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Prévia do material em texto

CADEIAS 
PRODUTIVAS DE 
SUÍNOS E DE AVES
Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
Revisora técnica: Dra. Graciela Lucca Braccini
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Qualidade Editorial e Textual
Daniel F. Hey, Hellyery Agda
Design Educacional
Nádila de Almeida Toledo 
Camila Zaguini Silva
Fernando Henrique Mendes 
Rossana Costa Giani 
Projeto Gráfico
Jaime de M. Junior; José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Humberto Garcia da Silva
Revisão Textual
Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, Maria 
Fernanda Canova Vasconcelos, Nayara 
Valenciano, Rhaysa Ricci Correa e Susana Inácio
Ilustração
Robson Yuiti Saito; Thayla Daiany G. Cripaldi
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; SANTOS, José Maurício Gonçalves dos; RODRIGUES, 
Fábio da Silva.
 
 Cadeias produtivas de suínos e de aves. José Maurício 
Gonçalves dos Santos, Fábio da Silva Rodrigues. 
 Reimpressão
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 223 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Agronegócio 2. Cadeias produtivas. 3.Suínos. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-8084-318-7
CDD - 22 ed. 338.1
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
José Maurício Gonçalves dos Santos, sou professor universitário, graduado 
em Medicina Veterinária pela UEL, Universidade Estadual de Londrina, 
com mestrado em Fisiopatologia da Reprodução de Suínos pela UFRGS, 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com doutorado na área de 
Produção de Suínos pela UEM.
A
U
TO
RE
S
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
Fábio da Silva Rodrigues, sou professor universitário, formado em 
administração pela UEM, Universidade Estadual de Maringá, com 
especialização em Economia e Gestão do Agronegócio, também pela UEM, 
e com Mestrado em Agronegócios pela UFMS, Universidade Federal do Mato 
Grosso do Sul.
Professora Graciela Lucca Braccini
Graciela Lucca Braccini, sou professora universitária, graduada em Medicina 
Veterinária pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC-
RS, com mestrado, doutorado e pós-doutorado na área de Produção Animal 
pela UEM - Universidade Estadual de Maringá/PR.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Saudações, prezado(a) aluno(a)!
É uma grande satisfação participarmos deste processo do conhecimento.
Seja bem-vindo(a) ao estudo das Cadeias Produtivas de Suínos e de Aves!
Se você se interessar por saber mais sobre os temas de nossas pesquisas e produção 
técnica e acadêmica, pode acessar os links de nossos currículos lattes/CNPq:
Prof. Me. Fábio da Silva Rodrigues
<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=P6551465>.
Prof. Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&i-
d=K4773474E9>.
Somos organizadores e responsáveis pelo desenvolvimento deste livro, em que procu-
raremos abordar os principais temas pertinentes às cadeias produtivas envolvidas. Es-
peramos que possa, de alguma forma, contribuir com a sua formação nesse processo de 
aprendizado, que na verdade é uma troca de experiências e conhecimentosa respeito 
dos assuntos próprios do agronegócio, em especial, das cadeias produtivas de frangos 
de corte, de galinhas de postura e de suínos.
Nesta etapa dos nossos estudos, abordaremos duas cadeias de produção animal muito 
importantes ao agronegócio brasileiro e, consequentemente, para a economia nacional: 
a cadeia produtiva da avicultura, abordando os segmentos de carne e ovos e a cadeia 
produtiva da suinocultura.
Já adianto que dentre as cadeias produtivas do agronegócio nacional essas são duas das 
mais organizadas que temos no que se refere às estruturas de governança/mecanismos 
de coordenação, já que o uso dos contratos é muito frequente, principalmente os con-
tratos de integração vertical ou como alguns classificam, contratos de “quase integração 
vertical”, muito praticados nessas cadeias produtivas.
O nosso objetivo é entender a dinâmica que envolve as respectivas cadeias produtivas 
do agronegócio, em todos os seus estágios, desde o panorama, passando pelo conhe-
cimento do mercado no contexto mundial e nacional, além de entender pressupostos 
básicos em relação aos conceitos de cadeia produtiva, tais como boas práticas agrope-
cuárias, bem como entendendo aspectos técnicos e de gestão, com foco na administra-
ção da organização rural, enquanto business. 
Quanto ao livro, em sua concepção, buscamos organizá-lo de maneira especial e sob 
medida para suas necessidades, ou seja, especialmente para você, com a finalidade ex-
clusiva de introduzi-los no conhecimento das cadeias produtivas de frangos de corte, 
de galinhas de postura e de suínos. Para tanto, é fundamental que ele seja aproveitado 
da melhor forma possível, visando a melhor retenção do conteúdo ensinado, pois não 
APRESENTAÇÃO
CADEIAS PRODUTIVAS DE SUÍNOS E DE AVES
APRESENTAÇÃO
8 - 9
basta apenas que façamos leituras superficiais dos textos, e sim, façamos a retenção 
do conhecimento.
E como reter conhecimento? Geralmente, somos bombardeados com um excesso 
de informações, principalmente oriundas da internet; ou ainda, recebemos na fa-
culdade uma série de dados e/ou informações que não conseguimos armazenar e 
apenas guardamos temporariamente em nossa memória para que tenhamos bom 
desempenho na prova. Chega disso!
O que você precisa fazer é desenvolver a capacidade de assimilar conhecimento, 
e conhecimento é um processo de conversão primeiramente de dados, que são 
brutos, em informações e, por sua vez, de informações, que são organizadas, em 
conhecimento, que é aquilo que efetivamente nós levamos daquilo que estudamos.
Desta forma, a função desta apresentação é mostrar algumas contribuições para 
que você possa assimilar da melhor forma possível o conteúdo do livro.
Para tanto, apresentamos na organização do mesmo a divisão das unidades e faze-
mos recomendações de textos, artigos, livros, vídeos e links interessantes que po-
dem facilitar ainda mais essa retenção do conhecimento.
Para destacar, no livro sempre são colocadas questões que visam estimular a sua re-
flexão, aluno(a), para que possa compreender, ter visão crítica e analítica e “pensar“ 
o tema estudado, sob o título de “Reflita”. Sempre que possível, faça essa experiên-
cia!
Alguns tópicos ao longo do material também apresentam links interessantes para 
que você possa acessar e saber mais sobre determinado assunto, sendo desde víde-
os até artigos e outros materiais adicionais sobre o tema estudado.
Em linhas gerais, vamos estudar, conhecer e compreender as principais característi-
cas das cadeias produtivas de frangos de corte, de galinhas de postura e de suínos. 
Em um primeiro momento, estudaremos a cadeia produtiva da carne de frango em 
todos os seus elos, bem como os métodos de produção, o panorama do setor em 
nível mundial e no cenário nacional, os arranjos contratuais ao longo da cadeia pro-
dutiva, bem como demais questões pertinentes ao tema.
Na sequência, abordaremos de forma especial sobre a cadeia produtiva dos ovos, 
tão importante e tão esquecida quando falamos da avicultura nacional. Veremos 
sobre os elementos que compõe a cadeia produtiva, o mercado dos ovos em nível 
nacional e mundial, o consumo de ovos, as restrições e barreiras ao consumo, bem 
como as novidades em P&D do setor.
Por consequente, no último momento do livro abordaremos estudos sobre a cadeia 
produtiva dos suínos ou a suinocultura, focando aspectos como produção, consu-
mo, principais países produtores e a participação do Brasil no cenário mundial, bem 
como os desafios e oportunidades do setor, dentre outros aspectos pertinentes.
Saliento que mesmo estudando alguns aspectos técnicos essenciais ao conheci-
ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M. F. (Coord.). 
Economia e Gestão dos Negócios 
Agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 
2000.
APRESENTAÇÃO
8 - 9
mento e aprendizado sobre essas cadeias produtivas do agronegócio, que servem 
de base para o entendimento do tema, o foco principal deste estudo será a gestão 
aplicada à cadeia produtiva da carne de frango e do suíno.
Lembrem-se: para nós, gestores do agronegócio, o que interessa é a gestão das 
cadeias produtivas! Além de saber produzir carne com qualidade, o importante é 
saber fazer a gestão da cadeia produtiva e, por sua vez, dos negócios envolvidos 
de montante e jusante na cadeia produtiva. Quanto à produção no agronegócio o 
Brasil é imbatível, quando nos limitamos ao ambiente “dentro da porteira”, quando 
chegamos ao ambiente “fora da porteira” é que os principais desafi os surgem.
Como creio que você seja, também somos apaixonados pelos temas do agronegó-
cio. Além de gostar é importante que nos aprofundemos sobre os temas próprios 
do agronegócio. Saber mais sobre cada cadeia produtiva é a nossa obrigação en-
quanto profi ssionais e/ou estudantes de alguma forma vinculados ao mundo do 
agribusiness.
Na Unidade I do curso, iniciamos com a introdução de alguns conceitos fundamen-
tais do agronegócio, tais como sobre a origem do termo agronegócio, a necessi-
dade da visão sistêmica, o conceito de sistema de commodities e cadeia produtiva. 
O conhecimento sobre o que é uma cadeia produtiva, atentando para os seus as-
pectos teóricos, bem como seus aspectos práticos é imprescindível para podermos 
então entender como funcionam as cadeias de produção que estudaremos.
Sobre a introdução ao agronegócio e para conhecer seus fundamentos, as questões 
afetam as cadeias produtivas e o sistema de commodities, bem como aplicações 
gerenciais pertinentes ao agronegócio, as maiores referências são os estudos dos 
professores Décio Zylberstajn e Marcos Fava Neves, do grupo PENSA/USP e do pro-
fessor Mario Otávio Batalha, do grupo GEPAI-UFSCAR.
Este vídeo da ABEF (atual UBAFEF) apresenta importantes informações a respeito da Indústria 
Avícola Brasileira:
<http://www.youtube.com/watch?v=U5mEW71Z3Ec>.
BATALHA, M. O. Gestão Agroindustrial. 
GEPAI – Grupo de Estudos e Pesquisas 
Agroindustriais. Coordenador Mário 
Otávio Batalha, 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2001.
APRESENTAÇÃO
10 - 11
Na continuidade desta primeira unidade, abordaremos a caracterização da cadeia 
produtiva de carne de frango do Brasil. Nesta etapa do curso vamos estudar, conhe-
cer e compreender as principais características da Cadeia Produtiva de Aves. Procu-
raremos, neste material, abordar alguns aspectos técnicos e princípios fundamen-
tais no estudo das cadeias produtivas do agronegócio, sendo o foco principal deste 
estudo a gestão aplicada à cadeia produtiva de aves.
De antemão, destacamos que sabemos que as questões técnicas ligadas ao agrone-
gócio são importantes, já que sem o avanço técnico que tivemos nada disso seria 
possível, tais como os avanços em genética animal e de sementes, o desenvolvi-
mento de defensivos agrícolas, fertilizantes, irrigação, maquinários, dentre outras 
técnicas mais avançadas que temos, mas destacamos que a excelência em gestão é 
fundamental.A gestão do agronegócio é o que deve prender sua atenção e seu esforço de estu-
do, já que é para isso que o mercado precisa de você! No Brasil, houve um grande 
desenvolvimento nas questões técnicas, mas ainda temos muito a desenvolver nas 
práticas de gestão do agronegócio. 
Observe que estamos falando em linhas gerais do agronegócio, que ainda possui 
cadeias produtivas muito desorganizadas, com algumas exceções. Entendam que a 
cadeia produtiva de Aves, com destaque especial para a cadeia produtiva da carne 
de frango tem se demonstrado nas duas últimas décadas, sobretudo, como a cadeia 
produtiva mais organizada dentre todas as cadeias produtivas do agronegócio na-
cional! 
APRESENTAÇÃO
10 - 11
Parece ser ousado cravar que esta é a cadeia produtiva mais organizada do agro-
negócio nacional. No entanto, com base nos estudos sobre agronegócio e nos co-
nhecimentos acumulados sobre a matéria, podemos afirmar que, dentre as cadeias 
produtivas mais importantes do agronegócio brasileiro, a que mais apresenta traços 
de boa gestão é a cadeia produtiva da carne de frango. É isso que veremos nos nos-
sos estudos deste material. 
E mais: note que a cadeia produtiva da carne de frango tem apresentado boa orga-
nização nos últimos anos, principalmente com a participação das grandes empresas 
do setor, que exercem o papel de coordenadoras das cadeias produtivas. Você terá a 
oportunidade de conhecer mais sobre o fenômeno dos contratos, que revolucionou 
a avicultura de corte do Brasil. 
Esses contratos, que ocorrem entre os abatedouros/indústrias de processamento 
de carne de frango e os produtores rurais, tornaram a cadeia mais produtiva, mais 
eficiente, mais eficaz e efetiva, mais dinâmica, na medida em que a produção e a 
produtividade aumentaram, os custos de produção e transação foram reduzidos, a 
qualidade do produto aumentou, propiciando um preço final menor ao consumi-
dor, o que fez com que a carne de frango tivesse o maior crescimento na preferência 
do consumidor nas duas últimas décadas.
Sabemos que a Cadeia Produtiva da Avicultura tem importância singular para o 
agronegócio nacional e para a economia como um todo. Isto por ser o Brasil o maior 
exportador mundial de carne de frango, vendendo sua produção para mais de 150 
países em todo o globo, gerando significativo superávit à economia nacional. 
Ainda no campo da economia, o que podemos perceber é que a geração de empre-
gos diretos e indiretos, ligados a montante e/ou a jusante, ou seja, antes e depois da 
produção industrial, a Cadeia Produtiva da Avicultura é significativa; no campo, so-
bretudo, pequenos e médios produtores rurais perceberam a oportunidade gerada 
pelas empresas motrizes, e aderiram ao processo de “integração vertical” oferecido 
pelas mesmas, construindo seus aviários para a criação de frangos de corte.
Trataremos com maior profundidade sobre estes contratos, mas destacaremos que 
nesta modalidade de negócio a unidade produtiva, a fábrica, o abatedouro, ou seja, 
a empresa motriz, ou ainda a integradora, que é a grande coordenadora da cadeia 
produtiva, se responsabiliza pela entrega dos pintainhos, ou “pintinhos” como se diz 
popularmente, chamados de pintainhos de 1 dia ao produtor rural, e ainda oferece 
transporte, assistência técnica e alimentação, por meio do fornecimento da ração, 
bem como todo o suporte necessário à produção, e o produtor rural, também cha-
mado de integrado, se responsabiliza pela criação do lote de pintainhos até que se 
tornem frangos prontos para o corte, isso levando cerca de 42 dias em média.
A proteína animal oferecida pela carne de frango tem grande aceitação pelo con-
sumidor, estando sempre associada a um alimento de qualidade superior e preço 
baixo. Quem não se lembra do “Frango a um real” nos primórdios do Plano Real? Até 
o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, constantemente se re-
Para aqueles que têm interesse em conhecer mais detalhes técnicos sobre a implantação de 
uma granja de frangos de corte, segue a obra indicada. O autor, que é engenheiro agrônomo e 
pesquisador científi co na área de avicultura, aborda prática e objetivamente todos os aspectos 
da criação desde a implantação da granja até o abate, apresentando com detalhes a produção 
de frangos de corte em uma visualização global: I) o porquê da exploração avícola; II) localização 
e implantação da granja; III) sistemas de criação/ IV) instalações e construções/ V) equipamentos 
e implementos; VI) linhagens; VII) alimentação e arraçoamento; VIII) aspectos de sanidade; IX) 
controle da criação; X) doenças e problemas; XI) produto acabado.
Produção de Frangos de corte
Editores: Ariel Antonio Mendes
 Irenilza de Alencar Nääs
 Marcos Macari
Autores: Diversos
Edição: 1ª/2004
Número de páginas: 356
Uma sugestão de aprofundamento sobre temas pertinentes à 
cadeia produtiva de carne de frango é acessar os links abaixo e 
saber mais sobre o tema:
Agregação de valor na avicultura: A produção de frango 
caipira 
<http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.
aspx?uf=1&contentID=148653&channel=99>.
Produção de pintinhos de um dia
<http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.
aspx?uf=1&contentID=110950&channel=99>.
APRESENTAÇÃO
12 - 13
feria ao frango como um dos responsáveis pelo sucesso do Plano Econômico, o que 
permitiu que o brasileiro pudesse comer carne, o que era um artigo de luxo nestes 
tempos para muitos brasileiros. 
Esse avanço em qualidade e produtividade verifi cado na cadeia produtiva de Aves, 
principalmente identifi cado no Brasil, pode ser explicado preliminarmente pelo 
avanço em pesquisa e genética, pela gestão baseada em produtividade e baixo 
custo e, por fi m, pela questão da excelente sanidade animal. Podemos afi rmar que 
esses sejam os pilares do sucesso da produção animal, associado, ainda, a melhor 
organização da cadeia produtiva da Avicultura, quando comparada com outras ca-
deias produtivas do agronegócio.
Abordaremos esses e outros temas referentes à Cadeia Produtiva da Avicultura no de-
correr de nossos estudos, destacando o enfoque da gestão dessa cadeia produtiva.
APRESENTAÇÃO
12 - 13
Na unidade II, abordaremos as questões pertinentes às Boas Práticas de Produção 
(BPP) de Frangos de Corte. Nesta segunda unidade, busquei apresentar a você algo 
atual e fundamental sobre as cadeias de produção animal, e que é pauta essencial 
nas discussões sobre sustentabilidade, produção equilibrada, convivência harmo-
niosa entre princípios econômicos, sociais e ambientais.
As BPP são regras a serem seguidas, visando o equilíbrio entre ganhos econômico-
financeiros e os benefícios sociais e ambientais, garantindo alimentos em quanti-
dade e qualidade para assegurar confiança àqueles que ingerirem o produto, bem 
como garantindo bem-estar animal, eliminando situações de maus-tratos.
As BPP são ponto fundamental de negociações internacionais, sobretudo, quando 
lidamos com mercados mais exigentes tais como Europa e Japão, por exemplo. Dei-
xaram de ser intituladas como assunto de “eco-chato” para ser encarada como exi-
gência de mercado para esses destinos citados, que demandam esses fatores.
Os consumidores contemporâneos exigem alimentos em qualidade para serem 
consumidos, ou seja, que saibam a origem do produto, a procedência, e que isso 
seja atestado ou garantido por alguma instituição dotada de credibilidade para tal. 
Por isso, tanto se fala em certificação, rastreabilidade, identificação de origem, selos, 
certificados etc.
Neste sentido, a rastreabilidade na produção de frangos de corte é outro fator que 
vem contribuir para o bom desempenho e imagem positiva da cadeia produtiva, já 
que desta forma, a possibilidade de rastreamento, identificação e garantia da proce-
dência do produto podem ser sentidas.
A gestão eficiente dos recursos ambientais também deveestar equilibrada ou atre-
lada à boa gestão de pessoas; pessoas motivadas, satisfeitas e lideradas adequada-
mente podem produzir mais. O planejamento das ações e do uso dos recursos fi-
nanceiros também deve ser analisado e estudado de forma a surtir efeitos positivos, 
resultado do equilíbrio necessário.
Além dos cuidados com o planejamento do uso dos recursos naturais, veremos a 
importância destinada ao bem-estar animal, que visa garantir ao animal condições 
adequadas de manejo, desde os primeiros dias de criação até o momento do abate, 
zelando por sua integridade física e evitando situações de stress animal.
Uma das principais vantagens ou benefícios de um protocolo de boas práticas de 
produção para a cadeia produtiva da carne de frango é que é possível sistematizar 
várias práticas bem-sucedidas em um mesmo documento e normatizá-las.
De diferenciais ou itens complementares, estas questões ligadas as BPP na avicul-
tura de corte, tais como respeito ao meio ambiente, às pessoas, à sociedade e ao 
animal, passaram a ser encaradas e tratadas no ambiente de negócios da cadeia 
produtiva da carne de frango, sobretudo, em mercados internacionais de grande 
exigência, como itens obrigatórios ou critérios qualificadores para competição no 
mercado.
Assista ao vídeo sobre a produção de frango, apresentando alguns aspectos técnicos da 
avicultura.
<http://www.youtube.com/watch?v=lmEESoIWuME&feature=related>.
O Mundo do Frango – Cadeia Produtiva da Carne de 
Frango
Olivo, Rubison (organizador) 
Editora: VARELA
Ano: 2006
Sinopse: O livro retrata a realidade da avicultura brasileira, 
mostrando a experiência prática da indústria, bem como o 
importante conhecimento científi co e os resultados das pesquisas 
acadêmicas.
APRESENTAÇÃO
14 - 15
A grande vantagem do Brasil, neste aspecto, é que por sua versatilidade e capacida-
de de adaptação, a cadeia produtiva da carne de frango nacional se ajusta às neces-
sidades de mercado com maior velocidade e rapidez que as concorrentes em nível 
mundial. Se assim permanecer, o Brasil conseguirá se manter na liderança mundial 
do setor!
Uma importante fonte de informações a respeito da cadeia produtiva de frango do 
Brasil é a publicação de Rubison Olivo, organizador de “O Mundo do Frango”, um 
importante material a respeito do tema. O livro apresenta em 56 capítulos e 688 
páginas as etapas da cadeia produtiva da carne de frango. O autor, doutor em Ciên-
cia dos Alimentos, conta com a participação de 58 colaboradores nesta obra, todos 
profi ssionais da indústria e da academia.
Na unidade III estudaremos sobre o mercado da carne de frango do Brasil, tendo 
como foco de análise o contexto nacional e a participação no cenário internacional. 
Veremos um pouco mais sobre o mercado da carne de frango em nível mundial, e 
em foco, a participação do Brasil neste ambiente competitivo.
Você verá, dentre outras coisas, sobre o dinamismo da cadeia de frango do Brasil. 
Como era em 1970? E como estamos hoje? Será que nós evoluímos ou paramos no 
tempo? Desde 1970 evoluímos e nos desenvolvemos, e nos tornamos referência em 
produtividade, efi ciência, P&D – Pesquisa e desenvolvimento, organização do setor, 
Saiba mais sobre o abate de frangos Halal no link abaixo:
<http://www.youtube.com/watch?v=tw2zF1I99d0&feature=related>.
APRESENTAÇÃO
14 - 15
sanidade animal e o principal, capacidade de adaptação e flexibilidade às diferentes 
exigências dos mais diversos consumidores ao redor do mundo.
Um destes exemplos de capacidade de adaptação a diferentes mercados que obser-
vamos é o atendimento às normas dos costumes dos mercados religiosos, tais como 
o mercado Kosher, próprio do judaísmo, e o ritual Halal, que é o abate conforme os 
preceitos do alcorão.
Como sabemos, o Brasil é líder em diversos setores do agronegócio e em diferentes 
cadeias produtivas! Será que no caso da carne de frango nossa atuação internacio-
nal também é merecedora de destaque? Como estamos posicionados no ambiente 
competitivo mundial?
E os nossos compradores ao redor do mundo, o que demandam do Brasil em termos 
de carne de frango? Será que o Brasil exporta o mesmo tipo de produto para todos 
os lugares do mundo ou cada mercado possui particularidades?
Somos os maiores exportadores e vendemos diferentes produtos oriundos do fran-
go, para diferentes mercados ao redor do planeta, que têm diferentes demandas. 
Essa capacidade de flexibilidade e adaptação às diferentes demandas é uma das 
principais características e, por consequência, vantagens competitivas da cadeia 
produtiva e exportadora de carne de frango do Brasil, quando comparado com seus 
principais concorrentes mundiais.
E quanto à organização, será que a cadeia produtiva da carne de frango do Brasil é 
organizada? Será que os mecanismos de coordenação funcionam bem? E os contra-
tos e os arranjos de integração vertical atendem às necessidades dos elos da cadeia? 
Os contratos de integração vertical ou “quase vertical” como alguns discutem, pro-
porcionaram avanços definitivos, dando contornos de grande país da exportação 
da carne de frango no mundo. Essa coordenação exercida pelas empresas motrizes, 
por meios dos contratos, propiciou ganhos em produtividade e eficiência nunca an-
tes imaginados.
Claro, que existem conflitos a serem superados, sobretudo, daqueles que se tornam 
dependentes e sofrem prejuízos pela integração a essas empresas motrizes. O que 
sabemos é que alguns desafios ainda existem para serem superados, para que o 
Brasil se mantenha na posição que conquistou no mercado mundial da carne de 
frango.
O site abaixo indicado apresenta o esforço que está sendo realizado por membros 
APRESENTAÇÃO
16 - 17
integrantes da cadeia produtiva da carne de frango do Brasil, que desenvolvem o 
programa Brazilian Chicken, no sentido de valorização da marca da carne de frango 
brasileira no exterior: <http://www.brazilianchicken.com.br/>.
O site do programa Brazilian Chicken dá acesso a publicações importantes sobre a 
avicultura brasileira, mais especificamente sobre a cadeia agroexportadora da carne 
de frango do Brasil. A revista BRChicken é importante e atual fonte de informações 
sobre o setor e sobre o comércio exterior do frango brasileiro. 
Na unidade IV abordaremos a Cadeia Produtiva de ovos. O ovo de galinha é um 
item importante da alimentação humana, às vezes “mal interpretado” ou “mal com-
preendido”, com denotações pejorativas de alimentação não saudável ou relaciona-
da a consumo de populações de baixa renda.
A produção de ovos tem grande importância econômica e social para o agronegó-
cio nacional. Assim, deve ser entendido e estudado com dedicação e afinco.
O Brasil é um grande produtor de ovos? Quais serão os principais estados produ-
tores do Brasil? Será que precisamos vencer alguns desafios para maior sucesso da 
cadeia produtiva? Será que o planejamento é bem realizado na cadeia produtiva de 
ovos do Brasil?
No Brasil, a região sudeste é a principal produtora, com destaque ao estado de São 
Paulo. O foco principal é o abastecimento do mercado interno, já que avanços na 
qualidade são necessários para penetração e manutenção em mercados internacio-
nais, notadamente mais exigentes quanto a estes aspectos.
E quanto às boas práticas de produção de ovos? Você terá a oportunidade de conhe-
cer como funciona um método de planejamento de produção de ovos, com base 
em um protocolo de Boas Práticas de Produção/Fabricação de ovos, o que pode 
propiciar o conhecimento sobre os itens básicos e necessários ao completo desen-
volvimento da cadeia produtiva dos ovos, visando à produção de ovos de qualida-
de, com atenção as normas internacionais de qualidade. 
E o brasileiro é considerado um grande consumidor de ovos? Será que nosso índice 
de consumo está abaixo ou acima dos padrões mínimos recomendados pelos ór-
gãos competentes em nível mundial?Temos que o ovo de galinha é um item impor-
tante na alimentação humana, no entanto, pouco consumido no mercado nacional. 
Enquanto no México o consumo médio por ano chega a 355 ovos por pessoa, no 
Brasil essa quantidade não passa de 150 ovos por ano per capita.
Um importante passo dado no sentido de popularizar, massificar e desmistificar o 
consumo de ovos no Brasil foi dado pelo Instituto Ovos Brasil, que com publicações 
periódicas e ações pontuais tem buscado a defesa dos interesses dos agentes liga-
dos à cadeia produtiva de ovos do Brasil.
No livro apresentaremos alguns importantes links de acesso a informações a res-
peito da avicultura de postura do Brasil, bem como informações em nível mundial. 
Galinha – Produção de Ovos
 Tadeu Cota
Editora: Aprenda Fácil
Ano: 2002
Edição: 1ª
ISBN: 85-88216-18-3
Páginas: 260
APRESENTAÇÃO
16 - 17
Acesse os sites abaixo e conheça mais sobre o assunto:
<http://www.ovosbrasil.com.br>.
<http://www.anapo.pt/_pages/_infos/comerc.asp>.
No site do IEA – Instituto de Economia Agrícola é disponibilizado um importante 
estudo sobre a cadeia produtiva de ovos do Estado de São Paulo. Acesse e tenha 
mais informações sobre o assunto: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?-
codTexto=303>.
Para aqueles alunos interessados em se aprofundar sobre aspectos técnicos da avi-
cultura de postura, uma interessante dica é o livro abaixo 
recomendado:
Na Unidade V, vamos estudar, compreender e conhecer as características funda-
mentais da cadeia produtiva de suínos. Estudaremos o contexto da cadeia produ-
tiva, conhecendo o panorama mundial e como o Brasil se posiciona nesse cenário. 
Conheceremos alguns aspectos técnicos e práticos essenciais, porém o foco dos 
nossos estudos será a gestão aplicada à cadeia produtiva dos suínos. A importância 
de conceitos de gestão aplicados à suinocultura é fator essencial para o crescimento 
e consolidação da produção suína no Brasil.
Estudaremos e aprofundaremos o conhecimento acerca da cadeia produtiva de su-
ínos e já começamos com uma questão: você, por acaso, sabe qual a carne mais 
consumida no mundo? 
Acertou quem disse a carne suína. A proteína animal mais consumida no mundo 
é a carne suína, mas ainda existe muito a se desenvolver neste mercado. Estima-se 
que quase metade de toda a carne consumida no mundo, cerca de 45%, seja carne 
suína.
Muitos se admiram com esta notícia, pois custam a acreditar que a carne suína, pe-
jorativamente ou culturalmente chamada de carne de porco, seja a líder mundial 
no segmento de carnes. Por falar nisso, nós veremos nesta unidade de estudo que a 
antiga carne de porco deu lugar a atual carne suína.
APRESENTAÇÃO
18 - 19
Alguns falam de porco light ou ainda dizem que o porco emagreceu. O fato é que a 
carne suína, graças aos investimentos em P&D, saiu do patamar de carne pouco sau-
dável, gordurosa, suja, interditada, para uma carne saborosa, mais saudável, a qual 
a camada de gordura diminui ao longo dos anos, os cortes traseiros evoluíram em 
proporção aos dianteiros, o que resulta em mais carnes nobres e novos cortes sur-
giram, bem como produtos elaborados começaram a ser criados e desenvolvidos.
O papel das empresas motrizes ou coordenadoras é decisivo neste processo, já que 
com a organização exercida, sobretudo, por essas empresas, a cadeia produtiva da 
carne suína passou a ser mais estruturada, com relacionamentos mais harmoniosos 
entre os agentes envolvidos de montante a jusante na cadeia produtiva, graças em 
grande parte aos contratos de integração, nos moldes da avicultura, porém com 
peculiaridades.
E como anda o consumo da carne suína no Brasil? Será que somos grandes con-
sumidores de carne suína? Existem preconceitos a respeito do consumo de carne 
suína no Brasil? Que fatores influenciam neste consumo? E as barreiras culturais, 
religiosas, de tradição, impactam no consumo de carne suína? Como fazer para que-
brá-las, caso existam?
Embora seja pouco consumida no Brasil, algo ao redor de 14/15 kg per capita ano, 
quando comparada com outras proteínas animais, como a carne bovina e a carne 
de frango, a carne suína vem quebrando tabus e ganhando espaço nas prateleiras e 
gôndolas dos supermercados e açougues, rompendo com barreiras culturais e con-
quistando consumidores.
Os preconceitos a respeito do consumo da carne suína têm origem histórica, so-
bretudo, pelos aspectos culturais e religiosos, em que se remete e se associa o seu 
consumo a algo sujo, proibido, interditado, pouco saudável, o que de fato é precei-
to em algumas religiões, mas se incorporou na sociedade como característica que 
transcende o aspecto da fé desse grupo. 
Trabalhos constantes de marketing e divulgação do consumo da carne suína são in-
dispensáveis à quebra dessas barreiras culturais existentes. Sabemos que barreiras 
culturais são difíceis e demoradas para serem derrubadas, mas com esse processo 
gradativo de melhoria da qualidade e organização isso pode ser possível. 
A cadeia produtiva da carne suína tem grande importância econômica e social, 
dado que muitos empregos diretos e indiretos são gerados com esta atividade, bem 
como é importante fonte de renda para a agricultura familiar, sobretudo, aqueles 
produtores integrados às empresas coordenadoras.
Assim, você poderá acompanhar na unidade V que o avanço em qualidade e pro-
dutividade verificado na cadeia produtiva ao longo dos anos, sobretudo, graças ao 
avanço tecnológico na produção e genética, confere know-how e credencia o Brasil 
como protagonista nesse cenário mundial da produção de carne suína; atenção a 
questões como sanidade, rompimento de barreiras culturais e fortalecimento das 
Assista ao vídeo abaixo:
<http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=1&contentID=43939&channel=99>.
Assista ao vídeo abaixo sobre compostagem de dejetos suínos:
<http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.
aspx?uf=1&contentID=157302&channel=99>.
Suínos – 500 perguntas / 500 respostas
Editora: Embrapa
Edição: 2ª rev.
ISBN: 85-7383-040-9
Páginas: 243
Sinopse: O livro: Suínos – 500 Perguntas / 500 Respostas, de 
autoria da Embrapa Suínos e Aves trazem as informações que você 
precisa para incrementar a sua produtividade e a rentabilidade da 
sua criação. Elaborado a partir de questionamentos dos próprios 
produtores, técnicos, estudantes e professores, Suínos – 500 
Perguntas / 500 Respostas é uma publicação prática, voltada para 
solucionar as dúvidas do dia a dia de quem se dedica à produção 
de suínos. São 500 perguntas organizadas por assunto e respondidas 
de forma simples e direta, para que você tenha uma fonte de consulta fácil e segura. Você terá 
resposta para questões relativas ao manejo, nutrição, instalação e equipamentos, tecnologia de 
carnes e economia.
Site:<goo.gl/PIBhrh>.
APRESENTAÇÃO
18 - 19
relações comerciais internacionais que pôde permitir ao Brasil um avanço neste ce-
nário.
A rastreabilidade suína pode ser um desses diferenciais que farão com que a quali-
dade da carne seja garantida em todas as etapas do processo produtivo, garantindo 
qualidade ao produto fi nal e maior confi ança por parte do consumidor. 
Um dos principais obstáculos a serem superados pela cadeia produtiva da carne 
suína tem sido a questão ambiental e os desafi os pertinentes à gestão dos resíduos. 
Desde os biodigestores até a viabilização da compostagem ambientalmente corre-
ta tem sido soluções encontradas para estes problemas.
20 - 21
APRESENTAÇÃO
20 - 21
Desta forma, prezado(a) aluno(a), esperamos que você tenha sucesso neste desafi o 
em busca do conhecimento, sobretudo, no que se refere a temas tão importantes 
como o agronegócio nacional e em foco as cadeias produtivas da avicultura a sui-
nocultura.
Faça bom uso do seu tempo e bons estudos!
Atenciosamente, 
Prof. Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Prof. Me.Fábio da Silva Rodrigues
Outra referência de estudo que pode ser utilizada para o estudo 
sobre Cadeias Produtivas, em foco a Cadeia Produtiva da 
suinocultura, é a obra organizada por Ivanor Nunes do Prado e 
José Paulo de Souza, ambos professores da UEM – Universidade 
Estadual de Maringá.
Cadeias Produtivas, estudo sobre competitividade e 
coordenação
vanor Nunes do Prado
José Paulo de Souza 
Editora: Eduem
Sinopse: O foco do livro organizado por Prado e Souza 
(2007) tem signifi cativa relevância, por tratar dos aspectos da 
competitividade e coordenação das cadeias produtivas selecionadas, tais como os estudos sobre 
a cadeia produtiva da suinocultura. Vale a pena se aprofundar sobre o tema!
PRADO, I. N., SOUZA, J. P. (org.). Cadeias Produtivas: estudos sobre competitividades e coordena-
ção. Maringá: Eduem, 2007, 173 p.
SUMÁRIO
20 - 2120 - 21
UNIDADE I
CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO 
DO BRASIL
25 Introdução aos Estudos da Cadeia Produtiva da Avicultura 
27 Breve Conceituação Sobre Agronegócio e Cadeia Produtiva 
31 Configuração da Cadeia Produtiva da Carne de Frango 
42 Planejamento do Sistema de Produção de Frango de Corte 
45 Sistemas de Produção na Avicultura: Integrados e Independentes 
57 Considerações Finais 
UNIDADE II
BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
63 Introdução-Boas Práticas de Produção (BPP) de Frangos de Corte 
64 Protocolo de BPP de Frangos de Corte 
76 Sustentabilidade na Produção de Frangos de Corte 
77 O que é Licenciamento Ambiental? 
84 Gerenciamento Ambiental 
95 Considerações Finais 
SUMÁRIO
22 - PB
UNIDADE III
O MERCADO DA CARNE DE FRANGO DO BRASIL: 
CONTEXTO NACIONAL E PARTICIPAÇÃO NO CENÁRIO 
INTERNACIONAL
101 Introdução – Brasil no Mercado Mundial da Carne de Frango 
102 A Cadeia Produtiva da Carne de Frango do Brasil no Cenário Mundial 
144 Considerações Finais 
UNIDADE IV
CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
151 Introdução aos Estudos Sobre a Cadeia Produtiva de Ovos 
152 A Cadeia Produtiva de Ovos 
158 Planejamento da Produção de Ovos 
175 Considerações Finais 
UNIDADE V
A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS
181 Introdução aos Estudos Sobre a Cadeia Produtiva de Suínos 
182 Panorama da Suinocultura Mundial e Nacional 
214 Considerações Finais 
218 Referências 
225 CONCLUSÃO
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Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA 
PRODUTIVA DE CARNE DE 
FRANGO DO BRASIL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer a configuração da cadeia produtiva da carne de frango.
 ■ Estudar os elos que compõem a cadeia produtiva da carne de frango.
 ■ Verificar as formas de planejamento e gestão na cadeia produtiva da 
carne de frango.
 ■ Aprofundar o conhecimento sobre produção integrada e o modelo 
independente de produção. 
 ■ Apresentar a importância dos contratos na avicultura.
 ■ Identificar alternativas viáveis à produção convencional de carne de 
frango.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Caracterização e configuração da cadeia produtiva da carne de 
frango
 ■ Análise dos elos que constituem a cadeia produtiva da carne de 
frango do Brasil
 ■ Planejamento e gestão no sistema de produção de frangos de corte
 ■ O papel dos Contratos na avicultura brasileira
 ■ Sistema de produção na avicultura: a produção integrada e a 
produção independente
 ■ Alternativas de agregação de valor na avicultura de corte: frango 
caipira, colonial e orgânico
24 - 25
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA CADEIA PRODUTIVA 
DA AVICULTURA
Olá, caro(a) aluno(a)! Bem-vindo(a) ao estudo da Cadeia Produtiva da Avicultura.
Está pronto(a) para começar? É com grande satisfação que apresentamos os 
aspectos introdutórios dos estudos sobre a cadeia produtiva da avicultura. Nesta 
etapa do curso vamos estudar, conhecer e compreender as principais caracte-
rísticas da Cadeia Produtiva de Aves, desde a produção de carne, nestes itens 
introdutórios, até a produção de ovos, mais para o final do material. 
Procuraremos, neste material, abordar alguns aspectos técnicos e princípios 
fundamentais no estudo das cadeias produtivas do agronegócio, sendo o foco 
principal deste estudo a gestão aplicada à cadeia produtiva de aves.
De antemão, destacamos que sabemos que as questões técnicas ligadas ao 
agronegócio são importantes, já que sem o avanço técnico que tivemos nada 
disso seria possível, tais como os avanços em genética animal e de sementes, o 
desenvolvimento de defensivos agrícolas, fertilizantes, irrigação, maquinários, 
dentre outras técnicas mais avançadas que temos. Todavia, o foco principal para 
o nosso estudo de agronegócio se refere à gestão.
A gestão do agronegócio é o que deve prender sua atenção e seu esforço de 
estudo, já que é para isso que o mercado precisa de você! No Brasil, houve um 
grande desenvolvimento nas questões técnicas, mas ainda temos muito a desen-
volver nas práticas de gestão do agronegócio. 
Observe que estamos falando, em linhas gerais, do agronegócio, que ainda possui 
cadeias produtivas muito desorganizadas, com algumas exceções. Entendam que a 
cadeia produtiva de Aves, com destaque especial para a cadeia produtiva da carne de 
frango tem se demonstrado nas duas últimas décadas, sobretudo, como a cadeia pro-
dutiva mais organizada dentre todas as cadeias produtivas do agronegócio nacional! 
Nossa! Parece ser ousado cravar que esta é a cadeia produtiva mais organizada 
do agronegócio nacional. No entanto, com base nos estudos sobre agronegócio 
e nos conhecimentos acumulados sobre a matéria, podemos afirmar que, den-
tre as cadeias produtivas mais importantes do agronegócio brasileiro, a que mais 
apresenta traços de boa gestão é a cadeia produtiva da carne de frango. É isso 
que veremos na sequência de nossos estudos. 
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Introdução aos Estudos da Cadeia Produtiva da Avicultura
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Reprodução proibida. A
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E mais: note que a cadeia produtiva da carne de frango tem apresentado boa 
organização nos últimos anos, principalmente com a participação das grandes 
empresas do setor, que exercem o papel de coordenadoras das cadeias produti-
vas. Você terá a oportunidade de conhecer mais sobre o fenômeno dos contratos, 
que revolucionou a avicultura de corte do Brasil. 
Esses contratos, que ocorrem entre os abatedouros/indústrias de proces-
samento de carne de frango e os produtores rurais, tornaram a cadeia mais 
produtiva, mais eficiente, mais eficaz e efetiva, mais dinâmica, na medida em 
que a produção e a produtividade aumentaram, os custos de produção e transa-
ção foram reduzidos, a qualidade do produto aumentou, propiciando um preço 
final menor ao consumidor, o que fez com que a carne de frango tivesse o maior 
crescimento na preferência do consumidor nas duas últimas décadas.
Sabemos que a Cadeia Produtiva da Avicultura tem importância singular 
para o agronegócio nacional e para a economia como um todo. Isto por ser o 
Brasil o maior exportador mundial de carne de frango, vendendo sua produção 
para mais de 158 países em todo o globo, gerando significativo superávit à eco-
nomia nacional. 
Ainda no campo da economia, o que podemos perceber é que a geração de 
empregos diretos e indiretos, ligados a montante ou a jusante, ou seja, antes e 
depois da produção industrial, a Cadeia Produtiva da Avicultura é significativa; 
no campo, sobretudo, pequenos e médiosprodutores rurais perceberam a opor-
tunidade gerada pelas empresas motrizes, e aderiram ao processo de integração 
vertical oferecido pelas mesmas, construindo seus galpões de engorda de frango.
Trataremos mais adiante e com maior especificidade sobre estes contratos, 
mas destacaremos que neste tipo de contratação a unidade produtiva, a fábrica, 
o abatedouro, ou seja, a empresa motriz, ou ainda a integradora, que é a grande 
coordenadora da cadeia produtiva, se responsabiliza pela entrega dos pintainhos, 
ou “pintinhos” como se diz popularmente (chamados de pintainhos a ave de um 
dia enviada ao produtor rural) e ainda oferece transporte, assistência técnica e 
alimentação, por meio do fornecimento da ração, bem como todo o suporte 
necessário à produção, e o produtor rural, também chamado de integrado, se 
responsabilizando pela criação do pintainho até que se torne um frango, isso 
levando cerca de 42 dias em média.
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Breve Conceituação Sobre Agronegócio e Cadeia Produtiva
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A proteína animal oferecida pela carne de frango tem grande aceitação pelo 
consumidor, estando sempre associada a um alimento de qualidade superior e 
preço baixo. Quem não se lembra do “Frango a um real” nos primórdios do Plano 
Real? Até o ex-presidente de República, Fernando Henrique Cardoso, constan-
temente se referia ao frango como um dos responsáveis pelo sucesso do Plano 
Econômico, o que permitiu que o brasileiro pudesse comer carne, o que era um 
artigo de luxo nestes tempos para muitos brasileiros. 
Esse avanço em qualidade e produtividade verificado na cadeia produtiva 
de Aves, principalmente identificado no Brasil, pode ser explicado preliminar-
mente pelo avanço em pesquisa e genética, pela gestão baseada em produtividade 
e baixo custo e, por fim, pela questão da excelente sanidade animal. Podemos 
afirmar que talvez esses sejam os pilares do sucesso da produção animal, asso-
ciado, ainda, à melhor organização da cadeia produtiva da Avicultura, quando 
comparada com outras cadeias produtivas do agronegócio.
Abordaremos esses e outros temas referentes à Cadeia Produtiva da Avicultura 
no decorrer de nossos estudos, destacando o enfoque da gestão dessa cadeia 
produtiva.
Vamos nos aprofundar nesta aventura da busca do conhecimento?
Até mais e bons estudos!
BREVE CONCEITUAÇÃO SOBRE AGRONEGÓCIO E 
CADEIA PRODUTIVA
Para entendermos algo mais específico do 
mundo do agronegócio, como estudar de 
forma mais profunda a cadeia produtiva da 
carne de frango, de outras aves tais como as 
aves exóticas, a cadeia produtiva de ovos ou 
a cadeia produtiva da carne suína é muito 
importante que tenhamos a compreensão do 
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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que é uma cadeia produtiva, qual sua origem no mundo dos negócios e como se 
aplicar a forma do gestor em agronegócio.
Assim sendo, nós lhe convidamos a conhecer um pouco sobre as origens 
do agronegócio, que abrange os estudos inaugurais sobre o tema em nível mun-
dial, tais como os estudos de David e Goldberg e os estudos da escola industrial 
francesa, bem como em nível nacional, ou seja, quando no Brasil se começou a 
estudar, discutir e usar a terminologia e os conceitos de agronegócio para apli-
car a então agropecuária brasileira.
Sabemos que o agronegócio pode ser compreendido a partir de diferentes 
perspectivas teóricas. Para Zylberstajn (2000), denominações como cadeia produ-
tiva, SAG, supply chain, são indiscriminadamente utilizadas e com superposições 
conceituais. Ponto em comum, no entanto, é a abordagem sistêmica, tendo como 
princípio as ideias seminais de Davis e Goldberg (1957) da escola de administra-
ção de Harvard, consolidando-se com o trabalho de Goldberg (1968), quando 
enfoca o conceito de sistemas agroindustriais. 
Já neste ponto, um destaque se dá à visão sistêmica do agronegócio, em que 
a dimensão até então restrita às cercas da propriedade rural, passa a extrapolar 
estas margens ou limites físicos, ficando o produtor rural envolto em uma série 
de informações, variáveis, impactos que não apenas envolvem mais o microam-
biente de sua propriedade rural, já que passa a ser afetado pelas informações e 
mudanças do ambiente macro.
Sobre a visão sistêmica no agronegócio, Dutra et al. (2008, p. 3) argumen-
tam que:
As cadeias produtivas agroindustriais, como um todo, bem como as 
propriedades rurais, estão inseridas em um ambiente de diversidade 
e de multiplicidade, onde os inter-relacionamentos são cada vez mais 
complexos. Logo, aos atores destas, impõe-se a necessidade de um 
olhar sistêmico, ou seja, perceber no ambiente englobante as variáveis 
necessárias para a minimização do risco inerente aos seus negócios.
Mas retornando à busca pelas raízes históricas do termo agribusiness, sabe-se que 
o mesmo foi traduzido para o português como agronegócio, termo este cunhado 
por Davis e Goldberg no ano de 1957, em Harvard. A concepção desenvolvida 
pelos autores provocou uma nova forma de pensar e compreender a dinâmica 
do contexto rural. O trabalho destaca que os negócios ligados à produção de 
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Breve Conceituação Sobre Agronegócio e Cadeia Produtiva
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alimentos e fibras não deveriam ser analisados apenas sob a perspectiva da pro-
dução rural, exclusivamente, e sim deveriam contemplar as relações entre os 
agentes econômicos nas etapas produtivas. 
Desta forma, a eficiência do sistema não depende apenas da eficiência pro-
dutiva (dentro da porteira), mas também, da forma eficiente de condução das 
operações antes e depois da porteira. Assim, o agronegócio envolve o conjunto de 
operações de produção, armazenamento, distribuição e comercialização de insu-
mos e produtos agrícolas, bem como seus derivados (DAVIS; GOLDBERG, 1957).
Dutra et al. (2008) reforçam a posição defendida preliminarmente por Davis 
e Goldberg em 1957:
Dada a dinamicidade e complexidade característica ao sistema econô-
mico global e, mais especificamente, ao sistema agroindustrial, ressal-
ta-se uma necessidade imposta aos atores dos sistemas produtivos agrí-
colas, qual seja, a de olhar para o seu entorno de forma sistêmica, tanto 
para dentro (dentro do seu micro sistema de produção), quanto para 
fora (macroambiente). Logo, não basta olhar as partes, buscar compre-
endê-las e estudá-las, pois não se chegará ao todo, como também não 
basta mirar para o todo sem ter a compreensão de cada parte (DUTRA 
et al., 2008, p. 4). 
Podemos perceber que a perspectiva sistêmica, que ampliou a visão restrita e 
estreita do termo agriculture, focando também os elos anteriores e posteriores à 
porteira, de forma figurada à produção primária em si, também foi comum aos 
franceses, que mesmo abordando o tema de maneira diferente buscaram intro-
duzir elementos com os quais pretendiam modernizar a visão sobre o que nós 
chamamos de agronegócio atualmente. Então, vamos verificar a contribuição 
dos franceses ao agronegócio? 
Mas antes de continuar a leitura deste texto e saber como os franceses contri-
buíram para a formação do termo e do conjunto de conhecimentos pertinentes 
ao agronegócio, pense e reflita sobre a seguinte questão: afinal, o que é cadeia 
produtiva? 
Pensou? Então, vamos lá. O conceito de cadeia produtiva (filière), original-
mente desenvolvido na escola de economia industrial francesa, tem aplicação no 
estudo da sequência deatividades que transformam uma commodity (ver qua-
dro abaixo) em produto acabado (ZYLBERSTAJN, 2000). Diz respeito a uma 
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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sequência de operações que conduzem à produção de bens, e todas as etapas que 
a sucedem, como descrito na sequência:
[...] uma sucessão de operações de transformações dissociáveis, capazes 
de serem separadas e ligadas entre si por um encadeamento técnico e 
também um conjunto de relações comerciais e financeiras que estabe-
lecem entre os estados de transformação um fluxo de troca situado de 
montante a jusante, entre fornecedores e clientes (BATALHA; SILVA, 
2001, p. 26). 
Podemos compreender que cadeia produtiva se refere a um conjunto de etapas 
sucessivas, ao longo das quais os insumos sofrem alguma transformação, até a 
constituição de um produto final (bem ou serviço) e sua colocação no mercado. 
Trata-se, portanto, de uma sucessão de operações (ou de estágios técnicos de 
produção e de distribuição) integradas, realizadas por diversas unidades inter-
ligadas como uma corrente, desde a extração e manuseio da matéria-prima até 
a distribuição do produto final.
Tendo sido realizado esta breve definição da origem de agronegócio e sobre 
o conceito de cadeia produtiva, tema trabalhado aprofundadamente em outra 
disciplina, abordamos a seguir a questão específica da cadeia produtiva da carne 
de frango.
O que é commodity/commodities?
É a Mercadoria em estado bruto ou produto básico de importância comer-
cial, como café, cereais, algodão etc., cujo preço é controlado por bolsas in-
ternacionais. São produtos padronizados, não diferenciados cujo processo 
de produção é dominado em todos os países (o que gera uma alta competi-
tividade) e cujo preço não é definido pelo produtor, dada a sua importância 
para o mercado. Geralmente, são negociados em Bolsa de Valores interna-
cionais, e seu valor é definido pelas condições do mercado, daí a impossi-
bilidade de o produtor definir seu preço. É o caso do petróleo, da soja, do 
café etc.
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CONFIGURAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE 
DE FRANGO
Caro(a) aluno(a)! Como havíamos comentado no início desta unidade, a cadeia 
produtiva da carne de frango pode ser considerada um dos melhores exemplos 
de organização produtiva do agronegócio brasileiro, sobretudo, no que se refere 
às estruturas de governança e mecanismos de coordenação existentes na cadeia 
produtiva, promovidos em grande parte pelo papel exercido pelas empresas 
motrizes, exemplificado pelo uso dos contratos destas com os produtores inte-
grados na produção de carne de frango.
Essa organização conquistada pela cadeia produtiva da carne de frango do Brasil, 
sobretudo, nos últimos vinte anos, teve nas empresas motrizes, que são os abate-
douros, as indústrias de carne de frango e produtivo derivados desta, os grandes 
protagonistas. Com o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), a 
produtividade tornou-se maior, em companhia da qualidade do produto, que 
O que são Estruturas de governança?
Buainain et al. (1999, p.4 apud RABELO e SILVEIRA 1999, p. 4) definem Estru-
tura de Governança como: 
um conjunto de formas organizacionais que condicionam o relacionamento 
entre agentes que estão empenhados em uma atividade, determinando os 
incentivos individuais e a alocação dos recursos (quando, aonde, de que for-
ma) disponíveis. As estruturas de governança incluem as formas específicas 
de direito de propriedade dos ativos, as regras básicas – contratuais ou não 
– que regulam as relações entre agentes, a utilização de ativos comuns e 
individuais, a distribuição das rendas, previstas em contratos ou residuais, os 
instrumentos de premiação e punição utilizados pelo grupo e o arcabouço 
legal/institucional da economia que ampara as regras de convivência e os 
contratos estabelecidos entre agentes.
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Reprodução proibida. A
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apresentou o maior crescimento na preferência nacional entre as proteínas ani-
mais nos últimos anos.
Note que a cadeia produtiva da carne de frango do Brasil, dado o seu nível 
de especialização das organizações inseridas, desenvolvimento de pesquisas 
e genética animal, elevado controle sanitário e, sobretudo, sua capacidade de 
adaptação às exigências dos diferentes mercados mundiais, se destaca como 
uma das mais desenvolvidas do segmento, quando comparada aos seus princi-
pais concorrentes mundiais, sendo também uma das cadeias produtivas mais 
organizadas do agronegócio brasileiro, quando comparada com outros seg-
mentos do setor.
Reforçando o que havíamos adiantado, a dinamicidade da cadeia produtiva da 
carne de frango do Brasil deve-se, em grande parte, ao excelente processo de 
coordenação estabelecido em grande parte pelas próprias organizações (empre-
sas motrizes) inseridas no segmento. As grandes corporações desenvolveram o 
conceito e a prática do contrato entre indústria processadora e produtor rural, 
O que são Mecanismos de coordenação?
De acordo com Miranda (1997, p.26 apud MEIRA et al. (2006):
Coordenação é o processo através do qual participantes de um 
setor produtivo organizam as atividades de sua cadeia, tais como, 
produção, processamento, distribuição e consumo.[...] As formas 
de coordenação das atividades econômicas também são conheci-
das como estruturas de governança. Miranda (2002, p. 205) aborda 
que os dois principais mecanismos para coordenar as atividades de 
uma empresa são: coordenação via mercado, que é uma forma de 
coordenação horizontal e coordenação via hierarquia, que é uma 
forma de coordenação vertical. Entre esses dois extremos existem 
inúmeros mecanismos de coordenação possíveis, que se referem 
às estruturas híbridas e também são formas de coordenação ver-
tical. A escolha desses mecanismos intermediários vai depender, 
entre outras coisas, da quantidade de informação requerida e do 
custo de obtenção da mesma.
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por meio de parcerias para a produção, o que alavancou a cadeia produtiva da 
carne de frango do Brasil como um todo. 
Neste contexto, considerando o desenvolvimento da cadeia produtiva da carne 
de frango do Brasil, a produção industrial ocorre maciçamente por meio de par-
cerias estabelecidas entre empresas motrizes (também denominadas empresas 
focais), que são os integradores de produtores rurais, e os integrados, que são os 
produtores rurais, em sua maioria, pequenos e médios produtores.
Segundo Nogueira (2003 apud FREITAS, (2008), no tipo mais usual de con-
trato adotado na avicultura brasileira, o processador, denominado de empresa 
motriz, fornece ao produtor, pintos de linhagens selecionadas, ração, assistência 
veterinária, medicamentos e garantia de compra do produto ao final da criação. 
Por sua vez, o produtor é responsável pelos investimentos em ativos específicos, 
tais como instalações, equipamentos e mão de obra. 
Com o fim do ciclo de produção, ocorre o pagamento dos lotes de aves, que 
pode variar conforme os índices de eficiência atingidos pelo produtor integrado 
no ciclo, mensurado por índices de produtividade, tais como conversãoalimen-
tar, mortalidade e tempo de criação.
A vantagem do contrato, é que os custos envolvidos em transações de mer-
cado, como o acompanhamento e a negociação do preço, a busca de compradores 
e as operações de logística, aspectos razoavelmente definidos no contrato, podem 
ser eliminados.
Desta forma, a estrutura que 
favoreceu a dinamização da indústria 
avícola tem como principal compo-
nente o contrato de parceria entre 
processadores e produtores rurais. 
Nogueira (2003 apud FREITAS 
2008) comenta que o desenvolvi-
mento de um bom relacionamento 
entre os agentes da cadeia produ-
tiva é fundamental para o sucesso 
da parceria.
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Com base em Ponzio (2007 apud GOMES et al. (2008) as vantagens da inte-
gração para os produtores rurais são as seguintes:
a. Segurança de venda dos produtos no dia certo e a preços previamente 
acordados.
b. Garantia de assistência técnica.
c. Utilização de mão de obra familiar, elevando a renda da familiar.
d. Maior possibilidade de especialização.
e. Diminuição dos desembolsos financeiros durante o processo de produção.
Segundo o mesmo autor, para as empresas integradoras, as vantagens são as 
seguintes:
a. Garantia de matéria-prima para suas agroindústrias no momento certo.
b. Diminuição de encargos sociais e de possíveis problemas trabalhistas.
c. Terceirização da produção agropecuária diminuindo recursos financei-
ros necessários à produção.
d. Fixar baixos preços dos produtos rurais nas integrações, gerando pequena 
margem de ganho.
O advento dos contratos e o processo de integração vertical apresentaram 
impactos positivos ou negativos na avicultura de corte do Brasil? Pense e 
discuta no ambiente virtual!
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PARCERIA AVÍCOLA: CONTRATOS DE INTEGRAÇÃO NA PRODUÇÃO DE 
CARNE DE FRANGO EM MG
Para efeito de ilustração sobre a relação 
entre produtor rural integrado e empresa 
integrado na produção de carne de frango, 
Gomes et al. (2008) fazem um estudo de 
caso na cidade mineira de Viçosa, onde pes-
quisam as relações entre os agentes, como 
veremos na sequência.
Neste caso estudado, a empresa PIF PAF 
Alimentos exerce o papel de integradora. 
A empresa se responsabiliza pela entrega 
dos animais ainda jovens, além do insumo 
e suporte técnico, enquanto os produtores 
rurais ficam responsáveis pelos investimen-
tos em infraestrutura e mão de obra.
De outro lado, a granja estudada aloja 17 
mil aves, onde foi implantado o modelo 5S 
e gestão da qualidade. A unidade tem boa 
infraestrutura, possui comedor automático, 
ventilador e bebedouro. 
O sistema de integração funciona da 
seguinte forma: o aviário corresponde a uma 
etapa da produção que poderia ser conside-
rada como terceirizada, caracterizada pelos 
contratos de integração entre a empresa 
integradora PIF PAF e o produtor rural.
No aviário se dá a criação dos pintainhos 
de um dia, que saem dali com cerca de 38 
a 45 dias. Os investimentos para instalações 
não são baixos e são de inteira responsabi-
lidade do produtor rural.
O produtor rural integrado é responsável 
pelo fornecimento dos frangos de corte 
para abastecer a unidade industrial, por 
meio do sistema denominado Parceria 
Avícola. Neste sistema a PIF PAF fornece 
os insumos básicos, além da assistência 
técnica aplicada à produção, bem como é 
responsável por fiscalizar ou fazer auditoria 
com todos os produtores rurais integrados.
A PIF PAF é legítima proprietária das aves e o 
integrado é o responsável pelo seu manejo 
e tratamento, sendo que as regras dessa 
parceria são definidas pelo contrato. Cabe 
à empresa integradora fornecer os pintos, 
chamados de pintainhos de um dia, além 
da ração, vacinas, medicamentos, desinfe-
tantes e assistência técnica. Já ao integrado 
cabe fornecer a infraestrutura adequada 
ao manejo dos animais, água de boa qua-
lidade, aquecimento adequado, bem como 
mão de obra para cuidar do aviário. 
Os integrados são orientados pela empresa, 
para serem capazes de oferecer aves den-
tro dos padrões de qualidade desejados e 
com custo-benefício competitivo.
Quanto ao ciclo de criação, as aves são 
mantidas na granja até atingirem o peso 
desejado para abate. Sabe-se que em 
média, as aves são abatidas com 42 dias 
de idade e algo próximo a 2,5 kg de peso. 
É realizada uma programação de abate e 
o avicultor é previamente informado pelo 
departamento técnico para programar suas 
atividades. Após a retirada das aves para 
abate, a granja deverá ser preparada para 
um novo alojamento, o qual deve ser feita 
a lavagem e desinfecção do galpão e dos 
equipamentos.
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Um dos pontos importantes a ser levantado 
é a mortalidade das aves. No caso estudado 
no artigo, morrem em média, três aves por 
dia, e o máximo permitido ao produtor é 
de perder apenas meio por cento do total 
de aves alojadas.
Quanto às aves mortas, as mesmas devem 
ser descartadas dentro da própria unidade 
de produção, através de composteiras, 
onde são colocadas juntamente com a 
cama da avicultura e depois de um determi-
nado período, transformados em composto 
de adubo, que é usado na lavoura ou ven-
dido a cem reais a tonelada.
Quanto às formas de remuneração, os pro-
dutores são pagos pela integradora com 
base nos desempenhos dos lotes de ani-
mais entregues de acordo com a fase da 
criação. A pontuação do desempenho é 
definida segundo as normas da empresa. 
A cada lote de aves terminadas, os parceiros 
criadores têm direito a uma participação no 
resultado econômico e são remunerados 
de acordo com a produtividade e índices 
técnicos atingidos. Este último mês, o pro-
prietário entrevistado recebeu trinta e sete 
centavos por cabeça. Em outros meses, já 
aconteceu de receber quarenta e dois cen-
tavos por cabeças. 
Fonte: GOMES, A.P.W.; GOMES, A.P. Sistema 
de Integração na Avicultura de Corte: um 
estudo de caso na região de Viçosa-MG. 
XLVI Congresso da Sociedade Brasileira 
de Economia, Administração e Sociolo-
gia Rural. Rio Branco, 2008.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No sistema de integração empregado na cadeia produtiva da carne de frango no 
Brasil, existem algumas particularidades e especificidades. Na sequência, identi-
ficaremos algumas etapas elementares na produção de carne de frango em escala 
industrial; desta forma, a cadeia produtiva de carne de frango do Brasil, basica-
mente apresenta os seguintes componentes:
Avozeiros: pertence às multinacionais; são as granjas que, a partir da importa-
ção de ovos das linhagens avós, produzem as avós que são cruzadas para produzir as 
matrizes que, por sua vez, vão gerar os pintainhos comerciais, criados para o abate. 
O setor avozeiro das linhagens de corte no Brasil é consideravelmente oligopolizado, 
constituído por empresas multinacionais, que disputam, por meio de filiais ou firmas 
representantes da sua marca, um mercado grande e crescente de pintos de um dia.
Matrizeiros: é o criatório onde as matrizes reprodutoras são cruzadas para 
gerarem ovos férteis que posteriormente serão enviados aos incubatórios para 
a produção de pintainhos.
Incubatórios: são unidades pertencentes ao abatedouro ou empresa motriz; 
o objetivo deste elo da cadeia produtiva é criar pintainhos que serão levados 
aos aviários. O tempo compreendido entre a chegada do ovo ao incubatório e o 
nascimento de pintainhos são 21 dias ou 504 horas; o monitoramento das incu-
badoras é constantepara a manutenção da qualidade dos pintainhos, sendo 
mantida uma temperatura de aproximadamente 38 ºC. 
Os ovos são colocados nas incubadoras, que os acomodam em um sistema de 
prateleiras com bandejas móveis e, durante 18 dias chocam ou incubam os ovos, 
que na sequência do processo passam para os nascedouros que, por 3 dias, servem 
de alojamento para o nascimento das aves. O incubatório exige um tratamento 
especial quanto à limpeza do local e das pessoas que ali trabalham ou visitam. Este 
processo, chamado de “biossegurança” é para garantir a não contaminação dos ovos 
e dos pintainhos. Nascidos os pintainhos, esses são encaminhados para os “aviários”.
Aviário: é no aviário que se dá o crescimento e a terminação dos frangos, 
que ali chegam como pintainhos de 1 dia, e ficam até a época de abate, que pode 
variar dos 38 até aos 56 dias, para a produção do frango convencional, de acordo 
com o mercado, sendo também possível o abate mais precoce para a produção 
do frango tipo griller; essas estruturas têm capacidade que geralmente acomo-
dam cerca de 15.000 a 48.000 aves; é uma etapa de produção que é terceirizada e 
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caracterizada pelos contratos de integração entre frigoríficos e proprietários rurais. 
Esses contratos de integração são, na verdade, contratos de “quase integração ver-
tical”, já que a empresa motriz não assume a responsabilidade pela produção de 
todas as etapas do processo produtivo, nem detêm todos os ativos necessários 
para tal, ficando essa responsabilidade compartilhada com os produtores rurais. 
A construção da granja e aquisição dos equipamentos necessários para o fun-
cionamento da mesma é de responsabilidade do integrado, o produtor rural, bem 
como a disponibilização de demais ativos envolvidos na produção dos frangos, 
além da eventual contratação de colaboradores. Além da assistência profissional, 
composta por profissionais como médicos-veterinários e zootecnistas, profis-
sionais da área econômico-financeira, fornecimento de rações, medicamentos e 
os pintainhos de 1 dia, os integrados (produtores rurais) recebem um conjunto 
de know-how da empresa integradora, sobre como produzir frango de corte. O 
pagamento aos integrados é realizado conforme padrões estabelecidos de metas 
de produtividade e qualidade, ao final da entrega de um lote. 
Fábrica de ração: é a unidade que produz a ração necessária para a alimen-
tação das aves alojadas, desde os matrizeiros aos aviários integrados; dentre os 
itens importantes deste elo da cadeia produtiva destacam-se o controle de qua-
lidade da matéria-prima, o equilíbrio nutricional da ração, a higiene, bem como 
a preocupação com as condições de armazenamento e distribuição.
Abatedouro/frigorífico: é o elo responsável pela produção da carne de 
frango, do produto final à base de frango; em sua maioria a produção se concen-
tra na produção de frango inteiro, resfriado ou congelado, porém com grande 
tendência de aumento na produção de cortes, alimentos processados, alimentos 
semiprontos, pré-cozidos à base de frango e resfriado. Nessa etapa do processo 
produtivo podem ser agregados importantes valores sobre o produto, que será 
no próximo elo da cadeia entregue aos consumidores ou compradores finais. 
Distribuição: é a etapa responsável por fazer com que o produto chegue aos 
compradores, clientes e consumidores interessados; é constituído por varejistas 
(supermercados e açougues), que atendem o consumidor final, e por atacadistas 
de carnes, que repassam e vendem essas mercadorias às empresas intermediárias, 
que processam, elaboram pratos, tal quais restaurantes, cozinhas industriais e 
indústrias de alimentos processados à base de frango. Nas exportações realizadas 
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pelas empresas distribuidoras, geralmente as empresas motrizes ou trading com-
panies a ela associadas, também podem ser classificadas nesse elo. 
Consumo: é a ponta final da cadeia produtiva da carne de frango, sendo o 
vetor, o gerador de demanda. Costuma-se dizer que anteriormente, principal-
mente antes da abertura econômica e a difusão da globalização, a produção era 
empurrada, ou seja, a indústria produzia e desovava no mercado, sendo o con-
sumidor quase que obrigado a consumir, já que não havia opções para escolha; 
atualmente, costuma-se dizer o contrário: a produção não é mais empurrada, da 
indústria para o consumidor – a produção é puxada, pelo consumidor, pois este 
é quem determina o que a indústria deve produzir, de que sabor, em que tama-
nho, de que forma o produto deve ser. 
Essa ponta final de cadeia pode ser representada pelo consumidor final direto, 
o consumidor que vai ao supermercado, ao açougue, bem como pelo compra-
dor organizacional, as empresas, como restaurantes, empresas de alimentação 
coletiva e indústrias de alimentos processados, que compram a carne de frango 
e a utilizam como matéria-prima na elaboração de outros produtos. Esse con-
sumidor pode ser tanto do mercado nacional, como do mercado internacional, 
considerando que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e 
exporta para mais de 150 países no globo. 
Uma representação esquemática da cadeia produtiva da carne de frango é 
apresentada por Souza (1999), conforme figura 1.
CONSUMIDORES
GRANJA DE FRANGO
(engorda)
GRANJA DE MATRIZES 
GRANJA DE AVÓS
INCUBÁTÓRIO
PROCESSAMENTO
Corte e Abate 
FÁBRICA
Ração e Medicamentos
DISTRIBUIDOR
Figura 1: Cadeia Produtiva da Carne de Frango
Fonte: (SOUZA, 1999)
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
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 Esta classificação genérica da cadeia produtiva da carne de frango torna mais 
fácil o entendimento e o conhecimento sobre o tema. O relacionamento entre 
os diversos elos da cadeia, bem como a especialização de cada agente em uma 
etapa do processo produtivo tornou a cadeia como um todo mais eficiente, mais 
estruturada e organizada, reduzindo os custos de produção e transação do pro-
duto.
De acordo com Martins et al. (1996) apud Freitas (2008), no caso da cadeia pro-
dutiva do frango de corte, existem três elos concentrados e com considerável 
poder de definição de preços: os avozeiros, os frigoríficos e os supermercados. 
Os avozeiros estão sob o controle da produção de indústrias multinacionais, o 
que torna seus interesses muitos além da fronteira nacional, adicionando a este 
fator a posição estratégica que tem na cadeia produtiva.
O elo representado pelos abatedouros/frigoríficos/indústrias de transformação 
do frango atua na cadeia articulando o desempenho de uma grande gama de 
agentes, cabendo a ele grande parte da coordenação do funcionamento da ca-
deia produtiva do frango de corte. 
No elo do varejo, representado pelos supermercados, sabe-se que os mesmos 
são gerenciados por grandes grupos empresariais de atuação global, e os mes-
mos possuem uma coordenação e poder de venda que acaba por torná-las as 
grandes definidoras de preços na cadeia produtiva do frango de corte. Por sua 
vez, os setores da criação, produção de milho e soja, bem como os consumi-
dores finais de frango, têm pequeno poder de negociação de preço, embora o 
sucesso de cada elo da cadeia dependa de que o fluxo produtivo se mantenha 
sem grandes oscilações.
Essa estruturação da Cadeia produtiva da carne de frango pode ser resultado 
do planejamento do sistema de produção, como veremos nasequência dos es-
tudos. 
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O QUE SÃO CUSTOS DE TRANSAÇÃO?
Para Kupfer, os custos de transação são 
os gastos que os agentes econômicos 
enfrentam todas as vezes que recorrem 
ao mercado, ou seja, são custos de nego-
ciar, redigir e garantir o cumprimento 
dos contratos (KUPFER, David. Economia 
Industrial: Fundamentos teóricos e práti-
cos no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 
2002).
Já Zylberstajn define os custos de transa-
ção como os custos de mover o sistema 
econômico, incluindo tanto os custos de 
achar quais os preços relevantes, como 
outros custos de desenho, estruturação, 
monitoramento e garantia da implemen-
tação dos contratos. Continua o referido 
autor afirmando que esses custos podem 
ser ex-ante, quando relacionados à pre-
paração, negociação ou salvaguarda, ou 
ex-post, quando decorrente dos ajustamen-
tos e adaptações quando a execução de um 
contrato é afetada por falhas, erros, omissão 
ou alterações inesperadas (ZYLBERSZTAJN, 
Décio; NEVES, Marcos Fava. Economia e 
gestão dos negócios agroalimentares. 
São Paulo: Pioneira, 2000).
Os custos de transação decorrem dos 
custos provenientes das transações eco-
nômicas que ocorrem todas as vezes que 
os agentes negociam bens e serviços no 
mercado. Os custos de transação, dessa 
forma, estão intimamente ligados à ideia 
de contratos.
A todo tempo as pessoas estão realizando 
contratos, e a partir destes as mercadorias, 
bens e serviços são circuladas, transaciona-
dos e prestados. Levando em consideração 
a importância dos contratos, a Teoria Econô-
mica dos Contratos, a partir de uma análise 
econômica, propõe alternativas para que 
tais contratos sejam firmados, executados 
e finalizados de forma eficiente, estabe-
lecendo o necessário equilíbrio que deve 
existir numa relação contratual.
Dentro desse contexto, importa destacar os 
custos de transação, que podem reduzir a 
eficiência de um contrato. Esses custos não 
se relacionam com os gastos provenientes 
de uma produção em si, mas estão liga-
dos aos custos decorrentes da negociação 
de contratos no mercado entre os agentes 
econômicos.
Fonte: RODRIGUES, Sabrina. Redução dos custos de transação dentro de uma cadeia produtiva. Disponível 
em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=332>. Acesso em: 17 mar. 2011. 
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
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PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE 
FRANGO DE CORTE
Então, como está o fôlego para continuarmos esta maratona do conhecimento sobre 
a cadeia produtiva da carne de frango, este tão importante componente do agronegó-
cio nacional? Mantenha o ritmo, pois temos muito ainda a desvendar sobre o tema!
Estamos certos que até agora foi importante conhecermos como se confi-
gura a cadeia produtiva da carne de frango, ou seja, como se estrutura a cadeia 
produtiva, bem como saber mais sobre alguns termos importantes para o melhor 
entendimento sobre o assunto.
A estrutura mais bem organizada da cadeia produtiva é um ponto que pode-
mos destacar do que foi visto até este momento, onde por meio do planejamento 
da cadeia como um todo, sobretudo, das empresas coordenadoras do processo, 
que articulam os diversos elos para redução de custos e aumento de ganhos que 
se reflitam ao longo da cadeia, tanto monetários, representados pelo aumento da 
produtividade, quanto pela maior qualidade do produto entregue ao consumidor.
Desta forma, considerando que no sistema de produção integrada o pro-
dutor rural conta com total assistência da empresa motriz, gerando até uma 
relação de natural dependência, observa-se que as definições estratégicas de 
grande monta na cadeia produtiva 
do frango, ficam a cargo destas 
empresas, que são os agentes 
coordenadores do processo 
de produção.
No entanto, a defini-
ção dos objetivos da criação 
ou ainda das rotinas diárias 
de produção são imprescin-
díveis neste processo. Assim, 
é preciso planejamento! Definir, 
por exemplo, qual será a produ-
ção desejada por lote, estimativas de 
produtividade, padrão de gastos com 
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ração e demais insumos, tempo de retirada dos lotes, dentre outros parâmetros 
se faz fundamental.
Como podemos observar, o planejamento é essencial. Se para as atividades 
mais simples do dia a dia como a programação das férias de final de ano, nós pla-
nejamos desde o itinerário, local onde ficaremos, praias que visitaremos, levamos 
os carros para manutenção, bem como fazemos as reservas monetárias necessá-
rias, quanto mais para o planejamento do nosso negócio.
Notamos assim que o estabelecimento de metas de produção é importantís-
simo. Mesmo na maioria das situações sendo difícil precisar com exatidão alguns 
pontos em relação a esse aspecto, planejamento prévio é fundamental; no caso 
da integração esse item é definido em acordo com a empresa motriz ou abate-
douro, que pode estipular, com base nos recursos investidos, na capacidade de 
alojamento do galpão, qual será a meta da sua criação.
Neste processo de planejamento, no que se refere à alocação de recursos, 
além das fontes de financiamento próprio, como reservas pessoais, diversas outras 
modalidades de financiamento estão disponíveis junto às instituições financeiras, 
e mesmo junto às próprias empresas motrizes, com vistas a obter empréstimos 
para idealizar o projeto. Entretanto, alguns passos são fundamentais, quais sejam:
a. Confecção de um projeto de viabilidade econômico-financeira, especi-
ficando os custos estimados para investimento, desde estrutura física de 
produção, capacidade de produção, estimativa de investimentos em pes-
soal, equipamentos para operação, capital de giro, impactos ambientais 
da produção, gastos com legalização e documentação, previsão de receitas 
e despesas, dentre outras informações. A vantagem do sistema integrado 
de produção facilita esse processo, pois há não só um acompanhamento 
técnico permanente em todas as fases de execução do projeto por parte 
da empresa, mas também há uma garantia de compra da produção das 
aves. Já no sistema independente essa garantia nem sempre é possível, 
podendo dificultar o financiamento por parte da instituição financeira.
b. As questões ligadas ao impacto ambiental gerado pela criação de frango 
são um fator que deve ser avaliado com muito rigor, logo, o sistema de 
tratamento de dejetos, que normalmente é a compostagem da cama e seu 
destino final, deve estar presente e ser adequado para o sistema de criação.
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c. A regularização dos documentos e liberação dos órgãos competentes, 
como a legislação ambiental deve ser obedecida. As instituições e órgãos 
que regulamentam e fiscalizam essas atividades devem ser consultadas 
e a documentação necessária deverá ser providenciada, antes mesmo da 
elaboração do projeto, pois este deverá adequar-se às normas exigidas. 
Para efeito de exemplo, no caso do Paraná o órgão a ser consultado é o 
IAP – Instituto Ambiental do Paraná.
GESTÃO DE CUSTOS
As definições de estratégias e planejamento de produção ao produtor rural ficam 
cerceadas de certa forma, pois as alternativas aos produtores integrados são 
pequenas, já que trabalham norteados por instruções e planejamentos 
mestres das empresas integradoras; a esses, cabe buscar fazer a gestão 
eficiente de custos e o gerenciamentode padrões de qualidade esta-
belecidos pela integradora, visando conseguir eventuais prêmios por 
produtividade, tais como os prêmios por excelência sanitária ou baixo 
índice de mortalidade de aves.
ANÁLISE DE CUSTOS
Não serão abordados com você, os métodos de 
cálculo dos custos e também de depreciação dos inves-
timentos. O estudo da cadeia produtiva do frango não permite 
tal detalhamento neste momento, ficando essa incumbência especí-
fica às matérias de custos e relacionadas a projetos, bem como matérias 
específicas.
No caso do frango, a alimentação das aves é basicamente o compo-
nente mais importante do custo de produção. Certa vez, o ex-ministro da 
Agricultura, pecuária e abastecimento Roberto Rodrigues disse em um con-
gresso sobre agronegócio que “o frango era milho com asas e penas, bicos 
e penas”. Os custos relacionados com compra de ingredientes representam 
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aproximadamente 75% do custo total de produção.
Os demais itens que compõem o custo de produção são os seguintes:
 ■ Assistência Técnica.
 ■ Mão de Obra.
 ■ Material Genético.
 ■ Medicamentos e Vacinas.
 ■ Energia Elétrica.
 ■ Manutenção das Instalações e Equipamentos.
A gestão financeira eficiente pode ser a responsável direta pelo sucesso ou fra-
casso de um projeto. Daí a importância de que se considerem os detalhes já 
descritos anteriormente, que devem ser novamente tomados aqui, para que não 
sejam cometidos erros de análise que possam levar a tomada de decisões equi-
vocadas do ponto de vista estratégico-financeiro.
A gestão eficiente de custos, atenção aos padrões de qualidade estabelecidos 
pela empresa motriz, bem como as metas por ela estabelecidas, como controle 
de uso de ração, mortalidade de animais alojados e diminuição de dias instala-
dos, podem ser os pontos que possibilitariam uma agregação financeira ao final 
da entrega de um lote.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO NA AVICULTURA: 
INTEGRADOS E INDEPENDENTES
A produção integrada é o sistema de produção de frangos de corte, muito difun-
dido no Brasil, em que é realizada uma parceria, um contrato, entre a indústria 
ou abatedouro de frango, de um lado, e de outro lado, o produtor rural que 
passa a ser intitulado produtor integrado. Já a produção independente é aquela 
em que o produtor rural não possui vínculos contratuais ou qualquer espécie 
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de compromisso desta natureza com nenhum abatedouro ou indústria de pro-
dução de carne de frango.
No caso da produção integrada, a empresa motriz (integradora) deve infor-
mar ao produtor rural (integrado) quais os equipamentos necessários à produção, 
bem como quais as exigências quanto a aviários, capacidade de alojamento de 
aves, sistemas de ventilação, gestão de resíduos, iluminação, automatização, 
padrões de qualidade, metas de prazos de retirada de aves, metas de controle 
de utilização de rações, metas de controle de mortalidade das aves, entre outros 
índices de produtividade estabelecidos pela empresa motriz, o agente coorde-
nador desse processo.
A produção integrada, diferente da produção autônoma, independente, 
segue alguns princípios metas e normas estabelecidas pela empresa inte-
gradora; nesse aspecto, para garantir o padrão de qualidade definido pela 
empresa motriz, são definidas em contrato todas as especificações técnicas 
e demais informações pertinentes, quanto à produtividade, qualidade, sani-
dade e custo do produto.
Desta forma, o mercado independente possui uma maior liberdade e fle-
xibilidade em relação ao mercado integrado de produção de aves, no entanto, 
ficando mais exposto e aberto às volatilidades do mercado, já que nesse sistema, 
não integrado, a empresa motriz não garante a compra da produção, já que os 
contratos não definem nada sobre garantia de compra de produção. 
Por outro lado, os produtores independentes, não integrados, por não estarem 
vinculados e obrigatoriamente “presos” às empresas integradoras, têm opção de 
Qual a diferença entre produtores independentes e integrados? Em sua vi-
são, qual das duas formas parece ser mais eficiente/eficaz? Quais as vanta-
gens e desvantagens de cada modalidade? Reflita.
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comprar insumos, rações, equipamentos, bem como contratar assistência téc-
nica de maneira livre, individual, podendo negociar diretamente com os seus 
pares, no entanto, correndo o risco de não haverem compradores para seu lote, 
em situações específicas, riscos próprios do mercado. 
Já os produtores integrados estão intimamente vinculados às empresas motri-
zes, não podendo exercer o direito de escolha, negociação, discussão de custos 
e comissões, recebendo um valor especificado por lote, na entrega do mesmo, 
conforme produtividade e metas alcançadas, o que gera muita discussão e polê-
mica sobre essa relação em algumas esferas. 
Sistema de Produção Integrada: o que é isso?
Segundo Osni (1999) apud Martins (2008), a integração é o sistema que es-
tabelece um acordo de colaboração mútua entre a empresa e o produtor. 
É feito um contrato entre o produtor e a agroindústria, onde o produtor se 
compromete de providenciar as instalações e a mão de obra, e a integradora 
fornecer os pintos, medicamentos e ração, bem como assistência técnica, 
transporte para o abate e comercialização. A individualidade econômica é 
mantida e o sistema é chamado vertical, porque todos os processos ou ope-
rações da produção têm uma única coordenação administrativa.
O sistema integrado tem quatro objetivos básicos, a saber:
- Garantir ao criador rendimento definido, lote após lote, ficando livre das 
oscilações de mercado, em que, às vezes, o preço de vendas não cobre os 
custos de produção.
- Propiciar um rendimento em escala em todo o sistema, não seccionando 
os lucros para o segmento de pintinho, ração ou frango.
- Melhorar o padrão de qualidade em todos os segmentos da cadeia, ou 
seja, criação das matrizes, incubação, produção de pintinhos, produção de 
ração, criação de frango, abate e comercialização da carne; e
- Permitir a produção em escala, a fim de que a empresa possa produzir com 
competitividade, qualidade e volume de produção, que permitam agregar 
valor ao frango e competir no mercado internacional de carne de aves.
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Em alguns casos de contratos de integração, como o exemplificado pela 
empresa Doux, amplamente divulgado pela mídia, está ocorrendo atraso 
no pagamento aos produtores integrados ou ainda está acontecendo a falta 
de entrega da ração para alimentação dos animais, conforme contratos 
estabelecidos.
48 - 4948 - 49
FALTA DE RAÇÃO PIORA CRISE DA DOUX. NEGOCIAÇÃO MARCOU O ANO 
DE 2010
Sem alimento, aves morrem em criatórios integrados da empresa, que ainda pro-
grama o pagamento de lotes atrasados.
Depois de inúmeros atrasos no pagamento 
de produtores integrados, a Doux Frango-
sul deixou de repassar ração aos avicultores. 
O fato levou à morte de animais e alertou o 
mercado sobre a situação da indústria, que 
sofre desde a crise internacional de 2008. 
Apenas emuma propriedade no município 
de Fagundes Varela, 7 mil aves morreram 
em decorrência da falta de alimento.
Para tentar resolver o impasse e a inconstân-
cia no pagamento pelas cargas entregues, 
reunião foi realizada ontem em Porto Ale-
gre. O presidente da Fetag, Elton Weber, 
relatou que o problema atinge mil dos 2 
mil integrados da empresa no RS e que 
recebeu várias reclamações sobre o for-
necimento de ração e de novos atrasos no 
pagamento de lotes. “Integrados estão bus-
cando o Ministério Público para garantir o 
acesso aos recursos”, informou.
Alguns criadores não devem recorrer à Jus-
tiça, mas pretendem deixar de fornecer aves 
para a Doux. É o caso de um avicultor de 
Forquetinha que há dez anos atua como 
integrado. Nas últimas duas semanas, sua 
granja ficou seis dias sem ração. “Os animais 
perdem peso, se arranham, ficam em uma 
situação terrível. Chegam a comer uns aos 
outros”, narra o criador que também registra 
atraso de mais de 90 dias nos pagamentos. 
Desiludido, ele diz não esperar mais socorro 
da Doux. “Se for para pagar para trabalhar, é 
melhor não trabalhar”, afirma.
Em nota, a Doux Frangosul admite que 
faltou ração para repasse aos produtores 
devido a problema de produção na fábrica 
de Nova Bassano. A empresa afirma que a 
situação já foi corrigida e que o repasse de 
alimentação para as aves deve ser regula-
rizado até o final de semana.
A reincidência de problemas de abasteci-
mento de ração e falta de pagamento por 
parte da Doux levanta dúvida sobre o que 
está acontecendo com a companhia. Nos 
bastidores, a informação é que a diretoria 
da empresa trabalha para sair de uma crise 
financeira e que a promessa é de recupe-
ração em 2011. O presidente da Ubabef, 
Francisco Turra, informa que esteve na 
França em outubro e pediu apoio ao presi-
dente do Grupo Doux, Charles Doux. “Ele nos 
garantiu que uma saída será encontrada”, 
pontuou o dirigente, que segue negociando 
com o executivo e garante que o setor está 
em um bom momento para uma retomada.
Lideranças dos avicultores e a direção da 
Doux realizam reuniões há dois anos para 
solucionar a questão, mas o problema per-
siste. A Doux Frangosul foi criada em 1998, 
quando o grupo francês Doux adquiriu a 
Frangosul, com sede em Montenegro. Além 
dos integrados, a empresa tem granjas, fábri-
cas de rações, incubatórios e abatedouros. 
Fonte: Correio do Povo. Disponível em: <http://www.correiodopovo.com.br/
Impresso/?Ano=116&Numero=77&Caderno=0&Noticia=234904>. Acesso em: 17 mar. 2011. 
50 - 5150 - 51
MP ANALISARÁ SITUAÇÃO DA DOUX FRANGOSUL
O procurador-geral de Justiça em exercício, 
Ivory Coelho Neto, recebeu na tarde desta 
terça-feira, 17, representação do Governo 
do Estado com pedido de investigação 
das negociações envolvendo a atuação da 
filial da Doux Frangosul no Estado. Tanto 
o Governo como os produtores querem 
saber a real situação financeira da empresa 
que há mais de 150 dias está em atraso 
com o pagamento de lotes integrados de 
aves e de suínos. Conforme a Secretaria 
da Agricultura, Pecuária e Agronegócio 
indícios dão conta de que artifícios contá-
beis teriam sido utilizados para transferir 
recursos da filial brasileira para a matriz 
francesa. 
Diante da gravidade dos fatos, Ivory infor-
mou que examinará pessoalmente toda a 
documentação. Em seguida, um promo-
tor-assessor da subprocuradoria-Geral de 
Justiça para Assuntos Jurídicos fará uma 
análise para saber qual será a atribuição 
do Ministério Público em toda a questão. 
O que for de competência de outras insti-
tuições será imediatamente encaminhado 
para elas.
O Procurador-Geral de Justiça em exercício 
informou que a Instituição poderá apurar 
em inquérito civil fatos que trazem uma 
repercussão social na vida dos produtores. 
Na audiência, foi relatado que muitos pro-
dutores, que não recebem o pagamento da 
Doux Frangosul, estão enfrentando proble-
mas familiares, com desentendimentos que 
acabam aportando nos Conselhos Tute-
lares. Conforme a Fetag, há pelo menos 
três anos a empresa vem atrasando o 
pagamento de aproximadamente 2,2 mil 
produtores de suínos e aves que fornecem 
a matéria prima para ela.
O documento foi entregue pelo secretá-
rio da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, 
Luiz Fernando Mainardi e pelo secretá-
rio de Desenvolvimento e promoção do 
Investimento, Mauro Knijnik. Também 
participaram o presidente da Fetag, Elton 
Weber, e o presidente da Associação de 
Criadores de Suínos do Estado, Valdecir 
Folador. A procuradora-geral adjunta do 
Estado, Helena Beatriz Coelho, participou 
da audiência e colocou a PGE à disposi-
ção do Ministério Público para colaborar 
na análise da situação da empresa.
Fonte: Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.mp.rs.gov.br/imprensa/noticias 
id27335.html>. Acesso em: 10 fev. 2012.
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Quais alternativas, nichos ou segmentos de mercado podem ser identifica-
dos na cadeia produtiva de carne de frango? Como agregar valor ao produto 
frango? Pense e discuta no ambiente virtual.
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Caro(a) aluno(a)! Assim, no caso da produção integrada, algumas visões mais 
contundentes e críticas costumam dizer que, nos moldes em que se apresentam 
os contratos, constitui-se o produtor rural como um terceirizado, um cuidador 
de frangos como certa vez ouvimos dizer, já que não pode negociar por preço 
ou agregar valor a sua produção, exceto em 
cumprimento de metas de redução de custos 
de produção e diminuição de mortalidade de 
frango; a gestão eficiente de custos e atendi-
mento às metas estabelecidas pelas empresas 
integradoras permite maior fôlego financeiro 
ao produtor rural.
Agregação de valor é a alternativa que resta 
àqueles que desejam trabalhar como produ-
tores independentes. Aos que atuam como 
produtores independentes, a produção do 
frango natural, orgânico, ou caipira, é uma 
excelente opção, pois assim talvez se constitua umas das poucas oportunidades 
de agregação de valor ao produto que se possa fazer. 
Deve-se, no entanto, antes de iniciar uma produção tão específica e pecu-
liar assim, verificar o potencial do mercado consumidor, como verificação dos 
padrões de produção, para o caso dos orgânicos, por exemplo, onde órgãos cer-
tificadores devem avalizar o processo produtivo, por meio de um certificado. 
Na sequência, apresento alguns casos coletados de diversas fontes sobre expe-
riências de agregação de valor na avicultura de corte. Devem não ser encarados, 
esses exemplos e casos, como regras, mas podem servir de ilustração sobre o 
que estamos discutindo.
52 - 53
ALTERNATIVAS DE AGREGAÇÃO DE VALOR NA AVICULTURA DE CORTE: 
CASOS SELECIONADOS
Caso A: Frango Caipira no piquete
A Cooperativa de Goiânia engorda e 
comercializa o frango de corte Colonial 
041 da Embrapa, com bons resultados. 
A criação de frango caipira tradicional é 
demorada e muito dispendiosa, já que 
para chegar ao ponto de abate, uma ave 
leva de seis a oito meses. O frango de 
granja, que é mais rápido e tem custo 
menor, sofre a concorrência dos grandes 
criatórios, a não ser que esteja integrado 
a algum complexo industrial ou abate-
douro. 
Uma alternativa interessante que vem 
se destacando é a criação dos chamados 
frangos caipiras melhorados, muito mais 
rápidos que os tradicionais e que alcan-
çam bom valor de mercado. Em Goiás, 
uma experiência bem-sucedida vem 
sendo desenvolvida pela Cooperativa 
Industrial do Produtor Rural do Centro-
-Oeste (Coopral) na criação do frango de 
corte Colonial Embrapa 041, desenvol-vido pela Embrapa Suínos e Aves, de Santa 
Catarina.
Em funcionamento há um ano em 
Goiânia, a Coopral se encarrega da comer-
cialização das 7,5 toneladas de carne 
produzidas mensalmente pelos seus 21 
cooperados em propriedades que se loca-
lizam em um raio de até 100 quilômetros 
da capital. Seu presidente, Walter Alex 
Costa dos Santos, diz que o negócio é pro-
missor, porque tem crescido o consumo 
desse produto e pela boa rentabilidade 
que oferece. 
O custo de produção por quilo da ave é 
em média de R$ 1,38 e o preço médio ao 
produtor é de R$ 2,40 o quilo. O número 
de pintos alojados por etapa em cada 
uma das unidades produtivas é de mil 
aves. Nos criatórios goianos, os ani-
mais prontos para abate têm atingido 
média de 2,35 quilos por ave. Em Goiâ-
nia, o produto pode ser encontrado em 
supermercados, casas de carne, quitan-
das e restaurantes. As vendas no varejo 
começaram há cerca de quatro meses. A 
Coopral estuda a possibilidade de ampliar 
o quadro de associados. 
 Segundo Walter Alex, muitas pessoas 
têm se interessado pela atividade. Alguns 
estão entrando agora, como os irmãos 
Andrielson Quinta e Landerson Quinta, 
da Fazenda Poções, em Abadia de Goiás. 
Eles adaptaram um galpão construído 
para gado leiteiro e fizeram há 15 dias o 
primeiro alojamento de mil pintos. Mas 
já planejam ampliar a produção para 2 
mil aves por etapa de engorda. A maior 
dificuldade, no momento, é a oferta de 
pintainhos, pois a produção da Embrapa 
é limitada.
52 - 53
DIFERENCIAL
O frango colonial é um produto diferen-
ciado. Tem as características da ave caipira 
tradicional, por apresentar carne com tex-
tura mais consistente, de cor amarelada 
e pouco teor de gordura. O processo de 
engorda leva 84 dias e o manejo também 
é diferente do produto de granja. 
A partir dos 28 dias os animais ficam soltos 
no piquete. Segundo Walter Alex, o frango 
colonial é resultado do cruzamento de raças 
pesadas de corte com raças semipesadas de 
postura, o que o caracteriza como menos 
exigente e mais tardio que o frango de 
corte industrial. 
 O presidente da Coopral enfatiza que o 
produtor não precisa ter nesse criatório 
sua ocupação principal. Pode ser mais uma 
opção na propriedade, exigindo instala-
ções simples e pouco manejo. A não ser nos 
primeiros 28 dias de vida, quando requer 
maiores cuidados. Tanto que a orientação 
da Coopral não é o alojamento de grandes 
quantidades de pintos em cada unidade 
produtora, mas fazer a engorda em vários 
locais, de forma tecnificada, com menor 
número de aves. 
 Segundo Walter, ao mesmo tempo em que 
a cooperativa trabalha pela busca de novos 
mercados para o produto, planeja também 
instalar um matrizário e abatedouro pró-
prio em Goiás. As matrizes serão repassadas 
pela Embrapa (que hoje fornece os pintos), 
para que a produção de ovos e a incubação 
sejam feitas aqui mesmo, com muitas van-
tagens para os cooperados. A meta é que 
o matrizário esteja pronto até meados do 
próximo ano.
Fonte: Portal do Agronegócio. Disponível em: <http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=7597>. 
Acesso em: 07 fev. 2011.
CASO B: PRODUÇÃO DE FRANGO COLONIAL
A Embrapa Clima Temperado (Pelotas – RS) 
desenvolve um projeto de avicultura colo-
nial que já está trazendo bons resultados: 
os primeiros frangos coloniais produzidos 
em Mariana Pimentel, município do Rio 
Grande do Sul, já estão sendo comerciali-
zados. Durante o programa desta semana, 
o pesquisador da Embrapa Clima Tempe-
rado, João Pedro Zabaleta explica que o 
frango colonial apresenta alguns diferen-
ciais em relação ao frango industrial que é 
criado em sistema de confinamento e aba-
tido com cerca de 40 dias.
Em relação ao manejo, a maior modificação 
está relacionada ao tempo de abate: as aves 
coloniais são abatidas com cerca de 90 dias 
e, após 28 dias de confinamento, são soltas 
em piquetes durante o dia, obtendo acesso 
a pasto, sombra e podendo caminhar livre-
mente. Os animais são alimentados com 
ração à base de vegetais, sem adição de 
resíduos de origem animal, nem de aditivos 
e hormônios que promovam o crescimento.
Apesar de a ave viver mais tempo, o sis-
tema de produção de frango colonial traz 
economia para o produtor, pois permite a 
54 - 55
diminuição do consumo de ração. O pro-
dutor tem boas alternativas para alimentar 
os animais, podendo usar pastagens, grãos, 
hortaliças, frutas e tubérculos. No caso de 
Mariana Pimentel, onde a produção de 
batata-doce é atividade tradicional da 
agricultura familiar, os produtores usam 
excedentes de produção para ajudar a com-
por a ração, substituindo parcialmente o 
componente energético, tradicionalmente 
o milho.
“Os animais aceitam bem a ração feita com 
a folha do aipim e refugo da batata-doce. 
Além disso, é mais barato e dá ótimos 
resultados”, é o que conta o produtor rural 
Antônio Turato, que também participa do 
Prosa Rural.
O projeto da Embrapa Clima Temperado 
em Mariana Pimentel, que conta com a 
parceria do Conjunto Agrotécnico Vis-
conde da Graça da Universidade de 
Pelotas, da Emater do Rio Grande do Sul 
e de alguns produtores rurais, vem benefi-
ciando diretamente cerca de 100 famílias, 
oferecendo a elas mais uma alternativa 
para a diversificação da renda na agri-
cultura familiar.
Fonte: Avicultura Industrial. Disponível em: <http://www.aviculturaindustrial.com.br/PortalGessulli/WebSite/
Noticias/producao-de-frango-colonial,20091015115048_S_896,20081118090848_V_206.aspx>. 
Acesso em: 07 fev. 2011.
CASO C: FRANGOS ORGÂNICOS EM DESTAQUE NA KORIN - 
RASTREABILIDADE É GARANTIDA POR SELO “BIORASTRO”
No ano de comemoração dos cem anos de 
imigração japonesa no Brasil, a Korin vem 
se mostrando cada vez mais presente no 
mercado dos dois países. Conhecida pelo 
frango sem adição de antibióticos, a pro-
dução avícola da empresa vai bem além, 
confirmando a presença no mercado com 
a certificação orgânica. Competindo com 
empresas grandes no setor, a Korin marca 
presença nas gôndolas do supermercado 
e tem desde o ano passado novo Gerente 
Geral, Reginaldo Morikawa.
Como o custo da matéria-prima utilizada, 
milho e soja orgânicos, é cerca de três vezes 
maior do que a ração convencional, o quilo 
do frango caipira orgânico está cotado 
entre R$ 10 e R$ 11* para o consumido final. 
No mercado interno, um dos parceiros da 
empresa para a venda do frango orgânico 
será a rede de supermercado Pão de Açúcar.
Segundo Reginaldo Morikawa, a Korin 
abate, em média, 9.500 aves por dia, resul-
tando em 400 mil quilos por mês de frangos 
vivos, de 17 avicultores integrados, todos 
da região de Rio Claro (SP). No abatedouro 
da Korin, em Ipeúna, são produzidas 14 
variedades de cortes de frango resfriado, 
além do frango inteiro congelado, vendido 
embalado. A Korin possui ao todo 64 produ-
tos agrícolas, além do composto orgânico 
Bokashi, recomendado para recuperação 
da vida no solo.
“O frango da Korin é inteiramente produ-
zido como AF (antibiotic free). Através de 
um selo Biorastro (novidade na empresa), 
a rastreabilidade está presente em todos 
os produtos.” diz Morikawa.
54 - 55
Tanto a produção de frangos como a de 
suínos (que segue a mesma linha sem 
antibióticos) é isenta de ingredientes de 
origem animal, antibióticos, promotores 
de crescimento, anticoccidianos** e outros 
quimioterápicos, conferindo vantagens ini-
gualáveis em termos de segurança e saúde 
do consumidor.
Ainda, conforme Morikawa, a empresa 
atende a cerca de 700 pontos de ven-
das no Brasil, em 16 estados. Em grandes 
redes de supermercados, como Pão de Açú-
car, Mambo e Extra, é possível encontrar 
os produtos da Korin. No ano passado, a 
empresa chegou a exportar 50 toneladas 
do frango natural para o Japão. Ainda este 
ano, informa Morikawa, a Korin entregará a 
pontos específicos dovarejo seu primeiro 
lote certificado de frangos orgânicos. O 
lançamento ocorreu na BioFach América 
Latina 2007, em São Paulo, e estará pre-
sente novamente na edição de 2008, de 
23 a 25 de outubro no Transamérica Expo 
Center. 
* O preço do frango Korin orgânico con-
gelado em 29 de dezembro de 2010 foi 
levantado a R$ 13,20/kg.
** anticoccidianos são substâncias que con-
tribuem para o controle da coccidiose, a 
principal doença intestinal em aves, cau-
sada por um protozoário; ao invés de usar 
anticoccidianos (semelhantes ao efeito 
de antibióticos), o frango alternativo uti-
liza vacinas contra a coccidiose, que age 
desenvolvendo o sistema imunitário da ave 
contra essa doença. Além disso, usam-se os 
probióticos e prebióticos que agem coloni-
zando o intestino das aves com bactérias 
benéficas, impedindo a ação de bactérias 
patogênicas. 
Fonte: Planeta orgânico. Disponível em: <http://www.planetaorganico.com.br/korin08.htm>. Acesso em: 07 fev. 2011.
O QUE É A AVAL – ASSOCIAÇÃO DA AVICULTURA ALTERNATIVA?
A Associação da Avicultura Alternativa – 
Aval, está sediada na cidade de Ipeúna/
SP, foi fundada em 08 de junho de 2.001, 
em Louveira/SP, com o objetivo de forta-
lecer a representatividade dos produtores 
perante o Ministério da Agricultura, enti-
dades de classe da avicultura e o público 
consumidor, concretizando ações de defesa 
da qualidade dos produtos e assegurando 
a seriedade e credibilidade dos sistemas de 
produção das empresas.
O conceito de criação alternativa engloba 
opções pelo uso de alimentos naturais na 
dieta, sem emprego de antibióticos, anti-
coccidianos, promotores de crescimento, 
quimioterápicos e ingredientes de origem 
animal, em sistema confinado ou semia-
berto. Este conceito atende à crescente 
demanda por parte dos consumidores, que 
valorizam produtos de qualidade diferen-
ciada e demonstram preocupações com 
segurança alimentar, rastreabilidade dos 
produtos, meio ambiente e bem-estar ani-
mal, entre outros fatores.
A relação das empresas interessadas vem 
aumentando desde então, bem como o 
número de profissionais e consumido-
res que procuram a AVAL. Com uma visão 
ampla, atentos às mudanças no perfil do 
consumidor, que vem exigindo cada vez 
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
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mais alimentos seguros e saudáveis, os 
atuais 48 associados têm como aspiração 
comum o fortalecimento deste segmento 
de mercado. 
O Frango alternativo diferencia-se dos 
demais devido, entre outras coisas, à 
sua alimentação. Não deve ser confun-
dido com o frango orgânico e nem com 
o frango caipira, por não utilizar maté-
rias primas orgânicas na composição da 
ração e por se tratar de um frango alo-
jado em granjas.
Atenta às dificuldades de auto sustenta-
ção destes dois sistemas já existentes, a 
AVAL propõe justamente uma alternativa, 
ou seja, um ajuste da avicultura indus-
trial vigente no sentido de proporcionar 
um produto mais saudável, utilizando de 
uma forma mais criteriosa os avanços tec-
nológicos que possibilitam a viabilidade 
econômica da atividade avícola.
A Associação elaborou uma proposta de 
Normas para Produção, Abate e Con-
trole Laboratorial de Aves Criadas sem 
o Emprego de Antibióticos, Anticocci-
dianos, Promotores de Crescimento, 
Quimioterápicos e Ingredientes de 
Origem Animal na Dieta, tendo por 
objetivo a regulamentação oficial desse 
sistema de criação, considerando a neces-
sidade de aprovação dos pedidos de 
rotulagens das empresas produtoras.
A AVAL, através de várias reuniões de 
seu Departamento Técnico, concluiu o 
documento final que normatiza toda a 
produção do frango alternativo. A obten-
ção deste documento é a base para 
consolidar o reconhecimento oficial 
deste produto e criação de um sistema 
de certificação.
Atualmente a AVAL está avaliando pro-
postas de instituições de reconhecimento 
nacional e internacional, interessadas em 
prestar serviços de auditoria do processo 
de produção do frango alternativo. Essa 
é uma das várias iniciativas tomadas no 
intuito de atestar a excelência em qua-
lidade que os produtos da avicultura 
alternativa deverão possuir.
Além da busca por esta instituição cer-
tificadora independente, a associação 
entende que o sucesso da atividade 
depende muito da comunicação ao con-
sumidor desta qualidade e, para isso, tem 
como próximo objetivo a criação de um 
Selo da Qualidade.
Fonte: AVAL – Associação da Avicultura Alternativa. Disponível em: <http://www.aval.org.br/>. Acesso em: 17 mar. 
2011.
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Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como podemos observar, conhecer um pouco sobre alguns conceitos a respeito 
do agronegócio é fundamental para entendermos mais aprofundadamente sobre 
uma cadeia produtiva em específico, no caso a cadeia produtiva da avicultura, 
em foco, a carne de frango.
Conhecer como funciona e como é constituída a cadeia produtiva da carne 
de frango, seus elos, os agentes e atores que participam deste ambiente compe-
titivo é fundamental para o entendimento de questões mais profundas sobre o 
tema, que veremos na sequência dos estudos.
Como podemos perceber planejamento é algo essencial para quem pretende 
atuar neste ambiente competitivo. No entanto, mesmo com a utilização de ins-
trumentos da gestão nas atividades ligadas ao agronegócio, no caso, a gestão de 
atividade avícola, deve atentar para alguns pressupostos econômicos. Por exem-
plo, considerando que a carne de frango é uma commodity comercializada por 
todo o mundo, seu preço é definido com base em indicadores mundiais estabe-
lecidos pelas cotações do produto no mercado.
Apesar de o Brasil ser o maior exportador mundial de carne de frango, os ven-
dedores da indústria avícola são tomadores de preço, e não formadores de preço, 
já que o valor a ser pago é dado pelo mercado internacional. Além disso, outros 
fatores econômicos como taxas de juros, inflação, variação cambial são elementos 
que influem e impactam diretamente no preço final do produto, e consequen-
temente, tem reflexo nos preços pagos aos produtores rurais por lote entregue. 
Outra questão: commodities mundiais recebem impacto de qualquer informa-
ção que podem influenciar o consumo como, por exemplo, uma crise sanitária, 
um problema ambiental, uma rejeição ao produto, por problemas tais como 
imagem negativa do país, dentre outros fatores que influenciam diretamente a 
cadeia como um todo. 
Abordando outras questões relevantes, sabemos que com o avanço das técni-
cas de produção, tecnologias empregadas, genética, nutrição entre outras, houve 
um aumento da produtividade e eficiência, que, tiveram seu grande boom com 
o advento dos contratos.
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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Reprodução proibida. A
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Os contratos de integração, celebrado entre empresas motrizes, que são os 
abatedouros, a indústria frigorífica, com os produtores rurais, revolucionaram a 
cadeia produtiva da carne de frango, fazendo com que essa se tornasse a mais orga-
nizada, quando nos referimos aos aspectos de coordenação da cadeia produtiva.
Aos produtores não integrados ou ainda aqueles que buscam soluções viá-
veis de agregação de valor ao produto, os casos apresentados sobre produções 
alternativas, tais como a produção orgânica, do frango colonial ou do frango cai-
pira no piquete, são bons exemplos.
Assim, querido(a) aluno(a), sabemos que na cadeia produtiva do frango, 
como emmuitas outras cadeias produtivas do agronegócio nacional, o Brasil é 
imbatível, “da porteira para dentro”. Produtividade, custo baixo, questões sani-
tárias bem resolvidas, condições edafoclimáticas favoráveis, tornam o Brasil o 
país mais produtivo no agronegócio da carne de frango. 
No entanto, “da porteira para fora”, o Brasil perde em competitividade com 
outras nações mundiais. Por tratar-se de commodity internacional e ter seus valo-
res regulados por preços mundiais, a carne de frango perde campo quando fatores 
políticos, econômicos, sociais, e culturais entram em cena, representando perda 
de ganho, para o país, para as empresas focais, e para o produtor rural, que se 
torna dependente de um processo, em que o mesmo, representa o elo mais frágil. 
Desta forma, prezado(a) aluno(a), podemos perceber que a cadeia produ-
tiva da carne de frango do Brasil é extremamente produtiva, sendo a número 1 
do mundo em diversos aspectos. Porém, o recado que fica é que muitos desa-
fios ainda precisam ser superados para que o Brasil se consolide nesta posição 
de maior exportador mundial de carne de frango.
Nas próximas unidades abordaremos estas e outras questões capitais sobre 
a avicultura nacional.
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1. O que são as empresas motrizes? Caracterize como essas organizações atuam na 
cadeia produtiva de aves.
2. O que é o processo de Integração Vertical? A cadeia produtiva da carne de fran-
go tornou-se menos ou mais produtiva com a introdução desse instrumento? 
Discuta os impactos da integração vertical aos produtores rurais, consumidores 
e empresas motrizes. 
3. Quais aspectos positivos e negativos podem ser observados a partir do emprego 
dos contratos de integração vertical na cadeia produtiva da carne de frango? 
4. Como se configura e se caracteriza a cadeia produtiva da carne de frango do 
Brasil? Defina e discuta a função e importância de cada elo na cadeia produtiva 
da carne de frango. 
5. Pesquise: qual a diferença entre produtores independentes e integrados? Em 
sua visão, qual das duas formas parece ser mais eficiente/eficaz? Quais as vanta-
gens e desvantagens de cada modalidade?
6. Quais passos são fundamentais no processo de planejamento de um sistema de 
produção de frango de corte? Como funciona a divisão de responsabilidades e 
investimentos, entre empresas motrizes e produtores rurais? 
7. Identifique quais nichos ou segmentos de mercado podem ser identificados na 
cadeia produtiva da carne de frango? Que produtos podem ser desenvolvidos 
para suprir as necessidades e demandas dos consumidores? 
8. Em relação ao custo de produção, quais fatores mais influenciam ou podem in-
fluenciar diretamente na produção de frango? Discuta e comente as variáveis 
que podem interferir no custo de produção.
Receitas práticas para frango e outras aves
Divanir Bellinghausen Coppini
Editora: Melhoramentos
O Caso dos Exploradores de Caverna
Tadeu Cotta
Editora: Aprenda Fácil
Produção de Aves: corte e postura
Mauro Gregory Ferreira 
Editora: Guaiba Agropecuária
No site da Embrapa Suínos e Aves você tem acesso a muitas informações a respeito da cadeia 
produtiva da carne de frango. Acesse e confi ra!
<goo.gl/hQs3EC>.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Na biblioteca central do Cesumar você tem a sua disposição alguns livros sobre avicultura 
de corte. São eles: 
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Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
BOAS PRÁTICAS DE 
PRODUÇÃO DE FRANGOS 
DE CORTE
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Estudar a questão da qualidade no processo de produção de frangos 
de corte.
 ■ Conhecer um protocolo de boas práticas de produção da cadeia 
produtiva da carne de frango.
 ■ Analisar as etapas que compõem um protocolo de boas práticas de 
produção de frango de corte.
 ■ Discutir a questão da sustentabilidade na produção de frangos de 
corte.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Os consumidores contemporâneos e a exigência da qualidade
 ■ Boas práticas na produção de frangos de corte: conceitos, definições 
e etapas que constituem o processo
 ■ Sustentabilidade na produção de frangos de corte: licenciamento e 
gerenciamento ambiental, rastreabilidade e gestão de resíduos
62 - 63
INTRODUÇÃO-BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO (BPP) 
DE FRANGOS DE CORTE
Mas então, prezado(a) aluno(a), está sendo interessante conhecer um pouco 
mais afundo sobre o que é a cadeia produtiva da carne de frango em detalhes? 
Esperamos que esteja sendo.
Nesta segunda unidade buscar-se-á apresentar a você algo atual e fundamen-
tal sobre as cadeias de produção animal, e que é pauta essencial nas discussões 
sobre sustentabilidade, produção equilibrada, convivência harmoniosa entre 
princípios econômicos, sociais e ambientais: BPP.
As chamadas BPP são ponto fundamental de negociações internacionais, 
sobretudo, quando lidamos com mercados mais exigentes tais como Europa e 
Japão, por exemplo. Deixaram de ser intituladas como assunto de “eco-chato” 
para ser encarada como exigência de mercado para esses destinos citados, que 
demandam esses fatores.
Os consumidores contemporâneos exigem alimentos em qualidade para 
serem consumidos, ou seja, que saibam a origem do produto, a procedência, e 
que isso seja atestado ou garantido por alguma instituição dotada de credibili-
dade para tal. Por isso, tanto se fala em certificação, rastreabilidade, identificação 
de origem, selos, certificados etc.
A gestão eficiente dos recursos ambientais também deve estar equilibrada ou 
atrelada à boa gestão de pessoas; pessoas motivadas, satisfeitas e bem lideradas 
podem produzir mais. O planejamento das ações e do uso dos recursos finan-
ceiros também deve ser analisado e estudado de forma a surtir efeitos positivos, 
resultado do equilíbrio necessário.
Além dos cuidados com o planejamento do uso dos recursos naturais, vere-
mos a importância destinada ao bem-estar animal. Por falar nisso, você sabe ou 
já ouviu falar o que vem a ser bem-estar animal? Nas páginas que se seguem 
veremos.
A vantagem ou os benefícios de um protocolo de BPP para a cadeia produ-
tiva da carne de frango é que é possível sistematizar várias práticas bem-sucedidas 
em um mesmo documento e normatizá-las.
Bons estudos!
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PROTOCOLO DE BPP DE FRANGOS DE CORTE
As BPP de frangos são regras a serem seguidas pelos produtores para ajustar a 
rentabilidade da operação (ganhos econômico-financeiros) com outros fatores 
não tangíveis, tais como: meio ambiente, segurança alimentar, aspectos sociais e 
bem-estar animal. A aplicação dessas tecnologias produtivas e sustentáveis pode 
direcionar para a melhoria da qualidade na produção de frangos (EMBRAPA 
SUÍNOS E AVES, 2003).
Atentos a esta necessidade, um bom modelo de protocolo de BPP de fran-
gos teve sua gênese no ano de 2005, após reuniões entre UBA (União Brasileira 
de Avicultura) e ABEF (Associação Brasileira dos Exportadores de Frango), 
com respaldo do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 
Os trabalhos foram coordenados pelos pesquisadores Dr. Ariel Mendes e Dra 
Ibiara C. L. Almeida Paz e constituído por representantes do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento, empresas privadas, associações estaduais de avicultura, 
universidades, Embrapa e a WSPA – World Society for the Protection of Animals. 
Tomou-se como base o documentode Boas Práticas de Produção da Embrapa 
e Programas Operacionais Padrão de várias empresas. Produzido inicialmente 
como um documento de Produção Integrada de Frangos, optou-se por divulgar 
o mesmo como um protocolo de BPP, que servirá como documento norteador 
para harmonizar as práticas de manejo adotadas pelas diferentes empresas.
Outros estudos sobre boas práticas de produção de frangos, como o desen-
volvido em 2003 pela EMBRAPA de Concórdia – SC (ISSN 0102-3713), por 
meio de uma circular técnica também são utilizados como base para constru-
ção desta unidade.
É de fundamental importância neste momento, prezado(a) aluno(a), que 
demos destaque à atuação dos pesquisadores, centros de pesquisa, tanto os públi-
cos quanto os privados, bem como das associações que se debruçam sobre a 
causa da cadeia produtiva de frango do Brasil, desempenhando excelente papel 
e representando o nosso país de excelente forma.
Assim, considerando a importância desse documento, abordaremos de 
maneira sintetizada seus principais pontos, destacando os itens imprescindíveis 
ao bom entendimento da cadeia produtiva da carne de frango.
O que são e para que servem as boas práticas de produção na avicultura? 
Reflita como esse processo pode contribuir com a qualidade do produto.
Primavera do Leste, MT tem a maior granja do país.
Vídeo:<goo/gl/INXf42>.
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De maneira introdutória, abordamos a importância do estabelecimento de 
um protocolo de boas práticas de fabricação na cadeia de frango de corte, para 
a manutenção do status alcançado pelo Brasil, como maior exportador mun-
dial de frango. A necessidade de alcançar um padrão de qualidade global é fator 
iminente na cadeia; para tanto, os agentes devem, como ocorreu nesse trabalho, 
cooperar no sentido de buscar padronização e estabelecimento de diferencial 
competitivo do nosso país em relação aos demais competidores internacionais.
Vários fatores são preponderantes na manutenção do status atual da cadeia 
produtiva da carne de frango do Brasil, dentre eles: boas condições de ambiente e 
sanidade; aplicação de novas tecnologias na produção; bem-estar animal; bem-estar 
do trabalhador; respeito ao meio ambiente; e enfim, a qualidade do produto final. 
Para alcançar qualidade em toda a cadeia produtiva, controles são necessários 
para que seja possível a rastreabilidade de todo o processo produtivo, conferindo 
segurança ao produto final e permitindo que, caso ocorra algum problema, o 
mesmo seja facilmente identificado e solucionado. 
Considerando que as empresas nacionais são grandes exportadoras, a mesma 
está sujeita a auditorias e avaliações, buscando adequar seus processos produti-
vos às normas do mercado que atende.
Quanto aos objetivos da qualidade, os mesmos são definidos por indicado-
res de condução dos processos, como aquisição de animais e suporte, produção, 
abate, transporte e apoios que atuam em sinergia na cadeia, buscando atin-
gir as metas da organização. Ressalta-se que a produção de frangos de corte é 
uma atividade que deve estar em harmonia com os interesses ambientais, pois 
é dependente do mesmo. 
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BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II
Assim sendo, alguns procedimentos podem ser empregados nas unidades 
produtivas de frango de corte, com vistas a melhorar a qualidade final dos pro-
dutos, quais sejam:
UNIDADE DE PRODUÇÃO
A estrutura da unidade de produção deve ser administrada corretamente, a fim 
de que se assegure que a produção seja realizada conforme os padrões estabe-
lecidos, garantindo a produção segura da carne de frango, ainda preservando 
o meio ambiente. Em linhas gerais, a unidade de produção deve atender aos 
seguintes requisitos:
a. Todos os registros efetuados na unidade devem estar disponíveis e aces-
síveis a todos os interessados; esses documentos devem ser conservados 
por, no mínimo, dois anos.
b. Os equipamentos utilizados no transporte, manuseio e manejo das aves, 
bem como dos alimentos destinados às mesmas devem ser limpos e higie-
nizados, obedecendo às recomendações sanitárias.
c. Pragas e doenças devem ser amplamente controladas e combatidas.
d. Deve ser realizado um levantamento, avaliando o uso anterior da terra 
onde ocorre o aviário, estabelecendo os riscos e impactos ambientais 
pertinentes.
e. Um plano de gerenciamento deve ser realizado no intuito de minimizar 
os riscos e impactos ambientais da produção avícola, como a poluição ou 
contaminação da água e solos.
Edificações 
Nos aviários para a criação 
de frangos de corte deve-se 
atentar para alguns pontos: 
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a. A cobertura deve estar em perfeitas condições; o forro deve possibilitar 
a fácil limpeza.
b. Os pisos devem ter boa drenagem e serem higienizados constantemente; 
a superfície do piso pode ser pavimentada e estar acima do nível do ter-
reno externo.
c. Os galpões devem ser isolados, fazendo com que outros animais mante-
nham-se longe e torne mais fácil o controle das pragas.
d. O sistema de ventilação, exaustão, aquecimento e aspersão devem permitir 
o fácil ajuste e uso, conforme condições do ambiente e necessidade das aves.
e. Muretas, telas e cortinas fazem parte das construções; deve-se empregar 
um sistema de fácil acionamento para as cortinhas.
f. Uma instalação de apoio deve ser disponibilizada para armazenamento 
de medicamentos e materiais, realização de necropsias1 e higienizações.
AQUISIÇÃO E ALOJAMENTO DOS PINTAINHOS
a. Os pintainhos devem ser adquiri-
dos de incubatórios registrados no 
Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento (MAPA); essas aves 
devem estar livres das principais 
doenças e problemas sanitários.
b. Todas as aves devem ser vacinadas 
ainda no incubatório, contra a doença 
de Marek.
c. Os pintainhos devem ser manuseados com cuidado, liberando-os junto às 
fontes de aquecimento, bebedouro e comedouros; imediatamente à che-
gada das aves deve ser realizado o registro do status das aves adquiridas.
d. Os pintainhos devem ser pesados ao chegar; alguns fatores como olhos 
1 Necropsiar é examinar um corpo sem vida. É fazer a leitura nas entrelinhas entre uma lesão e outra, 
buscando sempre um diagnóstico.
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brilhantes, canelas lustrosas, padronização quanto a tamanho e cor; sem 
deformidades; plumagem seca, macia e sem sujeiras junto à cloaca indi-
cam a qualidade do mesmo.
e. Os aquecedores deverão ser ligados antes da chegada das aves para estabili-
zar a temperatura do aviário, aquecendo a cama onde deverão permanecer 
as aves durante a criação.
f. Água e ração deverão estar disponíveis antes da chegada dos pintainhos.
g. O local para alojamento dos pintainhos deve estar limpo e desinfetado 
adequadamente antes da chegada das aves; o local deve permanecer sem 
a presença de aves por, pelo menos, 10 dias.
h. A cama dos pintainhos deve estar seca e com altura mínima de 6 cm. 
i. As aves devem possuir espaço adequado para expressar seu comporta-
mento natural, permitindo liberdade de movimento; recomenda-se que 
a densidade máxima seja de 39 kg/m² para aves de abate durante o ciclo 
de produção; deve-sepossibilitar espaço para o tratador.
VENTILAÇÃO E CONTROLE DA TEMPERATURA
a. A temperatura e qualidade do ar devem ser administradas de maneira 
que trabalhadores e aves gozem de bem-estar.
b. Conforme a idade, período, estágio de criação das aves, a temperatura 
será regulada.
c. Em condições de clima quente os produtores devem utilizar práticas de 
manejo que diminuam o estresse das aves em relação ao calor; redução 
da densidade do alojamento, aumento de ventilação e emprego de nebu-
lizadores são opções.
Iluminação
a. A iluminação deve ser padronizada e uniformizada em todo aviário.
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b. O plano de iluminação de cada aviário deve ser registrado.
c. O sistema de iluminação deve propiciar o mínimo de intensidade de ilu-
minação (10 lux) por pelo menos 8 horas em cada 24 horas.
d. Todas as aves criadas sob luz artificial devem ter o período escuro de pelo 
menos 4 horas a cada 24 horas.
e. O sistema de iluminação dark house2 garante controle rigoroso de ilu-
minação e da temperatura do aviário. O método faz com que as aves 
permaneçam durante 12 horas do dia no escuro e outras 12 sob luz arti-
ficial; os equipamentos de refrigeração, aquecimento e umidade são 
controlados por computador e permitem reduzir consideravelmente o 
contato humano com esse ambiente.
Cama
A cama empregada na produção de frango de corte é um material absorvente 
utilizado sobre o piso do aviário, onde as aves pisam e andam, não tendo con-
tato direto com o chão, com a friagem, bem como outras exposições: 
2 O aviário dark house para frangos de corte é um sistema de criação em ambiente totalmente controlado, o 
que inclui o clima e a iluminação. As aves recebem programa de iluminação específico que visa a estimular 
o desenvolvimento do lote, sendo que as cortinas pretas evitam a interferência da luminosidade externa no 
ambiente de criação. Com as luzes desligadas e as cortinas levantadas, o aviário fica totalmente escuro.
 O sistema dark house para frangos de corte permite a produção de aves com otimização do custo de 
produção, economizando energia elétrica e propiciando ganhos como incremento de densidade e kg de 
ave/m², melhor conversão alimentar, maior ganho de peso vivo, melhor ambiência das instalações, redução 
de condenação por riscados e menor estresse das aves.
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BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
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a. As aves devem ser mantidas em camas de boa qualidade e capacidade de 
absorção; o material usado para cama deve ser de origem conhecida e de 
boa qualidade; o material pode ser de origem do próprio local.
b. Quando houver a troca da cama, a mesma deve ser retirada do aviário 
logo após a saída das aves, sendo adequadamente processada conforme 
legislação ambiental vigente.
c. Os registros de limpeza do aviário, bem como da remoção e tratamento 
da cama devem ser mantidos e disponíveis por no mínimo dois anos.
ALIMENTAÇÃO E ÁGUA
a. O espaço para alimentação e água deve ser adequado ao número de aves 
alojadas, evitando a competição por comida e o estresse animal.
b. A água dispensada às aves deve ser de boa qualidade, limpa, potável, de 
maneira que não ofereçam riscos às mesmas.
c. Deve-se seguir a legislação vigente no que toca ao uso de ingredientes e 
outros aditivos às rações, assim como o controle de contaminantes con-
forme o tolerado pela legislação vigente.
d. O interior dos silos deve ser limpo e higienizado adequadamente, sendo 
vedados para evitar a entrada de animais, água, pragas e outros contaminan-
tes; as rações e demais ingredientes devem ser armazenados sobre pallets3 .
e. Ingredientes e produtos adquiridos de terceiros devem possuir rótulos 
3 Pallets – um pálete (do inglês pallet) é um estrado de madeira, metal ou plástico que é utilizado para 
movimentação de cargas.
Pense sobre como deve ser gerida a cama de frango para que problemas 
ambientais e sanitários possam ser evitados.
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nas embalagens, identificando o produto, origem, composição, prazo de 
validade, bem como outras informações baseadas pertinentes.
f. Deve ser respeitado o período de retirada de medicamentos veteriná-
rios, pesticidas e aditivos utilizados, seguindo as recomendações do 
fabricante.
g. Deve-se realizar anualmente, exames e análises químicas da água, quanto 
as suas características físicas, químicas e microbiológicas.
h. As rações, suplementos minerais e aditivos vitamínicos, caso sejam adqui-
ridos de terceiros, devem ser adquiridos de estabelecimentos devidamente 
registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA).
i. Veículos, instalações e equipamentos devem estar em boas condições 
sanitárias e higienizados mensalmente.
MEDICAMENTOS
a. Medicamentos somente podem ser administrados com recomendação e 
prescrição veterinária.
b. Os períodos de validade dos medicamentos devem ser respeitados.
c. O acesso ao medicamento deverá somente ser permitido a funcionários 
especificamente treinados para isso; o local de armazenamento dos medi-
camentos deve ser adequado, higienizado, com temperatura adequada, 
que permita a preservação adequada do produto.
d. Devem ser mantidos registros da administração de medicamentos, 
contendo nome de produtos, número do lote de produtos, período de 
tratamento, número de animais tratados, bem como demais informações 
pertinentes à administração medicamentosa.
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Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II
SANIDADE
a. É proibido o acesso de outros animais no interior do aviário.
b. A mortalidade acima da média deve ser analisada e ter suas causas inves-
tigadas; deve ser implementado um plano de ação, para que possíveis 
problemas sanitários sejam corrigidos; deve ser mantido um registro con-
tínuo de mortalidade das aves.
c. As instalações, maquinários, implementos e veículos devem ser perio-
dicamente higienizados e desinfetados, conforme o plano de limpeza.
d. Na entrada do aviário as pessoas devem desinfetar seus calçados ou colo-
car botas plásticas descartáveis para evitar contaminações.
APANHA E TRANSPORTE
a. A apanha das aves deve ocorrer em condições de calma, limpeza e descanso.
b. O carregamento pelas caudas, pescoço e asas deve ser proibido; recomen-
da-se que as aves sejam transportadas pelo dorso; no caso de carregamento 
pelas pernas, os carregadores devem respeitar o limite máximo de três 
aves por mão.
c. Deve se preocupar com o bem-estar 
das aves; não é permitido espancar as aves, agre-
di-las, ou empregar práticas que causem dor 
ou sofrimento.
d. As equipes envolvidas na apanha e 
transporte das aves devem ser treinadas, sendo 
mantidos os registros do treinamento.
e. As aves mortas não devem ser 
transportadas.
Tomando como base as boas práticas de produção de frango, quais aspectos 
devem ser levados em conta para que o bem-estar animal seja assegurado? 
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f. Quandoo abate humanitário faz-se necessário, a fim de prevenir maio-
res sofrimentos das aves refugadas, este deve ser realizado imediatamente 
por uma pessoa competente.
g. A iluminação deve ser ajustada durante o processo de apanha das aves 
para minimizar reações de medo, estresse; cortinas de apanha podem ser 
utilizadas para esse fim.
h. As aves não devem ser restringidas de alimento por mais de 12 horas do 
carregamento ao abate. Nas situações em que o período de 12 horas for 
excedido, deve haver procedimentos que garantam o bem-estar das aves.
BEM-ESTAR DAS AVES
a. Um plano de bem-estar animal das aves deve ser desen-
volvido, com base em aspectos científicos; 
planejamento, educação e capacitação dos 
trabalhadores permitem maiores sucessos 
nesse processo.
b. As aves devem receber alimentação e 
água adequadas a cada fase de criação.
c. As aves devem ser manejadas de maneira 
que evitem a presença de doenças.
d. A apanha e transporte das aves devem ser 
realizados de maneira que garanta o bem-
-estar e reduza o estresse e o dano animal.
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BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Reprodução proibida. A
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II
TREINAMENTO, SAÚDE, SEGURANÇA E BEM-ESTAR DO 
TRABALHADOR
a. Os trabalhadores devem ser treinados, capacitados para realizar o traba-
lho conforme as normas estabelecidas, de forma que mantenha sua saúde 
e condições de segurança; devem receber equipamentos adequados para 
realização das atividades propostas, com competência e responsabilidade.
b. Toda unidade com mais de cinco trabalhadores deve ter um programa 
de saúde e segurança, baseada em avaliação de riscos.
c. Os trabalhadores devem ser orientados a adotarem boas práticas de higiene 
pessoal; assim, deve ser garantido aos trabalhadores instalações adequa-
das para satisfação de suas necessidades fisiológicas afins.
RASTREABILIDADE
a. As aves devem ser identificadas e 
agrupadas por lote desde sua recep-
ção no aviário; o lote deve agrupar 
animais de mesma idade e origem.
b. Todas as organizações envolvidas na 
cadeia de produção avícola devem ser 
devidamente cadastradas e registradas 
no órgão competente.
c. Para que o sistema da rastreabili-
dade obtenha sucesso, todos os elos 
da cadeia produtiva devem ser cadastrados desde os avozeiros, matrizei-
ros, incubatórios, unidade de produção, fornecedores de insumos (ração, 
vacinas, aditivos, medicamentos) até as empresas frigoríficas.
d. Todo e qualquer evento ocorrido no processo de produção das aves deve 
ser registrado; essas informações servirão como base para alimentar o 
banco de dados e permitir o rastreamento efetivo.
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Protocolo de BPP de Frangos de Corte
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e. Os lotes das aves deverão conter informações referentes à data de eclo-
são, data de alojamento, sexo, linhagem, quantidade de aves, instalações 
e equipamentos utilizados na produção, manejo alimentar (ração, aditi-
vos, insumos), manejo sanitário (vacinas, medicamentos, ocorrências), 
tipo e procedência do material utilizado como cama, bem-estar (taxa de 
ocupação, mortalidade, manejo), sistemas de criação, biosseguridade, 
índices zootécnicos e movimentações (transporte).
GESTÃO AMBIENTAL
a. O plano de gestão ambiental deve informar todos os participantes do 
processo produtivo, dos riscos de contaminação de água, ar e solos, dos 
cuidados necessários para a gestão ambiental adequada; da necessidade 
de se respeitar a legislação vigente.
b. Deve-se realizar o manejo adequado, sobretudo, dos resíduos, para que 
água, ar e solo não sejam comprometidos com poluentes nocivos.
c. A cama de frango deve ser imediatamente descartada após a retirada dos 
lotes; não pode ser empregada na alimentação de ruminantes, por exem-
plo, mas pode ser utilizada com prudência na adubação de lavouras e 
plantas, mantendo distância dos aviários.
d. Quando houver morte maciça de aves, recomenda-se incinerar as aves 
e/ou enterrá-las.
e. Manter a unidade produtiva limpa e livre de lixos e resíduos, armazenan-
do-os em local adequado até o seu descarte.
A seguir, no tópico intitulado Sustentabilidade na produção de frangos de corte 
abordaremos com maior profundidade alguns aspectos mencionados neste pro-
tocolo de BPP, como foco nas questões relativas à sustentabilidade e seu aspecto 
ambiental.
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II
SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO DE FRANGOS DE 
CORTE
Sabe-se que nos últimos anos, principalmente nas duas últimas décadas, muito 
se falou sobre a questão ambiental, nas questões que se 
referem ao desenvolvimento sustentável e a busca 
de harmonia entre os interesses econômicos, 
sociais e ambientais, onde o homem possa 
viver e explorar da natureza os recursos 
de que necessita para sua sobrevivên-
cia, sem, no entanto, extinguir esses 
recursos, pelo uso inadequado dos 
mesmos.
Como podemos obser-
var logo acima, a cadeia 
produtiva da carne de frango 
se preocupa com estas ques-
tões de cunho ambiental, 
procurando equilibrar o uso 
dos recursos naturais de forma a satisfazer 
todos os elementos componentes desta equação, ou seja, recursos 
ambientais, sociais e econômicos.
Mas do que pensar no futuro do planeta como algo relacionado à benevo-
lência da cadeia produtiva da carne de frango em relação a este tema, trata-se 
de uma questão comercial. Os mercados mais exigentes do mundo, tais como 
Europa e Japão, dentre outros, estabelecem comportamentos mínimos de 
conduta aceitável da produção nacional, em foco, para questões ligadas à 
sustentabilidade.
Abaixo, tendo como intenção a busca pela ampliação dos conhecimentos 
relacionados à temática da sustentabilidade na produção da carne de frango, 
serão abordados alguns temas complementares, todos eles diretamente relacio-
nados às questões ambientais.
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O QUE É LICENCIAMENTO AMBIENTAL?
O licenciamento ambiental é o principal instrumento da Política Nacional de 
Meio Ambiente (PNMA), podemos dizer que é uma forma que o governo federal 
encontrou de agir preventivamente protegendo o ambiente. O principal objetivo 
deste licenciamento é garantir para a população um direito constitucional (art. 
225), permitindo a todas as pessoas do presente e do futuro acesso a um ambiente 
ecologicamente equilibrado, livre de poluição e que permita uma vida saudável. 
Mas afinal, quem deve atuar para evitar estes danos ao meio ambiente? O 
mesmo artigo constitucional já citado responsabiliza o poder público como 
defensor do meio ambiente, mas não isenta a população, que também é respon-
sável pela manutenção da saúde ambiental. 
Desta forma, cabe a todos nós em nossa vida particular e profissional defen-
der os interesses nacionais de proteção do ambiente, você como futuro gestor 
deve estar preparado para olhar criticamente para os problemas que enfrentará 
e buscar alternativas ecologicamente corretas para resolvê-los. 
Além disto, Fritsch (2000) ressalta que a constituição também garante que o 
gestor do empreendimento gerador de resíduos é o responsável pela sua coleta e tra-
tamento, sejam esses resíduos as embalagens de distribuição, ou sobras líquidas ou 
sólidas do processo de produção, como exemplo, podemos citar a cama de frango.
Legalmente, o licenciamentoambiental se baseia principalmente na Lei 
6.938/81 e na Resolução CONAMA 237/97, juntas estas legislações estabelecem 
as situações em que o licenciamento se aplica e os princípios técnicos básicos 
que devem ser seguidos. 
Na realidade, qualquer empreendimento que vá utilizar recursos naturais ou 
resultar em um impacto ao ambiente deve passar por licenciamento, em suas eta-
pas de construção, instalação, ampliação e funcionamento, sendo que as exigências 
de licenciamento variam conforme a natureza e magnitude do empreendimento.
O licenciamento ambiental deve ser fornecido por órgão estadual compe-
tente que esteja legalmente vinculado ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente 
e Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA. No caso do Paraná, o IAP (Instituto 
Ambiental do Paraná) é o órgão licenciador e fiscalizador, ao qual os empreen-
dedores da região devem recorrer para a emissão de licenças ambientais. 
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II
Como dica, sugiro que busque saber aí no seu estado qual o órgão responsá-
vel pelo processo de fiscalização e licenciamento ambiental. Mais especificamente, 
e como forma de exercício prático, busque saber quais os procedimentos para a 
instalação de um galpão de frango, quais os documentos exigidos e enfim, como 
funciona o processo para iniciar uma atividade de criação de frangos de corte.
Bem, continuando, do ponto de vista prático o licenciamento consiste em 
três tipos de documentos principais: licença prévia, licença de instalação e licença 
de operação; que devem ser fornecidos respeitando esta ordem. O primeiro des-
tes documentos é a licença prévia, que vai ser solicitada pelo empreendedor na 
fase preliminar de planejamento do empreendimento. 
A sua liberação depende diretamente da aprovação de um estudo de impacto 
ambiental (EIA), um documento técnico que apresenta todos os potenciais impac-
tos que o empreendimento pode causar, e seu respectivo Relatório de Impacto 
no Meio Ambiente (RIMA) que é uma forma simplificada do EIA que visa apre-
sentar os dados para a comunidade.
Mas e agora que você conseguiu a licença prévia, qual é o próximo passo a 
seguir? Cabe agora ao empreendedor buscar profissionais com competência téc-
nica comprovada para pôr em prática tudo o que foi planejado. Nesta fase serão 
ajustados os detalhes de construção do empreendimento, incluindo as medidas 
de controle ambiental. 
Para efetivamente iniciar a implementação do empreendimento, o gestor 
deve encaminhar para o órgão competente a documentação detalhada e solici-
tar a licença de instalação. Ao emitir esta licença o órgão ambiental concorda 
com as projeções fornecidas na documentação e permite o início das obras de 
construção do empreendimento, podendo também fazer algumas orientações 
ao gestor a fim de reduzir os impactos ambientais.
A etapa seguinte do licenciamento é a licença de operação, documento que 
autoriza o gestor a iniciar as atividades de seu empreendimento. Para a emissão 
desta licença o órgão ambiental realiza fiscalizações, para verificar se efetiva-
mente a empresa está obedecendo ao que foi proposto nas licenças anteriores. 
É importante lembrar que a licença de operação tem prazo de validade deter-
minado, em geral entre quatro e dez anos, cabendo ao gestor renová-la antes do 
vencimento. Além disto, o órgão ambiental realizará monitoramento ao longo 
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do tempo, verificando se as condições estabelecidas nas licenças estão sendo 
cumpridas, podendo inclusive ocorrer impedimento da operação do empreen-
dimento caso sejam verificadas irregularidades.
Nos parágrafos anteriores conhecemos alguns dos aspectos básicos do licen-
ciamento ambiental. Mas afinal, qual a importância deste conhecimento para 
um empreendedor da avicultura? Por mais que muitas pessoas não reconheçam 
a criação de aves como uma atividade poluidora, Júlio César Palhares em sua 
coluna (2008) apresentou o grave problema ambiental relacionado à avicultura. 
Segundo o autor, o público em geral tende a associar a suinocultura à poluição 
ambiental, devido à geração de resíduo líquido escuro e malcheiroso. Contudo, 
os dados apresentados na Tabela 1 demonstram que a avicultura (frango de corte 
e poedeiras) é potencialmente mais poluidora que a criação de gado e suínos, 
isto pode ser evidenciado pelo volume de sólidos gerados e pela DQO (medida 
que relaciona o teor de matéria orgânica no resíduo) do frango de corte, mas 
principalmente pelos teores de fósforo (P-total) e nitrogênio (N-total), elemen-
tos estes que são grandes poluidores de corpos d’água e claramente estão mais 
elevados nos resíduos gerados pela avicultura.
Tabela 1: Parâmetros físicos e químicos dos resíduos gerados pelas diferentes criações, em tempo e número 
de indivíduos corrigidos estatisticamente
PARÂMETRO UNIDADE GADO DE LEITE SUÍNO FRANGO DE CORTE POEDEIRAS
Sólidos Totais Kg 12 11 22 16
DBO1 Kg 1,6 3,1 - 3,3
DQO2 Kg 11 8,4 16 11
pH 7,0 7,5 - 6,9
N-Total Kg 0,45 0,52 1,1 0,84
P-Total Kg 0,094 0,18 0,30 0,30
Fonte: ASAE (2003 apud PALHARES, 2008)
A regulamentação legal que estabeleceu os procedimentos que avicultores deve-
riam seguir para registrar seus empreendimentos, incluindo o licenciamento 
ambiental, foi instituída apenas em 2007 com a instrução normativa nº 56 publi-
cada em diário oficial pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA). 
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II
Em seu artigo 9º o documento enumera os documentos básicos necessários 
para que um empreendedor obtenha o registro adequado de seu estabelecimento 
avícola, sendo que esta solicitação deve ser feita em unidade de atenção veteri-
nária local, vinculada ao serviço estadual de defesa sanitária animal. 
Entre os documentos básicos a serem apresentados estão os dados de existência 
legal de pessoa física e jurídica, a anotação de responsabilidade técnica higiênico-
sanitária emitida por um médico veterinário habilitado, uma planta de localização 
da propriedade, uma planta baixa das instalações físicas e um memorial descritivo 
apontando as técnicas utilizadas para manejar os animais e demais medidas de bios-
segurança, além da já comentada licença emitida por órgão de fiscalização ambiental.
Como você pode notar, o empreendedor do ramo da avicultura deve estar 
cercado por uma equipe multidisciplinar que esteja devidamente habilitada para 
emitir todos os relatórios necessários, evitando que impasses legais dificultem a 
instalação do empreendimento ou que o gestor venha a ter problemas posterio-
res por falta de planejamento e diagnóstico prévio adequado.
Para facilitar a compreensão de todos os procedimentos descritos vamos uti-
lizar um exemplo. João é um jovem com espírito empreendedor, como um gestor 
recém-formado ele sente a necessidade de possuir um negócio próprio para que 
possa aplicar todos os conhecimentos adquiridos ao longo de sua graduação. 
Analisando todas as possibilidades e as suas afinidades, João decide se aventurar 
pelo ramo da avicultura. João inicia então a fase de planejamento, busca se informar 
sobre a avicultura e entra em contato com um zootecnista para verificar os requisi-
tos para se montar um galpão de criação de frangos nos padrões aceitos atualmente. 
Com o local de instalação estabelecido, João busca profissionais habilitados 
para realizar o estudo de impacto ambiental (EIA), ele contata um geólogo para 
analisar a situaçãodo terreno e um biólogo para verificar os possíveis impactos 
na vegetação e nos organismos de corpos d’água próximos. É importante lem-
brar que dependendo do tipo do empreendimento e do local onde este vai ser 
instalado, outros profissionais e outras análises podem ser necessários. 
Depois de realizadas as análises adequadas, a equipe multidisciplinar elabora 
o estudo de impacto ambiental, contendo todas as especificações técnicas neces-
sárias, e o seu respectivo relatório de impacto no meio ambiente (RIMA) que 
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deve ser escrito de maneira simplificada para compreensão por pessoas leigas. 
Este último documento deve ser disponibilizado à população da região que deve 
estar consciente não só dos benefícios como, por exemplo, os empregos gerados, 
mas também dos impactos que podem resultar da instalação do empreendimento. 
No caso da criação de aves uma das grandes reclamações da população que 
mora próximo ao galpão é a poluição do ar que pode resultar em mal cheiro, esta 
informação é um exemplo do que deve estar contido no RIMA.
Com o EIA/RIMA devidamente finalizados João vai até o órgão ambien-
tal competente de sua região e solicita a sua licença prévia. A instituição recebe 
a documentação e analisa os dados apresentados; caso tudo esteja regular esta 
licença pode então ser emitida. 
Munido da licença prévia João começa a idealizar a construção do galpão, contrata 
um engenheiro devidamente habilitado que projeta a edificação, sempre de maneira 
que favoreça o manejo correto dos animais e dos resíduos quando em operação.
Antes de efetivamente iniciar a construção João encaminha as plantas e demais 
projeções para o órgão ambiental e solicita a licença de instalação. Caso após a análise 
a instituição ambiental se posicione favoravelmente, pode-se dar início ao pro-
cesso de construção dos galpões obedecendo a tudo que foi planejado previamente. 
Pouco tempo depois os galpões estão construídos, obedecendo aos mais rígidos 
padrões de qualidade, enfim, o empreendimento idealizado por João está pronto, 
restando apenas solicitar a licença de operação. Para obter esta autorização, João 
encaminha ao órgão competente todas as licenças obtidas previamente e também um 
plano de gestão ambiental, contendo as medidas adotadas no manejo dos resíduos. 
O órgão ambiental pode apenas analisar a documentação encaminhada, ou 
em alguns casos, também realizar visitas para verificar o efetivo cumprimento 
do que foi apresentado nos relatórios. Com a emissão desta licença João inicia a 
operação de seu empreendimento, buscando sempre seguir as Boas Práticas de 
Produção e obedecendo aos protocolos de Gestão Ambiental.
Neste momento, alguém poderia estar se fazendo algumas perguntas, tais 
como: mas afinal será que todas estas atitudes são necessárias? Quanto tempo 
isto vai levar? Não vai me custar caro? Estas são algumas das perguntas feitas por 
leigos, alguns questionamentos que tentam invalidar a preocupação ambiental e 
transformá-la em um gasto supérfluo. 
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Esta temática foi abordada por Palhares (2010) que enumerou alguns dos princi-
pais problemas na relação entre avicultura e meio ambiente. Segundo o autor, o Brasil 
ainda tem uma visão dissociada da produção animal e problemas ambientais, isto 
se deve principalmente à falta de conhecimento em ciência ambiental pela popula-
ção brasileira, mas ainda pior, os próprios elementos da cadeia produtiva do frango, 
ou seja, os produtores, gestores, cooperativas e agroindústrias, que deveriam estar 
ativamente engajados em uma avicultura sustentável não possuem esta formação. 
O mercado europeu, por outro lado, tem demonstrado grandes avanços na 
temática ambiental, a preocupação crescente têm sido evidenciada nas exigên-
cias de importação que estes consumidores tem imposto.
De acordo com a reportagem publicada pela Holus Assessoria (2008), a já 
tradicional relação comercial entre Brasil e União Europeia, como uma impor-
tante via de exportação para o frango brasileiro, tem passado por algumas novas 
exigências e normas nos últimos anos. 
Além da já citada questão ambiental, os consumidores europeus têm se 
preocupado com a rastreabilidade, o bem-estar animal e o uso abusivo de medi-
camentos e insumos na produção. Alternativas tecnológicas que possibilitem um 
sistema de produção mais limpo tem ganhado espaço no mercado e favorecido 
empresas que as adotam, um caso interessante é apresentado no saiba mais abaixo.
Enfim, a temática ambiental ainda é um problema para muitos produtores agro-
pecuários, pois alguns ainda a enxergam como um empecilho. É claro que se exige 
uma mudança cultural que deve ocorrer gradativamente, ao longo do tempo, para 
que os mesmos possam, ou pela conscientização, ou pelas medidas punitivas, desen-
volverem a consciência ambiental adequada e necessária, para que haja equilíbrio.
Palhares (2010) comenta que enquanto os atores das cadeias produtivas não 
incluírem verdadeiramente o manejo ambiental em seu cotidiano poucos serão 
os avanços para o desenvolvimento sustentável e maiores serão os conflitos entre 
produtores e órgãos ambientais. Contudo, esta inserção não constitui apenas uti-
lizar tecnologias e medidas de controle ambiental, mas também inserir os gastos 
ambientais em suas planilhas de custo de produção, da mesma forma que se inse-
rem os custos com insumos e energia elétrica, por exemplo.
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Outro ponto a ser destacado são os benefícios gerados pela gestão ambiental 
adequada, tais como o reaproveitamento de resíduos, a geração de matéria orgânica, 
fontes de energia alternativa, receitas adicionais geradas pela venda de subprodu-
tos, bem como maiores receitas por atender mercados mais seletivos e exigentes.
Enfim, a temática ambiental ainda é um problema para muitos produtores 
agropecuários, pois alguns ainda a enxergam como um empecilho. É claro que 
se exige uma mudança cultural que deve ocorrer gradativamente, ao longo do 
tempo, para que os mesmos possam, ou pela conscientização, ou pelas medidas 
punitivas, desenvolverem a consciência ambiental adequada e necessária, para 
que haja equilíbrio.
Palhares (2010) comenta que enquanto os atores das cadeias produtivas não 
incluírem verdadeiramente o manejo ambiental em seu cotidiano poucos serão 
os avanços para o desenvolvimento sustentável e maiores serão os conflitos entre 
produtores e órgãos ambientais. Contudo, esta inserção não constitui apenas uti-
lizar tecnologias e medidas de controle ambiental, mas também inserir os gastos 
ambientais em suas planilhas de custo de produção, da mesma forma que se inse-
rem os custos com insumos e energia elétrica, por exemplo.
Outro ponto a ser destacado são os benefícios gerados pela gestão ambien-
tal adequada, tais como o reaproveitamento de resíduos, a geração de matéria 
orgânica, fontes de energia alternativa, receitas adicionais geradas pela venda 
de subprodutos, bem como maiores receitas por atender mercados mais seleti-
vos e exigentes.
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GERENCIAMENTO AMBIENTAL
No tópico anterior conversamos um pouco sobre o licenciamento ambiental, 
apresentamosalgumas das bases legais e trabalhamos um exemplo prático e dinâ-
mico de um empreendimento avícola que aplicou todos os conceitos. Se você leu 
com atenção notará que até agora abordamos apenas os procedimentos utiliza-
dos para a abertura de um empreendimento verde, ou seja, dentro dos padrões 
legais e éticos de respeito ao meio ambiente, mas e agora que ele entrou em ope-
ração, qual o próximo procedimento a se seguir?
Otimização do uso da água na avicultura
Observando que, hoje, 70% da água do mundo é utilizada em atividades 
agrícolas, Macedo ressaltou a importância da proteção dos mananciais, do 
uso racional da água e do aproveitamento da água da chuva pelos produ-
tores.
Para falar sobre o uso da água de chuva, o pesquisador citou o exemplo de 
Maringá, cidade do Paraná, na qual a média de chuvas é de 1500 mm/ano. 
Sendo a necessidade de água na avicultura de 0,4 litro/frango/dia, um esta-
belecimento com 10 a 14 mil aves necessitaria de 168 mil litros de água por 
mês. A reutilização da água de chuva seria capaz de prover 100 mil litros, ou 
seja, quase 60% do necessário.
Macedo disse que o aproveitamento da água de chuva é viável na produção 
avícola, desde que haja garantia microbiológica. É necessário que se faça a 
filtração lenta da água com filtro de areia (barreira física contra protozoá-
rios) e a desinfecção química com derivados clorados, com cloração ao bre-
akpoint. É preciso também se retirar o material orgânico do aviário e fazer 
uma higienização correta.
Jorge Macedo (2010)
Fonte: <http://www.avisite.com.br/reportagem/anexos.asp?codigo=82>. Acesso 
em: 15 mar. 2012.
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Com o empreendimento legalmente autorizado e pronto para entrar em 
operação cabe agora ao gestor garantir que todos os padrões estabelecidos para 
obtenção das licenças sejam seguidos rigorosamente. Para tal, é aconselhado que 
o empreendedor estabeleça um plano de gestão ambiental. 
O conceito de gerenciamento ou gestão ambiental pode ser analisado por 
diversas óticas, uma mais ecológica que estuda os impactos gerados pela atividade, 
uma tecnológica que busca soluções para tais problemas e uma administrativa 
que vai utilizar os conhecimentos adquiridos pelas duas outras vertentes para 
verdadeiramente gerir a empresa. 
Desta forma, em termos administrativos, a gestão ambiental é compreen-
dida como o conjunto de diretrizes e atividades administrativas e operacionais, 
tais como, planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras reali-
zadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o ambiente, quer reduzindo 
ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evi-
tando o seu surgimento (BARBIERI, 2007).
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) unidade suí-
nos e aves estabeleceu, em sua publicação eletrônica Sistemas de Produção de 
Frango de Corte (2003), alguns tópicos que devem ser considerados na elabo-
ração de um plano de gestão ambiental:
1. Caracterização dos resíduos gerados: no caso da avicultura os princi-
pais resíduos produzidos compreendem a cama do aviário e as carcaças 
de animais mortos. A cama é o substrato sobre o qual os animais ficam, 
em geral usa-se maravalha, serragem ou sabugo de milho triturado, uma 
alternativa sustentável seria integrar a avicultura com alguma atividade 
agrária que exista no estabelecimento rural, um bom exemplo é no caso 
de produtores de algodão que poderiam usar as cascas resultantes no 
pós-colheita como substrato para as aves. A esta palhagem juntam-se 
as penas, os restos de alimento e as excretas dos animais, ao fim gera-se 
um resíduo rico em fósforo e nitrogênio com alto potencial poluidor 
se manejado de maneira incorreta. Antes de planejar qualquer manejo 
destes restos culturais é necessário conhecer detalhadamente as carac-
terísticas físico-químicas desta cama, para isto são necessárias análises 
laboratoriais. Com relação às carcaças, espera-se que sejam poucas, já 
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que em um sistema de produção eficiente a mortalidade deve ser baixa.
2. Redução de impactos ambientais: muito relacionado ao tópico anterior a 
redução de impactos pode ser trabalhada de diversas maneiras, mas sempre 
buscando atingir a sustentabilidade e seguindo as boas práticas de produção.
3. Tratamento e aproveitamento dos resíduos: conhecendo detalhadamente 
quais foram os resíduos gerados agora buscam-se alternativas para o tra-
tamento deste. No caso da avicultura dois são os principais sistemas de 
tratamento de resíduos (cama e carcaças): a compostagem e a biodiges-
tão anaeróbia, ou seja, na ausência de oxigênio. Em ambos os processos 
ocorre a formação de produtos, que podem ser aproveitados desta forma 
tornando a avicultura ambientalmente viável. Resumidamente, os pro-
dutos gerados são o biofertilizante e o composto, ricos em nutrientes e 
que podem ser utilizados na adubação de jardins e de árvores, mas nunca 
usados em plantas herbáceas de consumo humano por questões sanitá-
rias, já que micro-organismos podem resistir aos tratamentos. Além disto, 
ocorre também a formação do biogás que pode ser canalizado e utilizado 
na geração de energia para a iluminação, aquecimento e movimentação 
de máquinas. A combustão dos resíduos já foi uma técnica amplamente 
utilizada, contudo, devido à geração de gases que poluem a atmosfera, 
caiu em desuso. Outro ponto interessante a esclarecer é que a partir da 
IN nº15 de 2001, seguida de outras revisões posteriores, proibiu-se em 
todo o território nacional o uso de cama de frango na alimentação animal.
4. Segurança humana e ambiental: constitui um conjunto de atitudes que 
possibilitarão a manutenção da qualidade de vida do criador e a saúde 
ambiental e do rebanho. Dentro deste tópico está também o correto manejo 
de entulhos e resíduos evitando a proliferação de espécies oportunistas, 
como moscas, besouros, baratas e roedores.
5. Racionalização do uso de recursos naturais e insumos: como outras atividades 
agropecuárias a avicultura tem uma grande dependência de recursos natu-
rais, desta forma é coerente que os avicultores se preocupem em economizar 
o uso destes recursos, pois já faz algumas décadas que é conhecido que os 
recursos naturais não são infinitos. Além disto, também é importante planejar 
o consumo de energia elétrica e utilizar tecnologias que reduzam os gastos.
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Desenvolvimento sustentável, com foco na atenção aos aspectos ambien-
tais, são características fundamentais da sociedade contemporânea. Reflita 
sobre a importância da atenção às questões ambientais nos projetos de pro-
dução de carne de frango.
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CAMA DE FRANGO FORA DO CARDÁPIO!
O Ministério da Agricultura veta uso da 
cama aviária para prevenir contra o mal 
da vaca louca. O surgimento de casos do 
mal da vaca louca (Encefalopatia Espongi-
forme Bovina ou BSE), na Europa fez com 
que o governo brasileiro tomasse algumas 
medidas preventivas no sentido de evitar 
que a doença chegue no País. Uma delas foi 
a publicação, em julho de 2001, da Instru-
ção Normativa nº 15, reforçando a proibição 
do uso da cama de frango na alimentação 
de ruminantes. 
A instrução vem causando polêmica. De um 
lado está o governo, que defende a medida 
como formade garantir a sanidade do reba-
nho. De outro estão os avicultores, que têm 
na venda da cama de frango uma impor-
tante fonte de renda.
A proibição também pode prejudicar pecu-
aristas, já que esse resíduo é uma fonte 
protéica barata. O problema é que traz ris-
cos sanitários, pois grande parte das rações 
para aves contém em sua composição pro-
teína animal. Segundo o Departamento de 
Defesa Animal do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (Mapa), a proi-
bição é, antes de mais nada, uma medida 
de coerência, já que a presença de proteína 
animal em rações para ruminantes também 
não é permitida.
Por outro lado o professor de patologia da 
Escola de Veterinária da UFG, Luiz Augusto 
Batista de Brito, destaca que a cama é um 
subproduto muito importante. Segundo 
ele o Brasil como importante criador de 
frangos de corte no cenário mundial gera 
um volume absurdo de cama de frango ao 
ano (9,1 bilhões de quilos em 2001) este 
que se não puder ser em parte aproveitado 
na alimentação de ruminantes, constituirá 
um grande problema ambiental se não for 
destinado corretamente. Ele garante que 
a cama de frango pode ser utilizada na ali-
mentação de bovinos desde que, na cadeia 
alimentar, o frango não tenha se alimen-
tado de proteína animal, e afirma que, por 
apresentar boa relação de custo-benefício 
e ser disponível em muitas regiões brasi-
leiras, pode trazer excelentes resultados 
econômicos na alimentação de ruminantes.
O professor reconhece que o governo está 
certo em visar um produto final rigorosa-
mente seguro, mas reafirma que a cama 
não pode ser dispensada pura e simples-
mente. Conforme diz, a cama de frango é 
usada na alimentação de bovinos em paí-
ses, como Estados Unidos, Austrália, Nova 
Zelândia e África, com 
acompanhamento 
das autorida-
des.
Tatiana Cruvinel (2001)
Fonte: modificado de <http://www.portaldoagronegocio.com.br/
conteudo.php?id=7547>. 
Acesso em: 17 mar. 2011.
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Apesar de esta reportagem ter sido publicada em 2001, este é um tema que 
ainda hoje causa discussões entre os produtores, cientistas e governo. Além disto, 
é importante considerar que mesmo o campo das ciências naturais ainda tem 
muitas questões a considerar acerca dos prions, proteínas transmissoras da BSE 
como, por exemplo, a possível transmissão entre espécies tão diferentes como 
as aves e os ruminantes, ou entre estes e os seres humanos.
RASTREABILIDADE NA INDÚSTRIA AVÍCOLA
Este tópico tem como base principal o trabalho de Marisete Serutti (Seara ali-
mentos), publicado no site da Avisite, conforme link <http://www.avisite.com.
br/cet/trabalhos.asp?codigo=45>, acessado em 12 jan. 2011.
Sabe-se que mesmo desde a primeira edição das normas ISO, que previam 
a necessidade das indústrias atenderem requisitos de identificação e rastreabili-
dade durante todas as etapas do processo produtivo, somente com a ocorrência 
de episódios de problemas alimentares pela ingestão de alimentos contamina-
dos, em nível mundial, é que a indústria avícola se mobilizou a implantar um 
programa de rastreabilidade.
Fatores como a volta à alimentação natural, a ocorrência da BSE (encefalo-
patia espongiforme bovina), problema de contaminação por salmonella, a crise 
da dioxina, presença de antibióticos em alimentos, recall do Carrefour de carnes 
por falhas na rastreabilidade criaram desconfiança no consumidor, colocando os 
mesmos em estados de alerta, o que levou estes consumidores a exigirem pro-
dutos com maior qualidade e procedência conhecida.
Para se ter um exemplo, na Grã Bretanha, a Marca “les Fermiers des Janzé”, 
lança produtos com embalagens informando ao consumidor o endereço, fone e 
foto do criador responsável, com aumento do preço e vendas do produto, sendo 
este um ideal de rastreabilidade.
Na Europa, em razão, sobretudo da BSE, foi introduzida legislação sobre a 
identificação da carne bovina, buscando a certificação de origem e qualidade 
com base na rastreabilidade. Essa medida impulsionou o mercado interno bra-
sileiro a buscar mecanismos de garantia de procedência do produto, por sua vez 
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impactando no aumento da rigidez e controle do padrão de qualidade dos pro-
dutos exportados, que passariam a atender estes mercados balizados por novas 
regras de segurança do alimento.
Os consumidores, por sua vez, sobretudo, dos mercados internacionais, pas-
saram a reconhecer o valor agregado destes produtos; pagam por isso e exigem 
um conjunto de novos valores, além da garantia de procedência e qualidade do 
produto, também exigem bem-estar animal, responsabilidade socioambiental, 
boas práticas de produção e garantia de alimento seguro.
Segundo Holroyd (2000 apud CERUTTI 20), o futuro do comércio da carne 
depende, sobretudo, da indústria, no que se refere aos aspectos de honestidade, 
transparência, disponibilidade de informações detalhadas (rastreabilidade), garan-
tia da qualidade e flexibilidade para mudanças. Desta forma, os requisitos dos 
clientes passaram a ser assegurados, garantindo da granja à mesa transparência e 
controle de qualidade do produto, controle este agora mais participativo, com res-
ponsabilidades de todos os envolvidos no processo ao longo da cadeia produtiva.
Sobre a rastreabilidade, sabe-se que esta funciona como um sistema de 
prevenção de problemas que comprometam o nome, a marca e a reputação da 
empresa. A demanda da rastreabilidade ocorre em quatro níveis: a) demanda pela 
organização; b) demanda pelo cliente; c) demanda legal; e d) demanda social.
a. Demanda da rastreabilidade pela organização: a rastreabilidade deve 
ser um fator de segurança do produtor; serve para identificar as causas 
de reclamações ou desvios, tais como recall e viabilizar ações corretivas; 
deve ser empregada no gerenciamento de crises, tais como na retirada 
imediata de produtos das prateleiras, realização de recall, responsabilizar 
agentes, antecipar-se as crises, preservar vidas humanas, evitar escândalos 
e garantir a longevidade da marca e do negócio. É utilizada para realizar 
controle estatístico do processo produtivo, evitando perdas e prejuízos 
e reprocessos; pode ser empregada como uma ferramenta de melhoria 
contínua, garantindo vantagens competitivas, por meio de ações predi-
tivas, preventivas e corretivas; deve ser empregada como ferramenta de 
apoio às estratégias de competitividade e internacionalização, sobretudo, 
mercados mais exigentes quanto a este aspecto; e deve ser utilizada como 
medida preventiva para marketing, já que a rastreabilidade possibilita 
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identificar os perfis dos clientes e respectivas demandas para traçar estra-
tégias mercadológicas.
b. Demanda da rastreabilidade pelo cliente: rastreabilidade como fator de 
segurança ao cliente; funciona como fator de garantia para identificação e 
controle de causas de reclamações; serve para garantir responsabilidades 
referentes às penalizações morais e econômicas de Recall e gerencia-
mento de crises.
c. Demanda das rastreabilidade para atender aspecto legal: com base no 
Regulamento Europeu 178/2002 “será assegurada em todas as fases de 
produção, transformação e distribuição a rastreabilidade dos gêneros ali-
mentícios, dos alimentos para animais, dos animais produtores de gênerosalimentícios e de qualquer outra substância destinada a ser incorporada num 
gênero alimentício ou num alimento para animais, ou com probabilidade 
de o ser” e “os gêneros alimentícios e os alimentos para animais que sejam 
colocados no mercado, ou susceptíveis de o ser, na Comunidade devem ser 
adequadamente rotulados ou identificados por forma a facilitar a sua ras-
treabilidade, através de documentação ou informação cabal de acordo com 
os requisitos pertinentes de disposições mais específicas”. Atender a requisi-
tos legais é compromisso, é fato e dever de toda e qualquer organização, 
sobretudo, as organizações nacionais que queiram atender estes mercados.
d. Demanda da rastreabilidade – social e de saúde pública: a segurança 
do alimento, no que se refere às garantias de qualidades intrínsecas, além 
de extrínsecas do produto são questões fundamentais de saúde pública, 
que a rastreabilidade visa contemplar; embora alguns agentes pensem que 
a rastreabilidade seja, como vem acontecendo com a carne bovina, um 
mecanismo de diferenciação de preço, sua função primordial é garantir 
a saúde pública, sendo um requisito de competição sem agregação efe-
tiva de valor econômico.
Bem, caro(a) aluno(a), podemos observar que a rastreabilidade é condição essen-
cial para aqueles agentes que pretendem permanecer no atual cenário competitivo. 
Assim sendo, segue abaixo alguns princípios fundamentais para a implantação 
de um programa de rastreabilidade em aves.
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A primeira etapa se refere ao planejamento (plan) das ações a serem exe-
cutadas, que envolve todos os agentes integrantes da cadeia produtiva de aves, 
desde o comprometimento e sensibilização dos envolvidos, estabelecimento de 
uma cultura de segurança do alimento e bem-estar animal, definição de proce-
dimentos para identificação de matérias-primas, insumos e demais produtos, 
identificação dos pontos importantes da rastreabilidade e definição da siste-
mática de trabalho ao longo da cadeia, definição de responsabilidades e papéis, 
exigência de disciplina e registro das atividades.
A segunda etapa é fazer ou agir (do), e envolve desde treinamentos e com-
petências, implementação do plano e disciplina nos controles. 
A terceira etapa é checar ou verificar (check) e se incumbe de realizar veri-
ficação periódica (mensal a trimestral) e consequente validação por meio de 
auditorias internas e externas.
E, por fim, a quarta e última etapa é agir de forma corretiva (action), atuando no 
sentido de agir continuamente na melhoria mediante ações corretivas e preventivas.
Quanto às documentações e registros, os mesmos devem evidenciar de 
forma clara e simples informações que remetam a origem do produto. Os regis-
tros devem ser legíveis, sem rasuras e/ou manipulações e mantidos em papel ou 
meio eletrônico. Os documentos devem ser arquivados por cerca de dois anos 
após o vencimento do prazo de validade dos produtos envolvidos.
Quanto à identificação na indústria avícola, no que se refere aos produtos 
empregados no processo de produção, os mesmos devem ser identificados por 
O que é e como funciona a rastreabilidade animal na avicultura de corte? 
Quais benefícios podem ser gerados ao consumidor a partir da adoção des-
ses procedimentos? 
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rótulos; já quanto aos animais, as aves, diferentemente da identificação em bovi-
nos e suínos, que se dá de forma individual, a mesma ocorre em lotes, dada as 
peculiaridades da atividade avícola, complementada por registros.
Figura 2: Rótulo de identificação da carne de frango 
Fonte : Cerutti
Os elementos mínimos que devem constar na identificação de um produto 
cárneo constam de:
 ■ País de origem do produto – nascimento, criação e abate das aves.
 ■ Estabelecimento de abate – SIF (Serviço de Inspeção Federal - indispen-
sável para a exportação), ou serviço de inspeção estadual/municipal.
 ■ Marca do produto.
 ■ Nome e código de produto.
 ■ Data de produção e/ou vencimento.
 ■ Prazo de validade.
A Identificação Adicional desejável consta de:
 ■ As acima relatadas.
 ■ Código de lote.
 ■ Hora de embalagem ou produção – Sistema de código de barras.
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A Identificação especial para nichos mercadológicos demanda as seguintes exigências:
 ■ Selos de qualidade. Ex.: produto antibiótico free, Grain fed, GMO free.
 ■ Identificação dos produtores e/ou seus endereços. 
Sobre a rastreabilidade na indústria avícola, sabe-se que os níveis de controle 
dependem das características contratuais acordadas entre indústria e cliente. A 
avaliação da eficácia de um sistema pode ser medida em critérios avaliados por 
escores, em que quanto maior o escore, maior é a segurança da granja a mesa.
A definição do tamanho do lote depende do grau que se pretende atingir de 
rastreabilidade, o que vai depender do valor agregado de cada produto. As amos-
tragens devem ser mais rígidas, conforme a necessidade de rigor nos controles.
Em relação às exigências do mercado internacional sobre a rastreabilidade 
nas aves, as características mais interessantes são:
 ■ Linhagem.
 ■ Ração de origem vegetal.
 ■ Rações livres de antibióticos e promotores de crescimento.
 ■ Rações com grãos não geneticamente modificados ou GMO free.
 ■ Uso responsável de antibióticos terapêuticos.
 ■ Bem-estar animal.
Conheça o Avisite – O portal da avicultura na internet <http://www.avisite.
com.br/>.
Acesse a página da Avicultura Industrial e saiba mais: <http://www.avicultu-
raindustrial.com.br/>.
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 ■ Boas práticas veterinárias.
 ■ Boas práticas de fabricação.
 ■ HACCP (Hazard Analysis Critical Control Point) – Análise de Perigos e 
Pontos Críticos de Controle (APPCC).
 ■ Níveis microbiológicos.
 ■ Características físico-químicas do produto.
 ■ Corpos estranhos.
 ■ Controles de qualidade.
Assim sendo, com base nos estudos de Marisete Cerutti, da Seara Alimentos 
S.A., pode-se afirmar que a rastreabilidade é um processo crescente, irreversível, 
impulsionado pelas economias de escala, decorrentes dos avanços tecnológicos 
e da demanda do mercado importador, que exige ética e transparência nos pro-
cessos de produção e distribuição dos produtos. 
Com a fiscalização mais efetiva e enérgica, as situações de perigo podem ser 
mais facilmente identificadas. Disciplina é fundamental aos diversos membros 
componentes da cadeia, para vencer as diversas barreiras que existem, tais como 
políticas, sanitárias, técnicas, culturais e comerciais.
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II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, prezado(a) aluno(a), o emprego de um protocolo de BPP na avi-
cultura de corte se fez imprescindível para o sucesso e manutenção da posição 
de liderança conquistada pelo Brasil como maior exportador do mundo de carne 
de frango.
As BPP são regras a serem seguidas, visando o equilíbrio entre ganhos eco-
nômico-financeiros e os benefícios sociais e ambientais, garantindo alimentos em 
quantidade e qualidade para assegurar confiança noconsumo aos consumidores, 
bem como garantindo bem-estar animal, eliminando situações de maus-tratos.
Desde o aviário, a estrutura física, aos cuidados preliminares com os pin-
tainhos, as condições sanitárias ideais para o bom desenvolvimento do animal, 
somado aos cuidados com água, alimentação, iluminação e ventilação, todas 
estas ações visam o bem-estar animal.
A preocupação com o meio ambiente, principalmente representado pelo 
cuidado do destino dos resíduos, tais como aves mortas e a cama de frango são 
capitais no processo de equilíbrio buscado com o BPP do frango. 
A rastreabilidade na produção de frangos de corte é outro fator que vem con-
tribuir para o bom desempenho e imagem positiva da cadeia produtiva, já que 
desta forma, a possibilidade de rastreamento, identificação e garantia da proce-
dência do produto podem ser sentidas.
De diferenciais ou itens complementares, estas questões ligadas às Boas 
Práticas de Produção na avicultura de corte, tais como respeito ao meio ambiente, 
às pessoas, à sociedade e ao animal, passaram a ser encaradas e tratadas no 
ambiente de negócios da cadeia produtiva da carne de frango, sobretudo, em 
mercados internacionais de grande exigência, como itens obrigatórios ou crité-
rios qualificadores para competição no mercado.
A grande vantagem do Brasil, neste aspecto, é que por sua versatilidade e 
capacidade de adaptação, a cadeia produtiva da carne de frango nacional se ajusta 
às necessidades de mercado com maior velocidade e rapidez que as concorren-
tes em nível mundial. Se assim permanecer, o Brasil se mantém na liderança 
mundial do setor!
Bons estudos!
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1. Em que consistem as boas práticas de produção na avicultura? Discuta como 
esse processo pode contribuir com a qualidade do produto.
2. Quais requisitos são essenciais em relação à unidade de produção, infraestrutura 
e demais edificações?
3. Quais cuidados são essenciais com o alojamento dos pintainhos? 
4. O que é bem-estar animal na produção de frangos de corte? Levando-se em con-
ta as boas práticas de produção de frango, quais aspectos devem ser considera-
dos para que esse bem-estar animal seja assegurado?
5. O que é cama de frango? Como deve ser gerida a cama de frango para que pro-
blemas ambientais e sanitários possam ser evitados?
6. O que é rastreabilidade animal na produção de frango de corte? Quais benefícios 
o consumidor pode obter a partir da adoção desses procedimentos? 
7. Desenvolvimento sustentável e atenção aos aspectos ambientais são caracte-
rísticas fundamentais da sociedade contemporânea. Pesquise a importância da 
atenção às questões ambientais nos projetos de produção de carne de frango.
Ventilação na avicultura de corte
Paulo Giovanni de Abreu
Valéria Maria Nascimento Abreu 
Editora: EMBRAPA
O Caso dos Exploradores de Caverna
Marcos Macari
Ranato Luis Furlan
Elisabeth Gonzales 
Editora: Funep
MATERIAL COMPLEMENTAR
Criação de frango e galinha caipira: avicultura alternativa
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Editora: Viçosa: Aprenda Fácil
Acesse os links:
ABPA - Associação Brasileira de Proteína Animal: <abpa-br.com.br>.
COOPEAVI Agronegócio: <www.coopeavi.com.br>.
EMBRAPA SUÍNOS E AVES - CONCÓRDIA-SC: <www.cnpsa.embrapa.br>.
Na biblioteca central do Cesumar você tem a sua disposição alguns livros sobre avicultura 
de corte. São eles: 
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Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
O MERCADO DA CARNE DE FRANGO 
DO BRASIL: 
CONTEXTO NACIONAL E 
PARTICIPAÇÃO NO CENÁRIO 
INTERNACIONAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Realizar um panorama da Cadeia Produtiva da Cadeia de frango.
 ■ Conhecer o mercado da carne de frango.
 ■ Analisar as estratégias da cadeia agroexportadora da carne de frango 
do Brasil.
 ■ Estudar as perspectivas da cadeia produtiva de frango do Brasil.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ O papel do Brasil no mercado mundial da carne de frango
 ■ O processo de desenvolvimento da cadeia produtiva da carne de 
frango do Brasil
 ■ Estratégias da cadeia agroexportadora nacional da carne de frango: 
adequação às necessidades dos consumidores, agregação de valor ao 
produto, crescimento da demanda
 ■ Análise da cadeia agroexportadora de frango do Brasil: principais 
mercados e suas características e estratégias de atuação
 ■ Breves perspectivas da cadeia agroexportadora da carne de frango 
do Brasil
100 - 101
INTRODUÇÃO – BRASIL NO MERCADO MUNDIAL DA 
CARNE DE FRANGO
Podemos prosseguir? Esperamos que possamos continuar com o aprofunda-
mento ainda maior sobre os assuntos pertinentes à cadeia produtiva da carne 
de frango. Agora, na unidade III, veremos um pouco mais sobre o mercado 
da carne de frango em nível mundial, e em foco, a participação do Brasil neste 
ambiente competitivo.
Você verá, dentre outras coisas, sobre o dinamismo da cadeia de frango do 
Brasil. Como era em 1970? E como estamos hoje? Será que nós evoluímos ou 
paramos no tempo? São essas e outras perguntas que poderão ser respondidas 
ao longo dos estudos.
E quanto à organização, será que a cadeia produtiva da carne de frango 
do Brasil é organizada? Será que os mecanismos de coordenação funcionam 
bem? E os contratos e os arranjos de integração vertical funcionam bem? É o 
que veremos!
Como sabemos, o Brasil é líder em diversos setores do agronegócio, em diver-
sas e diferentes cadeias produtivas! Será que no caso da carne de frango nossa 
atuação internacional também é merecedora de destaque? Como estamos posi-
cionados no ambiente competitivo mundial?
E os nossos compradores ao redor do mundo, o que demandam do 
Brasil em termos de carne de frango? Será que o Brasil exporta o mesmo 
tipo de produto para todos os lugares do mundo ou cada mercado possui 
particularidades?
Bem, contudo, saberemos estas e outras respostas quando estudarmos e nos 
aprofundarmos no material. Como você verá ainda muitos desafios existem para 
serem superados, para que o Brasil se mantenha na posição que conquistou no 
mercado mundial da carne de frango.
Boa leitura!
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Reprodução proibida. A
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III
A CADEIA PRODUTIVA DA CARNE DE FRANGO DO 
BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DE 
CARNE DE FRANGO DO BRASIL
Nesta etapa de nosso estudo, é apresentado um panorama da cadeia agroex-
portadora de frango de corte do Brasil, feito com base em textos de revistas 
científicas, dissertações e teses e periódicos especializados. Faz-se um breve 
resgate histórico do processo evolutivo da indústria avícola no Brasil, até o 
panorama atual, em que se demonstra o status atingido pela cadeia agro-
exportadora nacional, que atualmente ocupa a posição de liderança em 
exportações mundiais.
Uma das principais bases teóricas utilizadas para construção desta seção 
são os resultados da dissertação de mestrado de Rodrigues (2008), intitulado 
“Estratégias Mercadológicas da Cadeia Agroexportadora de frango de corte do 
Brasil”. 
Neste trabalho, que foi a dissertação de mestrado do Prof. Fábio, procu-
rou-se abordar, sobretudo, os aspectos mercadológicos da cadeia de exportação 
da carne de frango do Brasil. Foi um trabalho no qual foram entrevistados seis 
executivos, dentre eles diretores gerais, diretores comerciais ou gerente de pro-
dução ou gerente de exportação, dentre as 20 maiores empresas exportadoras 
dacarne de frango brasileira.
Além do trabalho empírico, alguns outros estudos foram realizados, os quais 
são compartilhados com você em boa parte. A realização deste trabalho foi muito 
importante, pois possibilitou que muitas questões práticas sobre a exportação 
da cadeia produtiva da carne de frango, ou seja, do dia a dia das empresas, fos-
sem analisadas sob a luz da teoria, bem como pode ser comparado com outros 
estudos que tratavam do mesmo tema.
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Procuramos abordar nesta subseção alguns pontos principais sobre o pro-
cesso de desenvolvimento da cadeia produtiva da carne de frango ao longo dos 
anos. Com base nos estudos de alguns autores, que são referência no agronegó-
cio e na cadeia produtiva da carne de frango, busquei destacar como o frango 
deixou de ser um produto de criação espontânea, desordenada e desorganizada, 
para se tornar uma referência de organização, produtividade e qualidade do agro-
negócio brasileiro e mundial. 
Neste sentido e para confirmar a evolução ou o desenvolvimento da cadeia 
produtiva da carne de frango no Brasil, Jank (1996) comenta que a avicultura no 
Brasil tem se diferenciado pelo seu dinamismo produtivo. Em meados da década 
de 1970, a produção de frangos evoluiu da criação doméstica, caseira, de caráter 
não profissional, para um sistema produtivo profissional, organizado em escala 
industrial com grande capacidade produtiva, flexibilidade e potencial para aten-
der a diferentes segmentos de mercado. 
Vejam, então, que essa foi a primeira fase deste desenvolvimento da 
cadeia. Claro, que muito se fala sobre o desenvolvimento exponencial que 
ocorreu nas últimas duas décadas, mas o início, o estopim, o começo de todo 
esse desenvolvimento foi iniciado a cerca de quatro décadas. Vejamos o que 
outros estudiosos comentam sobre o processo de desenvolvimento da avi-
cultura nacional.
Na visão de Lima (2003), esse crescimento se deu principalmente em razão 
dos investimentos que possibilitaram maior incremento tecnológico, tanto nas 
áreas biológica e sanitária, como na econômica, e a busca constante por maior 
eficiência produtiva e diversificação de produtos. Assim, a cadeia produtiva tem 
demonstrado grande capacidade para captar novas tecnologias e transferi-las 
com maior eficiência aos consumidores finais, sob a forma de um produto mais 
acessível e de melhor qualidade.
Conforme Paiva (2006), um fator que demonstra a eficiência produtiva da 
cadeia produtiva do frango no Brasil é o ganho de conversão alimentar alcançado 
nas duas últimas décadas, e que contribuiu significativamente para o alavanca-
mento da produtividade. Para efeito de comparação, em 1930 eram necessários 
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O MERCADO DA CARNE DE FRANGO DO BRASIL: 
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III
5,25 quilos de ração, para em 105 dias, engordar um frango de 1,5 quilos; atu-
almente, são necessários cerca 4,3 quilos de ração, para engordar um frango de 
2,4 quilos em 42 dias, em média.
Como acabamos de 
observar, houve um avanço 
considerável na cadeia pro-
dutiva da carne de frango 
no Brasil nos últimos anos, 
sendo inegável o avanço da 
P&D na busca de espécies 
geneticamente mais resisten-
tes, produtivas e que tenham 
melhor conversão alimentar. 
No entanto, outros aspectos 
importantes também devem 
ser considerados, tais como o elevado nível de organização da cadeia e a prática 
dos contratos entre abatedouros e produtores rurais integrados.
Assim, podemos verificar que a cadeia produtiva do frango de corte também 
tem se diferenciado das demais pelo elevado nível de organização, o que acaba 
por proporcionar maior competitividade à cadeia. Os agentes econômicos do 
sistema realizam suas transações, preferencialmente via relações contratuais e, 
em menor escala, via mercado. 
O mecanismo de coordenação da atividade, obtido por meio da integração 
vertical e horizontal, em que as processadoras, o elo que lidera a cadeia, organiza 
e promove as transações desde as fases de produção dos insumos até a distribui-
ção dos produtos finais, nos mercados consumidores (SOUZA, 2004).
A integração vertical e os arranjos contratuais constituem, desta forma, a 
base fundamental para a estratégia dessa cadeia e o diferencial de eficiência orga-
nizacional para incrementar a sua competitividade. Essa coordenação exercida 
pela estrutura de governança é a principal responsável pela rápida adoção de 
inovações tecnológicas, pelo financiamento da produção, pela obtenção de eco-
nomias de escala, alocação otimizadora dos fatores de produção e redução dos 
custos de transação e dos custos de produção (COSTA, 1999).
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Considerando que existem divergências teóricas quando o assunto se refere 
a esses tipos de relacionamentos entre agentes de uma cadeia produtiva ou sis-
tema produtivo, destacamos, para efeito de registro, que algumas concepções 
teóricas abordam o tipo de relacionamento entre os agentes na Cadeia produtiva 
da carne de frango, que aqui se identificou a princípio como integração vertical, 
como quase integração vertical.
O argumento dos que defendem que na Cadeia produtiva da carne de frango 
o tipo de contrato que ocorre entre os agentes é de quase integração vertical, tem 
como base a noção de que para que ocorresse a integração vertical completa e 
pura, a empresa motriz, ou seja, o abatedouro, que é a empresa motriz, principal 
responsável pela coordenação das atividades da cadeia, deveria executar e assu-
mir todas as etapas do processo produtivo, assumindo inclusive os dispêndios 
com investimentos em instalações e demais ativos empregados na produção da 
carne de frango, o que acaba não acontecendo. 
Mas essa discussão, como é muito polêmica e como se diz popularmente “dá 
pano pra manga” deve ficar para aprofundamento em outro momento. Se con-
tinuarmos a discutir, levamos horas e horas sobre esse tema. Sugiro que você 
pesquise mais sobre o assunto e se aprofunde nestas questões peculiares do tema 
estudado. O que sabemos é que no dia a dia o que ficou convencionado é se tra-
tar desses tipos de contratos como de integração vertical.
Então, querido(a) aluno(a)! Até então destacamos dois pontos que foram impor-
tantes no processo de construção do Brasil enquanto maior exportador mundial da 
carne de frango e que pudemos acompanhar nas páginas anteriores, sendo eles: o 
ganho de produtividade e a excelente coordenação da cadeia produtiva, realizado 
principalmente pelas empresas integradoras, ou seja, os abatedouros de frango.
O ganho de produtividade associado à coordenação da cadeia produtiva do 
frango colocou o país como um dos mais eficientes produtores desta proteína 
animal no mundo (ZILLI, 2003). 
Deste modo, os avanços alcançados pela avicultura industrial, juntamente 
com as relativas quedas nos custos e melhoria na qualidade do produto, torna-
ram o Brasil competitivo no cenário mundial de exportação de carne de frango, 
obtendo maior inserção no mercado internacional, chegando à condição de 
maior exportador de carne de frango do mundo no ano de 2004, segundo a 
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O MERCADO DA CARNE DE FRANGO DO BRASIL: 
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III
ABEF – AssociaçãoBrasileira dos produtores e exportadores de frangos, hoje 
UBABEF – União Brasileira de Avicultura – resultado da fusão da UBA – União 
Brasileira da avicultura com a ABEF.
Algumas mudanças importantes também têm ocorrido nas estruturas de 
mercado da cadeia, com o processo de aquisições, fusões e expansão de unida-
des, além da introdução de produtos diferenciados nos mercados. Não somente 
novos produtos passaram a ser lançados, visando a atender principalmente as 
exigências do mercado externo, como novos clientes foram alcançados em mer-
cados antes inexplorados.
O processo de união mais comentado nos últimos anos e que envolveu dois 
gigantes grupos da cadeia produtiva da carne de frango do Brasil foi a união 
entre Sadia e Perdigão.
Segundo alguns especialistas, a união entre Perdigão e Sadia, criando a Brasil 
Foods não foi benéfica para os consumidores, haja vista que o preço dos produtos 
não tem tendência de queda após a união. Para o elo do varejo de alimentos, para 
os supermercados, o problema pode ocorrer pelo aumento de poder de negociação 
por parte do fornecedor. O processo de fusão foi analisado pelo CADE, Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica, e embora tenha sido moroso e favorável à 
fusão, impôs restrições que podem ser conferidas no endereço a seguir: <http://
oglobo.globo.com/economia/cade-aprova-fusao-entre-sadia-perdigao-2716669>.
O que sabemos, é que com a criação da Brasil Foods, esta empresa de alcance 
mundial se tornará uma das 10 maiores do setor alimentícia das Américas, com 
receita estimada de mais de R$ 20 bilhões, segundo se comenta.
No saiba mais na sequência, apresentaremos para você uma matéria jorna-
lística que trata sobre o processo da união da Sadia com a Perdigão, que são, até 
então, as duas maiores empresas processadoras de carne de frango do Brasil.
Por que razão nota-se um gradativo crescimento no consumo de carne bran-
ca no mundo, em foco a carne de frango? Reflita sobre as principais razões 
desse fenômeno, dando destaque as particularidades do caso brasileiro.
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PERDIGÃO E SADIA CRIAM BRASIL FOODS E VÃO CAPTAR R$ 4 BILHÕES
Em comunicado, companhias detalham união; juntas, elas terão quase 25% 
das exportações mundiais de aves
A Perdigão e a Sadia confirmaram nesta 
terça-feira, 19, a união das duas empre-
sas. A segunda será incorporada pela 
primeira, que passará a se chamar Brasil 
Foods. A nova companhia deverá realizar 
uma oferta pública de ações para levantar 
valor estimado de R$ 4 bilhões, segundo 
comunicado ao mercado.
A união das companhias, que juntas serão 
responsáveis por quase 25% do mercado 
exportador global de aves, se dará por 
meio de uma complexa operação socie-
tária, com a criação de outra entidade, a 
HFF Participações. A Sadia, que precisava 
se capitalizar após as perdas de R$ 2,6 
bilhões com derivativos terá suas ações 
incorporadas em um primeiro momento 
pela HFF Participações.
Para o negócio se concretizar, os deten-
tores de pelo menos 51% das ações 
ordinárias da Sadia deverão repassar os 
papéis com direito a voto que detêm para 
a HFF. Ao mesmo tempo, a Perdigão terá 
sua denominação alterada para Brasil 
Foods, que posteriormente vai incorpo-
rar as ações da HFF. A relação de troca, 
nesse caso, será de 0,166247 ação de emis-
são da Brasil Foods por cada ação ordinária 
da HFF. 
De acordo com o documento firmado entre 
as empresas, a incorporação de ações da 
HFF pela Brasil Foods está condicionada à 
alienação, pela Sadia, da Concórdia Holding 
Financeira, que controla banco e corretora 
de mesmo nome, para outra sociedade de 
participações. 
O comunicado declara ainda que a 
condição final para a associação é a com-
provação, pela HFF, de que é detentora 
de mais de 51% das ações ordinárias da 
Sadia. 
As ações da Sadia em circulação no mer-
cado serão, depois disso, incorporadas 
pela Brasil Foods. A relação de troca para 
os minoritários será de 0,132998 ação 
ordinária da Brasil Foods por cada ação 
ordinária ou preferencial da Sadia, equi-
valente a 80% do valor atribuído aos 
controladores da empresa, como deter-
minam as regras da Comissão de Valores 
Mobiliários em caso de alienação de con-
trole. 
Conforme as empresas, as ações da Bra-
sil Foods continuarão a ser negociadas no 
Novo Mercado, ambiente da Bovespa que 
exige maior grau de governança corpora-
tiva e em que hoje está listada a Perdigão. 
As empresas informaram que o acordo de 
associação pode ser rescindido no prazo de 
15 dias se as condições incluídas no docu-
mento não forem cumpridas.
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CAPTAÇÃO
Paralelamente, a Brasil Foods realizará 
uma oferta pública de ações para capta-
ção de recursos no valor estimado de R$ 
4 bilhões. O comunicado não menciona a 
participação do Banco Nacional de Desen-
volvimento Econômico e Social (BNDES), 
tido como um dos investidores na oferta.
O objetivo da captação é sanar os proble-
mas financeiros da Sadia, que, ao final de 
março, apresentava uma dívida total de R$ 8 
bilhões. Somente no curto prazo, ou seja, até 
o primeiro trimestre de 2010, a empresa tem 
um passivo financeiro de R$ 4,27 bilhões. A 
maior parcela, o equivalente a R$ 1,87 bilhão, 
vence no terceiro trimestre deste ano.
ACIONISTAS
Os grandes acionistas de Sadia (famílias Fur-
lan e Fontana) e Perdigão (que tem controle 
pulverizado nas mãos de fundos, lidera-
dos pela Previ) continuarão presentes na 
nova sociedade. O estatuto do conselho 
de administração das duas empresas será 
alterado. No caso da Perdigão será estabele-
cido um número máximo de 11 membros e 
implantada uma co-presidência no âmbito 
do conselho de administração e serão elei-
tos três novos conselheiros indicados pelos 
acionistas da HFF, sendo um deles para ocu-
par o cargo da co-presidência. 
Já o estatuto da Sadia será alterado para ter 
no máximo 12 e será criada a estrutura de 
co-presidência, com substituição de alguns 
membros para assegurar que esse conselho 
seja composto pelas mesmas pessoas do 
conselho de administração da Brasil Foods.
Os problemas financeiros enfrentados pela 
Sadia desde o ano passado, após os prejuí-
zos com operações de derivativos, foram o 
principal estímulo para que as duas empre-
sas finalmente chegassem a um acordo 
para a fusão. 
Durante a história das rivais, foram várias 
as tentativas de associação, sem sucesso. 
A mais emblemática ocorreu em 2006, 
quando a Sadia apresentou uma oferta hos-
til à Perdigão. A proposta não só foi negada 
como serviu de estímulo à Perdigão, cujo 
valor de mercado mais do que dobrou 
desde então. Hoje, ela garante a posição 
de acionista majoritário na tão aguardada 
gigante de alimentos brasileira, que nasce 
com faturamento anual de R$ 22 bilhões.
Fonte: Estadão, 2009, 19 de maio de 2009 | 9h51m
Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/economia,perdigao-e-sadia-criam-brasil-foods-e-vao-
-captar-r-4-bilhoes,373258,0.htm>. Acesso em: 17 mar. 2011.
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A AGREGAÇÃO DE VALOR AO PRODUTO E O DIFERENCIAL DO 
BRASIL: ADEQUAR-SE ÀS NECESSIDADES DO COMPRADOR
Um dos pontos favoráveis ao Brasil no cenário mundial da competição pela 
liderança em exportação da carne de frango é a capacidade de adaptação e/ou ade-
quação às diferentes necessidades de distintos consumidores ao redor do mundo.
Uma coisa que precisa ficar claro é que as demandas ou as exigências destes 
diferentes consumidores ao redor do mundo, quanto aos tipos de cortes, tipos de 
embalagens, coloração da carne, aspectos culturais ou religiosos, preço, dentre 
outrosfatores, são muito distintas, o que dificulta ou torna praticamente inviável 
a padronização do produto em nível mundial, haja vista essas particularidades.
Parece contraditório, mas um produto tipicamente classificado como commo-
ditie, ou seja, produto sem diferenciação, padronizado, sem distinção, apresenta 
sim, diferenciação, distinção, respeitando as diferentes exigências de cada mer-
cado consumidor, e apresenta uma padronização por cada tipo de mercado, 
considerando essas diferenças de preferências.
Desta forma, a carne, que antes era exportada somente como frango inteiro, 
passa a apresentar várias diferenciações, atendendo as exigências dos diferentes 
mercados, o que demanda produtos mais elaborados, agregando valor ao cliente 
e possibilitando oportunidades para as organizações (SANTINI; PIGATTO, 
2006). Agora exportamos além do frango inteiro, produtos diferenciados como 
cortes, carnes processadas ou industrializadas, carnes salgadas, por exemplo.
O desenvolvimento do mercado de produtos com valor agregado é funda-
mental. Para Souza (1999, p. 114), “observa-se que a diferenciação do produto é 
uma estratégia efetiva da cadeia do frango que busca na inovação, voltada à prati-
cidade, adequação às preferências de consumo e destaque frente ao consumidor”. 
O processo de união entre Sadia e Perdigão, criando a Brasil Foods foi positivo 
ou negativo para a Avicultura de corte nacional? Reflita sob o ponto de vista 
dos diversos elos/agentes da cadeia produtiva da carne de frango do Brasil. 
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O segmento avícola é identificado pela busca da preservação de seu mercado 
a partir de produtos de maior valor agregado, como produtos industrializados 
ou processados, por exemplo.
Esse processo de busca da agregação de valor na cadeia agroexportadora 
da carne de frango pôde ser observado principalmente a partir do ano de 1984, 
quando o Brasil passou a exportar cortes especiais de frango e investir na expor-
tação de produtos industrializados ou processados, atendendo às novas exigências 
do mercado externo.
O Brasil produz a um custo inferior aos seus principais concorrentes, o que 
lhe permite competir em novos e diversos mercados consumidores, se adequando 
às necessidades e demandas de cada grupo de consumidores. 
O Brasil já registra recorde nas exportações de carne de frango. De acordo 
com os levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), 
as exportações brasileiras de carne de frango, considerando os produtos 
(frango inteiro, cortes, carnes salgadas, processadas e embutidos) registra-
ram aumento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao 
todo, foram embarcadas 3,186 milhões/toneladas neste ano e no desempe-
nho em dólares, foi registrado queda de 9,1%, chegando a US$ 5,4 bilhões 
(ABPA, 2015).
Tabela 2: Comparativo das exportações de produtos por segmento –2009 a 2014 (milhão/ton.)
INTEIRO
2014 1.429
2013 1.484
% +3,7
2013 1.484
2012 1.417
% +4,74
2011 1.502
2010 1.488
% +0,94
2010 1.488
2009 1.398
% +6,4
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CORTES
2014 2.219
2013 2.068
% +7,3
2013 2.068
2012 2.143
% -3,50
2011 2.067
2010 1.972
% +4,82
2010 1.972
2009 1.866
% +4,82
PROCESSADOS
2014 157,7
2013 160,8
% -1,9
2013 160,3
2012 180,3
% -10,81
2011 179,8
2010 168,8
% +6,49
2010 168,8
2009 172,1
% -1,9
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OUTROS SEGMENTOS
2014 188,7
2013 178,4
% +5,8
2013 178,4
2012 176,8
% +0,88
2011 192,9
2010 190,1
% +1,48
2010 190,1
2009 196,5
% -3,2
TOTAL
2014 4.099
2013 3.979
% +3,0
2013 3.891
2012 3.917
% -0,66
2011 3.942
2010 3.819
% +3,22
2010 3.819
2009 3.634
% +5,1
Fonte: (ABEF, 2010; UBABEF, 2011, 2012 e 2014)
Desta forma, fica evidente que mesmo com a grave crise econômica mundial 
ocorrida nestes últimos dois anos, a cadeia agroexportadora de carne de frango 
do Brasil manteve-se dinâmica, reagindo adequadamente aos reflexos da crise. 
Outra coisa: produto agregado não significa simplesmente produtos incre-
mentados; em certas ocasiões, produzir com valor agregado é aquele que se ajusta 
ao consumidor; produzir exatamente aquilo que o consumidor deseja adquirir 
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no momento, seja frango inteiro, seja frango processado ou outra forma que se 
apresente.
CRESCIMENTO DA DEMANDA: MUDANÇA 
NOS HÁBITOS DE CONSUMO, SEGURANÇA DO 
ALIMENTO
A busca por melhorias no processo produtivo, visando 
maior produtividade e qualidade, foi impulsionada pelo 
crescimento da demanda global de carne de frango 
(Tabela 3), resultado de um aumento na renda per capita 
da população mundial e do movimento de mudança 
nas preferências e hábitos alimentares dos consumido-
res, como a substituição da carne vermelha pela branca 
(CARVALHO; SILVA NETO, 2004).
Tabela 3: Consumo mundial de carne de frango (mil toneladas) entre os anos de 2000 e 2010
ANO EUA CHINA UNIÃO EUROPEIA BRASIL MÉXICO MUNDO
2000 11.474 9.393 6.934 5.110 2.163 49.360
2001 11.558 9.237 7.359 5.341 2.311 50.854
2002 12.270 9.556 7.417 5.873 2.424 52.846
2003 12.540 9.963 7.312 5.742 2.627 52.903
2004 13.081 9.931 7.280 5.992 2.713 54.172
2005 13.428 10.088 7.503 6.612 2.871 57.339
2006 13.817 10.370 7.405 6.622 3.010 58.888
2007 13.901 10.585 7.490 7.120 3.148 59.744
2008 13.428 11.954 8.564 7.792 3.281 -
2009 12.940 12.210 8.692 8.032 3.264 -
2010 13.463 12.457 8.779 9.132 3.344 -
Fonte: (USDA / ABEF, 2011)
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Na cadeia produtiva da carne de frango alguns aspectos são levantados 
por Lima (2003), em seu trabalho sobre os fatores determinantes do fl uxo 
mundial de comércio de carne de frango no Brasil. Segundo o autor, além 
da adoção de inovações tecnológicas, especialmente nas questões sani-
tária e genética, o crescente aumento na demanda mundial, associado 
às mudanças no padrão de consumo, como a substituição da carne ver-
melha pela carne branca, são importantes aspectos que infl uenciam 
a cadeia.
Essa nova dinâmica no mercado mundial da carne de frango 
também pode ser observada no Brasil, no mercado interno 
nacional, conforme informações contidas na tabela 4.
Veja o quanto cresceu o consumo da carne de frango no 
mercado nacional, principalmente nas duas últimas 
décadas. Enquanto o consumo da carne bovina 
não apresentou grande crescimento na última 
década, na casa dos 38-39kg per capita/ano, 
com base em dados da USDA (2015), a carne 
de frango apresentou considerável crescimento no consumo entre os brasileiros, 
saindo de 29,91 per capita/ano em 2000, 42 per capita/ano em 2014, para 44,84 per 
capita/ano em 2015* (UBABEF, 2014).
Estimativas:
Tabela 4: Consumo Brasileiro de Carne de Frango – Série Histórica (2000-2015)
ANO KG/HABITANTE VARIAÇÃO(%)
2000 29,91
2001 31,82 6,39
2002 33,81 9,41
2003 33,34 -1,4
2004 33,891,65
2005 35,48 4,69
2006 35,68 0,56
2007 37,02 3,75
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ANO KG/HABITANTE VARIAÇÃO(%)
2008 38,47 3,91
2009 38,50 0,70
2010 44,09 4,52
2011 47,38 7,46
2012 45,00 -4,97
2013 41,80 -2,88
2014 43,24 3,44
2015 44,84 3,70
Fonte: ABEF – Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (2014)
Se formos calcular percentualmente o que cresceu no consumo per capita de 
carne de frango nos anos analisados na tabela 4, verificaremos que de 1989 (12,72 
kg/per capita/ano) para 2006 (35,68 hg/per capita/ano) o crescimento foi algo 
próximo a 180%, enquanto que o consumo da carne bovina apresentou um cres-
cimento de apenas 13% entre o período de 1994 (32,6 kg/per capita/ano) a 2006 
(37 kg/per capita/ano), conforme dados da ABIEC (2008) apresentados por De 
Zen et al. (2008).
O Brasil é um grande produtor mundial de proteína animal e tem no mercado 
interno o principal destino de sua produção. Considerando a produção brasi-
leira de carnes (bovina, suína e de aves) em 2010, estimada em 24,5 milhões de 
toneladas, temos que 75% dessa produção é consumida internamente no país.
O consumo per capita de carnes aumentou em relação ao ano de 2009 para 
2015 chegando, em torno de 39 kg para carne bovina; 44 kg de carne de aves 
e 15 kg de carne suína, refletindo o bom desempenho da economia brasileira. 
Também as carnes ovina e caprina, assim como a produção de leite e seus deri-
vados, são consumidos majoritariamente no mercado interno brasileiro.
A nova legislação que prevê a fiscalização da qualidade do produto e os esfor-
ços empreendidos pelo País para erradicar doenças contribuem para o aumento 
da produção. Em 2008, por exemplo, aproximadamente 59% do território nacional 
foram considerados pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), livres 
da febre aftosa. Além disso, os estados da região sul possuem a menor prevalên-
cia de brucelose e tuberculose animal do país (MAPA, 2015).
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Se conforme observamos, no mercado interno houve esse aumento no con-
sumo da carne de frango, sobretudo, em quantidade consumida, nos diversos 
mercados mundiais que o Brasil atende houve um considerável crescimento 
nas exigências dos consumidores quanto aos aspectos de qualidade do produto 
a ser consumido.
Esse avanço na qualidade do produto a ser exportado propiciou à indús-
tria nacional da carne de frango melhorar também o produto que passou a ser 
entregue no mercado nacional. A exigência por produtos de qualidade, com 
alto valor agregado, cortes especiais, e que atendessem as exigências do con-
sumidor interno passou a ser condição essencial da cadeia produtiva da carne 
de frango.
O que podemos compreender é que a alteração das preferências dos con-
sumidores tem definido uma nova dinâmica na cadeia agroexportadora do 
frango, no qual se destaca uma maior importância da aplicação de técnicas de 
diferenciação e a necessidade de produtos com maior valor agregado, pron-
tos para o consumo. 
Atualmente, verifica-se uma maior importância aos produtos diferenciados e 
de melhor qualidade para se assegurar a confiança dos consumidores, atendendo 
a exigências técnicas e sanitárias e, assim, possibilitar a entrada do produto bra-
sileiro em novos mercados consumidores (RODRIGUES, 2008).
Acrescentem-se ainda algumas variáveis de ordem social, que vem apresen-
tando efeito significativo sobre as transformações no consumo de alimentos no 
mundo. O aumento do número de pessoas que moram sozinhas, a participação 
da mulher no mercado de trabalho, o crescimento da renda familiar e o enve-
lhecimento da população, são fatores que levaram à maior busca de produtos 
alimentícios prontos ou semiprontos para o consumo.
Essas mudanças nos hábitos e comportamento dos consumidores de ali-
mento têm reflexo na indústria de alimentos. As famílias com menor número 
de integrantes ou ainda as pessoas que moram sozinhas têm exercido pressão 
de mercado sobre a indústria de alimentos que, por sua vez, vem se adaptando 
a estas exigências.
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O fenômeno da mulher no mercado de trabalho, que nem sempre dispõe 
de tempo para se dedicar às tarefas domésticas, dentre elas a arte de cozinhar à 
forma antiga, foi outro sinal captado pela indústria da carne de frango. Os ido-
sos e pessoas que precisam de alimentações balanceadas e adequadas as suas 
exigências também foram consideradas.
Essas adaptações exigidas por esses diferentes tipos de consumidores, típi-
cos dos tempos atuais, também exerceram influência na indústria de produção 
de carne de frango, que começou a criar produtos, embalagens, quantidades, 
formas de preparo, que facilitassem o dia a dia destas novas configurações 
familiares.
No Brasil, as empresas atuantes no setor estão respondendo às mudanças 
nos hábitos alimentares e nas preferências do consumidor desenvolvendo estra-
tégias de vendas voltadas à atenção dessas necessidades. São exemplos os cortes, 
os produtos semiprontos e os alimentos semiprontos. 
Esse reconhecimento do Brasil como grande potência no setor de produção 
e exportação de carne de frango e produtos correlatos se iniciou mesmo antes 
do “boom” ocorrido no ano de 2005, quando o Brasil se tornou o grande expor-
tador mundial de carne de frango.
Em 2004, o USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, já 
reconhecia a primazia do Brasil neste setor, já que percebia que se avizinhava 
um novo líder nas exportações mundiais e referência na produção e exporta-
ção da carne de frango do mundo, o Brasil, bem como relata o trecho a seguir:
Os cortes especiais, as porções/peças do frango ao invés do frango inteiro, 
com particular ênfase a alguns produtos com alto valor adicionado, produtos 
com marca, alimentos congelados a base de frango, carnes pré-cozidas, empana-
dos de frango e hambúrgueres de frango, associados ao baixo custo de produção 
justificam a posição do Brasil no cenário mundial da exportação de carne de 
frango (USDA, 2004). 
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O BRASIL E O MERCADO MUNDIAL DA CARNE DE FRANGO
Como pode ser observado, o crescimento na quantidade produzida tem per-
mitido uma maior participação da carne brasileira no mercado mundial. Claro 
que atrelado a este crescimento na quantidade produzida, fruto da eficiência da 
cadeia produtiva nacional, houve a elevação na qualidade do produto, dado o 
grau de exigência dos mercados atendidos ao redor do planeta.
Segundo Fernandes Filho et al. (2002), apesar de a indústria avícola nacio-
nal ter sido mencionada por um levantamento feito pelo Banco Mundial, em 
1995, como a mais eficiente do mundo, graças ao menor custo de produção, sua 
participação no comércio global é inferior ao seu potencial. 
Conflitos comerciais, tais como a existência de barreiras tarifárias, não tari-
fárias e “pseudossanitárias”, limitam a comercialização do frango e dificultam 
sua maior participação no mercado mundial. Sobre estas barreiras intituladas 
pseudossanitárias, faz-se referência à Osler Desouzart, especialista no mercado 
da carne de frango, de quem pela primeiravez ouvi mencionar esta expressão, 
fazendo alusão, na ocasião, as barreiras sanitárias criadas forçosamente para 
impedir que, por exemplo, o frango brasileiro entre em algum país do exterior, 
mesmo que não existam problemas sanitários, sendo, portanto, uma barreira ofi-
cialmente definida como sanitária, mas de fato de cunho comercial.
Em relação a esse aspecto, Lima (2003) destaca o papel que as políticas comer-
ciais protecionistas adotadas por diversos países exercem no mercado internacional 
da carne de frango, na medida em que restringem a expansão da atividade já 
existente nesses mercados ou até mesmo impedem o acesso a novos mercados. 
As barreiras comerciais podem assumir as mais diferentes formas, tanto pela 
imposição de elevadas tarifas de importação ou ainda pela adoção de medidas 
não tarifárias, como a fixação de quotas de importação, exigência de certifica-
dos de sanidade animal e licenças de importações, bem como procedimentos 
alfandegários discriminatórios.
Apesar das retaliações comerciais que o frango de corte brasileiro ainda pode 
sofrer no mercado internacional, representado pelas barreiras fitossanitárias e 
tarifárias, a participação do Brasil no mercado mundial é significativa, acessando 
mercados consumidores exigentes. 
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Conforme Jank (1996), a cadeia brasileira agroexportadora de carnes de 
frango foi a que teve o maior destaque devido ao seu crescente aumento nas 
vendas, na década de 1970. Na segunda metade da década de 1980, ocorreu um 
processo de desaceleração nas exportações, e uma retomada nas vendas ao exte-
rior em 1990, guinando o Brasil a condição de primeiro lugar nas exportações 
mundiais da carne de frango.
A tabela 5 apresenta dados do relatório da ABEF de 2015, com base em 
dados do USDA, elencando os principais exportadores de carne de frango no 
período 2007 a 2013.
Tabela 5: Principais exportadores de carne de frango no mundo (mil ton.)
PAÍSES 2007 2008 2009 2013
Brasil 3,287 3,645 3,634 3,918
EUA 2,678 3,158 2,997 3,354
UE-27 635 740 720 1,095
Tailândia 358 383 385 540
China 263 285 250 415
Fonte: (ABEF, 2015)
Para se ter uma ideia, o crescimento das exportações registrado no período 1990-
2009 demonstra esse avanço expressivo da carne de frango do Brasil. Conforme 
estatísticas da ABEF – Associação Brasileira de Exportadores de Frango – as 
exportações em 1990 atingiram 299 mil toneladas, rendendo 319 milhões de 
dólares em receitas. Em 2014 atingiram 4,00 (milh/ton) com previsão para 4,15 
(milh/ton) em 2015.
Segundo a ABEF, no ano de 2009 “o setor exportador de carne de frango foi 
impactado principalmente pela retração da economia mundial – devido à crise 
financeira internacional –, com a redução de preços e de encomendas de clientes 
importantes como Rússia, Japão e Venezuela, e pela valorização do real frente ao 
dólar americano”, afirmando ainda que “o câmbio vem diminuindo drasticamente 
a competitividade do produto no mercado internacional e comprimindo sensivel-
mente a rentabilidade das empresas do setor”.
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No início deste ano de 
2011, a UBABEF – União 
Brasileira de Avicultura, 
nova entidade que é resul-
tado da fusão entre ABEF 
e UBA, divulgou estatísti-
cas sobre o desempenho da 
avicultura brasileira, sobre-
tudo, sobre as exportações 
da carne de frango no ano 
de 2010.
Segundo estes dados, 
as exportações de carne de 
frango registram um novo recorde no ano de 2014, com embarques de 4,00 
milhões de toneladas, o que representa um aumento de 21% em relação ao 
volume exportado no ano anterior, que foi de 3,37 milhões de toneladas.
No caso da receita os embarques também cresceram e renderam: US$ 6,85 
acréscimo de 2,7% em 2015 em relação aos US$ 6,67 bilhões no mesmo perí-
odo do ano passado.
Segundo ABIEC (2015), apesar dos resultados fracos das exportações bra-
sileiras de carnes nos últimos meses de 2013, associações que representam as 
indústrias do setor ainda acreditam que as receitas devem crescer em relação 
a 2014 e prosperam em 2015, tanto exportadores de carne bovina quanto de 
frango e suína.
Tabela 6: Comparativo das exportações (2009-2010) e (2013-2014) volume e receita (US$)
VOLUME (TONELADAS)
2013 2014 %
5,173 milhões 4,942 milhões -4,47
RECEITA (US$)
2013 2014 %
1.358.821 bilhões 1.588.997 bilhões 16,94
Fonte: (SECEX apud ABEF, 2010; UBABEF, 2014; ABPA, 2015)
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Desta maneira, o Brasil mantém a liderança no ranking dos maiores exportado-
res da carne de frango do mundo, posição esta conquistada em 2004 e que vem 
se mantendo.
As exportações de carne de frango também contribuem para o aumento das 
receitas do setor carnes do agronegócio e, consequentemente, para a balança 
comercial brasileira. De 2003 para 2004, as receitas relativas à exportação de 
frango se elevaram em 50%, ao passo que as receitas do agronegócio se elevaram 
em 27%. Nesses dois anos, esse produto representou 44% das receitas de expor-
tação do Complexo Exportador de carnes (SECEX, 2004). 
Tabela 7: Exportação brasileira de carnes (Receita – US$) – (2007-2008) e (2013-2014).
ANO CARNES RECEITA (US$) PARTICIPAÇÃO
2007
Frango 4.975.564 45,14 45,14
Bovino 4.424.544 40,15 40,15
Suína 1.230.968 11,17 11,17
Peru 390.289 3,54
TOTAL 11.021.364 100,00
2008
Frango 6.948.783 48,55
Bovino 5.325.480 37,21
Suína 1.479.242 10,34
Peru 557.904 3,90
TOTAL 14.311.408 100,00
ANO CARNES RECEITA (US$) PARTICIPAÇÃO
2013
Frango 7.966.531.588 48,32
Bovino 6.701.128.000 40,65
Suína 1.358.820.608 8,24
Peru 459.086.614 2,78
TOTAL 16.485.566.810 100,00
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ANO CARNES RECEITA (US$) PARTICIPAÇÃO
2014
Frango 7.932.623.060 46,45
Bovino 7.224.131.000 42,30
Suína 1.588.997.575 9,30
Peru 332.166.151 1,95
TOTAL 17.077.917.786 100,00
Fonte: Abipex; Abiec; Secex apud Abef (2010-2015)
A participação do frango que correspondia a 45,14% em 2007 chegou a 48,55% 
em 2008, correspondendo a quase metade das receitas cambiais dentre todas as 
carnes.
O resultado das vendas externas da carne de frango, a partir do ano de 2005, 
consolidados com o desempenho nos anos seguintes, confirma a importância 
e participação da cadeia agroexportadora de frango de corte para o agronegó-
cio brasileiro e para a economia nacional, já que neste período novos recordes 
históricos de exportação foram quebrados, consolidando a posição do país, 
como o maior exportador mundial de carne de frango.
A receita de US$ 7,93 bilhões gerada pelas exportações de frango 
(frango inteiro, cortes, salgados e processados) de julho 
de 2014 também foram de aumento histórico no levan-
tamento mensal do setor, segundo dados da Associação 
Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Um ponto a se destacar é que esse 
desempenho continuou sendo influen-
ciado positivamente pela ocorrência de 
problemas sanitários nos principais 
concorrentes do Brasil no mercado 
internacional de carne, neste período. 
A comercialização internacional 
de carne de frangovem apresentando 
um alto e permanente crescimento 
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nas últimas décadas, impulsionada pelo aumento na demanda do produto em 
vários países. As importações mundiais encontram-se concentradas em poucos 
mercados, apesar de vários países não apresentarem capacidade de abastecer seu 
mercado interno (LIMA, 2003).
Sabe-se que atualmente a carne de frango do Brasil chega a cerca de 158 
países do mundo. Em relação aos principais compradores (importadores) da 
carne de frango do Brasil em 2013 (Tabela 8), damos destaque à Arábia Saudita, 
que lidera o ranking dos maiores importadores, seguido pelo Japão e Holanda. 
Tabela 8: Os 25 principais importadores da carne de frango do Brasil em 2013
POSIÇÃO MERCADOS 
IMPORTADORES 
2013
VALOR VOLUME
20/13 20/12 US$ VAR. % MIL/TON VAR.
1 1 Arábia Saudita 1.411,753 17,37 688,884 9,59
2 2 Japão 978,332 0,19 389,697 12,3
3 3 Holanda 590,751 -4,74 205,823 -6,70
4 6 Emirados Árabes 571,878 12,95 244,963 2,41
5 5 Hong Kong 489,406 3,76 335,668 9,42
6 4 China 440,794 -10,56 190,322 -16,32
7 8 Venezuela 341,773 66,14 162,563 63,59
8 7 Kuwait 234,819 8,81 113,624 -2,42
9 14 Reino Unido 218,819 33,27 69,045 23,82
10 12 Cingapura 182,980 -0,23 79,192 1,57
11 11 Alemanha 170,306 -10,48 72,518 -8,22
12 18 Iêmen 159,177 38,53 85,292 25,78
13 9 Egito 156,388 -19,53 87,385 -26,77
14 10 Iraque 148,243 -22,11 75,694 -28,40
15 17 Rússia 137,285 3,17 47,292 -27,83
16 13 Coreia do Sul 136,695 -20,58 53,285 -18,40
17 15 África do Sul 134,756 -12,95 168,899 -9,50
18 16 Angola 130,055 -15,92 85,222 -9,27
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III
19 20 Omã 129,830 23,24 61,998 12,61
20 21 Catar 120,796 17,85 60,280 9,30
21 19 Líbia 105,578 -1,56 51,306 -11,94
22 23 Jordânia 103,495 53,26 58,985 43,82
23 27 Espanha 60,772 24,61 24,421 13,06
24 25 Suíça 50,901 2,31 17,589 1,74
25 30 Cuba 43,105 25,43 36,676 -5,05
Subtotal 7.194,685 5,62 3.466,621 1,22
Demais 777,846 -13,42 425,100 -13,70
TOTAL (144 Países*) 7.966,532 3,42 3.891,721 -0,66
SECEX/MIDIC – Elaboração e análises: AVISITE. Em* 2012, 152 países. 
Fonte: AVISITE (2014)
Os 3,42% de aumento na receita cambial obtidos pela carne de frango em 2013 
corresponderam, em moeda sonante, a um adicional de pouco mais de US$263 
milhões, pois perto de 80% desse adicional foram propiciados pela Arábia Saudita, 
que aumentou o volume de suas compras em quase 10% e, com isso, se manteve 
mais uma vez como o principal importador da carne de frango brasileira. Com 
esse desempenho, a Arábia Saudita e os outros 24 países que a acompanharam 
no rol de principais importadores do produto brasileiro responderam por 90% 
da receita da carne de frango. Ou seja: a maior parte dos importadores respon-
deu por apenas um décimo da receita total. Sob esse aspecto, aliás, os dados da 
SECEX/MDIC apontam que em 2013 importaram carne de frango do Brasil 
144 países. Em comparação a 2012, isso significa oito países a menos - entre 
eles Noruega, Nova Zelândia, República Dominicana e Síria. Mas outros mer-
cados foram abertos ao frango brasileiro. E o principal deles foi o México que, 
entretanto, ainda não correspondeu às expectativas nele depositadas. No ano, as 
exportações para o México ficaram resumidas a pouco mais de 26 mil toneladas, 
o que colocou aquele país como o 110º importador do produto (AVISITE, 2014)
A figura 3 apresenta os principais destinos da carne de frango do Brasil, 
conforme dados apresentados pela ABPA (MENDES, 2014), referentes às expor-
tações em 2014.
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Figura 3: Exportações brasileiras de carne de frango por destino – 2014
Fonte: ABPA, SECEX (Jan/set 2014)
Quanto aos mercados importadores em crescimento, destacam-se Arábia 
Saudita, China/HongKong, Japão, Emirados Árabes como os mercados impor-
tadores que apresentaram os maiores crescimentos no primeiro trimestre de 
2014, absorvendo quase 50% das 907,4 mil toneladas exportadas pelo País 
nesse período. Lembrando, porém, que Hong Kong é um território (especial) 
pertencente à China e que a maior parte de suas importações abastece a China 
continental, a ordem inicial se altera e o mercado chinês se torna – não muito 
longe da Arábia Saudita, mas bem distante do Japão – o segundo maior consu-
midor externo do frango brasileiro (AVISITE, 2014), conforme observado na 
Tabela 9.
Tabela 9: Carne de Frango: Principais mercados importadores do Brasil em 2014 (em mil toneladas)
PAÍS IMPORTADOR VOLUME VARIAÇÃO %
Arábia Saudita 162,9 18,0
China + Hong Kong 129,6 14,3
Japão 89,4 9,9
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Reprodução proibida. A
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III
Emirados Árabes 58,6 6,5
Subtotal 440,6 48,6
Demais países 466,8 51,4
TOTAL 907,4 100,0
Fonte: (ABEF, 2010)
Da mesma forma, alguns importantes mercados consumidores da carne de 
frango do Brasil apresentaram retração no ano 2009, quando comparados com 
o ano anterior. Veja na Tabela 10, conforme apresentado pela ABEF (2010).
Tabela 10: Mercados em retração (comparativo 2008-2009)
2009 2008 %
Rússia 72.814 158.873 -54
Venezuela 164.810 316.621 -48
Vietnã 16.536 27.125 -39
Azerbaijão 9.618 15.434 -38
Japão 307.856 422.181 -27
Tadjiquistão 8.775 10.963 -20
Rep. Dem. Congo 11.981 13.657 -12
Catar 58.439 64.757 -10
Macedônia 11.210 12.362 -9
Gana 28.118 30.930 -9
Fonte: (ABEF, 2010)
Segundo Souza (1999), a cadeia produtiva do frango está em estágio avançado 
de desenvolvimento tecnológico e gerencial, destacando-se seu nível de coorde-
nação e integração, apresentando níveis elevados de competitividade em relação 
às demais cadeias do setor carne.
O maciço investimento em tecnologia, com foco no produto e no processo, 
além do status sanitário, dota a cadeia do frango de produtividade e capacidade 
de diferenciação, já que consegue aliar preço e qualidade, qualificando-a para 
competição em nível mundial. 
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Outro fator destacado pelo USDA é que a indústria avícola brasileira é verti-
calmente integrada, sendo dominada por quatro grandes empresas que exportam 
mais da metade de toda a produção nacional da carne de frango vendida no 
exterior, sendo três destas companhias, Sadia, Perdigão e Seara, também os três 
maiores exportadores da carne suína (USDA, 2004). 
Como sabemos que ocorreu a união entre Sadia e Perdigão, este cenário se 
modificou, sendo que atualmente, a Brasil Foods domina cerca de metade das 
exportações de carne de frango do Brasil.
Conforme Abef apud (RODRIGUES 2008), tendo como base o relatório 
da ABEF de 2006, antes do processo de união entre Sadia e Perdigão, Sadia era 
a líder nas exportações individuais ao exterior, com cerca de 25,9% do total e 
Perdigão ficou com a segunda colocação, exportando 18,3% do total vendido 
ao exterior pelo Brasil, perfazendo as duas empresas 44,2% do total exportado.Se somada a empresa Seara, conforme citado pelo USDA, que tem aproxima-
damente 12,1% das exportações, esse acumulado chega a 56,2%, corroborando 
com as informações do departamento de agricultura dos Estados Unidos em 2004.
Porém, ao contrário das exportações de carne suína, a cadeia agroexporta-
dora de frango de corte do Brasil apresenta grande diversificação, exportando 
nos anos de 2005 para mais de 142 países em todo o mundo1. 
Essa grande participação no mercado mundial da carne de frango pode ser 
explicada quando se identificam as estratégias de marketing adotadas pelas com-
panhias exportadoras nacionais. Produtos com valor agregado, com marca, bem 
como produtos prontos para o consumo são exemplos de ações de marketing 
aplicadas na cadeia agroexportadora brasileira da carne de frango (USDA, 2004). 
Com os casos da doença de Newcastle e da Influenza aviária na Ásia, associada 
à menor capacidade de expansão da avicultura nos Estados Unidos, o Brasil assume 
uma importante posição de vantagem para conquistar novos compradores e aumentar 
sua participação de mercado. Este fator pode explicar o crescimento nas exporta-
ções do Brasil em 2004 para o mercado Asiático, para países como China, Japão e 
Coreia do Sul, além do crescimento nas vendas para o Oriente Médio (USDA, 2004).
1 O frango brasileiro é exportado para mais de 158 países autalmente.
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Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III
AMBIENTE DE NEGÓCIOS DA CADEIA AGROEXPORTADORA DE 
FRANGOS
Pretende-se, neste tópico do livro, analisar as estratégias mercadológicas adota-
das pelas empresas focais no mercado internacional. Busca-se traçar um paralelo 
entre as diferenças e similaridades no comportamento estratégico de marketing 
internacional ocorrido entre as pequenas, médias e grandes empresas agroex-
portadoras pertencentes à cadeia.
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO NO MERCADO INTERNACIONAL DA 
CARNE DE FRANGO
Sabe-se que o processo de abertura de mercado, iniciado no Brasil a partir dos 
anos 1990, inseriu as empresas brasileiras em um novo contexto competitivo 
global, marcado por profundas e sucessivas transformações em sua dinâmica e 
arquitetura organizacional, exigindo adequação contínua às mudanças, como 
condição fundamental para manutenção e desenvolvimento de suas atividades 
(SOUZA, 1999).
A abertura da economia brasileira levou as empresas nacionais a um novo 
contexto competitivo, em que inevitavelmente estão envolvidas com clientes, 
concorrentes e fornecedores em todas as partes do planeta. Essas organizações 
encontram concorrentes por todos os lados, desde empresas nacionais a empre-
sas internacionais.
A que se deve o sucesso do Brasil no mercado mundial de carne de fran-
go? Pense, reflita e discuta no ambiente virtual, sobre quais fatores levaram 
o Brasil à condição de maior exportador mundial da carne de frango, bem 
como quais as vantagens competitivas e comparativas da indústria avícola 
brasileira. Texto
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Essa possibilidade vislumbrada de inserção em um mercado global, sem 
fronteiras, graças ao processo de abertura econômica, ao mesmo tempo em 
que oferece oportunidades às organizações competitivas, pune as empresas que 
demonstram baixa eficiência, haja vista que o combate no contexto de mercado 
mundial requer da empresa nacional a adoção de estratégias competitivas sóli-
das (RODRIGUES, 2008).
Para Keegan e Green (2000), a empresa que não conseguir se globalizar em 
termos de perspectivas comerciais, culturais e tecnológicas, estará fadada ao 
fracasso frente aos concorrentes que tenham custos menores, mais experiências 
e melhores produtos. O desenvolvimento tecnológico, a exigência de produtos 
com maiores atributos de qualidade, praticidade e conveniência, a atenção dis-
pensada aos aspectos culturais, sociais e ambientais exigiu das organizações a 
adoção de novas estratégias para esse cenário apresentado.
Na verdade, a empresa que decide atuar no mercado internacional se depara 
com uma série de decisões estratégicas, que podem representar o sucesso ou o 
fracasso de seus negócios. Segundo Czinkota et al. (2001), a primeira decisão 
a ser tomada é definir se a empresa deve competir ou não no mercado inter-
nacional. Segundo os autores, a importância dessa decisão está no fato de que 
essa atuação em mercados internacionais pode vir a comprometer as ações da 
empresa no mercado doméstico. 
No que se refere à definição de estratégias de marketing global, Rodrigues 
(2008), em seu estudo sobre as estratégias mercadológicas da cadeia agroexpor-
tadora da carne de frango do Brasil, salienta que as grandes empresas da cadeia 
procuram adotar postura global, trabalhando com tendências globais, porém 
levando em conta que o consumo é local, respeitando as diferenças de cada mer-
cado consumidor, sua cultura, suas particularidades.
Segundo o autor, o atendimento às necessidades de cada mercado, não sig-
nifica que as ações de marketing das empresas são específicas para cada país. As 
empresas procuram adaptar o produto, em atenção às demandas de cada mer-
cado, criando nichos de mercado específicos. 
As pequenas empresas agroexportadoras, basicamente adaptam o produto; 
as médias empresas agroexportadoras adaptam o produto e oferecem um pacote 
de serviços, representado pela agilidade e qualidade do atendimento, como 
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diferenciais competitivos; as grandes empresas agroexportadoras, líderes de mer-
cado, procuram contemplar todos os elementos do composto de marketing nas 
estratégias internacionais, sobretudo, o elemento promocional. 
Nota-se que as pequenas empresas agroexportadoras adaptam basicamente 
o elemento produto às exigências do consumidor, deixando a cargo das tra-
ding companies as funções relacionadas aos canais de distribuição, enquanto as 
grandes empresas adaptam principalmente o elemento promocional, às parti-
cularidades de cada mercado.
As empresas líderes inovam, criam valor, e médias e pequenas empresas ado-
tam estratégia de seguir as estratégias das grandes, repetindo ações bem-sucedidas 
dessas organizações. A busca constante pela inovação por parte das empresas 
líderes tem respaldo no estudo de Souza (1999), que destaca que a diferencia-
ção do produto e criação de valor, são estratégias efetivas da cadeia do frango do 
Brasil, que busca na inovação, praticidade e adequação às preferências do con-
sumidor, distinção entre os demais fornecedores mundiais.
A cadeia agroexportadora da carne de frango do Brasil adota estratégia de 
adaptação às exigências dos mercados consumidores, obedecendo ao imperativo 
da demanda. Cada mercado possui suas particularidades, e a indústria precisa 
estar atenta a isso. Essa capacidade de adaptação da cadeia pode ser comprovada 
pela forma de atuação das empresas nacionais no exterior, já que a flexibilidade 
das mesmas é tal, que possibilita que as empresas nacionais adotem a postura de 
competir, tanto em mercados tradicionais e mercados novos, conforme a demanda. 
A capacidade de flexibilidade e adaptação da cadeia agroexportadora bra-
sileira de frango de corte às necessidades de consumo dos países compradores 
é o grande diferencial competitivo de nosso país, em relação aos concorrentes 
internacionais. A grande virtude do Brasil foi produzir aquilo que o mercado 
demandou (RODRIGUES, 2008).
Essa grande importância das empresas que compõem a indústriade frango 
do Brasil deve-se em grande parte ao status conquistado de expertise e know-
-how dessas organizações, o que conferem às mesmas um grau de diferenciação 
em relação aos competidores internacionais.
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GRAU DE IMPORTÂNCIA DAS VARIÁVEIS POLÍTICO-ECONÔMICAS NA 
CADEIA PRODUTIVA DA AVICULTURA
Dentre as questões que abordam as variáveis de político-econômicas, a que mais 
influencia as estratégias mercadológicas das organizações é a valorização cambial, 
pois impacta diretamente nas operações no exterior. Apesar dos preços em dólar 
estarem em seus patamares mais altos da história, a receita em real é inferior a 
cada ano, já que o custo em real vem aumentando. Taxa de juros e risco Brasil, 
também são classificados como variáveis importantes (RODRIGUES, 2008).
Fatores que influenciam a demanda pelo produto, sobretudo, nos principais 
mercados compradores, como renda da população e potencialidade de consumo 
podem influir na demanda do produto nacional. Segundo Lima (2003), a ques-
tão da demanda mundial, associada à mudança nos hábitos de consumo, exerce 
significativa influência sobre a demanda. 
Segundo estudos de Rodrigues (2008), o protecionismo de mercado e as bar-
reiras comerciais e sanitárias são graves problemas no comércio internacional da 
carne de frango. O emprego de barreiras sanitárias fictícias, com caráter de bar-
reiras comerciais é uma prática constantemente adotada por diversos mercados, 
como forma de boicote à produtividade da cadeia agroexportadora da carne de 
frango do Brasil, empregada como subterfúgio para protecionismo de mercado.
Essa utilização de subterfúgios, utilizando barreiras técnicas/fitossanitá-
rias com cunho de barreira comercial, tem respaldo no estudo de Queiroz et al. 
(2001), em que mencionam que apesar de a indústria avícola brasileira ser con-
siderada a mais eficiente do mundo, sua atuação no comércio mundial é inferior 
ao seu potencial, haja vista que conflitos comerciais, como a existência de bar-
reiras, impedem sua maior participação no mercado mundial.
A assinatura de acordos bilaterais, formação de alianças e blocos comerciais é 
questão de suma importância para as intenções do Brasil enquanto maior expor-
tador de carne de frango do mundo, sobretudo, na manutenção desse status. 
Segundo os executivos das grandes empresas agroexportadoras da cadeia, a parti-
cipação do governo deveria ser mais efetiva neste processo (RODRIGUES, 2008).
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III
Em relação à questão da confiança dos compradores internacionais quanto 
à estabilidade política e econômica do Brasil, a variável foi considerada como 
relevante e merecedora de atenção; os escândalos relacionados à corrupção são 
destacados pelos executivos das principais empresas agroexportadoras nacio-
nais como fator de desconfiança dos compradores internacionais.
GRAU DE IMPORTÂNCIA DAS VARIÁVEIS TECNOLÓGICAS NA CADEIA 
PRODUTIVA DA AVICULTURA
Em relação à questão sanitária, em linhas gerais, a percepção dos clientes mun-
diais em relação ao produto brasileiro, no que se refere a confiança em relação 
às instituições responsáveis pela fiscalização sanitária, é positiva. Em pesquisa 
realizada com os principais executivos de grandes empresas da cadeia do frango 
do Brasil, os mesmos argumentaram que a questão sanitária no Brasil é muito 
bem vista mundialmente, considerando que o mundo acredita no controle sani-
tário brasileiro (RODRIGUES, 2008).
Essa avaliação positiva do aspecto sanitário no Brasil, remete às questões 
ligadas a garantia de procedência do produto, demonstradas nos estudos de 
Latvala e Kola (apud NEVES et al. 1999), nos quais consumidores finlandeses 
demandavam, sobretudo, características de origem do produto, além de mais 
informações relacionadas à qualidade e pro-
cedência do produto.
Da mesma forma, a ocorrência de 
problemas sanitários em outras partes do 
mundo, também causa impactos na cadeia, 
sendo consideradas pelos executivos como 
variável muito importante, já que implica 
em alterações na demanda externa da carne 
de frango, basicamente de duas formas: a) 
pela queda de consumo generalizada, res-
guardando-se os consumidores e nações, 
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baseados no princípio da precaução; e b) pela substituição dos fornecedores de 
carne de frango de um país com problemas sanitários por um país que não regis-
tra problemas sanitários (RODRIGUES, 2008).
O problema da gripe aviária causou ao Brasil, diferentes impactos em distin-
tos tipos de organização. As grandes empresas agroexportadoras, de forma geral, 
ganharam com o problema sanitário, considerando que tiveram suas imagens 
valorizadas no cenário internacional; já as pequenas empresas agroexportado-
ras, na sua grande maioria perderam como esse processo, já que padeciam de 
uma perda de confiança dos mercados internacionais. 
A grosso modo, o preço da tonelada subiu para o frango brasileiro. Esse 
fato foi condicionado pela redução dos preços dos produtos oriundos da Ásia, 
mesmo para o frango cozido. Segundo um executivo da cadeia produtiva da 
avicultura, no auge dos problemas da influenza aviária, o Brasil acabou sendo 
beneficiado economicamente pela crise sanitária, tendo uma situação de vanta-
gem com a gripe aviária; nessa época, o peito chegou a 4.000 dólares a tonelada 
(RODRIGUES, 2008).
No que se refere à ocorrência de problemas sanitários em outras partes do 
mundo, e sua influência nas estratégias de marketing da cadeia agroexportadora de 
frango do Brasil, os executivos consideram essa variável como muito importante, 
destacando a falta de participação do governo brasileiro, na defesa dos interesses das 
empresas nacionais, no esclarecimento da inexistência de problemas relacionados 
com a influenza aviária em nosso território, aos mercados mundiais, por exemplo.
Essa falta de apoio do governo, à cadeia agroexportadora de frango de corte, 
item importante na pauta de exportações do Brasil, revela um possível grau de 
omissão do governo brasileiro na defesa do produto nacional, segundo os execu-
tivos. Esse fato foi elemento convergente em todos os executivos entrevistados: a 
falta de apoio do governo às ações da cadeia, sobretudo, na defesa da qualidade 
da carne de frango do Brasil.
Em relação às questões de qualidade e conservação do produto, represen-
tadas pelo transporte, conservação, movimentação e entrega, destacando o 
alto grau de perecibilidade do produto carne de frango, conforme o estudo de 
Rodrigues (2008), os executivos são unânimes em concordar que esse item é 
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muito relevante, já que estes cuidados garantem a 
preservação da qualidade do produto brasi-
leiro, opinião compartilhada pela maioria 
dos executivos.
Em relação à importância dos aspec-
tos relacionados com a agregação de valor 
ao produto, mais especifi camente pelo trata-
mento dedicado a carne de frango, seja pela 
elaboração de produtos processados ou pela 
manufatura de cortes especiais, os executi-
vos nacionais consideram esse aspecto como 
relevante, porém, destacam que oproduto pro-
cessado torna complexa as operações.
No tocante à gestão da qualidade do produto e processo, no que tange a 
tecnologia e controle, dá-se destaque aos padrões de qualidade internacionais 
exigidos pelos grandes mercados mundiais e presentes nas empresas pesquisa-
das: ISO, HACCP, BRC2, EFSIS, são exemplos de metodologias internacionais de 
qualidade, que garantem origem, procedência e qualidade de produtos e proces-
sos, amplamente empregados na cadeia, sobretudo, em mercados mais exigentes, 
como Japão e Europa, por exemplo. 
No quadro 1 são apresentadas as exigências técnicas mais relevantes, no 
que se refere aos padrões de qualidade internacionalmente aceitos, em relação 
aos principais mercados consumidores da carne de frango brasileira.
MERCADOS 
CONSUMIDORES
METODOLOGIAS INTERNACIONAIS DE PADRÃO DE 
QUALIDADE
Europa
BRC, EFSIS, HACCP, ISO. Tem início um movimento para que 
exportadores brasileiros adotem as normas de produção 
de acordo com o EurepGAP, ou como agora é chamado, 
GLOBALGAP.
Japão Lista Geral
2 BRC – Britishs retail consórcio.
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MERCADOS 
CONSUMIDORES
METODOLOGIAS INTERNACIONAIS DE PADRÃO DE 
QUALIDADE
Arábia Saudita HACCP, certifi cado “Green Feed”, certifi cado Halal
Oriente – médio Certifi cado HALAL e legalização de documentos nas embai-xadas dos países.
América do Norte Canadá utiliza HACCP, ISO e certifi cado de temperatura de sala de cortes a 10º C.
América Central
Há países que não exigem certifi cados específi cos, pois são 
considerados lista geral, porém, há alguns países do Caribe, 
como Aruba, que exigem que a planta seja aprovada para a 
Europa.
América do Sul Venezuela exige HACCP
África Alguns países exigem certifi cado HALAL.
África Negra Alguns países exigem certifi cado HALAL.
Rússia Exigência do HACCP
Quadro 1: Exigências técnicas dos principais mercados consumidores
Fonte: (RODRIGUES, 2008)
Sobre o grau de interação entre sistemas e modernização das TIC da indústria 
do frango como um todo, segundo os executivos, a cadeia está bem estruturada 
e as empresas têm se servido delas, havendo algumas diferenças entre as peque-
nas e médias, e as grandes empresas. 
Grandes empresas têm maiores acessos a recursos tecnológicos, principal-
mente de controle de carregamento e envio de cargas, por parte dos clientes, 
possibilitando maior interação, enquanto nas pequenas e médias empresas, 
geralmente o uso de recursos tecnológicos, baseados no emprego da internet, 
são sufi cientes para suas atividades.
GRAU DE IMPORTÂNCIA DAS VARIÁVEIS CULTURAIS NAS 
ESTRATÉGIAS DE MARKETING INTERNACIONAL
Em relação à infl uência das variáveis culturais nas estratégias de marketing inter-
nacional da cadeia, no que se refere à imagem do Brasil no exterior, da preocupação 
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com os aspectos negativos, relacionados à pobreza, corrupção, trabalho escravo 
e infantil, a pesquisa mostrou que é crescente a atenção dos mercados interna-
cionais, sobretudo, os mais exigentes, em relação a esse aspecto. 
Embora reconhecidamente eficiente no controle sanitário, consequente-
mente entregando um produto de qualidade superior, o Brasil enfrenta sérios 
problemas, sobretudo, relacionados à corrupção, à possibilidade de querer levar 
vantagens ilícitas nas negociações. 
Essa imagem negativa do país gera natural receio nos compradores, que 
podem dificultar negociações, bem como criar salvaguardas contratuais, como 
seguros, por exemplo, no sentido de proteção de seus interesses, o que acaba 
por encarecer as transações e onerar os contratos, prejudicando comercial-
mente as empresas nacionais, conforme prevê a Economia dos Custos de 
Transação (ECT).
A consolidação da imagem positiva de algumas organizações no cenário 
internacional, pela boa reputação, maior tempo de presença nos mercados com-
pradores, cumprimento de contratos, entrega de produtos nas condições e formas 
estabelecidas, bem como pela associação da marca da empresa a aspectos posi-
tivos, garante a algumas empresas exportadoras, uma diferenciação em relação 
às empresas que não gozam dessa boa imagem.
No entanto, no estudo realizado por Rodrigues (2008), alguns executivos 
destacam que a desconfiança que existe não é em relação ao Brasil, mas sim, 
pode ser em relação a determinadas empresas. Alguns compradores internacio-
nais exigem o produto de um determinado SIF, por exemplo, porque acreditam 
na qualidade daquele produto, porque sabem que o trabalho de determinadas 
empresas brasileiras é sério.
No que se refere ao uso e associação da imagem positiva do Brasil, com rela-
ção a fatos positivos, a questão é considerada como válida para a maioria dos 
executivos das grandes empresas nacionais, sobretudo os vinculados às grandes 
empresas, considerando que essa estratégia permite relacionar o Brasil a certos 
ícones, fazer a associação com certos fatos ou personalidades. 
Quer saber mais sobre o assunto?
Entre no link abaixo e saiba mais sobre o programa “Brazilian chicken”.
<http://www.brazilianchicken.com.br>.
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A Associação Brasileira de Exportadores de Frango (ABEF) vem fazendo alguns 
esforços nesse sentido, por meio da participação em feiras e promoções internacio-
nais, destacando a qualidade superior da carne de frango do Brasil, desenvolvendo 
programas como o “Brazilian chicken”.
Percebe-se que a busca pela imagem de um país sério, justo, comprometido, com 
menores índices de violência e menos desigualdades sociais, contribuiria não 
somente com a cadeia agroexportadora de frango de corte, mas sim com toda a 
economia e toda a nação de um modo geral.
Neste sentido, alguns executivos de empresas focais da cadeia agroexportadora 
de carne de frango do Brasil atentam para um fato; segundo essa ala, as empresas são 
capazes de desenvolver suas estratégias promocionais nos diversos mercados que 
atuam, devendo ficar o governo, empenhado na solução de problemas mais latentes. 
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Para o mesmo, o governo deveria se preocupar em dedicar-se a “fazer a lição 
de casa”, ou seja, focar nas questões ligadas à questão sanitária e de infraestru-
tura. Porém, destaca a necessidade do apoio do governo em conquistar novos 
mercados, uma faceta do aspecto promocional.
BREVES PERSPECTIVAS DA CADEIA AGROEXPORTADORA DE CARNE 
DE FRANGO DO BRASIL
Dentre os possíveis rumos que a cadeia agroexportadora de frango de corte pode 
se enveredar dá-se destaque à tendência de concentração econômica, a busca pela 
sobrevivência a todo custo das empresas de menor porte, bem como a necessi-
dade constante de adaptação e flexibilidade dessas pequenas e médias empresas 
às exigências do mercado, como alternativa para se manterem ativas no mercado.
Com a união ocorrida entre Sadia e Perdigão essa tendência fica ainda mais 
confirmada, agora, no entanto, com foco nas pequenas e médias empresas com 
atuação no mercado nacional e exterior, que devem buscar atuação conjunta, 
parcerias, alianças estratégicas para vencer nomercado exterior e buscar forta-
lecimento para agregar valor ao produto e obter ganhos regionais no mercado 
interno, por conhecer o mercado em que atuam com maior propriedade talvez.
Consequentemente, considerando que existem empresas coordenadoras da 
cadeia produtiva do frango, situações de crise que possam afetar essas empre-
sas motrizes, podem interferir diretamente nos pequenos e médios produtores 
rurais integrados a essas, que dependem sobremaneira e arcarão com prejuízos 
Pense, reflita individualmente e repercuta no ambiente virtual de aprendiza-
gem, sobre que ações poderiam ser desenvolvidas para melhorar a imagem 
do Brasil no exterior? Ações de marketing poderiam contribuir de alguma 
forma nesse processo? O Brasil já desenvolve alguma ação desta natureza?
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grandiosos, principalmente com as instalações para produção de frango de corte, 
geralmente financiadas no longo prazo e que são ativos específicos, dificilmente 
podendo ser utilizados para outra atividade. 
Vale destacar no processo de abate e processamento da carne de frango bem 
como da produção de ovos, o aumento da importância da questão dos critérios 
e padrões de qualidade; aspectos relacionados à sanidade, bem-estar animal e 
higiene são observados em todas as etapas do processo produtivo. Controles de 
qualidade, padrões de abate, normas de padrão nacional e internacional, bem 
como atenção a aspectos religiosos devem ser obedecidos. 
No que se refere às normas de produção destacam-se os padrões relaciona-
dos a cada mercado consumidor, haja vista que cada mercado comprador exige 
determinados itens; desde o HACCP ao padrão global-gap, como observaremos 
no decorrer do livro.
Dificuldades com a obtenção de matérias-primas, sejam relacionadas com pro-
blemas com o clima e mesmo com a qualidade, em especial dos grãos, podem resultar 
em alteração para cima nos custos de produção, tanto para corte como postura. Outro 
importante desafio é a variação cambial, que exerce impacto direto sobre as expor-
tações de carne de frango, que hoje, é o principal destaque da avicultura brasileira.
CRÔNICA
Natal: Jesus, Papai Noel, Peru ou quem sabe Chester®
O Natal é um período de festas, é a época na qual um sentimento de alegria, o 
espírito natalino e aquela vontade de que o ano que se aproxima seja o melhor 
possível se manifestam nas pessoas. Sempre que me lembro dos meus natais 
quando criança, me recordo das reuniões em família. Na véspera de Natal nós 
já nos encontrávamos, às vezes íamos à missa do galo, mas sempre retornáva-
mos para casa para uma refeição; não fazíamos grandes ceias não, geralmente 
comíamos frutas ou petiscos. 
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O MERCADO DA CARNE DE FRANGO DO BRASIL: 
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III
Contudo, o melhor momento do Natal era mesmo o almoço do dia 25, logo 
que eu acordava já sentia aquele cheirinho vindo da cozinha, ele já estava no 
forno assando, expondo o seu imponente peito, eu não me lembro se era Peru 
ou Chester, só me recordo que esta era a tradição da minha família. Mas, afi-
nal, o que é tradição?
Segundo o dicionário Aurélio (2010), tradição pode ser compreendida como 
a “Transmissão de doutrinas, de lendas, de costumes etc., durante longo espaço 
de tempo, especialmente pela palavra: a tradição é o laço do passado com o pre-
sente [...]”. A tradição de consumir Peru na época de Natal está difundida na 
sociedade brasileira, principalmente nas classes média e alta. 
O Peru de Natal não é apenas uma carne, segundo Canesqui (2005) estes ali-
mentos tradicionais constituem uma experiência que ultrapassa o ato de comer 
em si e se articula com dimensões sociais e identificação com o que se come. 
As informações acerca das características sociológicas do produto que se 
vende são de extrema importância para empreendedores, já que baseados nelas 
podem ser planejadas medidas de marketing e publicidade adequadas, além de 
possibilitarem uma melhor gestão da cadeia produtiva, por exemplo, possuindo 
uma maior oferta de produto em períodos em que a demanda é elevada. Desta 
forma, é importante para o empreendedor conhecer bem o produto, saber a sua 
história, os seus impactos na sociedade e os anseios dos consumidores, o con-
junto destas atitudes tende a maximizar os ganhos.
Em sua origem, o Peru é uma ave nativa de florestas dos Estados Unidos e 
México que foi primariamente domesticada pelos astecas. São aves de porte médio 
a grande, pertencentes à ordem Galliformes, a mesma que engloba as galinhas e 
pavões (HICKMAN, 2004). A sua dispersão pelo mundo se deu com a chegada 
de Cristóvão Colombo às Américas em 1492; a partir daí o peru começou a ser 
exportado para toda a Europa sendo consumido como carne nobre em diver-
sos países (PENA, 2009).
No Brasil o consumo de peru por um número maior de famílias teve início 
apenas a partir de 1930, de acordo com Almeida (2007) nesta década a Coca-
Cola® investiu pesado em estratégias de marketing, trouxe a magia do Natal e 
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a figura mítica do Papai Noel. Aproveitando o espírito natalino, o peru surgiu 
como a nova tradição da ceia de natal. Anteriormente a isto, o brasileiro costu-
mava consumir, por influência portuguesa, bacalhau nas festividades natalinas, 
ou ainda no interior a tradição era consumir leitão como prato principal da ceia.
O consumo do peru se difundia na sociedade brasileira, contudo em 1982 sur-
giu no mercado brasileiro uma ave capaz de competir pela posição de carne nobre 
da ceia de natal, o Chester®, uma marca que posteriormente se tornou sinônimo 
do produto. A partir de uma matriz genética escocesa a empresa Perdigão reali-
zou seleções genéticas artificiais, por meio de sucessivos cruzamentos, obtendo 
uma ave com 70% de seu peso concentrado em peito e coxas e que além de tudo 
possuía uma carne com menor teor de gordura e mesmo assim mais suculenta. 
Até mesmo o seu nome deriva desta modificação, Chester tem origem da pala-
vra em inglês chest que significa peito (GOIDANICH, 2008).
Por meio de preços mais baixos e investimentos massivos em publicidade 
a nova ave ganhou espaço na mesa dos brasileiros. A memorável campanha 
Habemus Chester, inovou relacionando a ave ao nobre mundo dos imperado-
res romanos e enfatizando os seus atributos em seu slogan “Ave, Chester. Nobilis 
avis, coxobus suculentus, pectus fartus et umidus” (<http://www.chester.com.br>).
Atualmente, diversas outras empresas como Batavo, Aurora e Sadia, tam-
bém dispõem de aves deste tipo para suprir as necessidades do mercado, contudo 
Chester ainda continua sendo o nome do produto que representa. 
Atualmente, de acordo com Julio Lohn (apud GOIDANICH, 2008), o bra-
sileiro consome muito mais Chester do que Peru. Segundo o autor, 17% dos 
consumidores compram somente peru, 35% apenas aves especiais (Chester®, 
Fiesta® etc) e 48% consomem ambas. De acordo com o mesmo autor, este sucesso 
possivelmente se deve ao eficiente trabalho de marketing realizado pela empresa 
e também pelo sabor mais semelhante ao de frango; o fator preço possivelmente 
não influencia neste quadro já que atualmente as duas aves possuem preços seme-
lhantes para o consumidor final.
142 - 143142 - 143
Caro(a) aluno(a)! Espero que você possa ter conhecido um pouco deste ramo tão especí-fico dos empreendimentos avícolas que é a avicultura de “aves pesadas” ou tipo roaster, 
forma como se denomina os perus e aves semelhantes ao Chester®. Comentamos sobre 
a origem destas aves e a história de seu consumo, além de apresentar alguns aspectos 
econômicos deste empreendimento sazonal. 
Contudo, existe outro fator de extrema importância que deve ser abordado, principal-
mente no que se diz em relação às aves selecionadas geneticamente para maior produ-
ção de carnes nobres. 
Vamos fazer um exercício de imaginação, pense em uma ave semelhante a uma galinha 
que conhecemos atualmente, dentre uma grande população destas aves algumas apre-
sentam, por variação natural, peito e coxas delicadamente maiores; identificando esta 
variação os melhoristas começaram a cruzar seletivamente apenas aves com tais carac-
terísticas e ao longo das gerações foram surgindo animais com estas características cada 
vez mais acentuadas, até se atingir o ponto em que 70% de seu peso se concentrassem 
nestas regiões de carnes nobres. Será que este animal tem uma boa qualidade de vida? 
Como fica o seu centro de equilíbrio? E quanto aos tão comentados padrões de bem-es-
tar animal, será que são respeitados? Infelizmente, estas questões ainda estão abertas, 
sendo estas apenas especulações sobre o tema, já que não encontrei nenhum trabalho 
científico de lastro que abordasse de maneira séria o assunto e realizasse experimentos 
para verificar como vivem estes animais. 
Contudo, são situações para se pensar!
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Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pois então, prezado(a) aluno(a), como está sendo a experiência de conhecer de 
forma mais profunda a Cadeia Produtiva da Carne de Frango? Esperamos que 
esteja sendo uma boa experiência, uma oportunidade única de podermos tro-
car conhecimentos e informações sobre uma área de conhecimento e tema que 
gostamos tanto.
Como você teve a oportunidade de conhecer, o Brasil se destaca no cenário 
mundial da carne de frango. Somos os maiores exportadores do mundo, graças ao 
nosso desenvolvimento em pesquisas, genética, tecnologia, profissionais, e, sobre-
tudo, pelos arranjos contratuais existentes na cadeia nacional da carne de frango.
Os contratos de integração vertical ou “quase vertical” como alguns discu-
tem, puderam proporcionar avanços definitivos, dando contornos de grande país 
da exportação da carne de frango no mundo. Essa coordenação exercida pelas 
empresas, por meios dos contratos, propiciou ganhos em produtividade e efici-
ência nunca antes imaginados.
Claro, que existem conflitos a serem superados, sobretudo, daqueles que se 
tornam dependentes e sofrem prejuízos pela integração a essas empresas motri-
zes, mas são exceções a regra, pelo que nos parece. 
Desde 1970 evoluímos e nos desenvolvemos, e nos tornamos referência em 
produtividade, eficiência, P&D, organização do setor, sanidade animal e o prin-
cipal, capacidade de adaptação e flexibilidade às diferentes exigências dos mais 
diversos consumidores ao redor do mundo.
Como sabemos, prezado(a) aluno(a), somos os maiores exportadores e ven-
demos diferentes produtos, com base no frango, para diferentes mercados ao 
redor do planeta, que tem diferentes demandas. Essa capacidade de flexibili-
dade e adaptação às diferentes demandas, é talvez, um das principais vantagens 
competitivas da Cadeia produtiva e exportadora de carne de frango do Brasil.
Aproveitem seu tempo!
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1. Quais as principais razões para o avanço e desenvolvimento da cadeia produtiva 
da carne de frango do Brasil? Discuta a visão dos autores apresentada no texto-
-base.
2. Por que razão nota-se um gradativo crescimento no consumo de carne branca 
no mundo? Discuta as principais razões desse fenômeno.
3. Fale sobre a participação do Brasil no comércio internacional de carne de frango. 
Qual a posição conquistada pelo Brasil no cenário mundial e quais os pilares sob 
os quais está constituída a competitividade da cadeia produtiva nacional?
4. Quais os principais mercados da cadeia agroexportadora de frango de corte do 
Brasil?
5. Em relação às estratégias mercadológicas do Brasil na atuação no mercado inter-
nacional, como o nosso país se apresenta nesse cenário? Quais os diferenciais do 
Brasil em relação aos seus competidores? 
6. Qual a influência das variáveis político-econômicas na cadeia produtiva da avi-
cultura, sobretudo, no que se refere ao comércio internacional e as estratégias 
mercadológicas adotadas? Quais barreiras precisam ser superadas para que o 
Brasil se consolide definitivamente como grande exportador mundial? 
7. Defina protecionismo de mercado e discuta como essa ação pode dificultar as 
relações internacionais do Brasil na cadeia agroexportadora da carne de frango.
8. Como as variáveis tecnológicas podem influenciar positivamente ou negativa-
mente nas relações comerciais internacionais da cadeia de carne de frango do 
Brasil?
9. Pesquise o que é a influenza aviária, descrevendo as principais consequências 
para a indústria da carne de frango em todo o mundo. Em linhas gerais, discuta 
se para o Brasil foi comercialmente positivo ou negativo o problema sanitário em 
outros países.
10. No que se refere às metodologias e padrões de qualidade internacionalmente 
aceitos defina o que é ISO, HACCP, BRF, EFSIS. Discuta a importância desses para 
a garantia da qualidade do produto. 
11. As metodologias internacionais de padrão de qualidade exigidas pelos princi-
pais mercados consumidores do Brasil e quais são esses mercados.
144 - 145
12. Qual a importância das variáveis culturais na definição de estratégias mercado-
lógicas da cadeia agroexportadora de frango de corte do Brasil? Qual a imagem 
que os mercados internacionais têm do Brasil?
13. Quais ações poderiam ser desenvolvidas para melhorar a imagem do Brasil no 
exterior? Ações de marketing poderiam contribuir de alguma forma nesse pro-
cesso? Discuta.
14. Pesquise o que é Brazilian chicken. Discuta de que forma esse programa pode 
auxiliar a cadeia produtiva da carne de frango do Brasil, sobretudo, na atenção 
aos mercados internacionais.
15. Pesquise quais são os maiores produtores, exportadores e consumidores de car-
ne de frango do mundo. 
16. Discuta quais as perspectivas para a indústria avícola no Brasil.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Entre neste link e tenha acesso gratuito aos relatórios anuais da ABEF:
<http://www.abef.com.br/Relatorios_Anuais.php>.
Entre no link abaixo e saiba mais sobre as estratégias mercadológicas da cadeia agroexportadora 
de frango de corte do Brasil:
<http://www.cbc.ufms.br/tedesimplificado/tde_arquivos/7/TDE-2008-11-14T063819Z-268/
Publico/Fabio.pdf>.
Acompanhe neste link um trabalho sobre os aspectos da internacionalização da cadeia 
agroexportadora de frango sul-mato-grossense:
<http://www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/rama/article/view/1199/801>.
Quer saber mais sobre estratégias de marketing da cadeia agroexportadora de frango de corte do 
Brasil no exterior? Acesse o link abaixo:
<http://www.ead.fea.usp.br/Semead/10semead/sistema/resultado/trabalhosPDF/491.pdf>.
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Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer a Cadeia produtiva de ovos.
 ■ Compreender a dinâmica que envolve o planejamento e gestão na 
cadeia produtiva de ovos do Brasil. 
 ■ Estudar o protocolo de BPP de ovos.
 ■ A atuação das instituições, organizações e associações na cadeia 
produtiva de ovos do Brasil.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos quevocê estudará nesta unidade:
 ■ O que é o ovo – herói ou vilão?
 ■ Como se constitui a cadeia produtiva de ovos do Brasil?
 ■ O planejamento e a gestão na cadeia produtiva de ovos do Brasil
 ■ O Protocolo de BPP de ovos e o impacto na qualidade dos processos 
e produtos
 ■ Instituições, organizações e associações: o papel do Instituto Ovos 
Brasil
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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS SOBRE A CADEIA 
PRODUTIVA DE OVOS
Quem veio primeiro o ovo ou a galinha? É uma das perguntas que “aflige a 
humanidade” há anos. Se aceitarmos a hipótese de que as aves descendem dos 
dinossauros, essas vieram primeiro. Até Cristovão Colombo e a história do “ovo 
de Colombo” são notáveis! Como você pode observar, o ovo está na história faz 
um bom tempo e também é muito importante atualmente.
Mas, falando sobre o nosso tema em específico, o ovo de galinha é um item 
importante da alimentação humana, às vezes “mal interpretado” ou “mal compre-
endido” com denotações pejorativas de alimentação não saudável ou relacionada 
a consumo de populações de mais baixa renda.
E o Brasil, é um grande produtor de ovos? Quais serão os principais estados 
produtores do Brasil? Será que precisamos vencer alguns desafios para maior 
sucesso da cadeia produtiva? Será que o planejamento é bem realizado na cadeia 
produtiva de ovos do Brasil? É o que veremos!
Será o brasileiro um grande consumidor de ovos? Vamos ver se os índices 
de consumo estão acima ou abaixo do mínimo recomendado pelas estimativas 
dos órgãos competentes.
E quanto às boas práticas de produção de ovos? Nós teremos a oportunidade 
de estudar aprofundadamente um material desta natureza, que vai nos permitir 
conhecer detalhes essenciais da boa produção de ovos.
Desde bem-estar das aves, para evitar o stress animal, bem como cuidados 
com a saúde das aves são importantes. A produção de ovos tem grande importân-
cia econômica e social para o agronegócio nacional. Assim, deve ser entendido 
e estudado com dedicação e afinco.
Até mais e bons estudos!
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IV
A CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
O QUE É O OVO: HERÓI OU VILÃO?
O ovo de galinha é um item básico na ali-
mentação humana, considerando o aspecto 
de suas características nutricionais. Segundo 
o Instituto Ovos Brasil, um ovo possui 13 
nutrientes essenciais em quantidades varia-
das necessários para o bom funcionamento 
do organismo, incluindo proteínas de alto 
valor biológico, colina, ácido fólico, ferro, 
zinco. Tudo isso por apenas 75 calorias. 
A Associação Americana de 
Cardiologistas (American Heart Association) 
corrigiu as suas recomendações para o con-
sumo de ovos! “Não existe mais uma recomendação específica da quantidade 
de gemas que uma pessoa deve consumir por semana” (INSTITUTO OVOS 
BRASIL, 2011).
No entanto, comparativamente com outros países, no Brasil, o consumo de 
ovos é relativamente baixo; são aproximadamente 200 unidades/per capita/ano, 
até 2015, contra 360 no México, 347 no Japão e 310 na China, dados referentes ao 
ano de 2012, mostrando que o consumo brasileiro, realmente é pouco expressivo.
O ovo recebe uma carga de sentidos negativos a seu respeito, em que muitos 
dão ao mesmo, a responsabilidade por aumento de problemas como o colesterol, 
por exemplo, não o consumindo e ficando privado dos benefícios deste alimento, 
por falta de informação ou informações contraditórias.
Quanto ao consumo de ovos e as resistências ao consumo do mesmo, o site 
<http://www.ovosbrasil.com.br>, do Instituto Ovos Brasil, com base em outras 
fontes de pesquisa, tais como o site <http://aeb.org.br> apresenta algumas infor-
mações importantes a respeito: 
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Muitos Brasileiros ainda estão confusos a respeito de que tipo de ali-
mentação deve ser consumida e qual deve ser evitada. Muitos ainda 
evitam ovos, por medo do colesterol, apesar dos resultados dos últimos 
30 anos de pesquisas, nunca terem comprovado a relação entre o con-
sumo de ovo às doenças cardíacas. O consumo de ovo diariamente não 
aumenta o risco de doenças do coração em pessoas saudáveis.
Existe uma necessidade eminente de se quebrar velhos paradigmas, tais como o 
ovo ser um veículo de infecções, ou representar um grande vilão à saúde. E isso 
só será possível lançando-se mão de informação ao consumidor, investimentos 
em marketing e, principalmente, união dos produtores a fim de viabilizar tais 
ações (DONATO et al., 2009).
No que concerne à restrição ao consumo de ovos, sobre a quantidade máxima a 
ser consumida, conforme informações obtidas no link acima, hoje não existem 
recomendações para limitar o consumo de ovos para pessoas saudáveis. Algumas 
pessoas têm reservas por informações incompletas obtidas no passado, em fun-
ção do problema do colesterol.
O que se sabe é que o consumo de gorduras saturadas é pior para aumentar o 
mau colesterol sanguíneo que o colesterol da 
dieta. No ovo, a quantidade de gordura satu-
rada é 1,5 g das 5,5 g de gorduras insaturadas. 
O que atrapalha o consumo de ovos é mais o 
mito do que informações consistentes. Como 
resultado deste mito, muitos Brasileiros estão 
se privando dos benefícios proporcionados 
pelos nutrientes especiais do ovo. 
É claro que este assunto é muito polê-
mico, mas resultados científicos estabelecem 
contribuições consistentes. Um Estudo rea-
lizado em 2007 por Qureshi et al. (apud 
INSTITUTO OVOS BRASIL, 2011), com 
9.500 pessoas reportado no “Medical Science 
Monitor” demonstrou que o consumo de um 
ou mais ovos por dia não aumentou o risco 
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CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
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de doenças do coração ou infarto entre adultos saudáveis, e que o consumo de 
ovos pode estar relacionado com a redução da pressão sanguínea, conforme o 
Instituto Ovos Brasil. 
Os pesquisadores concluíram que a recomendação genérica para limitar o 
consumo do ovo pode estar distorcida, particularmente quando as contribui-
ções nutricionais do ovo são consideradas.
Não somente décadas de pesquisa demonstraram não haver associação do 
consumo do ovo com doenças cardíacas, mas ovos são excelente fonte de colina, 
importante para quebrar a homocysteina, um aminoácido do sangue associado 
com o aumento do risco de doenças do coração (INSTITUTO OVOS BRASIL, 
2011).
O ovo tem alto valor nutricional. Um ovo possui 13 vitaminas essenciais e 
minerais, em torno de 6 g proteínas de alta qualidade, 4,5 g de gorduras (7% das 
necessidades diárias), somente um terço desta é gordura saturada, antioxidan-
tes e com apenas 70 calorias. Segundo informações do Instituto Ovos Brasil, os 
ovos são importantes para as dietas de emagrecimento, força muscular, funciona-
mento do cérebro, a saúde dos olhos e muito mais. Com base nestas informações, 
o Instituto Ovos Brasil apresenta cinco razões a mais para comer ovos.
O pacote de benefícios do ovo segue:
 ■ Controle de peso: proteínas de alta qualidade dos ovos contribuem para a 
sensação de saciedade prolongada e para manter a energia do organismo.
 ■ Manutenção da força muscular e redução da perda de massa mus-
cular: pesquisas indicam que proteínas de alta qualidade produzem 
força muscular e ajudama prevenir a perda de massa muscular em 
pessoas idosas. 
 ■ Gestação saudável: a gema do ovo é excelente fonte de colina, um nutriente 
essencial que contribui para o desenvolvimento do sistema nervoso cen-
tral do feto, importante para a prevenção de anomalias fetais. Dois ovos 
proveem cerca de 250 miligramas de colina, ou seja, metade das necessi-
dades diárias para uma mulher gestante ou amamentando.
 ■ Função cerebral: colina também é muito importante para a função cere-
bral em adultos, mantendo a estrutura das membranas celulares. É 
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componente-chave para a neurotransmissão, que é responsável por trans-
mitir as “mensagens” do cérebro através dos nervos para os músculos. 
 ■ Saúde da visão: Luteína e Zeaxantina, dois antioxidantes encontrados no 
ovo, ajudam a prevenir a degeneração macular, que é a causa principal 
da cegueira dos idosos. Apesar de possuir quantidade pequena dos dois 
nutrientes, pesquisas demonstram que a luteína dos ovos é mais biodis-
ponível que a luteína de outros alimentos.
COMO SE CONSTITUI A CADEIA PRODUTIVA DE OVOS DO BRASIL
A cadeia produtiva de ovos no Brasil se configura pela produção para consumo in 
natura e industrializados. A produção é feita basicamente no sistema de produ-
ção em gaiolas, com granjas de cria e recria, separadas por granjas de produção. 
A maioria é composta por produtores independentes, de pequeno e médio 
porte, que preparam a própria ração na propriedade e trabalham com galpões 
abertos, tradicionais, existindo grandes produtores que estão partindo para a 
adequação climática e automação das instalações (UBA, 2008).
Em relação à produção de ovos no Brasil, a principal região produtora é o 
Sudeste, sendo responsável por aproximadamente 49,1% da produção nacional. 
Isoladamente, o Estado de São Paulo é o responsável por cerca de mais de 27% 
da produção nacional, conforme pode ser observado na Tabela 11.
O Estado de São Paulo foi responsável por 26,5% da produção nacional de 
ovos de galinha, seguido pelos Estados do Paraná (10,3%) e Minas Gerais (9,7%). 
Com base no texto, pense e reflita se o ovo é de fato herói ou vilão na ali-
mentação humana. Se injustiçado, o que deve ser feito para que seu consu-
mo seja difundido, incentivado e promovido?
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CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
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Os Municípios de Bastos (SP), Santa Maria de Jetibá (ES) e Itanhandu (MG) 
foram aqueles que mais produziram ovos de galinha em 2013 (IBGE, 2014).
Diferente da produção de carne de frango, em que o Brasil é o maior expor-
tador mundial, na produção de ovos, boa parte da produção é comercializada 
internamente. Segundo a União Brasileira de Avicultura (UBA), essa tendência 
tem mudado, pelo menos no que se referem aos esforços feitos pelas lideranças 
do setor, no sentido de incrementar as exportações.
No entanto, para penetrar e manter-se em mercados internacionais, que 
demandam altíssimos padrões de qualidade, faz-se necessária uma adaptação 
às novas exigências do mercado, por meio de uma contínua implementação de 
programas que garantam a elevação dos padrões de qualidade dos ovos de mesa 
e dos produtos à base de ovo.
O Brasil exportou, no ano passado, US$ 16 milhões do produto para o 
mundo. Os principais destinos das exportações brasileiras foram: Emirados 
Árabes (67,2%), Angola (12,4%) e Bolívia (7%).
Tabela 11: Produção de ovos de galinha (mil dúzias) no Brasil e unidades federativas de (2014/1º trim. e 
2015/1º trim.) 
PRODUÇÃO DE OVOS DE GALINHA
REGIÃO/UF 1º TRIMESTRE DE 
2014
1º TRIMESTRE DE 
2015
VARIAÇÃO %
Norte 17.662 18.243 3,3
Rondônia 1.047 1.358 29,7
Acre 717 646 -9,9
Amazonas 10.465 10.390 -0,7
Roraima 1.165 1.002 -14,0
Pará 4.269 4.847 13,5
Nordeste 94.570 99.813 5,5
Piauí 2.266 2.710 19,6
Ceará 27.864 26.759 -4,0
Rio Grande do Norte 6.420 6.693 4,3
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Paraíba 5.694 6.065 6,5
Pernambuco 33.260 37.055 11,4
Alagoas 5.708 5.614 -1,6
Sergipe 3.531 4.093 15,9
Bahia 9.827 10.823 10,1
Centro-Oeste 91.778 92.864 1,2
Mato Grosso do Sul 8.790 8.885 1,1
Mato Grosso 41.623 41.047 -1,4
Goiás 37.070 38.175 3,0
Distrito Federal 4.296 4.756 10,7
Sudeste 333.801 363.892 9,0
Minas Gerais 70.582 69.798 -1,1
Espírito Santo 57.390 58.331 1,6
Rio de Janeiro 1.444 1.506 4,3
São Paulo 204.385 234.258 14,6
Sul 149.782 155.344 3,7
Paraná 62.379 65.159 4,5
Santa Catarina 32.821 33.792 3,0
Rio Grande do Sul 54.583 56.393 3,3
Brasil 687.594 730.156 6,2
Fonte: FONTE: IBGE - Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária - Pesquisa da Produção de 
Ovos de Galinha.
Neste sentido, a aplicação de boas práticas de produção e em especial as que 
visam bem-estar animal, bem como dos trabalhadores envolvidos na produção, 
preservação e cuidado com o meio ambiente, redução ou eliminação do uso de 
antibióticos e promotores de crescimento, bem como cuidados com a ração uti-
lizada na alimentação dos frangos são itens a serem observados.
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PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO DE OVOS
SISTEMAS DE CRIAÇÃO
No sistema de produção de ovos, as poedeiras são aves de genética distinta das 
aves de corte, ou seja, a galinha poedeira comercial não é irmã do frango de corte, 
e são constituídas apenas de aves fêmeas. Os machos que nascem e teoricamente 
são irmãos das poedeiras, são descartados. No que se refere ao sistema de criação, 
há uma grande diferença do segmento de carne, em que o mercado trabalha sem o 
sistema de integração, dividindo-se em independente, onde as maiores são indús-
trias, e cooperativas.
Nesse sistema de produção, a finalidade é produ-
zir a maior quantidade possível de ovos viáveis ao 
comércio, o que implica em uma busca pelo alto 
aproveitamento dos ovos produzidos. Não se 
pode esquecer que o ovo é um alimento saudá-
vel e nutritivo, de baixo custo, que pode e deve 
fazer parte da alimentação do ser humano 
pela sua qualidade. 
No Brasil, o plantel de aves brancas 
alojadas é de 43 milhões de aves (70%) – pro-
dutoras de ovos brancos – e as vermelhas de 18 
milhões (30%) – produtoras de ovos vermelhos.
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DEFINIÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
Ao contrário do frango de corte, em que o animal permanece por pouco tempo 
para ser vendido para o abate, a galinha de postura terá uma vida produtiva mais 
longa, algo em torno de 80 semanas. Para o pequeno criador, que não produzirá 
as futuras poedeiras, é necessário um maior rigor na programação de compra 
de lotes para reposição do plantel, que deverá estar sincronizado com o número 
de animais descartados.
Quando ocorre o descarte das galinhas poedeiras, os produtores especiali-
zados na produção de ovos eliminam o plantel velho, vendendo para empresas 
de abate comercial de frango de corte, ou ainda vendem diretamente ao consu-
midor, muito comum em algumas regiões do Brasil. 
Em relação ao planejamento de produção, a produção de ovosdepende de 
algumas variáveis para seu sucesso. Fatores como o mercado consumidor dispo-
nível para aquele produto, revelada pela demanda tanto em aspectos quantitativos 
de produção, como aspectos de qualidade, além do tamanho dos ovos, colora-
ção, qualidade da casca, gema e clara, propriedades e componentes nutricionais 
do produto. 
Quanto ao controle de qualidade e planejamento e controle da produção 
de ovos, alguns cuidados devem ser tomados: 
 ■ Colheita dos ovos:
o Método Manual – pelo menos 3 vezes/dia.
o Método Automatizado – (Mecanizada).
 ■ Importante inclinação do sistema de coleta – a descida deve ser 
suave para não danificar os ovos.
o Registro diário 
do total de ovos 
produzidos.
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 ■ Transporte dos ovos para a Sala de Classificação de Ovos.
 ■ Processamento.
o Manual – pequena escala de produção.
o Mecanizado – grande escala de produção.
o Faz-se:
 ■ Seleção: para consumo in natura ou industrial.
 ■ Lavagem.
 ■ Classificação – peso.
 ■ Tipo 1 (extra) > 60 g.
 ■ Tipo 2 (grande) - 56-59 g.
 ■ Tipo 3 (médio) - 50-55 g.
 ■ Tipo 4 (pequeno) - 45-49 g.
 ■ Industrial < 45 g.
o Ovo em pó.
 ■ Ovo pasteurizado.
Semelhante ao que ocorre na produção de carne de frango, a postura comercial 
também tem sido alvo de constantes progressos no quesito qualidade, ao passo 
que os sistemas de controle de qualidade relacionados a boas práticas de fabri-
cação, serão uma realidade para a maioria das granjas.
Pesquise mais sobre o assunto:
Será que o ovo em pó existe mesmo? Pesquise se o ovo em pó ou desidrata-
do existe mesmo e traga a contribuição aos amigos de ambiente virtual de 
aprendizagem! Aproveite também para verificar a importância da tempera-
tura de armazenagem na vida de prateleira dos ovos.
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ANÁLISE DE CUSTOS
No que tange a análise de custos, praticamente os mesmos comentários realiza-
dos em relação à avicultura de corte podem ser aplicados na produção de ovos, 
pois os componentes do custo são basicamente os mesmos. Uma diferença que 
pode ser citada no caso dos criadores independentes é que haverá um custo com 
embalagens para transporte, que não havia no segmento de corte.
PROTOCOLO DE BPP DE OVOS
O grupo de trabalho que elaborou esse protocolo teve a preocupação de fazer 
com que o mesmo refletisse a realidade da avicultura de postura brasileira, sendo 
um orientador para melhorar a qualidade do sistema de produção nacional, não 
tendo nenhum caráter de imposição ou obrigatoriedade de adoção por parte das 
empresas e demais agentes da cadeia produtiva.
O Protocolo de BPP de Ovos (PBPPO) foi elaborado para que seja utili-
zado como um documento norteador para os produtores do Brasil. Tomaram-se 
como base as recomendações do CNPSA / Embrapa de Concórdia (Boas Práticas 
de Produção na Postura Comercial), do Código do Codex Alimentarius (Draft 
Code of Hygienic Practice for Eggs and Egg Products) e de manuais de produção 
de empresas brasileiras e estrangeiras (UBA, 2008).
O trabalho foi coordenado pelo Dr. Ariel Antonio Mendes e Dra. Ibiara C. L. 
Almeida Paz. Além dos coordenadores, trabalharam na elaboração do documento 
os membros do Comitê Técnico de Ovos da UBA e representantes do Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, empresas produtoras e industriali-
zadoras de ovos, associações estaduais de avicultura, Embrapa e universidades. 
Apresentaremos, de forma sintetizada, os principais pontos desse documento, 
o qual servirá para a consolidação de seus conhecimentos sobre a cadeia produ-
tiva do frango, em específico, da produção de ovos. 
O emprego das boas práticas de produção de ovos deve ser empregado na 
cadeia produtiva de ovos, como instrumento para garantir o padrão de quali-
dade exigido pelo mercado, tanto interno, quanto externo. Nota-se que o grau 
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da exigência dos consumidores quanto ao padrão de qualidade do produto vem 
aumentando, pressionando as empresas e demais agentes componentes da cadeia, 
desde a produção, insumos, e distribuição, a tornarem suas produções mais pro-
fissionais, livrando-se do amadorismo.
Tanto no mercado interno, quanto externo, a competitividade se acirrou; 
somente aqueles que se adequarem às novas demandas do mercado permanece-
rão. A economia globalizada ao mesmo tempo em que abre cria oportunidades, 
pune as organizações que não se ajustam a esse novo ambiente competitivo. 
Além dos fatores do ambiente externo, o desempenho produtivo pode ser 
influenciado por vários fatores, sendo estes de ordem genética, nutricional ou 
relativos a manejo. A qualidade do processo de produção de ovos, no entanto, 
depende de uma atuação conjunta de diversos elos da cadeia, como transporte, 
P&D, distribuição, para que a sinergia destes conduza a redução dos custos de 
transação e operação, gerando ganhos para a cadeia como um todo. 
UNIDADE DE PRODUÇÃO 
A unidade produtiva deve ser adequada para garantir que a produção de ovos 
seja realizada dentro das normas técnicas, sanitárias e obedecendo aos padrões 
de qualidade que o mercado demanda. As terras, construções e instalações que 
constituem a unidade de produção devem ser administradas adequadamente, 
para que a produção segura de alimentos e a proteção ao meio ambiente sejam 
garantidas.
Conforme o protocolo divulgado pela UBA, alguns fatores devem ser con-
siderados em relação à unidade de produção:
a. O estabelecimento de postura comercial deve estar registrado e cadas-
trado no órgão competente.
b. Um sistema de registro zoossanitário deve ser estabelecido para cada unidade 
de produção, proporcionando documentação permanente da atividade avícola.
c. Todos os registros realizados na unidade de produção devem estar aces-
síveis e guardados por, no mínimo, dois anos.
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d. Deve ser implementado um programa de boas práticas de produção (BPP) 
para unidade de produção.
e. Estabelecer procedimentos de desinfecção de veículos, na entrada e na 
saída do estabelecimento avícola.
EDIFICAÇÕES
O aviário deve cumprir as seguintes orientações:
a. Todas as edificações devem seguir a legislação vigente.
b. Os núcleos de produção devem ser isolados impedindo o acesso de outros 
animais e pessoas não permitidas, possibilitando o controle de pragas; deve 
possuir apenas uma entrada para aves, pessoas, equipamentos e insumos 
e uma saída para eliminação de resíduos.
c. Os estabelecimentos produtores de ovos comerciais deverão adotar medi-
das de biosseguridade e de manejo às boas práticas de produção, para 
evitar a presença de aves de estado sanitário desconhecido, moscas, roe-
dores e outras pragas nas proximidades e interior do galpão.
d. Os pisos devem ter boa drenagem e serem conservados com higiene.
e. As paredes das edificações como as de armazenamento de ovos, casa de 
apoio, casa de ferramentas, devem estar em boas condições e que facili-
tem a limpeza e a desinfecção.
f. Realizar controle e registro de trânsito de veículos e de acesso de pessoas 
ao local, incluindo a colocação de sinais de aviso para evitar a entrada de 
pessoas alheias ao processo produtivo.
g. Os produtores avícolasdeverão fazer uma consulta prévia documental 
ao Setor Competente de Fiscalização, sobre a viabilidade de construção 
ou ampliação de edificações antes de construí-las.
h. Elaborar e executar programa de limpeza e desinfecção, a ser realizado 
nos galpões, após a saída dos lotes de aves.
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i. Os equipamentos utilizados no transporte de produtos e alimentos para 
aves ou transporte de ovos e aves devem ser higienizados seguindo a 
legislação vigente.
j. Instalar sistema de ventilação, aspersão e aquecimento para permitir o ajuste 
da ambiência de acordo com a necessidade das aves, em cada fase de criação.
k. Instalar gradeamento sob as gaiolas, assim como outras medidas que facilitem 
a dessecação rápida das fezes, evitando o acúmulo de insetos e suas larvas.
l. Deve haver instalações de apoio para armazenagem de medicamentos e 
materiais, realização de necropsia e higienização das mãos.
Aquisição e Alojamento das Pintainhas
a. As aves devem ser adquiridas de incubatórios registrados e monitora-
dos, sanitariamente, pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento).
b. Todas as aves devem ser vacinadas ainda no incubatório, contra a doença 
de Marek1 .
c. Imediatamente à chegada das pintainhas no aviário, registrar em fichas 
as conformidades das aves adquiridas; implementar uma ficha de rece-
bimento dos lotes que contemple os dados de qualidade das aves e os 
documentos legais.
d. A temperatura ao nível das aves deve estar ajustada ao conforto térmico 
das mesmas.
e. A água deverá estar disponível antes da chegada das aves.
f. Deve-se utilizar quantidade adequada de bebedouros e comedouros em 
relação ao número de aves, efetuando a regulagem da altura conforme 
a idade; geradores, aquecedores, bebedouros e alarmes deverão ser tes-
tados anteriormente à chegada das aves para garantir o funcionamento 
apropriado.
1 Doença de Marek é uma doença causada por vírus também conhecida como Paralisia das Aves; causa 
tumores nos nervos, nos rins, baço, fígado, intestinos, coração e músculos. Os sintomas variam de acordo 
com a localização dos tumores. Podem ocorrer diarreias, as aves ficam ofegantes, podem aparecer tumores 
sob a pele, afeta o sistema nervoso central das aves. O crescimento, a reprodução sofre decréscimo devido 
à doença. As aves doentes são agredidas pelas aves sadias e mostram lesões de bicagem. Severa limpeza e 
desinfecção, isolamento das aves doentes são muito importantes. A vacinação deve ser realizada em pintos 
de 1 dia de idade e aplicada no dorso do pescoço.
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CONDIÇÕES DO AMBIENTE
a. As condições do ambiente físico interno dos aviários devem ser maneja-
das para garantir o bem-estar das aves e do trabalhador; recomenda-se 
evitar que as aves sejam expostas a barulho intenso.
b. A temperatura e nível de ventilação do aviário devem ser apropriados ao 
sistema de criação, idade, peso e estado fisiológico das aves, permitindo 
a manutenção da temperatura corporal sem dificuldades; recomenda-se 
que em condições de clima quente os produtores podem utilizar práti-
cas de manejo que minimizem o estresse calórico das aves. Estas medidas 
podem incluir a redução na densidade de alojamento, aumento da ven-
tilação e utilização de nebulizadores.
c. Os níveis de odores, gases e poeiras devem ser mínimos, a fim de não 
causar desconforto para as aves e o trabalhador.
d. Todo o aviário com ventilação mecânica deve ser desenhado e mane-
jado para evitar uma elevação de temperatura acima da zona de conforto 
térmico. As temperaturas mínimas e máximas dentro dos aviários de 
ventilação automática devem ser medidas e registradas diariamente; reco-
menda-se que a qualidade do ar seja monitorada, mantendo-se um fluxo 
contínuo de ar fresco para todas as aves.
ILUMINAÇÃO
O fornecimento de luz, por meio de um controlado programa de iluminação, 
é primordial para estimular e manter a postura nas galinhas poedeiras. Falhas 
nesse manejo impactarão negativamente na produção de ovos. Desta forma, 
algumas ações devem ser tomadas:
a. O programa de iluminação de cada aviário deve ser registrado.
b. A iluminação deve ser uniforme em todo o aviário.
c. Programas alternativos de luz podem ser adotados, quando necessário, desde 
que indicados pelo técnico responsável, mantendo os registros dos mesmos.
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d. Deve-se fornecer o número de horas de iluminação conforme a idade e 
estado fisiológico das aves.
DEBICAGEM
A debicagem é o processo cirúrgico de corte e cauterização do bico da ave. Constitui-se 
como uma das práticas de manejo mais importante dentro da criação, visto que erros 
neste processo afetam sobremaneira o desenvolvimento da ave e, consequentemente, 
sua produtividade, interferindo negativamente em sua viabilidade econômica.
A primeira debicagem deve ocorrer entre o 7º e 10º dia de idade. Quando 
a segunda debicagem se faz necessária, deve ser realizada entre a 8º e 14º sema-
nas de idade. 
Uma boa debicagem evita:
 ■ Desperdício de ração.
 ■ Incidência de canibalismo.
 ■ Perda de ovos por bicagem.
 ■ Perda de peso excessivo.
 ■ Que a ave escolha a ração.
ALIMENTAÇÃO E ÁGUA
a. O espaço de alimentação e bebedouros adotado no aviário deve ser sufi-
cientemente adequado para permitir o acesso das aves ao alimento e a 
água sem induzir competitividade.
a. O dimensionamento de comedouros e bebedouros deve ser validado pelo 
técnico responsável; recomenda-se que todas as aves tenham acesso a, no 
mínimo, dois pontos de bebedouros; os comedouros e bebedouros devem 
estar posicionados de tal forma que as aves tenham acesso imediato à 
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comida e água; o projeto de bebedouros, o posicionamento e manuten-
ção devem minimizar o umedecimento do esterco ou cama2.
b. As unidades de produção devem garantir que a água destinada às aves 
seja limpa, potável e não ofereça riscos para saúde das mesmas; a inges-
tão de água deve ser medida por meio de medidores instalados em cada 
aviário e registrada, diariamente.
c. Devem-se estabelecer procedimentos adequados para destino de águas 
servidas e resíduos de produção (aves mortas, ovos descartados, esterco 
e embalagem), de acordo com a legislação ambiental vigente.
d. A empresa deverá seguir as normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF) 
de ração animal; deve-se seguir a legislação vigente quanto ao uso de 
ingredientes e produtos na alimentação animal; a ração fornecida às aves 
não deve conter contaminantes acima dos níveis permitidos pela legis-
lação vigente.
e. Caso a ração, suplementos minerais, vitamínicos e demais aditivos 
sejam adquiridos de terceiros, deverão ser obtidos de estabelecimen-
tos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA).
f. O interior dos silos, localizados na granja, devem ser limpos e higieni-
zados; os silos devem ser vedados para evitar a entrada de água, pragas 
e outros contaminantes; os veículos transportadores de ração devem ser 
higienizados e desinfetados externamente a cada granja.
g. Devem ser realizadas semestralmente, análises físicas, químicas e microbio-
lógicas da água, sendo que os registrosdestas análises devem ser mantidos; 
a limpeza de depósitos intermediários e tubulações, desde a rede até o ponto 
de acesso a água para as aves, deve ser realizada semestralmente; a lim-
peza dos silos de abastecimento do aviário deve ser efetuada, no mínimo, 
trimestralmente; veículos transportadores de rações devem estar em boas 
condições e ser higienizados internamente pelo menos uma vez ao mês.
h. O depósito externo de água de bebida deve ser protegido para evitar o 
aquecimento da mesma; deve-se proteger a rede de distribuição de água 
ou enterrá-la para evitar o aquecimento da água de bebida e o risco de 
interrupção em sua distribuição.
2 Cama – material absorvente utilizado, sobre o piso do aviário, para a criação de poedeiras.
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MEDICAMENTOS
a. Os medicamentos devem ser utilizados somente mediante prescrição vete-
rinária; os períodos de carência dos medicamentos devem ser conhecidos 
e seguidos rigorosamente.
b. Devem-se manter registros da administração dos medicamentos contendo 
o nome do produto, número do lote/partida, número de aves tratadas, 
quantidade total de medicamento utilizado, período de tratamento, perí-
odo de carência e nome da pessoa que administrou o produto.
c. O acesso ao medicamento deve ser limitado apenas aos trabalhadores com 
treinamento adequado e/ou experiência no manuseio dos mesmos; os medica-
mentos devem ser registrados no MAPA, e apresentar ficha técnica de segurança.
BIOSSEGURIDADE
a. A mortalidade acima do normal deve ter as causas investigadas e um 
plano de ação deve ser implantado; quando a mortalidade for acima de 
10% em 72h, o serviço veterinário oficial deve ser informado; devem-se 
manter registros diários de mortalidade e aves eliminadas.
b. As instalações devem ser higienizadas e desinfetadas de acordo com o 
plano de limpeza.
c. Funcionários não devem manter contato com outras aves; deve-se evitar 
o acesso de outros animais no interior do aviário.
d. Deve haver sistema de desinfecção ou troca dos calçados na entrada dos 
núcleos.
e. É obrigatória a realização de monitoramento sanitário do plantel, segundo 
a legislação vigente; deve haver um plano de controle de pragas e doenças.
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COLETA E ARMAZENAGEM DE OVOS
a. Os funcionários encarregados da coleta dos ovos 
devem lavar e desinfetar as mãos antes de cada 
coleta.
b. As bandejas e caixas de armazenagem e distri-
buição dos ovos devem ser limpas e higienizadas; 
é proibido que embalagens de papelão sejam 
reutilizadas.
c. A coleta de ovos, quando não automatizada, deve 
ser realizada, no mínimo quatro vezes ao dia.
d. Após cada coleta de ovos, os mesmos devem ser 
levados à sala de seleção e classificação, o mais 
rápido possível, evitando que estes permaneçam 
no aviário desnecessariamente.
e. Os ovos devem ser inspecionados e classificados de acordo com a legis-
lação vigente; depois de separados por peso, embalados e identificados 
os ovos devem ser armazenados em salas limpas e arejadas e em condi-
ções adequadas enquanto aguardam sua comercialização.
BEM-ESTAR DAS AVES
a. O estabelecimento de normas de bem-estar animal deve ter como base o 
conhecimento científico.
b. O programa de bem-estar deve ser baseado em planejamento, educação 
e capacitação.
c. As gaiolas devem ser projetadas e mantidas de forma a minimizar o des-
conforto e o estresse, assim como, prevenir injúrias ou doenças às aves.
d. As práticas de manejo devem ser adequadas, evitando-se o sofrimento 
desnecessário das aves.
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e. A densidade de alojamento deve permitir a movimentação das aves, bem 
como espaço para todas se deitarem ao mesmo tempo, evitando o amon-
toamento de uma sobre a outra.
f. A densidade de alojamento, em gaiolas, para aves brancas deve ser de no 
mínimo 375cm2/ave e para aves vermelhas 450cm2/ave. Isso é necessá-
rio pela diferença no tamanho dessas duas galinhas.
g. As aves devem receber alimentação e nutrição adequada a cada fase de 
criação, de maneira que evitem a ocorrência de doenças.
h. A inspeção das aves deve ser realizada, no mínimo, uma vez ao dia; a 
empresa integradora deve manter um programa de avaliação e verifica-
ção de conformidade de todo o processo, permitindo readequação de 
etapas onde ocorram erros.
i. Em caso de aves feridas, estas devem ser tratadas rapidamente e separa-
das do lote; as aves mortas devem ser separadas imediatamente.
j. A necessidade de sacrifício de aves doentes ou feridas deve ser constatada 
e realizada por pessoal habilitado, evitando-se o sofrimento do animal; o 
método de sacrifício recomendado é o deslocamento cervical.
A produção de ovos de galinhas mantidas em gaiolas em bateria tem recebido
especial atenção dos consumidores, grupos de bem estar animal e responsá-
veis pela definição de políticas. Uma pesquisa no Reino Unido em 1995 (King, 
1995, citado por BENNETT E BLANEY, 2003) mostrou que 72% dos cidadãos 
do Reino Unido pensavam que o sistema de gaiolas em baterias não era correto, 
enquanto que Harper e Henson (2001, citado por BENNETT E BLANEY, 2003) 
mostraram que o sistema de gaiolas em baterias era considerado “algo inaceitá-
vel” pelos cidadãos do Reino Unido, Irlanda, França e Alemanha.
Em 1999, o Ministério da Agricultura Europeu concordou em banir o uso 
de gaiolas em baterias por galinhas poedeiras a partir de 1º de janeiro de 2012 
(EU Directive 99/74/EC) (BENNETT E BLANEY, 2003).
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SAÚDE, SEGURANÇA E BEM-ESTAR DO TRABALHADOR
a. Toda unidade de produção com mais de cinco trabalhadores deve ter um 
Programa de Saúde e Segurança baseada em uma avaliação completa e 
documentada de riscos; todos os trabalhadores devem estar cientes e 
concordar com as exigências do programa de saúde e segurança da uni-
dade de produção.
b. Os registros das reuniões devem estar disponíveis como prova de que a 
direção está dando atenção aos interesses dos trabalhadores.
c. O produtor deve possuir uma relação de números de telefones para con-
tato em caso de emergência.
TREINAMENTO DOS TRABALHADORES
a. Todos os trabalhadores que executam tarefas, incluindo decisões geren-
ciais e operações, que possam ter um impacto significante no consumidor, 
manipulador, meio ambiente e criação de aves devem ser competentes 
com base em: educação apropriada, treinamento continuado, conheci-
mento e/ou experiência adquirida, comprovados por meio de registros.
b. Na unidade de produção todos os trabalhadores devem estar cientes dos 
procedimentos relevantes para o empreendimento em situações de emer-
gência que representem perigo a saúde humana, segurança dos alimentos 
ou saúde e bem-estar das aves.
Considerando que o bem-estar animal é fator preponderante na boa práti-
ca de produção de ovos, reflita sobre quais fatores devem ser considerados 
para que o bem-estar animal não seja comprometido.
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CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
Reprodução proibida. A
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IV
c. O pessoal destinado ao trabalho interno do estabelecimento avícola deverá 
observar as medidas gerais de higiene pessoal e utilizar roupase calça-
dos limpos e EPI3 .
RASTREABILIDADE
a. As aves devem ser identificadas e agrupadas por lote; o lote deverá ser 
constituído por um grupo de aves que devem ser de mesma origem, alo-
jadas em uma mesma unidade de produção ou aviário; os lotes deverão 
ser identificados no sistema de rastreabilidade desde a sua recepção na 
unidade de produção.
b. Todas as organizações ou empresas envolvidas na cadeia de produção de ovos 
deverão ser devidamente cadastradas e registradas nos órgãos competentes.
c. Para rastreabilidade faz-se necessário realizar cadastros de avozeiros, 
matrizeiros, incubatórios, propriedade de produção (independente, coo-
perativa ou integradora) e empresas fornecedoras de insumos.
d. Todos os eventos envolvidos no processo de produção de ovos deverão ser 
devidamente registrados pela empresa, com fichas próprias. Essas infor-
mações serão utilizadas para alimentar o banco de dados da empresa.
e. A identificação dos ovos deve ser garantida durante todas as etapas de 
produção.
f. Com relação específica ao lote de aves, deverá conter informações referen-
tes à data de eclosão, data de alojamento, linhagem, quantidade de aves, 
manejo alimentar (rações e demais insumos), manejo sanitário (medica-
mentos, vacinas, programas sanitários, ocorrências), programas de luz, 
sistemas de criação, controle de visitas, manejo integrado de pragas, índi-
ces zootécnicos e as movimentações (transporte etc.).
3 EPI – Equipamento de Proteção Individual.
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GESTÃO AMBIENTAL
a. É importante proporcionar informações que possam ajudar no manejo do 
sistema de produção, protegendo as fontes de água da poluição e dispondo 
adequadamente dos resíduos da produção; devem-se proteger as fontes de 
água de cargas poluidoras e do acesso de pessoas não autorizadas e animais.
b. Na unidade de produção deve-se respeitar a legislação ambiental vigente; 
deve ser mantido, no estabelecimento e com fácil acesso, o documento de 
aprovação, pelo órgão de fiscalização oficial de meio ambiente, da área onde 
o estabelecimento foi construído. Este documento deve trazer informações 
sobre o destino adequado dos resíduos da produção: compostagem, inci-
neração, fossa séptica ou outros métodos indicados, em função do risco 
ambiental; implementação de um plano de gerenciamento, determinando 
estratégias para minimizar todos os riscos identificados na produção aví-
cola, como a poluição ou contaminação de água e solo.
c. Quando houver mortalidade maciça de aves, deve-se comunicar ao órgão 
oficial competente e eliminá-las de acordo com a legislação vigente; reti-
rar diariamente as aves mortas do aviário, destinando-as a compostagem 
ou incineração. Realização de uma avaliação de risco no local, levando 
em consideração o uso anterior da terra, bem como todos os impactos 
ambientais relacionados à atividade avícola.
d. É proibido o uso do esterco ou cama de aviário na alimentação de ruminan-
tes; a compostagem é o método de tratamento dos resíduos sólidos da granja.
e. Manter a unidade de produção livre de lixo e resíduos, acondicionando-
-os e armazenando-os em local adequado até o seu descarte.
Pesquise sobre o que são os ovos enriquecidos. Somando ao exemplo do 
ovo enriquecido o caso do ovo em pó, de que forma as inovações podem 
garantir a qualidade do produto e a segurança do alimento ao consumidor? 
Aproveite também para pesquisar sobre ovos brancos e vermelhos. Normal-
mente, o vermelho é mais caro. Qual é a razão disso?
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CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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O PAPEL DO INSTITUTO OVOS BRASIL
O Instituto Ovos Brasil é uma entidade sem fins lucrativos, criada com a missão 
de expandir os conhecimentos sobre o ovo como fonte nutricional e seus bene-
fícios especiais para a saúde. A entidade tem como um dos principais objetivos 
promover o produto “ovo” como um alimento saudável, de alto valor nutritivo 
e seguro para consumidores de todas as idades e classes sociais. 
A entidade foi Fundada em setembro de 2007, em Assembleia Geral rea-
lizada na cidade de Porto Alegre-RS. O instituto OVOS BRASIL conta com a 
representação das principais regiões brasileiras produtoras de ovos. A entidade 
é composta por pessoas físicas e jurídicas, ligadas direta ou indiretamente às ati-
vidades do sistema agroindustrial do ovo.
No site <www.ovosbrasil.com.br> a entidade disponibiliza sua missão, obje-
tivos e ações concretas em prol da cadeia produtiva dos ovos. Dentre os assuntos 
abordados, a entidade ressalta a necessidade do consumo de ovos, apresenta pes-
quisas científicas sobre o tema, fala sobre o consumo do brasileiro e defende os 
interesses dos envolvidos com a cadeia produtiva.
A missão do Instituto Ovos Brasil foi concebida para prover a ligação entre 
os Produtores de Ovos Brasileiros e Consumidores com o objetivo de comuni-
car o valor do Ovo para o bem-estar das pessoas. A nossa missão é melhorar os 
conhecimentos do ovo como fonte nutricional, seus benefícios especiais para a 
saúde e a segurança alimentar ao consumi-lo.
Entre no site abaixo e confira muitas informações e curiosidades sobre o ovo 
de galinha. É um site português, com interessantes informações sobre o ovo 
de galinha e sobre o mercado:
<www.anapo.pt/_pages/_infos/comerc.asp>.
Saiba mais sobre ovos no site abaixo do Instituto Ovos Brasil:
<http://www.ovosbrasil.com.br>.
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Considerações Finais 
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Como veículo divulgador das ações do Instituto Ovos Brasil, foi criado um 
informativo <http://www.ovosbrasil.com.br/download/informa01.pdf> em que 
se apresentam ações efetivas do instituto, no sentido de promover o consumo de 
ovos no Brasil, bem como destaques na mídia sobre o assunto OVO.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Pois então, querido(a) aluno(a)! Podemos não ter a certeza da resposta definitiva 
de quem veio primeiro, se foi o ovo ou a galinha, mas podemos, por enquanto ao 
menos, conhecer um pouco mais sobre a cadeia produtiva de ovos, tão impor-
tante tanto do aspecto social quanto econômica.
Como podemos observar, o ovo de galinha é um importante item da alimen-
tação humana, sendo, no entanto, pouco consumido em nosso país. No Brasil o 
consumo per capita é de 140 ovos por ano, enquanto que no México esse con-
sumo chega a 360 ovos por ano.
O mercado interno precisa ser desenvolvido, sobretudo, visando a desmisti-
ficação de algumas lendas/mitos sobre o consumo de ovos de galinha, sobretudo, 
no que se refere ao prejuízo à saúde e ao relacioná-lo ao consumo das classes 
menos abastadas. O desenvolvimento de projetos de marketing para estimular 
o consumo dos ovos se faz imprescindível.
No Brasil, a região sudeste é a principal produtora, com destaque ao estado 
de São Paulo. O foco principal é o abastecimento do mercado interno, já que 
avanços na qualidade são necessários para penetração e manutenção em merca-
dos internacionais, notadamente mais exigentes quanto a estes aspectos.
Você teve a oportunidade de conhecer como funciona um método de pla-
nejamento de produção de ovos, com base em um protocolo de Boas Práticas 
de Produção/Fabricação de ovos, o que pôde propiciar o conhecimento sobre 
os itens básicos e necessários ao completo desenvolvimento da cadeia produtiva 
dos ovos, principalmente se o que se busca é o mercado externo.
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CADEIA PRODUTIVA DE OVOS
Reprodução proibida.A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV
Um importante passo dado no sentido de popularizar, massificar e desmis-
tificar o consumo de ovos no Brasil foi dado pelo Instituto Ovos Brasil, que com 
publicações periódicas e ações pontuais tem buscado a defesa dos interesses dos 
agentes ligados à cadeia produtiva dos ovos.
Até mais e bons estudos!
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1. Em relação ao mercado consumidor, quais os países que apresentam o maior 
consumo de ovo? Qual o consumo no Brasil?
2. No que se refere ao sistema de criação, qual destino é dado aos frangos machos?
3. Qual o plantel de aves poedeiras alojadas no Brasil?
4. Qual a vida produtiva de uma galinha poedeira?
5. Quais aspectos de qualidade são fundamentais para garantia do padrão de qua-
lidade na produção de ovos?
6. Quanto ao controle de produção de ovos, explique como deve ser feita a colhei-
ta, transporte, processamento e classificação dos ovos.
7. Com base nas boas práticas de fabricação, quais fatores devem ser considerados 
em relação à infraestrutura para produção de ovos?
8. Quais cuidados devem ser tomados na aquisição e alojamento das pintainhas?
9. Qual a importância do bem-estar animal na produção de ovos? Quais fatores 
devem ser considerados para que o bem-estar animal não seja comprometido?
10. O que é debicagem? Qual a importância desse procedimento na produção de 
ovos?
11. Por que os cuidados sanitários são fundamentais na produção de ovos? Como a 
atenção à alimentação, água e medicamentos podem contribuir nesse processo?
12. Quais cuidados são essenciais na coleta e armazenagem de ovos? 
13. Como é feita a rastreabilidade nas aves para produção de ovos? Qual a importân-
cia desse procedimento para a garantia da qualidade do produto?
14. Por que razão se faz importante a boa gestão ambiental na produção de ovos? 
Em relação a esse aspecto, quais fatores devem ser observados na produção de 
ovos?
O Caso dos Exploradores de Caverna
Cyanea T. de Freitas 
Editora: Melhoramentos
Entre no site abaixo e confi ra muitas informações e curiosidades sobre o ovo de galinha. É um site 
português, com interessantes informações sobre o ovo de galinha e sobre o mercado:
<www.anapo.pt/_pages/_infos/comerc.asp>.
Saiba mais sobre ovos no site abaixo do Instituto Ovos Brasil:
<http://www.ovosbrasil.com.br>.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Na biblioteca central do Cesumar você tem a sua disposição alguns livros sobre avicultura 
de corte. São eles: 
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Professor Dr. José Maurício Gonçalves dos Santos
Professor Me. Fábio da Silva Rodrigues
A CADEIA PRODUTIVA DE 
SUÍNOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Realizar um panorama da Suinocultura.
 ■ Efetuar um estudo do mercado da carne suína.
 ■ Estudar a Cadeia produtiva de suínos no Brasil.
 ■ Conhecer os sistemas de produção, planejamento e gestão na cadeia 
produtiva de suínos do Brasil.
 ■ Analisar as perspectivas na Cadeia Produtiva de suínos no Brasil.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Panorama da suinocultura brasileira em face do mercado mundial
 ■ Cadeia produtiva da carne suína no mundo: consumo, produção, 
exportação e importação
 ■ A Cadeia produtiva de suínos no Brasil: análise dos elos da cadeia 
produtiva, oferta e demanda e resistências ao consumo
 ■ Definições, conceitos e sistemas de produção de suínos
 ■ Planejamento e gestão na cadeia produtiva de suínos do Brasil
 ■ Perspectivas da Cadeia Produtiva de suínos no Brasil: consumo 
interno, exportações, questão ambiental, marketing da carne suína, 
cooperativas e P&D
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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS SOBRE A CADEIA 
PRODUTIVA DE SUÍNOS
Pois então, prezado(a) aluno(a)! Está com fôlego para encararmos a última 
unidade deste material? Esperamos que ainda esteja com todo o pique para acom-
panhar mais um pouco sobre esta importante cadeia produtiva do agronegócio 
nacional: A Cadeia Produtiva da Carne Suína. Isso mesmo, carne suína, a carne 
de porco ficou no passado.
Como dito, agora estudaremos e aprofundaremos o conhecimento acerca da 
cadeia produtiva de suínos. Já começamos com uma questão – Você, por acaso, 
sabe qual a proteína animal mais consumida no mundo? Qual a carne mais con-
sumida no mundo? Bovino? Frango? Peixe? Aguarde e confira no material mais 
informações a respeito.
Nesta fase vamos estudar, compreender e conhecer as características funda-
mentais da cadeia produtiva de suínos. Estudaremos desde o contexto da cadeia 
produtiva, conhecendo o panorama mundial e como o Brasil se posiciona nesse 
cenário. Mas, vamos lá! E como anda o consumo da carne suína no Brasil? Será 
que somos grandes consumidores de carne suína? É o que veremos no decor-
rer dos estudos. Existem preconceitos a respeito do consumo de carne suína no 
Brasil? Que fatores influenciam neste consumo?
Conheceremos alguns aspectos técnicos e práticos essenciais, porém o foco 
dos nossos estudos será a gestão aplicada à cadeia produtiva dos suínos. A impor-
tância de conceitos de gestão aplicados à suinocultura é fator essencial para o 
crescimento e consolidação da produção suína no Brasil.
E as barreiras culturais, religiosas, de tradição, impactam no consumo de 
carne suína? Como fazer para quebrá-las, caso existam? Nas páginas seguintes 
discutiremos isso!
O que se sabe é que a cadeia produtiva da carne suína tem grande impor-
tância econômica e social ao agronegócio brasileiro, apresenta boa estrutura 
de coordenação e consideráveis avanços tecnológicos nos últimos anos. Vamos 
aprofundar o conhecimento a respeito do tema? 
Bons estudos!
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V
PANORAMA DA SUINOCULTURA MUNDIAL E 
NACIONAL
A crescente demanda por proteína de origem animal, em específico a carne 
suína, tem respaldo nas pesquisas de diversos autores e instituições nacionais e 
internacionais, como o Instituto Nacional da Carne Suína, o International Food 
Policy Research Institute (IFPRI) e o Rabobank; com o aumento médio da renda 
da população, consumidores que até então eram excluídos do consumo de carne, 
passam a consumir. 
No entanto, o sistema produtivo contemporâneo de carnes vem apresentando 
mudanças contínuas, sobretudo, quanto ao nível de exigência do consumidor; 
condicionados por essa nova 
dinâmica competitiva, as orga-
nizações inseridas nas cadeias 
produtivas tem atentado para 
as novas demandas deste consu-
midor do século XXI, atentando 
principalmente para aspectos 
como a qualidade e procedên-
cia dos alimentos.
O surgimento de problemas 
sanitários, como a Encefalopatia 
Espongiforme Bovina (BSE), 
popularmente conhecido como 
o caso da “Vaca Louca”, bem 
como a Influenza Aviária, conhecida como a gripe do frango, dentre outros 
graves problemas sanitários, conduziram o consumidor a ter mais cuidado com 
a segurança do alimento, demandando qualidade e sanidade.
Em atenção a essas novas demandas, a globalização, o aumento da com-
petitividade, a busca pela preferência desse novo consumidor, a perseguição 
por aspectos de qualidade e sanidade, a preocupação com a segurança alimen-
tar, fizeram com que as cadeias produtivas desenvolvessem novas estratégias 
competitivas.
Como a P&D contribuíram para a transformação da suinocultura brasileira, 
transformando a “carne de porco” em carne suína?
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Diante disso, as organizações inseridas nas cadeias produtivas de carne, em 
foco a carne suína, foram obrigadas a coordenar a cadeia produtiva ao longo de 
seus elos, desde a fabricação e fornecimento de rações, à sanidade dos animais 
destinados à engorda, até a distribuição da carne ao consumidor, visando garan-
tir em todo o processo a qualidade do produto. 
A organização e coordenação da cadeia produtiva dos suínos, semelhante ao 
que ocorreu na cadeia produtiva avícola, graças ao processo de “quase integração 
vertical”, permitiu ganhos de escala, redução nos custos de operação e transação, 
que redundaram no aumento da competitividade do setor. Essa coordenação da 
cadeia suinocultura permite melhor governança das ações, possibilitando res-
postas rápidas às mudanças do ambiente mais eficazmente. 
Na cadeia produtiva do suíno a estratégia principal nessa nova era de pro-
dução foi o avanço tecnológico. Essa preocupação com qualidade, sanidade, 
procedência do produto tornou-se evidente na produção suína; no entanto, o 
gatilho para a transformação “da carne de porco em carne suína” foi a P&D tec-
nológico da produção dessa proteína animal.
O desenvolvimento tecnológico permitiu que a carne suína ganhasse muito 
em qualidade, produtividade, redução de níveis de gordura, sanidade, para citar 
alguns fatores. Por exemplo, a carne de suíno caipira ou tipo banha criado em 
sistemas rudimentares, que ainda existe, porém em menor número para fins 
comerciais, tinha maior proporção dianteira do que traseira, onde se concen-
tram as carnes mais nobres; com o desenvolvimento tecnológico, representado 
pelos avanços genéticos, o suíno moderno, apresenta maiores proporções de 
cortes nobres, como pernil e lombo, além de maior rendimento de carne magra 
na carcaça.
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A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Cadeia Produtiva da Carne Suína no Mundo – consumo, produção, impor-
tação e exportação
A carne suína á a proteína mais consumida no mundo, e o Brasil é o quarto maior 
produtor e exportador. A consolidação do mercado internacional de commodi-
ties, impactado por essa onda de mudanças, transformou também o perfil das 
granjas e tornou o negócio muito mais competitivo. O Brasil teve um expressivo 
crescimento das exportações de 2000 a 2005, onde atingiram 625 mil tonela-
das. A partir daí o crescimento foi interrompido, devido aos focos isolados da 
febre aftosa em 2005 e as exportações ficaram estáveis com 580 mil toneladas 
em 2012 (ABCS, 2014). 
Conforme podemos observar na Tabela 12, o principal destaque dos últimos 
anos é o desempenho das vendas externas brasileiras, que em dez anos amplia-
ram sua participação nas exportações mundiais de 4% para 11%. Mesmo com 
as barreiras sanitárias, com o aumento dos subsídios europeus e o crescimento 
da concorrência internacional, as exportações brasileiras cresceram acima da 
média dos competidores (ABIPECS, 2010).
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Tabela 12: Participação de mercado na cadeia produtiva da carne suína
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO
PAÍS 2000 2009 2013 2014
Estados Unidos 18% 35% 32% 32%
União Europeia 49% 23% 32% 32%
Canadá 21% 21% 17% 18%
Brasil 4% 11% 8% 8%
China 2% 6% 3,5% 4%
Outros 6% 4% 7,5% 6%
Fonte: Abipecs, 2010 e USDA, 2009-2015.
Esse crescimento da participação no mercado da carne suína do Brasil 
demonstra em grande parte, o crescimento do consumo desta proteína animal 
em nível mundial, porém demonstra e/ou é reflexo também da organização da 
cadeia produtiva nacional da carne suína.
A coordenação exercida pelas empresas motrizes, pelos contratos de inte-
gração, semelhante aos moldes da avicultura, porém ainda incipiente, fez com 
que a cadeia produtiva em todos os seus elos se profissionalizasse e buscasse 
atender os padrões e exigências de qualidade do produto demandadas pelo con-
sumidor contemporâneo.
Embora as estatísticas sobre a cadeia produtiva da carne suína sejam mais 
escassas ou alguns números sejam divergentes em muitas situações, algumas 
informações e estatísticas atuais são apresentadas. Os relatórios disponibilizados 
pela Abipecs – Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de 
Carne Suína – representam grande parcela das informações aqui apresentados.
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A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS
Reprodução proibida. A
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V
Associação Brasileira de Proteínas Animais (ABPA) é o nome da entidade que pas-
sa a representar a indústria de suínos e aves após a fusão da União Brasileira de 
Avicultura (Ubabef) e da Associação Brasileira de Produtores e Importadores de 
carne suína (Abipecs), criada oficialmente em 24 de março de 2014 
(Fonte: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/03/ubabef-e-
-abipecs-se-unem-na-associacao-brasileira-de-proteinas-animais.html).
Estima-se que 44-45% da carne mais consumida no mundo seja de ori-
gem suína, por ser a carne mais consumida e por representar uma proteína de 
alta qualidade. Conforme estatísticas disponibilizadas pela Abipecs, o Brasil é o 
quinto mercado consumidor da carne suína, equiparando-se ao México, ficando 
atrás de China, União Europeia e Estados Unidos e Russia, conforme a tabela 13.
 
 
 
 
 
 
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Por quais motivos a carne suína é a mais consumida no mundo e no Brasil, 
sendo apenas a terceira na preferência nacional, ficando atrás da carne bo-
vina e carne de frango?
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Reprodução proibida. A
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Embora o consumo interno da carne suína venha crescendo ao longo 
dos anos, conforme pesquisa desenvolvida pela consultoria Mercadotecnia, 
entre os anos de 2002 e 2006, 11,6% segundo a pesquisa, a participação do 
Brasil apresenta-se estável, correspondendo por cerca de 2,5% do consumo 
mundial total. 
Acredita-se que o brasileiro ingira entre 14,6 e 16 kg/habitante/ano, ao final 
de 2015 (13,4 Kg em 2008 e 15,1 kg em 2011), segundo estatísticas da Abipecs. 
Percebemos que esse fato se comprova, quando observamos as estatísticas do 
consumo mundial de carne suína. Os principais consumidores de carne suína 
do mundo são: China, União Europeia e Vietnã, como podemos observar na 
tabela 14.
Tabela 14: Consumo mundial per capita de carne suína (em kg) no ano de 2014.
PAÍS 2014
China 31,99
UE-28 30,89
Vietnã 28,77
Coreia do Sul 24,35
EUA 20,72
Rússia 20,17
Austrália 20,09
Chile 18,27
Fonte: ABPA e FAO
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Em relação ao consumo de carne 
suína per capita no Brasil, sabe-se que 
a média de consumo se mantém pra-
ticamente inalterada ao longo de uma 
década, sempre em torno dos 13 quilos 
médios por ano. Com base em dados 
recentes, apurou-se que a média em 2008 
ficou em 13,2 kg/ano/pessoa, 2014 foi de 
14,71 kg/ano/pessoa e a estimativa de 
consumo para 2015 será próximo aos 15 
kg/ano/pessoa (ABPA, ABIPEC e FAO).
Considerando as características do mercado interno, e com base no relatório 
da Abipecs, ao contrário do perfil mundial, o consumo de carne suína no Brasil 
é inferior ao das carnes de frango e bovina, conforme apresentado no gráfico 1. 
Gráfico 1: Participação da carne suína na aquisição domiciliar de carnes
31%
6%
10%
13%
40%
Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 (IBGE, 2007) apud (ABIPECS, 2010).
O consumidor nacional prefere os produtos processados (frescais, cortes tempe-
rados, curados e cozidos etc.). Mesmo assim, a carne suína in natura representa 
quase um terço (29%) do consumo, com disponibilidade interna de, aproxima-
damente 15 Kg/habitante/ano, para 2015 (ABIPECS, 2010).
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Reprodução proibida. A
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Gráfico 2: Participação na aquisição domiciliar da carne suína por tipo de produto
Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 (IBGE, 2008) apud (ABIPECS, 2010)
Apesar do crescimento absoluto representado por algumas pesquisas, percebe-se 
que o consumidor brasileiro ainda apresenta resistências quanto ao consumo da 
carne suína. Aspectos ligados a questões sanitárias, influências religiosas, ques-
tões ligadas à antiga imagem da carne 
suína e a ingestão excessiva de gordura, 
associação da carne suína comercial com 
a carne de porco de criação amadora, que 
ingeria apenas as sobras de alimentos, 
ainda povoam a mente do consumidor 
nacional. 
A adoção de estratégias como o 
desenvolvimento de um projeto de 
marketing de imagem da carne suína, 
no mercado interno, também chamado 
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de marketing institucional, pode ser uma das soluções para esse problema obser-
vado, representando uma mudança de paradigmas na produção e consumo de 
carne suína no mercado interno brasileiro. 
Em relação à produção, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de 
carne suína, conforme estatísticas da Abipecs. Os líderes mundiais na produção 
de carne suína são, respectivamente, China, União Europeia e Estados Unidos, 
conforme tabela 15.
Tabela 15: Produção mundial de carne suína (em mil t – em equivalente carcaça) nos anos de 2010 a 2014
PAÍS 2010 2011 2012 2013 2014
China 51.070 49.500 52.350 53.800 56.710
União Europeia 22.571 22.866 22.630 22.500 22.400
Estados Unidos 10.186 10.331 10.554 10.669 10.368
Brasil 3.195 3.227 3.330 3.370 3.313
Rússia 1.920 2.000 2.075 2.150 2.510
Vietnã 1.930 1.960 2.000 2.025 2.425
Canadá 1.771 1.797 1.820 1.795 1.815
Filipinas 1.247 1.275 1.382 1.420 1.353
México 1.175 1.202 1.227 1.270 1.290
Japão 1.292 1.267 1.297 1.305 1.264
Coreia do Sul 1.110 837 1.086 1.240 1.200
Outros 5.501 5.753 5.768 5.818 5.828
Total 102.968 102.015 105.489 107.362 110.476
Fonte: ABPA e USDA (2015)
Um grande desafio nos estudos sobre a cadeia produtiva da carne suína se refere 
às estatísticas mais recentes sobre produção de carne suína, já que algumas osci-
lações nos valores ocorrem, quando não a ausência de informações por parte 
das associações e órgãos representativos.
Contudo, com base em estatísticas mais recentes da Abipecs e EMBRAPA 
Suínos e Aves sobre a produção de carne suína do Brasil, sabe-se que a produ-
ção nacional se mantém em leve crescimento, apresentando no ano de 2008 
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o volume de 3.026 toneladas, chegando a 3.313 mil toneladas em 2014. Já em 
2009, a produção de carne suína foi de 3.190 mil toneladas, conforme estimati-
vas, representando um pequeno, mas constante crescimento (ABIPECS, 2009; 
EMBRAPA SUÍNOS E AVES, 2009, USDA, 2015).
A produção do Brasil representa algo próximo a 3% do total produzido no 
mundo. Percebe-se que os três maiores consumidores de carne bovina são 
também os três maiores produtores da proteína animal, denotando certa 
adequação entre produção e consumo, gerando baixa importação do produto 
por parte desses países.
Do outro lado da moeda, os maiores importadores de carne suína do mundo 
são Japão, México e China, representando cerca de 60% das importações 
mundiais. Veja as estatísticas dos maiores importadores mundiais de carne 
suína, conforme apresentado pela Abipecs na tabela 16.
Tabela 16: Importação mundial de carne suína (em mil t – em equivalente carcaça) no ano de 2014.
PAIS 2014
Japão 1.332
México 818
China 761
Coreia do Sul 480
EUA 457
Hong Kong 347
Filipinas 200
Canadá 214
Rússia 515
Austrália 191
Cingapura 117
Outros 931
Total 6.363
Fonte: ABPA e USDA (2015)
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Em relação aos principais exportadores de carne suína, o Brasil ocupa a 
quarta colocação nesse rol, sendo responsável por mais de 14% das exportações 
mundiais. A EUA lidera o ranking das exportações, seguida por União Europeia, 
Canadá e Brasil, conforme a tabela 17.
Tabela 17: Exportação mundial de carne suína (em mil t – em equivalente carcaça) entre os anos de 2010 e
2013.
VARIAÇÃO (%)
PAÍS 2010 2011 2012 2013
2014/
ABR
2011/12 2012/13 2013/14
Estados 
Unidos
2.354 2.441 2.264 2.200 3,7 -7,3 -2,8 9,8
União 
Europeia
2.150 2.165 2.232 2.000 0,7 3,1 -10,4 6,2
Canadá 1.197 1.243 1.246 1.265 3,8 0,2 1,5 -2,1
Brasil 584 661 585 675 13,2 -11,5 15,4 -2,6
China 244 235 244 275 -3,7 3,8 12,7 1,1
Chile 139 180 164 165 29,5 -8,9 0,6 13,9
México 86 95 111 125 10,5 16,8 12,6 6,6
Bielorrússia 85 104 74 60 22,4 -28,8 -18,9 7,4
Austrália 41 36 36 37 -12,2 0,0 2,8 -1,6
Vietnã 25 25 25 25 0,0 0,0 0,0 4,5
Noruega 4 6 7 7 50,0 16,7 0,0 7,5
Outros 38 69 31 26 81,6 -55,1 -16,1 0,5
Total 6.947 7.260 7.019 6.860 4,5 -3,3 -2,3 3,8
Fonte: USDA (2015)
As estatísticas sobre as exportações brasileiras de carne suína apontam que em 
2007 foram exportadas 607 mil toneladas. Já em 2008, o volume exportado che-
gou a 529 mil toneladas, podendo ter chegado a 590 mil toneladas em 2009, e 
675 mil toneladas em 2013 conforme estimativas da Abipecs e da EMBRAPA 
Aves e Suínos e USDA.
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Na tabela 18 é apresentado um resumo sobre os principais indicadores atu-
alizados da cadeia produtiva de carne suína do Brasil, com base nos números 
disponibilizados pela CONAB, material mais aprofundado adiante.
Tabela 18: Resumo das principais estatísticas da cadeia produtiva de suínos do Brasil
VARIÁVEL 2009 2010 2011 2012 2013
Rebanho (1000 cabeças) 38.045,5 38.956,8 39.307,3 39.395,7 39.395,9
Produção de carne (1000t. equiv. 
carcaça)
3.1.90,0 3.237,5 3.397,8 3.483,0 3.517,8
Importação (1000t. equiv. carcaça) 8,7 9,6 11,0 13,3 12,9
Exportação (1000t. equiv. carcaça) 627,1 557,1 534,6 590,4 493,1
Disponibilidade interna 
(1000t. equiv. carcaça) 
2.571,6 2.690,0 2.874,2 2.905,8 3.037,6
População (mil habitantes) 191,48 190,75 192,38 193,95 195,69
Disponibilidade per capita 
(Kg/hab/ano)
13,4 14,1 14,9 15,0 15,5
Fonte: CONAB (2013).
Em um panorama mais detalhado e recente das exportações brasileiras, tem-se 
na tabela 19 um levantamento elaborado pela ABPA, comparando-se os anos 
de 2014 e 2013, em que, mesmo com uma redução do volume total exportado, 
houve aumento na receita.
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Tabela 19: Exportações brasileiras de carne suína: jan./dez. 2014 x jan./dez. 2013
Fonte: ABPA (2015)
CADEIA PRODUTIVA DA CARNE SUÍNA NO BRASIL
Várias configurações ou caracterizações de cadeia produtiva podem ser concebidas 
a partir das teorias específicas. Fatores regionais, peculiaridades, especificidades 
de cada localidade podem criar um cenário específico, onde agentes, instituições 
e demais organizações interagem e estabelecem um cenário próprio. Souza (1999) 
define um modelo esquemático da cadeia produtiva de suínos, conforme figura 4.
TONELADAS VALOR TOTAL EM US$ MIL
PREÇO MÉDIO 
TONELADA US$
Mês 2014 2013 % 2014 2013 % 2014 2013 %
Janeiro 34.868 40.119 -13,09 90.274 104.638 -13,73 2.589 2.608 -0,74
Fevereiro 39.940 41.048 -10,01 96.542 108.648 -11,14 2.613 2.647 -1,26
Março 39.026 39.249 -0,57 104.522 105.329 -0,77 2.678 2.684 -0,20
Abril 42.623 35.619 19,66 118.662 99.097 19,74 2.784 2.782 0,07
Maio 38.441 43.854 -12,34 121.623 114.060 6,63 3.164 2.601 21,65
Junho 43.960 40.626 8,21 167.253 98.493 69,81 3.805 2.424 56,93
Julho 40.972 50.437 -18,77 139.365 126.134 10,49 3.401 2.501 36,01
Agosto 42.240 52.341 -19,30 142.439 132.848 7,22 3.372 2.538 32,86
Setembro 43.095 45.996 -6,31 156.708 123.652 26,73 3.636 2.688 35,26
Outubro 50.883 52.022 -2,19 198.282 142.763 38,89 3.897 2.744 42,00
Novembro 42.769 38.673 10,59 147.599 102.556 43,92 3.451 2.652 30,14
Dezembro 38.411 37.349 2,84 105.728 100.601 5,10 2.753 2.694 2,19
Total 494.228 517.333 -4,47 1.588.997 1.358.821 16,94 3.215 2.627 22,41
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CONSUMIDORES
DISTRIBUIDORES
UNID.
PRODUTORAS
DE LETITÕES
FORNECEDORES
DE MATRIZES E
REPRODUTORES
FORNECEDORES
DE REAÇÃO
ABATE E
PROCESSAMENTO
PRODUTORE
RECRIADORES
TERMINADORES
Figura 4: Cadeia Produtiva da Carne Suína
Fonte: (SOUZA, 1999)
Da forma como se configura a cadeia produtiva da carne suína, podemos definir 
que os principais elos são: consumidores, distribuidores, indústria processadora, 
suinocultores e fornecedores de ração e insumos.
Como observamos no livro, em relação à produção, o Brasil é o quarto maior 
produtor de suínos do mundo, ficando atrás de China, União Europeia e Estados 
Unidos (ABIPECS, 2007).
Em relação às exportações, o Brasil é o quarto maior exportador mundial, 
atrás do Canadá, União Europeia e dos Estados Unidos. Em 2008, foi batido 
novo recorde de exportações em receita, registrando receita de US$1,48 bilhão, 
para um volume exportado superior a 529,41 mil toneladas (ABIPECS, 2007). 
Em 2014 as exportações foram de US$1,58 bilhão, para um volume exportado 
superior a 494,2 mil toneladas (ABPA, 2015).
Quanto aos destinos das exportações brasileiras, a tabela 20 apresenta os 
principais destinos da carne suína do Brasil, , nos anos de 2012 e 2013, liderando 
o ranking das exportações nacionais, a Rússia, Hong Kong e Ucrânia. 
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Tabela 20: Principais destinos da exportação brasileira de carne suína nos anos de 2012 e 2013(mil ton)
PAÍSES 2012 PARTICIPAÇÃO% 2013 PARTICIPAÇÃO%
RÚSSIA 127,0 21,85 134,8 26,0
HONG KONG 124,7 21,45 121,2 23,4
UCRÂNIA 138,6 23,85 68,1 13,1
ANGOLA 28,1 7,83 50,1 9,69
CINGAPURA 23,3 4,84 28,7 5,56
URUGUAI 45,5 3,55 22,6 4,38
ARGENTINA 20,6 4,02 11,8 2,29
GEORGIA 9,9 1,70 11,1 2,15
VENEZUELA 6,5 1,13 9,8 1,9
OUTROS 56,8 9,78 58,6 11,3
Total 581,4 100,00 517,3 100,00
Fonte: Elaboração Abipecs
Veja os principais destinos, da carne suína brasileira, como pode ser observado 
na tabela 21.
Tabela 21: Principais destinos da exportação brasileira de carne suína (mil ton.) em 2014
PAÍSES TONELADA PARTICIPAÇÃO 
%
PAÍSES US$ MIL PARTICIPAÇÃO 
%
Russia, Fed. da 186.594 37,75 Russia,Fed.da 810.506 51,01
Hong Kong 110.922 22,44 Hong Kong 278.996 17,56
Angola 52.284 10,58 Cingapura 95.224 5,99
Cingapura 32.288 6,53 Angola 94.077 5,92
Uruguai 20.836 4,22 Uruguai 63.301 3,98
Georgia,Rep.da 8.617 1,74 Argentina 28.435 1,79
Chile 8.367 1,69 Chile 25.022 1,57
Argentina 7.960 1,61 Georgia,Rep.da 21.015 1,32
Moldavia, Rep. da 5.840 1,18 Venezuela 19.194 1,21
Albania 5.839 1,18 Japão 17.702 1,11
Outros 54.680 11,06 Outros 135.525 8,53
TOTAL 494.228 100,00 TOTAL 1.588.997 100,00
 Fonte: ABPA (2015)
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A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.V
Em relação ao consumo, o Brasil apresenta baixos índices de ingestão de carne 
suína. Embora seja a proteína animal mais consumida no mundo, a carne suína 
enfrenta sérias restrições de consumo, sendo apenas a terceira carne consumida 
pelos brasileiros. A participação da carne suína na mesa dos brasileiros representa 
apenas 15% do total consumido de carnes, enquanto a carne bovina e a carne de 
frango ocupam os dois primeiros postos.
A consultoria ABCS (2015) realizou a análise com dados de compras de 
22 milhões de consumidores e estima que 24% dos brasileiros migraram para 
outras categorias de carne neste segundo semestre. A carne suína tem ocupado 
o topo das preferências, sendo a primeira opção para 41,5% destes consumido-
res, segundo as pesquisas. 
O preço mais atrativo, as diversas opções de cortes de partes nobres, como 
o filé mignon e a picanha, por um preço bem mais acessível, tem atraído o con-
sumidor brasileiro.
A pesquisa mostrou também que os consumidores das classes A e B prefe-
rem levar outras proteínas animais a optar por cortes mais baratos do boi. Além 
disso, o varejo se adaptou às demandas dos consumidores, oferecendo cortes 
porcionados e que atendem às necessidades do cotidiano dos brasileiros.
O que se pode constatar é que, o trabalho desenvolvido com a carne suína, 
mostra que ela é uma carne rica, prática e versátil, que reúne sabor e saúde e que 
tem diversos atributos para aqueles que buscam conhecer e escolher esta alter-
nativa proteica. Dessa forma, a carne suína vem conquistando cada vez mais 
espaço na mesa dos consumidores.
Em relação ao alojamento de matrizes, observa-se um crescente aumento da 
proporção de matrizes industriais, em relação às matrizes de subsistência, con-
forme observado na tabela 22.
Pense, reflita e discuta no ambiente virtual de aprendizagem, sobre como e 
de que forma os fatores culturais podem influenciar na resistência ao con-
sumo de carne suína.
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V
A produção de suínos no Brasil tem 
forte concentração na região sul do país; 
próximo de 63% da produção nacional 
se concentra na região sul, pouco mais 
de 11% na região centro-oeste e apro-
ximadamente 20% na região sudeste, 
ficando algo próximo a 6% da produ-
ção para o restante dos estados e regiões 
do Brasil (ABIPECS, 2010).
O potencial de consumo domés-
tico deverá crescer e se estabilizar em 
torno de 15 Kg per capita. Como a disponibilidade interna deverá permanecer 
abaixo desse potencial, os preços no mercado interno deverão continuar firmes 
com a remuneração de toda a cadeia produtiva. A demanda externa deve conti-
nuar aquecida e os fatores positivos que deverão concorrer para o crescimento 
das vendas externas serão a maior demanda por parte do Japão, perspectiva de 
reabertura do mercado da África do Sul, abertura do mercado da Coreia do Sul, 
manutenção dos mercados da Rússia e da Ucrânia, e aquecimento do mercado 
chinês (ABIPECS, 2013).
O que se observa é que a cadeia produtiva brasileira se mostrou competente 
na última década, apresentando resultados significativos: crescimento de 84% 
na produção e de 1.615% nos volumes exportados em 2009 (ABIPECS, 2010). O 
desenvolvimento tecnológico, o aumento de escala de produção, a melhoria nos 
processos sanitários, e a coordenação entre os elos da cadeia, tornaram-se fato-
res fundamentais para o desempenho brasileiro nesse segmento. Assim como, 
os alojamentos de matrizes, carcaças com peso maior e recuperação da produ-
tividade foram evidentes.
No entanto, observa-se que o aumento nos custos de produção, participa-
ção de novos players no cenário internacional, a necessidade da adoção de um 
planejamento de marketing institucional da carne suína, sobretudo, no mercado 
interno, bem como questões sanitárias e a prática de protecionismo comercial 
resultam em um processo de acirramento da concorrência internacional que 
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podem afetar de maneira negativa o desempenho da cadeia produtiva brasi-
leira de suínos.DEFINIÇÕES, CONCEITOS E SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
O suíno foi introduzido na América por Cristóvão Colombo em 1493. Oito ani-
mais desembarcaram na região de São Domingos e, anos após, já haviam criações 
na Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. No Brasil, os suínos chegaram cerca de 
quatro décadas depois. Os animais pertenciam a uma raça da península Ibérica 
e desembarcaram no litoral paulista (São Vicente); raças portuguesas, como a 
Alentejana e a Transtagana, influenciaram na formação das raças brasileiras, 
assim como as raças do tipo célticas, asiáticas e americanas (SUÍNOS, 2006).
No Brasil, durante muito tempo o consumo e a produção de carne suína 
foram restritos às camadas mais inferiores da população. Com raças nacionais 
de baixa produtividade, os animais serviam praticamente à produção de gordura 
e produtos salgados. Era corrente o uso da banha de porco, que só passou a ser 
preterida com a utilização de óleos vegetais, nos anos de 1950.
Com a perda de espaço no mercado da banha, a carne de porco passou a 
ser privilegiada e surgiu um novo perfil de consumo. Na busca por mais carne e 
menos gordura, foram trazidas novas raças para o Brasil, como a Large White, 
Landrace, Duroc, Berkshire, Hampshire e Wessex. 
A diversidade das raças gerou um desenvolvimento na suinocultura nacio-
nal. O desenvolvimento tecnológico, respaldo da assistência técnica, um controle 
sanitário adequado e o desenvolvimento da indústria frigorífica e de alimentos 
garantiram ao país uma proteína animal mais eficiente e contribuíram para o 
aprimoramento do grupo das raças brasileiras.
Em algumas regiões do Brasil mudaram as formas de exploração, que saiu 
de um sistema extensivo de criação (onde os animais eram criados soltos) para 
o semiconfinamento e o confinamento. Hoje, é possível identificar no rebanho 
brasileiro duas categorias bem definidas de raças segundo a sua composição 
genética: raças especializadas na produção de carne e animais voltados para a 
produção de gordura (SUÍNOS, 2006).
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A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
V
Quanto ao método de produção, no Brasil existem duas formas predominan-
tes: a produção integrada e a produção independente. A primeira caracteriza-se 
pela presença de uma empresa motriz (indústria processadora) que realiza a inte-
gração vertical em várias fases do processo produtivo, desde o melhoramento 
genético, nutrição, passando pelo abate dos animais e processamento da carne.
Essas empresas motrizes são os agentes coordenadores da cadeia produtiva da 
carne suína, que são responsáveis pelo fornecimento do respaldo e aparato neces-
sários à produção dos animais pelos suinocultores. Nesse aspecto, sob forma de 
contrato, cria-se uma dependência por parte do produtor em relação à empresa 
motriz, tal qual ocorre na cadeia avícola; o produtor rural se encarrega de prover terra, 
mão de obra, instalações e equipamentos e concentra-se na produção dos suínos.
Já na produção independente, a mais característica é que não existe um 
vínculo formal mais intenso entre suinocultor e empresa motriz (abatedouro/
distribuidor). Os suinocultores compram os insumos necessários à produção, 
desenvolvem o produto e o vendem no mercado. Se por um lado, esse sistema 
de produção independente garante maior liberdade ao suinocultor, já que não 
fica preso a contratos como no caso da integração vertical, o mesmo assume um 
maior risco, já que utiliza capital próprio na produção dos animais, e depende 
das condições de mercado para realizar bons negócios (ABIPECS, 2006).
PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
A realização de qualquer atividade humana demanda planejamento, sobretudo, 
quando falamos em negócio, atividade econômica. Na produção comercial de 
suínos, é imprescindível a execução de um bom planejamento de atividades, para 
um sistema de produção que atinja resultados satisfatórios. 
Deve ser planejada, desde a previsão de comercialização, potencial de consumo, 
perfil do consumidor, das disponibilidades dos insumos, dos impactos ambientais 
da atividade econômica, do sistema de produção, dos pacotes tecnológicos esco-
lhidos, bem como das metas de produção e viabilidade do retorno do produto.
Esse tópico foi baseado no Manual de Boas Práticas de Produção de Suínos 
da Embrapa, finalizado em dezembro de 2006. 
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PROJETO AMBIENTAL
a. Atentar para os recursos naturais disponíveis, bem como lençóis freáti-
cos, aquíferos, bacias hidrográficas, fontes de água; deve ser planejado e 
monitorado o uso e controle dos recursos naturais.
b. A atividade só deve iniciar após liberação do órgão ambiental responsá-
vel, por meio das licenças ambientais.
c. Respeitar as leis ambientais vigentes, bem como os códigos sanitários, 
para que as distâncias mínimas sejam mantidas, das granjas em relação 
às estradas, casa, nascentes de água, divisas de terreno, infraestrutura para 
manejo de dejetos e resíduos de produção.
d. Tecnologias alternativas para gestão dos resíduos podem reduzir o impacto 
ambiental e trazer renda para a propriedade rural, como os compostos orgâ-
nicos, venda de crédito de carbono ou ainda a energia obtida de biodigestores.
PROJETO TÉCNICO
a. Deve-se dispor de área bem drenada e compatível com o número de ani-
mais alojados.
b. O abastecimento de água potável deve ser equivalente a 100/150 litros/
dia por matriz instalada, conforme o sistema de criação.
c. O projeto técnico deve ser completo (hidráulico, civil, elétrico e ambiental).
d. As instalações devem obedecer ao sistema de criação proposto e a cada 
fase de criação; deve-se destinar o espaço adequado para cada animal, 
conforme a etapa de criação.
e. Os bebedouros e comedouros devem atender à necessidade diária de 
cada animal.
f. O ambiente deve ser termicamente ajustado, conforme a região, as par-
ticularidades das raças e a temperatura local.
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A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
V
g. O projeto deve preocupar-se com o bem-estar animal, em todas as suas 
fases de produção.
h. O trabalho dos operários deve ser facilitado, eliminando situações que 
comprometam a saúde ou o bem-estar dos trabalhadores.
i. O manejo de dejetos e resíduos deve ser administrado de maneira a cum-
prir com o projeto ambiental.
j. Os documentos pertinentes à produção devem ser mantidos sempre dis-
poníveis aos interessados.
ESCOLHA E PREPARO DO TERRENO
a. A área deve ser plana ou ligeiramente ondulada (até 6% de declividade); 
o projeto deve prever possíveis ampliações.
b. Escolher um local que facilite o fluxo de pessoas, animais, ferramentas 
e insumos.
c. Gramar toda a área ao redor da unidade de produção, mantendo a cober-
tura vegetal sempre aparada.
ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA
a. Mensurar o total de investimentos a serem efetuados, não apenas no iní-
cio, mas ao longo do projeto.
b. Conhecer o planejamento da produção para verificar os períodos em que 
o projeto não gera receitas, gerando apenas despesas, o que corresponde 
à necessidade de capital de giro.
c. Calcular o custo de oportunidade do capital, ou seja, usar indicado-
res econômico-financeiros que permitam comparar a rentabilidade do 
dinheiro aplicado no projeto em relação a outros projetos viáveis, como 
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no mercado financeiro (poupança, fundos de investimento); os indica-
dores mais adequados para esse fim são a TIR (Taxa Interna de Retorno) 
e VPL (Valor Presente Líquido).
d. É interessante que o produtor conte com uma assessoria especializada 
para esses fins, para fazer uma análise econômica consistente e estabele-
cer o planejamento financeiro da atividade; o custo dessa assessoria pode 
tornar-se cômodo, quanto dividido entre vários produtores ou associa-
ções de produtores.
GESTÃO DO ESTABELECIMENTO SUINÍCOLA
O produtor rural é um administrador, um empreendedor na essência. O grau 
de risco que esse administrador rural vai correr depende da sua capacidade de 
investimento, recursos técnicos, monetários, humanos e naturais, bem como das 
condições externas, como competitividade, oscilações do mercado, taxas de câm-
bio, aumento no custo dos insumos, para citar alguns exemplos.
Informação! Eis um item essencial a todo e qualquer gestor. O produtor rural 
deve buscar se informar do ambiente de negócios que atua suas relações com os 
demais elos da cadeia produtiva (fornecedores, agroindústrias e consumidores). 
Para tanto, deve fazer uso de ferramentas gerenciais adequadas a cada nível de ação. 
VISÃO ESTRATÉGICA DO NEGÓCIO
a. O produtor rural deve ter uma visão de longo 
prazo (10 anos), estabelecendo metas de produ-
tividade, produção, lucro, faturamento, redução 
de custos, sucessão etc.
b. Calcular o risco do investimento, quanto está 
se investindo e quanto se espera de retorno e 
em quanto tempo.
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c. Ter uma visão completa da cadeia e de sua importância nesse contexto.
d. Ter acesso à informação sobre mercado, economia, finanças, pesquisas 
técnicas na área; associações, cooperativas e consultorias especializadas 
permitem, com facilidade, o acesso e a compreensão dessas informações.
RECEITAS DO SUINOCULTOR
O cálculo da receita do suinocultor dependerá do modelo de produção adotado 
em sua propriedade, se integrado ou independente, se optou por ciclo completo 
de produção, produção de leitões ou terminação. Em linhas gerais, o principal 
indicador de desempenho empregado é o índice de conversão alimentar, asso-
ciado à taxa de mortalidade dos animais. 
Em relação ao preço pago ao produtor, esse varia conforme a praça. Por cota-
ções atuais, tendo como base o mês de janeiro de 2015, o preço pago ao produtor 
rural pela carne suína no estado do Paraná (média - suíno raça) está na faixa de 
R$ 3,75 o quilo vivo, de acordo com a SEAB - Deptº de Economia. Geralmente, 
os valores pagos aos produtores integrados são menores do que os preços rece-
bidos pelos produtores independentes.
Os produtores devem adequar-se às exigências das empresas motrizes, que 
determinam e estipulam padrões e metas de produção dos suínos, conforme pla-
nejamento e finalidade dos suínos. Preços, valores pagos ao produtor, seguem as 
tendências do mercado, obedecem à lei da oferta e procura, além de serem bali-
zados também pelo custo de produção.
GESTÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO
Tal qual a formação de preços pagos ao produtor, o custo de produção também sofre 
influência e depende dos gastos com os recursos empregados na produção (custo 
do capital, mão de obra, genética, insumos, ração). Se o preço de venda não pode 
ser determinado pelo vendedor, já que o mercado é soberano e o preço obedece 
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às leis da oferta e demanda, a boa gestão de custos pode permitir maiores ganhos 
ao produtor rural, já que a redução de custos implica em aumento dos lucros.
Para tanto, recomenda-se ao suinocultor as seguintes ações gerenciais:
a. Realizar cotação de preços em dois ou mais fornecedores.
b. Negociar custos com transporte.
c. Adquirir grãos em período de safra, quando os preços são mais baixos.
d. Na adoção de novas tecnologias de produção, deve-se avaliar o impacto 
dessas nos custos e o retorno que esse investimento pode proporcionar, 
verificando a relação custo versus benefício, onde os benefícios devem 
sempre ser maiores que o custo.
e. Acompanhar as planilhas de custo dos anos anteriores para verificar na 
linha do tempo, quais os pontos fracos e pontos fortes, bem como as opor-
tunidades e desafios em relação aos custos.
f. Acompanhar o resultado dos indicadores de produtividade, como con-
versão alimentar, mortalidade, fertilidade das matrizes.
g. Acompanhar a experiência bem-sucedida de outros produtores ou de exem-
plos obtidos com a associação ou cooperativa local, quando conveniente.
FATORES RELEVANTES EM RELAÇÃO AO CUSTO DE PRODUÇÃO DE 
SUÍNOS EM CICLO COMPLETO (CC) E UNIDADE DE PRODUÇÃO DE 
LEILÕES (UPL) 
Nos casos de produção em ciclo completo e produção de leilões, cabe ao produtor 
adquirir os reprodutores, insumos e ração, assim como realizar investimento em ins-
talações e equipamentos. Nestes casos deve se levar em conta os seguintes critérios:
I. Custos Fixos (não são despesas, pois não há desembolso, mas devem ser 
considerados).
 ■ Depreciação das instalações (vida útil entre 15 e 20 anos) e equipamen-
tos (vida útil de 8 anos).
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 ■ Juros sobre capital investido (no mínimo a poupança).
 ■ Juros sobre reprodutores (no mínimo a poupança).
II. Custos Variáveis
 ■ Alimentação.
 ■ Aquisição de leitões (quando for o caso).
 ■ Reposição de reprodutores.
 ■ Aquisição de doses de sêmen.
 ■ Mão de obra e seus encargos (incluir a mão de obra familiar).
 ■ Produtos veterinários.
 ■ Energia, água e combustíveis.
 ■ Transporte (quando for o caso).
 ■ Manejo e tratamento dos dejetos.
 ■ Manutenção e conservação.
 ■ Despesas financeiras e eventuais.
FATORES RELEVANTES NOS CUSTOS DE PRODUÇÃO DA 
TERMINAÇÃO EM PARCERIA (UT)
Na terminação em parceria, os contratos rezam que o fornecimento de leitões, 
ração, insumos, medicamentos, são fornecidos pela empresa integradora, pela 
agroindústria, ficando sob a responsabilidade do produtor rural os demais itens. 
Deve-se considerar no custo e produção:
I. Custos Fixos (não são despesas, pois não ocorre desembolso, mas devem 
ser consideradas):
 ■ Depreciação das instalações (vida útil entre 15 e 20 anos) e equipamen-
tos (vida útil de 8 anos).
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 ■ Juros sobre capital investido (no mínimo a poupança).
II. Custos Variáveis:
 ■ Mão de obra e seus encargos (incluir a mão de obra familiar).
 ■ Produtos veterinários.
 ■ Energia, água e combustíveis.
 ■ Manejo e tratamento dos dejetos.
 ■ Manutenção e conservação.
 ■ Funrural, despesas financeiras e eventuais.
BIOSSEGURANÇA, SANIDADE E HIGIENE 
Para a manutenção da sanidade dos animais e garan-
tir um produto de qualidade, livre de doenças e 
demais problemas sanitários, algumas recomenda-
ções fazem-se importantes: 
a. Um rígido controle dos fatores de risco de 
transmissão de doenças e de fontes de conta-
minação deve ser empregado para garantir a 
qualidade e segurança do produto final.
b. Alojar animais comprados de empresas certi-
ficadas, conforme normas técnicas do MAPA.
c. Deve serrealizada a limpeza de rotina diária, 
obedecendo as instruções normativas.
d. Fazer a desinfecção e limpeza do recinto 
durante o vazio sanitário.
e. Fornecer água e ração de qualidade, de origem 
conhecida; as rações devem ser mantidas em condições de higiene e a 
água deve ser de origem pura e límpida.
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f. O controle de ratos e demais pragas devem ser controlados e combati-
dos constantemente.
g. Os animais devem ser vacinados e receber os tratamentos veterinários 
conforme determina as instruções normativas, e sempre que necessário.
h. O bem-estar animal deve ser uma meta constante; os animais não podem 
sofrer maus-tratos em nenhuma fase do processo de produção.
HIGIENE, SEGURANÇA E BEM-ESTAR DO TRABALHADOR
Em qualquer organização, de qualquer espécie, o colaborador, o trabalhador, deve 
estar motivado para a realização de suas atividades. Na produção de suínos, não 
é diferente; o trabalhador precisa estar motivado a exercer suas funções, para que 
o resultado do seu trabalho seja o esperado pela organização.
Na produção suinocultura, a preocupação maior deve ser com as condições 
de higiene do local de trabalho, bem como em relação aos equipamentos de pro-
teção individual – EPI’S. Os funcionários devem ser registrados e as legislações 
trabalhistas devem ser respeitadas.
A educação aos filhos dos trabalhadores deve ser assegurada, quando pos-
sível, a educação deve ser acessível a todos os trabalhadores; outro aspecto a ser 
respeitado deve ser as condições ergonômicas de trabalho, bem como as condi-
ções dos equipamentos e instrumentos de trabalho, de maneira que propiciem 
a preservação da saúde dos colaboradores.
Os locais de alimentação e refeições dos colaboradores devem ser adequa-
dos para tal fim, em condições de higiene e limpeza; bebedouros devem ser 
instalados para os colaboradores, bem como devem ser instalados sanitários e 
vestiários, em condições adequadas de higiene e limpeza.
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PERSPECTIVAS NA CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS NO BRASIL
A cadeia produtiva de suínos no Brasil é consideravelmente importante para o 
país, para a economia nacional, pois contribui com as exportações do complexo 
carne, é fonte de renda no campo, além disso, gera empregos diretos e indiretos 
nas cidades e no campo.
Quanto às exportações da cadeia produtiva de suínos, do ano de 2004 para 
2009 ocorreu um aumento de apenas 19,0%, pois o potencial de crescimento foi 
afetado pelas barreiras comerciais impostas pelos principais países importadores. 
O alto nível de subsídios nas exportações da Europa e dos Estados Unidos e, em 
menor proporção, a melhora na competitividade da produção norte-americana, 
contribuíram para este crescimento menor que o esperado. Em compensação, o 
mercado interno brasileiro cresceu, no mesmo período, 22,4%, principalmente 
nos últimos dois anos (ABIPECS, 2010).
Ainda no que se refere às exportações da indústria suinícola brasileira, as 
mesmas recuaram em 2010. A valorização de 23% dos preços internacionais da 
carne suína, de certa forma, compensou a queda dos embarques. Pelo segundo 
ano consecutivo o mercado doméstico foi o grande destaque. O consumo interno 
aquecido inibiu exportações do setor em boa parte do ano (SUINOCULTURA 
INDUSTRIAL, 2011).
Conforme aponta o relatório de 2009 da Abipecs, o aumento da renda 
interna, o crescimento da população e das exportações são os três principais 
fatores que tem garantido uma sólida base de expansão da cadeia produtiva. 
A produção brasileira aumentou nos últimos cinco anos mais de 20%, acom-
panhando o comportamento da demanda interna e a crescente participação 
no mercado mundial. 
Já em relação ao ano de 2010, conforme Anuário 2011 da Revista 
Suinocultura Industrial, o Brasil apresentou a força do seu mercado domés-
tico. Conforme apresenta o relatório “A suinocultura brasileira reencontrou o 
caminho do crescimento em 2010. Com o mercado interno forte, exportações 
estáveis, oferta ajustada e preços firmes, o suinocultor pode voltar a trabalhar 
com rentabilidade”. 
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Quanto ao mercado interno, o que nota é que em 2010 o brasileiro consu-
miu mais carne suína; o produtor registrou boa média de preço pelo suíno e 
obteve rentabilidade. Dentre os fatores que contribuíram para o cenário positivo 
deste ano, estão: a não expansão dos plantéis, um mercado interno aque-
cido e a elevação dos valores cobrados pela carne bovina (SUINOCULTURA 
INDUSTRIAL, 2011).
Percebe-se que os rumos da suinocultura nacional perpassam, dentre outros 
fatores, pelo fortalecimento do mercado interno, o que já vem acontecendo nos 
dois últimos anos. A carne suína deve passar por um processo de marketing 
institucional, ou marketing da carne suína, valorizando a marca perante o con-
sumidor, tirando do mesmo a imagem e associação do suíno atual, limpo, sem 
problemas sanitários, bem alimentado, magro, com o antigo suíno, “o porco”, 
sujo, com problemas sanitários, que comia alimentos de origem duvidosa, e 
ainda apresentava excessiva quantidade de gordura.
Em relação à questão ambiental, os produtores e empresas motrizes devem 
estar atentos a essa nova realidade, em que a preocupação com destinação de 
dejetos e cuidado com as fontes de água devem ser itens prioritários em qual-
quer projeto de criação de suínos. Os biodigestores, a consciência ambiental, a 
certificação, e o rastreamento podem ser artifícios que incentivem ou obriguem, 
por força das pressões do mercado consumidor, os agentes destes elos da cadeia 
a se adequarem às novas demandas.
A aplicação de gestão profissional nas organizações rurais pode permitir que 
os mesmos tenham acesso às informações, “insumos” essenciais na atividade 
da suinocultura. A união entre parceiros, vizinhos, associados ou cooperados 
pode permitir o barateamento e o acesso dos produtores rurais a instrumentos 
de gestão mais eficazes.
Por falar nisso, cooperativas, sindicatos, associações e demais órgãos repre-
sentativos da classe devem se unir para ganhar poder de negociação, tanto em 
aspectos comerciais quanto políticos e fiscais. Percebe-se que esse fenômeno já 
ocorre em muitas regiões do Brasil, porém, a mentalidade e o espírito de ajuda 
mútua e sinergia deve ser disseminado por mais rincões desse país; para isso, 
algumas barreiras culturais precisam ser trabalhadas.
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O processo de modernização tecnológica deve continuar influenciando a 
qualidade do produto, o que pode representar o aumento da confiança do con-
sumidor. Atrelado a esse processo está incluída a questão da biossegurança, 
sanidade, qualidade e segurança alimentar. 
Novos projetos de suinocultura devem avançar para regiões mais próximas 
a produção de grãos, como o centro-oeste, como vem ocorrendo com algumas 
plantas. No entanto, mais do que o alojamento de matrizes, deve aumentar a 
produtividade da cadeia.
Em relação a mercados consumidores, países em desenvolvimento devem 
assumir uma posição de destaque nesse cenário. O aumento do potencial de con-
sumo, associado ao aumento de renda e diminuição dos níveis de miséria, são 
fatores que contribuem para esse

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