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1
MÔNICA APARECIDA BRAGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
USO DE TESTOSTERONA COMO ESTERÓIDE 
ANABÓLICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA – SP 2005 
 2
MÔNICA APARECIDA BRAGA 
 
 
 
 
 
USO DE TESTOSTERONA COMO ESTERÓIDE 
ANABÓLICO 
 
 Nome do orientador: CÍNTIA DE LIMA ROSSI SILVA 
Monografia apresentada como 
requisito da disciplina Trabalho de 
Conclusão de Curso, do Curso de 
Ciências Biológicas. 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA – SP 2005 
 3
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS 
 
 Nome dos membros da banca examinadora: 
 
Cíntia de Lima Rossi Silva (orientadora) 
 
 
Maurício José Cividini Matthiesen 
 
 
___________________________________________________________________ 
Celina Almeida F. Mançanares 
 
Nota: 9,0 (nove) 
 
Aprovado em 03 de Novembro de 2005. 
 
 
 
 
 
 
___________________________________ 
Mônica Aparecida Braga R.A. 50.19.78 
 4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Agradeço 
 
 A Deus, por sempre nele 
acreditar tendo fé, esperança, 
sabedoria e coragem para seguir o 
caminho por onde ele nos guia. 
 A minha mãe, amada e 
paciente que é meu exemplo de vida 
e que sempre me incentivou e meu 
namorado Estevão dedicado e 
presente em todos os momentos de 
minha vida. A orientadora Cíntia que 
me auxiliou no desenvolvimento 
deste trabalho. 
 
 
 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Todo o que observa a lei da 
vida colhe o melhor e nunca 
é tarde para praticar os 
reclamos da natureza . Nunca 
é tarde e sempre vale a 
pena”. (Eliza M.S. Biazzi) 
 6
RESUMO 
 
 Nessa monografia foi analisado o tema Uso de Testosterona como Esteróide 
Anabólico, tendo em vista que atualmente cresce cada vez mais o número de 
usuários de anabolizantes, e o principal motivo do uso destas substâncias é o sonho 
de um corpo perfeito e forte. 
 A testosterona vem sendo utilizada desde os tempos antigos para que 
aumentasse a força dos trabalhadores, foi muito utilizada em guerras, para aumentar 
a agressividade dos soldados e também utilizada em alguns tratamentos de 
queimaduras e outras doenças. 
 Este hormônio esteróide é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres 
sexuais masculinos, incluindo formação do pênis e da bolsa escrotal. Os esteróides 
anabólicos androgênicos são substâncias químicas de derivação sintética, similares 
à testosterona, incluindo seus efeitos. 
 Mas seu uso pode causar muitos efeitos colaterais, como por exemplo, a 
ginecomastia, diminuição do pênis e também se tem os efeitos psíquicos como 
agressividade, irritabilidade e ilusões. 
 O grande problema que acerca os anabolizantes são as vendas ilegais e as 
falsificações. É preocupante, pois muitos anabolizantes são vendidos sem bulas e 
até mesmo em ampolas não esterilizadas, tendo o risco de provocar doenças 
contagiosas, sendo que muitas pessoas utilizam os anabolizantes sem saber as 
conseqüências de seu uso indiscriminado. 
 Na nossa Legislação é proibido o uso de anabolizantes sem que haja um 
motivo terapêutico e é proibida a venda destes compostos sem fiscalização. 
 
 7
SUMÁRIO 
 Pág. 
1 INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 
 
2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 
2.1 PESQUISAS ENVOLVENDO A TESTOSTERNA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 
2.2 EVIDÊNCIAS DO USO DE ESTERÓIDES ANABÓLICOS NA 2º. GERRA 
MUNDIAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
13 
2.3 OLIMPÍADAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 
 
3 FUNÇÕES REPRODUTIVAS, SECREÇÃO E METABOLISMO DO 
HORMÔNIO SEXUAL MASCULINO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
17 
3.1 TESTOSTERONA: O ESTERÓIDES ANABÓLICO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 
3.2 FUNÇÕES DA TESTOSTERONA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 
3.3 MECANISMO DE AÇÃO DOS ANABOLIZANTES. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . 23 
 
4 MÉTODOS E UTILIZAÇÃO DOS ESTERÓIDES ANABÓLICOS. . . . . . . . . 26 
4.1 CICLOS DOS ESTERÓIDES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 
4.2 USO DE ANABOLIZANTES ESTERÓIDES NA MEDICINA. . . . . . . . . . . . . 30 
4.3 ESTERÓIDES ANABÓLICOS MAIS UTILIZADOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 
 
5 EFEITOS ORGÂNICOS COLATERAIS DO USO DE TESTOSTERONA 
COMO ANABOLIZANTE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . 
35 
5.1 EFEITOS COLATERAIS PSCIOLÓGICOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 
 
 8
6 FALSIFICAÇÕES DOS ESTERÓIDES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 
6.1 VENDAS ILEGAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 
6.2 LEGISLAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 
 
 CONCLUSÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 
 
 ANEXO A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 
 
 ANEXO B. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 
 
 ANEXO C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 
 
 ANEXO D. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A tentação de ganhar músculos rapidamente leva cada vez mais jovens ao 
abuso dos esteróides sem orientação médica. Os efeitos colaterais, porém, podem 
ser devastadores. Depois das chamadas drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack e 
tantas outras) e das lícitas (fumo, álcool, anorexígeros, sedativos), uma nova droga 
começa a preocupar autoridades e profissionais da saúde em todo o mundo, os 
esteróides anabolizantes. A mídia internacional sempre veicula escândalos 
envolvendo atletas, treinadores e esportistas em virtude do uso indevido de 
esteróides. No Brasil, a preocupação não é tanta com os atletas, mas com aquele 
jovem adolescente que quer ganhar massa e músculos rapidamente um corpo 
atlético a curto prazo; entregando-se aos anabolizantes, muitas vezes receitados por 
instrutores e professores de educação física, sem nenhum conhecimento na área, 
que indicam e vendem essas drogas, podendo estas serem compradas, em 
farmácias, sem exigência de receita médica, apesar da tarja vermelha “venda sob 
prescrição médica” (RIBEIRO, 2000). 
 Existem dezenas de produtos a base de esteróides que entram 
clandestinamente no país e são vendidos em academias e farmácias. Muitas das 
substâncias vendidas como anabolizantes são falsificadas e acondicionadas em 
ampolas não esterilizadas ou misturadas a outras drogas. Alguns usuários chegam a 
utilizarprodutos veterinários à base de esteróides, sobre os quais não se tem 
nenhuma idéia dos riscos prováveis em humanos (CONCEIÇÃO et al, 1999). 
 10
 Atualmente o número de solicitação de informações sobre os esteróides 
anabólicos vêm crescendo gradativamente. No entanto, o uso abusivo e 
indiscriminado pode ocasionar efeitos colaterais graves, os quais são desconhecidos 
por muitos usuários (SANTOS, 2003). 
É particularmente perturbador o aumento da freqüência do seu uso entre os 
adolescentes, conforme detectado em estudos internacionais (NIDA - NATIONAL 
INSTITUTE ON DRUG ABUSE, 2001). 
 Os hormônios esteróides são produzidos pelo córtex da supra-renal e pelas 
gônadas (ovário e testículo). Os esteróides anabolizantes ou esteróides anabólico-
androgênicos (EAA) referem-se aos hormônios esteróides da classe dos hormônios 
sexuais masculinos, promotores e mantenedores das características sexuais 
associadas à masculinidade (incluindo o trato genital, as características sexuais 
secundárias e a fertilidade). Os esteróides anabólicos incluem a testosterona e seus 
derivados (GUYTON, 1992). 
 Este trabalho tem como objetivo informar sobre tais substâncias, em especial 
ao uso de testosterona como anabolizante, seus efeitos colaterais, seus 
mecanismos de ação e a respeito das proibições, das falsificações e vendas ilegais 
existentes ao uso destas substâncias. 
 
 
 
 
 
 
 
 11
 
 
2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS 
 
 Os esteróides anabólico-androgênicos são um grupo de compostos naturais e 
sintéticos formados pela testosterona e seus derivados (LISE et al, 1999). 
 A busca pela fonte da força humana é antiga. Centenas de anos antes do 
surgimento da palavra hormônio, a força e o poder foram atribuídos aos órgãos 
masculinos (SANTOS, 2003). 
 Na China, o Imperador Shen-Nung, cuja dinastia viveu cerca de 2.700 anos 
a.C., já conhecia os efeitos estimulantes da infusão de “machuang”, uma folha que 
contém altas concentrações de efedrina,1 e era rotineiramente utilizada para 
aumentar a capacidade de trabalho (Comitê Olímpico Brasileiro, 2004). De acordo 
com os relatos de Philostratus, já nos Jogos Olímpicos da Antigüidade, que foram 
iniciados no ano 800 A.C., os atletas bebiam chás de diversas ervas e comiam 
certos tipos de cogumelos buscando aumentar seu rendimento atlético nas 
competições (COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO, 2004). 
 Os povos primitivos comiam órgãos de animais, algumas vezes de humanos, 
na crença de assim aumentarem sua força, coragem ou função sexual. A prática da 
castração humana, provavelmente originada na Babilônia, evidenciou que a perda 
dos testículos significava para os machos não só a perda da fertilidade, mas também 
de sua força, seu poder e sua agressividade (SANTOS, 2003). 
 
1 Droga simpatomimética, porque imita os efeitos dos Hormônios Endógenos naturais como a 
Adrenalina e Noradrenalina, que agem no sistema nervoso Simpático de modo que desencadeia 
respostas orgânicas similares às produzidas por estas. 
 
 12
 2.1 – PESQUISAS ENVOLVENDO A TESTOSTERONA 
 Houve uma multiplicação nas pesquisas envolvendo os hormônios e o 
sistema endócrino com uma série de observações a respeito do controle hormonal, o 
que é feito e quais são os hormônios responsáveis por uma função especial (LISE et 
al, 1999). 
 Em 1849, um cientista alemão chamado Berthold fez uma experiência com 
pássaros. Mostrou que as mudanças nas penas, ocorridas quando eles foram 
castrados, poderiam ser prevenidas se os testículos removidos fossem 
transplantados para dentro da cavidade abdominal. Esse experimento tornou claro 
que a substância masculinizante ativa, estava na corrente sanguínea e não envolvia 
o sistema nervoso central (SANTOS, 2003). 
 No inicio da década de 50, os cientistas descobriram que a testosterona tinha 
duas qualidades distintas: anabólica e androgênica. Começou-se então a procurar 
uma maneira de separar essas características (YEASLIS, 1998 apud SILVA, 2002). 
 Nesta mesma época a testosterona foi utilizada sob forma oral e injetável no 
tratamento de alguns tipos de anemia, em doenças com perda muscular, bem como 
em pacientes pós-cirúrgicos para diminuir a atrofia muscular secundária (LISE et al, 
1999). 
 Em 1889, um médico francês chamado Charles – Edouard Brown-Séquard 
desenvolveu uma série de experiências em que injetava extratos feitos de testículos 
de animais em cães e até em si mesmo (HAYES, 2000 e YESALIS, 1998 apud 
SANTOS, 2003). 
 O Dr. Charles Kochakian foi o cientista mais importante na pesquisa 
hormonal, sendo considerado o pai dos esteróides anabólicos (YESALIS, 1998 apud 
SANTOS, 2003). Ele demonstrou que o hormônio extraído da urina dos machos 
 13
estimulava forte balanço nitrogenado positivo em cães castrados. Essa pesquisa 
estabelecia a propriedade anabólica e a construção de tecido pela testosterona 
(SANTOS, 2003). 
 Segundo YESALIS (1998) apud SILVA (2002) o nome esteróide vem de uma 
palavra grega que significa sólido. O corpo humano é capaz de produzir mais de 
seiscentos tipos diferentes de esteróides, incluindo a testosterona, e muitos deles 
manifestam as atividades do hormônio masculino. 
 
2.2 – EVIDÊNCIAS DO USO DE ESTERÓIDES ANABÓLICOS 
NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
 Cientistas alemães, trabalhando durante a Segunda Guerra Mundial, foram 
os primeiros a sintetizar os esteróides anabólicos. Alguns depoimentos pessoais 
sobre a Guerra revelaram que os alemães davam esteróides anabólicos às suas 
tropas com intenção de aumentar sua agressividade. Sabe-se, de fato, dos recordes 
físicos de Adolf Hitler, e que ele tomava esteróides anabólicos, especula-se que seu 
uso tenha ampliado sua personalidade agressiva (SANTOS, 2003). 
 O uso terapêutico da testosterona até esta época restringia-se ao tratamento 
de pacientes queimados, deprimidos ou em recuperação de grandes cirurgias. Nos 
anos 50, foi utilizada sob forma oral e injetável no tratamento de alguns tipos de 
anemia, em doenças com perda muscular, bem como em pacientes pós-cirúrgicos 
para diminuir a atrofia muscular secundária (GHAPHERY, 1995 apud LISE et al, 
1999). 
 Durante e imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, duas substâncias 
extremamente eficientes em aumentar de modo artificial a performance dos atletas 
 14
surgem no mercado: a anfetamina2 e os anabólicos esteróides. A anfetamina foi 
usada para melhorar a capacidade de combate de pilotos e comandos durante a 
guerra, eliminando a fome, a sede e a fadiga. Após o término desta guerra, os 
jovens soldados se converteram em atletas, e levaram aos estádios o seu 
conhecimento sobre este estimulante (COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO, 2004). 
 A partir disto, a testosterona começou a ser utilizada por atletas russos, 
europeus e americanos, esses atletas dominaram os esportes e os recordes 
mundiais precedentes. Uma década mais tarde, os esteróides estavam disponíveis 
no mercado (SILVA, 2002). 
 De acordo com SANTOS (2003) os esteróides anabólicos sintéticos foram 
criados por pequenas modificações na molécula da testosterona. As pequenas 
diferenças associadas a essas modificações resultaram em diferentes tipos de 
esteróides anabólicos, com diferentes propriedades. 
 
2.3 – OLIMPIADAS 
 De 1936 a 1964, seis Jogos Olímpicos foram realizados. Nesta época, foi 
evidente o uso do esporte como um instrumento da luta pela supremacia política, 
ademais de uma forma de promoção de raça, religião e formas de governo. As 
substâncias mais utilizadas neste período foram a anfetamina, nos esportes de tipo 
aeróbico, e os anabólicos esteróides. Depois de 1954, nos esportes de força epotência. O doping nos Jogos culminou com a morte de um ciclista finlandês por 
overdose de anfetamina em Roma (1960) e pelo uso massivo de esteróides 
 
2 As anfetaminas agem estimulando o sistema nervoso central através de uma intensificação da 
norepinefrina, que ativa partes do sistema nervoso simpático. Sendo, portanto, uma droga 
simpatomimética, levando o coração e os sistemas orgânicos a funcionarem em alta velocidade. 
 15
anabolizantes em Tóquio (1964), que repercutiu de uma forma extremamente 
negativa para o Movimento Olímpico (COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO, 2004). 
 Durante as Olimpíadas de Sidney, em 2000, a nandrolona foi o esteróide 
anabólico que ganhou destaque após a revelação do exame de diversos atletas 
importantes de modalidades esportivas que geralmente não empregavam 
anabolizantes. Dentre eles, o de Linford Christie (medalha de ouro olímpica em 
Barcelona em 1992) revelou a presença desse esteróide. Este fato gerou grande 
discussão em relação aos níveis aceitáveis de seu metabólito (SILVA, 2002). 
 O controle antidoping foi implantado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) 
no ano de 1968, de lá para cá a lista de substâncias proibidas vem crescendo 
paulatinamente, impulsionada tanto a um avanço nas técnicas de síntese de 
medicamentos, quanto pelas técnicas analíticas utilizadas para coibir o uso de 
dopping. As técnicas analíticas devem se desenvolver para possibilitar a detecção 
de novas substâncias e coibir o uso de doping, impedindo que este possa ocorrer 
sem que haja a possibilidade de detecção, como aconteceu recentemente com o 
escândalo da tetrahidrogestrinona (THG). O THG, que é um esteróide que foi 
recentemente modificado por químicos, tornando-o indetectável nos exames 
antidoping, foi utilizado por competidores norte-americanos durante a última 
olimpíada (COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO, 2004). 
 Além de uso médico, os esteróides tem propriedades capazes de aumentar a 
massa muscular, e por esse motivo são muito procurados por atletas ou pessoas 
que querem melhorar seu desempenho e sua aparência física (SANTOS, 2003 e 
SILVA, 2002). 
 16
 No Brasil não se tem estimativa acerca do perfil do usuário, mas sabe-se que 
o consumidor preferencial está entre 18 e 34 anos e, em geral, é do sexo masculino 
(SANTOS, 2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17
 
 
3 FUNÇÕES REPRODUTIVAS, SECREÇÃO E 
METABOLISMO DO HORMÔNIO SEXUAL MASCULINO. 
 
 As funções reprodutivas do homem podem ser divididas em três grupos 
principais: a espermatogênese, que se refere simplesmente à formação do esperma, 
o desempenho do ato sexual masculino e a regulação das funções reprodutivas 
masculinas pelos vários hormônios. Associados a essas funções reprodutivas estão 
os efeitos dos hormônios sexuais acessórios, metabolismo celular, crescimento e 
outras funções do organismo (GUYTON, 1992). 
 O testículo do adulto é um esferóide alongado com um volume médio de 
18,6+ ou – 4,8 mL. Eles se localizam no escroto, que não apenas serve como 
envoltório protetor, mas também ajuda a manter a temperatura testicular 
aproximadamente 2°C abaixo da temperatura abdominal. Em cada testículo, há 
quase 200m de túbulos seminíferos. Os aproximadamente 350 milhões de células de 
Leydig produtoras de androgênio, assim como os vasos sanguíneos e linfáticos, 
nervos e fibroblastos estão interpostos entre os túbulos seminíferos (BRAUNSTEIN, 
2000). 
 18
 
 Figura 1. Secção de um testículo. Vista Dorsal do testículo mostrando seu 
interior. (Fonte: VANDER 2001) 
 
Os testículos contêm dois componentes principais, estruturalmente distintos e 
com funções diferentes, sendo eles as células de Sertoli que tem como função 
estimular a produção de espermatozóides e as células de Leydig que produzem 
testosterona. As células de Leydig constituem o principal componente endócrino. O 
produto secretor primário destas células, a testosterona, é responsável pela 
diferenciação embrionária seguindo as linhas masculinas da genitália externa e 
interna, pelo desenvolvimento sexual secundário masculino na puberdade, bem 
como pela manutenção da libido e da potência no homem adulto. Os túbulos 
seminíferos são responsáveis pela produção de espermatozóides, cerca de 30 
milhões por dia, durante toda a vida reprodutiva masculina (NORMAN, 1997). 
 19
 
Figura 2. Corte transversal de um testículo. Observar as células em marrom 
estão dentro dos túbulos seminíferos, locais de produção de esperma. Os 
túbulos estão separados pelo espaço intersticial que contém células de Leydig 
e vasos sanguíneos. (Fonte: VANDER 2001) 
 
Os testículos secretam diversos hormônios sexuais masculinos, coletivamente 
denominados androgênios, incluindo testosterona, diidrotestosterona e 
androstenediona. Neste trabalho, será abordado apenas o hormônio testosterona, 
todavia, a testosterona é muito mais abundante do que os demais hormônios, de 
modo que ela pode ser considerada como o hormônio testicular fundamental. Mais 
de 95% da testosterona são secretados pelas células de Leydig testiculares, o resto 
provém das supra-renais. (BRAUNSTEIN, 2000). 
 20
 
3.1 – TESTOSTERONA: O ESTERÓIDE ANABÓLICO 
 A testosterona é formada pelas células intersticiais de Leydig localizadas nos 
interstícios entre os túbulos seminíferos, constituindo cerca de 20% da massa dos 
testículos do adulto. As células de Leydig quase não existem durante a infância, 
quando o testículo praticamente não secreta testosterona, todavia, são numerosas 
no lactente do sexo masculino (GUYTON, 1992). 
 O hipotálamo sintetiza um decapeptídio, hormônio de liberação da 
gonadotrofina (GnRH), e secreta-o em pulsos a cada 90-120 minutos para o sangue 
portal hipotalâmico-hipofisário. Após chegar a hipófise anterior, o GnRH liga-se aos 
gonadotrofos e estimula a liberação do hormônio luteinizante (LH) e, em menor 
extensão, o hormônio folículo estimulante (FSH), para a circulação geral. O LH é 
captado pelas células de Leydig, onde se liga à receptores específicos da 
membrana. A ligação de LH ao receptor leva à ativação da adenilil ciclase e à 
geração de AMPc e outros mensageiros que resultam na secreção dos 
androgênios. Por sua vez, a elevação dos androgênios inibe a secreção de LH pela 
hipófise anterior através da ação direta sobre a hipófise e um efeito inibidor em nível 
hipotalâmico. Tanto a hipófise quanto hipotálamo possuem receptores para o 
androgênio e estrogênio. Já o hormônio FSH é necessário para o inicio da 
espermatogênese (BRAUNSTEIN, 2000). 
 21
 
Figura 3. Padrão geral do controle reprodutivo. (Fonte: VANDER 2001) 
 
 A testosterona, após ser secretada pelos testículos, liga-se frouxamente à 
albumina plasmática ou mais fortemente a uma beta-globulina e circula na corrente 
sangüínea durante cerca de 30 minutos a 1 hora. Nesse período liga-se aos tecidos 
ou sofre degradação a produtos inativos que são subseqüentemente excretados 
(GUYTON, 1992). 
 
 
 22
3.2 – FUNÇÕES DA TESTOSTERONA 
 A testosterona é responsável pelas características peculiares do corpo 
masculino. Mesmo durante a vida fetal, os testículos são estimulados pela 
gonadotrofina coriônica proveniente da placenta, produzindo quantidades 
moderadas de testosterona durante todo o desenvolvimento fetal e durante três ou 
mais semanas após o nascimento (NORMAN, 1997). 
 A testosterona secretada inicialmente pelas cristas genitais e, mais tarde 
pelos testículos fetais é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais 
masculinos incluindo formação do pênise da bolsa escrotal em lugar da formação do 
clitóris e da vagina. Além disso, determina a formação da glândula prostática, das 
vesículas seminais e dutos genitais masculinos, suprimindo, ao mesmo tempo, a 
formação dos órgãos genitais femininos. Em geral, os testículos descem para a 
bolsa escrotal durante os dois últimos meses da gestação. Por conseguinte, o 
estímulo para a descida dos testículos é a testosterona, indicando ser um hormônio 
importante para o desenvolvimento sexual masculino durante a vida fetal. (GUYTON, 
1992). 
 Após a puberdade, o reinicio da secreção da testosterona determina aumento 
de até 8 vezes do tamanho do pênis, da bolsa escrotal e dos testículos antes dos 20 
anos de idade. Além disso, a testosterona induz, ao mesmo tempo, o 
desenvolvimento dos caracteres secundários do homem, que começa na puberdade 
e termina na maturidade (GUYTON, 1992). 
 De acordo com BRAUSNTEIN (2000) e WILMORE (2001) a testosterona 
provoca crescimento de pêlos, sobre o púbis, na face, geralmente no peito, nas 
axilas e com menos freqüência em outras regiões do corpo, como as costas. Além 
disso, faz com que os pêlos da maior parte das outras regiões do corpo se tornem 
 23
mais abundantes. Ela também diminui o crescimento de cabelos no alto da cabeça, 
isso em indivíduos que têm predisposição genética. Ela também provoca hipertrofia 
da mucosa da laringe e aumento desse órgão, determinando uma voz dissonante e 
rachada que gradualmente se transforma na voz grave típica do adulto do sexo 
masculino. Ela é responsável pelo aumento da espessura da pele em todo o corpo, 
bem como a consistência dos tecidos subcutâneos, ela também aumenta a 
velocidade de secreção de algumas glândulas sebáceas. Essa secreção excessiva 
na face pode causar acne, característica comum na adolescência. 
 Uma das características masculinas mais importantes consiste no 
desenvolvimento de maior musculatura após a puberdade resultando em aumento 
médio de cerca de 50% da massa muscular em relação à da mulher. Essa maior 
musculatura está associada a aumento de proteínas em outras partes do corpo. 
Muitas das alterações cutâneas também decorrem da deposição de proteínas na 
pele e as alterações da voz provavelmente resultam dessa função anabólica protéica 
da testosterona (GUYTON, 1992). 
 No homem adulto normal, a concentração plasmática de testosterona varia de 
300 a 1.000ng/dl e a taxa de produção diária está entre 2,5 e 11mg (GUYTON, 
1992). 
 
3.3 – MECANISMO DE AÇÃO DOS ANABOLIZANTES 
 O mecanismo de ação mais comum para a maioria dos hormônios é o 
mecanismo AMP cíclico. AMP significa adenosina monofosfato, composto 
semelhante ao ATP (Adenosina Tri-Fosfato), e por atuar na maioria dos hormônios é 
denominado mensageiro para mediação hormonal. O AMP cíclico é o mensageiro 
 24
mais estudado, pois no caso dos hormônios esteróides eles interagem diretamente 
com o receptor no citoplasma ou no núcleo (SANTOS, 2003 e WILMORE, 2001). 
 Os esteróides anabólicos utilizados pelos atletas são substâncias hormonais 
produzidas em laboratório e que acarretam efeito masculinizante, principalmente 
aumento na síntese de proteínas nas células. A biossíntese e o mecanismo do 
hormônio esteróide funcionam da seguinte forma: (WILMORE, 2001) 
¾ O colesterol é o precursor de todos os esteróides (WILMORE, 2001) 
¾ A testosterona presente no sangue atravessa com facilidade a parede da 
célula até chegar ao citoplasma. Exercendo sua influência sobre as células ou 
tecidos-alvo específicos através da interação exclusiva entre o hormônio e os 
receptores específicos do hormônio localizados no interior da célula 
(WILMORE, 2001). 
¾ Mesmo sendo um hormônio sintetizado, o anabolizante tem o mesmo formato 
do hormônio natural. No citoplasma da célula, essa substância liga-se aos 
receptores androgênicos, responsáveis exclusivos pelo transporte do 
hormônio masculino (WILMORE, 2001). 
¾ O complexo formado pela testosterona e pelo receptor androgênico entram no 
núcleo onde está o DNA da célula. Cada complexo combina-se com uma 
parte do DNA (ácido desoxirribonucléico) e forma o chamado RNA 
mensageiro (mRNA). O complexo esteróide-receptor acelera a produção de 
ácido ribonucléico (WILMORE, 2001). 
¾ O mRNA leva o código transmitido pelo DNA de volta ao citoplasma. A partir 
daí, inicia-se a fase efetiva de síntese protéica, pois os ribossomos (as 
estruturas plasmáticas onde são sintetizadas as proteínas) já podem 
transportar os formadores da proteína (WILMORE, 2001). 
 25
¾ Cada ribossomo que carrega um aminoácido se fixa em uma parte do RNA. 
Toda a fita do RNA formada por combinações recebe os ribossomos, e os 
aminoácidos vão se juntando até formar uma enorme cadeia. Essa cadeia é a 
proteína (WILMORE, 2001). 
¾ Quando o individuo usa anabolizante, há muitas partículas de hormônio 
masculino no citoplasma. Isso acelera a atividade da célula e provoca a 
síntese de mais proteínas que o normalmente observado em um organismo 
sem as substâncias sintéticas. Algumas dessas proteínas musculares são a 
actina e a miosina, proteínas contráteis produtoras de energia (LAMB, 1996). 
 
 Os esteróides anabólicos androgênicos são substâncias químicas de 
derivação sintética, similares à testosterona. Ao sintetizar essas substâncias, 
popularmente chamadas de anabolizantes, os químicos potencializaram seus efeitos 
anabólicos e reduziram os androgênicos. Ao usar uma substância cujas 
propriedades anabólicas foram reforçadas, o indivíduo tem a massa muscular e a 
força física significativamente aumentadas, com conseqüente aumento de 
rendimento esportivo (LIMA, 1999). 
 O mecanismo de ação dos esteróides anabolizantes inclui os efeitos: placebo, 
em nível psicológico; euforizante, diminuindo o cansaço; anticatabolizante, 
diminuindo a perda de massa muscular; aumento da utilização e da síntese protéica 
(RIBEIRO, 2000). 
 
 
 
 26
 
 
4 MÉTODOS E UTILIZAÇÃO DOS ESTERÓIDES 
ANABÓLICOS 
 Em relação à forma de uso, os esteróides anabólicos são administrados em 
“ciclos” que duram de 4 a 12 semanas, freqüentemente envolvendo várias drogas 
simultaneamente ou doses que são gradualmente aumentadas e a seguir diminuída, 
administradas por via oral e via intramuscular associadamente, com períodos de 
abstinência que variam entre um mês e um ano (MANETTA, 2000). 
 Estudos têm descrito que a forma com que os esteróides anabólicos são 
utilizados obedecem, basicamente, a três metodologias: a primeira, conhecida como 
"ciclo", refere-se a qualquer período de utilização de tempos em tempos, que varia 
de quatro a 18 semanas; a segunda, denominada "pirâmide", começa com pequenas 
doses, aumentando-se progressivamente até o ápice e, após atingir esta dosagem 
máxima, existe a redução regressiva até o final do período; e a terceira, conhecida 
como "stacking" (uso alternado de esteróides de acordo com a toxicidade), refere-se 
à utilização de vários esteróides ao mesmo tempo (SILVA, 2002). 
 Conforme WU (1997) apud SILVA (2002) há também o hábito comum de 
utilizar a mistura dos três métodos descritos acima. Os esteróides são 
administrados, geralmente, em doses suprafisiológicas que poderão chegar a até 
500mg por dia consumidas por varias semanas ou meses. 
 Estas doses usadas costumam ser 10 a 100 vezes maiores que as doses 
habitualmente preconizadas em tratamentos e estudos médicos (SANTOS, 2003). 
 
 27
 Como no caso de alguns andrógenos injetáveis usados em terapias com os 
nomes genéricos Testoject-50® de uso intramuscular, com dosagem de 10 a 50 mg 
3 vezes por semana, Testex, que se trata de uma solução oleosa para uso 
intramuscular, utilizado de 10a 25 mg 3 vezes por semana, Delatestryl-solução 
oleosa® para uso intramuscular, de 50 a 400 mg a cada 2 a 4 semanas e o Depo-
Testosterona® que se trata também de uma solução oleosa de uso intramuscular, 
de 50 a 400 mg a cada 2 a 4 semanas. Há também os andrógenos orais utilizados 
em terapia como o Danocrine® que são cápsulas de 200 a 800 mg diário, o 
Halotestin com tabletes de 2,5 a 20 mg diário, o Oreton®, Testred® e Virilon® sendo 
em tabletes e cápsulas de 10 a 50 mg diário e tabletes bucais de 5 a 25 mg diário. E 
o Oxandrin® com tabletes de 2,5 a 25 mg diário (SANTOS, 2003). 
 Os esteróides anabólicos sintéticos produzidos pela industria farmacêutica 
são apresentados de diversas formas: creme, spray nasal, supositório, selo de 
fixação na pele e sublingual, porém os mais conhecidos são os orais, em forma de 
comprimidos e dependendo da dosagem, a droga é usualmente parcelada durante o 
dia, injetáveis, estes esteróides devem ser utilizados via intramuscular e não 
intravenosa ou subcutânea (RIBEIRO, 2000). 
 O uso ilícito de esteróides pode levar o usuário a utilizar centenas de doses a 
mais do que aquela recomendada pelo médico. Freqüentemente, combinam 
diferentes esteróides entre si para aumentar a sua efetividade. Outra forma de uso 
dessas drogas é toma-las durante 6 a 12 semanas, ou mais e depois parar por 
várias semanas e recomeçar novamente (LISE et al, 1999). 
 Nos Estados Unidos, 50% dos usuários utilizam esteróides anabólicos por via 
intramuscular, sendo que 20% destes compartilham seringas, havendo grande risco 
de contraírem alguma doença infecto-contagiosa. RICH et al. (1999) relataram em 
 28
seu estudo a incidência de infecções decorrentes da administração de esteróides 
anabólicos por via intramuscular em atletas de culturismo e levantamento de peso. 
Foram encontrados três casos de infecção por HIV (heterossexuais que 
compartilharam seringas em várias ocasiões), um por hepatite B (conjuntamente 
com um dos casos de HIV), um por hepatite C, oito relatos de formação de 
abscessos (dois casos ocorreram depois do uso de um preparo de estanozolol 
veterinário contaminado, e os demais casos devido à falta de assepsia e pela 
procedência incerta das drogas), e outro de infecção por Candida albicans (por 
imunossupressão secundária pelo uso de anabolizantes por dois anos). 
 A sobrevida de um esteróide é o período em que ele continua ativo no 
sistema. Com uma sobrevida curta, as drogas orais, precisam ser administradas com 
mais freqüência. Dependendo da qualidade e da potência da droga, bem como as 
condições físicas da pessoa, muitos esteróides orais tem sobrevida em torno de 3 a 
4 horas. Devem, portanto, ser tomados várias vezes durante o ciclo do esteróide, 
acarretando enorme esforço ao fígado (LAMB, 1996). 
 Segundo SANTOS (2003) os esteróides injetáveis são considerados 
“seguros” pelos usuários, pois não precisam ser digeridos. Esteróides injetáveis têm 
geralmente sobrevida longa e é o escolhido pela grande maioria dos usuários 
experientes. 
 29
4.1 - CICLOS DOS ESTERÓIDES 
 As doses dos esteróides anabólicos que os indivíduos atletas tomam durante 
os ciclos, períodos que se prolongam de 6 a 18 semanas ou mais, são 
freqüentemente cem vezes maior que a dose terapêutica (CEBRID - CENTRO 
BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICÓTICAS, 1999). 
 De acordo com SANTOS (2003) a maneira mais eficaz de usar uma droga 
(com qualquer finalidade) é conseguir resultados máximos com uma dosagem 
mínima, e isso pode ser conseguido com os esteróides anabólicos, minimizando os 
efeitos colaterais a tal ponto que não cheguem de fato a ameaçar o individuo, desde 
que tanto órgãos (fígado, rim, coração) quanto funções do corpo permaneçam 
normais e saudáveis nesse período. O uso de esteróides pode acelerar uma 
resposta que o organismo daria em anos, ou até mesmo não o faria sem o seu uso, 
como tumores hepáticos, calvície e outros efeitos adversos. 
 Algumas medidas preventivas aos efeitos colaterais de esteróides anabólicos 
androgênicos começaram a ser adotadas pelos seus usuários. Como no caso dos 
esteróides orais, que por serem mais tóxicos ao fígado que os esteróides injetáveis, 
eles são evitados ou utilizados em menor quantidade (SANTOS, 2003). 
 São utilizadas drogas, com efeito, mais anabólico que androgênico, pois a 
qualidade anabólica está associada à qualidade de construir tecido muscular, 
enquanto a qualidade androgênica está associada ao efeito da feminilização nos 
homens e outros efeitos colaterais indesejáveis, e masculinizantes, nas mulheres 
como voz profunda, pele grossa, pêlo facial e corporal, etc (SANTOS, 2003). 
 Segundo SANTOS (2003) as drogas mais androgênicas são: Hemogenin e 
Dianabol. E as mais anabólicas são: Winstrol®, Deca®, Oxandrolona® e Equifort®. 
 30
 Todos que pretendem tornar-se usuários ou experimentar os esteróides 
deveriam primeiro compreender os efeitos positivos e negativos associados a seu 
uso. Quanto mais informações houver acerca da droga a ser utilizada e seus efeitos, 
menos nociva ela será. 
 Nos ciclos, o mais popular é o decanoato de nandrolona, conhecido 
geralmente com o nome comercial de deca-durabolin. Considera-se este de melhor 
relação ao efeito colateral, porque é um esteróide anabólico e não tem nenhuma 
propriedade androgênica significativa, mas a longo prazo, deixam resíduos 
detectáveis (CEBRID - CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE 
DROGAS PSICÓTICAS, 1999 E SANTOS, 2003). 
 Os ciclos não são fixos, mas sim fruto de trabalho especulativo e subjetivo. 
Sua variação é extensa, tanto em dosagem como em período (SANTOS, 2003). 
 
4.2 – USO DE ANABOLIZANTES ESTERÓIDES NA 
MEDICINA 
 Atualmente, para alguns tipos de doenças, são indicados medicamentos à 
base de anabolizantes esteróides, é o caso do hipogonadismo primário masculino, 
deficiência nutricional ou crônica, anemia refratária, edema angioneurótico 
hereditário e distrofias musculares (AIDS e doenças reumáticas). Mesmo assim, não 
deixam de ser observados os efeitos tóxicos causados pela administração desses 
medicamentos (DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO 
ESPORTE, 2003). 
 A testosterona é prescrita, normalmente, para o tratamento do câncer de 
mama na mulher, para a deficiência de androgênio, e para estimular crescimento, 
ganho de peso e produção de células vermelhas no sangue. São usados também 
 31
para ajudar pacientes em recuperação de cirurgias e tratamentos de câncer que 
resultaram em danos ao tecido muscular. Até o momento, muitos médicos estão 
experimentando o uso de esteróides anabólicos para tratar a andropausa, também 
chamada menopausa masculina, que provoca sintomas desagradáveis no homem a 
partir dos 50 anos, sendo muitas vezes confundida com estresse. Por isso, existe a 
reposição química, que diminui o envelhecimento e a degeneração do sistema 
hormonal (LAMB, 1996 e SILVA, 2002). 
 A FDA (FEDERAL DRUG ASSOCIATION) lista as seguintes indicações 
médicas aprovadas para o uso de EAA: ganho de peso por portadores de AIDS; 
diminuição da dor óssea na osteoporose; catabolismo induzido por corticosteróide; 
anemia grave; angioedema hereditário; câncer de mama metastático ou deficiência 
hormonal masculina (GIBSON, 1994 apud LISE et al, 1999). 
 Os esteróides anabólicos androgênicos são utilizados primariamente em 
indivíduos do sexo masculino com deficiência androgênica para o desenvolvimento e 
manutenção das características secundárias masculinas, em crianças com retardo 
de puberdade e adultos com insuficiência testicular. Quando há necessidade de 
reposição androgênica, as preparações parenterais (IM - INTRAMUSCULAR) são as 
mais efetivas. Tambémpodem ser utilizados sob forma de filmes de testosterona 
aplicados sobre a pele do escroto, permitindo a manutenção da concentração 
plasmática em níveis normais (LISE et al, 1999 e SILVA, 2002). 
 Por outro lado, são contra-indicações ao uso de esteróides: homens 
portadores de cânceres sensíveis (dependentes) a andrógenos, como o câncer 
prostático e em mulheres gestantes, uma vez que estes fármacos cruzam a placenta 
e podem causar masculinização em fetos femininos (GIBSON, 1994 apud LISE et al, 
1999). 
 32
4.3 – ESTERÓIDES ANABOLICOS MAIS UTILIZADOS 
 Os esteróides anabólicos androgênicos vêm despertando a atenção dos 
pesquisadores nas últimas décadas, devido ao seu envolvimento com esportes de 
alto nível (SANTOS, 2003). 
 O uso dos esteróides, compostos químicos que possuem mecanismo de ação 
semelhante à testosterona, em sua maioria, visam o aumento de massa muscular, 
com conseqüente incremento do metabolismo protéico (PERES, 1995). 
 Segundo o NIDA (NATIONAL INSTITUTE ON DRUG ABUSE) (2001) os esteróides 
anabólicos androgênicos mais consumidos são: 
 
Tabela – 1. Lista dos esteróides anabólicos androgênicos mais consumidos. 
Esteróides orais Esteróides injetáveis 
Anadrol® (oximetolona) Deca-Durabolin® (decanoato de nandrolona) 
Oxadrin® (oxandrolona) Durabolin® (feniilpropionato de nandrolona) 
Dianabol® (metandrostenolona) Deposteron® (cipionato de testosterona) 
Winstrol® (estanozolol) Equipoise® (undecilenato de boldenona) 
Hemogenin® (oximetalona) Testosterona cipionato® (cipionato) 
Fonte: SILVA et al, 2002. 
 
 Anadrol® é uma versão estrangeira da Oximetalona, comercializada no Brasil 
como nome de Hemogenin®, que se trata de um esteróide oral, indicado em terapias 
para o tratamento de anemia causada pela produção deficiente de eritrócitos. Sua 
ação androgênica é semelhante à da testosterona, ou seja, muito alta. Proporciona 
ganho rápido de força e volume muscular (SANTOS, 2003). 
 33
 Dianabol® foi desenvolvido em 1956, este foi o primeiro esteróide utilizado 
por atletas americanos, sendo o mais popular entre os atletas. Ele produz um efeito 
rápido e forte. De 4 a 5 comprimidos por dia são o suficiente para dar os resultados e 
o comportamento agressivo pode ser aumentado (SILVA, 1996). 
 Winstrol® é o nome comum para a droga estanozolol, este esteróide exibe 
baixo efeito colateral, e é indicado na terapia de algumas doenças. Este não é muito 
forte e pode ser combinado com outras drogas, é usado para reter água e gordura 
no organismo (LAMB, 1996). 
 Deca-durabolin® é indicado em terapias específicas e medidas dietéticas, 
sendo o favorito por muitos usuários e pesquisas revelam ser o mais disponível no 
mercado. A dosagem utilizada para os homens é de 200 a 400 mg por semana e, 
para as mulheres de 50 a 100 mg por semana. Esta droga apresenta alta retenção 
de nitrogênio, mas apresenta mínima toxidade ao fígado (RIBEIRO, 2000). 
 A deca-durabolin® se caracteriza como um esteróide anabólico que 
apresenta efeitos poupadores protéicos e anticatabólicos, além de efeitos favoráveis 
no metabolismo do cálcio. Sabe-se da literatura, que este anabólico não apresenta 
efeitos androgênicos. (CEBRID - CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES 
SOBRE DROGAS PSICÓTICAS, 1999). 
 A droga Durabolin® é quase idêntica a Deca-durabolin®, exceto pela 
velocidade de absorção. Ela age de maneira rápida no sistema e permanece ativa 
por menos de uma semana (SANTOS, 2003). 
 Deposteron® é um éster da testosterona, promovendo ganho rápido de força 
e volume muscular. Aumenta a retenção hídrica, promovendo, portanto, grande 
elevação na pressão arterial (LAMB, 1996). 
 34
 Equipoise® é uma droga de uso exclusivamente veterinário, mas há vários 
anos tem sido utilizada por fisioculturistas para aumento de força e volume. Possui 
efeito similar à Deca-durabolin (SANTOS, 2003). 
 A testosterona cipionato® é um éster em base oleosa de ação prolongada, 
promovendo aumento de força e tamanho (RIBEIRO, 2000). 
 Estudos mostram que os anabolizantes mais utilizados são Deca-durabolin® 
e Hemogenin®, sendo que a maioria dos usuários tem entre 18 e 26 anos de idade, 
em geral do sexo masculino, e os instrutores de academias os que mais indicam o 
uso dos anabolizantes (ARAÚJO et al, 2002). 
 Segundo SOUZA (2002) os anabolizantes vem sendo utilizados por 
adolescentes e pré–adolescentes, com fins de melhorar a aparência e melhor 
desempenho atlético. 
 No Brasil, CONCEIÇÃO et al., em 1999, realizaram estudo sobre o uso de 
EAA por praticantes de musculação das academias de Porto Alegre, demonstrando 
que 24,3% dos indivíduos usavam esteróides; em 34% dos casos as drogas eram 
utilizadas por vontade própria, em 34%, por indicação de outros atletas, em 19%, por 
indicação dos amigos, em 9%, por indicação de professores e, em 4% dos casos, 
sob prescrição médica. Os anabolizantes mais utilizados foram a nandrolona (37%), 
o estanozolol (21%) e a testosterona cristalizada (18%). Demonstrou-se, também, 
que 80% dos usuários de esteróides utilizam mais de um anabolizante e 35% 
experimentaram dependência física e psicológica; as principais motivações ao 
consumo dessas substâncias foram a aquisição de força (42,2%), aquisição de 
beleza (27,3%) e a melhora no desempenho (18,2%). 
 
 
 35
 
 
5 EFEITOS ORGÂNICOS COLATERAIS DO USO DE 
TESTOSTERONA COMO ANABOLIZANTE 
 
 Os anabolizantes agem no hipotálamo e na pituitária para suprimir a produção 
de GnRH, FSH e LH, causando uma diminuição na produção de testosterona natural 
nos testículos e também reduzindo ou cessando a produção de espermatozóides. 
Esse efeito não é sempre reversível, mesmo quando os andrógenos artificiais são 
suspensos. Cânceres da próstata são freqüentemente dependentes da testosterona 
(conseqüentemente, seu tratamento é feito por castração) e eles podem progredir 
rapidamente na presença de alto nível de andrógenos. Uma porcentagem de 
testosterona é convertida em estrogênio e alguns andrógenos artificiais possuem 
também efeitos de estrogênios, causando aumento do tecido dos seios por debaixo 
dos mamilos (ginecomastia). Isso é ocasionalmente visto, naturalmente, em garotos 
púberes e numa pequena porcentagem da população de homens adultos (RIBEIRO, 
2000 e SILVA, 2002). 
 Os principais efeitos colaterais do uso abusivo de esteróides são tremores, 
acne grave, retenção de líquidos, dores nas juntas, aumento da pressão sangüínea, 
alteração do metabolismo do colesterol – diminuindo o HDL (high density = alta 
densidade a boa forma do colesterol) e aumentando o LDL (low density = baixa 
densidade (o mau colesterol) com aumento do risco de doenças coronarianas, pois o 
uso dos esteróides eleva o nível do colesterol no sistema, causando engrossamento 
nas paredes das artérias e pode constituir ameaça à vida, alterações nos testes de 
 36
função hepática, icterícia e tumores no fígado, exacerbação da apnéia do sono, 
estrias e maior tendência às lesões do aparelho locomotor, pois as articulações não 
estão aptas para o aumento de força muscular. Além desses, aqueles que fazem 
uso de injeções ainda correm o perigo de compartilhar seringas e contaminar-se com 
o vírus da AIDS ou hepatite C (KOZIRIS, 2000 e WILMORE, 2001)). 
 As drogas de uso oral estão mais associadas aos tumores do fígado, à 
icterícia obstrutiva, à formação de cistos hepáticos hemorrágicos, ao 
desencadeamento do diabetes e às doenças cardíacas coronarianas. Os 
mecanismos das doenças são: maior metabolismo hepático das drogas, aumento da 
resistência celular à insulinae depressão do HDL-colesterol. As drogas injetáveis 
produzem ginecomastia e maior tendência para a trombose cerebral e periférica, em 
virtude da maior formação metabólica de hormônios femininos (estrogênios) 
(SANTOS, 2003; PAGNANI, 2005; MANETTA, 2000 e WILMORE, 2001). 
 No homem: diminuição ou atrofia do volume testicular, redução da contagem 
de espermatozóides, impotência, infertilidade, calvície, desenvolvimento de mamas, 
dificuldade ou dor para urinar, aumento da próstata, ginecomastia nem sempre 
reversível e estimulo sexual excessivo (RIBEIRO, 2000; SANTOS, 2003 e SILVA, 
2002). 
 Na mulher: crescimento de pêlos com distribuição masculina, alterações ou 
ausência de ciclo menstrual, aumento do clitóris, voz grossa e diminuição de seios 
(atrofia do tecido mamário) (RIBEIRO, 2000 e LISE et al, 1999). 
 No adolescente: maturação esquelética precoce com fechamento prematuro 
das epífises ósseas, baixa estatura e puberdade acelerada, levando a um 
crescimento raquítico (SANTOS, 2003; SILVA, 2002 e KOZIRIS, 2000). 
 37
 Durante o uso dos esteróides anabolizantes, geralmente em períodos de seis 
a oito semanas, ocorre acentuada diminuição da fertilidade, produzindo um efeito 
deletério na secreção gonadotrófica, interferindo na espermatogênese, aumentando 
a libido e tendo uma diminuição da testosterona endógena (TELOKEN, 2000 e 
KOSIRIS, 2000). 
 Muitos usuários ficam dependentes do esteróides por conta do mal-estar 
produzido pela supressão da droga, e é muito comum a necessidade de intervenção 
psiquiátrica. O retorno aos níveis normais de produção hormonal costumam ocorrer 
em cerca de três meses após o fim do ciclo, mas existem relatos de hipogonadismo 
permanente em conseqüência de muitos anos de utilização contínua de esteróides 
anabolizantes. A fertilidade normal pode tardar de seis meses a um ano, justificando 
a proposta de utilização dos esteróides androgênicos como anticoncepcionais 
masculinos (SANTOS, 2003; LISE et al, 1999 e MANETTA, 2000). 
 As mortes que têm sido associadas aos esteróides anabolizantes parecem 
ser decorrentes do uso contínuo prolongado ou doses abusivas. As causas dos 
óbitos foram infartos cardíacos, trombose cerebral, hemorragia hepática, 
sangramento de varizes do esôfago, miocardiopatia, metástases de tumores da 
próstata e do fígado, infecções por depressão da imunidade ou contaminação por 
medicamentos falsificados (RIBEIRO, 2000). 
 
5.1 – EFEITOS COLATERAIS PSICOLÓGICOS 
 Nem todos os efeitos colaterais podem ser tratados e/ou evitados. Um efeito 
colateral muito evidente é o distúrbio mental de comportamento. Uma vez que um 
indivíduo experimentou o aumento da força e do peso associado com o uso dos 
esteróides, torna-se difícil parar. Percebendo que não se pode manter todos os 
 38
ganhos adquiridos, a dependência mental instala-se (WILMORE, 2001 e MANETTA, 
2000). 
 O abuso de anabolizantes pode causar variação de humor, incluindo 
agressividade e raiva incontroláveis, levando a episódios violentos como suicídios e 
homicídios, principalmente conforme a freqüência e o volume usados. Usuários 
apresentam sintomas depressivos ao interromperem o uso e sintomas de síndrome 
de abstinência, o que pode contribuir para a dependência. Ainda podem 
experimentar um ciúme patológico, quadros maníacos e esquizofrenóides, extrema 
irritabilidade, ilusões, (podendo ter uma distorção de julgamento em relação a 
sentimentos de invencibilidade), distração, euforia, confusão mental e 
esquecimentos, além de alterações da libido e suas conseqüências (RIBEIRO, 2000 
e CEBRID - CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS 
PSICÓTICAS, 1999). 
 Segundo SANTOS (2003), com o uso de dosagens elevadas de esteróides 
anabólicos androgênicos, em um ciclo de longo prazo, homens e mulheres podem 
desenvolver extrema agressividade no comportamento ou “raiva do esteróide”. Na 
maioria das vezes essa raiva resulta em perda de amizades, destruição (de 
relacionamentos, de ambientes), auto-destruição e incapacidade de controlar o 
comportamento. Um outro efeito colateral psíquico negativo é o sentimento de 
depressão. 
 
 
 
 
 39
 
 
6 FALSIFICAÇÕES DOS ESTERÓIDES 
 
 Além do perigo pelo uso dos esteróides, ainda existe outro fator negativo: as 
falsificações. Alguns casos de falsificações contêm apenas substâncias inertes ou 
droga não-ativa, sem efeito algum, a não ser o efeito placebo. As diferenças entre as 
drogas verdadeiras e as falsas são muitas, entre elas a bula, que nas falsas são 
ásperas e não simétricas e o impresso é desbotado, já nas legitimas são muitas 
vezes laminadas e protegidas contra raio UV, ou envernizadas para impedir que 
desbotem, nas falsas o número do lote e a data de vencimento são muitas vezes 
deslocados, enquanto nas legitimas o número é normalmente impresso com rolo de 
metal que deixa clara a identificação da data (SANTOS, 2003). 
 Como alguns anabolizantes têm uso terapêutico, eles estão à venda em 
farmácias, muitas das quais, no Brasil, não exigem receita médica para vende-los ou 
aplica-los. Nos Estados Unidos o comércio de anabolizantes é absolutamente 
controlado, e a sua venda no mercado paralelo é crime. Lá a receita com a 
prescrição do anabolizante deve ser apresentada e é retida pelo farmacêutico. Por 
outro lado, esse controle rigoroso alimenta o mercado paralelo, que chega a 
movimentar US$ 1 bilhão por ano. Como a via legítima está controlada, a ilegal 
prolifera. No entanto, o mercado paralelo no Brasil, conta, por exemplo, com uma 
espécie de máfia nas academias (LIMA, 1999). 
 A maioria dos falsificadores está no mercado para fazer dinheiro rápido, e 
para isso precisa vender bem. Existem versões no mercado negro que não existem 
 40
nas versões originais, portanto é necessário tomar cuidado com o que se adquire e 
saber sua procedência, pois a informação é a melhor arma para todos os fatores que 
envolvem o uso de esteróides (SANTOS, 2003 e RIBEIRO, 2000). 
 
6.1 – VENDAS ILEGAIS 
 No Brasil, tem-se o uso indevido de especialidades médicas vendidas 
livremente nas farmácias ou de fórmulas obtidas em farmácias de manipulação, que 
utilizam sais legalmente importados, como oxandrolona, estanozolol e testosterona. 
Também se encontra abuso de substâncias destinadas a uso veterinário, 
principalmente para eqüinos (LISE et al, 1999). 
 É preocupante a compra de produtos importados ilegalmente ou compra 
ilegal de produtos fabricados em outros países, alguns com bula em língua 
estrangeira ou sem bula. Alguns destes produtos são falsificados e vendidos em 
ampolas não esterelizadas. E também não há publicações por órgãos oficiais ou na 
literatura médica recente que tornem claro a real situação do uso indevido dos 
esteróides anabólicos no Brasil e suas conseqüências físicas e psíquicas. 
 O núcleo científico do Comitê de Adolescência desencadeou campanha por 
uma circular de alerta a todos os setores da Saúde, Educação e Esporte, 
encaminhando documento esclarecedor sobre os riscos do uso dos esteróides, 
principalmente a todas as academias de esportes do país e também aos políticos, 
para evitar o uso incontrolado de tais medicamentos (RIBEIRO, 2000). 
 A associação Brasileira de Combate ao Doping tem feito uma campanha 
educativa com manuais explicativos, guias informativos, cartazes e até um disque 
denuncia, com o objetivo de ressocializar o dependente químico de esteróides 
anabolizantes (PAGNANI, 2005). 
 41
 
6.2 - LEGISLAÇÃO 
 No ano de 2000, o Presidente da República Fernando Henrique Cardoso 
sancionou uma Lei em que se torna restrito a venda de esteróides ou peptídeos 
anabolizantes. 
 Esta Lei n° 9.965publicada em 27 de Abril de 2000 restringe a venda dos 
esteróides, sendo estes permitidos a venda somente com retenção e apresentação, 
pela farmácia ou drogaria, da cópia carbonada de receita emitida por médico ou 
dentista devidamente registrados nos respectivos conselhos profissionais. 
 O desrespeito desta lei levará a uma infração sanitária, estando o infrator 
sujeito as penalidades previstas na Lei n°6.437, de 20 de agosto de 1977, sem 
prejuizo das demais sanções civis ou penais. Em 11 de Janeiro de 2002, o 
Presidente da República Fernando Henrique Cardoso sancionou a lei Antidrogas 
(Lei n° 10.409/02). Esta Lei diz respeito da prevenção, tratamento, fiscalização, 
controle e repressão à produção, ao uso e ao tráfico ilícitos de produtos, substâncias 
ou drogas ilícitas que causem dependência física ou psíquica. 
 Conforme a Portaria 344, de 12 de maio de 1998, o controle e a fiscalização 
da produção, comércio, manipulação e uso dessas substâncias serão executados 
em conjunto com as autoridades sanitárias dos Ministérios da Saúde, da Fazenda, 
da Justiça e seus congêneres nos Estados, municípios e Distrito Federal. 
 
 
 
 
 42
 
 
 
 
Conclusão 
 
 O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça 
à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais 
e culturais de todos os Estados e sociedades. 
 Suas conseqüências infligem considerável prejuízo às nações do mundo 
inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os cantos da sociedade e 
por todos os espaços geográficos, afetando homens e mulheres de diferentes grupos 
étnicos, independentemente de classe social e econômica ou mesmo de idade. 
 É surpreendente, o que acontece com as pessoas e principalmente os 
adolescentes que insistem em usar anabolizantes, sabe-se que seu uso pode trazer 
alguns benefícios, mas os malefícios também ocorrem e estão em maior número. De 
fato, muitos dos que fazem uso destas substâncias não estão cientes das 
conseqüências que pode trazer o uso ilícito destas drogas, é necessário ao menos 
que os usuários destas substâncias saibam como elas agem no organismo, para que 
assim possam compreender o porque que elas fazem mal ao organismo, pois pelo 
menos assim seria um uso consciente da droga e não como acontece na maioria 
dos casos em que os usuários utilizam tais substâncias porque algum amigo ou 
 43
instrutor de academia disse que é bom utilizar e que isso deixa a pessoa mais forte, 
sem ter conhecimento algum do produto que será utilizado. 
 É importante que os profissionais da saúde estejam atentos ao fato e 
questionem durante a entrevista o uso de anabolizantes. Pais, educadores e 
profissionais da saúde devem sempre esclarecer sobre os riscos do uso dos 
esteróides, principalmente as academias de esportes do país para evitar o uso 
indiscriminado de tais medicamentos. 
 Para que o uso de esteróides anabolizantes seja desencorajado firmemente, 
sendo que a descoberta inicial pode determinar uma intervenção precoce diminuindo 
as chances de um prejuízo maior à saúde. 
 Parece claro que, atualmente, informações erradas ainda prevalecem sobre 
as informações farmacológicas corretas. É necessária informação, educação e 
divulgação das implicações do uso indiscriminado destas drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44
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M.A. Esteróides anabolizantes no esporte. Rev Bras Med Esporte, Porto Alegre – 
RS: vol.8, no.6, p.235-243, Dez 2002. 
 
Brasília Lei nº. 9.965 de 20 de abril de 2000, Trata sobre a restrição da venda de 
esteróides ou peptídeos anabolizantes; 
 
Brasília Lei n°. 6.437 de 20 de agosto de 1977. Trata-se de uma infração 
sanitária do desrespeito da lei n° 9.965; 
 
Brasília Lei n°. 10.409 de 11 de janeiro de 2002. Trata-se da prevenção, 
tratamento, fiscalização, controle e repressão à produção, ao uso e ao tráfico 
ilícitos de produtos, substâncias ou drogas ilícitas que causem dependência 
física ou psíquica; 
 
Brasília Portaria 344 de 12 de maio de 1998. A fiscalização de drogas serão 
executadas pelas autoridades sanitárias; 
 
 
 
 49
 
ANEXO A - Estágio Supervisionado - 2005 
Curso de Ciências Biológicas 
Formulário para descrição de atividades de estágio – anexo à monografia 
Aluno: Mônica Aparecida Braga 
Entidade/Empresa/Instituição onde realizou os estágio: Farmácia de Manipulação Herbanário 
Arruda e Marques Ltda.ME 
Responsável/Orientador do estágio: Vanessa Alves Arruda 
Período (mm/aaaa): 01 de 2005 
Tempo total do estágio (horas): 100 
 
Relato das atividades desenvolvidas: 
 
 Nesta empresa foram realizadas atividades práticas desenvolvidas de acordo 
com o setor, sendo elas: pesagem de insumos inertes e farmacêuticos, 
encapsulamento de cápsulas gelatinosas, preparação de base para xaropes, bases 
cosméticas, soluções e diluições e analise físico química de insumos farmacêuticos, 
comparando com literatura especifica. Além do acompanhamento da rotina da 
farmácia. 
 
 
 
 
 
 50
 
 
ANEXO B - Estágio Supervisionado - 2005 
Curso de Ciências Biológicas 
Formulário para descrição de atividades de estágio – anexo à monografia 
Aluno: Mônica Aparecida Braga 
Entidade/Empresa/Instituição onde realizou os estágio: Laboratório de Ciências Morfológicas 
(Histologia) UNIfeob 
Responsável/Orientador do estágio: Celina Almeida Furlanetto Mançanares 
Período (mm/aaaa): 2 a 03 de 2005 
Tempo total do estágio (horas):40 
 
Relato das atividades desenvolvidas: 
 
 Durante este estágio realizei diversas atividades, entre elas, organização dos 
reagentes do armário; organização do laboratório e das caixas de Histologia que são 
usadas em sala de aula. Coleta de material, para posterior ser desidratado em uma 
série de alcoois crescentes (70 a 100%), em seguida este material foi diafanizado 
em xilol e incluido em parafina. Destes materiais foram obtidos cortes com 
espessura de 5 micrometrosµ e foram corados em diversas colorações H E 
(hematoxilina-eosina), Azul de Toluidina, Picrosírius, Reação de PAS e Tricromo de 
Masson. 
 
 
 51
 
ANEXO C - Estágio Supervisionado - 2005 
Curso de Ciências Biológicas 
Formulário para descrição de atividades de estágio – anexo à monografia 
Aluno: Mônica Aparecida Braga 
Entidade/Empresa/Instituição onde realizou os estágio: Farmácia de Manipulação Líder Ltda 
Responsável/Orientador do estágio: André Luis Rotolo Silva 
Período (mm/aaaa): 04 de 2005 
Tempo total do estágio (horas): 80 
 
Relato das atividades desenvolvidas: 
 
 Foram realizadas atividades no Laboratório de Sólidos como pesagem de 
insumos inertes e farmacêuticos, encapsulamento de cápsulas gelatinosas, no 
laboratório de semi-sólidos e líquidos como a preparação de base para xaropes, 
bases cosméticas, soluções e diluições e no laboratório de controle de qualidade 
como analise físico química de insumos farmacêuticos, comparando com literatura 
especifica. Além do acompanhamento da rotina da farmácia. 
 
 
 
 
 
 52
 
ANEXO D - Estágio Supervisionado - 2005 
Curso de Ciências Biológicas 
Formulário para descrição de atividades de estágio – anexo à monografia 
Aluno: Mônica Aparecida Braga 
Entidade/Empresa/Instituição onde realizou os estágio: International Paper do Brasil Ltda 
Responsável/Orientador do estágio: Mirela B.B. de Oliveira 
Período (mm/aaaa): 07 de 2005 
Tempo total do estágio (horas): 160 
 
Relato das atividades desenvolvidas: 
 
 Realizei este estágio no Parque Florestal São Marcelo na área de Educação 
Ambiental, no programa de Educação e Conscientização Ambiental para filhos de 
funcionários, tendo um acompanhamento de todo o programa, desde sua 
organização como planejamento das datas, convite e confirmação das crianças por 
telefone, acompanhamento do programa todos os dias, sendo que cada dia foi 
especifico para cada idade que variou de 7 a 18 anos, com mudanças na 
programação de acordo com a idade. Durante o dia eram realizadas várias 
avaliações sobre o programa e no final do dia eram contabilizados os dados para 
preparação do relatório. 
 O Programa tinha várias etapas, e a cada uma delas havia uma charada para 
conseguir o pedaço da mandala, e o grupo que conseguisse os quatro pedaços da 
 53
mandala seria o vencedor, mas no final todos os grupos tinham a mandala, sendo o 
objetivo da atividade a união dos indivíduos do grupo e o cuidado com a natureza, 
em todos os momentos do programa, desde o café da manhã onde aprendiam sobre 
a coleta seletiva de lixo, e então partiam para o museu de animais e para o criadouro 
de animais. 
As pessoas obtinham informações sobre a biologia de cada animal, então 
visitavam a casa da Dona Zefa, onde aprendiam sobre a cultura cabocla e 
finalmente passavam por uma trilha onde obtinham informações sobre mata ciliar, 
mudas de animais e parasitismo.

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