Buscar

O livro de Eulália

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prezado(a) aluno(a),
neste fórum avaliativo, você deve expor algum comentário, dúvida ou pergunta a respeito do tema Fonética, Fonologia e Ensino. Pedimos, sobretudo, que se vincule a teoria estudada às leituras que você fez dos textos referentes aos fichamentos de citação e também à obra A língua de Eulália, de Marcos Bagno, postada na 10ª semana. Inclusive, inserimos, entre os itens da semana corrente, um áudio em que comentamos, de forma ampla, a obra do linguista mencionado.
Você fará uma exposição mais rica e consistente se, por exemplo, citar passagens do texto (e comentá-las, obviamente), devidamente identificadas, em que sejam apontados o autor do texto e a respectiva página do trecho citado.
A proposta é que você inicie uma conversa e que também participe de outra ou outras estabelecidas por seu colega. No entanto, seu comentário sobre a postagem de outro estudante não pode se restringir a algo do tipo "parabéns", "concordo com você", "isso aí", etc. Ademais, cuide para que os tópicos não se repitam exaustivamente, tendo em vista a diversidade dos subtemas que podem ser relacionados. Sempre que possível, seu tutor a distância fará intervenções nos diálogos.
Aguardamos sua postagem!
RESUMO DO LIVRO “A LÍNGUA DE EULÁLIA”
O livro “a língua de Eulália” trata de um assunto que muitos conhecem com outros nomes, mas que na verdade é uma pluralidade linguística que se estende pelo nosso país, um país que usa, em sua grande maioria de habitantes a língua portuguesa (com suas variações) como idioma. Um problema grave, e que vem crescendo por falta de conhecimento é o preconceito linguístico sofrido por muitos brasileiros que possuem um modo de falar regionalizado, o que reflete bem a história da Dona Irene, Eulália, sua sobrinha e suas duas amigas, que vão descobrindo, pouco a pouco um universo de possibilidades antes desconhecidas tratando deste tema.
Neste livro, podemos ver a sociolinguística sendo tratada de uma forma séria e ao mesmo tempo divertida, como as pessoas que não conhecem essas variações podem produzir tanto uma situação de edificação quanto de destruição em termos de convivência social e pessoal, por causa do preconceito linguístico. Vera e suas amigas, que estão de férias, desembarcam numa cidade de interior onde há vários trabalhadores onde a escolaridade é baixa, gente humilde assim como Eulália, a empregada e amiga de sua tia que não teve a oportunidade de estudar, somente com a intervenção de Irene é que ela pôde de certa forma, ter acesso às letras e aprender a ler e escrever. Neste contexto, Vera e suas amigas aprenderam muito, (o mito da língua única, as variações da língua, o português de Portugal, diferenças fonéticas, sintáticas, etc..) talvez mais do que um dia aprenderiam nas suas faculdades.
Desse modo esse mito de que a língua é homogênea deve ser quebrado, afinal nem todos tem acesso à norma culta e os que chegam até ela se deparam com algo desconhecido, pois assim é ensinado para o aluno, como algum outro idioma e esse preconceito só irá gerar outros e outros.
Quando elas conheceram a história da norma-padrão, elas descobriram suas consequências quando ela é estabelecida, varrendo as demais variações para o campo dos “impróprios, feios, erradas e deficientes”. Partindo da história do Brasil colônia, elas puderam saber que o português formal foi empregado pelas classes sociais privilegiadas residentes das cidades mais avançadas como São Paulo e Rio de Janeiro, chegando a ser considerado como um padrão a ser imitado por todo o país, o que não aconteceu.
As meninas ao mesmo tempo em que iam aprendendo também se divertiam muito, Emília disse que “a língua é um balaio de variedades”, quando a Dona Irene começou a falar do português não padrão. Irene explica às meninas que a unidade linguística no Brasil não passa de um mito, uma ideia conveniente, porém falsa, e que prejudica a nossa educação.
Com tantas diferenças e também muita falta de conhecimento acerca do assunto principalmente por aqueles que deveriam passar o conhecimento, Dona Irene fala sobre esta questão da educação com uma comparação do curso de natação: “Na primeira aula, você e todos os demais alunos são jogados dentro do lado fundo da piscina. Aqueles que já souberem nadar conseguirão se salvar e prosseguirão no curso.
Os que não souberem, terão que se debater até chegar à beira da piscina e serão mandados embora. Outros, quem sabe, até morrerão afogados.”
É muito triste, mas é o que acontece corriqueiramente em nosso país, os alunos das classes desfavorecidas que não falam o português padrão são taxados e não são valorizados mesmo dentro do sistema educacional. Embora as discussões sobre variação linguística sejam constantes, principalmente no que se refere à valorização das diversas variações linguísticas no âmbito escolar, a escola ainda continua priorizando a variante padrão e condenando aquelas que não atendem ao padrão linguístico. Continuando com os ensinamentos, Dona Irene chega num ponto onde mostra as diferenças também na forma de escrever e de falar no sentido de tratamento, ela diz que a variedade de português em quenão existe o “lhê” é usada pelas pessoas menos prestigiadas da nossasociedade...
Essas classes sociais são os analfabetos, os trabalhadores rurais, e aqueles de baixa renda. Este tipo de variedade é algo de alvo fácil para todo o tipo de preconceito e julgamento negativo, diz Vera.
Numa noite, Emília diz à Irene que ela percebeu como Eulália conversa e não pratica as normas de conjugação verbal. Irene explica que, os falares regionais e não padrão são características de norte a sul do país, e que existe uma tendência generalizada a reduzir as seis formas do verbo conjugado a apenas duas.
Para exemplificar, Dona Irene mostrou às meninas novamente o quadro de comparação do PNP e PP.
As meninas analisaram, discutiram, e mostraram que entenderam o recado. Depois, Dona Irene explica algumas coisas do português clássico e do coloquial, passado, presente e futuro, sinônimos, coletivos, análise sintática e outras coisas...
Em todo o tempo em que as garotas estiveram na casa de dona Irene, os passeios que fizeram e todo o tipo de conversa que tiveram, nos restaurantes, enfim, serviram de salas de aula para as meninas, que iam aprendendo mais e mais neste contexto de férias escolares. Numa dessas conversas, Vera pergunta à sua tia se essas diferenças de língua escrita e língua falada existem em outras línguas. Irene respondeu rápido: “Em outras não, em todas”.
Dona Irene explica que, o fato é que existem graus de diferenças nessa distância entre as duas formas da língua, não existem nenhum sistema escrito capaz de reproduzir fielmente a riqueza da língua falada. Cada língua tem, então, duas histórias: uma história da língua falada e uma história da língua escrita.
Dona Irene conversou e explicou também sobre a assimilação, sendo uma força muito ativa na língua, acontece quando Há o encontro de dois sons muito parecidos se fundindo num só, o que explica a pronúncia de palavras como baxo, caxa, faxa, e outras. Há casos também, que este fenômeno passa pela língua escrita, trazendo palavras como garangueijo, bandeija, prazeiroso e etc. Emília, num instante falou que foram muitos nomes complicados numa aula só, e dona Irene diz que, no caso do estudo da fonética, ela nos ajuda a esclarecer uma grande quantidade de fenômenos que ocorrem na língua que usamos e aparentemente não possuem muita razão de ser. Numa outra aula com esses nomes complicados, Irene explicou sobre a contração das proparoxítonas (Sílabas tônicas antepenúltimas) em paroxítonas, já adiantando que uma característica comum no português não padrão é que nele as palavras proparoxítonas quase não existem.
Após exemplos e discussões, Silvia pergunta por que estas palavras ficaram assim, o que aconteceu? Irene, como sempre pronta para responder, explica que estas palavras sofreram uma contração para caberem no ritmo natural do PNP. Irene e as meninas ainda discutiram muito de mais assuntos da língua portuguesano decorrer dos dias, e passaram por assuntos desde corriqueiros na língua até os mais incompreensíveis à primeira vista.
Em um dia, em que Dona Irene e Eulália foram fazer compras em Campinas, as meninas ficaram sozinhas em casa, neste mesmo dia elas descobrem, sobre a mesa do café da manhã muitos recadinhos escritos por Irene endereçados a cada uma delas, todos escritos com mensagens de ensinamentos sobre a língua e seus efeitos, e alguns com frases desafiando o entendimento do português. Cada um dos recadinhos serviria de reflexão e uma preparação para a aula que Irene daria às meninas à noitinha. Quando Irene e Eulália voltaram, jantaram e mais tarde Irene deu a sua aula, conversando sobre a velha disputa entre “vendem-se casas e vende-se casas”, e seus respectivos usos entre os letrados e os não letrados. Dona Irene chama esta disputa de um “acerto comum do povo”.
Ela começa mostrando como base as regras gramaticais, sintaxe, plural e singular, verbo e sujeito... E como a maioria dos brasileiros acaba falando e escrevendo errado por apenas trocarem os seus respectivos lugares. Neste ponto Emília foi a que mais entendeu as explicações de Irene, ganhando elogios e a admiração de Irene. Muitos dias se passaram, muitas coisas estudaram e aprenderam, até que chegou o último dia de férias e Irene logo tratou de fazer um exercício para as meninas, oferecendo-lhes um texto para análise, que na verdade era um poema de Antônio Sales.
As meninas leram o texto, analisaram, fizeram as suas anotações e ideias. À tarde, elas se reuniram na escolinha de Irene para terem a última aula, onde já começaram a debater o tema, o poema “melancolia”.
Analisaram as palavras, os sentidos do texto, os termos figurados, seus significados, o PNP, PP, e sentimentos do próprio autor. Irene mostra às meninas as heranças que o nosso português herdou do latim, sendo este vocabulário regulado e padronizado ao longo do tempo. Terminado todas as explicações, chega a hora da partida para Vera e suas amigas Emília e Silvia, e todas vão para a rodoviária acompanhada por Dona Irene, Eulália e família.
Irene diz às meninas que pensa em colocar em seu livro o título de “o livro de Eulália”, e deixa a todos muito emocionados. Bom, o livro traz a tona o contexto de nossa língua, mostrando de forma clara que não existe o “certo e o errado”, afinal ela depende de muitos fatores, como os sociais, regionais, e muitos outros. Seja a língua francesa, alemã, espanhola, não se deve encarar como algo imutável, pois ela é viva e está em constante transformação neste mundo de falantes.

Continue navegando