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CADEIAS PRODUTIVAS DE SUÍNOS E DE AVES

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Prévia do material em texto

CADEIAS 
PRODUTIVAS DE 
SUÍNOS E DE AVES
Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
Revisora técnica: Dra. Graciela Lucca Braccini
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Qualidade Editorial e Textual
Daniel F. Hey, Hellyery Agda
Design Educacional
Nádila de Almeida Toledo 
Camila Zaguini Silva
Fernando Henrique Mendes 
Rossana Costa Giani 
Projeto Gráfico
Jaime de M. Junior; José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Humberto Garcia da Silva
Revisão Textual
Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, Maria 
Fernanda Canova Vasconcelos, Nayara 
Valenciano, Rhaysa Ricci Correa e Susana Inácio
Ilustração
Robson Yuiti Saito; Thayla Daiany G. Cripaldi
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; SANTOS, José Maurício Gonçalves dos; RODRIGUES, 
Fábio da Silva.
 
 Cadeias produtivas de suínos e de aves. José Maurício 
Gonçalves dos Santos, Fábio da Silva Rodrigues. 
 Reimpressão
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 223 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Agronegócio 2. Cadeias produtivas. 3.Suínos. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-8084-318-7
CDD - 22 ed. 338.1
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
José Maurício Gonçalves dos Santos, sou professor universitário, graduado 
em Medicina Veterinária pela UEL, Universidade Estadual de Londrina, 
com mestrado em Fisiopatologia da Reprodução de Suínos pela UFRGS, 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com doutorado na área de 
Produção de Suínos pela UEM.
A
U
TO
RE
S
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
Fábio da Silva Rodrigues, sou professor universitário, formado em 
administração pela UEM, Universidade Estadual de Maringá, com 
especialização em Economia e Gestão do Agronegócio, também pela UEM, 
e com Mestrado em Agronegócios pela UFMS, Universidade Federal do Mato 
Grosso do Sul.
Professora Graciela Lucca Braccini
Graciela Lucca Braccini, sou professora universitária, graduada em Medicina 
Veterinária pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC-
RS, com mestrado, doutorado e pós-doutorado na área de Produção Animal 
pela UEM - Universidade Estadual de Maringá/PR.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Saudações, prezado(a) aluno(a)!
É uma grande satisfação participarmos deste processo do conhecimento.
Seja bem-vindo(a) ao estudo das Cadeias Produtivas de Suínos e de Aves!
Se você se interessar por saber mais sobre os temas de nossas pesquisas e produção 
técnica e acadêmica, pode acessar os links de nossos currículos lattes/CNPq:
Prof. Me. Fábio da Silva Rodrigues
<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=P6551465>.
Prof. Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&i-
d=K4773474E9>.
Somos organizadores e responsáveis pelo desenvolvimento deste livro, em que procu-
raremos abordar os principais temas pertinentes às cadeias produtivas envolvidas. Es-
peramos que possa, de alguma forma, contribuir com a sua formação nesse processo de 
aprendizado, que na verdade é uma troca de experiências e conhecimentosa respeito 
dos assuntos próprios do agronegócio, em especial, das cadeias produtivas de frangos 
de corte, de galinhas de postura e de suínos.
Nesta etapa dos nossos estudos, abordaremos duas cadeias de produção animal muito 
importantes ao agronegócio brasileiro e, consequentemente, para a economia nacional: 
a cadeia produtiva da avicultura, abordando os segmentos de carne e ovos e a cadeia 
produtiva da suinocultura.
Já adianto que dentre as cadeias produtivas do agronegócio nacional essas são duas das 
mais organizadas que temos no que se refere às estruturas de governança/mecanismos 
de coordenação, já que o uso dos contratos é muito frequente, principalmente os con-
tratos de integração vertical ou como alguns classificam, contratos de “quase integração 
vertical”, muito praticados nessas cadeias produtivas.
O nosso objetivo é entender a dinâmica que envolve as respectivas cadeias produtivas 
do agronegócio, em todos os seus estágios, desde o panorama, passando pelo conhe-
cimento do mercado no contexto mundial e nacional, além de entender pressupostos 
básicos em relação aos conceitos de cadeia produtiva, tais como boas práticas agrope-
cuárias, bem como entendendo aspectos técnicos e de gestão, com foco na administra-
ção da organização rural, enquanto business. 
Quanto ao livro, em sua concepção, buscamos organizá-lo de maneira especial e sob 
medida para suas necessidades, ou seja, especialmente para você, com a finalidade ex-
clusiva de introduzi-los no conhecimento das cadeias produtivas de frangos de corte, 
de galinhas de postura e de suínos. Para tanto, é fundamental que ele seja aproveitado 
da melhor forma possível, visando a melhor retenção do conteúdo ensinado, pois não 
APRESENTAÇÃO
CADEIAS PRODUTIVAS DE SUÍNOS E DE AVES
APRESENTAÇÃO
8 - 9
basta apenas que façamos leituras superficiais dos textos, e sim, façamos a retenção 
do conhecimento.
E como reter conhecimento? Geralmente, somos bombardeados com um excesso 
de informações, principalmente oriundas da internet; ou ainda, recebemos na fa-
culdade uma série de dados e/ou informações que não conseguimos armazenar e 
apenas guardamos temporariamente em nossa memória para que tenhamos bom 
desempenho na prova. Chega disso!
O que você precisa fazer é desenvolver a capacidade de assimilar conhecimento, 
e conhecimento é um processo de conversão primeiramente de dados, que são 
brutos, em informações e, por sua vez, de informações, que são organizadas, em 
conhecimento, que é aquilo que efetivamente nós levamos daquilo que estudamos.
Desta forma, a função desta apresentação é mostrar algumas contribuições para 
que você possa assimilar da melhor forma possível o conteúdo do livro.
Para tanto, apresentamos na organização do mesmo a divisão das unidades e faze-
mos recomendações de textos, artigos, livros, vídeos e links interessantes que po-
dem facilitar ainda mais essa retenção do conhecimento.
Para destacar, no livro sempre são colocadas questões que visam estimular a sua re-
flexão, aluno(a), para que possa compreender, ter visão crítica e analítica e “pensar“ 
o tema estudado, sob o título de “Reflita”. Sempre que possível, faça essa experiên-
cia!
Alguns tópicos ao longo do material também apresentam links interessantes para 
que você possa acessar e saber mais sobre determinado assunto, sendo desde víde-
os até artigos e outros materiais adicionais sobre o tema estudado.
Em linhas gerais, vamos estudar, conhecer e compreender as principais característi-
cas das cadeias produtivas de frangos de corte, de galinhas de postura e de suínos. 
Em um primeiro momento, estudaremos a cadeia produtiva da carne de frango em 
todos os seus elos, bem como os métodos de produção, o panorama do setor em 
nível mundial e no cenário nacional, os arranjos contratuais ao longo da cadeia pro-
dutiva, bem como demais questões pertinentes ao tema.
Na sequência, abordaremos de forma especial sobre a cadeia produtiva dos ovos, 
tão importante e tão esquecida quando falamos da avicultura nacional. Veremos 
sobre os elementos que compõe a cadeia produtiva, o mercado dos ovos em nível 
nacional e mundial, o consumo de ovos, as restrições e barreiras ao consumo, bem 
como as novidades em P&D do setor.
Por consequente, no último momento do livro abordaremos estudos sobre a cadeia 
produtiva dos suínos ou a suinocultura, focando aspectos como produção, consu-
mo, principais países produtores e a participação do Brasil no cenário mundial, bem 
como os desafios e oportunidades do setor, dentre outros aspectos pertinentes.
Saliento que mesmo estudando alguns aspectos técnicos essenciais ao conheci-
ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M. F. (Coord.). 
Economia e Gestão dos Negócios 
Agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 
2000.
APRESENTAÇÃO
8 - 9
mento e aprendizado sobre essas cadeias produtivas do agronegócio, que servem 
de base para o entendimento do tema, o foco principal deste estudo será a gestão 
aplicada à cadeia produtiva da carne de frango e do suíno.
Lembrem-se: para nós, gestores do agronegócio, o que interessa é a gestão das 
cadeias produtivas! Além de saber produzir carne com qualidade, o importante é 
saber fazer a gestão da cadeia produtiva e, por sua vez, dos negócios envolvidos 
de montante e jusante na cadeia produtiva. Quanto à produção no agronegócio o 
Brasil é imbatível, quando nos limitamos ao ambiente “dentro da porteira”, quando 
chegamos ao ambiente “fora da porteira” é que os principais desafi os surgem.
Como creio que você seja, também somos apaixonados pelos temas do agronegó-
cio. Além de gostar é importante que nos aprofundemos sobre os temas próprios 
do agronegócio. Saber mais sobre cada cadeia produtiva é a nossa obrigação en-
quanto profi ssionais e/ou estudantes de alguma forma vinculados ao mundo do 
agribusiness.
Na Unidade I do curso, iniciamos com a introdução de alguns conceitos fundamen-
tais do agronegócio, tais como sobre a origem do termo agronegócio, a necessi-
dade da visão sistêmica, o conceito de sistema de commodities e cadeia produtiva. 
O conhecimento sobre o que é uma cadeia produtiva, atentando para os seus as-
pectos teóricos, bem como seus aspectos práticos é imprescindível para podermos 
então entender como funcionam as cadeias de produção que estudaremos.
Sobre a introdução ao agronegócio e para conhecer seus fundamentos, as questões 
afetam as cadeias produtivas e o sistema de commodities, bem como aplicações 
gerenciais pertinentes ao agronegócio, as maiores referências são os estudos dos 
professores Décio Zylberstajn e Marcos Fava Neves, do grupo PENSA/USP e do pro-
fessor Mario Otávio Batalha, do grupo GEPAI-UFSCAR.
Este vídeo da ABEF (atual UBAFEF) apresenta importantes informações a respeito da Indústria 
Avícola Brasileira:
<http://www.youtube.com/watch?v=U5mEW71Z3Ec>.
BATALHA, M. O. Gestão Agroindustrial. 
GEPAI – Grupo de Estudos e Pesquisas 
Agroindustriais. Coordenador Mário 
Otávio Batalha, 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2001.
APRESENTAÇÃO
10 - 11
Na continuidade desta primeira unidade, abordaremos a caracterização da cadeia 
produtiva de carne de frango do Brasil. Nesta etapa do curso vamos estudar, conhe-
cer e compreender as principais características da Cadeia Produtiva de Aves. Procu-
raremos, neste material, abordar alguns aspectos técnicos e princípios fundamen-
tais no estudo das cadeias produtivas do agronegócio, sendo o foco principal deste 
estudo a gestão aplicada à cadeia produtiva de aves.
De antemão, destacamos que sabemos que as questões técnicas ligadas ao agrone-
gócio são importantes, já que sem o avanço técnico que tivemos nada disso seria 
possível, tais como os avanços em genética animal e de sementes, o desenvolvi-
mento de defensivos agrícolas, fertilizantes, irrigação, maquinários, dentre outras 
técnicas mais avançadas que temos, mas destacamos que a excelência em gestão é 
fundamental.A gestão do agronegócio é o que deve prender sua atenção e seu esforço de estu-
do, já que é para isso que o mercado precisa de você! No Brasil, houve um grande 
desenvolvimento nas questões técnicas, mas ainda temos muito a desenvolver nas 
práticas de gestão do agronegócio. 
Observe que estamos falando em linhas gerais do agronegócio, que ainda possui 
cadeias produtivas muito desorganizadas, com algumas exceções. Entendam que a 
cadeia produtiva de Aves, com destaque especial para a cadeia produtiva da carne 
de frango tem se demonstrado nas duas últimas décadas, sobretudo, como a cadeia 
produtiva mais organizada dentre todas as cadeias produtivas do agronegócio na-
cional! 
APRESENTAÇÃO
10 - 11
Parece ser ousado cravar que esta é a cadeia produtiva mais organizada do agro-
negócio nacional. No entanto, com base nos estudos sobre agronegócio e nos co-
nhecimentos acumulados sobre a matéria, podemos afirmar que, dentre as cadeias 
produtivas mais importantes do agronegócio brasileiro, a que mais apresenta traços 
de boa gestão é a cadeia produtiva da carne de frango. É isso que veremos nos nos-
sos estudos deste material. 
E mais: note que a cadeia produtiva da carne de frango tem apresentado boa orga-
nização nos últimos anos, principalmente com a participação das grandes empresas 
do setor, que exercem o papel de coordenadoras das cadeias produtivas. Você terá a 
oportunidade de conhecer mais sobre o fenômeno dos contratos, que revolucionou 
a avicultura de corte do Brasil. 
Esses contratos, que ocorrem entre os abatedouros/indústrias de processamento 
de carne de frango e os produtores rurais, tornaram a cadeia mais produtiva, mais 
eficiente, mais eficaz e efetiva, mais dinâmica, na medida em que a produção e a 
produtividade aumentaram, os custos de produção e transação foram reduzidos, a 
qualidade do produto aumentou, propiciando um preço final menor ao consumi-
dor, o que fez com que a carne de frango tivesse o maior crescimento na preferência 
do consumidor nas duas últimas décadas.
Sabemos que a Cadeia Produtiva da Avicultura tem importância singular para o 
agronegócio nacional e para a economia como um todo. Isto por ser o Brasil o maior 
exportador mundial de carne de frango, vendendo sua produção para mais de 150 
países em todo o globo, gerando significativo superávit à economia nacional. 
Ainda no campo da economia, o que podemos perceber é que a geração de empre-
gos diretos e indiretos, ligados a montante e/ou a jusante, ou seja, antes e depois da 
produção industrial, a Cadeia Produtiva da Avicultura é significativa; no campo, so-
bretudo, pequenos e médios produtores rurais perceberam a oportunidade gerada 
pelas empresas motrizes, e aderiram ao processo de “integração vertical” oferecido 
pelas mesmas, construindo seus aviários para a criação de frangos de corte.
Trataremos com maior profundidade sobre estes contratos, mas destacaremos que 
nesta modalidade de negócio a unidade produtiva, a fábrica, o abatedouro, ou seja, 
a empresa motriz, ou ainda a integradora, que é a grande coordenadora da cadeia 
produtiva, se responsabiliza pela entrega dos pintainhos, ou “pintinhos” como se diz 
popularmente, chamados de pintainhos de 1 dia ao produtor rural, e ainda oferece 
transporte, assistência técnica e alimentação, por meio do fornecimento da ração, 
bem como todo o suporte necessário à produção, e o produtor rural, também cha-
mado de integrado, se responsabiliza pela criação do lote de pintainhos até que se 
tornem frangos prontos para o corte, isso levando cerca de 42 dias em média.
A proteína animal oferecida pela carne de frango tem grande aceitação pelo con-
sumidor, estando sempre associada a um alimento de qualidade superior e preço 
baixo. Quem não se lembra do “Frango a um real” nos primórdios do Plano Real? Até 
o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, constantemente se re-
Para aqueles que têm interesse em conhecer mais detalhes técnicos sobre a implantação de 
uma granja de frangos de corte, segue a obra indicada. O autor, que é engenheiro agrônomo e 
pesquisador científi co na área de avicultura, aborda prática e objetivamente todos os aspectos 
da criação desde a implantação da granja até o abate, apresentando com detalhes a produção 
de frangos de corte em uma visualização global: I) o porquê da exploração avícola; II) localização 
e implantação da granja; III) sistemas de criação/ IV) instalações e construções/ V) equipamentos 
e implementos; VI) linhagens; VII) alimentação e arraçoamento; VIII) aspectos de sanidade; IX) 
controle da criação; X) doenças e problemas; XI) produto acabado.
Produção de Frangos de corte
Editores: Ariel Antonio Mendes
 Irenilza de Alencar Nääs
 Marcos Macari
Autores: Diversos
Edição: 1ª/2004
Número de páginas: 356
Uma sugestão de aprofundamento sobre temas pertinentes à 
cadeia produtiva de carne de frango é acessar os links abaixo e 
saber mais sobre o tema:
Agregação de valor na avicultura: A produção de frango 
caipira 
<http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.
aspx?uf=1&contentID=148653&channel=99>.
Produção de pintinhos de um dia
<http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.
aspx?uf=1&contentID=110950&channel=99>.
APRESENTAÇÃO
12 - 13
feria ao frango como um dos responsáveis pelo sucesso do Plano Econômico, o que 
permitiu que o brasileiro pudesse comer carne, o que era um artigo de luxo nestes 
tempos para muitos brasileiros. 
Esse avanço em qualidade e produtividade verifi cado na cadeia produtiva de Aves, 
principalmente identifi cado no Brasil, pode ser explicado preliminarmente pelo 
avanço em pesquisa e genética, pela gestão baseada em produtividade e baixo 
custo e, por fi m, pela questão da excelente sanidade animal. Podemos afi rmar que 
esses sejam os pilares do sucesso da produção animal, associado, ainda, a melhor 
organização da cadeia produtiva da Avicultura, quando comparada com outras ca-
deias produtivas do agronegócio.
Abordaremos esses e outros temas referentes à Cadeia Produtiva da Avicultura no de-
correr de nossos estudos, destacando o enfoque da gestão dessa cadeia produtiva.
APRESENTAÇÃO
12 - 13
Na unidade II, abordaremos as questões pertinentes às Boas Práticas de Produção 
(BPP) de Frangos de Corte. Nesta segunda unidade, busquei apresentar a você algo 
atual e fundamental sobre as cadeias de produção animal, e que é pauta essencial 
nas discussões sobre sustentabilidade, produção equilibrada, convivência harmo-
niosa entre princípios econômicos, sociais e ambientais.
As BPP são regras a serem seguidas, visando o equilíbrio entre ganhos econômico-
financeiros e os benefícios sociais e ambientais, garantindo alimentos em quanti-
dade e qualidade para assegurar confiança àqueles que ingerirem o produto, bem 
como garantindo bem-estar animal, eliminando situações de maus-tratos.
As BPP são ponto fundamental de negociações internacionais, sobretudo, quando 
lidamos com mercados mais exigentes tais como Europa e Japão, por exemplo. Dei-
xaram de ser intituladas como assunto de “eco-chato” para ser encarada como exi-
gência de mercado para esses destinos citados, que demandam esses fatores.
Os consumidores contemporâneos exigem alimentos em qualidade para serem 
consumidos, ou seja, que saibam a origem do produto, a procedência, e que isso 
seja atestado ou garantido por alguma instituição dotada de credibilidade para tal. 
Por isso, tanto se fala em certificação, rastreabilidade, identificação de origem, selos, 
certificados etc.
Neste sentido, a rastreabilidade na produção de frangos de corte é outro fator que 
vem contribuir para o bom desempenho e imagem positiva da cadeia produtiva, já 
que desta forma, a possibilidade de rastreamento, identificação e garantia da proce-
dência do produto podem ser sentidas.
A gestão eficiente dos recursos ambientais também deveestar equilibrada ou atre-
lada à boa gestão de pessoas; pessoas motivadas, satisfeitas e lideradas adequada-
mente podem produzir mais. O planejamento das ações e do uso dos recursos fi-
nanceiros também deve ser analisado e estudado de forma a surtir efeitos positivos, 
resultado do equilíbrio necessário.
Além dos cuidados com o planejamento do uso dos recursos naturais, veremos a 
importância destinada ao bem-estar animal, que visa garantir ao animal condições 
adequadas de manejo, desde os primeiros dias de criação até o momento do abate, 
zelando por sua integridade física e evitando situações de stress animal.
Uma das principais vantagens ou benefícios de um protocolo de boas práticas de 
produção para a cadeia produtiva da carne de frango é que é possível sistematizar 
várias práticas bem-sucedidas em um mesmo documento e normatizá-las.
De diferenciais ou itens complementares, estas questões ligadas as BPP na avicul-
tura de corte, tais como respeito ao meio ambiente, às pessoas, à sociedade e ao 
animal, passaram a ser encaradas e tratadas no ambiente de negócios da cadeia 
produtiva da carne de frango, sobretudo, em mercados internacionais de grande 
exigência, como itens obrigatórios ou critérios qualificadores para competição no 
mercado.
Assista ao vídeo sobre a produção de frango, apresentando alguns aspectos técnicos da 
avicultura.
<http://www.youtube.com/watch?v=lmEESoIWuME&feature=related>.
O Mundo do Frango – Cadeia Produtiva da Carne de 
Frango
Olivo, Rubison (organizador) 
Editora: VARELA
Ano: 2006
Sinopse: O livro retrata a realidade da avicultura brasileira, 
mostrando a experiência prática da indústria, bem como o 
importante conhecimento científi co e os resultados das pesquisas 
acadêmicas.
APRESENTAÇÃO
14 - 15
A grande vantagem do Brasil, neste aspecto, é que por sua versatilidade e capacida-
de de adaptação, a cadeia produtiva da carne de frango nacional se ajusta às neces-
sidades de mercado com maior velocidade e rapidez que as concorrentes em nível 
mundial. Se assim permanecer, o Brasil conseguirá se manter na liderança mundial 
do setor!
Uma importante fonte de informações a respeito da cadeia produtiva de frango do 
Brasil é a publicação de Rubison Olivo, organizador de “O Mundo do Frango”, um 
importante material a respeito do tema. O livro apresenta em 56 capítulos e 688 
páginas as etapas da cadeia produtiva da carne de frango. O autor, doutor em Ciên-
cia dos Alimentos, conta com a participação de 58 colaboradores nesta obra, todos 
profi ssionais da indústria e da academia.
Na unidade III estudaremos sobre o mercado da carne de frango do Brasil, tendo 
como foco de análise o contexto nacional e a participação no cenário internacional. 
Veremos um pouco mais sobre o mercado da carne de frango em nível mundial, e 
em foco, a participação do Brasil neste ambiente competitivo.
Você verá, dentre outras coisas, sobre o dinamismo da cadeia de frango do Brasil. 
Como era em 1970? E como estamos hoje? Será que nós evoluímos ou paramos no 
tempo? Desde 1970 evoluímos e nos desenvolvemos, e nos tornamos referência em 
produtividade, efi ciência, P&D – Pesquisa e desenvolvimento, organização do setor, 
Saiba mais sobre o abate de frangos Halal no link abaixo:
<http://www.youtube.com/watch?v=tw2zF1I99d0&feature=related>.
APRESENTAÇÃO
14 - 15
sanidade animal e o principal, capacidade de adaptação e flexibilidade às diferentes 
exigências dos mais diversos consumidores ao redor do mundo.
Um destes exemplos de capacidade de adaptação a diferentes mercados que obser-
vamos é o atendimento às normas dos costumes dos mercados religiosos, tais como 
o mercado Kosher, próprio do judaísmo, e o ritual Halal, que é o abate conforme os 
preceitos do alcorão.
Como sabemos, o Brasil é líder em diversos setores do agronegócio e em diferentes 
cadeias produtivas! Será que no caso da carne de frango nossa atuação internacio-
nal também é merecedora de destaque? Como estamos posicionados no ambiente 
competitivo mundial?
E os nossos compradores ao redor do mundo, o que demandam do Brasil em termos 
de carne de frango? Será que o Brasil exporta o mesmo tipo de produto para todos 
os lugares do mundo ou cada mercado possui particularidades?
Somos os maiores exportadores e vendemos diferentes produtos oriundos do fran-
go, para diferentes mercados ao redor do planeta, que têm diferentes demandas. 
Essa capacidade de flexibilidade e adaptação às diferentes demandas é uma das 
principais características e, por consequência, vantagens competitivas da cadeia 
produtiva e exportadora de carne de frango do Brasil, quando comparado com seus 
principais concorrentes mundiais.
E quanto à organização, será que a cadeia produtiva da carne de frango do Brasil é 
organizada? Será que os mecanismos de coordenação funcionam bem? E os contra-
tos e os arranjos de integração vertical atendem às necessidades dos elos da cadeia? 
Os contratos de integração vertical ou “quase vertical” como alguns discutem, pro-
porcionaram avanços definitivos, dando contornos de grande país da exportação 
da carne de frango no mundo. Essa coordenação exercida pelas empresas motrizes, 
por meios dos contratos, propiciou ganhos em produtividade e eficiência nunca an-
tes imaginados.
Claro, que existem conflitos a serem superados, sobretudo, daqueles que se tornam 
dependentes e sofrem prejuízos pela integração a essas empresas motrizes. O que 
sabemos é que alguns desafios ainda existem para serem superados, para que o 
Brasil se mantenha na posição que conquistou no mercado mundial da carne de 
frango.
O site abaixo indicado apresenta o esforço que está sendo realizado por membros 
APRESENTAÇÃO
16 - 17
integrantes da cadeia produtiva da carne de frango do Brasil, que desenvolvem o 
programa Brazilian Chicken, no sentido de valorização da marca da carne de frango 
brasileira no exterior: <http://www.brazilianchicken.com.br/>.
O site do programa Brazilian Chicken dá acesso a publicações importantes sobre a 
avicultura brasileira, mais especificamente sobre a cadeia agroexportadora da carne 
de frango do Brasil. A revista BRChicken é importante e atual fonte de informações 
sobre o setor e sobre o comércio exterior do frango brasileiro. 
Na unidade IV abordaremos a Cadeia Produtiva de ovos. O ovo de galinha é um 
item importante da alimentação humana, às vezes “mal interpretado” ou “mal com-
preendido”, com denotações pejorativas de alimentação não saudável ou relaciona-
da a consumo de populações de baixa renda.
A produção de ovos tem grande importância econômica e social para o agronegó-
cio nacional. Assim, deve ser entendido e estudado com dedicação e afinco.
O Brasil é um grande produtor de ovos? Quais serão os principais estados produ-
tores do Brasil? Será que precisamos vencer alguns desafios para maior sucesso da 
cadeia produtiva? Será que o planejamento é bem realizado na cadeia produtiva de 
ovos do Brasil?
No Brasil, a região sudeste é a principal produtora, com destaque ao estado de São 
Paulo. O foco principal é o abastecimento do mercado interno, já que avanços na 
qualidade são necessários para penetração e manutenção em mercados internacio-
nais, notadamente mais exigentes quanto a estes aspectos.
E quanto às boas práticas de produção de ovos? Você terá a oportunidade de conhe-
cer como funciona um método de planejamento de produção de ovos, com base 
em um protocolo de Boas Práticas de Produção/Fabricação de ovos, o que pode 
propiciar o conhecimento sobre os itens básicos e necessários ao completo desen-
volvimento da cadeia produtiva dos ovos, visando à produção de ovos de qualida-
de, com atenção as normas internacionais de qualidade. 
E o brasileiro é considerado um grande consumidor de ovos? Será que nosso índice 
de consumo está abaixo ou acima dos padrões mínimos recomendados pelos ór-
gãos competentes em nível mundial?Temos que o ovo de galinha é um item impor-
tante na alimentação humana, no entanto, pouco consumido no mercado nacional. 
Enquanto no México o consumo médio por ano chega a 355 ovos por pessoa, no 
Brasil essa quantidade não passa de 150 ovos por ano per capita.
Um importante passo dado no sentido de popularizar, massificar e desmistificar o 
consumo de ovos no Brasil foi dado pelo Instituto Ovos Brasil, que com publicações 
periódicas e ações pontuais tem buscado a defesa dos interesses dos agentes liga-
dos à cadeia produtiva de ovos do Brasil.
No livro apresentaremos alguns importantes links de acesso a informações a res-
peito da avicultura de postura do Brasil, bem como informações em nível mundial. 
Galinha – Produção de Ovos
 Tadeu Cota
Editora: Aprenda Fácil
Ano: 2002
Edição: 1ª
ISBN: 85-88216-18-3
Páginas: 260
APRESENTAÇÃO
16 - 17
Acesse os sites abaixo e conheça mais sobre o assunto:
<http://www.ovosbrasil.com.br>.
<http://www.anapo.pt/_pages/_infos/comerc.asp>.
No site do IEA – Instituto de Economia Agrícola é disponibilizado um importante 
estudo sobre a cadeia produtiva de ovos do Estado de São Paulo. Acesse e tenha 
mais informações sobre o assunto: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?-
codTexto=303>.
Para aqueles alunos interessados em se aprofundar sobre aspectos técnicos da avi-
cultura de postura, uma interessante dica é o livro abaixo 
recomendado:
Na Unidade V, vamos estudar, compreender e conhecer as características funda-
mentais da cadeia produtiva de suínos. Estudaremos o contexto da cadeia produ-
tiva, conhecendo o panorama mundial e como o Brasil se posiciona nesse cenário. 
Conheceremos alguns aspectos técnicos e práticos essenciais, porém o foco dos 
nossos estudos será a gestão aplicada à cadeia produtiva dos suínos. A importância 
de conceitos de gestão aplicados à suinocultura é fator essencial para o crescimento 
e consolidação da produção suína no Brasil.
Estudaremos e aprofundaremos o conhecimento acerca da cadeia produtiva de su-
ínos e já começamos com uma questão: você, por acaso, sabe qual a carne mais 
consumida no mundo? 
Acertou quem disse a carne suína. A proteína animal mais consumida no mundo 
é a carne suína, mas ainda existe muito a se desenvolver neste mercado. Estima-se 
que quase metade de toda a carne consumida no mundo, cerca de 45%, seja carne 
suína.
Muitos se admiram com esta notícia, pois custam a acreditar que a carne suína, pe-
jorativamente ou culturalmente chamada de carne de porco, seja a líder mundial 
no segmento de carnes. Por falar nisso, nós veremos nesta unidade de estudo que a 
antiga carne de porco deu lugar a atual carne suína.
APRESENTAÇÃO
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Alguns falam de porco light ou ainda dizem que o porco emagreceu. O fato é que a 
carne suína, graças aos investimentos em P&D, saiu do patamar de carne pouco sau-
dável, gordurosa, suja, interditada, para uma carne saborosa, mais saudável, a qual 
a camada de gordura diminui ao longo dos anos, os cortes traseiros evoluíram em 
proporção aos dianteiros, o que resulta em mais carnes nobres e novos cortes sur-
giram, bem como produtos elaborados começaram a ser criados e desenvolvidos.
O papel das empresas motrizes ou coordenadoras é decisivo neste processo, já que 
com a organização exercida, sobretudo, por essas empresas, a cadeia produtiva da 
carne suína passou a ser mais estruturada, com relacionamentos mais harmoniosos 
entre os agentes envolvidos de montante a jusante na cadeia produtiva, graças em 
grande parte aos contratos de integração, nos moldes da avicultura, porém com 
peculiaridades.
E como anda o consumo da carne suína no Brasil? Será que somos grandes con-
sumidores de carne suína? Existem preconceitos a respeito do consumo de carne 
suína no Brasil? Que fatores influenciam neste consumo? E as barreiras culturais, 
religiosas, de tradição, impactam no consumo de carne suína? Como fazer para que-
brá-las, caso existam?
Embora seja pouco consumida no Brasil, algo ao redor de 14/15 kg per capita ano, 
quando comparada com outras proteínas animais, como a carne bovina e a carne 
de frango, a carne suína vem quebrando tabus e ganhando espaço nas prateleiras e 
gôndolas dos supermercados e açougues, rompendo com barreiras culturais e con-
quistando consumidores.
Os preconceitos a respeito do consumo da carne suína têm origem histórica, so-
bretudo, pelos aspectos culturais e religiosos, em que se remete e se associa o seu 
consumo a algo sujo, proibido, interditado, pouco saudável, o que de fato é precei-
to em algumas religiões, mas se incorporou na sociedade como característica que 
transcende o aspecto da fé desse grupo. 
Trabalhos constantes de marketing e divulgação do consumo da carne suína são in-
dispensáveis à quebra dessas barreiras culturais existentes. Sabemos que barreiras 
culturais são difíceis e demoradas para serem derrubadas, mas com esse processo 
gradativo de melhoria da qualidade e organização isso pode ser possível. 
A cadeia produtiva da carne suína tem grande importância econômica e social, 
dado que muitos empregos diretos e indiretos são gerados com esta atividade, bem 
como é importante fonte de renda para a agricultura familiar, sobretudo, aqueles 
produtores integrados às empresas coordenadoras.
Assim, você poderá acompanhar na unidade V que o avanço em qualidade e pro-
dutividade verificado na cadeia produtiva ao longo dos anos, sobretudo, graças ao 
avanço tecnológico na produção e genética, confere know-how e credencia o Brasil 
como protagonista nesse cenário mundial da produção de carne suína; atenção a 
questões como sanidade, rompimento de barreiras culturais e fortalecimento das 
Assista ao vídeo abaixo:
<http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=1&contentID=43939&channel=99>.
Assista ao vídeo abaixo sobre compostagem de dejetos suínos:
<http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.
aspx?uf=1&contentID=157302&channel=99>.
Suínos – 500 perguntas / 500 respostas
Editora: Embrapa
Edição: 2ª rev.
ISBN: 85-7383-040-9
Páginas: 243
Sinopse: O livro: Suínos – 500 Perguntas / 500 Respostas, de 
autoria da Embrapa Suínos e Aves trazem as informações que você 
precisa para incrementar a sua produtividade e a rentabilidade da 
sua criação. Elaborado a partir de questionamentos dos próprios 
produtores, técnicos, estudantes e professores, Suínos – 500 
Perguntas / 500 Respostas é uma publicação prática, voltada para 
solucionar as dúvidas do dia a dia de quem se dedica à produção 
de suínos. São 500 perguntas organizadas por assunto e respondidas 
de forma simples e direta, para que você tenha uma fonte de consulta fácil e segura. Você terá 
resposta para questões relativas ao manejo, nutrição, instalação e equipamentos, tecnologia de 
carnes e economia.
Site:<goo.gl/PIBhrh>.
APRESENTAÇÃO
18 - 19
relações comerciais internacionais que pôde permitir ao Brasil um avanço neste ce-
nário.
A rastreabilidade suína pode ser um desses diferenciais que farão com que a quali-
dade da carne seja garantida em todas as etapas do processo produtivo, garantindo 
qualidade ao produto fi nal e maior confi ança por parte do consumidor. 
Um dos principais obstáculos a serem superados pela cadeia produtiva da carne 
suína tem sido a questão ambiental e os desafi os pertinentes à gestão dos resíduos. 
Desde os biodigestores até a viabilização da compostagem ambientalmente corre-
ta tem sido soluções encontradas para estes problemas.
20 - 21
APRESENTAÇÃO
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Desta forma, prezado(a) aluno(a), esperamos que você tenha sucesso neste desafi o 
em busca do conhecimento, sobretudo, no que se refere a temas tão importantes 
como o agronegócio nacional e em foco as cadeias produtivas da avicultura a sui-
nocultura.
Faça bom uso do seu tempo e bons estudos!
Atenciosamente, 
Prof. Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Prof. Me.Fábio da Silva Rodrigues
Outra referência de estudo que pode ser utilizada para o estudo 
sobre Cadeias Produtivas, em foco a Cadeia Produtiva da 
suinocultura, é a obra organizada por Ivanor Nunes do Prado e 
José Paulo de Souza, ambos professores da UEM – Universidade 
Estadual de Maringá.
Cadeias Produtivas, estudo sobre competitividade e 
coordenação
vanor Nunes do Prado
José Paulo de Souza 
Editora: Eduem
Sinopse: O foco do livro organizado por Prado e Souza 
(2007) tem signifi cativa relevância, por tratar dos aspectos da 
competitividade e coordenação das cadeias produtivas selecionadas, tais como os estudos sobre 
a cadeia produtiva da suinocultura. Vale a pena se aprofundar sobre o tema!
PRADO, I. N., SOUZA, J. P. (org.). Cadeias Produtivas: estudos sobre competitividades e coordena-
ção. Maringá: Eduem, 2007, 173 p.
SUMÁRIO
20 - 2120 - 21
UNIDADE I
CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO 
DO BRASIL
25 Introdução aos Estudos da Cadeia Produtiva da Avicultura 
27 Breve Conceituação Sobre Agronegócio e Cadeia Produtiva 
31 Configuração da Cadeia Produtiva da Carne de Frango 
42 Planejamento do Sistema de Produção de Frango de Corte 
45 Sistemas de Produção na Avicultura: Integrados e Independentes 
57 Considerações Finais 
UNIDADE II
BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
63 Introdução-Boas Práticas de Produção (BPP) de Frangos de Corte 
64 Protocolo de BPP de Frangos de Corte 
76 Sustentabilidade na Produção de Frangos de Corte 
77 O que é Licenciamento Ambiental? 
84 Gerenciamento Ambiental 
95 Considerações Finais 
SUMÁRIO
22 - PB
UNIDADE III
O MERCADO DA CARNE DE FRANGO DO BRASIL: 
CONTEXTO NACIONAL E PARTICIPAÇÃO NO CENÁRIO 
INTERNACIONAL
101 Introdução – Brasil no Mercado Mundial da Carne de Frango 
102 A Cadeia Produtiva da Carne de Frango do Brasil no Cenário Mundial 
144 Considerações Finais 
UNIDADE IV
CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
151 Introdução aos Estudos Sobre a Cadeia Produtiva de Ovos 
152 A Cadeia Produtiva de Ovos 
158 Planejamento da Produção de Ovos 
175 Considerações Finais 
UNIDADE V
A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS
181 Introdução aos Estudos Sobre a Cadeia Produtiva de Suínos 
182 Panorama da Suinocultura Mundial e Nacional 
214 Considerações Finais 
218 Referências 
225 CONCLUSÃO
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Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA 
PRODUTIVA DE CARNE DE 
FRANGO DO BRASIL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer a configuração da cadeia produtiva da carne de frango.
 ■ Estudar os elos que compõem a cadeia produtiva da carne de frango.
 ■ Verificar as formas de planejamento e gestão na cadeia produtiva da 
carne de frango.
 ■ Aprofundar o conhecimento sobre produção integrada e o modelo 
independente de produção. 
 ■ Apresentar a importância dos contratos na avicultura.
 ■ Identificar alternativas viáveis à produção convencional de carne de 
frango.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Caracterização e configuração da cadeia produtiva da carne de 
frango
 ■ Análise dos elos que constituem a cadeia produtiva da carne de 
frango do Brasil
 ■ Planejamento e gestão no sistema de produção de frangos de corte
 ■ O papel dos Contratos na avicultura brasileira
 ■ Sistema de produção na avicultura: a produção integrada e a 
produção independente
 ■ Alternativas de agregação de valor na avicultura de corte: frango 
caipira, colonial e orgânico
24 - 25
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA CADEIA PRODUTIVA 
DA AVICULTURA
Olá, caro(a) aluno(a)! Bem-vindo(a) ao estudo da Cadeia Produtiva da Avicultura.
Está pronto(a) para começar? É com grande satisfação que apresentamos os 
aspectos introdutórios dos estudos sobre a cadeia produtiva da avicultura. Nesta 
etapa do curso vamos estudar, conhecer e compreender as principais caracte-
rísticas da Cadeia Produtiva de Aves, desde a produção de carne, nestes itens 
introdutórios, até a produção de ovos, mais para o final do material. 
Procuraremos, neste material, abordar alguns aspectos técnicos e princípios 
fundamentais no estudo das cadeias produtivas do agronegócio, sendo o foco 
principal deste estudo a gestão aplicada à cadeia produtiva de aves.
De antemão, destacamos que sabemos que as questões técnicas ligadas ao 
agronegócio são importantes, já que sem o avanço técnico que tivemos nada 
disso seria possível, tais como os avanços em genética animal e de sementes, o 
desenvolvimento de defensivos agrícolas, fertilizantes, irrigação, maquinários, 
dentre outras técnicas mais avançadas que temos. Todavia, o foco principal para 
o nosso estudo de agronegócio se refere à gestão.
A gestão do agronegócio é o que deve prender sua atenção e seu esforço de 
estudo, já que é para isso que o mercado precisa de você! No Brasil, houve um 
grande desenvolvimento nas questões técnicas, mas ainda temos muito a desen-
volver nas práticas de gestão do agronegócio. 
Observe que estamos falando, em linhas gerais, do agronegócio, que ainda possui 
cadeias produtivas muito desorganizadas, com algumas exceções. Entendam que a 
cadeia produtiva de Aves, com destaque especial para a cadeia produtiva da carne de 
frango tem se demonstrado nas duas últimas décadas, sobretudo, como a cadeia pro-
dutiva mais organizada dentre todas as cadeias produtivas do agronegócio nacional! 
Nossa! Parece ser ousado cravar que esta é a cadeia produtiva mais organizada 
do agronegócio nacional. No entanto, com base nos estudos sobre agronegócio 
e nos conhecimentos acumulados sobre a matéria, podemos afirmar que, den-
tre as cadeias produtivas mais importantes do agronegócio brasileiro, a que mais 
apresenta traços de boa gestão é a cadeia produtiva da carne de frango. É isso 
que veremos na sequência de nossos estudos. 
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Introdução aos Estudos da Cadeia Produtiva da Avicultura
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E mais: note que a cadeia produtiva da carne de frango tem apresentado boa 
organização nos últimos anos, principalmente com a participação das grandes 
empresas do setor, que exercem o papel de coordenadoras das cadeias produti-
vas. Você terá a oportunidade de conhecer mais sobre o fenômeno dos contratos, 
que revolucionou a avicultura de corte do Brasil. 
Esses contratos, que ocorrem entre os abatedouros/indústrias de proces-
samento de carne de frango e os produtores rurais, tornaram a cadeia mais 
produtiva, mais eficiente, mais eficaz e efetiva, mais dinâmica, na medida em 
que a produção e a produtividade aumentaram, os custos de produção e transa-
ção foram reduzidos, a qualidade do produto aumentou, propiciando um preço 
final menor ao consumidor, o que fez com que a carne de frango tivesse o maior 
crescimento na preferência do consumidor nas duas últimas décadas.
Sabemos que a Cadeia Produtiva da Avicultura tem importância singular 
para o agronegócio nacional e para a economia como um todo. Isto por ser o 
Brasil o maior exportador mundial de carne de frango, vendendo sua produção 
para mais de 158 países em todo o globo, gerando significativo superávit à eco-
nomia nacional. 
Ainda no campo da economia, o que podemos perceber é que a geração de 
empregos diretos e indiretos, ligados a montante ou a jusante, ou seja, antes e 
depois da produção industrial, a Cadeia Produtiva da Avicultura é significativa; 
no campo, sobretudo, pequenos e médiosprodutores rurais perceberam a opor-
tunidade gerada pelas empresas motrizes, e aderiram ao processo de integração 
vertical oferecido pelas mesmas, construindo seus galpões de engorda de frango.
Trataremos mais adiante e com maior especificidade sobre estes contratos, 
mas destacaremos que neste tipo de contratação a unidade produtiva, a fábrica, 
o abatedouro, ou seja, a empresa motriz, ou ainda a integradora, que é a grande 
coordenadora da cadeia produtiva, se responsabiliza pela entrega dos pintainhos, 
ou “pintinhos” como se diz popularmente (chamados de pintainhos a ave de um 
dia enviada ao produtor rural) e ainda oferece transporte, assistência técnica e 
alimentação, por meio do fornecimento da ração, bem como todo o suporte 
necessário à produção, e o produtor rural, também chamado de integrado, se 
responsabilizando pela criação do pintainho até que se torne um frango, isso 
levando cerca de 42 dias em média.
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Breve Conceituação Sobre Agronegócio e Cadeia Produtiva
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A proteína animal oferecida pela carne de frango tem grande aceitação pelo 
consumidor, estando sempre associada a um alimento de qualidade superior e 
preço baixo. Quem não se lembra do “Frango a um real” nos primórdios do Plano 
Real? Até o ex-presidente de República, Fernando Henrique Cardoso, constan-
temente se referia ao frango como um dos responsáveis pelo sucesso do Plano 
Econômico, o que permitiu que o brasileiro pudesse comer carne, o que era um 
artigo de luxo nestes tempos para muitos brasileiros. 
Esse avanço em qualidade e produtividade verificado na cadeia produtiva 
de Aves, principalmente identificado no Brasil, pode ser explicado preliminar-
mente pelo avanço em pesquisa e genética, pela gestão baseada em produtividade 
e baixo custo e, por fim, pela questão da excelente sanidade animal. Podemos 
afirmar que talvez esses sejam os pilares do sucesso da produção animal, asso-
ciado, ainda, à melhor organização da cadeia produtiva da Avicultura, quando 
comparada com outras cadeias produtivas do agronegócio.
Abordaremos esses e outros temas referentes à Cadeia Produtiva da Avicultura 
no decorrer de nossos estudos, destacando o enfoque da gestão dessa cadeia 
produtiva.
Vamos nos aprofundar nesta aventura da busca do conhecimento?
Até mais e bons estudos!
BREVE CONCEITUAÇÃO SOBRE AGRONEGÓCIO E 
CADEIA PRODUTIVA
Para entendermos algo mais específico do 
mundo do agronegócio, como estudar de 
forma mais profunda a cadeia produtiva da 
carne de frango, de outras aves tais como as 
aves exóticas, a cadeia produtiva de ovos ou 
a cadeia produtiva da carne suína é muito 
importante que tenhamos a compreensão do 
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
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que é uma cadeia produtiva, qual sua origem no mundo dos negócios e como se 
aplicar a forma do gestor em agronegócio.
Assim sendo, nós lhe convidamos a conhecer um pouco sobre as origens 
do agronegócio, que abrange os estudos inaugurais sobre o tema em nível mun-
dial, tais como os estudos de David e Goldberg e os estudos da escola industrial 
francesa, bem como em nível nacional, ou seja, quando no Brasil se começou a 
estudar, discutir e usar a terminologia e os conceitos de agronegócio para apli-
car a então agropecuária brasileira.
Sabemos que o agronegócio pode ser compreendido a partir de diferentes 
perspectivas teóricas. Para Zylberstajn (2000), denominações como cadeia produ-
tiva, SAG, supply chain, são indiscriminadamente utilizadas e com superposições 
conceituais. Ponto em comum, no entanto, é a abordagem sistêmica, tendo como 
princípio as ideias seminais de Davis e Goldberg (1957) da escola de administra-
ção de Harvard, consolidando-se com o trabalho de Goldberg (1968), quando 
enfoca o conceito de sistemas agroindustriais. 
Já neste ponto, um destaque se dá à visão sistêmica do agronegócio, em que 
a dimensão até então restrita às cercas da propriedade rural, passa a extrapolar 
estas margens ou limites físicos, ficando o produtor rural envolto em uma série 
de informações, variáveis, impactos que não apenas envolvem mais o microam-
biente de sua propriedade rural, já que passa a ser afetado pelas informações e 
mudanças do ambiente macro.
Sobre a visão sistêmica no agronegócio, Dutra et al. (2008, p. 3) argumen-
tam que:
As cadeias produtivas agroindustriais, como um todo, bem como as 
propriedades rurais, estão inseridas em um ambiente de diversidade 
e de multiplicidade, onde os inter-relacionamentos são cada vez mais 
complexos. Logo, aos atores destas, impõe-se a necessidade de um 
olhar sistêmico, ou seja, perceber no ambiente englobante as variáveis 
necessárias para a minimização do risco inerente aos seus negócios.
Mas retornando à busca pelas raízes históricas do termo agribusiness, sabe-se que 
o mesmo foi traduzido para o português como agronegócio, termo este cunhado 
por Davis e Goldberg no ano de 1957, em Harvard. A concepção desenvolvida 
pelos autores provocou uma nova forma de pensar e compreender a dinâmica 
do contexto rural. O trabalho destaca que os negócios ligados à produção de 
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Breve Conceituação Sobre Agronegócio e Cadeia Produtiva
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alimentos e fibras não deveriam ser analisados apenas sob a perspectiva da pro-
dução rural, exclusivamente, e sim deveriam contemplar as relações entre os 
agentes econômicos nas etapas produtivas. 
Desta forma, a eficiência do sistema não depende apenas da eficiência pro-
dutiva (dentro da porteira), mas também, da forma eficiente de condução das 
operações antes e depois da porteira. Assim, o agronegócio envolve o conjunto de 
operações de produção, armazenamento, distribuição e comercialização de insu-
mos e produtos agrícolas, bem como seus derivados (DAVIS; GOLDBERG, 1957).
Dutra et al. (2008) reforçam a posição defendida preliminarmente por Davis 
e Goldberg em 1957:
Dada a dinamicidade e complexidade característica ao sistema econô-
mico global e, mais especificamente, ao sistema agroindustrial, ressal-
ta-se uma necessidade imposta aos atores dos sistemas produtivos agrí-
colas, qual seja, a de olhar para o seu entorno de forma sistêmica, tanto 
para dentro (dentro do seu micro sistema de produção), quanto para 
fora (macroambiente). Logo, não basta olhar as partes, buscar compre-
endê-las e estudá-las, pois não se chegará ao todo, como também não 
basta mirar para o todo sem ter a compreensão de cada parte (DUTRA 
et al., 2008, p. 4). 
Podemos perceber que a perspectiva sistêmica, que ampliou a visão restrita e 
estreita do termo agriculture, focando também os elos anteriores e posteriores à 
porteira, de forma figurada à produção primária em si, também foi comum aos 
franceses, que mesmo abordando o tema de maneira diferente buscaram intro-
duzir elementos com os quais pretendiam modernizar a visão sobre o que nós 
chamamos de agronegócio atualmente. Então, vamos verificar a contribuição 
dos franceses ao agronegócio? 
Mas antes de continuar a leitura deste texto e saber como os franceses contri-
buíram para a formação do termo e do conjunto de conhecimentos pertinentes 
ao agronegócio, pense e reflita sobre a seguinte questão: afinal, o que é cadeia 
produtiva? 
Pensou? Então, vamos lá. O conceito de cadeia produtiva (filière), original-
mente desenvolvido na escola de economia industrial francesa, tem aplicação no 
estudo da sequência deatividades que transformam uma commodity (ver qua-
dro abaixo) em produto acabado (ZYLBERSTAJN, 2000). Diz respeito a uma 
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
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sequência de operações que conduzem à produção de bens, e todas as etapas que 
a sucedem, como descrito na sequência:
[...] uma sucessão de operações de transformações dissociáveis, capazes 
de serem separadas e ligadas entre si por um encadeamento técnico e 
também um conjunto de relações comerciais e financeiras que estabe-
lecem entre os estados de transformação um fluxo de troca situado de 
montante a jusante, entre fornecedores e clientes (BATALHA; SILVA, 
2001, p. 26). 
Podemos compreender que cadeia produtiva se refere a um conjunto de etapas 
sucessivas, ao longo das quais os insumos sofrem alguma transformação, até a 
constituição de um produto final (bem ou serviço) e sua colocação no mercado. 
Trata-se, portanto, de uma sucessão de operações (ou de estágios técnicos de 
produção e de distribuição) integradas, realizadas por diversas unidades inter-
ligadas como uma corrente, desde a extração e manuseio da matéria-prima até 
a distribuição do produto final.
Tendo sido realizado esta breve definição da origem de agronegócio e sobre 
o conceito de cadeia produtiva, tema trabalhado aprofundadamente em outra 
disciplina, abordamos a seguir a questão específica da cadeia produtiva da carne 
de frango.
O que é commodity/commodities?
É a Mercadoria em estado bruto ou produto básico de importância comer-
cial, como café, cereais, algodão etc., cujo preço é controlado por bolsas in-
ternacionais. São produtos padronizados, não diferenciados cujo processo 
de produção é dominado em todos os países (o que gera uma alta competi-
tividade) e cujo preço não é definido pelo produtor, dada a sua importância 
para o mercado. Geralmente, são negociados em Bolsa de Valores interna-
cionais, e seu valor é definido pelas condições do mercado, daí a impossi-
bilidade de o produtor definir seu preço. É o caso do petróleo, da soja, do 
café etc.
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CONFIGURAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE 
DE FRANGO
Caro(a) aluno(a)! Como havíamos comentado no início desta unidade, a cadeia 
produtiva da carne de frango pode ser considerada um dos melhores exemplos 
de organização produtiva do agronegócio brasileiro, sobretudo, no que se refere 
às estruturas de governança e mecanismos de coordenação existentes na cadeia 
produtiva, promovidos em grande parte pelo papel exercido pelas empresas 
motrizes, exemplificado pelo uso dos contratos destas com os produtores inte-
grados na produção de carne de frango.
Essa organização conquistada pela cadeia produtiva da carne de frango do Brasil, 
sobretudo, nos últimos vinte anos, teve nas empresas motrizes, que são os abate-
douros, as indústrias de carne de frango e produtivo derivados desta, os grandes 
protagonistas. Com o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), a 
produtividade tornou-se maior, em companhia da qualidade do produto, que 
O que são Estruturas de governança?
Buainain et al. (1999, p.4 apud RABELO e SILVEIRA 1999, p. 4) definem Estru-
tura de Governança como: 
um conjunto de formas organizacionais que condicionam o relacionamento 
entre agentes que estão empenhados em uma atividade, determinando os 
incentivos individuais e a alocação dos recursos (quando, aonde, de que for-
ma) disponíveis. As estruturas de governança incluem as formas específicas 
de direito de propriedade dos ativos, as regras básicas – contratuais ou não 
– que regulam as relações entre agentes, a utilização de ativos comuns e 
individuais, a distribuição das rendas, previstas em contratos ou residuais, os 
instrumentos de premiação e punição utilizados pelo grupo e o arcabouço 
legal/institucional da economia que ampara as regras de convivência e os 
contratos estabelecidos entre agentes.
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
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apresentou o maior crescimento na preferência nacional entre as proteínas ani-
mais nos últimos anos.
Note que a cadeia produtiva da carne de frango do Brasil, dado o seu nível 
de especialização das organizações inseridas, desenvolvimento de pesquisas 
e genética animal, elevado controle sanitário e, sobretudo, sua capacidade de 
adaptação às exigências dos diferentes mercados mundiais, se destaca como 
uma das mais desenvolvidas do segmento, quando comparada aos seus princi-
pais concorrentes mundiais, sendo também uma das cadeias produtivas mais 
organizadas do agronegócio brasileiro, quando comparada com outros seg-
mentos do setor.
Reforçando o que havíamos adiantado, a dinamicidade da cadeia produtiva da 
carne de frango do Brasil deve-se, em grande parte, ao excelente processo de 
coordenação estabelecido em grande parte pelas próprias organizações (empre-
sas motrizes) inseridas no segmento. As grandes corporações desenvolveram o 
conceito e a prática do contrato entre indústria processadora e produtor rural, 
O que são Mecanismos de coordenação?
De acordo com Miranda (1997, p.26 apud MEIRA et al. (2006):
Coordenação é o processo através do qual participantes de um 
setor produtivo organizam as atividades de sua cadeia, tais como, 
produção, processamento, distribuição e consumo.[...] As formas 
de coordenação das atividades econômicas também são conheci-
das como estruturas de governança. Miranda (2002, p. 205) aborda 
que os dois principais mecanismos para coordenar as atividades de 
uma empresa são: coordenação via mercado, que é uma forma de 
coordenação horizontal e coordenação via hierarquia, que é uma 
forma de coordenação vertical. Entre esses dois extremos existem 
inúmeros mecanismos de coordenação possíveis, que se referem 
às estruturas híbridas e também são formas de coordenação ver-
tical. A escolha desses mecanismos intermediários vai depender, 
entre outras coisas, da quantidade de informação requerida e do 
custo de obtenção da mesma.
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por meio de parcerias para a produção, o que alavancou a cadeia produtiva da 
carne de frango do Brasil como um todo. 
Neste contexto, considerando o desenvolvimento da cadeia produtiva da carne 
de frango do Brasil, a produção industrial ocorre maciçamente por meio de par-
cerias estabelecidas entre empresas motrizes (também denominadas empresas 
focais), que são os integradores de produtores rurais, e os integrados, que são os 
produtores rurais, em sua maioria, pequenos e médios produtores.
Segundo Nogueira (2003 apud FREITAS, (2008), no tipo mais usual de con-
trato adotado na avicultura brasileira, o processador, denominado de empresa 
motriz, fornece ao produtor, pintos de linhagens selecionadas, ração, assistência 
veterinária, medicamentos e garantia de compra do produto ao final da criação. 
Por sua vez, o produtor é responsável pelos investimentos em ativos específicos, 
tais como instalações, equipamentos e mão de obra. 
Com o fim do ciclo de produção, ocorre o pagamento dos lotes de aves, que 
pode variar conforme os índices de eficiência atingidos pelo produtor integrado 
no ciclo, mensurado por índices de produtividade, tais como conversãoalimen-
tar, mortalidade e tempo de criação.
A vantagem do contrato, é que os custos envolvidos em transações de mer-
cado, como o acompanhamento e a negociação do preço, a busca de compradores 
e as operações de logística, aspectos razoavelmente definidos no contrato, podem 
ser eliminados.
Desta forma, a estrutura que 
favoreceu a dinamização da indústria 
avícola tem como principal compo-
nente o contrato de parceria entre 
processadores e produtores rurais. 
Nogueira (2003 apud FREITAS 
2008) comenta que o desenvolvi-
mento de um bom relacionamento 
entre os agentes da cadeia produ-
tiva é fundamental para o sucesso 
da parceria.
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
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Com base em Ponzio (2007 apud GOMES et al. (2008) as vantagens da inte-
gração para os produtores rurais são as seguintes:
a. Segurança de venda dos produtos no dia certo e a preços previamente 
acordados.
b. Garantia de assistência técnica.
c. Utilização de mão de obra familiar, elevando a renda da familiar.
d. Maior possibilidade de especialização.
e. Diminuição dos desembolsos financeiros durante o processo de produção.
Segundo o mesmo autor, para as empresas integradoras, as vantagens são as 
seguintes:
a. Garantia de matéria-prima para suas agroindústrias no momento certo.
b. Diminuição de encargos sociais e de possíveis problemas trabalhistas.
c. Terceirização da produção agropecuária diminuindo recursos financei-
ros necessários à produção.
d. Fixar baixos preços dos produtos rurais nas integrações, gerando pequena 
margem de ganho.
O advento dos contratos e o processo de integração vertical apresentaram 
impactos positivos ou negativos na avicultura de corte do Brasil? Pense e 
discuta no ambiente virtual!
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PARCERIA AVÍCOLA: CONTRATOS DE INTEGRAÇÃO NA PRODUÇÃO DE 
CARNE DE FRANGO EM MG
Para efeito de ilustração sobre a relação 
entre produtor rural integrado e empresa 
integrado na produção de carne de frango, 
Gomes et al. (2008) fazem um estudo de 
caso na cidade mineira de Viçosa, onde pes-
quisam as relações entre os agentes, como 
veremos na sequência.
Neste caso estudado, a empresa PIF PAF 
Alimentos exerce o papel de integradora. 
A empresa se responsabiliza pela entrega 
dos animais ainda jovens, além do insumo 
e suporte técnico, enquanto os produtores 
rurais ficam responsáveis pelos investimen-
tos em infraestrutura e mão de obra.
De outro lado, a granja estudada aloja 17 
mil aves, onde foi implantado o modelo 5S 
e gestão da qualidade. A unidade tem boa 
infraestrutura, possui comedor automático, 
ventilador e bebedouro. 
O sistema de integração funciona da 
seguinte forma: o aviário corresponde a uma 
etapa da produção que poderia ser conside-
rada como terceirizada, caracterizada pelos 
contratos de integração entre a empresa 
integradora PIF PAF e o produtor rural.
No aviário se dá a criação dos pintainhos 
de um dia, que saem dali com cerca de 38 
a 45 dias. Os investimentos para instalações 
não são baixos e são de inteira responsabi-
lidade do produtor rural.
O produtor rural integrado é responsável 
pelo fornecimento dos frangos de corte 
para abastecer a unidade industrial, por 
meio do sistema denominado Parceria 
Avícola. Neste sistema a PIF PAF fornece 
os insumos básicos, além da assistência 
técnica aplicada à produção, bem como é 
responsável por fiscalizar ou fazer auditoria 
com todos os produtores rurais integrados.
A PIF PAF é legítima proprietária das aves e o 
integrado é o responsável pelo seu manejo 
e tratamento, sendo que as regras dessa 
parceria são definidas pelo contrato. Cabe 
à empresa integradora fornecer os pintos, 
chamados de pintainhos de um dia, além 
da ração, vacinas, medicamentos, desinfe-
tantes e assistência técnica. Já ao integrado 
cabe fornecer a infraestrutura adequada 
ao manejo dos animais, água de boa qua-
lidade, aquecimento adequado, bem como 
mão de obra para cuidar do aviário. 
Os integrados são orientados pela empresa, 
para serem capazes de oferecer aves den-
tro dos padrões de qualidade desejados e 
com custo-benefício competitivo.
Quanto ao ciclo de criação, as aves são 
mantidas na granja até atingirem o peso 
desejado para abate. Sabe-se que em 
média, as aves são abatidas com 42 dias 
de idade e algo próximo a 2,5 kg de peso. 
É realizada uma programação de abate e 
o avicultor é previamente informado pelo 
departamento técnico para programar suas 
atividades. Após a retirada das aves para 
abate, a granja deverá ser preparada para 
um novo alojamento, o qual deve ser feita 
a lavagem e desinfecção do galpão e dos 
equipamentos.
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Um dos pontos importantes a ser levantado 
é a mortalidade das aves. No caso estudado 
no artigo, morrem em média, três aves por 
dia, e o máximo permitido ao produtor é 
de perder apenas meio por cento do total 
de aves alojadas.
Quanto às aves mortas, as mesmas devem 
ser descartadas dentro da própria unidade 
de produção, através de composteiras, 
onde são colocadas juntamente com a 
cama da avicultura e depois de um determi-
nado período, transformados em composto 
de adubo, que é usado na lavoura ou ven-
dido a cem reais a tonelada.
Quanto às formas de remuneração, os pro-
dutores são pagos pela integradora com 
base nos desempenhos dos lotes de ani-
mais entregues de acordo com a fase da 
criação. A pontuação do desempenho é 
definida segundo as normas da empresa. 
A cada lote de aves terminadas, os parceiros 
criadores têm direito a uma participação no 
resultado econômico e são remunerados 
de acordo com a produtividade e índices 
técnicos atingidos. Este último mês, o pro-
prietário entrevistado recebeu trinta e sete 
centavos por cabeça. Em outros meses, já 
aconteceu de receber quarenta e dois cen-
tavos por cabeças. 
Fonte: GOMES, A.P.W.; GOMES, A.P. Sistema 
de Integração na Avicultura de Corte: um 
estudo de caso na região de Viçosa-MG. 
XLVI Congresso da Sociedade Brasileira 
de Economia, Administração e Sociolo-
gia Rural. Rio Branco, 2008.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No sistema de integração empregado na cadeia produtiva da carne de frango no 
Brasil, existem algumas particularidades e especificidades. Na sequência, identi-
ficaremos algumas etapas elementares na produção de carne de frango em escala 
industrial; desta forma, a cadeia produtiva de carne de frango do Brasil, basica-
mente apresenta os seguintes componentes:
Avozeiros: pertence às multinacionais; são as granjas que, a partir da importa-
ção de ovos das linhagens avós, produzem as avós que são cruzadas para produzir as 
matrizes que, por sua vez, vão gerar os pintainhos comerciais, criados para o abate. 
O setor avozeiro das linhagens de corte no Brasil é consideravelmente oligopolizado, 
constituído por empresas multinacionais, que disputam, por meio de filiais ou firmas 
representantes da sua marca, um mercado grande e crescente de pintos de um dia.
Matrizeiros: é o criatório onde as matrizes reprodutoras são cruzadas para 
gerarem ovos férteis que posteriormente serão enviados aos incubatórios para 
a produção de pintainhos.
Incubatórios: são unidades pertencentes ao abatedouro ou empresa motriz; 
o objetivo deste elo da cadeia produtiva é criar pintainhos que serão levados 
aos aviários. O tempo compreendido entre a chegada do ovo ao incubatório e o 
nascimento de pintainhos são 21 dias ou 504 horas; o monitoramento das incu-
badoras é constantepara a manutenção da qualidade dos pintainhos, sendo 
mantida uma temperatura de aproximadamente 38 ºC. 
Os ovos são colocados nas incubadoras, que os acomodam em um sistema de 
prateleiras com bandejas móveis e, durante 18 dias chocam ou incubam os ovos, 
que na sequência do processo passam para os nascedouros que, por 3 dias, servem 
de alojamento para o nascimento das aves. O incubatório exige um tratamento 
especial quanto à limpeza do local e das pessoas que ali trabalham ou visitam. Este 
processo, chamado de “biossegurança” é para garantir a não contaminação dos ovos 
e dos pintainhos. Nascidos os pintainhos, esses são encaminhados para os “aviários”.
Aviário: é no aviário que se dá o crescimento e a terminação dos frangos, 
que ali chegam como pintainhos de 1 dia, e ficam até a época de abate, que pode 
variar dos 38 até aos 56 dias, para a produção do frango convencional, de acordo 
com o mercado, sendo também possível o abate mais precoce para a produção 
do frango tipo griller; essas estruturas têm capacidade que geralmente acomo-
dam cerca de 15.000 a 48.000 aves; é uma etapa de produção que é terceirizada e 
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caracterizada pelos contratos de integração entre frigoríficos e proprietários rurais. 
Esses contratos de integração são, na verdade, contratos de “quase integração ver-
tical”, já que a empresa motriz não assume a responsabilidade pela produção de 
todas as etapas do processo produtivo, nem detêm todos os ativos necessários 
para tal, ficando essa responsabilidade compartilhada com os produtores rurais. 
A construção da granja e aquisição dos equipamentos necessários para o fun-
cionamento da mesma é de responsabilidade do integrado, o produtor rural, bem 
como a disponibilização de demais ativos envolvidos na produção dos frangos, 
além da eventual contratação de colaboradores. Além da assistência profissional, 
composta por profissionais como médicos-veterinários e zootecnistas, profis-
sionais da área econômico-financeira, fornecimento de rações, medicamentos e 
os pintainhos de 1 dia, os integrados (produtores rurais) recebem um conjunto 
de know-how da empresa integradora, sobre como produzir frango de corte. O 
pagamento aos integrados é realizado conforme padrões estabelecidos de metas 
de produtividade e qualidade, ao final da entrega de um lote. 
Fábrica de ração: é a unidade que produz a ração necessária para a alimen-
tação das aves alojadas, desde os matrizeiros aos aviários integrados; dentre os 
itens importantes deste elo da cadeia produtiva destacam-se o controle de qua-
lidade da matéria-prima, o equilíbrio nutricional da ração, a higiene, bem como 
a preocupação com as condições de armazenamento e distribuição.
Abatedouro/frigorífico: é o elo responsável pela produção da carne de 
frango, do produto final à base de frango; em sua maioria a produção se concen-
tra na produção de frango inteiro, resfriado ou congelado, porém com grande 
tendência de aumento na produção de cortes, alimentos processados, alimentos 
semiprontos, pré-cozidos à base de frango e resfriado. Nessa etapa do processo 
produtivo podem ser agregados importantes valores sobre o produto, que será 
no próximo elo da cadeia entregue aos consumidores ou compradores finais. 
Distribuição: é a etapa responsável por fazer com que o produto chegue aos 
compradores, clientes e consumidores interessados; é constituído por varejistas 
(supermercados e açougues), que atendem o consumidor final, e por atacadistas 
de carnes, que repassam e vendem essas mercadorias às empresas intermediárias, 
que processam, elaboram pratos, tal quais restaurantes, cozinhas industriais e 
indústrias de alimentos processados à base de frango. Nas exportações realizadas 
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pelas empresas distribuidoras, geralmente as empresas motrizes ou trading com-
panies a ela associadas, também podem ser classificadas nesse elo. 
Consumo: é a ponta final da cadeia produtiva da carne de frango, sendo o 
vetor, o gerador de demanda. Costuma-se dizer que anteriormente, principal-
mente antes da abertura econômica e a difusão da globalização, a produção era 
empurrada, ou seja, a indústria produzia e desovava no mercado, sendo o con-
sumidor quase que obrigado a consumir, já que não havia opções para escolha; 
atualmente, costuma-se dizer o contrário: a produção não é mais empurrada, da 
indústria para o consumidor – a produção é puxada, pelo consumidor, pois este 
é quem determina o que a indústria deve produzir, de que sabor, em que tama-
nho, de que forma o produto deve ser. 
Essa ponta final de cadeia pode ser representada pelo consumidor final direto, 
o consumidor que vai ao supermercado, ao açougue, bem como pelo compra-
dor organizacional, as empresas, como restaurantes, empresas de alimentação 
coletiva e indústrias de alimentos processados, que compram a carne de frango 
e a utilizam como matéria-prima na elaboração de outros produtos. Esse con-
sumidor pode ser tanto do mercado nacional, como do mercado internacional, 
considerando que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e 
exporta para mais de 150 países no globo. 
Uma representação esquemática da cadeia produtiva da carne de frango é 
apresentada por Souza (1999), conforme figura 1.
CONSUMIDORES
GRANJA DE FRANGO
(engorda)
GRANJA DE MATRIZES 
GRANJA DE AVÓS
INCUBÁTÓRIO
PROCESSAMENTO
Corte e Abate 
FÁBRICA
Ração e Medicamentos
DISTRIBUIDOR
Figura 1: Cadeia Produtiva da Carne de Frango
Fonte: (SOUZA, 1999)
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
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 Esta classificação genérica da cadeia produtiva da carne de frango torna mais 
fácil o entendimento e o conhecimento sobre o tema. O relacionamento entre 
os diversos elos da cadeia, bem como a especialização de cada agente em uma 
etapa do processo produtivo tornou a cadeia como um todo mais eficiente, mais 
estruturada e organizada, reduzindo os custos de produção e transação do pro-
duto.
De acordo com Martins et al. (1996) apud Freitas (2008), no caso da cadeia pro-
dutiva do frango de corte, existem três elos concentrados e com considerável 
poder de definição de preços: os avozeiros, os frigoríficos e os supermercados. 
Os avozeiros estão sob o controle da produção de indústrias multinacionais, o 
que torna seus interesses muitos além da fronteira nacional, adicionando a este 
fator a posição estratégica que tem na cadeia produtiva.
O elo representado pelos abatedouros/frigoríficos/indústrias de transformação 
do frango atua na cadeia articulando o desempenho de uma grande gama de 
agentes, cabendo a ele grande parte da coordenação do funcionamento da ca-
deia produtiva do frango de corte. 
No elo do varejo, representado pelos supermercados, sabe-se que os mesmos 
são gerenciados por grandes grupos empresariais de atuação global, e os mes-
mos possuem uma coordenação e poder de venda que acaba por torná-las as 
grandes definidoras de preços na cadeia produtiva do frango de corte. Por sua 
vez, os setores da criação, produção de milho e soja, bem como os consumi-
dores finais de frango, têm pequeno poder de negociação de preço, embora o 
sucesso de cada elo da cadeia dependa de que o fluxo produtivo se mantenha 
sem grandes oscilações.
Essa estruturação da Cadeia produtiva da carne de frango pode ser resultado 
do planejamento do sistema de produção, como veremos na

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