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Argumentação Jurídica

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Fichamento de Citação Comentado 
 
TRUBILHANO, Fábio; HENRIQUE, Antônio; Linguagem Jurídica e Argumentação: teoria e prática. 
Atlas. 4° Edição. 
 
Capítulo 3: Argumentação Jurídica (p. 85-96) 
3.1 Preliminares 
A argumentação jurídica requer que entre os indivíduos que partilham do entendimento 
jurídico, haja recíproca comunicação. “A ideia de participação, cooperação está implícita no 
sentido da comunicação.” (p.85) 
“O outro, é pressuposto básico da comunicação, pois esta não se realiza se não houver emissor 
e receptor.” (p.85) 
“Na construção da sociedade [...] demanda um conjunto de normas reguladoras do convívio 
humano.” (P.85) Sendo assim, como objetivo para os seres políticos exercerem a cidadania, 
necessita-se de regras a para uma boa convivência. Regras essas, ponderadas por eles mesmos 
(cidadãos), que pesam, julgam e formam juízes de valor, a partir da integração da comunicação. 
 
3.2 Comunicação 
A operação comunicacional entre os indivíduo dispõe de elementos essenciais: 
- EMISSOR: “aquele que emite a mensagem” (p.86); 
- RECEPTOR: “aquele que se destina a mensagem transmitida pelo emissor” (p.88); 
- MENSAGEM: “conteúdo que o emissor pretende transmitir ao receptor” (p.86); 
- CANAL: “meio pelo qual se procura estabelecer a comunicação(p.86)” 
 - REFERENTE: “assuntos e as circunstâncias que envolvem a mensagem(p.86)” 
- CÓDIGO: “permite que o emissor codifique sua ideia abstrata e o emissor a decodifique (p.86)” 
- RUIDO: quando “nem sempre a mensagem é transmitida perfeitamente, podendo ocorrer 
falhas no ato comunicativo” (p.86). 
 
3.3 Comunicação e argumentação 
“O objetivo da comunicação é o entendimento, a partilha de propósitos, a adesão a determinado 
ponto de vista. Entretanto, tal objetivo não se logra facilmente dadas as múltiplas tensões na 
convivência dos opostos, razão da presença do Direito a equilibras diferenças entre os membros 
da sociedade.” (p. 87) 
Segundo Aristóteles, “um discurso persuasivo, ou retórico necessita de três elementos 
essenciais: o orador, [...] que é a pessoa que produz o discurso; o auditório, [...] que é a pessoa 
ou grupo de pessoas às quais se dirige o discurso e sobre as quais o seu poder persuasivo deve 
incidir; e, finalmente, o assunto, que é aquilo que trata o discurso.” (p. 87) 
A força persuasiva se manifesta por meio da argumentação do orador. Pois quando o faz 
corretamente, os argumentos proporcionam reações no auditório, valorando o discurso e 
ofertando conhecimento a cada indivíduo. “Assim, [...] num julgamento criminal, a 
argumentação fortemente emotiva tende a ser mais eficaz perante o Tribunal do Júri do que 
perante ao juiz togado, já que enquanto aquele decide conforme o fofo íntimo, este deve 
representar única e exclusivamente a vontade da lei.” (p. 88) 
Se tratando do julgamento do Tribunal do Júri, “são nesses julgamentos em que a democracia 
se foz mais presente” (p. 88) Pois “nota-se que o julgador imprimirá na decisão os seus próprios 
valores, seus próprios princípios e conceitos do justo. [...] A retórica se torna mais franca e 
essencial. Isso porque os valores não são estipulados e predefinidos.” (p. 88) 
“Os embates jurídicos, [...] decidirão sobre determinado assunto conforme as teses que se 
colocam a seu assentimento, são dos mais férteis campos de discursos retóricos, já que é 
justamente o convencimento dos julgadores que irá motivar o sentido de suas decisões.” (p. 88-
89) Sendo “indispensável em primeiro lugar haver o que se chama de ‘acordo prévio’, isto é, [...] 
um postulado comum, uma plataforma comum que une orador/falante e auditório” (p. 89) 
A adesão do acordo prévio depende de algumas condições: “(1) Legitimidade: quem argumenta 
deve estar revestido de autoridade ou responsabilidade, predicado mais relacionado ao lógos. 
(2) Credibilidade: o orador/falante deve ser levado a sério, o que está mais relacionado com o 
éthos. (3) Persuasão: o auditório deve aderir à proposta que lhe é endereçada.” (p. 89) 
Há ainda, três fontes de persuasão propostas por Aristóteles: “o lógos (discurso), o éthos 
(caráter) e o páthos (paixão). Estabelece, ademais, os componentes básicos do orador/falante: 
a phrónesis (o parecer ponderado), a areté (o parecer sincero) e a eúnoia (a imagem agradável). 
A este conjunto de atributos dá-se o nome e éthos.” (p. 89) 
Em Arte Retórica, Aristóteles separou o discurso retórico em quatro parte, e os romanos 
acrescentaram mais uma. As quais, quando reunidas em um discurso retórico formam um todo 
harmônico e sistematizado, que molduram o discurso com a finalidade de persuadir o auditório, 
são elas: (1) Inventio: “diz respeito ao material de onde se tiram os argumentos” (p. 89); (2) 
Dispositio: “corresponde ao procedimento de organização do discurso” (p. 89); (3) Elocutio: 
“consiste na escolha do estilo que será utilizado no discurso, ou seja, é o momento em que se 
procede à adequação entre o conteúdo e a forma, ou, ainda, entre o plano conceitual e o 
linguístico” (p. 90); (4) Actio: “se refere aos atos relacionados à execução propriamente dirá do 
discurso, à sua concretização, incluindo elementos como timbre de voz, entonação, ritmo, 
pausas e gestualidade” (p. 90); (5) Memoria: “consiste essa parte na tenção mental do discurso 
oral” (p. 90). 
Nas obras De inventione e De oratore, de autoria do romano Cícero, ressaltou o conteúdo que o 
discurso deve transmitir: “O decore diz respeito à instrução, ao conteúdo que o discurso deve 
transmitir. O delectare se refere ao deleitamento proporcionado pelo discurso [...]. Por fim, o 
movere concerne à comoção que o discurso promove.” (p. 90-91) 
 
3.4 Argumentação objetiva e subjetiva 
3.4.1 Argumentação objetiva: “Não se confunde com a Lógica Formal.” (p. 91) 
“O raciocínio da Lógica Formal é aplicado às equações matemáticas, uma vez que o raciocínio 
empregado sobre os números são abstratos e não se relacionam ao conteúdo[...]. A 
argumentação objetiva também está focada no raciocínio lógico (lógos) [...], entretanto [...], a 
lógica aplicada é a material.” (p. 91-92) 
 “A Lógica Material não basta a validade abstrata do raciocínio, é necessário, também, adentrar 
na concretude dos fatos, pata averiguar se as premissas apresentadas são efetivamente 
verdadeiras no mundo material.” (p. 92) 
3.9.2 Argumentação subjetiva: Se forma a partir do étho e do páthos. 
No primeiro, “a imagem de si que o orador (locutor) projeta no auditório para persuadi-lo a 
aceitar sua proposta ao lhe passar o ato comunicativo. [...] O orador/falante tenta passar ao 
auditório uma imagem de credibilidade, [...] da qual fazem parte a voz, o gesto, indumentária, 
por exemplo.” (p.93) Geralmente essa postura pode ser tomada por aqueles que defendem os 
casos jurídicos, aparentando aspecto de presença, aparência e atitude sobre a plateia. 
Enquanto o segundo, tem “o objetivo de despertar-lhe as paixões e, dessarte, comovê-lo e 
persuadi-lo. Assim, procede, por exemplo, tanto o promotor, quanto o advogado de defesa no 
júri criminal.” (p.93) 
 
3.5 Comunicação conflitual 
 “No universo da comunicação nem tudo são flores.” (p.96) 
“O discurso conflitual alinha-se ao discurso polêmica, ao passo que o discurso não conflitual faz 
parte do discurso didático.” (p.96) 
“A comunicação conflitual costuma ser agressiva e desqualificada tanto do conteúdo quanto da 
pessoa do orador/falante.” (p.96)

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