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Processo de Aquisição da Linguagem

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Psicologia I 
 
 
 
 
LINGUAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução ............................................................................................................................... 2 
 
Objetivo ................................................................................................................................... 3 
 
1. Conhecendo o Processo da Linguagem ............................................................................ 3 
1.1. Elementos formais da linguagem ................................................................................. 3 
1.2. O desenvolvimento da linguagem ................................................................................ 4 
2. Aquisição de Linguagem................................................................................................... 5 
 
Exercícios ................................................................................................................................. 6 
 
Gabarito ................................................................................................................................... 6 
 
Resumo .................................................................................................................................... 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Na apostila sobre Pensamento, vimos os conceitos básicos de pensamento 
sob a ótica da Psicologia. 
Nessa apostila, aprenderemos sobre os processos de algo muito importante 
para o desenvolvimento humano e sua manutenção em sociedade: a linguagem. 
Imagina não ser possível expressar para o outro, nossos sentimentos? Ou não 
conseguir dizer de forma efetiva e rápida o que queremos e precisamos? E se não 
fossemos capazes de nos comunicar e aprender novas formas de fazer isso? Será que 
conseguiríamos viver em sociedade e embasar e firmar cultura? 
A linguagem é o maior recurso que temos para alcançar o que mais 
desejamos. Como seres sociais, dependemos da linguagem para a vida em 
sociedade, pois com ela podemos embasar nossa cultura e talvez não teríamos o 
mínimo de civilização se não soubéssemos usar o poder que as palavras possuem. 
Através da linguagem, temos o poder de influenciar e de mudar o mundo a nossa 
volta. 
A linguagem é a comunicação de informações por meio de símbolos 
organizados, que possui lógica e regras sistemáticas. A linguagem é muito mais do 
que apenas nos comunicar, seja de forma falada, escrita ou sinalizada, mas graças a 
ela, podemos transmitir conhecimentos da civilização de geração para geração. 
Através da linguagem conseguimos transferir ideias e significados de uma mente 
para outra (Figura 01). 
01 
 
Com a linguagem é possível transferir ideias e significados de uma pessoa para outra. De uma 
mente para outra. 
 
A linguagem é crucial para comunicação, mas também influencia por 
completo na forma como nos colocamos no mundo e o compreendemos. 
 As palavras tem o poder de criar e dissipar confusões e estresses, aproximar 
ou repelir pessoas, criar ou acabar com paixões, tudo depende da forma como 
usamos essa ferramenta tão poderosa. 
 
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Nessa apostila iremos estudar o desenvolvimento inicial da linguagem, as 
teorias clássicas de aquisição da linguagem e entender como o ambiente influencia 
nesse processo. 
Objetivo 
• Conhecer o desenvolvimento inicial da linguagem 
• Aprender sobre as teorias clássicas da aquisição da linguagem 
 
1. Conhecendo o Processo da Linguagem 
1.1. Elementos formais da linguagem 
É na gramática, que a linguagem se baseia. A gramática é um sistema de 
regras, que determina como os pensamentos serão organizados e expressos. A 
gramática traz os três elementos da linguagem: a fonologia, a sintaxe e a semântica. 
A fonologia é o estudo dos fonemas, que são as menores unidades básicas da 
fala e que afetam o significado do que falamos, e do modo como usamos esses sons 
para formar palavras e dar significado às mesmas. Os pesquisadores descobriram 
que existem 869 tipos de fonemas na linguagem humana, mesmo que nenhum 
idioma use todos eles. A dificuldade de aprender outros idiomas vem exatamente da 
quantidade de fonemas que tem cada idioma. 
A sintaxe diz respeito às regras que todo idioma tem para indicar como as 
palavras e frases devem se combinar para formar sentenças. Essas regras são 
importantes para ofertar significado naquele idioma. 
A semântica se refere ao significado de palavras e frases e por isso, é o maior 
componente da linguagem. É o que confere o significado real do que o idioma quer 
expressar na comunicação. As regras semânticas conferem a possibilidade de 
comunicação de nuances sutis de significado. 
IMPORTANTE! 
 
 
 
Como pode-se perceber, a linguagem é algo bastante 
complexa, mas a maioria das pessoas conseguem 
apreender a gramática sem muitas vezes estar ciente 
de suas regras. E é bem impressionante, que mesmo 
com dificuldade de enunciar essas regras gramaticais, 
temos uma habilidade linguística bastante sofisticada 
ao ponto de podermos falar inúmeras e infinitas 
declarações distintas. 
 
 
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1.2. O desenvolvimento da linguagem 
A fase de desenvolvimento da linguagem começa de forma simples indo para 
a complexidade. Até os quatro meses, a criança não possui linguagem, porém depois 
disso, começam a distinguir sons de fala, sendo esse o início da linguagem receptiva 
nos bebês. Esse entendimento da linguagem vem muito antes do aprendizado dela. 
A partir dos quatro meses, o bebê inicia o estágio de balbucio, entrando na 
linguagem produtiva. Nesse estágio, o bebê consegue distinguir os 869 fonemas que 
foram mapeados em todos os idiomas do mundo, ou seja, os balbucios não são 
imitação da fala dos adultos e sim, a capacidade que o bebê tem de aprender 
qualquer idioma por causa disso. Apenas aos 10 meses, os bebês começam a se 
especializar no idioma a que são expostos em casa, à medida que seus neurônios 
vão se organizando para corresponder ao que ouvem rotineiramente. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
 
 
Por volta de 1 ano, as crianças começam a produção de linguagem, 
abandonando sons que não fazem parte da língua a que são expostas e entram no 
estágio de uma só palavra. Nesse estágio, as crianças já sabem que os sons têm 
significados e se treinados, conseguem fazer associações de nomes a objetos, 
pessoas, animais. Elas começam a falar, geralmente uma sílaba, que dentro do leito 
familiar é compreendida. 
Depois de 1 ano, as crianças começam a usar formas de linguagens mais 
complexas. Com cerca de 18 meses, elas aprendem novas palavras em uma 
velocidade impressionante e por volta dos dois anos já aprenderam em média 50 
palavras e entram no estágio de duas palavras. Nesse estágio, a criança já tem a 
capacidade de proferir frases curtas, com duas palavras, utilizando de uma fala 
telegráfica, proferindo sentenças que parecem um telegrama, onde as partes da 
frase que não são essenciais ao entendimento são omitidas (quero suco, pego 
lápis...). 
Alguns especialistas falam que existe um período crítico 
para o aprendizado e desenvolvimento da linguagem, 
pois essa é a fase que a criança está mais sensível aos 
sinais da língua e a adquire com mais facilidade. Se não 
forem expostas à linguagem nesse período, terão 
grandes dificuldades para superar essa falta. 
 
 
5 
 
Por volta dos 3 anos, a criança já apresenta palavras com plural e o tempo 
pretérito nos verbos. Nessa fase, geralmente ocorrem errospor que a criança tende a 
generalizar as regras gramaticais. 
Em torno dos 5 anos, a criança já adquiriu as regras básicas de linguagem, 
porém o vocabulário estará completo apenas mais tarde. 
2. Aquisição de Linguagem 
O processo de aquisição de linguagem ocorre de forma gradual e rápida em 
uma criança, entretanto ainda se discute quais razões para esse crescimento tão 
rápido. Os psicólogos oferecem três abordagens, que tentam explicar essas razões. 
A primeira é a abordagem da teoria da aprendizagem, que propõe que o 
aprendizado da linguagem acontece seguindo os princípios de reforço e 
condicionamento, ou seja, a criança aprende através da modelagem, quando 
corresponde a fala do adulto e é recompensada. Assim, a linguagem da criança vai se 
tornando mais próxima a linguagem do adulto. Quanto mais os pais estimularem a 
criança, falando com elas, mais elas desenvolvem a linguagem. Porém, essa 
abordagem ainda tem dificuldades de explicar o processo de aquisição de 
linguagem, porque mesmo que a criança fale certo ou errado a sentença, os pais 
respondem a solicitação da mesma forma, pois entendem o que a criança quer dizer. 
A segunda é a abordagem nativista, que compreende a linguagem como algo 
inato. Depois dessas questões com a abordagem da teoria da aprendizagem, o 
linguista Noam Chomsky propôs que os seres humanos nascem com uma 
capacidade inata para aprender a linguagem. De acordo com sua abordagem, todos 
os idiomas do mundo apresentam uma estrutura subjacente, que é comum, 
programada biologicamente e universal. O linguista argumentou que o cérebro 
apresenta um sistema neural herdado que permite compreender a estrutura que a 
linguagem fornece e essas capacidades nos ofertam as estratégias e técnicas para 
aprendermos o nosso idioma nativo, que apresentam características únicas. 
A terceira abordagem é a interacionista, que sugere que o desenvolvimento 
da linguagem ocorre com uma combinação de predisposições genéticas e a 
influência do ambiente. Essa abordagem propõe que o cérebro apresenta 
capacidade inata de aquisição da linguagem, mas juntamente com a exposição à 
linguagem que o ambiente promove é que essa linguagem é desenvolvida. 
Para todas essas abordagens, há quem defenda e quem critique, porém ainda 
há muita controvérsia pelos estudiosos de como a aquisição da linguagem ocorre. 
 
6 
 
Exercícios 
1) Como vimos nessa apostila, é na gramática que a linguagem se baseia. A 
gramatica traz os três elementos da linguagem. Podemos afirmar que esses 
três elementos são: 
 
a) Fonologia, linguística e semântica 
b) Semântica, sintaxe, linguagem 
c) Fonologia, semântica e sintaxe 
d) Fonema, linguística e semântica 
 
2) A fase de desenvolvimento da linguagem começa de forma simples indo para 
a complexidade. Mediante isso, podemos afirmar que: 
 
I. O estágio de balbucio inicia por volta de quatro meses do bebê e é quando a 
criança consegue distinguir os 869 fonemas de todos os idiomas. 
II. Por conseguir distinguir todos os fonemas, o bebê tem a capacidade de 
aprender qualquer idioma. 
III. O estágio de uma palavra se refere ao estágio em que a criança consegue 
distinguir os sons, fazendo associações de nomes a objetos. 
IV. A capacidade que o bebê tem de proferir palavras curtas e utilizar de 
linguagem telegráfica é o estágio de uma palavra. 
 
a) I e II estão corretas 
b) II e IV estão corretas 
c) I, II e III estão corretas 
d) Todas estão corretas 
 
3) Podemos afirmar que a abordagem interacionista compreende que a 
linguagem: 
 
a) Como algo inato e que o ser humano já nasce essa capacidade para aprender 
a linguagem. 
b) Ocorre como uma combinação de predisposições genéticas e a influência do 
ambiente. 
c) É aprendida através de reforço e condicionamento, onde a criança aprende 
através da modelagem. 
Gabarito 
1) Resposta C 
2) Resposta C – na sentença IV, a capacidade que o bebê tem de proferir 
palavras curtas e utiliza de linguagem telegráfica é o estágio de duas palavras 
e não o estágio de uma palavra. 
 
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3) Resposta B – a abordagem interacionista traz que existe uma combinação do 
fator genético com o fator do ambiente, que proporciona o aprendizado da 
linguagem. 
Resumo 
Nessa apostila vimos sobre os processos que compõe o desenvolvimento da 
linguagem. A linguagem é a comunicação de informações por meio de símbolos 
organizados, que possui regras sistemáticas e graças a ela, podemos transmitir 
conhecimentos da civilização de geração para geração. Através da linguagem 
podemos transmitir nossas ideias para as outras pessoas. 
A linguagem é crucial para comunicação e influencia a forma como nos 
colocamos no mundo e o compreendemos. A linguagem se baseia na gramática e 
essa traz três elementos da linguagem: a fonologia, que se caracteriza pelo estudo 
dos fonemas e que afetam, através dos sons, os significados daquilo que falamos; a 
sintaxe que se refere as regras que todo idioma possui, para que o mesmo faça 
sentido e a semântica que diz respeito ao significado de palavras e frases. 
Até os quatro meses de idade, a criança não possui linguagem, consegue 
distinguir sons de palavras, sendo caracterizado como a linguagem receptiva. 
 Após os 4 meses, o bebê entra na fase de linguagem produtiva, iniciando o 
estágio de balbucio, onde consegue distinguir todos os fonemas encontrados nos 
idiomas do mundo, o que demonstra que o bebê tem a capacidade de aprender 
qualquer idioma. Após 10 meses, o bebê se especializa no idioma para o qual é 
exposto e se não forem expostos a outros idiomas, começam a se tornar surdos para 
o aprendizado de outra língua. 
Por volta de um ano, a criança entra no estágio de uma só palavra, onde 
sabem que os sons têm significados e sendo ensinados, conseguem fazer a 
associação do nome ao objeto. Por volta dos dezoito meses, entram no estágio de 
duas palavras, conferindo a capacidade de falar frases curtas compostas por duas 
palavras, retirando as partes não essenciais da mensagem, algo conhecido como fala 
telegráfica. Aos três anos, a criança já fala palavras no plural e conseguem empregar 
o tempo pretérito dos verbos. Aos cinco anos, já adquiriu as regras básicas da 
linguagem. 
Existem três teorias que tentam explicar o processo de aquisição da 
linguagem. A abordagem da teoria da aprendizagem, que explana que o aprendizado 
da linguagem acontece através da modelagem, sendo recompensada todas as vezes 
que correspondem a fala do adulto. A segunda, a abordagem nativista, onde 
Chomsky propõe que a linguagem é uma capacidade inata do ser humano, onde 
todos os idiomas do mundo apresentam uma estrutura subjacente e comum, algo 
programado biologicamente e universal. 
A terceira abordagem é a interacionista, que sugere a combinação da 
predisposição genética e da influência do ambiente para a aquisição da linguagem. 
 
8 
 
Referências bibliográficas 
DAVID, G. Myers. DeWALL, C. Nathan;. Psicologia. Tradução: Cristiana de Assis Serra, 
Luiz Cláudio Queiroz de Faria. – 11. Ed. – Rio de Janeiro: LTC, 2017. 
 
FELDMAN, Robert S. Introdução a Psicologia. Tradução: Daniel Bueno, Sandra Maria 
Mallmann da Rosa; revisão técnica: Maria Lucia Tiellet Nunes. Porto Alegre: AMGH, 
2015. 
Referências imagéticas 
Figura 01. PIXABAY. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/homem-mulher-ponto-
de-interroga%C3%A7%C3%A3o-2814937/>. Acessado em 05/02/2019 às 10h41m.

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