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Wa2 - Formação Social, Política e Econômica do Brasil

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Formação Social Política e Econômica do Brasil
Unidade 2
Webaula
Cenário histórico mundial
Historicamente, a 'Invenção do Brasil' fez parte de um
processo Macro, que compreendeu:
A transição do Feudalismo para o capitalismo, com o
nascimento da Burguesia e dos Estados Nacionais;
Uma série vulcões em atividade máxima na Europa, com
ações mais frequentes nos países baixos, na península
Ibérica e na Itálica;
O renascimento comercial, que impulsionou o
Renascimento Urbano;
A Reforma Protestante, que se opôs ao poder da Igreja
Católica e às forças dos movimentos comerciais e
burgueses.
Lembre-se:
Uma das importantes características do feudalismo era a
pulverização do poder político, com feudos autônomos e
governados livremente por seus senhores.
Com pesados impostos, moedas locais e inexistência de
sistema métrico, o desenvolvimento mercantil era
dificultado, obrigando e limitando os burgueses a essa
estrutura. Os burgueses então não tinham outra opção
senão a de unirem-se aos reis. É a origem das Monarquias
Nacionais (ou Estado Moderno) capazes de centralizarem,
além da administração, a moeda, os impostos, as leis e os
exércitos.
"Coração Valente“
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-10080/ acessado em: 
17/10/2018
'1492, a "Conquista do Paraíso“
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-7590/ acessado em: 
17/10/2018
Link
Dois ótimos filmes que muito contribuem para ilustrar o
processo são:
Meu País – Ivan Lins
https://www.letras.mus.br/ivan-lins/46443/, acessado em: 
17/10/2018
Link
No primeiro, temos um bom retrato das relações de poder entre os
vários reinos e povos em uma mesma região, (no caso, a
Inglaterra) na Baixa Idade Média.
Um dos destaques é a determinação de que toda noiva deveria
entregar-se na noite de núpcias ao seu Senhor e não ao marido.
Veja o fragmento a seguir sobre o tema:
1492 - A Conquista do Paraíso
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=298
acessado em: 17/10/2018
Para saber mais:
No filme "1492" temos a história de um matrimônio que viabilizou
a unificação de dois reinos para o nascimento da Espanha, um dos
primeiros Estados a nascer na Europa da transição Feudalismo. O
Estado forte foi o responsável direto pelas aventuras das Expansões
Marítimas, o maior feito do homem europeu.
O foco principal da narrativa cinematográfica é a vida de Cristóvão
Colombo.
Cartografia - Trecho do Filme: "1492: A Conquista do Paraíso”
https://www.youtube.com/watch?v=imdedHQAe-o
acessado em: 17/10/2018
Link
Portugal foi o primeiro Estado Nacional Moderno, fator que lhe deu a
Primazia das Aventuras Marítimas.
Vale a pena uma jornada pelo conhecimento, via sétima arte.
O Brasil em cena: A INVENÇÃO – Cândido Portinari
Fonte: Disponível em: 
https://midias.unoparead.com.
br/upload/colaborar_ead/anteri
ores/ssoc/figura-27.jpg. Acesso 
em: 17/10/2018 
É neste momento de cenário múltiplo e multifacetado que entrou em
cena o Brasil logo após a chegada de Colombo à América (1492) e a
divisão do Mundo pelo tratado de Tordesilhas (1493).
O que não falta é controvérsia. Mapas e relatos náuticos eram
guardados com a segurança exigida pelas grandes fortunas, as novas
conquistas eram dissimuladas para não atrair maiores cobiças e os
espiões estavam sempre à espera de um vacilo.
Visões e versões históricas dos fatos narrados por navegantes,
náufragos ou escrivães de bordo eram comuns, promovendo debates
infinitos sobre esplendorosa aventura, tanto que por décadas, e hoje
ainda, questiona-se a intencionalidade da frota de Cabral, que
atracou aqui, após 43 dias de viagem, em 1500.
Segundo a 'História Oficial', a frota estaria indo para as Índias e uma
forte tempestade a empurrou para o Brasil.
Pura Invenção: A Expansão Marítima foi fruto da organização dos
Estados Nacionais em resposta às necessidades de proteção e
fortalecimento da burguesia nascente.
A fundamentação macro econômica teve suas origens nas práticas
comerciais desenvolvidas pelo Antigo Regime ao longo dos séculos
XVI e XVII, denominadas de Mercantilismo.
Atenção: A Expansão Marítima constituiu demonstração
inexorável da capacidade de superação e inquietude da
raça humana, que foi capaz de projetar a Europa (e seus
valores) para todo o planeta desconhecido.
Cândido Portinari. "O descobrimento do Brasil", óleo sobre tela
(1956)
http://sites.unopar.br/museu/exposicao/índios, acessado em:
17/10/2018
Para saber mais:
Eram 13 embarcações, sendo provavelmente três caravelas, com
aproximadamente 1500 homens (incluindo muitas crianças menores de
12 anos, conhecidos como grumetes; clérigos e degredados), que
cruzaram o mar Oceano. Sempre tendo em mente que "Navegar é
Preciso", e sabendo ser necessário assegurar as posses do Tratado de
Tordesilhas (1494), que garantiram ao Reino Português uma pedaço do
"novo mundo".
O Mercantilismo tem por defesas:
1) intervencionismo do Estado nas práticas econômicas, através de 
políticas monopolistas e fiscais relativamente rígidas;
2) metalismo ou bulionismo, isto é, crença de que a acumulação de 
metais preciosos era a única forma de enriquecimento dos Estados;
3) busca de uma balança comercial favorável, ou seja, a superação 
contábil das importações pelas exportações.
(Vainfas 2000, p. 392-393)
A carta de Caminha é o melhor exemplo que conheço para
o "descortinar de mundo" e é um exemplo de beleza e
riqueza, pois dela pode-se extrair o retrato do homem do
final do século XV, com suas aspirações e desejos,
destacando-se, primeiramente, a cobiça, que moveu boa
parte das transformações dos séculos capitalistas.
PRIMEIRAS IMAGENS
Vejamos:
"O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos
pés uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro,
mui grande, ao pescoço.
E Sancho de Tovar, e Simão de Miranda, e Nicolau Coelho, e Aires
Corrêa, e nós outros que aqui na nau com ele íamos, sentados no
chão, nessa alcatifa.
Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia
fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles
fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em
direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que
havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de
prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o
castiçal, como se lá também houvesse prata!" ( . . . )
Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas
dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois
tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e
novamente para as contas e para o colar do Capitão,
como se dariam ouro por aquilo. ( . . . )
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra
coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de
muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-
Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de
lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que,
querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que
tem! ( . . . )
Ao descrever os nativos, classicamente denominados índios, o
escrivão-mor da esquadra de Cabral foi muito além das
características físicas ou exuberância dos traços revendo o espanto
(e o desejo, quase Inveja) com as formas físicas e a nudez dos
primitivos.
"Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. ( . .
. )
A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons
rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma.
Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas
vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande
inocência. ( . . . )
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis,
com cabelos muito pretos e compridos pelas costas;e suas
vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras
que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam. ( . . . )
Esse que o agasalhou era já de idade, e andava por galanteria, cheio
de penas, pegadas pelo corpo, que parecia seteado como São
Sebastião. Outros traziam carapuças de penas amarelas; e outros, de
vermelhas; e outros de verdes. E uma daquelas moças era toda
tingida de baixo a cima, daquela tintura e certo era
tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha tão graciosa que a
muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições envergonhara,
por não terem as suas como ela.
Nenhum deles era fanado, mas todos assim como nós. ( . . .)
Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que
assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma
coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura
preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os
joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas
vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que
não havia nisso desvergonha nenhuma.
Também andava lá outra mulher, nova, com um menino ou menina,
atado com um pano aos peitos, de modo que não se lhe viam senão
as perninhas. Mas nas pernas da mãe, e no resto, não havia pano
algum.
Para finalizar vejamos:
A primeira a revelação dos primeiros brancos que aqui ficaram:
degredados e grumetes. Veja o texto:
"Creio, Senhor, que, com estes dois degredados que aqui ficam,
ficarão mais dois grumetes, que esta noite se saíram em terra, desta
nau, no esquife, fugidos, os quais não vieram mais. E cremos que
ficarão aqui porque de manhã, prazendo a Deus fazemos nossa
partida daqui".
Degredados – são condenados pela justiça, expulsos de Portugal e condenados a 
viver nas colônias por um período ou pela vida toda. Estes foram obrigados a 
ficar por ordem do Capitão.
Grumetes – são rapazes muito jovens obrigados a servir a bordo. Muitos deles 
viviam em condições subumanas, daí as fugas.
Por fim, não menos importante, o 'gran finale': Pero Vaz de Caminha
exalta suas características em antecipação ao pedido de favor político
do nobre rei: "trazer seu genro degredado da ilha de São Tomé".
"E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em
outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser
de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular
mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro -
o que d'ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira,
primeiro dia de maio de 1500".
Pero Vaz de Caminha.
É de fundamental importância entender o processo de implantação do Modelo
Colonialista Português no Brasil. A pergunta que persiste sempre é a básica: por
quê?
Uma resposta simplista diria "para não perder", haja vista a presença constante de
outros povos em nosso litoral, principalmente na Extração do Pau-Brasil.
Resposta parcialmente verdadeira. Vejamos: como estava o rico comércio com as
Índias?
- Em crise pela abundância de produtos.
Qual era a situação econômica e financeira do reino após a saída/expulsão dos
judeus?
- Falimentar, não seria exagero.
E o espírito aventureiro do português, tantas vezes cantado em prosa e verso,
como estava?
- Fragilizado, porém não disposto a abandonar velhos hábitos e realeza e nobreza.
Colonialismo
Desta forma a montagem do Colonialismo Mercantil Português se dá em meio a
uma profunda crise vivida na Península Ibérica, no final do século XV, capaz de
comprometer a economia e a sociedade por séculos.
Basicamente as mazelas ibéricas resultaram da opção por parte do Estado, em
aliança com a Igreja, em perseguir e expulsar aos judeus da Península Ibérica,
comprometendo toda estrutura econômica e financeira que conduziu a um
processo de dependência do Capitalismo incipiente; no caso de Portugal (a priori),
houve problema com os holandeses (leia-se judeus expulsos), que ao financiarem
a implantação e o desenvolvimento canavieiro no Brasil, repetindo a experiência
das Ilhas Africanas, controlavam, além do comércio, o transporte e o refino do
produto.
O poderoso Império Português, com terras em quatro continentes, ficou
responsável pelo controle da produção, buscando garantir a ocupação territorial
com a 'ajuda' do financiamento externo.
A burguesia da região de flandres, em franca expansão, garantiu os lucros, mas as
dívidas deixaram a maioria dos senhores de engenho empobrecidos e por mais
que a estrutura dos engenhos parecesse imponente pela grandiosidade das
construções, muitas vezes foram forçados a comprometer safras futuras na
obtenção de suprimentos e víveres.
Alguns problemas pioraram ou agravaram a economia e as finanças. Um deles foi a
qualidade intelectual e humana dos homens e mulheres destinados ao processo e
ocupação das terras portuguesas na América. Entre os ibéricos que aqui
aportavam predominava o analfabetismo e o credo de vida fácil, sem esforço, com
pouco ou nenhum trabalho.
Um exemplar de rara sensibilidade sobre o Brasil do século XVI é o filme
"Desmundo".
Veja as opções para melhor explorar o tema:
"Roteiro para apreciar o filme: DESMUNDO"
http://tridi-ufrgs.blogspot.com/2006/03/roteiro-para-apreciar-o-filme-
desmundo.html, acessado em: 17/10/2018.
Sinopse
http://www.interfilmes.com/filme_13080_Desmundo-(Desmundo).html, acessado
em: 17/10/2018.
Aborda além 'Desmundo' outro filme: "Como era gostoso o meu francês”
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252005000200022&script=sci_arttext, acessado em: 17/10/2018.
O Mundo - Paulo Moska, Chico Cesar, Zeca Baleiro, Lenine e Suzano
https://www.youtube.com/watch?v=O6atI_qp0nE, acessado em 
17/10/2018
Link
Concluindo esta primeira fase de nossa história:
Webaula
Nascimento do Estado no Brasil
Inversão Portuguesa
Fonte: A Bahia na época de D. João: a chegada da corte portuguesa, 1808 / [Fotografia, Sergio Benutti]. Salvador : Museu de Arte da Bahia :
Solisluna, 2008. Disponível em: <http://www.gplsalvador.org/site/fuga-da-familia-real-para-o-brasil-29-de-novembro/>. Acesso em 22 nov.
2018.
A imagem acima nos dá a ideia de como a Família Real Portuguesa,
fugindo de Napoleão Bonaparte, chegou aos trópicos.
Primeiramente uma 'parada rápida' em Salvador, (nossa primeira
capital colonial) sede do Governo Português no Brasil entre os anos
de 1530 e 1753.
Foi na Bahia, em janeiro de 1808, que D.João decretou a Abertura
dos Portos do Brasil às Nações Amigas. Na prática, foi o fim do Pacto
Colonial, base do Sistema Mercantil, e resposta às pressões e
necessidades inglesas.
A Inglaterra, com o bloqueio continental napoleônico, necessitava
garantir mercados consumidores à crescente produção industrial e,
por outro lado, os prováveis 13 mil acompanhantes (existem autores
que trabalham com números superiores a 15 mil) do "império
fujão" transportaram para a nova sede do reino metade de todo
dinheiro circulante no reino quando da fuga.
No Rio de Janeiro, sede da Família Real em seus anos de aventura nos
trópicos, a primeira grande consequência, antes mesmo dos
produtos e serviços ingleses chegarem, foi um salto nos valores
dos aluguéis (lei da oferta e da procura). Tal demanda foi
solucionada pelo príncipe regente D. João com o decreto de confisco
das casas dos moradores locais requisitadas pelo estado.
Muitos outros problemas aterrorizavam a Corte, um dos principais
eram os gastos excessivos com baixa arrecadação, principalmente
após os Tratados de 1810, que mudaram todo o sistema tributário,
reduzindo os impostos sobre os importados.
A solução foi instituir um banco e 'fazer dinheiro’ (sem
lastro/ouro). O resultado não poderia ser pior: mais inflação.
Carlota Joaquina – direção: CarlaCamurati
https://www.youtube.com/watch?v=USH4ssY5v2s&t=1s, acessado 
em: 17/10/2018
Link
Veja a seguir o fragmento do Filme "Carlota Joaquina - Princesa do
Brasil" (1995) de Carla Camurati" explorando o fato.
Podemos dizer que a Primeira República, pouco ou nada tinha de
direitos humanos e cidadania. Nessa época prevalecia ainda um
sistema muito semelhante ao Colonial e Imperial.
O voto não mais Censitário era fortemente controlado pelo poder
latifundiário, graças ao sistema de voto aberto.
República em construção
O resultado todos nós 
conhecemos: prevaleceu o Poder 
das Oligarquias.
A Cara do Brasil Moderno nasceu após 1930, com a chamada Revolução de 30.
Neste contexto imagético pouco símbolos são tão fortes quanto a Imagem de "Pai
dos Pobres" e salvador da Pátria de Getúlio Vargas, afinal foi a Revolução de 30 que
produziu a quebra dos padrões dominantes até então.
O império (1822/1889) manteve as bases estruturais do Brasil Colonial (1534/1822)
pautada pelo latifúndio e voltada para o mercado externo.
Após 1930 houve a fundação das bases nacionalistas e industriais (Primeira
Revolução Industrial) com reflexos nos dias atuais e foi com Vargas que o país
conheceu um modelo centralizador de unidade nacional, com forte apelo ao
resgate de nossa história e construção de um modelo educacional necessário para
a construção de um país moderno. No plano político, inspirado em suas origens
positivistas houve um modelo ditatorial, com hipertrofia do poder executivo,
controle dos meios de publicação e mídia, fechamento do Poder Legislativo e
centralização das decisões.
1930
No cenário econômico teve atitudes que produziram efeitos imediatos, entre eles a
substituição das importações com vista a implantação, em alguns setores, e
ampliação em outros, tendo em vista a construção de um projeto industrial
nacionalista que tem na fundação da CSN, e da Cia Vale do Rio do Doce como
principal fornecedora de matéria prima à CSN, seu grande símbolo e ponto alto da
campanha de mobilização dos empresários (e das massas) para o que foi
denominado Brasil Novo.
Na mobilização e/ou cooptação, o pragmatismo Vargas construiu uma nova
estrutura de governo e poder pautada no Intervencionismo Estatal com
investimentos diretos em vários setores. Assim nasceram os Institutos do Açúcar e
do Álcool, do Mate e do Café, e o Instituto do Petróleo, motivação da campanha
nacionalista que possibilitou a instituição da Petrobrás em 1953, entre outros que
influenciaram o segundo ciclo industrial brasileiros: a Era J.K.
Há um questionamento sobre o uso da expressão 'Revolução' para o
acontecimentos de 1930 por esta ser fruto da rupturas das oligarquias dominantes.
O papel do Estado de intervenção na estrutura de produção, nas relações capital-
trabalho, no cenário industrial, entre outras ações, balizam o uso do termo como
"forma de mudança brusca do ritmo da história, uma espécie de combustível para
a aceleração do tempo histórico" (MONDAINI, 2003).
Pequenos detalhes que valem por uma vida: Pinturas.
Para dar início a nossa viagem pelo universo das Imagens vamos a
presença dos Holandeses no Brasil Colonial. Independente que toda
e qualquer análise do processo político-militar poderíamos dizer que
a presença holandesa no Nordeste brasileiro (Pernambuco em
especial) em um dos centros culturais do mundo.
Destaque neste período para os trabalhos de Albert Eckhout, que
formulou verdadeiro tratado da Cultura nacional a época.
PARA SABER MAIS:
Albert Eckhout "Mulher Africana"
Mulher africana [Africa woman] 1641 óleo 
sobre tela [oil on canvas] 267x178cm coleção 
National Museum of Denmark, Copenhague.
Fonte: Mulher africana [Africa woman] 1641 óleo sobre tela [oil on
canvas] 267x178cm coleção National Museum of Denmark, 
Copenhague. Disponível em: 
http://leubaia.blogspot.com/2008/02/artista-albert-eckhout.html. 
Acesso em 17 out. 2018.
Albert Eckhout "Frutas Tropicais"
Fonte: Disponível em: 
http://leubaia.blogspot.com/2008/02/artista-
albert-eckhout.html. Acesso em 17 out. 2018.
Albert Eckhout "Coco"
Fonte: Disponível em: 
http://leubaia.blogspot.com/2008/02/artista-
albert-eckhout.html. Acesso em 17 out. 2018.
Albert Eckhout "Bananas e 
Goiabas" 
Óleo sobre tela, 90x90cm
Fonte: Disponível em: 
http://leubaia.blogspot.com/2008/02/artista-
albert-eckhout.html. Acesso em 17 out. 2018.
O século XIX foi pródigo na produção Imagética que apresentou o Brasil ao mundo
e construiu a memória nacional. Dentre as muitas produções, poucas imagens
têm a força e simbologia quanto "Barbeiros" de J.B.Debret
“Barbeiros ambulantes”, aquarela sobre papel, 18,7 x 23 cm, J.B. Debret, Rio de Janeiro, 1826.
Fonte: Disponível em: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/vida-urbana-no-brasil-segundo-debret/.
Acesso em 17 out. 2018.
Entre os destaques deste século ( XIX ) poucos artistas foram tão felizes em
construir uma imagem para o país quanto Pedro Américo de Figueiredo e Melo.
Fonte: Pedro Américo – Auto-retrato (398 × 546 pixels, file size: 123 KB, MIME type: image/jpeg)
disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pedro_Am%C3%A9rico_-_Auto-
retrato,_1895.jpg. Acesso em 17 out. 2018.
"Tiradentes Esquartejado“ é verdadeiro símbolo de nossa resistência e do
heroísmo brasileiro contra a coroa portuguesa.
Fonte: Disponível em:
https://historiadomundo.uol.com.br/ida
de-contemporanea/tiradentes.htm.
Acesso em 17 out. 2018.
Ou ainda sobre "O Grito do Ipiranga"
Fonte: Disponível em: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/o-grito-do-ipiranga-uma-fraude/ . Acesso em
17 out. 2018.
Nós que aqui estamos, por vós esperamos
https://www.youtube.com/watch?v=-PXo5oGztiw, acessado em 
17/10/2018.
Link
Objetivando finalizar nosso encontro de forma apoteótica deixo
como sugestão um fragmento de beleza única, de um filme
maravilhoso: "Nós Que aqui estamos por vós esperamos".
O administrador da Companhia das Índias Ocidentais, o conde
Maurício de Nassau, foi muitas vezes chamado de o Humanista dos
Trópicos. Em seu governo, um dos melhores de nossa história,
Nassau transformou o palco que recebeu para governar: construiu
ruas e pontes, determinou obras de saneamento e sanitárias,
construiu observatório astronômico e teatro, edificou um zoológico e
um jardim botânico, patrocinou a vinda de artistas e cientistas e
conferiu liberdade religiosa e créditos.
Veja mais sobre Debret em "Enciclopédia Itaú Cultural":
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.c
fm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=670&cd_item=1&cd_i
dioma=28555
______. Com quantos escravos se constrói um país. Disponível em 
<http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/com-quantos-escravos-se-constroi-um-pais>. Acesso em: 2 abr. 
2014.
______. História do Brasil — Colônia <https://www.youtube.com/watch?v=sGFROOSJcx4>. Acesso em: 2 abr. 2014.
ALENCASTRO, Luis Felipe de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Cia das Letras, 2000.
ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1998.
ANTONIL, André J. Cultura e opulência do Brasil. Introdução e vocabulário por
Alice Canabrava. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967.BORGES, Maria Angélica. Estrutura e sentido da 
Formação Colonial Brasileira. In: REGO, Jose Marcio; MARQUES, Rosa Maria Marques (Org.). Formação econômica do 
Brasil. Ed. Especial Anhanguera. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 1-24.
BOCCHI, João Ildebrando. Século XIX: Renascimento Agrícola, Economia Cafeeira e Industrialização. In: REGO, Jose 
Marcio; MARQUES, Rosa Maria Marques (Org.). Formação econômica do Brasil. Ed. Especial Anhanguera. São Paulo: 
Saraiva, 2011, p. 73-97.
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. 6. ed. São Paulo: Fundação editora da UNESP, 
1999.FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.
FERLINI, Vera L. Terra, trabalho e poder: o mundo dos engenhos no Nordeste Colonial. São Paulo: Brasiliense, 1988.
Referências
FERNÁNDEZ, Ramón García. A crise do trabalho escravo e a transição para o trabalho livre. In: REGO, Jose Marcio; 
MARQUES, Rosa Maria Marques (Org.). Formação econômica do Brasil. Ed. Especial Anhanguera. São Paulo: Saraiva, 
2011, p.98-110
FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala: Formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 52ª 
edição. São Paulo: Global, 2013.
GALA, Paulo. Formação do Brasil no Atlântico Sul. In: REGO, Jose M.; MARQUES, Rosa M. (Org.). Formação econômica 
do Brasil. Ed. Especial Anhanguera. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 25-57.
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