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AD2 LITERATURA BRASILEIRA III

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AD2 LITERATURA BRASILEIRA III 
LETRAS/UFF 
JHONÃ NOGUEIRA MAGNANE 
 
 
 
 
Questão 1 (2,0): O Modernismo de 1922 travou interessantes diálogos com os 
Movimentos de Vanguarda que eclodiram na Europa no início do século XX, como, 
por exemplo, o Cubismo, o que influenciou a produção artística brasileira desse 
período. Nessa perspectiva, leia o poema “Hípica”, de Oswald de Andrade, e analise 
como o poeta se apropriou de técnicas cubistas para construir seu texto. 
 
Oswald de Andrade se apropria de técnicas cubistas em Hípica; podemos observar no 
poema o tempo presente: “E a orquestra toca”, já que o cubismo valorizava o ​agora​. O 
ilogismo e a linguagem caótica também estão presentes, pois o texto trabalha com diversos 
aspectos de uma mesma realidade dentro do contexto escolhido pelo poeta: os cavalos 
correndo e o público assistindo. Ele desloca o leitor de um lugar para outro de forma plural, 
criando uma justaposição de imagens de um mesmo local: “Saltos records/ Cavalos da 
Penha/ Correm jóqueis de Higienópolis/ (primeira imagem)/ Os magnatas/ As meninas/ 
(segunda imagem) E a orquestra toca/ (terceira imagem) Chá/ Na sala de cocktails/ (quarta 
imagem). 
 
Questão 2 (3,0): O crítico literário Antonio Candido, em Formação da literatura 
brasileira, põe em evidência o caráter inovador dos romances de Machado de Assis, 
na medida em que o escritor carioca rompeu com a tradição dos romances de 
costumes ao investir em obras que priorizavam uma sondagem psicológica de seus 
personagens. A partir da leitura do capítulo II de Dom Casmurro (1899-1900), 
intitulado “Do livro”, disserte sobre a importância desse movimento de ruptura 
machadiano para a Literatura Brasileira e explique como o relato de Bento Santiago 
no trecho destacado materializa essa questão. 
 
Resposta: Dom Casmurro é uma obra do final do século XIX para o começo do século XX, 
o que significa a chegada de uma sociedade moderna e capitalista, mas que ainda vivia 
com muitos hábitos e pensamentos conservadores, que é um dos temas principais do livro: 
o romance monogâmico entre um homem e uma mulher. 
A obra de Machado, conduzida sob a luz do realismo, questiona a todo tempo o verdadeiro 
conceito de verdade​, visto que nós, leitores, acompanhos tudo pela ótica de Bento 
Santiago. Neste livro temos as características marcantes do autor em diversas de suas 
obras, como a metalinguagem e o diálogo irônico com o leitor, o qual podemos ver em todo 
o Capítulo II - “Do Livro”, e, principalmente, quando o narrador termina falando diretamente 
conosco: “ É o que vais entender, lendo.” 
Essa ruptura marcante de Machado torna sua obra um marco para a Literatura Brasileira, 
como uma reinvenção dentro de um gênero. Não é por nada que, ainda em vida, o autor 
tenha sido respeitado e admirado por seus contemporâneos. 
 
 
Questão 3 (2,5): Aluísio Azevedo, ao escrever O cortiço (1890), apoiou-se na 
concepção de Naturalismo de Émile Zola, seguindo as tendências do Cientificismo, 
da Teoria Evolucionista e do Determinismo para construir seu romance. Assim, 
explique de que maneira é possível perceber a influência dessas teorias no trecho 
destacado da obra de Azevedo. 
 
Resposta: No geral, a obra O cortiço representa muito a ideia dos princípios do Naturalismo, 
onde o meio (mostrado de forma realista) influencia o comportamento dos personagens. No 
trecho “ em volta da bigorna dois homens, de corpo nu, banhados de suor e alumiados de 
vermelho como dois diabos, martelavam cadenciosamente sobre um pedaço de ferro em 
brasa[...]”, Azevedo relata de forma animalesca o calor de nosso país tropical. Tal 
animalização dos personagens (“...vermelho como dois diabos…”) também é uma 
característica da literatura naturalista. 
Em “...A Florinda, alegre, perfeitamente bem com o rigor do sol, a rebolar sem fadigas, 
assoviava os chorados e lundus que se tocavam na estalagem, e junto dela, a melancólica 
senhora Dona Isabel suspirava, esfregando a sua roupa dentro da tina, automaticamente, 
como um condenado a trabalhar no presídio; ao passo que o Albino, saracoteando os seus 
quadris pobres de homem linfático…”, nós vamos o determinismo presente, que fala muito 
sobre a caracterização de cada indivíduo dentro de uma determinada sociedade, dentro de 
um contexto definido. Ou seja, fala muito sobre papel social de um indivíduo dentro do meio. 
A influência evolucionista dentro da obra O cortiço se trata sobre o retrato de uma 
sociedade que está sempre mudando, evoluindo ​— tal como o personagem estrangeiro 
Jerônimo, que vai se “abrasileirando” ao longo do romance de Azevedo.

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