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Esteroides Anabolizantes e seus efeitos na tireóide e tecido muscular

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1 
 
 
 
Conceito sobre anabolizantes: 
 Os esteroides androgênicos anabólicos, popularmente conhecidos como 
anabolizantes são hormônios sintéticos fabricados a partir de hormônios como a testosterona. 
Podendo ser encontrados em forma de comprimidos, injeções intramusculares ou cápsulas. 
(MORAES, 2019). 
 A sua utilização pode ser feita sob prescrição médica através de pequenas doses 
que tem como função a reposição hormonal ou até mesmo para auxiliar o ganho de peso em 
pacientes com AIDS. (SBME, 2010). 
 Atualmente, os anabolizantes têm sido utilizados nas academias brasileiras como 
um método rápido para o crescimento dos músculos, aumentando a resistência física e a força, 
pois os anabolizantes agem diretamente no crescimento celular no tecido ósseo e muscular. 
(Revista Saúde, 2019). 
 De acordo com uma matéria publicada pela POSFG em 2018 o uso de 
anabolizantes, principalmente entre os jovens, cresceu 75% nos últimos cinco anos. Estes 
dados têm trazido muitas preocupações aos profissionais da saúde pois este consumo de 
anabolizantes muitas vezes têm sido feitos de forma ilegal sem a indicação médica, podendo 
trazer muitos malefícios a saúde. 
 De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, os 
efeitos colaterais gerados pelo mau uso dos anabolizantes podem ser: queda do cabelo, 
tumores no fígado, explosões de ira ou comportamento agressivo, aumento da pressão arterial, 
paranoia, alucinações, psicoses, coágulos sanguíneos, retenção de líquidos, disfunção hepática 
além de correr o risco de contrair doenças transmissíveis devido ao uso de materiais 
contaminados. 
 Em mulheres tende a apresentar desequilíbrios hormonais gerando a presença de 
características masculinas como hirsutismo, engrossamento da voz, crescimento do clitóris, 
diminuição dos seios e aumento do apetite. Nos homens os principais sintomas são calvície, 
aumento nas mamas e diminuição dos testículos. (SBME, 2010). 
 
 
 
 2 
 
 
 Nos adolescentes a preocupação é maior pois pode comprometer o crescimento e 
o amadurecimento ósseo, desenvolvimento sexual precoce, aumento nos pelos púbicos e 
corporais além de hipogonadismo ou megalofalia. (SBME, 2010). 
 
A relação entre o tecido muscular e os esteroides anabolizantes: 
 Esteroides anabólicos (EA) são derivados sintéticos da testosterona, com 
propriedades androgênicas e anabólicas, o seu uso potencializa a síntese proteica e causa a 
hipertrofia da musculatura esquelética, respostas intensificadas quando combinadas com o 
exercício de força. (PIRES, 2009; LASCHI, 2018). 
 O aumento da força muscular tem sido atribuído ao aumento da massa muscular, 
que foi associada com a hipertrofia das fibras musculares, na área de secção transversa das 
fibras do tipo IIA e IIB, e no número de mionúcleos. (PIRES, 2009; BOFF 2010, JI-GHO YU 
et al. 2014). 
 Parece que os EA têm maior atuação sobre fibras musculares com características 
glicolíticas, de contração rápida, do que sobre fibras de características oxidativas, de 
contração lenta. Essa afinidade com as fibras glicolíticas pode estar relacionada à maior 
concentração de receptores androgênicos, que podem ser alteradas por situações diversas 
como atividade contrátil, concentrações de testosterona e tipo de fibra muscular. EA, além de 
estar associado ao aumento da síntese proteica, também exerce efeito sobre o catabolismo, 
inibindo a ação dos receptores de glicocorticoides, diminuindo assim o catabolismo proteico. 
(PIRES 2009, JI-GHO YU et al. 2014, BOFF 2010). 
 Nota-se um aumento crescente do uso de EA por praticantes de treinamento de 
força recreacionais, que têm como principal objetivo melhorar a aparência física. Esses 
indivíduos geralmente fazem uso de doses supra fisiológicas, chegando a valores de 10 a 100 
vezes maiores do que os indicados para fins clínicos. (CARMO, 2011). 
 Entretanto, os verdadeiros efeitos dos EA sobre a massa muscular e força ainda 
são controversos na literatura e parecem ser dependentes, entre outros fatores, do regime de 
treinamento utilizado, visto que somente vão promover aumento da massa muscular e da força 
 
 
 
 3 
 
 
se forem associados a estímulos, treinamento físico e dieta, específicos. (BOFF, 2010; JI-
GHO YOU et al. 2014) 
 O uso indiscriminado tanto de curto e longo prazo pode causar efeitos colaterais 
severos. São vários os efeitos colaterais do uso dos EA, dentre eles, está o elevado risco de 
ruptura dos tendões. Os esteroides anabólicos andrógenos promovem o aumento da massa e a 
força do músculo esquelético, provocando adaptações rápidas, mas os tecidos conjuntivos não 
acompanham com a mesma velocidade essas adaptações, dessa forma os tendões ficam mais 
suscetíveis a lesões. (LASCHI E IDE, 2018; NAKAYAMA, 2015; SEYNESS, 2013). 
 O uso de EA influencia negativamente no metabolismo do colágeno tipo I, e, 
adicionalmente, estudos em modelos animais demonstraram que o uso de EA levou a 
displasia do colágeno, fazendo com que os tendões se tonassem mais rígidos e menos 
flexíveis. (SEYNESS, 2013). 
 Analisando os estudos, percebe-se que os tendões podem não estar preparados 
para suportar a pressão exercida pelos músculos que ficam mais fortes rapidamente, fazendo 
com que a combinação de EA e treinamento resistido esteja associada a um alto risco de 
lesões nos tendões. 
 Outro efeito colateral do abuso no consumo de EA está relacionado a musculatura 
cardíaca. Uma pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da 
Unicamp mostrou que o uso de doses supra fisiológicas de esteroides anabolizantes acentua a 
hipertrofia do musculo cardíaco, aumento do coração e consequentemente, diminuição das 
cavidades cardíacas (ventrículo) que os pesquisadores denominam de hipertrofia concêntrica. 
Esta hipertrofia, está relacionada a uma diminuição do débito cardíaco – menos volume 
sanguíneo bombeado em cada contração. (JUTEL, 2008). 
 O estudo cita também que o anabolizante aumenta o músculo e também as fibras 
de colágeno, tecido conjuntivo. E essas alterações morfológicas podem estar relacionadas a 
casos de parada cardíaca e morte súbita em usuários de esteroides anabolizantes. (JUTEL, 
2008). 
 
 
 
 
 4 
 
 
 Diante do exposto, verifica-se que os o uso indiscriminado de EA, com fins 
estéticos, trazem consequências negativas para o tecido muscular, seja ele esquelético ou 
cardíaco. 
 
Influência dos Esteroides Anabolizantes na função tireóidea: 
 O crescente uso indiscriminado de esteroides anabolizantes se relaciona com 
diversos tipos de efeitos colaterais. Há estudos que indicam consequências como infertilidade, 
insuficiência renal e até alguns tipos de câncer. Pesquisadores procuram outros possíveis 
efeitos que a utilização destes hormônios pode acarretar ao organismo. (CORRÊA, 2008). 
 Dito isto, a pesquisadora Denise Pires de Carvalho passou a estudar o impacto de 
hormônios sintéticos na glândula tireoide, que é responsável pela produção de vários 
hormônios importantes para o corpo. (CORRÊA, 2008). 
 De acordo com Marcello Henrique Corrêa (2008), a função da glândula tireóidea é 
de suma importância para a manutenção do metabolismo, pois é responsável pela síntese de 
hormônios T3 e T4, que intervém de forma direta no funcionamento do organismo, tipo a 
capacidade intelectual. As pessoas com hipotireoidismo, ou seja, a baixa desses hormônios 
apresenta lentidão de pensamento, e há a possibilidade de desenvolver depressão. Já os que 
possuem excesso de produção hormonal apresentam agitação, intolerância ao calor e perda de 
peso. 
 Atualmente há poucos estudos que estimam os efeitos colaterais na função da 
tireóidea. A pesquisadoraDenise afirma que os estudos que têm são baseados em experiências 
com humanos, o que pode comprometer os resultados, pois há vários fatores que interferem o 
resultado, e que os pesquisadores não podem controlar. Logo, Carvalho resolveu fazer a 
pesquisa com ratos, pois poderia excluir todos os possíveis interferentes, como drogas 
concomitantes, populações e idade diferentes. (CORRÊA, 2008). 
 Corrêa (2008) explica que no experimento os ratos foram submetidos a 10mg/kg 
do peso corporal de decanoato de nandrolona (DECA), um dos anabolizantes mais usados, 
durante 8 semanas. Houve diminuição nos níveis de hormônio tireoidiano, junto com aumento 
das dimensões da glândula tireóidea. Os hormônios T3 e T4, logo os indivíduos que fazem 
 
 
 5 
 
 
uso crônico de hormônios anabólicos e androgênicos sintéticos podem apresentar efeitos 
semelhantes aos causados pelo hipotireoidismo. 
 Junto com a diminuição da função tireoideana, houve também atrofia testicular 
que causa infertilidade, que já é descrita como efeito colateral do uso prolongado em seres 
humanos. A atrofia testicular está relacionada com a deficiência da função da hipófise, que é 
também afetada pelo uso dos ergogênicos sintéticos. (CORRÊA, 2008). 
 
Referências Bibliográficas: 
 
BOFF, S. R. Esteroides anabólicos e exercício: Ação e efeitos colaterais. R. bras. Ciência e 
Mov. 2010;18(1):81-88. Disponível em: 
<https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/1316>. Acesso em: 24/05/2019. 
 
CARMO, E. C. O Papel do Esteroide Anabolizante Sobre a Hipertrofia e Força Muscular em 
Treinamentos de Resistência Aeróbia e de Força. Rev Bras Med Esporte – Vol. 17, No 3 – 
Mai/Jun 2011. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbme/v17n3/v17n3a13.pdf>. 
Acesso em 27/05/2019. 
 
CORRÊA, M. H. Impacto de anabolizantes na tireóide. Olhar Vital. Rio De Janeiro: 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: 
<http://www.olharvital.ufrj.br/2006/index.php?id_edicao=131&codigo=2>. Acesso em 
29/05/2019. 
 
EYNNES, O.R. et al. Effect of androgenic-anabolic steroids and heavy strength training on 
patellar tendon morphological and mechanical properties. J Appl Physiol; 2013. Disponível 
em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23620489>. Acesso em 24/05/2019. 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
JI-GHO YU et al. Effecs of Long Term Supplementation of Anabolic Androgen Steroids on 
Human Skeletal Muscle. PLoS One. 2014 Sep 10;9(9). Disponível em: 
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25207812>. Acesso em: 20/05/2019. 
 
 
JUTELL, L. P. A bomba que atinge o coração de jovens. Jornal da Unicamp. Campinas: 
Setembro de 2008. Disponivel em: 
<https://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2008/ju410pdf/Pag0607.pdf>. 
Acesso em 25/05/2019. 
 
KANAYAMA, G. et al. Ruptured tendons in anabolic-androgenic steroid users: A Cross-
Sectional Cohort Study. Am J Sports Med; 2015. Disponível em: 
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5206906/>. Acesso em: 24/05/2019. 
 
LASCHI, R.; IDE, B. Esteroides anabolizantes androgênicos: mecanismos de ação e possíveis 
efeitos colaterais. Rev Bras Nutr Func; 41(76), 2018. 
 
MORAES, P. L. Anabolizantes. Brasil Escola. Disponível em: 
<https://brasilescola.uol.com.br/biologia/anabolizantes.htm> Acesso em 27 de maio de 2019. 
 
PIRES, O. F. et al. Efeitos dos hormônios anabólicos sobre a estrutura, metabolismo e função 
do músculo esquelético. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2009, 11(3):350-357. 
Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/view/1980-
0037.2009v11n3p350>. Acesso em 22/05/2019. 
 
POSFG. Portal da Pós-graduação. USO DE ANABOLIZANTES CRESCEU 75% NOS 
ÚLTIMOS ANOS. Publicado em setembro de 2018. Disponível em: 
<https://posfg.com.br/uso-de-anabolizantes-cresceu-75-nos-ultimos-anos/> Acesso em: 
25/05/19. 
 
 
 
 
 
 7 
 
 
SAÚDE. Revista Abril. O que são anabolizantes e quais seus efeitos na saúde. Publicado em 
março de 2019. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/fitness/o-que-sao-anabolizantes-e-
quais-seus-efeitos-na-saude/> Acesso em: 27/05/19 
 
SBEM. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. 10 coisas que você precisa 
saber sobre o uso de anabolizantes. 2010. Disponível em: <https://www.endocrino.org.br/10-
coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-uso-de-anabolizantes/> Acesso em: 27/05/19

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