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CIP-BrasiI. Catalogaçäo-na-Publicaçäo Câmara Brasileira do Livro, SP P642e 2.ed. 83-0262 Piaget, Jean, 1896-1980. A epistemologia genética / Sabedoria e ilusões da filosofia ; Problemas de psicologia genética ; Jean Piaget ; traduções de Nathanael C. Caixeiro, Zilda Abujamra Daeir, Celia E. A. Di Piero. 2. ed. — São Paulo : Abril Cultural, 1983. Os pensadores Inclui vida e obra de Piaget. Bibliografia. I. Cognição (Psicologia infantil) 2. Filosofia 3. Inteligência 4. Pensamento 5. Piaget, Jean, 1896-1980 6. Psicologia genética I. Título; A epistemologia genética. II. T ítulo: Sabedoria e ilusões da filosofia. III. T ítulo: Problemas de psicologia genética. IV. Série. CDD-155.413 -100 -150.92 -155 Indices para catálogo sistemático: Cognição : Desenvolvimento : Psicologia infantil 155.413 2. Crianças : Desenvolvimento cognitivo : Psicologia infantil 155.413 3. Desenvolvimento intelectual : Crianças : Psicologia infantil 155.413 4. Filosofia 100 5. Inteligência : Desenvolvimento : Psicologia infantil 155.413 6. Psicologia genética 155 7. Psicólogos : Biografia e obra 150.92 I I I Os estágios do desenvolvimento intelectual da criança e do adolescente Os estágios das operaçÕes intelectuais constituem um caso privilegiado e que não podemos generalizar a outros domínios. Se tomamos, por exemplo, a evoluçäo da percepção na criança ou a evolução da linguagem, observamos uma continuidade diferente da estabelecida no terreno das operações lógico- matemáticas, e muito maior. No domínio da percepção, em particular, seria incapaz de lhes dar um quadro de estágios como o que tenho a honra de lhes propor do ponto de vista das operações intelectuais, porque encontramos essa continuidade do ponto de vista orgânico, continuidade que podemos detalhar de uma maneira convencional, mas que não apresenta cortes naturais beFn nítidos. Em compensação, no domínio das operações intelectuais, assistimos a esse duplo fenômeno que, por um lado, vemos estruturas se formarem, podemos seguir passo a passo os primeiros lineamentos, e que, por outro lado, assistimos a seu acabamento, quer dizer à constituição de etapas de equilíbrio. Tomem, por exemPIO, a organização dos números inteiros : podemos seguir essa estruturação a partir dos números l, 2, 3, etc., até o momento em que a criança descobre a sucessão dos números e ao mesmo tempo as primeiras operações aritméticas . Num momento dado, tal estrutura é pois constituída e atinge sua etap a de equilíbrio; e esse equilíbrio é tão estável que os números inteiros não se modificarão mais durante toda a vida, integrando-se em sistemas mais complexos (números fracionários, etc.). Estamos assim frente a um domínio privilegiado no seio do qual podemos assistir à formação de estruturas e seu acabamento, onde diferentes estruturas podem se suceder ou se integrar segundo combinações múltiplas, Nesse domínio particular e, repito, sem colocar o problema da generalização, chamarei estágios os cortes que obedecem às seguintes caractensticas: l) Para que haja estágios, é necessário primeiramente que a ordem de sucessão das aquisições seja constante. Não a cronologia, mas a ordem de sucessão. Podemos caracterizar os estágios numa população dada por uma cronologia, mas essa cronologia é extremamente variável; ela depende da experiência anterior dos indivíduos, e não somente de sua maturação, e depende principalmente do meio social que pode acelerar ou retardar o aparecimento de um estágio, ou mesmo impedir sua manifestação. Encontramo-nos aí em - presença de uma complexidade considerável e não saberia me pronunciar sobre o valor das idades médias de nossos estágios no que concerne a algumas populações, Só considero as idades relativas às populações sobre as quais trabalhamos; elas são pois extremamente relati- 236 PIAGET vas. Em compensação, em se tratando de estágios, a ordem de sucessão das condutas deve ser considerada como constante, quer dizer que uma característica não aparecerá antes de outra num certo número de indivíduos, e, depois de outra num outro grupo de indivíduos. Onde assistimos a tais alternâncias, as características em jogo não são utilizáveis do ponto de vista dos estágios. 2) O caráter integrativo, quer dizer que as estruturas construídas numa idade dada se tornam parte integrante das estruturas da idade seguinte. Por exemplo, o objeto permanente que se constrÓi no nível sensório -motor será um elemento integrante das noções de conservação ulterior (quando haverá conservação de um conjunto ou de uma coleção, ou ainda de um objeto do qual deformamos a aparência espacial). Assim também as operações que chamaremos concretas, contituirão uma parte integrante das operaçÕes formais, no sentido em que essas últimas constituirão uma nova estrutura mas repousando sobre as primeiras a título de conteúdo (as segundas constituindo assim operações efetuadas sobre outras operações). 3) Procuramos sempre, com N'flle. Tnhelder, caracterizar um estágio, não pela justaposição de propriedades estranhas umas sobre as o utras, mas por uma estrutura de conjunto e essa noção toma um sentido preciso no domínio da inteligência, e mais preciso que em outra parte. Uma estrutura será, por exemplo , no nível das operações concretas, um agrupamento, com as características lógicas do agrupamento que encontramos na classificação ou na seriação. Mais tarde, a estrutura, no nível da operação formal, será o grupo das quatro transformações que falarei em breve, ou a rede. Estruturas que podemos caracterizar por suas leis de totalidade, de tal forma que, uma vez atingida tal estrutura, podemos determinar todas as operações que ela recobre. Sabemos assim, sendo dado que a criança atinge tal ou qual estrutura, que ela é capaz de uma multiplicidade de operações distintas, e às vezes sem nenhum parentesco visível entre elas na primeira abordagem. Esta é a vantagem da noção de estruturas: quando elas são complexas, elas permitem reduzir a uma unidade superior uma série de esquemas operatórios sem elos aparentes entre eles; é então a estrutura de conjunto como tal que é característica do estágio. 4) Um estágio comporta pois ao mesmo tempo um nível de preparação, por um lado, e acabamento, por outro. Por exemplo, para as operaçÕes formais, o estágio de preparação será todo o período de I I a 13-14 anos e o acabamento será a etapa de equilíbrio que aparece nesse momento. 5) Mas como a preparação de aquisições ulteriores por versar sobre mais de um estágio .com imbricações diversas entre certas preparações mais curtas e outras mais longas), e como em segundo lugar, existem graus diversos de estabilidade nos acabamentos, é necessário distinguir, em toda a sucessão de estágios, os processos deformação ou de gênese e as formas de equilíbrio finais (no sentido relativo): essas últimas somente constituem as estrut uras de conjunto tratadas no item 3, enquanto os processos formadores se apresentam sob os PROBLEMAS DE PSICOLOGIA GENÉTICA aspectos de diferenciações sucessivas de tais estruturas (diferenciação da estrutura anterior e preparação da seguinte). 237 Gostaria, por fim, de insistir sobre a noção de decalagem, sobre a qual deveremos voltar mais tarde porque ela tem por natureza fazer obstáculo à generalizaçäo dos estágios, e introduzir considerações de prudência e de limitação . As decalagens caracterizam a repetição ou a reprodução do mesmo processo formador em diferentes idades. Distinguiremos as decalagens horizontais e as decala gens verticais. Falaremos de decalagens horizontais quando uma mesma operação se aplica a conteúdosdiferentes. No domínio das operações concretas, por exemplo, uma criança poderá organizar aos 7-8 anos séries de quantidades de matéria, dos comprimentos, etc.; ela saberá classificá-las, contá-las, medi-las, etc.; ela conseguirá mesmo atingir noções de conservação relativa a ess es mesmos conteúdos. Mas será incapaz de todas essas operaçÕes no domínio do peso, enquanto dois anos mais tarde em média, ela saberá generalizá -las aplicando-as a esse novo conteÚdo. Ora, do ponto de vista formal, as operações sao as mesmas nos dois casos, mas aplicadas a domínios diferentes. Nesse caso, falaremos de decalagem horizontal no interior de um mesmo período. Uma decalagem vertical é, pelo contrário, a reconstrução de uma estrutura por meio de outras operações. O bebê atinge, por volta do fim do período sensório- motor, ao que poderíamos chamar com H! Poincaré um "grupo de deslocamentos": ele saberá se orientar em seu apartamento com desvios e retornos, etc. Mas esse "grupo" é unicamente prático e absolutamente representativo. Quando, alguns anos mais tarde, tratar-se-á de representar (o próprio bebê) esses mesmos deslocamentos, quer dizer imaginá-los, ou interiorizá-los, em operação, encontraremos etapas análogas de formação, mas dessa vez sobre um outro plano, sobre o da representação. Trata-se então de outras operações e, nesse caso, falaremos de decalagem vertical. Dito isso. dividiremos o desenvolvimento intelectual em três grandes períodos. s O período da inteligência sensório-motor Esse primeiro período se estende do nascimento ao apareciment o da linguagem, seja aproximadamente durante os dois primeiros anos de existência. Nós o subdividimos em seis estágios : I) Exercícios reflexos: 0 a 1 mês. 2) Primeiros hábitos: começo dos condicionamentos estáveis e reações circu lares "primárias" (quer dizer relativas ao corpo próprio: por exemplo, chupar o polegar). De I a 4 meses e meio. 238 PIAGET 3) Coordenação da visão e da preensão e começo das reaçöes circulares "secundárias" (quer dizer relativas aos corpos manipulados). Começo de coordenação dos espaços qualitat ivos até então heterogêneos, mas sem busca dos objetos s Falaremos de "períodos" para designar grandes unidades, e "estágios" depois de "substágios" para descrever suas subdivisoes. desaparecidos; e começo de diferenciação entre fins e meios mas sem fins preliminares quando da aquisição de uma conduta nova. De 4 meses e meio a 8-9 meses mais ou menos. 4) Coordenação dos esquemas secundários com utilização, em certos casos, de meios conhecidos com vistas a atingir um objetivo novo (vários meios possíveis para um mesmo objetivo e vários objetivos possíveis para um mesmo meio). Começo de pesquisa do objeto desaparecido mas sem coordenação dos deslocamentos (e localizações) sucessivos. De 8-9 a 11-12 meses mais ou menos. 5) Diferenciação dos esquemas de ação por reação circular "terciária " (variação das condições por exploração e tateamento dirigidos) e descoberta de meios novos. Exemplos: condutas do suporte (tirar um pano para trazer para si o objeto posto sob o pano, reaçäo negativa se o objeto está do lado ou longe do suporte), do barbante ou do bastão (por tateio). Busca do objeto desaparecido com localização em função de deslocamentos sucessivos perceptíveis e começo de organização do "grupo prático dos deslocamentos" (desvios e retornos em ações). De 11-12 a 18 meses mais ou menos. 6) Começo da interiorização dos esquemas e solução de alguns problemas com parada da ação e compreensão brusca. Exemplo: conduta do bastão quando não foi adquirida por tato durante o estágio 5. Generalização do grupo prático dos deslocamentos com incorporação, no sistema, de alguns deslocamentos não perceptíveis. De 18 a 24 meses mais ou menos. Esses seis estágios apresentam um caráter muito marcante se compararmos aos estágios do pensamento representativo ulterior, no sentido em que eles constituem como uma prefiguração deles, seguindo o termo caro a nosso presidente Michotte (num sentido análogo à prefiguração do nocional, que ele fala freqüentemente a propósito da percepção). Com efeito, nesse plano prático, assistimos a uma organização dos movimentos e dos deslocamentos que, primeiramente centrados no corpo próprio, se descentralizam pouco a pouco e atingem um espaço no qual a criança se situa como um elemento ent re outros (assim como num sistema de objetos permanentes compreendendo seu corpo assim como os outros). Vemos aí, um pouco e no plano prático, exatamente o mesmo processo de descentralização progressiva que encontraremos em seguida PROBLEMAS DE PSICOLOGIA GENÉTICA no nível representativo, em termos de operações mentais e não simplesmente ações- O período de preparação e de organização das operações concretas de classes, relações e número Chamaremos operações concretas as que se dirigem sobre objetos manipuláveis (manipulações efetivas ou imediatamente imagináveis), por oposição às operações se dirigindo sobre hipóteses ou enunciados simplesmente verbais (lógica das proposições). Esse período que se estende de 2 anos mais ou menos a 11-12 anos deve ser 239 subdividido num subperíodo A de preparação funcional das operações, 1 mas de estrutura pré-operatória, e num subperíodo B de estruturação propriamente operatória. O subperíodo das representações pré-operatórias Esse subperíodo se subdivide ele mesmo em três estágios: l) De 2 a 31/2 ou 4 anos: aparecimento da função simbólica e começo da interiorização dos esquemas de ação em representações. É desse estágio que temos menos informações sobre os processos de pensamento, porque não é possível interrogar a criança antes de 4 anos numa conversa seguida: mas esse fato negativo é por si só um índice característico - Os fatos positivos são: 1) O aparecimento da função simbólica sob suas diferentes formas: linguagem, jogo simbólico (ou de imaginação) em oposição aos jogos de exercício somente representados até então, imitação diferenciada e provavelmente começos da imagem mental concebida como imitação interiorizada; 2) Plano da representação nascente: dificuldades de aplicação ao espaço não próximo e ao tempo não presente dos esquemas de objeto, de espaço, de tempo e de casualidade já utilizados na ação efetiva. 2) De 4 a 5 anos 1/2: organizações representativasfundadas seja s obre configurações estáticas, seja sobre uma assimilação à ação prÓpria. — O caráter das primeiras estruturas representativas que revelam nesse nível as interrogações a respeito de objetos a serem manipulados é a dualidade dos estados e das transformações: os primeiros são pensados como configurações (cf. o papel das configurações perceptivas, das coleções figurais, etc., nesse nível de não - 1 Se chamamos "operações" as açöes interiorizadas. reversíveis e solidárias de estruturas de conjunto tais como os "agrupamentos grupos", e "redes". 240 PIAGET conservação dos conjuntos, das quantidades, etc.) e os segundos são assimilados a ações. 3) De 5 1/2 a 7-8 anos: regulações representativas articuladas. — Fase intermediária entre a não conservação e a conservação, Começo de ligação entre os estados e as transformações, graças a regulações representativas permitindo pensá-las sob formas semi-reversíveis. (Exemplo: articulações crescentes das classificações, das relações de ordem, etc.). O subperíodo das operações concretas É a etapa que se estende de 7-8 anos a 11-12 anos, e que é caracterizada por uma série de estruturas em vias de acabamento que podemos estudar de perto e analisar em sua forma. Elasse assemelham todas, no plano lógico, ao que chamei "agrupamento", quer dizer que elas ainda não são ' 'grupos" e também não são "redes" (são semi-redes, por falta de limites inferiores para umas ou limites superiores para outras): tais são as classificações, as seriações, as correspondências termo a termo, as correspondências simples ou seriais, as operações multiplica- tivas (matrizes), etc. Acrescento nesse ponto, no plano aritmético, os grupos aditivos e multiplicativos os numeros inteiros e fracionários. Esse período das operações concretas pode ser subdividido em dois estágios: um, das operações simples e o outro, do acabamento de certos sistemas de conjunto no domínio do espaço e do tempo, em particular. No domínio do espa ço, é o período onde a criança atinge, aos 9-10 anos somente, os sistemas de coordenadas ou de referências (representação das verticais e das horizontais em relação a essas referências). É o nível da coordenação de conjunto das perspectivas igualmente. É o nível que marca os sistemas mais amplos sobre o plano concreto. O período das operaçõesformais Enfim, vem o terceiro e último período, o das operações formais. Nele, desde 11-12 anos , por um lado (primeiro estágio) com uma etapa de equilíbrio para 13 ou 14 anos (segundo estágio), assistimos a uma numerosa transformação, relativamente rápida no momento de seu aparecimento e que é extremamente diversa. São principalmente os belos estudos de Inhelder sobre o raciocínio indutivo, sobre o método experimental nas crianças e nos adolescentes que nos permitiram atingir essas conclusões. Vemos com efeito, nessa idade, aparecerem operações tão diferentes umas das outras como as seguintes. Primeiramente as operações combinatórias; até então, há somente encaixes simples dos conjuntos, e PROBLEMAS DE PSICOLOGIA GENÉTICA das operações elementares, mas não há o que os matemáticos chamam "conjuntos de partes", que são o ponto de partida dessas combinatórias. A combinação começa, pelo contrário, aos 11-12 anos e engendra a estrutura de "rede". Nesse mesmo nível, vemos aparecerem as proporções, a capacidade de raciocinar e de se representar, segundo dois sistemas de referências ao mesmo tempo, as estruturas de equilíbrio mecânico, etc. Examinemos, por exemplo, os movimentos relativos de um caracol • sobre uma prancheta que se deslocará em sentido inverso do caracol e o cálculo da resultante desses movimentos, um com relação ao outro e com relação a um sistema de referência exterior. Observamos em tal caso (e eles se encontram nos equilíbrios mecânicos, etc.) a intervenção de quatro operações coordenadas: uma operação direta (I) e seu inverso (N), mas também a operação direta e o inverso do outro sistema que constituem a recíproca do primeiro (R) e a negação dessa recíproca ou correlativa (NR = C). Esse grupo das quatro transformações INRC aparece numa série de domínios diferentes, nesses problemas lógico -rnatemáticos, mas também nos problemas de proporções independentemente mesmo dos conhecimentos escolares. E principalmente, o que vemos aparecer nesse último nível, é a lógica das proposições, a capacidade de raciocinar sobre enunciados, sobre hipóteses e não mais somente sobre objetos postos sobre a mesa ou imediatamente representados. Ora, a lógica das proposições supõe igualmente a rede combinatória e o grupo das quatro transformações (INRC), quer dizer, os dois aspectos complementares de uma nova estrutura de conjunto, abarcando a totalidade dos mecanismos operatórios que vemos se constiruírem nesse nível. PROBLEMAS DE PSICOLOGIA GENÉTICA 241 Concluirei dizendo que esses três grandes períodos, com seus estágios particulares, constituem processos de equilibração sucessivos, marchas para o equilíbrio. Desde que o equilíbrio seja atingido num ponto, a estrutura está integrada num novo sistema em formação, até um novo equilíbrio sempre mais estável e de campo sempre mais extenso. Ora, é conveniente lembrar que o equilíbrio significa que o desenvolvimento intelectual se caracteriza por uma reversibilidade crescente, A reversibilidade é o caráter mais aparente do ato da inteligência, que é capaz de desvios e retornos. Essa reversibilidade aumentada pois, regularmente, etapa por etapa, durante estágios que acabei de escrever sumariamente. Ela se apresenta PROBLEMAS DE PSICOLOGIA GENÉTICA sob duas formas: uma que podemos chamar inversão, ou negaçao, que aparece na lógica das classes, a aritmética, etc., a outra que podíamos chamar a reciprocidade, que aparece nas operações de relação. Em todo o nível das operações concretas, a inversão por um lado e a reciprocidade pelo outro são dois processos caminhando lado a lado e paralelamente, mas sem junção num sistema único. Com o grupo das quatro transformações INRC, pelo contrario, temos a inversão, a recíproca, a negação da recíproca e a transformação idêntica, quer dizer, síntese num único sistema dessas duas formas de reversibilidades até então paralelas, mas sem conexão entre elas. Nesse domínio privilegiado das operações intelectuais, atingimos logo um sistema simples e regular de estágios, mas ele é talvez particular a tal domínio da percepção, onde seria incapaz de fornecer tais estágios. I I I
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