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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Disciplina: Legislação Comercial – AD2_2019.1 Profª Debora Lacs Sichel Aluno: EDUARDO OLIVEIRA DA SILVA Matrícula: 18215060576 Polo: SÃO FIDELIS 1 - Pedro emitiu quatro cheques em 27 de março de 2018, mas esqueceu de depositar um deles. Tendo um débito a honrar com Kennedy e sendo Pedro beneficiário desse quarto cheque, ele o endossou em preto, datando no verso “dia 19 de maio de 2018”. Sabe-se que o quarto cheque foi emitido em Tibagi/PR para ser pago nessa praça, e que sua apresentação ao sacado ocorreu em 23 de maio de 2018, sendo devolvido por insuficiência de fundos. Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir. A) Considerando-se as datas de emissão e endosso do 4º cheque, qual o efeito do endosso? O endosso do cheque tem efeito de cessão de crédito, mesmo que tenha sido realizado após o prazo de apresentação, conforme previsto no Art. 27 da Lei nº 7.357/85. B) O portador poderá promover ação de execução em face de Pedro, no dia 11 de outubro de 2018, diante do não pagamento do cheque pelo sacado? Sim. Como vimos anteriormente, o fato de Pedro ter endossado o cheque após o prazo de apresentação, este ato tornou-se um efeito de cessão de crédito, porém legalmente, ele é o emitente e o responsável pelo pagamento perante o portador. Outro cenário é a possibilidade de ocorrer à execução, ainda que o cheque tenha sido apresentado após o prazo legal, de acordo com o Art. 15 da Lei nº 7.357/85. Também poderá ser promovida a execução pelo portador em face de Pedro, ainda que o cheque tenha sido apresentado após o prazo legal, com fundamento no Art. 47, inciso I, da Lei nº 7.357/85 OU na Súmula 600 do STF. 2 - Olímpio teve seu nome negativado pela emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos, apresentado pelo portador ao sacado por duas vezes e em ambas devolvido. O nome do devedor foi inscrito no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), sem que tenha havido notificação prévia do devedor, acerca de sua inscrição no aludido cadastro, por parte do Banco do Brasil S/A, gestor do CCF. Sentindo-se prejudicado pelos danos morais e materiais advindos da inscrição no CCF, Olímpio consulta seu advogado para que ele esclareça as questões a seguir. A) Houve conduta ilícita por parte do Banco do Brasil S/A? Não. O Banco do Brasil S/A não tem a responsabilidade e obrigatoriedade de notificar previamente um devedor sobre a inclusão de seu nome no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos, de acordo com o entendimento pacificado no STJ, contido na Súmula 572. B) A devolução do cheque por duas vezes impede o credor de realizar a sua cobrança judicial? Não. Mesmo após a 2ª devolução, o emitente é passível de cobrança judicial, pois o credor poderá promover a execução (ou ajuizar ação de execução) em face deste emitente, já que esse é responsável pelo pagamento perante o portador, novamente, conforme previsto nos Art. 15 da Lei nº 7.357/85 e/ou Art. 47, I, da Lei nº 7.357/85. 3. Uma nota promissória à ordem foi subscrita por A sem indicação da data de emissão e da época do pagamento. O beneficiário B transferiu o título para C mediante assinatura no verso e em branco, sem inserir os dados omitidos pelo subscritor. Com base na hipótese apresentada, responda aos questionamentos a seguir. A) Ao ser emitida, essa nota promissória reunia os requisitos formais para ser considerada um título de crédito? Não. Ainda que nesta promissória não indique a época do pagamento, o que a faz ser considerada à vista, a data de vencimento é um requisito legal essencial, de acordo com os artigos 75 e 76 da LUG. B) Impede o preenchimento do título o fato de C tê lo recebido de B sem que os dados omitidos pelo‐ subscritor tenham sido inseridos? Não. Mesmo quando o preenchimento deste título no ato da emissão não for completo, o mesmo poderá ser preenchido posteriormente pelo portador de boa-fé, mas esse deve fazê-lo até a cobrança ou protesto. Fundamentos: Art. 77 c/c Art. 10 da LUG e Súmula 387 do STF. 4. Antônio Carneiro sacou, em 02/12/2012, duplicata de prestação de serviço em face de Palmácia Cosméticos Ltda., no valor de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), com vencimento em 02/02/2013 e pagamento no domicílio do sacado, cidade de Barro. A duplicata não foi aceita, nem o pagamento foi efetuado no vencimento. Em 07/05/2017, o título foi levado a protesto e o sacado, intimado de sua apresentação no dia seguinte. Em 09/05/2017, o sacado apresentou ao tabelião suas razões para impedir o protesto, limitando se a invocar‐ a prescrição da pretensão à execução da duplicata, tendo em vista as datas de vencimento e de apresentação a protesto. O protesto foi lavrado em 10/05/2017, e Palmácia Cosméticos Ltda., por meio de seu Advogado ajuizou ação de cancelamento do protesto sem prestar caução no valor do título. Com base nas informações acima, responda aos itens a seguir. A) Deveria o tabelião ter acatado o argumento do sacado e não lavrar o protesto? Não. Conforme o Art. 9º, caput, da Lei nº 9.492/97, o tabelião não tem competência para conhecer e declarar a prescrição da ação executiva, mesmo que a alegação do sacado esteja legalmente amparada e comprovada. (“Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade”). B) Com fundamento na prescrição da pretensão executória, é cabível o cancelamento do protesto? Não. Com base no Art. 18, inciso I, da Lei nº 5.474/68, o protesto não deve ser cancelado porque o débito ainda existe, mesmo que não possa ser cobrado por meio de ação executiva. Este exemplo em particular, baseado nos Art. 70 e 71 da LUG, todos os prazos de fato já estavam prescritos, pois entre o vencimento (02/02/2013) e a apresentação da duplicata a protesto (07/05/2017) decorreram mais de 3 anos. Fontes: Fundação CECIERJ – Consórcio Cederj ( Livro de Legislação Comercial – Aula 10). Decreto n° 57.663 de 24 de janeiro de 1966 - Lei Uniforme de Genebra. LEI No 7.357, DE 2 DE SETEMBRO DE 1985. LEI Nº 9.492, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997. Sumulas do STJ.
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