Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
PARASITOLOGIA – Leishmania SP. – Leishmaniose – O gênero Leishmania está envolvido num espectro de doenças tegumentares e viscerais, de caráter crônico, muitas vezes deformante e até fatal, transmitidas por flebotomíneos. A doença apresenta casos esporádicos e está associada à degradação ambiental, pois a adaptação do vetor, tipicamente silvestre, ao meio urbano, tem facilitado a infecção humana. Com mais de 12 milhões de infectados em todo o mundo, esta zoonose encontra-se em franca expansão no Brasil, ocorrendo de forma endêmica no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Devido ao grande número, as espécies de Leishmania foram classificadas em complexos, de acordo com os quadros clínicos que produzem. Leishmaniose é o nome dado a um conjunto de doenças infectocontagiosas, zoonóticas, que acometem homens e animais. O agente etiológico compreende alguns protozoários do gênero Leishmania spp. Apresenta diversas formas de manifestação, de acordo com a espécie de parasita que infecta o organismo, apresentando formas que atingem somente a pele (Leishmaniose cutânea - LC - ou Botão do Oriente), pele e mucosas (Leishmaniose tegumentar americana - LTA - ou Cutâneo-mucosa) e órgãos internos (Leishmaniose visceral – LV - ou Calazar). A LTA é uma doença parasitária da pele e mucosas, que possui várias apresentações. A Leishmaniose tegumentar americana é a forma mais comum nas Américas e no Brasil. Ainda hoje é um grave problema de saúde pública em nosso país, e no mundo. É uma doença de notificação compulsória no Brasil. A leishmaniose visceral (LV) ou Calazar (também chamada de Febre Dundun, Doença do Cachorro), é uma zoonose que afeta o homem além de outros animais. A transmissão ocorre, no Brasil, pela picada de mosquitos do gênero Lutzomya spp. A doença pode acometer mamíferos silvestres e domésticos. Os cães e roedores são os reservatórios primários do agente. Por sua vez, os cães são considerados um dos principais reservatórios, por conta da sua proximidade com o ser humano. Agentes etiológicos: LTA: as principais espécies envolvidas na transmissão no Brasil são: Leishmania Viannia braziliensis, Leishmania Leishmania amazonensis e Leishmania Viannia guyanensis; LV: No Brasil é causada por um protozoário da família tripanosomatidae, gênero Leishmania, espécie Leishmania chagasi. Apresenta duas formas: amastigota (intracelular em vertebrados) e promastígota (tubo digestivo dos vetores invertebrados). Transmissão: Ocorre pela picada de insetos vetores, os flebotomíneos, popularmente chamados de “mosquito palha” ou “cangalhinha”. Eles são pequenos, de cor clara e pousam de asas abertas. O mosquito se contamina com o sangue de pessoas e animais doentes e transmite o parasito a pessoas e animais sadios. Sintomas: Leishmaniose visceral: alteração do estado geral, febre, palidez, fraqueza e aumento das vísceras - principalmente do baço, do fígado e da medula óssea. Nos cães também pode haver descamação de pele e crescimento progressivo das unhas. Leishmaniose tegumentar: compromete pele e mucosas. Geralmente é caracterizada pela presença de úlcera cutânea única ou em pequeno número, com bordas elevadas e indolor, embora possa assumir formas diferentes. Provoca infiltração, formação de úlceras e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Também podem ocorrer perfurações do septo nasal ou do palato. Diagnostico: Na LTA o diagnóstico é realizado em pacientes com lesões suspeitas através da intradermorreação de Montenegro (IDRM) positiva, e pesquisa do parasito na borda de lesões ou material de biópsia ou em material histopatológico. Pode ser realizado também isolamento do parasito em cultura com meios específicos. A imunofluorescência pode ser utilizada como diagnóstico diferencial com outras doenças. Na LV, o diagnóstico é clinico-epidemiológico com apoio de exames laboratoriais: sorologia (imunofluorescência e ELISA) e parasitológico: material retirado de baço e medula óssea. Prevenção: Não há vacina contra a leishmaniose visceral. Morfologia: Promastigotas : - São extracelulares – Habitat: intestino do hospedeiro invertebrado – Possuem cinetoplasto oval na região anterior e distante do núcleo – Possuem flagelo livre na região anterior – Tamanho variável: 16 μm a 40 μm x 1,5 μm a 3,0 μm Paramastigotas: – Ovais ou arredondadas – Pequeno flagelo livre – Cinetoplasto na região mediana próximo ao núcleo – Ficam aderidas pelo flagelo ao trato digestivo do hospedeiro invertebrado. – 5,0 μm a 10 μm x 4,0 μm a 6,0 μm Amastigotas: – Habitat: vacúolo digestivo das células do SMF do hospedeiro vertebrado – Cinetoplasto em forma de bastão e próximo ao núcleo – São pequenos, ovais e levemente achatados – Não possuem flagelo livre – Bolsa flagelar – invaginação da superfície do parasito – Reprodução por divisão binária – 1,5 μm a 3,0μm x 3,0 μm a 6,5 μm Ciclo biológico: - O parasito é transmitido através da picada da fêmea do flebotomíneo infectado. - A saliva do inseto apresenta substâncias quimiotáticas para monócito, neuropeptídeos vasodilatadores que facilitam a ingesta ao mesmo tempo que imunossuprimem a resposta do hospedeiro inibindo a apresentação de antígenos. - Na hora do repasto, a fêmea inocula as formas promastigotas metacíclicas provenientes da região anterior do trato digestivo. Hospedeiro vertebrado : - Fagocitose das formas promastigotas: 4 a 8hrs. - Diferenciação das formas promastigotas em amastigotas dentro do vacúolo fagocítico: 24 hrs. - Reprodução por divisão binária das formas amastigotas. - Rompimento do macrófago. - Resposta inflamatória e início de um novo ciclo. Hospedeiro invertebrado : - Picada do inseto e ingestão de células parasitados com as formas amastigotas (sangue ou linfa). - Formação da membrana peritrófica secretada pelas células epiteliais do trato digestivo do vetor. - Parasito é protegido pela ação da LPG contra degradação enzimática - Transformação das amastigotas em promastigotas com posterior divisão binária. - Rompimento da membrana peritrófica pela ação da protease gp63 e liberação do parasito que adere as microvilosidades intestinais . - Metaciclogênese e migração para a porção anterior do tubo digestivo - Ciclo de 3 a 5 dias.
Compartilhar