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NOÇÕES DE ÉTICA
1 
 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES DE ÉTICA 
& 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 
 
 
 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
2 
 
NOÇÕES DE ÉTICA 
 
ÉTICA: Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta 
do ser humano. 
MORAL: Conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados válidos, 
quer de modo absoluto ,quer para grupo ou pessoa determinada. 
Segundo Valls “ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode 
ser a própria realização de um tipo de conhecimento”1. Neste espírito 
necessitamos compreender estas duas dimensões do conceito. 
A ética “é a intenção da vida boa para si e para o outro, em instituições 
justas”, conforme conceito descrito por Paul Ricoeur2. Estes são os três 
elementos básicos da intenção ética. Ou seja, é a intenção de uma vida 
realizada sob o signo das ações estimadas boas; é o cuidado consigo e com o 
outro para que possamos viver bem. 
Este conceito de “viver bem consigo e com o outro”, conforme Ricoeur3, 
evoca, ainda, a idéia de estima e solicitude que contribuem para estabelecer a 
igualdade entre as pessoas. Esta intenção do bem-viver deve envolver de 
algum modo o sentido da justiça, isso é exigido pela própria noção do outro. 
Para isso é preciso entender por “instituição”, nesse primeiro nível de 
investigação, como sendo todas as estruturas do viver-em-comum de uma 
comunidade, com suas relações interpessoais e específicas. E a justiça 
consiste, precisamente, em atribuir a cada um a sua parte. 
Éticai vem do grego ethos, que significa analogamente “modo de ser” ou 
“caráter” e “costume”, assentam-se num modo de comportamento que não 
 
1 VALLS, Álvaro. Ética.Editora Brasiliense:São Paulo,1994,p07. 
2 RICOEUR, Paul. Em Torno ao Político. Trad. Marcelo Perine. Edições Loyola: São Paulo, 1995, p 162. 
3 RICOEUR, Paul. Em Torno ao Político. Trad. Marcelo Perine. Edições Loyola: São Paulo, 1995, p 164. 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
3 
corresponde a uma disposição natural, mas que é adquirido ou conquistado por 
hábito4 
De acordo com Vásquez5, a ética é a teoria ou ciência do comportamento 
moral dos homens em sociedade. Ou seja, ela estuda uma forma de 
comportamento que os homens julgam valioso e, além disto, obrigatório e 
inescapável para a convivência. A ética não cria a moral. Conquanto seja certo 
que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de 
comportamento, não é a ética que os estabelece numa determinada 
comunidade. 
As questões éticas estão cada vez mais visíveis na cena pública brasileira 
dada a multiplicação de casos de corrupção e, sobretudo, a reação da 
sociedade frente a um tal grau de desmoralização das relações sociais e 
políticas6. Com os escândalos e as denuncias de corrupção expostas pela 
mídia, refletir sobre essas questões traz à tona os conceitos éticos que 
envolvem a busca por melhores ações tanto na vida pessoal como na vida 
pública. 
A ética é pautada na conduta responsável das pessoas. E a importância 
da escolha de um político com esse caráter é a fim de diminuir o mau uso da 
máquina pública e evitar que ele venha auferir ganhos e vantagens pessoais. 
As normas morais apenas fornecem orientações cabendo, apenas ao 
político determinar quais são as exigências e limitações e decidir-se entre 
a melhor alternativa de ação. Essa preocupação relaciona-se com a 
responsabilidade que eles têm em atender as demandas, com integridade e 
eficiência, no papel de representante democrático. 
E esse ato de “pensar moralmente” é que introduz o senso ético das nossas 
ações, ela deve ser entendida como esta reflexão crítica sobre a dimensão 
humana - o compromisso diante da vida - que contribui para o estabelecimento 
 
4 VASQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Trad. De João Dell’ Anna. 19ª ed. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 1999, p 24 
5 VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Trad. De João Dell’ Anna. 19ª ed. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 1999, p 22 
6 ROSENFIELD, Denis. A Ética na Política: Venturas e desventuras brasileiras. 1ª ed. São Paulo: 
Brasiliense, 1992, p 43-44. 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
4 
das relações do ser humano com o outro, numa convivência pacífica a fim de 
evitar as vantagens desleais e as práticas que prejudiquem a sociedade em 
geral. 
Diante destes conceitos, sobre a necessidade da adoção de um 
comportamento correto do homem e levando-se em conta a proximidade das 
eleições, verificamos a necessidade de uma investigação sobre a opinião das 
pessoas com relação à ética. 
Partindo do conceito de ética, que implicar em “conhecer porque certas 
coisas nos convêm e outras não”, ou de “saber distinguir entre o bom e o mau”7 
é que pretendemos verificar qual a visão que os eleitores têm da ética na 
política, tentar descobrir o que eles entendem por ética e ainda, o que eles 
esperam de um político ético. 
"A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não 
são fáceis de explicar, quando alguém pergunta”.(VALLS, Álvaro L.M. O que é 
ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993, p.7) 
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos 
juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de 
qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à 
determinada sociedade, seja de modo absoluto”. 
Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: 
⇒ Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas; 
⇒ Ética é permanente, moral é temporal; 
⇒ Ética é universal, moral é cultural; 
⇒ Ética é regra, moral é conduta da regra; 
⇒ Ética é teoria, moral é prática. 
 
 
7 SAVATER, Fernando. Ética Para Meu Filho. São Paulo: Martins Fontes. 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
5 
Vários pensadores em diferentes épocas abordaram especificamente 
assuntos sobre a ÉTICA: Os pré-socráticos, Aristóteles, os Estóicos, os 
pensadores Cristãos (Patrísticos, escolásticos e nominalistas), Kant, Espinoza, 
Nietzsche, Paul Tillich etc. 
Passo a considerar a questão da ética a partir de uma visão pessoal através 
do seguinte quadro comparativo: 
Ética Normativa Ética Teleológica Ética Situacional 
 
Ética Moral Ética Imoral Ética Amoral 
Baseia-se em princípios e 
regras morais fixas 
 
Baseia-se na ética dos fins: 
“Os fins justificam os meios”. 
 
Baseia-se nas circunstâncias. 
Tudo é relativo e temporal. 
Ética Profissional e Ética 
Religiosa: As regras devem ser 
obedecidas. 
Ética Econômica: O que 
importa é o capital. 
Ética Política: Tudo é possível, 
pois em política tudo vale. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
6 
Ética empresarial 
A ética empresarial pode ser entendida como um valor da organização que 
assegura sua sobrevivência, sua reputação e, conseqüentemente, seus bons 
resultados. Para Moreira, a ética empresarial é "o comportamento da empresa - 
entidade lucrativa - quando ela age de conformidade com os princípios morais 
e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas)." 
IMPORTANCIA 
Aplicar a ética nas profissões e organizações, é considerado um fator 
importantíssimo para a sobrevivência das mesmas, inclusive de pequenas e 
grandes empresas. Estas vêm percebendo a necessidade de utilizar a ética, 
para que o “público” tenha uma melhor visualização do seu “slogan”, que 
permitirá, ou não, um crescimento da relação entre funcionários e clientes. 
Desse modo, é relevante ter consciência de que toda a sociedade vai se 
beneficiar através da ética aplicada dentro da empresa, bem como os clientes, 
os fornecedores, os sócios, os funcionários, o governo... Se a empresa agir 
dentro dos padrões éticos, ela só tende a crescer, desde a suaestrutura em si, 
como aqueles que a compõem. 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 
Quando a empresa tira vantagem de clientes, abusando do uso dos 
anúncios publicitários, por exemplo, de início ela pode ter um lucro em curto 
prazo, mas a confiança será perdida, forçando o cliente a consumir produtos da 
concorrência. Além disso, recuperar a imagem da empresa não vai ser fácil 
como da primeira vez; 
A ética na empresa visa garantir que os funcionários saibam lidar com 
determinadas situações e que a convivência no ambiente de trabalho seja 
agradável. 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
7 
A ÉTICA DO LUCRO 
O lucro é a parte sensível de uma organização, por isso exige cuidado no 
momento do planejamento para a obtenção do mesmo. Isto significa que ser 
antiético, enganando seus clientes, não é uma boa idéia para a empresa que 
almeja desenvolver-se e crescer perante à concorrência. 
Assim, pode-se deduzir que a obtenção do lucro é um dos fatores advindos 
as satisfação dos clientes, pois o lucro é objetivo dos negócios, que as 
empresas desenvolvem para cumprir sua meta, tendo como retorno o resultado 
dos serviços prestados. [3] 
VALORES ÉTICOS 
São um conjunto de ações éticas que auxiliam gerentes e funcionários a 
tomar decisões de acordo com os princípios da organização. Quando bem 
implementado, os valores éticos tendem a especificar a maneira como a 
empresa administrará os negócios e consolidar relações com fornecedores, 
clientes e outras pessoas envolvidas. [4] 
 
CÓDIGO DE ÉTICA 
É um instrumento criado para orientar o desempenho de empresas em suas 
ações e na interação com seu diversificado público. Para a concretização deste 
relacionamento, é necessário que a empresa desenvolva o conteúdo do seu 
código de ética com clareza e objetividade, facilitando a compreensão dos seus 
funcionários. 
Se cada empresa elaborasse seu próprio código, especificando sua 
estrutura organizacional, a atuação dos seus profissionais e colaboradores 
poderia orientar-se através do mesmo. O sucesso da empresa depende das 
pessoas que a compõe, pois são elas que transformam os objetivos, metas, 
projetos e até mesmo a ética em realidade. Por isso é importante o 
comprometimento do indivíduo com o código de ética. [5] 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
8 
 
Ou seja, o conceito de ética empresarial ou organizacional (ou ainda de ética 
nos negócios) tem a ver com este processo de inserção. A empresa ou 
entidade deve estar presente de forma transparente e buscando sempre 
contribuir para o desenvolvimento comunitário, praticando a cidadania e a 
responsabilidade social. Atentam-se contra a cidadania, ferem a ética 
empresarial. 
 A ética social se pratica internamente, recrutando e formando profissionais 
e executivos que compartilham desta filosofia, privilegiando a diversidade e o 
pluralismo, relacionando-se de maneira democrática com os diversos públicos, 
adotando o consumo responsável, respeitando as diferenças, cultivando a 
liberdade de expressão e a lisura nas relações comerciais. 
Ainda que se possa, filosófica, doutrinaria e ideologicamente, conceber 
conceitos distintos para a ética social, há algo que não se pode ser contrariado 
jamais: a ética social é um atributo indispensável para as organizações que 
querem manter-se vivas no mercado e a sociedade está cada vez mais alerta 
para os desvios de conduta das organizações. 
 Valer-se do abuso econômico, constranger adversários que exprimem 
idéias distintas, desrespeitar os funcionários, impondo-lhes condições adversas 
de trabalho, agredir o meio ambiente, não priorizar a qualidade na fabricação 
de produtos ou na prestação de serviços e usar procedimentos escusos para 
obter vantagens a todo custo (corrupção, manipulação de balanços, formação 
de cartéis etc) são alguns destes desvios que afastam a empresa de sua 
verdadeira função social. 
" A ética não é um valor acrescentado, mas intrínseco da atividade 
econômica e empresarial, pois esta atrai para si uma grande quantidade de 
fatores humanos e os seres humanos conferem ao que realizam, 
inevitavelmente, uma dimensão ética. A empresa, enquanto instituição capaz 
de tomar decisões e como conjunto de relações humanas com uma finalidade 
determinada, já tem, desde seu início uma dimensão ética. 
 Uma ética empresarial não consiste somente no conhecimento da ética, 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
9 
mas na sua prática. E este praticar concretiza-se no campo comum da atuação 
diária e não apenas em ocasiões principais ou excepcionais geradoras de 
conflitos de consciência. Ser ético não significa conduzir-se eticamente quando 
for conveniente, mas o tempo todo". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
10 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚLICO 
Discorrer sobre o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal é o objetivo do presente artigo. 
O Decreto n° 1.171, de 22 de junho de 1994, aprovou esse código. 
Vamos iniciar a nossa exposição técnico-informativa falando sobre 
alguns aspectos do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
Federal. As Regras Deontológicas, presentes no Capítulo I, desse 
ordenamento cita que a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência 
dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor 
público federal. O inciso II traz a seguinte regra: O servidor público não 
poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não 
terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o 
conveniente e o inconveniente, o oportuno, mas principalmente entre o 
honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e 
§ 4°, da Constituição Federal. 
A moralidade da Administração Pública é clareada, no inciso III do 
Código Ética Funcional, quando relata que aquela não deve se limitar somente 
com a distinção ente o bem e o mal. O fim almejado deve ser sempre o bem 
comum. O agente público tem o dever de buscar o equilíbrio entre a legalidade 
e a finalidade na tentativa de proporcionar a consolidação da moralidade do ato 
administrativo praticado. 
Entre os deveres do servidor público federal (inciso XIV, c) tem-se que o 
mesmo deve ser probo, reto, leal e justo. 
O inciso XIV, d, menciona que o agente deve ter a consciência que seu 
trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada 
prestação dos serviços públicos. 
Outro dever fundamental do servidor público é resistir a todas as 
pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
11 
que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em 
decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las. 
Esse código estabelece, também, algumas vedações, presentes na 
Seção III, inciso XV, que devem ser observadas pelos servidores públicos 
federais. Destacamos algumas condutas proibidas, quais sejam: 
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e 
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de 
direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; 
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda 
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer 
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua 
missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; 
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; 
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de 
seu serviço, em beneficio próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; 
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a 
empreendimentosde cunho duvidoso. 
No Capítulo II está prevista a criação de uma Comissão de Ética, 
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor 
público, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, 
competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento 
susceptível de censura. 
O código serve para estimular o comportamento ético do servidor 
público, já que o mesmo é de livre adesão. 
É de bom alvitre se mencionar que esse código não foi instituído por lei 
em sentido estrito. Assim o descumprimento desse código não acarreta 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
12 
nenhuma responsabilidade administrativa do agente público que violar os seus 
preceitos. A penalidade prevista nele é a de censura. Por outro lado, o código 
serve para estimular o comportamento ético do servidor público, já que o 
mesmo é de livre adesão. Urge que se divulgue, amplamente, os deveres e as 
vedações previstas através de um trabalho de cunho educativo com os agentes 
públicos federais. 
Aliás, como membro de órgão correcional, sempre defendi e continuarei 
defendendo com energia e entusiasmo a tese da prevenção antes da punição 
disciplinar. Acredito na orientação pedagógica como ferramenta indispensável 
para estabelecer normas que impeçam a proliferação de procedimentos 
disciplinares. Porém, mesmo sabendo que a abertura de um processo 
administrativo disciplinar, que recepciona os princípios constitucionais do 
contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal (due process of 
law), deve trazer o sucesso da apuração efetiva dos faltosos, não vejo com 
bons olhos a defesa de que o trabalho de “apagar incêndio” possibilita a 
presença, a um só tempo, da ação correicional repressiva para os acusados e 
preventiva para os demais servidores públicos. 
Por outro lado, mesmo tendo ciência de que os servidores federais, em 
sua esmagadora maioria, foram recrutados através de concurso de elevado 
nível, perfeitamente conscientes, pois, das normas disciplinares estatuídas nos 
artigos 116 e 117, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ratifico o 
pensamento da reciclagem constante de todos na área disciplinar. 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
13 
INSATISFAÇÃO COM A CONDUTA ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 
A insatisfação com a conduta ética no serviço público é um fato que vem 
sendo constantemente criticado pela sociedade brasileira. De modo geral, o 
país enfrenta o descrédito da opinião pública a respeito do comportamento dos 
administradores públicos e da classe política em todas as suas esferas: 
municipal, estadual e federal. A partir desse cenário, é natural que a 
expectativa da sociedade seja mais exigente com a conduta daqueles que 
desempenham atividades no serviço e na gestão de bens públicos. 
Para discorrer sobre o tema, é importante conceituar moral, moralidade 
e ética. A moral pode ser entendida como o conjunto de regras consideradas 
válidas, de modo absoluto, para qualquer tempo ou lugar, grupo ou pessoa 
determinada, ou, ainda, como a ciência dos costumes, a qual difere de país 
para país, sendo que, em nenhum lugar, permanece a mesma por muito 
tempo. Portanto, observa-se que a moral é mutável, variando de acordo com o 
desenvolvimento de cada sociedade. Em conseqüência, deste conceito, 
surgiria outro: o da moralidade, como a qualidade do que é moral. A ética, no 
entanto, representaria uma abordagem sobre as constantes morais, aquele 
conjunto de valores e costumes mais ou menos permanente no tempo e 
uniforme no espaço. A ética é a ciência da moral ou aquela que estuda o 
comportamento dos homens na sociedade. 
A falta de ética, tão criticada pela sociedade, na condução do serviço 
público por administradores e políticos, generaliza a todos, colocando-os no 
mesmo patamar, além de constituir-se em uma visão imediatista. 
É certo que a crítica que a sociedade tem feito ao serviço público, seja 
ela por causa das longas filas ou da morosidade no andamento de processos, 
muitas vezes tem fundamento. Também, com referência ao gerenciamento dos 
recursos financeiros, têm-se notícia, em todas as esferas de governo, de 
denúncias sobre desvio de verbas públicas, envolvendo administradores 
públicos e políticos em geral. 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
14 
A questão deveria ser conduzida com muita seriedade, porque desfazer 
a imagem negativa do padrão ético do serviço público brasileiro é tarefa das 
mais difíceis. 
Refletindo sobre a questão, acredita-se que um alternativa, para o 
governo, poderia ser a oferta à sociedade de ações educativas de boa 
qualidade, nas quais os indivíduos pudessem ter, desde o início da sua 
formação, valores arraigados e trilhados na moralidade. Dessa forma, seriam 
garantidos aos mesmos, comportamentos mais duradouros e interiorização de 
princípios éticos. 
Outros caminhos seriam a repreensão e a repressão, e nesse ponto há 
de se levar em consideração as leis punitivas e os diversos códigos de ética de 
categorias profissionais e de servidores públicos, os quais trazem severas 
penalidades aos maus administradores. 
As leis, além de normatizarem determinado assunto, trazem, em seu 
conteúdo, penalidades de advertência, suspensão e reclusão do servidor 
público que infringir dispositivos previstos na legislação vigente. Uma das mais 
comentadas na atualidade é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece 
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. 
Já os códigos de ética trazem, em seu conteúdo, o conjunto de normas a 
serem seguidas e as penalidades aplicáveis no caso do não cumprimento das 
mesmas. Normalmente, os códigos lembram aos funcionários que estes devem 
agir com dignidade, decoro, zelo e eficácia, para preservar a honra do serviço 
público. Enfatizam que é dever do servidor ser cortês, atencioso, respeitoso 
com os usuários do serviço público. Também, é dever do servidor ser rápido, 
assíduo, leal, correto e justo, escolhendo sempre aquela opção que beneficie o 
maior número de pessoas. Os códigos discorrem, ainda, sobre as obrigações, 
regras, cuidados e cautelas que devem ser observadas para cumprimento do 
objetivo maior que é o bem comum, prestando serviço público de qualidade à 
população. Afinal, esta última é quem alimenta a máquina governamental dos 
recursos financeiros necessários à prestação dos serviços públicos, através do 
pagamento dos tributos previstos na legislação brasileira – ressalta-se, aqui, a 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
15 
grande carga tributária imposta aos contribuintes brasileiros. Também, destaca-
se nos códigos que a função do servidor deve ser exercida com transparência, 
competência, seriedade e compromisso com o bem estar da coletividade. 
Os códigos não deixam dúvidas quanto às questões que envolvem 
interesses particulares, as quais, jamais, devem ser priorizadas em detrimento 
daquelas de interesses públicos, ainda mais se forem caracterizadas como 
situações ilícitas. Dentre as proibições elencadas, tem-se o uso do cargo para 
obter favores, receber presentes, prejudicar alguém através de perseguições 
por qualquer que seja o motivo, a utilização de informações sigilosas em 
proveito próprio e a rasura e alteração de documentos e processos. Todas elas 
evocam os princípios fundamentais da administração pública: legalidade, 
impessoalidade, publicidade e moralidade – este último princípio intimamente 
ligado à ética no serviço público. Além desses, também se podem destacar os 
princípios da igualdade e da probidade. 
Criada pelo Presidente da República em maio de 2000, a Comissão de 
Ética Pública entende que o aperfeiçoamento da conduta ética decorreria da 
explicitação de regras claras de comportamento e do desenvolvimento de uma 
estratégia específica para a sua implementação. Na formulação dessa 
estratégia, a Comissão considera que é imprescindível levarem conta, como 
pressuposto, que a base do funcionalismo é estruturalmente sólida, pois deriva 
de valores tradicionais da classe média, onde ele é recrutado. Portanto, 
qualquer iniciativa que parta do diagnóstico de que se está diante de um 
problema endêmico de corrupção generalizada será inevitavelmente 
equivocada, injusta e contraproducente, pois alienaria o funcionalismo do 
esforço de aperfeiçoamento que a sociedade está a exigir. Afinal, não se 
poderia responsabilizar nem cobrar algo de alguém que sequer teve a 
oportunidade de conhecê-lo. 
Do ponto de vista da Comissão de Ética Pública, a repressão, na prática, 
é quase sempre ineficaz. O ideal seria a prevenção, através de identificação e 
de tratamento específico, das áreas da administração pública em que 
ocorressem, com maior freqüência, condutas incompatíveis com o padrão ético 
almejado para o serviço público. Essa é uma tarefa complicada, que deveria 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
16 
ser iniciada pelo nível mais alto da administração, aqueles que detém poder 
decisório. 
A Comissão defende que o administrador público deva ter Código de 
Conduta de linguagem simples e acessível, evitando termos jurídicos 
excessivamente técnicos, que norteie o seu comportamento enquanto 
permanecer no cargo e o proteja de acusações infundadas. E vai mais longe ao 
defender que, na ausência de regras claras e práticas de conduta, corre-se o 
risco de inibir o cidadão honesto de aceitar cargo público de relevo. Além disso, 
afirma ser necessária a criação de mecanismo ágil de formulação dessas 
regras, assim como de sua difusão e fiscalização. Deveria existir uma instância 
à qual os administradores públicos pudessem recorrer em caso de dúvida e de 
apuração de transgressões, que seria, no caso, a Comissão de Ética Pública, 
como órgão de consulta da Presidência da República. 
Diante dessas reflexões, a ética deveria ser considerada como um 
caminho no qual os indivíduos tivessem condições de escolha livre e, nesse 
particular, é de grande importância a formação e as informações recebidas por 
cada cidadão ao longo da vida. 
A moralidade administrativa constitui-se, atualmente, num pressuposto 
de validade de todo ato da administração pública. A moral administrativa é 
imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da 
instituição a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum. O 
administrador público, ao atuar, não poderia desprezar o elemento ético de sua 
conduta. 
A ética tem sido um dos mais trabalhados temas da atualidade, porque 
se vem exigindo valores morais em todas as instâncias da sociedade, sejam 
elas políticas, científicas ou econômicas. 
É a preocupação da sociedade em delimitar legal e ilegal, moral e 
imoral, justo e injusto. Desse conflito é que se ergue a ética, tão discutida pelos 
filósofos de toda a história mundial. 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
17 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
A prática da ética nas organizações vem se caracterizando por 
manifestações concretas, dentre as quais destacamos: 
Filosofia Empresarial - clara conceituação de missão, princípios e orientações. 
Comitê de Ética - grupo definidor e de controle de políticas e estratégias. 
Credos - divulgação das crenças institucionais para funcionários e clientes. 
Códigos - coletânea de preceitos sobre comportamentos. 
Ombudsman - ouvidores ao alcance dos clientes para atenderem aos seus reclamos . 
Auditorias Éticas - avaliações periódicas sobre condutas empresariais. 
Linhas Diretas - circuito aberto à críticas, reclamações e sugestões. 
Programas Educacionais - aproximação da empresa com seus públicos através de iniciativas 
que eduquem. 
Balanço Social - divulgação dos investimentos da empresa em benefício do público interno e 
da comunidade. 
Para que essas práticas tenham um sentido verdadeiramente ético e co-
responsabilizador é vital que se apóiem na atitude dos dirigentes. Se as 
lideranças não confirmarem a lógica da atitude, a lógica formal não garante a 
necessária credibilidade. 
Ser ético, como atitude na gestão, significa, em essência: reconhecer 
necessidades, reconhecer o desempenho funcional, propiciar participação nos 
resultados, estimular o compromisso social e favorecer a educação continuada. 
Ser ético no comportamento de gestor significa: dar a informação 
relevante, avaliar e fornecer feedback, abrir espaço à contribuição 
criativa, institucionalizar canais de comunicação, delegar, delegar e 
delegar (pois além de instrumento eficaz de gestão, implica dignificação 
do homem, pelo poder decisório), comemorar o sucesso e recompensar. 
Tais práticas irão transformar a ambiência de trabalho numa cultura 
ética, na qual se realiza a comunidade vivencial de aprendizagem, em que 
todos realizam função educativa, num intercâmbio enriquecedor em que a 
solidariedade torna-se valor espontâneo. Aí há equipe, pois exercita-se a 
liderança integrada. 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
18 
Os desafios da era tecnológica exigem essa postura de liderança: todos 
são potencialmente líderes, a serem motivados ao aprendizado contínuo. 
Só assim a empresa responderá com eficácia aos múltiplos 
compromissos que fazem de cada empregado um agente vivo da organização. 
Qualquer empregado, ao decidir, está comprometendo a empresa como um 
todo. Caso não tenha consciência ética, está agravando o conceito 
empresarial. E pondo a perder conquistas importantes. 
A ética na era tecnológica é a estratégia para tolher males que vêm 
minando as organizações, como: 
Robotização social - a tecnologia condicionando o comportamento 
humano. 
Sociedade estressada - pela velocidade acachapante, é exigido esforço 
redobrado para acompanhar as exigências de rapidez nas decisões. 
Desemprego e violência - o ganho obsessivo como meta sacrifica 
valores humanos e gera o comportamento violento. 
Empresa infeliz - o ambiente de insegurança e injustiças induz à 
competição predatória e à cultura egocêntrica. 
Infelicidade social - o caos reinante, quando falta a consciência ética, 
enfraquece o espírito. 
Tais indicadores negativos mostram a importância vital das empresas 
investirem em seu conceito público, através de manifestações concretas de 
responsabilidade social. 
Responsabilidade Social/ Voluntariado 
A Responsabilidade Social é uma exigência básica à atitude e ao 
comportamento ético, através de práticas que demonstrem que a empresa 
possui uma alma, cuja preservação implica solidariedade e compromisso 
social. 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
19 
A imagem institucional é um bem que significa para a empresa a 
aceitação pública de sua atuação e propostas. São seus ativos intangíveis, a 
força que garante sua perpetuidade. 
Uma das linhas de ação empresariais mais significativas, nesse sentido, 
vem sendo o Voluntariado, ou seja, a disposição dos empregados em se 
disponibilizarem à acões solidárias de assistência. 
Vem crescendo o apoio efetivo das empresas ao engajamento de suas 
equipes em projetos e obras sociais. Isso é excelente, mas requer organização 
para que não se percam esforços e motivações. 
Recomendamos, para tanto, a formação de Clubes de Cidadania nas 
Empresas. 
O Clube de Cidadania consiste em criar uma espécie de " ong interna"- 
grupo que se organiza para o esforço integrado e coordenador das ações 
sociais. O Clube do Cidadão, preservado em sua autonomia, deve ser 
estimulado e apoiado pela empresa. 
Cabe ao Clube de Cidadania: 
Estabelecer estratégias e programações sociais na empresa 
Promover Campanhas Motivacionais ao Voluntariado 
Cadastrar as adesões, planejar ações e as escalas de atendimento 
Selecionar as obras sociais 
Debater idéias, buscar soluções criativas 
Avaliar resultados 
Treinar voluntários 
O Clube de Cidadania é um esforço concentrado e uma inteligente 
estratégia de criação doespírito solidário na empresa, que certamente 
influenciará concretamente no trabalho empresarial, em reforço ao sentido de 
equipe e a produtividade. 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
20 
CONFLITOS DE INTERESSES 
 
 Existe quando à intensidade do interesse de uma pessoa por 
determinado bem se opõe a intensidade do interesse de outra pessoa pelo 
mesmo bem, donde a atitude de uma tendente à exclusão da outra quanto a 
este. 
Também podemos dizer que o conflito de interesse existe sempre que 
dois ou mais indivíduos compartilham recursos escassos; ou quando há 
divergência no mundo das idéias, devido às diferentes formações morais de 
cada um. Existência de interesses dirigidas ao mesmo objeto, sem que os 
sujeitos chegam a um consenso sobre eles. 
O conflito de interesses pode ocorrer entre um profissional e uma 
instituição com a qual se relaciona ou entre um profissional e outra pessoa. Em 
diversas áreas, área da saúde por exemplo, os interesses de um profissional 
ou de seu paciente podem não ser coincidentes, assim como entre um 
professor e seu aluno, ou ainda, entre um pesquisador e o sujeito da pesquisa. 
Quanto melhor for o vínculo entre os indivíduos que estão se relacionando, 
maior o conhecimento de suas expectativas e valores. Esta interação pode 
reduzir a possibilidade de ocorrência de um conflito de interesses. 
Inúmeros exemplos de conflito de interesse podem ser citados nas áreas 
de ensino, assistência e pesquisa. Uma situação bastante simples, que pode 
servir de exemplo para a identificação destas possibilidades, é a internação de 
pacientes em um hospital universitário. O interesse primário do paciente é ser 
adequadamente atendido. Os profissionais responsáveis pelo seu atendimento, 
desempenham um duplo papel: assistencial e educativo. O interesse primário 
dos profissionais é atender adequadamente estes pacientes. Nesta situação 
ocorre uma plena convergência dos interesses dos profissionais e pacientes. O 
conflito pode surgir quando o interesse secundário dos professores e alunos, 
que é o aprendizado que esta situação pode possibilitar, assume o caráter 
prioritário. Uma possibilidade é a de manter o paciente internado em uma 
unidade de internação, mesmo quando já tenha condições de ter alta, com a 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
21 
finalidade de expor o caso para um maior número de alunos. Esta situação, 
também configura um conflito de interesse entre o profissional e a instituição 
hospitalar, devido o aumento de custos decorrente desta prática. 
 
VOCABULOS 
 
Ética: (ethos) disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas, seus 
motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo que 
se considera o bem. Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e 
responsável por sua conduta entre os demais. Para alguns autores, o mesmo que 
moral. 
 
Antiético: contra uma ética estabelecida ou contra a idéia (da ética) de estabelecer 
o que devemos fazer ou quem queremos ser levando os outros em consideração. 
Muitas vezes, o antiético tem idéias éticas próprias. 
 
Aético: sem ética, mas não contra uma ou outra ética. 
 
Moral: (mores) conjunto dos costumes, hábitos, valores (fins) e 
procedimentos(meios) que regem as relações humanas, considerados válidos e 
apreciados, individual e coletivamente. Embora possam variar entre grupos e ao 
longo da história, tendem a ser considerados absolutos. Podem ser justificados pelo 
costume, pela natureza, pela educação, pela sociedade, pela religião. Pode ser 
considerado o mesmo que ética, com a diferença de que a ética acrescenta a 
reflexão e o estudo continuado sobre aquilo que se faz ou o que se deveria fazer, 
pensa sobre o bem e o mal, a felicidade, o prazer, a compaixão, a solidariedade e 
outros valores. 
 
Imoral: contra uma moral ou a idéia moral vigente. Muitas vezes, o indivíduo que 
questiona uma ética dominante tem idéias morais próprias ou diferentes. 
 
Amoral: sem moral (aquém ou além dela), mas não contra uma ou outra moral. 
 
Deontologia: estudo dos códigos de condutas considerados válidos entre grupos e 
classes (profissionais) de pessoas. 
 
Legal: aquilo que está conforme a lei civil de um estado nacional. 
 
Ilegal: aquilo que contraria a lei civil de um estado nacional. 
 
Autonomia: auto (próprio ) nomos (lei humana ). Literalmente, do grego, fazer a 
própria lei, seguir a lei feita por si mesmo. Na antiga Grécia, esta era a prerrogativa 
dos homens livres, cidadãos, que faziam as leis da cidade onde viviam e conviviam 
entre outros iguais. Autonomia é um princípio de liberdade civil, mas também 
significava, como hoje em dia, aquela capacidade de responder por si mesmo, 
prover-se economicamente e ser emancipado. 
 
Heteronomia: hetero (outro) nomos (lei humana) O contrário de autonomia, o 
termo significava na Antigüidade grega aquele que segue a lei feita por outro, o que 
se aplicava aos homens que não eram livres, como os escravos, os prisioneiros de 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
22 
guerra, as crianças menores de idade. Além de indicar um princípio de exclusão ou 
submissão civil arbitrária, também se refere a uma exclusão ou submissão 
econômica e moral, a incapacidade de prover-se e de responder por si mesmo. Não 
emancipado. 
 
Cidadania: (polis, civitas, cidade) A cidadania se refere às relações entre os 
cidadãos, aqueles que pertencem a uma cidade, por meio dos procedimentos e leis 
acordados entre eles. Da nossa herança grega e latina, traz o sentido de 
pertencimento à uma comunidade organizada igualitariamente, regida pelo direito, 
baseada na liberdade, participação e valorização individual de cada um em um em 
uma esfera pública (não privada, como a família), mas este é um sentido que 
sofreu mutações históricas. Um dos sentidos atuais da cidadania de massa, em 
Estados que congregam muitas diversidades culturais é o esforço por participar e 
usufruir dos direitos pensados pelos representantes de um Estado para seus 
virtuais cidadãos; é vir a ser, de fato, e não apenas de direito, um cidadão. Os 
valores da cidadania são políticos: igualdade, eqüidade, justiça., bem comum. 
 
Trabalho: (ergon, tripalium, lavoro, labor, serviço) Atividade que produz riqueza 
econômica e articulação social entre as pessoas, embora possa não ser remunerado 
(voluntário ou escravo). Remunerado, pode não corresponder ao esforço 
empreendido; assalariado, gera mais-valia para quem detém os meios de 
produção. Não confundir trabalho com emprego, que é o trabalho remunerado e 
reconhecido socialmente. Trabalhar significa aprender a fazer e saber fazer alguma 
coisa que transforma a realidade e a própria pessoa que trabalha. Do mais simples 
ao mais complexo trabalho, pelo corpo humano (mãos, braços, voz, olhos, ouvidos, 
cérebro...) criamos o 
mundo à nossa volta e participamos, conscientes ou não, de um movimento social 
que tanto conserva e regenera quanto muda a realidade. Ainda que não se 
compreenda bem o que se faz, o trabalho pode revelar o que somos capazes de 
fazer, para o bem ou para o mal. Os valores do trabalho são instrumentais, 
técnicos: competência, eficiência, eficácia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
23 
 
LEGISLAÇÃO ÉTICA DOS SERVIDORES PUBLICOS EM GERAL 
 
 
VII – código de ética (DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994) 
 
 
Aprova o Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo 
Federal. 
 0 PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o 
art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da 
Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 
1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, 
 DECRETA: 
 Art. 1° Fica aprovado o Código deÉtica Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal, que com este baixa. 
 Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e 
indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena 
vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva 
Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo 
efetivo ou emprego permanente. 
 Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à 
Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação 
dos respectivos membros titulares e suplentes. 
 Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República. 
ITAMAR FRANCO 
Romildo Canhim 
ANEXO 
Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal 
CAPÍTULO I 
Seção I 
Das Regras Deontológicas 
 I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios 
morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no 
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
24 
do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados 
para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 
 II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua 
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o 
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas 
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 
37, caput. E § 4°, da Constituição Federal. 
 III – A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o 
bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. 
O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que 
poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. 
 IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta 
ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como 
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como 
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como 
conseqüência, em fator de legalidade. 
 V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve 
ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, 
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu 
maior patrimônio. 
 VI – A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se 
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos 
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou 
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 
 VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou 
interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em 
processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de 
qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando 
sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a 
negar. 
 VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou 
falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da 
Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder 
corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até 
mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. 
 IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço 
público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga 
seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma 
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, 
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao 
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa 
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus 
esforços para construí-los. 
 X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que 
compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas 
filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
25 
apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave 
dano moral aos usuários dos serviços públicos. 
 XI – 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus 
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a 
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-
se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no 
desempenho da função pública. 
 XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator 
de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas 
relações humanas. 
 XIII – 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, 
respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber 
colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento 
e o engrandecimento da Nação. 
Seção II 
Dos Principais Deveres do Servidor Público 
 XIV – São deveres fundamentais do servidor público: 
 a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego 
público de que seja titular; 
 b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim 
ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente 
diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços 
pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao 
usuário; 
 c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu 
caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a 
mais vantajosa para o bem comum; 
 d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão 
dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; 
 e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo 
de comunicação e contato com o público; 
 f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se 
materializam na adequada prestação dos serviços públicos; 
 g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a 
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem 
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, 
idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de 
causar-lhes dano moral; 
 h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra 
qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
26 
 i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, 
interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens 
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; 
 j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da 
defesa da vida e da segurança coletiva; 
 l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca 
danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; 
 m) comunicarimediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato 
contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; 
 n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os 
métodos mais adequados à sua organização e distribuição; 
 o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do 
exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; 
 p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da 
função; 
 q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a 
legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; 
 r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as 
tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e 
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. 
 s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; 
 t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam 
atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos 
usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; 
 u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade 
com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as 
formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; 
 v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência 
deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. 
Seção III 
Das Vedações ao Servidor Público 
 XV – E vedado ao servidor público; 
 a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e 
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 
 b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de 
cidadãos que deles dependam; 
 c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou 
infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
27 
 d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de 
direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; 
 e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu 
conhecimento para atendimento do seu mister; 
 f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou 
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os 
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou 
inferiores; 
 g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda 
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer 
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão 
ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; 
 h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para 
providências; 
 i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em 
serviços públicos; 
 j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; 
 l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer 
documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; 
 m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu 
serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; 
 n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 
 o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a 
honestidade ou a dignidade da pessoa humana; 
 p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a 
empreendimentos de cunho duvidoso. 
CAPÍTULO II 
DAS COMISSÕES DE ÉTICA 
 XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal 
direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que 
exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão 
de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do 
servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-
lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de 
censura. 
 XVII – Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e 
respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou 
conduta que considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-
profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações 
formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido 
a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
28 
o exercício do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, 
servidor, jurisdicionados administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou 
quaisquer entidades associativas regularmente constituídas. 
 XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados 
da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta 
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais 
procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
 XIX – Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a 
apuração de fato ou ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em 
conformidade com este Código, terão o rito sumário, ouvidos apenas o queixoso e o 
servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de conhecimento de ofício, 
cabendo sempre recurso ao respectivo Ministro de Estado. 
 XX – Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, 
poderá a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para 
a Comissão Permanente de Processo Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, 
cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o 
servidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O 
retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético 
da própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente 
superior o seu conhecimento e providências. 
 XXI – As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato 
submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, 
com a omissão dos nomes dos interessados, divulgadas no próprio órgão, bem 
como remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de formação da 
consciência ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia completa de todo o 
expediente deverá ser remetida à Secretaria da Administração Federal da 
Presidência da República. 
 XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de 
censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos 
os seus integrantes, com ciência do faltoso. 
 XXIII – A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o 
julgamento da falta de ética do servidor público ou do prestador de serviços 
contratado, alegando a falta de previsão neste Código, cabendo-lhe recorrer à 
analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras 
profissões; 
 XXIV – Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por 
servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato 
jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda 
que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer 
órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades 
paraestatais, as empresas públicas e as sociedadesde economia mista, ou em 
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. 
 XXV – Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão 
houver de tomar posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, 
perante a respectiva Comissão de Ética, um compromisso solene de acatamento e 
observância das regras estabelecidas por este Código de Ética e de todos os 
princípios éticos e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes. 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
29 
 
 
VIII – PERGUNTAS INTERESSANTES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA 
 
Nota: Perguntas elaboradas pelos professores Ana Míriam Wuensch, Carla 
Bordignon, Ubirajara C. Carvalho e Wilton Barroso Filho para o Programa 
Permanente de Capacitação e Atualização de Pessoal da UnB – CESPE – SRH. 
 
Pergunta 1: Que relações entre cidadania, serviço público, moralidade (ética) e 
legalidade podemos verificar no texto do Código de Ética do Servidor Público? 
R.: Cap. I, Seção I, itens IV, V, VI, XIII. 
 
Pergunta 2: Que conteúdos da ética (moral) são destacados como os mais 
importantes no texto? Em que medida nele a ética (moral) se relaciona com o 
trabalho do servidor público, a cidadania e o direito? 
Cap. I, Seção I, itens I, II, III, IX, X; Seção II, itens c, f, g. 
 
Pergunta 3: Como se relaciona o princípio hierárquico do trabalho do servidor 
público com a ética (moralidade)? É possível cumprir ordens, respeitar hierarquias e 
ser ético, ou seja, responsável e autônomo? 
Cap. I, Seção I, item XI; Seção II, itens h, i, m, t, u. 
 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
30 
 
IX – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (ARTS. 116-117) 
 
 
Dispõe sobre o regime jurídico dos 
servidores públicos civis da União, das 
autarquias e das fundações públicas 
federais. 
PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 
1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI Nº 9.527, DE 10 DE DEZEMBRO 
DE 1997. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
(...) 
Título IV 
Do Regime Disciplinar 
Capítulo I 
Dos Deveres 
 Art. 116. São deveres do servidor: 
 I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
 II - ser leal às instituições a que servir; 
 III - observar as normas legais e regulamentares; 
 IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
 V - atender com presteza: 
 a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo; 
 b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
 VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que 
tiver ciência em razão do cargo; 
 VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
 VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
 IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
 X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
 XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
 XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada 
pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é 
formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 
 
Capítulo II 
Das Proibições 
 
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 
4.9.2001) 
 I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do 
chefe imediato; 
 II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
 III - recusar fé a documentos públicos; 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
31 
 IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou 
execução de serviço; 
 V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
 VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, 
o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
 VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
 VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
 IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
 X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, salvo a participação nos conselhos de 
administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou 
indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa 
constituída para prestar serviços a seus membros, e exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.094, 
de 2005) 
 XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes 
até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
 XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, 
em razão de suas atribuições; 
 XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
 XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
 XV - proceder de forma desidiosa; 
 XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
 XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias; 
 XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício 
do cargo ou função e com o horário de trabalho; 
 XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Incluído 
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
(...) 
 
Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da Independência e 103° da República. 
 
MAURO BENEVIDES 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
32 
 
X – LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992. (ARTS. 10-12). 
 
 
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos 
agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de 
mandato, cargo, emprego ou função na 
administração pública direta, indireta ou 
fundacional e dá outras providências. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
(...) 
 
Seção II 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário 
 Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário 
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, 
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das 
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 
 I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao 
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou 
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º 
desta lei; 
 II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou 
regulamentares aplicáveis à espécie; 
 III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, 
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do 
patrimônio dequalquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem 
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; 
 IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante 
do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a 
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; 
 V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por 
preço superior ao de mercado; 
 VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e 
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 
 VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
33 
 VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 
 IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento; 
 X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no 
que diz respeito à conservação do patrimônio público; 
 XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou 
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 
 XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça 
ilicitamente; 
 XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, 
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à 
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o 
trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas 
entidades. 
 XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a 
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as 
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
 XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia 
dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído 
pela Lei nº 11.107, de 2005) 
Seção III 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da 
Administração Pública 
 Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os 
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres 
de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e 
notadamente: 
 I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele 
previsto, na regra de competência; 
 II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
 III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições 
e que deva permanecer em segredo; 
 IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
 V - frustrar a licitude de concurso público; 
 VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
 VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da 
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar 
o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
NOÇÕES DE ÉTICA
 
34 
CAPÍTULO III 
Das Penas 
 Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, 
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade 
sujeito às seguintes cominações: 
 I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente 
ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função 
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa 
civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar 
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta 
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de dez anos; 
 II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou 
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, 
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, 
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de 
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da 
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; 
 III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda 
da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento 
de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e 
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. 
 Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em 
conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo 
agente. 
(...) 
CAPÍTULO VIII 
Das Disposições Finais 
 Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, 
de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário. 
 Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da 
República. 
FERNANDO COLLOR 
Célio Borja