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FALSIDADE IDEOLÓGICA

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Bárbara Cristina Callipo Cavalcanti Alves – RA 20181153 
FALSIDADE IDEOLÓGICA 
 
O crime de “falsidade ideológica” está previsto no artigo 299 do Código 
Penal Brasileiro, in verbis: 
 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que 
dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou 
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento 
é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil 
réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. 
 Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é 
de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
(BRASIL, 1940). 
As condutas previstas consistem em omitir (deixar de informar, não inserir); 
inserir (introduzir, colocar) e fazer inserir (propiciar a introdução) e para que tipifiquem 
o crime devem constar em documentos públicos ou particulares. Como nos explica 
Guilherme de Souza Nucci: A diferença fundamental entre inserir e fazer inserir é o 
modo pelo qual o agente consegue a introdução de declaração indevida no 
documento: no primeiro caso, age diretamente; no segundo, proporciona meios para 
que terceiro o faça” (NUCCI, 2019, p.653). 
O dolo (vontade livre e consciente de realizar as condutas tipificadas) é 
elemento subjetivo do tipo, somado a uma das finalidades previstas no caput do artigo 
quais sejam: prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante. 
Trata-se de crime formal, não exigindo que se produza dano, sendo suficiente 
para sal caracterização que a conduta tenha capacidade lesiva, a consumação se dá 
quando a falsidade se completa, ou seja no instante em que foi omitido, inserido ou 
feito inserir declaração falsa, não se pune a forma culposa. Na conduta comissiva é 
admitida tentativa, já na conduta omissiva não há que se falar em tentativa. A ação 
penal é pública incondicionada. 
O crime é comum e qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, incide qualificadora 
caso o agente seja funcionário público e se utilize do cargo para praticar a falsificação 
Bárbara Cristina Callipo Cavalcanti Alves – RA 20181153 
ou alteração de registro civil, já o sujeito passivo será o Estado em primeiro plano e a 
pessoal lesada pela falsificação em segundo plano. 
Quanto a classificação é crime comum (pode ser praticado por qualquer 
pessoa); é formal (não dependendo de resultado naturalístico para sua consumação); 
possui forma livre (podendo ser executado por qualquer meio); pode ser 
comissivo(inserir ou fazer inserir) ou omissivo (omitir) sendo admitidas 
excepcionalmente as modalidades omissivo impróprio ou comissivo por omissão ( 
quando o agente tinha o dever jurídico de evitar o resultado, mas não o fez), é 
instantâneo (já que se dá em momento determinado); unissubjetivo (pode ser 
praticado por uma pessoa) e por fim, trata-se de crime condicionado (não admite 
tentativa) na modalidade omissiva, porém admite tentativa na modalidade comissiva. 
Cabe ressaltar as diferenças entre falsidade ideológica, falsidade material e 
falsidade pessoal. Na falsidade ideológica o documento é verdadeiro e foi 
devidamente emitido por um órgão competente, porém seu conteúdo não condiz com 
a realidade, ou seja, o conteúdo do documento é falso; a falsidade material ocorre 
quando o agente cria um documento falso ou altera um documento verdadeiro, assim 
o documento em si é falso e a falsidade pessoal ocorre quando o agente utiliza um 
documento verdadeiro, que não lhe pertence, fazendo-se passar por outra pessoa, 
aqui ocorre a falsidade sobre a identidade ou outra característica pessoal. 
Guilherme de Souza Nucci explana sobre a diferença entre falsidade ideológica 
e falsidade material: 
São, basicamente, as seguintes: a) a falsidade material altera a 
forma do documento, construindo um novo ou alterando o que 
era verdadeiro. A falsidade ideológica, por sua vez, provoca 
uma alteração de conteúdo, que pode ser total ou parcial. O 
documento, na falsidade material, é perceptivelmente falso, isto 
é, nota-se que não foi emitido pela autoridade competente ou 
pelo verdadeiro subscritor. (NUCCI, 2019. p.657 a 678). 
 
A pena prevista no caput do artigo é de reclusão de um a cinco anos se a falsidade se 
deu em documento público e de um a três anos se em documento particular. Sendo 
aumentada em um sexto caso o agente seja funcionário público e se utilize de seu cargo para 
atingir o resultado típico. 
 
 
 
 
Bárbara Cristina Callipo Cavalcanti Alves – RA 20181153 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Código Penal, 
Brasília,DF, dez 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 05. abr. 2019. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito parte especial: arts. 213 a 361 do 
código penal. 3. Ed. – Rio de Janeiro:Forese, 2019.

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