ao Estudo do Direito que o estudante 
deverá superar os primeiros desafios e testar a sua vocação para a 
Ciência do Direito. 
A	
  Introdução	
  ao	
  Estudo	
  do	
  Direito	
  foi	
  comparada,	
  por	
  Pepere,	
  com	
  o	
  alto	
  de	
  
um	
  mirante,	
  de	
  onde	
  o	
  estrangeiro	
  observa	
  a	
  extensão	
  de	
  um	
  país,	
  para	
  fazer	
  a	
  
sua	
  análise.	
  
...	
   começar	
  um	
  curso	
  de	
  Direito	
  sem	
  uma	
  disciplina	
   introdutória	
  é	
  o	
  mesmo	
  
que	
  se	
  pretender	
  conhecer	
  um	
  grande	
  edi[cio,	
  entrando	
  por	
  uma	
  porta	
  lateral,	
  
percorrendo	
  corredores	
  e	
  saindo	
  por	
  uma	
  porta	
  de	
  serviço.	
  O	
  observador	
  não	
  se	
  
aperceberá	
  do	
  conjunto	
  e	
  nem	
  terá	
  uma	
  visão	
  da	
  harmonia	
  e	
  esté8ca	
  da	
  obra.	
  
(apud	
  Benjamim	
  de	
  Oliveira	
  Filho)	
  
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
3. Outros sistemas de ideiasgerais do direito 
3.1 Filosofia do Direito 
... é uma reflexão sobre o Direito e seus postulados, com o 
objetivo de formular o conceito de Jus e de analisar as instituições 
jurídicas no plano de dever ser, levando-se em consideração a 
condição humana, a realidade objetiva e os valores da justiça e 
segurança. 
3.2 Sociologia do Direito 
... é a disciplina que examina o fenômeno jurídico do ponto de 
vista social, a fim de observar a adequação da ordem jurídica aos 
fatos sociais. 
As relações entre a sociedade e o Direito, que formam o núcleo de 
seus estudos, podem ser investigadas sob os seguintes aspectos 
principais: 
!  adaptação do Direito à vontade social; 
!  cumprimento pelo povo das leis vigentes e a aplicação 
destas pelas autoridades; 
!  correspondência entre os objetivos visados pelo legislador e 
os efeitos sociais provocados pelas leis. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
3.3 História do Direito 
... a compreensão plena do significado de um objeto cultural exige 
o conhecimento de duas diferentes fases de elaboração. 
A História do Direito é uma disciplina jurídica que tem por escopo 
a pesquisa e a análise dos institutos jurídicos do passado. 
... o Direito vive impregnado de fatos históricos, que comandam o 
seu rumo, e a sua compreensão exige, muitas vezes, o conhecimento 
das condições sociais existentes à época em que foi elaborado. 
O	
  Direito	
  de	
  um	
  povo	
   se	
   revela	
   autên8co,	
   quando	
   retrata	
   a	
  
vida	
  social,	
  quando	
  se	
  adapta	
  ao	
  momento	
  histórico,	
  quando	
  
evolui	
   	
   à	
   medida	
   que	
   o	
   organismo	
   social	
   ganha	
   novas	
  
dimensões.	
  
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
2. O DIREITO COMO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO SOCIAL 
As necessidades de paz, ordem e bem comum levam a sociedade 
à criação de um organismo responsável pela instrumentalização e 
regência desses valores. Esse mecanismo é o DIREITO. 
O Direito não corresponde às necessidades individuais, mas a 
uma carência da coletividade. Mas por que? 
Porque só se tem direito relativamente à alguém. O homem que 
vive fora da sociedade vive fora do império das leis. O homem só não 
possui direitos nem deveres. 
Para o homem e para a sociedade, o Direito não constitui um fim, 
apenas um meio para tornar possível a convivência e progresso 
social. 
As instituições jurídicas são inventos humanos que sofrem 
variações no tempo e no espaço. Como processo de adaptação 
social, o Direito deve estar sempre se refazendo, em face da 
mobilidade social. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
“...	
   o	
   Direito	
   não	
   é	
   uma	
   criação	
   espontânea	
   e	
   audaciosa	
   do	
  
legislador;	
   mas	
   possui	
   uma	
   raiz	
   muito	
   mais	
   profunda:	
   a	
  
consciência	
   do	
   povo...	
   O	
   Direito	
   nasce	
   da	
   vida	
   social,	
   se	
  
transforma	
   	
   com	
   a	
   vida	
   social	
   e	
   deve	
   se	
   adaptar	
   à	
   vida	
  
social.”	
  (Cosen8ni)	
  
Na sua missão de proporcionar bem-estar, a fim de que os 
homens possam livremente atingir os ideais de vida e desenvolver o 
seu potencial para o bem, o Direito não deve absorver todos os atos 
e manifestações humanas, de vez que não é o único responsável 
pelo sucesso das relações sociais. 
O Direito, portanto, não visa o aperfeiçoamento do homem – esta 
meta pertence à MORAL; não pretende preparar o ser humano para 
a conquista de uma vida supraterrena, ligada a Deus – valor 
perquirido pela RELIGIÃO; não se preocupa em incentivar a 
cortesia, o cavalheirismo ou normas de etiqueta – âmbito específico 
das REGRAS DE TRATO SOCIAL. 
Se o Direito regulasse todos os atos sociais, o homem perderia a 
iniciativa, a sua liberdade seria utópica e passaria a viver como 
autômato. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
3. SOCIEDADE E DIREITO 
1.  A sociabilidade humana 
A própria constituição física do ser humano revela que ele foi 
programado para conviver e se completar com outro ser de sua 
espécie. 
Aristóteles considerou o homem fora da sociedade “um bruto ou 
um deus”, significando algo inferior ou superior à condição humana. 
Santo Tomás de Aquino, enumerou três hipóteses para a vida 
humana fora da sociedade: 
!  mala fortuna; 
!  corruptio naturae; 
!  excellentia naturae. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
2. O “Estado de Natureza” 
Para Thomas Hobbes, o "estado de natureza" é qualquer 
situação onde não há um governo que estabeleça a ordem. O fato de 
todos os seres humanos serem iguais no seu egoísmo faz com que a 
ação de um só seja limitada pela força do outro. 
"O homem é o lobo do homem". Para que todos não acabem se 
matando e tenham segurança, é necessário um Estado, uma 
instituição de poder comum. Aqui o "direito natural" é o direito de 
cada um usar o seu poder para se autopreservar e satisfazer os 
seus desejos. 
O "estado de natureza" é sempre um estado de Guerra: Mesmo 
que não haja batalha, ela está latente, podendo ocorrer a qualquer 
momento e sem causa aparente. Preocupados em se defender ou 
atacar, todos seres humanos se tornam incapazes de gerar 
riquezas. De acordo com Hobbes, “a origem das sociedades amplas 
e duradouras não foi a boa vontade de uns para com os outros, mas 
o medo recíproco”. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
3. As formas de interação social e a ação do Direito 
2.1 A interação social 
As pessoas e os grupos sociais se relacionam estreitamente, na 
busca de seus objetivos. Os processos de mútua influência, de 
relações interindividuais e intergrupais, que se formam sob a força 
de variados interesses, denominam-se interação social. 
A interação social se apresenta sob as formas de cooperação, 
competição e conflito e encontra no Direito a sua garantia, o 
instrumento de apoio que protege a dinâmica das ações. 
2.2 A ação do Direito 
O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é 
favorecer o amplo relacionamento entre as pessoas e os grupos 
sociais, que é uma das bases do progresso da sociedade. Ao 
separar o lícito do ilícito, segundo valores de convivência que a 
própria sociedade elege, o ordenamento jurídico torna possíveis os 
nexos de cooperação e disciplina a competição, estabelecendo 
limitações necessárias ao equilíbrio e à justiça nas relações. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Em relação ao conflito, a ação do Direito se opera em duplo 
sentido. De um lado, preventivamente, ao evitar desinteligências 
quanto aos direitos que cada parte julga ser portadora. De outro 
lado, diante do conflito concreto, o Direito apresenta solução de 
acordo com a natureza do caso, seja para definir o titular do direito, 
determinar a restauração da situação anterior ou aplicar 
penalidades de diferentes tipos. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Vivendo	
   em	
   ambiente	
   comum,	
   possuindo	
   idên8cos	
  
ins8ntos	
   e	
   necessidades,	
   é	
   natural	
   o	
   aparecimento	
   de	
  
conflitos	
  sociais,	
  que	
  vão	
  reclamar	
  soluções.	
  
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
A	
  sociedade	
  sem	
  o	
  Direito	
  não	
  resis8ria,	
  seria	
  anárquica,	
  teria	
  
o	
   seu	
   fim.	
   O	
   Direito	
   é	
   a	
   grande	
   coluna	
   que	
   sustenta	
   a	
  
sociedade.	
  Criado	
  pelo	
  homem,	
  para	
  corrigir	
  a	
  sua	
  imperfeição,	
  
o	
  Direito	
  representa	
  um	
  grande	
  esforço	
  para	
  adaptar	
  o	
  mundo	
  
exterior	
  às	
  necessidades	
  	
  de	
  vida.	
  
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
4. A mútua dependência entre oDireito e a Sociedade 
4.1 Fato social e Direito 
O Direito não tem existência em si próprio. Ele existe na 
sociedade. A sua causa material está nas relações da vida, nos 
acontecimentos mais importantes para a vida social. A sociedade, 
ao mesmo tempo, é fonte criadora e área de ação do Direito, seu 
foco de convergência. 
Cada povo tem a sua história e seus fatos sociais. O Direito, 
como fenômeno de adaptação social, não pode formar-se alheio a 
esses fatos. As normas jurídicas devem achar-se conforme as 
manifestações do povo. 
4.2 A Teoria Tridimensional do Direito 
4.3 O papel do legislador 
O Direito é criado pela sociedade para reger a própria vida 
social. 
O Estado moderno dispõe de um poder próprio, para a 
formulação do Direito – o Poder Legislativo. 
A sua meta mais ampla é promover o bem comum, que implica 
justiça, segurança, bem-estar e progresso. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
1. Considerações prévias 
2. Direito e Religião 
Por muito tempo, desde as épocas mais recuadas da história, a 
Religião exerceu um domínio absoluto sobre as coisas humanas. A 
falta de conhecimento científico era suprida pela fé. 
O Direito era considerado como expressão da vontade divina. 
- O Decálogo; 
- O Código de Hamurabi; 
- O Código de Manu; 
A classe sacerdotal possuía o monopólio do conhecimento 
jurídico. 
Durante a Idade Média, ficaram famosos os chamadas juízos de 
Deus (ordálias). 
Laicização do Direito. 
A religião é um dos mais poderosos instrumentos de controle 
social de que dispõe a sociedade. 
4. INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
3. Direito e Moral 
3.1 Conceito 
Moral é um conjunto de normas, prescrições e valores que 
regulamentam o comportamento dos indivíduos em sociedade. Ou 
seja, são os limites que o homem estabelece para si nas suas ações 
e intervenções na realidade e na convivência na sociedade. O senso 
moral, a consciência moral, é aquilo que faz com que a minha ação 
tenha por parâmetro a referência o respeito a liberdade do outro e a 
responsabilidade e consciência de que isso significa também não 
fazer ao outro o que não gostaria que fizesse a mim. 
3.2 Critérios de distinção entre a Moral e o Direito 
3.2.1 Distinções de ordem formal 
Bilateralidade do Direito e a Unilateralidade da Moral 
As normas jurídicas possuem uma estrutura imperativo-
atributiva, isto é, ao mesmo tempo em que impõem um dever jurídico 
à alguém, atribuem um poder ou direito subjetivo a outrem. 
A Moral possui uma estrutura mais simples, pois impõe 
apenas deveres. Perante ela, ninguém tem o poder de exigir uma 
conduta de outrem. Fica-se apenas na expectativa de o próximo 
aderir às normas. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Exterioridade do Direito e Interioridade da Moral 
Enquanto a Moral de preocupa pela vida interior das 
pessoas, como a consciência, julgando atos exteriores apenas como 
meio de inferir a intencionalidade, o Direito cuida das ações 
humanas em primeiro plano e, em função destas, quando 
necessário, investiga o animus do agente. 
Autonomia e Heteronomia 
A Moral é autônoma por tratar-se de um querer 
espontâneo. Já o Direito é heterônomo, pois as regras jurídicas são 
impostas independentemente da vontade dos seus destinatários. 
Coercibilidade do Direito e Incoercibilidade da Moral 
3.2.2 Distinções quanto ao conteúdo 
Teorias dos Círculos e o “Mínimo Ético” 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Teoria dos círculos concêntricos - Jeremy Berthan 
(1748-1832) 
Desta teoria infere-se: 
- o campo da Moral é mais amplo do que o do Direito; 
- o Direito se subordina a Moral.  
MORAL 
DIREITO 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Teoria dos círculos secantes 
MORAL DIREITO 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
A visão kelseniana 
MORAL DIREITO 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
A teoria do “mínimo ético” (Jellinek) 
... consiste na ideia de que o Direito representa um mínimo de 
preceitos morais necessários ao bem-estar da coletividade. 
... toda sociedade converte em Direito axiomas morais 
estritamente essenciais à garantia da preservação de suas 
instituições. 
Como o Direito não tem por finalidade o aperfeiçoamento do 
homem, mas a segurança social, não deve ser uma cópia do amplo 
campo da Moral; não deve preocupar-se em transladar para os 
códigos todo o continente ético. 
4. O Direito e as Regras de Trato Social 
4.1 Conceito 
... são padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e 
que, não resguardando os interesses de segurança do homem, 
visam tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria 
sociedade. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Qual	
  é	
  o	
  papel	
  das	
  regras	
  de	
  trato	
  social?	
  
... é propiciar um ambiente de efetivo bem-estar aos membros da 
coletividade, favorecendo os processos de interação social, tornando 
mais agradável a convivência, mais amenas as disputas, possível o 
diálogo. As regras de trato social, em conclusão, cultivam um valor 
próprio, que é o de aprimorar o nível das relações sociais, dando-lhes 
o polimento necessário à compreensão. 
4.2 Aspectos históricos 
4.3 Caracteres 
Aspecto social: constituem sempre maneira de se apresentar 
perante o outro. O indivíduo isolado não se subordina a esses 
preceitos. 
Exterioridade: essas normas visam apenas à 
superficialidade, às aparências, ao exterior. 
Unilateralidade: a cada regra correspondem deveres e 
nenhuma exigibilidade. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
Heteronomia: obrigam os indivíduos independentemente 
de suas vontades. 
Incoercibilidade: por serem unilaterais e não sofrerem 
intervenção do Estado, essas regras não são impostas 
coercitivamente. 
Sanção difusa: consiste na reprovação, censura, crítica, 
rompimento das relações sociais. 
Isonomia por classes e níveis de cultura: o seu caráter 
impositivo varia em função da classe social e nível de cultura. 
Prof. Jair 
Introdução ao Estudo do Direito 
DIREITO MORAL RELIGIÃO 
REGRAS DE 
TRATO SOCIAL 
Bilateral Unilateral Unilateral Unilateral 
Heterônomo Autônoma Autônoma Heterônoma 
Exterior Interior Interior Exterior 
Coercível Incoercível Incoercível Incoercível 
Sanção 
prefixada 
Sansão difusa 
Sanção 
geralmente é 
prefixada 
Sanção difusa 
5. Quadro resumo

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