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Resumo de patologia – PROVA 1 Fisiopatologia das doenças genéticas: conceitos básicos Doença genética: alteração no gene. Doença hereditária: alteração no gene passível de transferência para os descendentes. Doença congênita: manifesta-se, habitualmente, ao nascimento. Estrutura do gene Intron: parte do gene que não codifica proteínas Exon: parte do gene que codifica proteína Sequências não codificadoras: Promotoras (promoter) Ativadoras (enhancer) Sítios de ligação para fatores de estrutura da cromatina RNAs regulatórios não codificantes: micro-RNA (regula a expressão de pelo menos metade do gene humano, sua ação regulatória ocorre, pois ele se liga ao RNAmensageiro e impede sua tradução em proteínas) e RNA não codificante longo Elementos genéticos móveis (transposons) Regiões estruturais especiais: telômeros e centrômero Fatores epigenéticos: mudanças nas funções gênicas herdáveis meióticas e/ou mitóticas que não podem ser explicadas pelas mudanças nas sequências de DNA Heterocromatina: cromatina mais condensada, são regiões de sequências de bases não codificantes, portanto, inativas Eucromatina: cromatina mais condensada, são regiões de sequências de bases codificantes, portanto, ativas Proteínas histonas: proteínas nas quais o DNA se enrola para ficar mais condensado a) Metilação de histonas: adição de um grupo metil em resíduos de lisina ou arginina das histonas, sendo que o número de metilações e o local onde elas ocorrem proporcionam diferentes conformações da cromatina e, consequentemente, diferentes padrões de expressão gênica. b) Acetilação de histonas: a acetilação de seus aminoácidos lisina faz com que a carga positiva das mesmas seja neutralizada, e ocorra o enfraquecimento da interação da cauda da histona com o DNA local carregado negativamente, induzindo abertura local das estruturas da cromatina. Desta forma, o DNA local é exposto, aumentando o acesso de fatores de transcrição e promovendo aumentos significativos na transcrição gênica. c) Fosforilação de histonas: tem sido associada à condensação e a segregação cromossômica, transcrição e reparo de danos ao DNA e ativação do apoptose. Está envolvida em dois processos estruturalmente oposto a condensação e a descondensação cromossômica. d) Metilação do DNA: mecanismo de silenciamento, essa modificação epigenética desempenha um papel na organização da cromatina, levando à repressão de inúmeros genes e elementos transponíveis. e) Fatores de organização da cromatina: diferentes conformações da cromatina resultam em diferentes padrões de expressão gênica. Locus: posição que um gene ocupa em um cromossomo. Alelo: forma alternativa de um mesmo gene que ocupa o mesmo lócus em cromossomos homólogos. Polimorfismo: os cromossomos homólogos são bastante similares entre si, mas em determinadas localizações do cromossomo (loci) pode haver variabilidade na seqüência do DNA. Se a variação é encontrada em uma freqüência superior a 1% da população, denomina-se polimorfismo Homozigoto: indivíduo que apresenta o mesmo alelo em um mesmo lócus em cromossomos homólogos. Heterozigoto: indivíduo que apresenta dois alelos diferentes em um mesmo lócus em cromossomos homólogos Fenótipo: características bioquímicas, fisiológicas e morfológicas observáveis em um indivíduo. O fenótipo é determinado pelo genótipo e pelo meio ambiente. Aneuploidia: Alteração cromossômica numérica que afeta um ou mais tipos de cromossomos. O tipo mais comum de aneuploidia é a trissomia, em que há um cromossomo extra, ou seja, a pessoa apresenta 47 cromossomos, mas o padrão é 46. Poliploidia: Alteração cromossômica numérica em que todo o conjunto cromossômico é alterado (n, 2n, 3n, 4n) Penetrância: porcentagem de reconhecimento da condição em portadores do gene mutacional. Varia com a idade e com o critério usado. Expressividade: características fenotípicas, que podem variar de um indivíduo para o outro, sendo alguns mais afetados que outros. Heterogeneidade alélica: múltiplos alelos em um só locus podem produzir um ou mais fenótipos de doença Heterogeneidade de locus (heterogeneidade genética): mutações de genes diferentes produzem fenótipos similares ou idênticos Heterogeneidade fenotípica: mutações de um único gene produzem múltiplos fenótipos diferentes Heteroplasmia: DNA mitocondrial mutante e não mutante em uma só célula Mutações: alterações permanentes no DNA, podem ser germinativas ou somáticas Mutações pontuais em sequências codificadoras: afetar uma única base nucleotídica a) Silenciosa: altera o código da trinca, porem codifica o mesmo aminoácido b) Sinônima de sentido trocado: alterar o código da trinca de nucleotídeos e causar a substituição de um aminoácido por outro semelhante, em alguns casos não altera a função da proteína c) Não sinônima de sentido trocado: alterar o código da trinca de nucleotídeos e causar a substituição de um aminoácido por outro aminoácido por outro muito diferente, altera as propriedades químico-físicas da proteína. d) Sem sentido: uma mutação pontual que substitui um códon que codifica um aminoácido por um códon que sinaliza o fim da síntese da cadeia polipeptídica, também conhecido como códon de parada. Mutações pontuais em sequências não codificadoras: mutações pontuais ou deleções nessas sequências regulatórias podem interferir na ligação de fatores de transcrição e, como consequência, pode ocorrer uma redução acentuada ou até mesmo total da transcrição. Deleções e inserções: Pequenas deleções ou inserções em sequências codificadoras podem alterar a fase de leitura da fita de DNA. Por conta desse tipo de alteração, deleções e inserções em sequências codificadoras são chamadas de mutações de mudança de fase de leitura. Se a quantidade deletada ou inserida de pares de bases for igual a três ou múltiplo de três, não ocorre mudança na fase de leitura, porém, a proteína resultante será anormal por perder ou ganhar um ou mais aminoácidos Mutações de repetição trinucleotídica: essas mutações se caracterizam pela amplificação de uma sequência de três nucleotídeos Doenças genéticas humanas Doenças relacionadas a mutações em um único gene com amplos efeitos Doença com herança multifatorial Doenças cromossômicas Doenças multigênicas complexas (padrões de herança não clássica) Herança Mendeliana Tipos de herança mendeliana: Autossômica dominante (ex. hipercolesterolemia familiar e osteogênese imperfeita) Autossômica recessiva (ex. fenilcetonúria e anemia falciforme) Ligada ao X dominante (rara!!! Raquitismo resistente a vitamina D) Ligada ao X recessiva (ex. hemofilia A) Ligadas ao Y (as doenças ligadas ao y são raras, porque seus genes servem pra produzir fator anti mendeliano, sendo assim está extremamente ligado as características sexuais masculinas, diminuindo assim sua transmissão hereditária) Características Nem todos que tem o gene apresentam o fenótipo. O índice de quem apresenta o fenótipo é chamado de penetrância. Penetrância pode ser completa (100%) ou incompleta (menor que 100%). Expressividade: relacionado à como a alteração desse gene vai se manifestar. Variedades fenotípicas produzidas. Mecanismos moleculares das doenças mendelianas Defeitos enzimáticos a) Acúmulo de substrato (ex. fenilcetonuria, galactosemia, doenças de armazenamento lisossômico) b) Bloqueio metabólico e redução do produto final (ex. albinismo) c) Falha em inativar um substrato danoso (ex. deficiência alfa-1- antitripsina) Defeitos em receptores de membrana e sistemas de transporte (ex. hipercolesterolemiafamiliar, fibrose cística) Alteração na estrutura ou função de proteína não enzimática (ex. hemoglobinopatias, talassemias, osteogênese imperfeita, esferocitose, distrofias musculares) Mutações que causam reações incomuns a fármacos (ex. def G6PD) Mecanismos Bioquímicos Produção reduzida do produto do gene: perda de função Produção aumentada do produto do gene: ganho de função (atividade enzimática excessiva / produto novo) Doenças autossômicas dominantes Neurofibromatose: neurofibromas (tumores de nervos periféricos). São muitas bolinhas pelo corpo. Doença renal policística: não é congênita. Geralmente hipertenso onde o cisto é encontrado no rim/fígado e a partir da investigação se descobre Polipose familiar do cólon: muito grave. Se os pólipos não forem retirados a pessoa desenvolve um câncer extremamente letal (morre jovem). É muito rara. Distrofia miotonica: relacionada à demência Doença de Von Willebrand: problemas na coagulação Síndrome de Marfan e Ehlers-Danlos: relacionadas ao colágeno Acondroplasia: baixa estatura (anão) Hipercolesterolemia familiar: mutação no gene que codifica o transportador de LDL, Poe conseguinte há transporte deficiente de LDL para dentro da célula gerando hipercolesterolemia. Osteogênese imperfeita: mutação de perda de função em proteínas necessárias ao dobramento, processamento e secreção de colágeno. Variabilidade de Fenótipo grande. Doenças autossômicas recessivas Traços recessivos constituem a maior parte das doenças mendelianas Incluem quase todos os erros inatos do metabolismo Expressão do defeito é mais uniforme que nas doenças dominantes Penetrância completa é comum Doença manifesta cedo Fenilcetonúria: deficiência de fenilalanina hidroxilase gerando acúmulo de substrato (hiperfenilalaninemia). Esse substrato é tóxico para o desenvolvimento de bebê, tanto na gestação quanto no pós-natal. É testado no teste do pezinho. Anemia falciforme: o aminoácido glutamina é trocado pela valina, essa alteração resulta em uma hemoglobina em forma de foice que não transporta oxigênio de forma tão eficaz e que também dificulta a sua passagem dentro do vaso podendo gerar obstrução. Fibrose cística: relacionada ao canal de cloreto. Criança de extremo baixo peso, baixa estatura e pneumonia de recepção com freqüência muito alta. Faz-se o teste de suor detectando o cloreto. Mortalidade alta. Talassemia: branco europeu com anemia microcítica e não pode ser confundida com ferropriva, já que se costuma pensar nela primeiro. Há redução na produção de hemoglobina. Doenças ligadas ao X Efeito mosaico: segundo a hipótese de Lyon na mulher um cromossomo X é inativado aleatoriamente. Por isso que na mulher a manifestação da doença pode ser mais branda ou não ocorrer. Quase todas as doenças ligadas ao X são recessivas Hemofilia A: deficiência de fator VIII gerando problemas de coagulação. Doença dominante ligada ao X: raquitismo resistente a vitamina D. Doenças cromossômicas Cariótipo G (Giemsa) Bandeamento Braço curto P Braço longo Q Posição: região, banda, sub-banda Anomalias cromossômicas Numérica a) Poliploidia b) Aneuploidia -Monossomias -Trissomias -Mosaicismo Estruturais a) Melhor detectadas por FISH (melhor resolução com a hibridização in situ fluorescente_ FISH_, técnica que pode detectar alterações tão pequenas como quilobases) b) Deleção / cromossomo em anel: perda de material genético, em alguns casos elas se juntam formando um anel. c) Inversões: rearranjos que envolvem duas quebras em um mesmo cromossomo com reincorporação do segmento interveniente de forma invertida. d) Isocromossomo: ocorre quando um braço de um cromossomo é perdido e o braço remanescente é duplicado, gerando um cromossomo formado somente por dois braços curtos ou dois braços longos. e) Translocação: um segmento de um cromossomo é transferido para outro -Translocação recíproca balanceada: há quebras simples em cada um dos dois cromossomos envolvidos com troca de material entre eles. -Translocação robertsoniana: as quebras ocorrem próximas aos centrômeros de cada um dos cromossomos envolvidos. A transferência dos segmentos entre esses cromossomos resulta, então, em um cromossomo muito grande e outro extremamente pequeno. Geralmente, o pequeno cromossomo é perdido. A importância dessa forma de translocação também reside na produção de uma progênie anormal. Doenças citogenéticas: exemplos Síndrome de Down (trissomia do 21) Síndrome de Edward (trissomia do 18) Síndrome de Patau (trissomia do 13) Síndrome de Klinefelter (XXY) Síndrome de Turner (X0) Superfêmea / síndrome do triplo X (XXX) Supermacho / síndrome do duplo Y (XYY) Hermafroditismo / Pseudohermafroditismo Herança multigênica complexa Mecanismo dessas doenças ainda não foi completamente elucidado, algumas ainda nem se sabem quais são os genes envolvidos. A classificação de uma doença como sendo de origem multifatorial deve ser realizada com cuidado. Essas classificação depende de muitos fatores, mas primeiro depende de agrupamentos familiares e exclusão de formas mendelianas e cromossômicas de transmissão (excluir transmissão mendeliana e cromossômica = herança multifatorial). Diferentes níveis de gravidade de uma doença sugerem que essa doença é uma doença poligênica complexa, mas, como mostrado anteriormente, expressividade variável e penetrância reduzida de um único gene mutado também podem ser responsáveis por esse fenômeno. A complexidade resulta da participação de alguns ou muitos genes em interação com fatores ambientais também importantes e numerosos. Os fenótipos multifatoriais são subdivididos em caracteres quantitativos, estudados por métodos estatísticos, como variâncias e correlações, e qualitativos ou discretos, em que se propõe a existência de um limiar de contribuição genética ou ambiental acima do qual a anomalia é detectável. De acordo com a hipótese doença comum/variante comum, as doenças genéticas complexas ocorrem quando muitos polimorfismos, cada qual com um efeito modesto e baixa penetrância, são herdados. Enquanto doenças complexas são resultantes da herança coletiva de muitos polimorfismos, diferentes polimorfismos variam em importância. Alguns polimorfismos são comuns a múltiplas doenças do mesmo tipo, enquanto outros são específicos a uma doença. Doenças monogênicas com herança não clássica Esse grupo de doenças pode ser classificado em quatro categorias: Doenças causadas por mutações de repetições de trinucleotídeos. Doenças causadas por mutações em genes mitocondriais. Doenças associadas à impressão genômica. Doenças associadas ao mosaicismo gonadal. Doenças causadas por mutações de repetição de nucleotídeos As expansões que causam essas doenças estão associadas a repetições de trinucleotídeos que geralmente compartilham os nucleotídeos G e C. Em todos os casos, o DNA é instável e uma expansão de repetições acima de certo limiar prejudica a função do gene de várias formas, como discutido adiante. A tendência à expansão depende muito da origem parental das repetições. Muitas doenças envolvendo expansões de repetições em regiões não codificantes caracterizam se por expansões com tamanhos intermediários, ou pré-mutações, que acabam se expandindo exageradamente nas células germinativas. A partir de uma visão mecanicista, as mutações podem ser divididas em dois grupos: a) No primeiro grupo de doenças, tendo como exemplos a síndrome do X frágil e a distrofia miotônica, as expansões das repetiçõesocorrem em regiões não codificantes. Guando as expansões afetam regiões não codificantes, as mutações causam perda de função, já que ocorre inibição da síntese protéica (p. ex., FMRP). Tipicamente, essas doenças afetam muitos sistemas. b) Enquanto em outras doenças, como a doença de Huntington, as expansões ocorrem em regiões codificantes. No caso de expansões em regiões codificantes, geralmente ocorre o envolvimento de repetições de CAG que codificam repetições de poliglutaminas nas proteínas correspondentes. Essas “doenças da poliglutamina” caracterizam-se por uma neurodegeneração progressiva que aparece tipicamente na meia-idade. As expansões de poliglutamina levam a um ganho de função tóxico, já que a proteína anormal interfere na função da proteína normal. Em muitos casos, as proteínas são enoveladas incorretamente e tendem a se agregar; os agregados podem inibir a transcrição de outros genes, causar disfunção mitocondrial ou deflagrar uma resposta de estresse a proteínas não enoveladas culminando em apoptose. Uma característica morfológica marcante dessas doenças é o acúmulo de agregados de proteínas mutantes em grandes inclusões intranucleares. Síndrome do X frágil a) Na síndrome do X frágil, as expansões ocorrem durante a ovogênese. Assim, as pré-mutações podem ser convertidas em mutações pela amplificação do número de repetições dos trinucleotídeos. b) Essa síndrome é uma doença ligada ao X caracterizada por uma anomalia citogenética no cromossomo X e uma mutação incomum no gene do retardo mental familiar-1 (FMR1). c) Segunda maior causa genética de retardo mental d) Os homens afetados são mentalmente retardados, com um QI entre 20 e 60. e) Fenótipo físico característico que inclui uma longa face com uma mandíbula grande, orelhas grandes abertas e grandes testículos (macro-orquidismo). f) Manifestações mais raras: articulações hiperextensíveis, palato altamente arqueado e prolapso da válvula mitral observados em alguns pacientes mimetizam uma doença do tecido conjuntivo. g) Antecipação: É a observação de que as características clínicas da síndrome do X frágil pioram a cada geração sucessiva, como se a mutação ficasse cada vez mais deletéria à medida que ela fosse transmitida de um homem para seus netos e bisnetos. h) Aproximadamente 30% das mulheres que carregam a pré-mutação têm disfunção ovariana prematura (antes dos 40 anos de idade) e i) Ataxia associados ao X frágil: cerca de um terço dos homens que carregam a pré- mutação exibe uma síndrome neurodegenerativa progressiva que começa por volta dos 60 anos de idade. Caracteriza-se por tremores intensos e ataxia cerebelar e pode progredir para o parkinsonismo. Doença de Huntington a) Na doença de Huntington elas ocorrem durante a espermatogênese. Outros exemplos: Ataxia de Friedreich e distrofia miotônica Mutações em genes mitocondriais É uma herança materna de expressão muito variável. Como o mtDNA codifica enzimas envolvidas na fosforilação oxidativa, as mutações que afetam esses genes exercem seus efeitos deletérios primariamente nos órgãos mais dependentes da fosforilação oxidativa, como o sistema nervoso central, os músculos esqueléticos, o músculo cardíaco, o fígado e os rins. Heteroplasmia: cada mitocôndria contém milhares de cópias do mtDNA, e, tipicamente, mutações deletérias no mtDNA afetam algumas, mas não todas as cópias. Portanto, os tecidos e até indivíduos inteiros podem carregar tanto o mtDNA selvagem quanto o mtDNA mutante. Neuropatia óptica hereditária de Leber a) Ela é uma doença neurodegenerativa que se manifesta como uma perda bilateral progressiva da visão central. A lesão visual, primeiramente observada entre os 15 e 35 anos de idade, acaba progredindo para cegueira. b) Defeitos de condução cardíaca e manifestações neurológicas menores também foram observados em algumas famílias. Impressão Genômica Imprinting: com relação a alguns genes, há importantes diferenças funcionais entre o alelo paterno e o alelo materno. Em muitos casos, a impressão seletivamente inativa ou o alelo materno ou o alelo paterno. Portanto, impressão materna é o silenciamento transcricional do alelo materno, enquanto a impressão paterna é a inativação do alelo paterno. A impressão ocorre no óvulo e no espermatozóide antes da fertilização e, então, é estavelmente transmitida para todas as células somáticas através das mitoses Síndrome de Prader-Willi a) Deleção de uma região do cromossomo 15 paterno b) Caracteriza-se por retardo mental, baixa estatura, hipotonia, hiperfagia profunda, obesidade, mãos e pés pequenos e hipogonadismo. Síndrome de Angelman a) Nascem com a deleção da mesma região cromossômica da síndrome de Prader- Willi, porém derivado de suas mães. b) Caracteriza-se por retardo mental, mas, além disso, eles apresentam um andar atáxico, convulsões e riso inapropriado. Mosaicismo gonadal O mosaicismo gonadal é resultante de uma mutação que ocorre no zigoto durante a fase inicial do desenvolvimento embrionário. Se a mutação afetar somente as células que formam as gônadas, os gametas carregam a mutação. Esse indivíduo possui, então, mosaicismo de linhagem germinativa ou gonadal. Um pai fenotipicamente normal com mosaicismo gonadal pode transmitir a mutação responsável por uma doença para seus filhos através de um gameta mutante. Se a mutação ocorre em células somáticas o indivíduo apresentará fenótipo. Questões de Revisão de Genética 1. Como é possível que dois indivíduos com a mesma mutação tenham diferenças na gravidade de um fenótipo anormal? Isso ocorre devido à penetrância e a expressividade dos genes. Isso porque nem todos os indivíduos com o a mutação vão manifestar alterações, e dos indivíduos que manifestam essas alterações podem ter variações na intensidade com que elas se apresentam. 2. Explique a diferença fisiopatológica entre mutações que agem por meio de perda de função e aquelas que agem por meio de ganho de função. Mutações em que ocorre perda de função o produto do gene está reduzido ou é produzido de forma defeituosa, dessa forma alguma função celular pode estar reduzida ou comprometida, o que geraria, por exemplo, acumulo de substrato, bloqueio metabólico, transporte defeituoso de substancia, alteração no formato da célula, entre outros. Já as mutações que agem por meio do ganho de função o produto do gene será mais expresso o que também pode comprometer o funcionamento da célula, tal como, gerando alguma atividade enzimática excessiva, aumentando a produção de substratos tóxicos, alterando a quantidade de receptores de membrana ou os transportadores, etc. 3. Explique como estratégias de tratamento dietético para erros inatos do metabolismo dependem se a fisiopatologia é por acúmulo de substrato ou por deficiência do produto final. As estratégias dietéticas se baseiam no conhecimento do metabolismo da substância, e assim no caso acumulo de substrato a alimentação seria alterada para retirar os produtos que formam o substrato, retirar diretamente o substrato da dieta ou ainda adicionar enzimas capazes de degradar esse acúmulo. Em se tratando de erros inatos que levam à deficiência de algum produto final a dieta procurará inserir diretamente esse produto na alimentação, ou então enzimas para gerá-lo. 4. O que é “antecipação genética”? A antecipação genética é um fenômeno que ocorre em doenças causadas por mutações de repetição trinucleotídica, na qual já é possível se observar nos progenitores alterações no genótipo, em que há uma ampliação de uma sequência de nucleotídeos sem que ocorra o fenótipo. Além disso, é possível observar que as características fenotípicas pioram sucessivamente a cada geração,como se a mutação exercesse um efeito maior no filho do que no pai, por exemplo. 5. O que é uma mudança epigenética? Ela é herdada? Mudança epigenética é uma alteração que acontece fora do gene, ou seja, são mudanças que podem ser observadas na função gênica que não explicadas por mudanças na sequência de bases do DNA. Elas frequentemente são herdadas pelas próximas gerações. 6. Quais são os aspectos comuns da variedade de anormalidades cariotípicas diferentes que resultam na síndrome de Down? Os aspectos comuns que resultam na síndrome de Down é uma aneuploidia que culmina na trissomia do cromossomo 21, na qual há um aumento de 50% da dosagem gênica para os genes do cromossomo 21. Essa aneuploidia pode se dar na meiose pela não disjunção na anáfase I ou II, ou por translocação robertsoniana. Fisiopatologia das Neoplasias Neoplasia: massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo, não coordenado com aquele dos tecidos normais e que persiste mesmo após o término dos estímulos iniciais. Uma célula com desordem genética pode não se multiplicar, pode morrer ou pode gerar um distúrbio de proliferação. Inibição por contato: a célula normal para de replicar quando entra em contato com outra célula. Células com mutação genética podem não respeitar isso, gerando a desordem de proliferação. Carcinogênese e Oncogênese: processos de formação de uma neoplasia Diferenciação: para medir o grau de semelhança da célula com o tecido normal correspondente Anaplasia: o quanto ela é desdiferenciada (indiferenciada) em comparação com uma célula normal do tecido correspondente. Nomenclatura Depende do tipo de tecido Tecidos mesenquimais (derivados do mesoderma) a) Tumor Benigno: sufixo - OMA (ex.: lipoma) b) Tumor maligno: sufixo - SARCOMA (ex.: leiomiosarcoma) Tecido epitelial: nomenclatura com base em características micro ou macroscópicas a) Tumor benigno glandular: sufixo - ADENOMA (ex.: cistoadenoma) b) Tumor benigno que se origina de tecido não glandular: sufixo - PAPILOMA (formam projeções semelhantes às microvilosidades) c) Tumor maligno: sufixo - CARCINOMA + característica histológica do tumor (ex.: adenocarcinoma, carcinoma espinocelular, carcinoma basocelular...) Tecido linfo-hematopoetico: a) Neoplasia maligna de células linfocitárias: LINFOMA b) Neoplasia maligna de células hematopoeticas: LEUCEMIA Origem em células totipotentes (células germinativas presentes nas gônadas): TERATOMA a) Maturos: mais bem diferenciado b) Imaturos: maior grau anaplasico Características dos tumores benignos Melhor prognostico (menos agressivo) Bem diferenciado, tipo histológico semelhante às células normais do tecido de origem Massa expansica, circuscrita, com bordas bem definidas Sem capacidade metastática Características dos tumores malignos Mais agressivo Maior grau anaplasico Pleomorfismo: células de grau e tamanho variado, algumas com formas irregulares Massa invasiva: não tem bordas delimitadas e invade tecidos adjacentes Capacidade metastática (invade a circulação e atinge sítios distantes ou há invasão por contigüidade) Alta taxa de crescimento Processo de carcinogênese Inicia-se com uma alteração que interfere no material genético (mutações, epigenética...) Etapas a) Estímulo carcinogênico inicial (fatores carcinogênicos: hereditário/familiar, físicos, químicos, infecciosos b) Alterações primárias na expressão gênica (alterações no protoncogene, n gene supressor de tumor e/ou em um gene responsável pela reparação do material genético) c) Organismo não é capaz de reconhecer as alterações, ou reconhece, mas não consegue combater d) Célula alterada passa a se multiplicar e) A tendência das células filhas, que não estão sendo reguladas contra mutação, é acumular alterações f) Por fim as células acumulam tantas alterações genéticas que formam um tumor Protoncogene: gene que codifica proteínas que estimula a proliferação e diferenciação em células normais Oncogene: protoncogene alterado presente nas células tumorais Gene supressor de tumor: bloqueia a proliferação celular. Relacionado com a ativação da apoptose Controle do ciclo celular CDKs: quinases dependentes de ciclina. São os fiscais do ciclo celular. Ciclo celular check poins: entre G1 e S, entre G2 e M Estadiamento TNM T para o tumor primário. informações sobre aspectos do tumor primário, como seu tamanho, quão profundamente se desenvolveu no órgão em que se originou e quanto invadiu os tecidos adjacentes. a) TX significa que o tumor não pode ser avaliado. b) T0 significa que não existe evidência de tumor primário (não pode ser encontrado). c) Tis significa que as células cancerosas estão se desenvolvendo apenas na camada mais superficial do tecido, sem invadir tecidos mais profundos. Também pode ser chamado de câncer in situ ou pré-câncer. d) Os números que aparecem após o T (tais como T1, T2, T3 e T4) podem descrever o tamanho do tumor e/ou a disseminação da doença nas proximidades. Quanto maior o número de T, maior o tumor e/ou mais se disseminou pelos tecidos próximos. N para linfonodos. O câncer que se espalhou para os linfonodos próximos. a) NX significa que os linfonodos não podem ser avaliados. b) N0 significa que os linfonodos vizinhos não contêm câncer. c) Os números que aparecem após o N (por exemplo, N1, N2 e N3) podem descrever o tamanho, localização e/ou o número dos linfonodos com doença. Quanto maior o número, mais o câncer se espalhou para os linfonodos. M para metástase. O câncer que se espalhou para partes distantes do organismo. a) M0 significa que nenhuma disseminação foi encontrada. b) M1 significa que o câncer se espalhou para tecidos e órgãos distantes (metástases à distância foram encontradas). Questões de revisão: 1. O que é fase pré-clínica do câncer? A fase pré clinica do câncer é quando a célula já sofreu alterações e começou a proliferar, porém ela inda não há sinais e sintomas e não pode é detectável em exames, apenas no exame genético. 2. Quais as alterações passo a passo de fenótipo são as marcas do câncer? Célula normal célula > geneticamente alterada > célula metaplasica > célula displasica > célula neoplásica Célula normal > desordem genética > proliferação > lesão pré maligna > câncer maligno > desenvolvimento do câncer > metástase 3. O que é um Oncogene? Oncogene é uma mutação do protoncogene que regula a proliferação e diferenciação da célula normal. 4. O que é um gene supressor de tumor? É um gene que bloqueia a proliferação celular, também esta relacionado com a apoptose. 5. O que é uma célula-tronco cancerígena? Células cancerosas que isoladas são capazes de iniciar novas colônias de câncer. 6. Qual a base molecular para a maioria das susceptibilidades hereditárias a certos cânceres? 7. Qual é o papel das enzimas proteolíticas na metástase? As enzimas proteolíticas degradam a matriz extracelular, que é responsável por oferecer condições adequadas para o crescimento e diferenciação das células. Assim, essas enzimas atuam desorganizando a matriz, através de processos que alteram as interações célula-célula e célula-matriz e o tumor consegue proliferar e invadir outros tecidos. 8. Dê exemplos de alterações precoces, médias e tardias na progressão da neoplasia. 9. Quais fatores determinam o potencial maligno de tumores epiteliais versus mesenquimais? 10. Qual é o espectro de características do fenótipo neoplásico em células epiteliais? 11. Quais fatores determinam o potencial maligno de tumores epiteliais versus mesenquimais? 12. Qual é o espectrode características do fenótipo neoplásico em células epiteliais? 13. Cite 5 efeitos diretos e 5 indiretos da neoplasia. 14. Todos os cânceres evoluem no mesmo intervalo de tempo? Quais as consequências disso na história natural das neoplasias? 15. Quais os princípios da classificação TNM e qual a sua utilidade?
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